Estudo 51 Livro do Céu Vol. 21 a 27 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 51 Livro do Céu Vol. 21 a 27 – Escola da Divina Vontade
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21-18
Abril 22, 1927

Como a Criação são os ornamentos do Ser Divino. Incapacidade de compreendê-lo. Grande complacência na criação do homem.

(1) Continuando o meu estado habitual, o meu doce Jesus fazia-se parecer como um menino, todo
aflito, e era tanta a sua tristeza que parecia que se sentia como se estivesse a morrer. Eu o apertei
ao coração, o beijei muitas vezes, quem sabe o que não teria feito para consolá-lo. E Jesus
suspirando me disse:
(2) “Minha filha, olha como é bela toda a Criação, que fascínio de luz, que encanto de variedade e
de rara beleza, porém não são outra coisa que ornamentos de nosso Ser Divino; se tais são
nossos ornamentos, nosso Ser supera de modo incompreensível a nossos mesmos ornamentos, e
à criatura é incapaz de compreender toda a incompreensibilidade do nosso Ser; assim como o olho
é incapaz de fechar nele toda a vastidão da luz do sol, a vê, enche-se o olho de luz por quanto
dela pode conter, mas encerrá-la toda, medir a largura e a extensão até onde a luz se estende, lhe
é impossível, assim é nosso Ser para a capacidade humana e são nossos ornamentos que sempre
vê e toca com sua mão; o sol o vê, a luz a toca e ela faz sentir seu calor, vê a imensidão das águas
do mar, vê a abóbada azul do céu com tantas estrelas, mas saber dizer de que é formada a luz,
quanta luz o sol contém, quanta água contém o mar, quantas estrelas e de que é formada essa
abóbada azul, não saberá dizer nada, vê e goza de tudo isto, mas é o primeiro ignorante em
aritmética, em peso e medida. Se isto é de nossos ornamentos, muito mais de nosso Ser Divino.
Mas tu deves saber que toda a Criação e cada coisa criada dá lição ao homem, elas narram
nossas qualidades divinas, e cada uma dá lição da qualidade que contém: O sol dá lição de luz e
ensina que para ser luz se necessita ser puro, despojado de toda matéria; a luz contém o calor
unido a ela, não se pode separar a luz do calor, assim que se queres ser luz deves amar só a seu
Criador, e isto te levará como sol a fecundidade do bem. O céu dá-te lição da minha Pátria
Celestial, chama-te continuamente ao teu Criador, dá-te lição de desapego do que é terra, da altura
de santidade à qual deves chegar, Dá-te uma lição de que deves adornar-te mais que estrelas de
todas as virtudes divinas. Assim que cada coisa dá lição e chama ao homem a refletir-se nelas
para copiá-las e imitá-las; não pus fora meus ornamentos só para fazê-los ver, senão para que
imitando-os pudesse adornar-se a criatura, porém, quem põe atenção para escutar tantas lições?
Quase nenhum”.

(3) E todo aflito fez silêncio. Então eu segui o Supremo Querer no ato quando estava o Ser Divino
por criar o homem, a fim de que pudesse também eu junto com meu primeiro pai Adão, amá-lo com
aquele amor com o qual ele o amou no primeiro instante quando foi criado, queria receber aquele
alento divino, aquele desabafo de amor para dá-lo novamente ao meu Criador. Mas enquanto
pensava assim, o meu doce Jesus, satisfazendo-se todo, disse-me:

(4) “Minha filha, para quem vive em minha Vontade não há ato nosso que não possa estar
presente, nem ato nosso que tenhamos posto fora de Nós que não possa receber, eis para ti meu
alento e nosso desabafo de amor. Como foi grande nossa complacência neste primeiro ato da
criação do homem; havíamos criado céu e terra, mas nada de novo sentíamos em Nós, mas ao
criar o homem foi muito diferente, era uma vontade que era criada, e vontade livre, e nela
encerramos a nossa, pondo-a como em um banco para receber os interesses de nosso amor, da
glória, de nossa adoração que a Nós convinha. Oh! como transbordava em Nós o amor, como se
estremecia de alegria ao verter-se nesta livre vontade para ouvir-se dizer, ‘te amo’, e quando o
homem cheio do nosso amor fez sair de seu peito a primeira palavra, ‘te amo’, grandíssima foi
nossa complacência, Porque foi como se nos desse os interesses de todos os bens que tínhamos
posto nele. Esta vontade livre, criada por Nós, era a depositária do capital de uma Vontade Divina,
e nos contentávamos com um modesto interesse, sem pretender mais o capital. Por isso foi grande
a dor da queda do homem, porque nos rejeitou o capital para não nos dar o modesto interesse, e
seu banco ficou vazio, e seu inimigo fazendo aliança com ele, o encheu de paixões e de misérias,
pobrezinho, ficou fracassado. Agora minha filha, como o ato da criação do homem foi um ato
solene e de grande complacência nossa, te chamamos e te queremos a ti neste ato, para repetir a
solenidade do ato, pondo em tua vontade o grande capital da nossa e enquanto fazemos isto, O
nosso amor redunda e estremece de alegria e de grande complacência, porque vemos realizada a
nossa finalidade. Certamente você não nos negará o modesto interesse, não recusará nosso
capital, não é verdade? Mas bem cada dia faremos contas, te farei te apresentar nesse primeiro ato
quando criamos esta livre vontade, você para me dar o interesse e Eu para ver se posso
acrescentar algo mais a meu capital”.

(5) Minha mente se perdia no Fiat Divino e pensava entre mim: “Oh! como gostaria de receber
aquele primeiro ato da criação, aquele desabafo divino de intenso amor que derramou sobre a
primeira criatura quando a criou, gostaria de receber aquele sopro omnipotente para poder dar
novamente ao meu Criador todo o amor e toda aquela glória que tinha estabelecido receber da
criatura”. Mas enquanto isso eu pensava, meu doce Jesus me apertando disse:

(6) “Minha filha, é precisamente esta minha finalidade de vir tão frequentemente a você, tanto, que
a algum poderá parecer estranho e quase fora de meu costume, porque ir tão frequentemente não
o tenho feito com nenhum. Tudo isto é para reordenar meu ato primeiro do modo como criei a
criatura, e por isso volto a ti, entretenho-me como o mais amantíssimo pai com sua filha, quantas
vezes não te infundi meu fôlego até poder conter meu sopro onipotente? Derramei em ti meu amor
contido até te encher até a borda de tua alma, tudo isto não era outra coisa que a renovação do ato
solene da Criação, queria sentir aquela grande complacência de quando criei o homem, e por isso
venho a ti, não só para renová-lo mas para reordenar a ordem, a harmonia, o amor entre Criador e
criatura no modo como foi criada. No princípio da criação do homem não havia distância entre Eu e
ele, tudo era familiaridade, não apenas me chamava e Eu estava com ele, o amava como filho e
como por filho Eu me sentia tão atraído por ele, que não podia fazer menos que ir me entreter
frequentemente com ele. Eu com você estou renovando o princípio da Criação, por isso fique
atenta a receber um bem tão grande”.

21-4
Março 5, 1927

Como a firmeza no bem é somente de Deus, o qual tendo feito uma vez um ato, este não
cessa mais. Efeitos da firmeza. Como a Humanidade de Nosso Senhor foi vínculo de tempos,remédio e modelo. Como quer salvo os direitos do Querer Divino.

(1) Sentia-me no máximo da aflição pela privação de meu doce Jesus, e em meu íntimo lhe dizia:
“Meu amor e Minha Vida, como é que partiste de mim sem me dizer adeus, nem me ensinar para
onde dirigir os meus passos, nem o caminho que devo percorrer para te reencontrar, mas bem me
parece que Tu mesmo me impediste os caminhos para não te deixar encontrar, e por quanto possa
girar e chamar-te Tu não me escutas, os caminhos estão fechados, e eu extenuada pelo cansaço
estou obrigada a deter-me e choro por Aquele que a qualquer custo quisesse encontrar e não
encontro. Ah! Jesus, Jesus, regressa, vem àquela que não pode viver sem Ti”. Mas enquanto
desabafava minha dor, mal se moveu em meu interior, e eu ao sentir que se movia lhe disse: “Meu
Jesus, minha Vida, por que me faz esperar tanto, até não poder mais? Se te faz ver é apenas como
relâmpago, e sem me dizer nada se faz mais obscuro que antes e eu fico mais em meus desvarios,
e delirando de dor te busco, te chamo, mas em vão te espero”. E Jesus compadecendo-me disse-
me:

(2) “Minha filha, não temas, estou aqui contigo, o que quero é que jamais saias de dentro de minha
Vontade, que sempre continue teus atos sem jamais te apartar dos confins do Reino do Fiat
Supremo, e isto te dará a firmeza que te assemelhará a teu Criador, o qual, tendo feito uma vez um
ato, esse ato tem vida contínua sem cessar jamais. Um ato sempre continuado é só de Deus, o
qual não sofre interrupções em seus atos, por isso nossa firmeza é inabalável e se estendendo
onde quer com nossa imensidão, torna sem interrupção nossos atos e onde quer que nos
apoiemos encontramos nossa firmeza que nos faz a maior honra, nos faz conhecer como o Ente
Supremo, Criador de tudo, e torna inabalável nosso Ser e nossos atos, Porque, onde quer que
queiramos apoiar-nos, encontramos a nossa firmeza que tudo sustenta; minha filha, a firmeza é
natureza e dom divino, e é justo que demos esta participação e dote de natureza divina a quem
deve ser filha do nosso Fiat Divino e viver no nosso Reino. Assim que continuar seus atos nEle
sem interrompê-los jamais, faz saber que já está em posse do dote de nossa firmeza. Quantas
coisas diz a firmeza! Diz que a alma se move só por Deus; diz que se move com razão e com puro
amor, não com paixão e interesse próprio, diz que conhece o bem que faz e Por isso se mantém
firme nele sem jamais interrompê-lo; a firmeza diz com caracteres indeléveis: Aqui está o dedo de
Deus’. Por isso sê firme em teus atos e terás nossa firmeza divina em teu agir”.

(3) Depois disto continuava meus atos no Supremo Querer, e chegando ao ponto de seguir os atos
de Jesus desde que foi concebido no seio da Imaculada Rainha, até que morreu sobre a cruz, me
amável Jesus, fazendo-se ouvir de novo em meu interior me disse:

(4) “Minha filha, minha Humanidade veio à terra como em meio dos tempos, para reunir o passado,
quando a plenitude de minha Vontade reinava no homem; na Criação tudo era seu, onde quer que
tivesse seu Reino, sua Vida obrante e Divina, e eu encerrei em Mim esta plenitude de meu Querer
Divino, e vinculando os presentes me fiz primeiro modelo para formar os remédios que se
requeriam, as ajudas, os ensinamentos que se necessitavam para curá-los, e depois vinculava os
futuros à plenitude daquela Vontade Divina que reinava nos primeiros tempos da Criação. Assim
que minha vinda à terra foi vínculo de reunião dos tempos, foi remédio para formar este vínculo
para fazer que o Reino do Fiat Divino pudesse retornar no meio das criaturas, foi modelo que fazia
para todos, os que se modelando ficavam retomados nos vínculos feitos por Mim. Eis por que
antes de te falar de minha Vontade te falei de minha vinda à terra, do que Eu fiz e sofri, para te dar
os remédios e o modelo de minha própria Vida, e depois te falei de meu Querer, eram vínculos que
formava em ti, e nestes vínculos formava o Reino de minha Vontade, e sinal disto são os tantos
conhecimentos que te manifestei acerca dela, a sua dor porque não reina com toda a sua plenitude
no meio das criaturas, e os bens que promete aos filhos do seu Reino”.

(5) Depois eu continuava a rezar e me sentia meio sonolenta, quando de improviso ouvia falar em
voz alta dentro de mim, pus atenção e vi meu amado Jesus com os braços no alto, em ato de me
abraçar, que com voz forte me dizia:

(6) “Minha filha, eu não peço outra coisa de ti senão que sejas a filha, a mãe, a irmã da minha
Vontade, que ponhas a salvo em ti os seus direitos, a sua honra, a sua glória”.

(7) E isto dizia-o com voz alta e forte; depois, baixando a voz e abraçando-me acrescentou:

(8) “O motivo minha filha pelo qual quero a salvo os direitos de meu eterno Fiat, é porque quero
encerrar na alma a Santíssima Trindade, e só minha Vontade Divina pode nos dar o lugar e a glória
digna de Nós, e só por meio dela podemos operar livremente e estender em ti todo o bem da
Criação, formar coisas ainda mais belas, porque com nossa Vontade na alma podemos tudo, sem
Ela nos faltaria o lugar onde nos colocarmos e onde estender nossas obras; portanto, Não sendo
livres, permanecemos em nossos apartamentos celestiais. Acontece como a um rei, que amando
com amor excessivo a um súbdito seu quer abaixar-se a fazer vida em seu pequeno cortiço, mas
quer ser livre, quer pôr no pequeno cortiço suas coisas reais, quer mandar, quer que coma junto
com ele seus bons e delicados alimentos, em suma, quer fazer sua vida de rei, mas o súdito não
quer que o rei ponha suas coisas reais, nem que mande, nem quer adaptar-se aos alimentos do
rei. O rei não se sente livre e por amor à liberdade volta-se ao seu palácio real. Onde não reina
minha Vontade não sou livre, a vontade humana põe contínua oposição à minha e por isso não
tendo a salvo nossos direitos, não podemos reinar e por isso estamos em nossa morada real”.

22-4
Junho 17, 1927

Como a Vontade de Deus é tudo. Como vê novamente o padre Di Francia, e ele lhe diz suas surpresas.

(1) Sinto minha pobre mente como fixa no centro do Fiat Supremo, e movendo-me em torno deste
centro difundia-me em todos seus atos, abraçando na interminabilidade de sua luz a todos e a
tudo, mas enquanto isso fazia pensava para mim: “Por que devo abraçar a todos e a tudo estando
no Querer Divino?” E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(2) “Minha filha, minha Vontade é tudo, não há coisa que dela não receba a vida, não há lugar onde
não se encontre, não há efeito bom que dela não surja, tudo é seu, dela tudo depende; por isso na
alma onde Ela reina quer encontrar a todos e tudo o que é seu, e se não encontrasse a todos e a
tudo se sentiria dividida em seu império, separada de seus atos, o que não pode ser. Eis por que
sentir em ti a Vida do Fiat Divino, junto com Ela tu sentes a todos e a tudo: Sentes a vida do sol
que dá luz, aquece e fecunda, e à terra que respirando esta luz se torna fecunda, veste-se de
plantas e flores, e dando-se a mão terra e sol, sustentam e alegram todas as gerações. É a minha
Vontade que dá vida ao sol, que faz respirar a terra para alegrar toda a Criação, fazendo cantar os
pássaros, saltar e balir os cordeiros e tudo o que acontece no universo; não queres tu acaso sentir
tudo o que faz a minha Vontade, que fechando em ti como num só centro tudo, faz-te sentir o
coração humano que palpita, a mente que pensa, as mãos que agem, e que enquanto dá vida a
tudo isto, não sendo todos para Ela, não encontra a correspondência de seus atos divinos nos atos
da criatura, e quer de ti o que eles não fazem? Quer que todos seus atos sejam preenchidos por
você com os atos de sua mesma Vontade Divina. Por isso sua tarefa é grande e requer suma
atenção”.

(3) Depois disto encontrei-me fora de mim mesma, e enquanto procurava o meu doce Jesus
encontrei-me com o padre Di Francia, estava todo alegre e disse-me:

(4) “Sabes quantas belas surpresas encontrei? Eu não acreditava nela quando estava na Terra,
embora pensasse que tinha feito algum bem ao publicar o Relógio da Paixão, mas as surpresas
que encontrei são maravilhosas, encantadoras, de uma raridade jamais vista, todas as palavras
concernentes à Paixão de Nosso Senhor mudadas em luz, uma mais bela que a outra, todas
entrelaçadas entre elas, e estas luzes crescem sempre à medida que as criaturas fazem as Horas
da Paixão, assim outras luzes se agregam às primeiras. Mas o que mais me surpreendeu foram as
poucas palavras publicadas por mim sobre a Divina Vontade. Cada palavra mudada em sol, que
investindo com seus raios todas as luzes formam tal surpresa de beleza que se permanece
arrebatado, encantado. Você não pode imaginar como fiquei surpreso ao me ver no meio destas
luzes e destes sóis, como fiquei contente e agradeci ao nosso Sumo Bem Jesus que me deu a
ocasião e a graça de fazê-lo; também você agradeça-lhe de minha parte”.

(5) Eu fiquei maravilhada ao ouvir isto, e estava fazendo minhas orações no Fiat Divino, querendo
que tomassem parte também os mesmos bem-aventurados, e meu amável Jesus me disse:
(6) “Minha filha, em tudo o que se faz em minha Vontade Divina, ainda que a alma não ponha a
intenção, todos tomam parte, muito mais os bem-aventurados que vivem na unidade dela. Minha
Vontade se encontra por toda parte, e com sua força unificadora leva a todos, como ato seu o que
faz a criatura nela; só há esta diferença, que se a alma que opera em minha Vontade na terra põe
a intenção de dar glória especial a quem vive na pátria celestial, os bem-aventurados do Céu se
sentem, na unidade de meu Querer, chamar por aquela que quer parabenizá-los e glorificá-los de
mais; eles a olham com tanto amor e complacência, que estendem sua proteção toda especial
sobre ela. Quem não trabalha na unidade do meu Fiat fica no baixo, porque lhe falta a força para
subir ao alto, suas obras não possuem nem a força comunicativa, nem a de elevar-se, as correntes
de comunicação estão fechadas e estão vazias de luz. Se tu soubesses que diferença há entre
quem age, inclusive o bem, na unidade do meu Querer, e quem age fora dele, inclusive o bem,
mesmo à custa da tua vida não farias nada, por mínimo que seja, fora da minha Vontade”.

(7) E depois, vendo-me com amor no mais íntimo de meu interior continuou:
(8) “Minha filha, vim para ver e visitar as propriedades de meu amor que depositei em tua alma, e
se tudo está em ordem e íntegro como foi posto por Mim”.
(9) E depois de ter observado tudo, desapareceu.

23-4
Setembro 28, 1927
Na Divina Vontade não pode haver imperfeições, e deve-se entrar nela nu de tudo. Quem não
faz a Divina Vontade destrói a Vida Divina em si, e isto é um delito que não merece piedade. Só a Divina Vontade é repouso. Castigos.

(1) Sentia-me toda abandonada no Fiat Supremo, mas em meio à Santidade de um Querer tão
santo me sentia imperfeita, má e pensava em mim: “Como pode ser que meu amado Jesus me diz
que me faz viver dentro de seu Querer Divino, e no entanto me sinto tão má?” E o meu adorado
Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(2) “Minha filha, em minha Vontade Divina não pode haver nem imperfeições nem maldades, Ela
tem a virtude purificadora e destruidora de todos os males, sua luz purifica, seu fogo destrói até a
raiz do mal, sua Santidade santifica e embeleza, de maneira que deve servir para fazê-la feliz e
tomar todas os seus prazeres com quem vive nela, não admite a viver em meu Querer Divino a
criaturas que possam levar nelas imperfeições, amarguras, seriam coisas contra sua natureza, e
por isso jamais poderia admiti-las a viver em Ela; mas o que tu dizes são impressões de feiúra, de
imperfeições, de maldades, e a minha vontade se serve delas como escabelo ou terra que se tem
debaixo dos pés, que nem sequer as olha e só pensa em gozar a sua pequena filha e em lhe pôr
no colo seus atos, suas alegrias, suas riquezas para fazê-la feliz, e assim poder gozar da felicidade
dela. Minha Vontade dá o que tem e não admite nela coisas que não lhe pertençam, ainda
mínimas, por isso quem quer viver nela deve entrar nu de tudo, porque a primeira coisa que faz
meu Querer é vestir a alma de luz, embelezar com adornos divinos, imprime sobre a testa o beijo
da paz perene, da felicidade e da firmeza; o humano não tem nada que fazer nela, não tem nem
vida nem lugar, e a alma mesma sente tal rejeição pelo que não pertence a meu Querer, que daria
a vida antes de tomar parte no que não pertence à santidade da minha Divina Vontade”.

(3) Depois seguia meu abandono no Fiat Divino, e meu doce Jesus acrescentou: “Minha filha,
minha Divina Vontade foi dada desde o princípio da Criação como vida das criaturas, e Ela tomou o
compromisso de manter esta sua vida nelas, íntegra, bela, em seu pleno vigor, fornecendo-lhe em
cada ato de criatura um ato divino dela, um ato da altura da sua santidade, da sua luz, do seu
poder e beleza. Ela se punha à expectativa esperando os atos das criaturas para dar-lhes do seu,
de modo de fazer neles um presságio de Vida Divina digna de sua potência e sabedoria. Para
compreender isto basta apenas dizer que meu Querer Divino devia formar tantas Vidas de Si
mesmo em cada uma das criaturas, e por isso punha em exercício de trabalho toda sua habilidade
e qualidades infinitas que possuía. Como teriam sido belas estas Vidas Divinas nas criaturas, Nós
olhando-as devíamos encontrar nelas nosso reflexo, nossa imagem, o eco de nossa felicidade; que
alegria, que festa teria sido a Criação para Nós e para as criaturas! Agora você deve saber que
quem não faz minha Divina Vontade e não vive nela, quer destruir a própria Vida Divina nela, Vida
que devia possuir. Destruir a própria Vida, que crime!

Quem não condenaria quem quisesse destruir a própria vida do corpo, ou quem não quisesse tomar o alimento e se tornasse débil,
enfermo, inábil para tudo? Então quem não faz a minha vontade destrói a própria Vida que a
bondade divina quer dar-lhe, e quem a faz, mas nem sempre e não vive nela, como lhe falta o
alimento contínuo e suficiente, é o pobre enfermo, sem força, débil, inábil para fazer o verdadeiro
bem, e se alguma coisa parece que faz, é sem vida, com fadiga, porque é meu querer o único que
pode dar-lhe vida; que delito minha filha, que delito, que não merece nenhuma piedade”.
(4) Meu amado Jesus mostrava-se cansado e como intranquilo, tanto era a dor de tantas Vidas
destruídas nas criaturas, também eu sentia por isso uma pena e dizia a Jesus: “Meu amor, diz-me,
o que tens? Você sofre muito, a destruição destas Vidas Divinas de sua adorável Vontade é sua
maior dor, por isso te rogo, faça que venha seu reino, a fim de que esta sua dor se transforme em
alegria, e assim a Criação não te dê mais inquietudes e dor, mas repouso e felicidade”. E vendo
que com as minhas palavras não conseguia acalmá-lo, chamei na minha ajuda a todos os atos da
sua Vontade feitos na Criação, e emitindo os meus, circundei Jesus com os atos dela. Uma luz
imensa se fazia em torno de Jesus, esta luz eclipsava todos os males das criaturas e Ele tomava
repouso e depois acrescentou:

(5) “Minha filha, é só o meu Querer que pode me dar repouso. Se queres acalmar-me quando me
vês inquieto, presta-te tu mesma ao desenvolvimento da Vida da minha Vontade em ti, e fazendo
teus os seus atos encontrarei em ti a sua luz, a sua santidade, as suas alegrias infinitas que me
darão repouso, e farei uma pausa em castigar as criaturas, castigos muito merecidos por estas
Vidas Divinas que destroem nelas e que merecem que lhes destrua todos os bens naturais e
mesmo sua própria vida, não vê como o mar sai de seus limites e faz caminho para arrebatar estas
vidas em seu seio e enterrá-las nele? O vento, a terra, quase todos os elementos caminham para
rasgar as criaturas e destruí-las. São os atos de minha Vontade espalhados na Criação por amor
delas, e que não os tendo recebido com amor se convertem em Justiça”.

(6) Eu fiquei espantada ao ver isto e rogava a meu sumo bem Jesus que se acalmasse e que logo
viesse o reino do Fiat Divino.

24-4
Abril 4, 1928
Em Deus a palavra é tudo. O conhecimento é o portador do ato divino e da posse dos bens divinos pelas criaturas. Cuidado que prescreve Jesus.

(1) Estava fazendo meu giro no Fiat Divino, e em minha mente se formavam tantos pensamentos
sobre o Querer Supremo e pensava entre mim: “Como pode ser que somente ao conhecer as
criaturas os conhecimentos sobre a Divina Vontade possa vir seu reino? Se para vir o reino da
Redenção fez tanto, não bastou só conhecer, senão que fez, sofreu, morreu, fez milagres, e agora
para o reino do Fiat Divino, que é mais que a Redenção, bastarão somente os conhecimentos?”
Enquanto pensava assim, o meu amável Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:

(2) “Minha filha, as criaturas, para formar a menor coisa têm necessidade de obras, de passos e de
matérias primas, mas Deus, teu Jesus, não tem necessidade de nada para criar e formar as obras
maiores, até o universo inteiro; para nós a palavra é tudo, não foi todo o universo criado somente
com a palavra? E ao homem para gozar de todo este universo só bastou conhecê-lo; são os
caminhos que tem nossa Sabedoria, que para dar nos servimos da palavra, e o homem para
receber se deve servir do conhecimento do que Nós temos dito e feito com nossa palavra, com
efeito, se alguém não conhece todas as variedades das plantas que estão espalhadas por toda a
terra, não goza nem é dono dos frutos das plantas que desconhece, porque na nossa palavra está
não só a força criadora, mas unida a ela está a força comunicativa que serve para comunicar às
criaturas o que temos dito e feito, mas se não conhecem nada lhes vem dado. O que o homem
adicionou para desfrutar a luz do sol e receber seus efeitos? Nada, nem acrescentou nada à água
que bebe, ao fogo que o aquece e a tantas outras coisas criadas por Mim, mas as necessitava
conhecer, de outra maneira teria sido para o homem como se não existissem. O conhecimento é o
portador da vida de nosso ato e o portador da posse pela criatura de nossos bens, assim que os
conhecimentos sobre minha Vontade têm virtude de formar seu reino em meio às criaturas, porque
tal foi o nosso propósito, quando os manifestei, e se na Redenção quis descer do Céu para tomar
carne humana, foi porque quis descer em todos os atos humanos para reordená-los, muito mais,
pois Adão se subtraiu de nossa Vontade Divina para contentar sua humanidade, e com isto se
desordenou tudo, perdeu seu estado de origem, e Eu devia fazer o mesmo caminho, descer em
uma Humanidade para reordená-lo de novo, e tudo o que fiz nela devia servir como remédio,
medicamento, exemplo, espelho, luz, para poder pôr em ordem a humanidade decaída. Agora,
tendo feito tudo o que era necessário, e ainda mais, tanto que Eu já não tinha que fazer mais, fiz
tudo e fiz como Deus, com meios surpreendentes e com amor invencível para reordenar esta
humanidade decaída, o homem não pode dizer que Jesus não o fez para curá-lo, para reordená-lo
e colocá-lo a salvo.

Tudo o que Eu fiz em minha Humanidade não foi outra coisa que preparação e
remédios que prescrevia para que curasse a família humana, para regressar de novo na ordem da
minha Divina Vontade. Portanto, depois de cerca de dois mil anos de cuidados, é justo e decente
para nós e para o homem, que este já não esteja doente, mas sim que retorne são para entrar no
reino de nossa Vontade, e por isso se necessitavam os conhecimentos dela, para fazer com que a
nossa palavra criadora, que fala e cria, fala e comunica, fala e transforma, fala e vence, fala e faz
surgir novos horizontes, novos sóis por quantos conhecimentos manifesta, de modo que formarão
tantos doces encantos, que a criatura, surpreendida, ficará conquistada e investida pela luz de meu
eterno Querer, porque não se necessita outra coisa para que venha seu reino que o que as duas
vontades se beijem, que uma se perca na outra, a minha para dar e a vontade humana para
receber. Por isso minha palavra criadora assim como bastou para criar o universo, assim será
suficiente para formar o reino de meu Fiat, mas é necessário que se conheçam as palavras que
disse, os conhecimentos que manifestei, para poder comunicar o bem que contém minha palavra
criadora, por isso insisto tanto em que sejam conhecidos os conhecimentos sobre minha Vontade,
a finalidade pela qual os manifestei, para poder realizar meu reino que tanto suspiro dá-lo às
criaturas, e Eu atropelarei Céu e terra para obter minha tentativa”.

25-4
Outubro 25, 1928

A alma que vive no Fiat faz surgir e põe em campo todas as obras divinas. Exemplo. A recepção do Pai Celestial.

(1) Minha pequena e pobre mente me faz sentir como fixa no Fiat Divino, sinto toda a força do doce
encanto da luz de suas verdades, as encantadoras cenas de todos os prodígios e variedade de
belezas que Ele contém, e embora quisesse pensar em outra coisa, me falta o tempo para fazê-lo,
porque o mar do Querer Divino murmura sempre, e seu murmúrio ensurdecedor, emudece a todas
as outras coisas e me tem dentro de seu mar para murmurar junto com ele. Oh potência, oh doce
encanto do eterno Querer, como admirável e amável és! Queria que todos murmurassem junto
comigo, e pedia à Soberana Rainha que me desse o murmúrio de seu amor, de seus beijos, para
dá-los novamente a Jesus, porque tinha recebido a comunhão e sentia que para agradá-lo queria
dar-lhe os beijos de sua Mãe. E meu sempre amável Jesus movendo-se e fazendo-se sentir em
meu interior me disse:

(2) “Minha filha, tudo o que fez a Rainha do Céu, tudo está naquele Fiat Divino, o qual teve a glória,
a honra de possuí-lo, pode-se dizer que todos seus atos estão incluídos no mar interminável do
Querer Divino e nadam nele como nadam os peixes no mar; agora, a alma que vive n’Ele faz surgir
não só todos os atos da minha Mãe Celestial, mas faz surgir de novo e põe em campo todas as
obras do seu Criador. Só quem vive em meu Querer pode sentar-se à mesa divina, pode abrir
todos seus tesouros, pode entrar no sacrário dos mais íntimos segredos dos esconderijos divinos,
e como dona os toma e os dá a seu Criador e, oh! Quantas coisas põe em movimento, faz surgir e
põe em ação todas as obras divinas, e ora faz uma música divina, ora faz uma cena das mais belas
e comovedoras, ora põe em movimento todo seu amor e fazendo ressurgir forma uma cena
encantadora toda de amor a seu Criador; então ela é a renovadora de todas as alegrias e felicidade
para o seu Criador. Assim que quiseste dar-me os beijos da Mãe Rainha, puseste-os em
movimento e correram para me beijar. Para quem vive em minha Divina Vontade acontece como a
uma pessoa que entrasse em um palácio real, o rei que o habita tem salões de concertos musicais,
objetos para formar as cenas mais belas, obras de arte de variada beleza; agora, a pessoa que
entra senta-se no salão do concerto musical e toca, o rei seduzido pelo som corre e vai ouvir a
sonata.

Agora, aquela pessoa vendo que o rei goza, põe em movimento os objetos e põe em
campo a cena, o rei fica arrebatado e se bem sabe que são coisas suas, mas aquela pessoa as
pôs em movimento para lhe dar prazer. Assim é para quem vive em meu Fiat Divino, entra no
palácio real de seu Pai Celestial, e encontrando tantas variedades de belezas as põe todas em
movimento, para rejubilar, fazer feliz, amar Aquele que a pôs dentro, e assim como não há bem
que não possua meu eterno Querer, assim não há alegria, amor, glória, que a alma não possa dar
ao seu Criador e, oh! Como nos é agradável ver esta afortunada criatura no palácio real de nosso
Querer Divino, que tudo quer tomar, tudo quer pôr em movimento, tudo quer tocar, parece que não
está contente se não toma tudo para nos dar tudo, fazer-nos as festas e renovar-nos as nossas
alegrias e felicidade. E ao vê-la damos-lhe as boas-vindas e Nós mesmos lhe dizemos: ‘Filha
amadíssima, em breve, toca-nos uma canção divina, escrevemos-vos uma cena comovente de
amor, renovem-nos a nossa felicidade.’ E ela, ora nos renova as alegrias da Criação, ora as da
Soberana Rainha, ora as da Redenção, e termina sempre com seu, e nosso agradável refrão: Teu
Querer seja conhecido e reine como no Céu assim na terra”.

26-5
Abril 28, 1929

O Fiat Divino torna inseparável a criatura de Deus. Transbordamento divino
pela criatura. Tudo está seguro em quem vive no Fiat, e tudo está em perigo em quem faz a vontade humana.

(1) Estava a fazer a meu giro no Fiat Divino para seguir os seus atos na Criação, e tendo chegado
ao Éden, a minha pobre mente parou no ato quando criava o homem, e infundindo-lhe o fôlego
infundia-lhe a vida, e rogava a Jesus que desse o alento a minha pobre alma para infundir-me o
primeiro alento divino da Criação, a fim de que com seu alento regenerador pudesse recomeçar
minha vida toda no Fiat, de acordo com a finalidade para a qual me tinham criado. Mas enquanto
isso fazia, meu doce Jesus saiu de dentro de mim, como em ato de querer infundir-me seu alento e
me disse:
(2) “Minha filha, é nossa Vontade que a criatura volte a subir a nosso seio, entre nossos braços
criadores para dar-lhe novamente nosso alento contínuo, e neste alento dar-lhe a corrente que
gera todos os bens, alegrias e felicidade, mas para poder dar este alento, o homem deve viver em
nosso Querer, porque só n’Ele o pode receber, e Nós dá-lo. Nosso Fiat tem tal virtude, de tornar
inseparável a criatura de Nós, e o que Nós somos e fazemos por natureza, ela pode fazê-lo por
graça. Nós ao criar o homem não o colocávamos separado de nós, e para tê-lo junto lhe dávamos
nossa mesma Vontade Divina, a qual lhe daria o primeiro ato para agir junto com seu Criador; foi
esta a causa de que nosso amor, nossa luz, nossas alegrias, a potência e beleza nossas
regurgitaram todas juntas, e, transbordando fora do nosso Ser Divino, colocamos a mesa àquele
que tínhamos formado com tanto amor com as nossas mãos criadoras e gerado com o nosso
próprio alento. Queríamos gozar nossa obra, vê-lo feliz com nossa mesma felicidade, embelezado
com nossa beleza, rico de nossa riqueza, muito mais que era Vontade nossa estar junto com a
criatura, trabalhar juntos e nos entreter junto com ela; os jogos não podem ser feitos de longe, mas
de perto. Então, por necessidade de criação e para manter integrada nossa obra e a finalidade com
a qual a havíamos criado, o único meio era dotar o homem de Vontade Divina, a qual o teria
conservado como saiu de nossas mãos criadoras, e ele teria gozado todos nossos bens, e Nós
devíamos gozar porque ele era feliz. Por isso não há outros meios para fazer que o homem retorne
a seu posto de honra, e que entre de novo a trabalhar junto com seu Criador, e que se entretenham
mutuamente, que entre de novo em nosso Fiat, a fim de o levemos triunfante a nossos braços que
o estão esperando para o estreitar forte a nosso seio divino, e dizer-lhe: „Finalmente, depois de seis
mil anos voltaste, andaste errante, provaste todos os males, porque não há bem sem nosso Fiat,
provaste o suficiente e tocaste com a mão o que significa sair d‟Ele, por isso não saias mais e vem
descansar e gozar o que é teu, porque em nosso Querer tudo te foi dado’. Portanto minha filha,
seja atenta, tudo lhe daremos se viver sempre em nosso Fiat, nosso alento tomará prazer em dar-
se sempre a ti, para te dar nossas alegrias, nossa luz, nossa santidade, e comunicar-te a atitude de
nossas obras, a fim de que sempre possamos ter junto à pequena filha regenerada por nossa
Divina Vontade”.
(3) Dito isto, retirou-se dentro de mim, e eu continuava a seguir os inúmeros atos do Fiat Divino, e o
bendito Jesus me disse:

(4) “Minha filha, é prerrogativa de meu Querer Divino pôr em seguro tudo o que possui; assim
quando entra na alma, como possuidor dela, todas as coisas as põe em seguro: põe em seguro a
santidade, a graça, a beleza, todas as virtudes, e para fazer que tudo esteja em seguro, faz
substituir na alma a sua santidade divina, a sua beleza, suas virtudes, tudo em modo divino, e
pondo nisso seu selo que é intangível de toda mudança, torna à criatura intangível de todo perigo.
Portanto, para quem vive no meu Querer nada há a temer, porque Ele assegurou cada coisa com o
seu seguro divino. Ao contrário, a vontade humana faz com que tudo fique em perigo, mesmo a
própria santidade, as virtudes que não estão sob o domínio contínuo do meu Fiat, estão sujeitas a
perigos contínuos e a oscilações contínuas; as paixões têm o caminho aberto para pôr tudo em
desordem e lançar por terra as virtudes, a santidade, formadas com tantos sacrifícios. Se não há a
virtude vivificadora e alimentadora contínua de meu Querer, que feche todas as portas e todos os
caminhos a todos os males, a vontade humana tem portas e caminhos para fazer entrar o inimigo,
o mundo, a estima própria, as misérias, as perturbações, que são a traça das virtudes e da
santidade, e quando há a traça não há força suficiente para estar firmes e perseverantes no bem,
por isso tudo está em perigo quando não reina minha Divina Vontade. Além disso, é tanto o mal
que não reine nossa Divina Vontade no meio das criaturas, que todas as coisas estão em contínua
oscilação, nossa própria Criação, todos os bens da Redenção, são intermitentes, porque não
encontrando na família humana nosso Fiat reinante, nem sempre pode dar os mesmos bens, aliás,
muitas vezes devemos servir-nos da Criação e Redenção para armá-la contra o homem, porque o
querer humano se põe contra o nosso, e Nós, por justiça, devemos feri-los, para lhe fazer
compreender que não reinando o nosso Querer, o humano rejeita os nossos bens e obriga-nos a
castigá-los; a mesma glória que a criatura nos dá por meio da Criação e Redenção, não é fixa,
muda a cada ato de vontade humana.

Assim, o pequeno interesse que a criatura nos devia dar, de
seu amor e de sua glória que nos deveria dar, porque tanto lhe havíamos dado, não é sequer renda
fixa, mas sim que tudo é intermitente, porque só a nossa Vontade tem virtude de tornar irremovíveis
e contínuos os seus atos e aqueles onde Ela reina. Assim, até que nosso Fiat Divino reine tudo
está em perigo; a Criação, a Redenção, os sacramentos todos estão em perigo, porque o humano
querer hora abusa, hora não reconhece Aquele que tanto o amou e beneficiou, hora pisoteia sob
seus pés nossos próprios bens; por isso, até que não reine nosso Querer que porá no meio das
criaturas a ordem divina, sua firmeza, harmonia e seu dia perene de luz, de paz, tudo estará em
perigo para ele e para Nós, nossas mesmas coisas estarão sob a opressão do perigo e não
poderão dar às criaturas os bens abundantes que elas contêm”.

27-5
Outubro 12, 1929

Com viver no Divino Querer, o querer humano ascende e o Divino desce. Como se adquirem as prerrogativas divinas.

(1) Estava fazendo meu habitual giro no Fiat Divino, e chamando tudo o que havia feito na Criação
e Redenção, oferecia-os à Majestade Divina para impor que a Divina Vontade fosse conhecida, a
fim de que reine e domine em meio às criaturas. Mas enquanto fazia isto pensava em mim: “Qual é
o bem que faço ao repetir sempre estes giros, atos e ofertas? E meu amável Jesus movendo-se em
meu interior me disse:

(2) “Minha filha, cada vez que gira em nossas obras e se une aos atos que fez meu Fiat na Criação
e Redenção para oferecê-los, você dá um passo para o Céu e minha Divina Vontade dá um passo
para a terra, assim que você sobe, Ela desce, e enquanto permanece imensa se diminui e se
encerra em tua alma para repetir junto contigo teus atos, teus oferecimentos, tuas orações, e Nós
sentimos que nosso Querer Divino roga em ti; sentimos sair de ti seu respiro; sentimos seu
batimento, que enquanto bate em Nós, ao mesmo tempo bate em ti; sentimos a potência de nossas
obras criadoras, que alinhando-se em torno de Nós, rogam com nosso poder divino que nossa
Divina Vontade desça a reinar sobre a terra; muito mais, porque no que você faz não é uma
intrusa, ou um indivíduo que não ocupando nenhum ofício não tem nenhum poder, mas sim foi
chamada, e de modo especial te foi dado o ofício de fazer conhecer nossa Divina Vontade, e de
impor que nosso reino seja constituído em meio à família humana. Por isso há grande diferença
entre quem recebeu um ofício de Nós, e entre quem não recebeu nenhum empenho. Quem
recebeu um ofício, tudo o que faz o faz com direito, com liberdade, porque tal é nossa Divina
Vontade, ela representa todos aqueles que devem receber o bem que queremos dar por meio do
ofício a ela dado, então não é só você que dá um passo para o Céu, mas todos aqueles que
conhecerão minha Divina Vontade, e Ela descendo, desce por meio de você em todos aqueles que
a farão reinar, por isso o único meio para obter o reino do Fiat Divino, é servir-se de nossas obras
para obter um bem tão grande”.

(3) Depois continuava seguindo os atos da Divina Vontade, e tendo chegado ao ponto quando
chamou do nada à Soberana Rainha, detive-me a compreendê-la, toda bela, majestosa, seus
direitos de Rainha se estendiam a todas partes, Céu e terra dobravam os joelhos para reconhecê-
la como Imperatriz de todos e de tudo, e eu do fundo do meu coração venerava e amava a
Soberana Senhora, e de pequena qual sou queria dar um salto sobre seus joelhos maternos para
lhe dizer: “Mãe Santa, toda bela Tu és, e tal és porque viveste de Vontade Divina. Ah! você que a
possui, peça-lhe que desça sobre a terra e venha a reinar em meio a seus filhos”. Mas enquanto
isso, meu adorado Jesus adicionou:

(4) “Minha filha, minha Mãe, embora não tivesse sido minha Mãe, só porque fez perfeitamente a
Divina Vontade e não conheceu outra vida, e viveu na plenitude dela, em virtude do viver sempre
de meu Fiat teria possuído todas as prerrogativas divinas, a mesmo teria sido Rainha, a mais bela
de todas as criaturas, porque onde reina meu Fiat Divino quer dar tudo, não fica com nada, é mais,
a ama tanto, que fazendo uso de seus estratagemas amorosos se esconde, se encolhe na criatura,
amando o fazer-se dominar por ela. De fato, não foi um dominar o que fez a Soberana do Céu do
meu Querer Divino, que chegou a me fazer conceber e a me esconder em seu seio? Oh! se todos
conhecessem o que sabe fazer e o que pode fazer meu Querer Divino, fariam todos os sacrifícios
para viver só de minha Vontade”.

 

 

 

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