Estudo 54 Mistica Cidade de Deus – Escola da Divina Vontade

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Estudo 54 Mistica Cidade de Deus – Escola da Divina Vontade
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CAPÍTULO 24
AS SANTAS OCUPAÇÕES E EXERCÍCIOS DA RAINHA DO  CÉU DURANTE O PRIMEIRO ANO E MEIO DE SUA
INFÂNCIA.

 



O silêncio de Maria foi voluntário

378. O inevitável silêncio dos primeiros anos das outras crianças, sua
ignorância e incapacidade de saber e poder falar, em nossa Menina rainha foi
heróica virtude. As palavras são geração do entendimento e manifestação do raciocínio, faculdades que Sua Alteza
possuía em grau perfeitíssimo desde sua conceição. Se não falou logo ao nascer,
não foi por não poder, mas sim por não querer.

Ainda que às demais crianças faltam as forças naturais para abrir a
boca, mover a tenra língua e pronunciar palavras, em Maria não houve essa falha. Em a natureza era mais robusta, e
dispondo de poder sobre todas as coisas, suas potências ter-lhe-iam obedecido, se Ela assim ordenasse.
O não falar foi nela grande virtude e perfeição para ocultar sua ciência
e graça, e evitar a admiração que produziria uma recém-nascida falando. Se fora
admiração falar quem naturalmente está ,mpedido de o fazer, parece que é mais
admirável calar, durante ano e meio, quem teria podido falar desde o nascer.

Amor e reverência filial de Maria

379. Foi disposição do Altíssimo que nossa menina e Senhora guardasse
este silêncio durante o tempo em que, naturalmente, as outras crianças não podem falar.
Somente com seus santos anjos da guarda se dispensou desta lei, ou
quando a sós orava vocalmente ao Senhor. Para falar com Deus, autor daquele
privilégio, e com os anjos seus companheiros, quando com Ela tratavam
corporalmente, não havia a mesma razão de calar, como na presença dos homens.
Convinha que orasse com a boca, pois não tendo impedimento para isso, não
era razão que aquele órgão ficasse inativo por tanto tempo.

Apesar disto, sua mãe Sant’Ana nunca a ouviu, nem soube que era capaz
de falar naquela idade. Assim, melhor se entende como foi virtude seu silêncio
durante aquele primeiro ano e meio de sua infância.
Por este tempo, quando à sua  Mãe pareceu oportuno, soltou as mãos
e os braços da Menina Maria. Ela logo tomou as de seus pais e as beijou com
grande submissão e humildade reverenciai, observando sempre este
costume enquanto eles viveram. Com algumas demonstrações acenava para que
a abençoassem, falando-lhes ao coração melhor do que com a boca. Tanta era a
reverência que lhes votava que jamais faltou em obedecer-lhes; tampouco lhes
deu trabalho ou desgosto, porque conhecia seus pensamentos e antecipava-se em satisfazer-lhes as vontades.

Vida mística da Menina Maria

380. Em todas as suas ações e movimentos era dirigida pelo Espírito Santo, e sempre fazia o que era perfeitíssimo.
Não obstante, longe de estar satisfeita com este ardentíssimo amor, nasciam-lhe
contínuos e fervorosos desejos para alcançar melhores carismas (ICor 31).
Eram-lhe muito freqüentes as revelações divinas e visões intelectuais, e
quando Deus lhe suspendia um modo de visões ou intelecções, gozava de outras
Da clara visão da Divindade – como a que descrevi acima, quando ao nascer foi levada ao céu pelos anjos – ficaram-lhe as
espécies de quanto conheceu. Desde que saiu daquela adega do vinho (Ct 2, 4)
ordenada em caridade, ficou tão ferido seu coração que, ocupando-se nesta contemplação ficava toda abrasada. Sendo-lhe o
corpo frágil e tenro e o amor forte como a morte (Ct 8, 6), chegava a sofrer extrema
dor de amor, da qual morreria se o Altíssimo não lhe fortalecesse e conservasse
miraculosamente a parte inferior e a vida natural.

Muitas vezes, porém, permitia o Senhor que aquele virginal e débil
corpinho, desfalecesse pela força do amor, e os santos anjos a sustentavam e
confortavam, cumprindo-se o que é dito da Esposa: confortai-me com flores,
fortalecei-me com frutos porque desfaleço de amor (Ct 2,5). Este sublime gênero
de martírio foi milhares de vezes sofrido por esta Senhora, com o que ultrapassou
a todos os mártires no merecimento e ainda na dor.

A dor do amor a Deus
381. A dor do amor é tão doce e apetecível que, quanto maior é sua
causa, tanto mais a deseja quem a padece; procura quem lhe fale do amado e
pretende curar a ferida reabrindo-a. Este suavíssimo artifício entretém a alma, entre uma penosa vida e uma doce morte.
Isto sucedia à Menina Maria quando falava de seu amado com os
anjos. Interrogava-os Ela muitas vezes, dizendo: – Ministros do meu Senhor e
mensageiros seus, formosíssimas obras de suas mãos, centelhas daquele divino
meu coração, já que contemplais sua beleza sem véu, dai-me
notícia meu amado; quais são os dotes de meu querido? Avisai-me se, se por acaso o tenho desgostado  perguntai-
lhe o que deseja e quer de Mim, e não tardeis em aliviar minha pena que desfaleco de amor.

Perfeições divinas

382. Respondiam-lhe os espíritos celestiais: – Esposa do Altíssimo, vosso
amado 6 único, aquele que existe por si mesmo sem dc ninguém necessitar, quando dele todos precisam. Infinito em
perícições, imenso na grandeza, ilimitado no poder, sem medida na sabedoria, sem
comparação na bondade, aquele que sem princípio o deu a tudo quanto é criado;
tudo governa sem fadiga, tudo conserva sem dc nada ter necessidade; veste de
beleza toda a criação e sua formosura incompreensível tornará bem-aventurados
aqueles que chegarem a vê-lo face a face.
Infinitas são, Senhora, as perfeições de vosso Esposo, excedem a nosso entendimentoe seus altosjuízos são impenetráveis
às criaturas.

Comunicações com Deus

383. Nestes e noutros colóquios que nossa insuficiente capacidade não
pode compreender, decorria a infância de Maria Santíssima em companhia dos
anjos e do Altíssimo no qual vivia transformada. Sendo inevitável que crescesse
no fervor e ânsias de ver o sumo Bem que amava acima de todo o pensamento,
muitas vezes por vontade do Senhor e Por mãos dos anjos, era levada corporalmente ao céu empíreo, onde gozava da
presença da Divindade.

Algumas vezes a via claramente, outras, somente por espécies infusas, mas
altíssimas e claríssimas neste gênero de visão. Conheciaclarae intuitivamente também os anjos, seus graus, ordens,
hierarquias e outros grandes mistérios.
Como este favor era muito freqüente, pela sua renovação e atos que exercitava, veio
a adquirir tão intenso e vigoroso hábito de amor, que mais parecia divina que humana
criatura. Nenhuma outra poderia ser capaz deste benefício e outros que o acompanhavam; nem a natureza mortal da mesma
Rainha os poderia receber sem morrer, se por milagre não fosse sustentada.

Humildade da Menina Maria

384. Quando era necessário, naquela idade infantil, receber algum
obséquio e benefício de seus santos pais ou de qualquer outra criatura, sempre o
aceitava com interior humildade e gratidão, pedindo ao Senhor recompensar
aquele bem que lhe faziam por amor dele.

Possuindo tão alto grau de santidade, estando repleta da divina luz do
Senhor e seus mistérios, julgava-se a menor de todas as criaturas e comparando-se com elas, punha-se na própria
estima, em último lugar. Até do alimento para a vida natural se reputava indigna,
quem era a Rainha e Senhora de toda a criação.

DOUTRINA DA RAINHA DO CÉU.

 

Quem muito recebe muito deve

385. Minha filha, quem mais recebe deve considerar-se mais pobre,
porque maior é sua dívida. Se todos devem humilhar-se porque por si mesmo
nada são, nada podem e nada possuem, por esta mesma razão há de se apegar
mais à terra aquele que, sendo pó, foi exaltado pela mão poderosa do Altíssimo.

Continuando por si e em si a não ser nem valer nada, encontra-se mais endividado e comprometido pelo que
pessoalmente não pode pagar. Conheça a criatura o que é por si mesma. Ninguém
poderá dizer: eu me criei, eu me sustento, eu posso prolongar minha vida e deter a
morte. Todo ser e sua conservação depende da mão do Senhor. Humilhe-se em
sua presença a criatura, e tu, caríssima, não esqueças este ensinamento.

Valor do silêncio e mal da tagarelice

386. Quero também que aprecies, como grande tesouro, a virtude, do
silêncio que eu comecei a guardar desde meu nascimento. Conhecendo, na luz que
recebi da poderosa mão do Senhor, todas as virtudes, afeiçoei-me muito a esta
do silêncio, propondo-me tê-la.por companheira e amiga durante a vida inteira.
Assim, a guardei com inviolável recato, ainda que teria podido falar desde que
nasci no mundo.

 

O falar sem medida e peso é uma faca de dois gumes que fere
ao que fala e ao que ouve, e em ambos se ofende ou destrói a caridade e as
demais virtudes. Disto se deduz quanto ofende a Deus o vício da língua imprudente e solta. Com justiça, afasta seu
espírito e desvia sua face da loquacidade, murmúrios e conversações onde,
falando-se muito, não se podem evitar graves pecados (Pr 10, 19). Somente
com Deus e seus santos se pode falar com segurança, e ainda isso há de ser
com peso e discrição. Com as criaturas, porém, é muito difícil conservar o meio
termo da perfeição, sem passar do justo e necessário, ao ilícito e supérfluo.

O silêncio evita pecados

387. O remédio que te preservará deste perigo é ficar sempre mais
próxima do extremo contrário, excedendo-te em caiar. A prudente moderação
para falar só o necessário, acha-se mais perto do laconismo do que da verbosidade. Adverte que, sem deixar a Deus,
saindo de teu recolhimento interior, não podes ir atrás de arbitrárias conversações humanas. O que, sem grosseria, não
farias com outra criatura, não deves fazer com o Senhor teu e de todos. Afasta os
ouvidos das inúteis fabulações que te podem obrigar a falar o que não deves,
pois não é justo falares mais do que te ordena o Senhor. Ouve a santa lei que
liberalmente gravou em teu coração, escuta a voz de teu pastor, responde a Ele
só.

 

Quero deixar-te avisada que, se quiseres ser minha discípula e companheira,
deves te distinguir por extremo nesta virtude do silêncio. Cala muito e grava
este ensinamento em teu coração agora.
Afeiçoa-te sempre mais a esta virtude, pois antes quero ver em ti este desejo,
para depois te ensinar como deves falar.
Não obstante, não te proíbo de falaresquando deves admoestar e consolar tuas
filhas e súditas.

O silêncio cria a atmosfera de oração

388. Fala também com os que te podem dar notícias de teu amado, e te
despertam e inflamam em seu amor. Nestas palestras adquirirás o desejado e
proveitoso silêncio para tua alma. Delas nascer-te-á o desgosto e fastio das con versaçÕes humanas,
e somente apreciará falar do bem eterno que desejas. A força do amor, que transformará teu ser
n 0 amado, enfraquecerá o ímpeto de tuas paixões.

 

Chegarás então a sentir um pouco daquele doce martírio que eu sofria quando me queixava do corpo e da mortal
vida; pois me pareciam duras prisões que me impediam de voar, embora não me
impedissem de amar. Oh! minha filha, esquece todo o terrestre no segredo de
teu silêncio. Segue-me com todo o esforço e fervor para chegares ao estado que
teu Esposo te convida, e possas ouvir aquela consolação que entretinha a minha amorosa dor: – Minha pomba, abre
teu coração e aceita, minha querida, esta doce pena, pois meu coração está ferido
pela tua afeição. Isto dizia-me o Senhor, e tu também ouviste o mesmo repetidas
vezes, porque Deus não deixa de falar ao solitário e silencioso.

 

OS FILHOS DA DIVINA VONTADE SÃO OS QUE NÃO GUARDAM SILENCIO.

 

 

“Minha filha, tu não sabes o que significa manifestar minhas verdades e por isso te maravilhas de meu prazer e da força irresistível que sinto de manifestar-me à criatura; e quem se presta a escutar-me forma minha alegria e minhas delícias de conversar com ela.

Tu deves saber que quando manifesto uma verdade minha não conhecida, é uma nova criação que faço, e Eu amo muito fazer sair de Mim os tantos bens e segredos que contenho, mas por quanto diga, sendo Eu aquele ato sempre novo, que jamais se repete, por isso sempre tenho vontade de falar, mas enquanto falo ficam-me sempre outras novas coisas que gostaria de dizer, porque o novo não se esgota jamais em Mim, sou sempre novo no amor, novo na beleza, novo nas alegrias, nas harmonias, novo em tudo e sempre novo, e por isso não canso a nenhum, sempre tenho coisas novas para dar e para dizer, e a força irresistível que me empurra a manifestar-me é meu imenso amor; dentro de um desabafo de amor fiz sair a Criação, tudo o que se vê em todo o universo estava tudo dentro de Mim, e o amor fez transbordar de meu interior a sombra de minha luz, e criei o sol; a sombra da minha vastidão e das minhas harmonias, e o céu foi estendido, harmonizando-o com tantas estrelas e esferas celestiais; estas e outras coisas que criei não foram senão as minhas sombras que tirei de mim, e o meu amor teve o seu alívio, e eu tomei grande deleite ao ver o que estava contido em Mim, espalhado em pequenas partes voar sobre todo o criado.

Agora, qual será a minha alegria ao manifestar as minhas verdades, que não são as minhas sombras que saem de Mim, mas a substância dos bens que contenho em Mim, que não falam em linguagem muda de Mim como fazem todas as coisas criadas, mas com voz clara, sonora e eloquente falam de Mim, e sendo a minha palavra criadora, como nova criação cria na alma as verdades que Eu manifesto? Se com um Fiat criei tantas coisas, e ao manifestar minhas verdades não é um só Fiat que pronuncio, mas tantas palavras por quantas são necessárias para manifestar e fazer compreender o que quero fazer entender. Imagina então qual é o meu contentamento ao manifestar à alma as minhas verdades, que não em linguagem muda, mas com voz falante 48 manifestará aos outros os meus bens, as minhas verdades, para infundir nos outros o bem que recebeu, por isso ao manifestar as minhas verdades, meu amor encontra seu desabafo e se põe em festa e amo muito a quem se presta a me escutar.

 

19-6 Março 14, 1926 Quem vive no Querer Divino deve ser a voz de todas as coisas criadas.

 



(1) Continuo a perder-me no Santo Querer Divino, gostaria de abraçar tudo e todos para poder levar tudo ao meu Deus como coisas minhas, dadas a mim por Ele, a fim de que tivesse para lhe dar por cada uma das coisas criadas uma palavrinha de amor, um obrigado, um te bendigo, um te adoro. E meu sempre amável Jesus saiu de dentro de mim, e com seu Fiat Onipotente chamava toda a Criação para colocá-la em meu colo, para me fazer dom dela e com uma ternura toda de amor me disse:.

(2) “Minha filha, tudo é teu, para quem deve viver em meu Querer, tudo o que saiu de minha Vontade, que Ela conserva e possui, por direito deve ser todo seu. Agora, foi meu Fiat Onipotente que estendeu o céu, o adornou de estrelas, meu Fiat chamou a vida à luz e criou o sol e assim de todas as outras coisas criadas, e meu Fiat permaneceu dentro da Criação como vida triunfadora, dominadora e conservadora. Agora, quem venceu a minha Vontade venceu toda a Criação e também o próprio Deus, portanto, por direito de justiça deve possuir tudo o que a minha Vontade possui, -muito mais do que sendo a Criação muda para o seu Criador, e por isso a fez muda, para que a quem devia dá-la e viver em meu Querer tivesse ela a palavra em todas as coisas criadas para fazer que todas as coisas feitas por Mim fossem falantes, não mudas. Então você será a voz do céu, que ecoando de um ponto ao outro fará ouvir a sua palavra, que ressoando em toda a atmosfera celeste dirá: amo, glorifico, adoro o meu Criador’. Serás a voz de cada estrela, do sol, do vento, do trovão, do mar, das plantas, dos montes, de tudo, que repetirá continuamente: amo, bendigo, glorifico, adoro, agradeço a Aquele que nos criou’. Oh! como será bela a voz da minha recém-nascida na minha Vontade, da pequena filha do meu Querer, todas as coisas, a Criação toda me tornará falante, será mais belo do que se tivesse dado à Criação o uso da palavra.

Amo-te tanto que quero ouvir a tua voz no sol, amando, adorando, glorificando; quero ouvi-la nas esferas celestiais, no murmúrio do mar, no agitar dos peixes, no pássaro que canta e gorjeia, na ovelha que bale, na rola que geme, onde quer que te queira ouvir, não estaria contente se em todas as coisas criadas, onde minha Vontade tem o primeiro lugar, não escutasse a voz de minha pequena recém-nascida, que me tornando toda a Criação falante me dá amor por amor, glória, adoração por cada uma das coisas criadas por Mim, por isso minha filha sê atenta, muito te dei e muito quero, tua missão é grande, é a Vida de minha Vontade que deve desenvolver-se em ti, a qual abraça tudo e tudo possui”.. VOLUME 19

Minha filha, tu deves saber que até enquanto minha humanidade esteve sobre a terra, como também enquanto esteve a Soberana Rainha, na Criação não houve solidão nem silêncio sepulcral, porque em virtude da luz da Vontade Divina, onde quer que esta se encontrava, como luz 93 se expandia, e difundindo-se em tudo se multiplicava em todas as coisas criadas, e onde quer que se repetia o meu ato, porque uma era a Vontade. Tão certo é tudo isto, que a Criação deu sinais sensíveis tanto em meu nascimento e muito mais em minha morte, até escurecer o sol e romper-se as pedras, tremer a terra, como se todos chorassem a seu Criador, a seu Rei, choravam Aquele que os havia tido em festa, que tinha rompido a sua solidão e o silêncio do túmulo, e sentindo todos a amargura de tão dura privação, deram sinais de dor e de pranto e voltaram de novo ao luto da solidão e do silêncio, porque partindo Eu da terra, não havia mais quem emitisse a voz na luz de minha Vontade, que formando o eco voltava à Criação falante e obrante. Sucedia como aqueles instrumentos de metal, que com arte encerram a voz de quem fala ou de quem canta, e o instrumento fala, canta, chora, ri, mas isto acontece em virtude do eco da voz que falou, mas se tira o engenho que produz aquele canto, o instrumento fica mudo.

 

Muito mais do que Eu não vim à terra pela Criação, mas vim pelo homem, e por isso tudo o que fiz, penas, orações, gemidos, suspiros, deixei-os mais do que nova Criação para o bem das almas, porque tendo sido feito tudo o que Eu fiz em virtude da minha potência criadora, Está tudo em ordem para salvar o homem. Além disso, a Criação foi feita para o homem, na qual ele devia ser o rei de todas as coisas criadas, mas o homem ao subtrair-se da minha Vontade Divina perdeu o regime, o domínio, não podia formar leis no Reino da Criação, como é costume de um rei quando possui um Reino, porque tendo perdido a unidade da luz da minha Vontade, não soube mais reger, não tinha mais força de domínio, suas leis não tinham valor; a Criação foi para ele como um povo que se revela ao rei e dele forma sua chacota. Por isso minha humanidade foi rapidamente reconhecida por toda a Criação como seu Rei, porque sentia em Mim a força da união de uma só Vontade; mas, partindo, ficou de novo sem Rei e fechada em seu silêncio, esperando de novo a quem no Reino de minha Vontade devia emitir sua voz para fazê-la ressoar nela. Mas você sabe quem é aquela que porá de novo em festa toda a Criação, quem formará seu eco e a devolverá de novo falante? És tu filha minha a que retomarás o domínio, o regime no Reino de minha Vontade, por isso sê atenta e teu vôo em meu Querer seja contínuo”..

Minha filha, com o que você acha que eu teria feito mais: se eu tivesse libertado os povos dos castigos que eles mereciam por tantas culpas, ou se tivesse feito a Redenção? Os castigos eram penas temporárias; a Redenção era um bem eterno que jamais termina. Se os houvesse liberado dos castigos não lhes teria aberto o Céu, nem dado o direito à glória, em troca ao formar a Redenção lhes abri o Céu e os coloquei no caminho para a Pátria Celestial, dando-lhes a glória perdida. Quando se deve fazer um bem maior, deve-se contentar em fazer a um lado o bem menor, muito mais que o menor devia servir ao equilíbrio da justiça, e minha Humanidade não podia nem queria opor-se a este equilíbrio divino. Além disso os castigos deviam servir de chamada às criaturas, de voz falante, de sentinelas para sacudi-los do sono da culpa, de estímulo para colocá-los em caminho, de luz para conduzi-los, portanto também eram meios para fazê-los receber os bens da Redenção,

E eu não quis destruir estas ajudas, e por isso, com tudo e com a minha vinda à terra, os povos não foram totalmente isentados dos castigos que mereciam. Agora, minha filha, tu pensas que terias feito mais se tivesses libertado os povos dos castigos tão necessários nestes tempos, e vendo que não te é dado te dá incômodo a vida e quisera vir à Pátria Celestial; pobre filha, como é criança no conhecimento dos verdadeiros, grandes e incalculáveis bens que não terminam jamais, e dos bens pequenos e finitos; não é maior formar o Reino de minha Divina Vontade para fazê-lo conhecer, preparar o caminho para fazê-los entrar nele, a luz de seus conhecimentos para conduzi-los, dar de novo às criaturas a felicidade, o estado primeiro de sua criação, enriquecê-las com todos os bens que contém uma Vontade Divina? Comparado ao bem que terias feito se tivesses livrado os povos de todos os castigos, com o grande bem do Reino do Fiat Supremo, o primeiro teria sido nada em comparação com este. Assim que você se encontra em minhas mesmas condições, deve contentar-se em formar o Reino do Querer Divino, que é mais que tudo, e dos castigos deves alegrar-te de que em parte tenham seu curso, e muito mais que Eu te tenho na terra para o Reino de minha Vontade, esta é sua missão especial. VOL. 21

“Minha filha, não se preocupe, Eu serei vigilante guardião, porque me custam muito, me custam minha Vontade, a qual entra nestes escritos como vida primária. Poderia chamar-lhes: ‘Testamento de amor que faz minha Vontade às criaturas’. Ela se torna auto-outorgadora e as chama a viver em sua herança, mas com modos tão suplicantes, atraentes, amorosos, que só os corações de pedra não se moverão a compaixão, e não sentirão a necessidade de receber um bem tão grande. Então, estes escritos estão cheios de Vidas Divinas, as quais não se podem destruir, e se alguém quiser tentá-lo, lhe sucederia como aquele que quisesse destruir o céu, o qual, ofendido, lhe cairia em cima por toda parte e o aniquilaria sob sua abóbada azul; assim que o céu permaneceria em seu posto e todo o mal cairia sobre aquele que quisesse destruir o céu; ou bem quem quisesse destruir o sol, o sol se riria deste e o queimaria; ou como qualquer outro que quisesse destruir as águas do mar, o mar o afogaria.

Demasiado é necessário para tocar o que te fiz escrever sobre a minha Vontade, porque posso chamar-lhe nova criação viva e falante. Tudo isto será o último desabafo do meu amor para com as gerações humanas; aliás, tu deves saber que cada palavra que te faço escrever sobre o meu Fiat, duplico o meu amor para contigo e para com aqueles que as lerão, para fazê-los ficar embalsamados pelo meu amor. Por isso, conforme escreves me dás o campo para te amar demais; vejo o grande bem que farão, sinto em cada palavra minha as vidas palpitantes das criaturas que conhecerão o bem de minha palavra e formarão a Vida de minha Vontade nelas. Por isso o interesse será todo meu, e você abandona tudo em Mim.

Tu deves saber que estes escritos saíram do centro do grande sol da minha Vontade, cujos raios estão cheios das verdades saídas deste centro, os quais abraçam todos os tempos, todos os séculos, todas as gerações. Esta grande quantidade de raios de luz enche Céu e terra, e por caminhos de luz chama a todos os corações, e roga e suplica que recebam a Vida palpitante de meu Fiat, que nossa paterna bondade dignou-se ditar desde dentro de seu centro com os modos mais insinuantes, atraentes, afáveis, cheios de doçura, e com amor tão grande que dá no incrível, e faz os mesmos anjos ficarem estupefatos.

Cada palavra pode chamar-se um presságio de amor, um maior que outro, por isso, querer tocar estes escritos é querer tocar-me a Mim mesmo, o centro do meu amor, as minhas finezas amorosas com as quais amo as criaturas; Eu saberei defender-me a mim mesmo e confundir quem quiser minimamente desaprovar ainda uma só palavra do que está escrito sobre minha Divina Vontade. É por isso que continua a ouvir-me, minha filha, não queiras atrapalhar o meu amor, nem me queiras atar os braços ao fazer retroceder no meu seio o que quero que continues a escrever.
Estes escritos custam-me demasiado, custam-me quanto Eu próprio custo. Por isso terei tal cuidado, que nem sequer uma palavra deixarei que se perca. VOLUME 26

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