Estudo 29 – O Evangelho como me foi revelado Cap31 – Escola da Divina Vontade

Estudo 29 – O Evangelho como me foi revelado Cap31 – Escola da Divina Vontade
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A Visita de Zacarias. Santidade e José e obediência aos sacerdotes.

8 de junho de 1944.

Vejo o longo salão onde vi o encontro dos Magos com Jesus e a adoração deles ao Menino. Compreendo que estou na casa hospitaleira em que foi acolhida a sagrada Família. E é aí que assisto à chegada de Zacarias. Isabel não veio com ele. A dona da casa vai lá fora correndo, até a varanda, ao encontro do hóspede que está chegando, e o conduz junto a uma porta, onde bate. Depois, discretamente, se retira. José abre a porta, e solta uma exclamação de júbilo, ao ver Zacarias. Ele o faz entrar em um quarto pequeno como um corredor.

-Maria está dando de mamar ao Menino. Espera um pouco. Assenta-te, que deves estar cansado.

José arranja lugar para o hóspede sobre sua pobre cama, assentando-se também ao seu lado. Ouço que José lhe pergunta sobre o pequeno João. Zacarias, lhe responde:

– Está crescendo, viçoso como um potrinho. Mas agora sofre um pouco por causa dos dentes. Por isso não quisemos traze-lo. Está fazendo muito frio. Isabel também não veio por este motivo. Ela não podia deixar o menino sem leite. Ficou muito triste. Ias está tão forte a estação! Muito forte, de fato, responde José. Homem, que me mandastes disse-me que estáveis sem casa, Menino nasceu. Sabe-se lá quanto tereis sofrido. em verdade. Mas o nosso medo era maior do que o incômodo. Tínhamos medo que prejudicasse o Menino.
Nos primeiros dias tivemos que ficar sem casa, mas não faltou nada para nós, porque os pastores levaram a boa nova aos habitantes de Belém. E foram muitos os presentes. Mas faltava um aposento mais resguardado, uma cama. Jeus chorava tanto, especialmente à noite, por causa do vento que entrava por toda a parte, Eu fazia um pouco de fogo. Pouco, porque a fumaça fazia o menino tossir… e o frio continuava. Dois animais esquentavam pouco, especialmente porque lá o ar frio entrava por todos os buracos! Faltava água quente para lavar o Menino, faltava roupa seca para trocá-lo.
Oh! Ele sofreu muito! E Maria sofria ao vê-lo sofrer. Se eu sofria… podes imaginar Sua mãe. Ela lhe dava leite e lágrimas, leite e amor. Agora, aqui estamos melhor. Eu tinha preparado um berço muito cômodo, e Maria o tinha completado com um colchãozinho bem macio. Mas ficou em Nazaré! Ah! Se Ele tivesse nascido lá, teria sido diferente!

— Mas o Cristo devia nascer em Belém. Foi profetizado.

Maria, que ouvira aquelas vozes, entra. Está toda vestida de lã branca. Tirou o vestido escuro que usara na viagem e na gruta e está toda branca em suas vestes, como a tenho visto outras vezes. Não tem nada sobre a cabeça e nos braços tem Jesus, que está dormindo, saciado de leite, envolvido em suas cândidas faixas. Zacarias se levanta, reverente, e se inclina com veneração. Depois, se aproxima, e olha para Jesus, com os sinais do maior respeito. Está encurvado, não tanto para vê-lo melhor, quanto para render-lhe homenagem. Maria oferece o Menino e Zacarias o toma, com uma tal adoração, que parece estar elevando um ostensório. É de fato Hóstia aquela que ele tem em seus braços, a Hóstia já oferecida, e que será consumida, depois de ter-se dado aos homens, como alimento de amor e de redenção. Zacarias devolve Jesus a Maria.  Todos se assentam, e Zacarias repete a Maria e o motivo pelo qual Isabel não veio, e a pena que ela sentiu por isso. Ela tinha preparado nestes meses alguns tecidos para o teu bendito Filho.

Eu os trouxe para ti. Estão no carro. Ele, se levanta e vai lá fora, voltando com um pacote grande e outro menor. Tanto do pacote grande, que José apanhou de suas mãos, como do outro, ele vai tirando logo os seus presentes: uma macia colcha de lã, tecida a mão, alguns linhos e vestidinhos. Do outro pacote vai tirando mel, uma farinha muito branca, manteiga e maçãs para Maria, pães, amassados e cozidos por Isabel, e muitas outras pequenas coisas, que falam do afeto materno da prima para com a jovem mãe.

– Dirás a Isabel que lhe sou grata, e a ti também agradeço. Eu teria muita alegria em vê-la, mas compreendo suas razões. Também gostaria de rever o pequeno João… Mas o vereis na primavera. Viremos encontrar-vos. Nazaré é muito longe, diz José.

-Nazaré? Mas vós deveis permanecer aqui. o Messias deve crescer em Belém. É a cidade de Davi. O Altíssimo o conduziu, por meio da vontade de César, para vir nascer na terra de Davi, a terra santa da Judéia. Por que, então, levá-lo para Nazaré? Vós sabeis, como os nazarenos são mal vistos pelos judeus. Amanhã este Menino deverá ser o Salvador do seu povo. E não fica bem que a cidade capital despreze o seu Rei, só porque Ele vem de uma terra que ela despreza. Vós sabeis, tanto quanto eu, como é caviloso o Sinédrio, e como são orgulhosas as três castas principais… Além disso, aqui, perto de mim, poderei ajudar-vos um pouco, e pôr tudo o que possuo, não só de coisas materiais, mas de dons morais, a serviço deste Recém Nascido. E, quando Ele estiver na idade de compreender, serei feliz de ser-lhe o mestre, como farei ao meu menino, a fim de obter que ele, depois de grande, me abençoe. Devemos pensar que Ele está destinado a um futuro brilhante e que por isso, deve poder apresentar-se ao mundo com todas as cartas, para vencer facilmente a sua partida. Ele certamente possuirá a Sabedoria. Mas só o fato de que tenha tido por mestre um sacerdote, o tornará mais aceito aos difíceis fariseus e aos escribas e tornará mais fácil a sua missão.

Maria olha para José e José olha para Maria. Sobre a cabeça inocente do Menino, que está dormindo, todo rosado e despreocupado, cruza-se uma troca muda de perguntas. E são perguntas veladas de tristeza. Maria está pensando em sua casinha. José pensa no seu trabalho. Aqui tudo está por refazer, num lugar onde, até poucos dias atrás, eles eram desconhecidos. Aqui não há nada daquelas coisas queridas, que foram deixadas lá, e preparadas com tanto amor para o Menino. E Maria diz:

– Que vamos fazer? Lá deixamos tudo. José havia trabalhado tanto Pelo meu Jesus, sem poupar fadiga ou dinheiro. Havia trabalhado até de noite porque de dia trabalhava para os outros ganhando o necessário para comprar as madeiras mais belas, a lã mais macia, o linho mais alvo, para Jesus. Ele tinha construído colméias e trabalhado de pedreiro, para dar à casa uma disposição melhor, a fim de que o berço pudesse ficar no meu quarto, e aí permanecesse até que Jesus estivesse mais crescido e o berço daria lugar à sua cama, pois ficará  comigo ate a adolescência. Jose pode ir lá buscar o que deixastes.

– E onde colocá-lo? Tu sabes, Zacarias, que nós somos pobres. Não temos mais que nosso trabalho e a casa, isto é o que nos dá sustento, sem passarmos fome. Mas aqui… trabalho poderemos achar, talvez. Mas teremos sempre que pensar em uma casa. Esta boa mulher não pode nos hospedar sempre. Eu não posso sacrificar José, mais do que ele já se sacrificou por mim’ –

Oh! Eu! Para mim não é nada! Eu penso na dor de Maria. A dor de não estar em sua casa.

Maria solta duas grandes lágrimas.

– Eu penso que aquela casa lhe deve ser querida como o Paraíso, pelo prodígio que nela se realizou. Eu falo pouco, mas entendo muito. Se não fosse por isso, não me afligiria. Trabalharei dobrado, eis tudo. Sou forte e jovem. para trabalhar o dobro do que costumava, para prover a tudo. Se Maria não sofrer muito, e se tu me dizes que é bom fazer assim… aqui estou. Farei aquilo que vos parecer mais justo. Basta que a Jesus seja útil.

– Será útil, com certeza. Pensai nisso e vereis as razões. – Também se diz que o Messias será chamado Nazareno, objeta Maria.

-É verdade. Mas, pelo menos enquanto não estiver adulto, fazei que Ele cresça na Judéia. Diz o Profeta:  “E tu, Belém Efrata, serás a maior porque de ti sairá o Salvador.¨ Não fala de Nazaré conhecido. Pode ser que aquela denominação lhe será dada por algum motivo que nos é desconhecido. Mas a sua terra é esta.  – Tu o dizes, sacerdote, e nós… com dor, te estamos escutando… e te atendemos. Mas, que dor! Quando verei aquela casa, onde me tornei mãe? Maria chora baixinho. E eu compreendo este seu pranto. Oh! Se compreendo!

A visão me cessa com este pranto de Maria. ‘

Depois, Maria diz:

-Tu o compreendes! Eu sei. Mas me verás chorar mais fortemente ainda. Por ora, eu te alivio o espírito, mostrando-te a santidade de José, que era homem, ou seja, que não tinha outra ajuda para o seu espírito, senão a sua santidade. Eu tinha todos os dons de Deus, na minha condição de imaculada. Embora não o soubesse, na minha alma esses dons eram ativos e me davam forças espirituais. Mas ele não era imaculado. A natureza humana estava nele com todo o seu peso grave, e ele devia erguer-se para a perfeição com todo aquele peso, à custa de contínua fadiga de todas as suas faculdades, para poder alcançar a perfeição e ser agradável a Deus. Oh! Meu santo esposo! Santo em todas as coisas, até nas mais humildes coisas da vida. Santo, pela sua castidade de anjo. Santo pela sua honestidade de homem. Santo pela sua paciência, pela sua operosidade, pela sua serenidade sempre igual, pela sua modéstia, por tudo. Sua santidade brilha também neste acontecimento. Um sacerdote lhe diz: “É bom que tu te estabeleças aqui”, e ele, mesmo sabendo quão maior será a fadiga que irá encontrar, diz:

“Para mim não é nada. Penso na dor de Maria. Se não fosse por isso, por mim eu não me afligiria. Basta que isso seja útil a Jesus.” Jesus e Maria são os seus angélicos amores. Não amou nada mais sobre a terra, este meu santo esposo. E desse amor, ele mesmo se fez servo. Já o fizeram protetor das famílias cristãs e dos trabalhadores, e de muitas outras categorias. Mas, não somente dos agonizantes, dos esposos, dos operários; deveria-se fazê-lo protetor, também dos consagrados. Qual entre os consagrados da terra, a serviço de Deus, seja ele qual for, se terá consagrado assim a serviço do seu Deus, aceitando tudo, renunciando a tudo, suportando tudo, cumprindo tudo Prontamente com espirito alegre, com um humor constante, como ele fez?

Não, não há. ‘Eu te faço observar uma outra coisa, ou melhor, duas. Zacarias é um sacerdote. José não é. Mas observa bem como aquele que não é sacerdote tem o espirito no. Céu, mais que o próprio sacerdote. Zacarias pensa humanamente, interpretando assim as criaturas, porque não é a primeira vez que faz isso, e se faz guiar;’ bom senso humano. Por isso ele foi castigado. Aqui ele está tendo uma recaída, ainda que menos grave. Ele havia dito sobre o nas mento de João: “Como vai poder acontecer isso, se eu já estou velho e minha mulher é estéril?”.

Agora ele está dizendo: “Para tornar fácil a sua missão, o Cristo deve crescer aqui e, e, com aquela peque na raiz de orgulho, que persiste até nos melhores, pensa em Pode; ser ele útil a Jesus. Não útil como quer ser José, servindo-o, mas útil fazendo-se mestre dele… Deus o perdoou pela boa intenção. Mas tinha, por acaso, o “Mestre” necessidade de ter mestres? Eu procurei fazê-lo ver a luz nas profecias, mas ele se julgava mais douto do que eu, e usava esse seu julgamento a seu modo. Eu teria podido insistir e vencer. Mas — e aqui está a segunda observação que desejo que faças — eu respeitei o sacerdote pela sua dignidade, e não pelo seu saber.  O sacerdote é, geralmente, sempre iluminado por Deus. Disse “geralmente” porque ele deve ser um verdadeiro sacerdote. Não é a veste que consagra, é a alma. Para se julgar se alguém é verdadeiro sacerdote, é necessário julgar o que sai de sua alma. Como disse o meu Jesus, é da alma que saem as coisas que santificam ou contaminam, aquelas coisas que informam todo o modo de agir de um indivíduo. Pois bem, quando alguém é um verdadeiro sacerdote, é geralmente inspirado por Deus. Quanto aos outros, é preciso que se tenha uma caridade sobrenatural, e que se reze por eles. Mas meu Filho te colocou a serviço desta redenção, e não digo mais nada. Sê alegre, ao sofrer, para que aumentem os verdadeiros sacerdotes. E tu, repousa na palavra de quem te guia. Crê e obedece ao seu conselho. ‘Obedecer salva sempre. Ainda quando não é bem perfeito o conselho que se recebe. Tu estás vendo. Nós obedecemos. E tudo correu bem. É verdade que Herodes se limitou a fazer exterminar os meninos de Belém e dos arredores. Mas satanás não teria podido impelir e propagar estas ondas de rancor até bem mais longe, persuadindo todos os poderosos da Palestina a igual delito, para fazer suprimir o futuro Rei dos judeus? Certamente teria podido. Teria acontecido nos primeiros tempos de Cristo, quando a repetição dos prodígios havia despertado a atenção das multidões e os olhos dos poderosos. Como teríamos podido, então, se isso tivesse acontecido, atravessar toda a Palestina, para vir da longínqua Nazaré até o Egito, a terra hospitaleira aos hebreus perseguidos, carregando um bebê, recém nascido, e enquanto a perseguição se enfurecia? Foi muito mais fácil a fuga por Belém, ainda que sendo uma fuga igualmente dolorosa. A obediência salva sempre. Lembra-te disso. “‘O respeito ao sacerdote é sempre sinal de formação cristã. Ai! — foi Jesus que o disse — ai dos sacerdotes que perdem sua chama apostólica!

Mas ai também de quem acha que lhe é lícito desprezá-los! Porque são eles que consagram e distribuem o Pão verdadeiro que desce do Céu. Aquele contato os torna santos como um cálice consagrado, mesmo se não são santos. Eles terão que responder a Deus por isso. Vós, considerai-os como tais, e não vos preocupeis com outras coisas. Não sejais mais intransigentes do que o vosso Senhor Jesus, o qual, por ordem deles deixa o Céu, e desce para ser elevado por suas mãos. Aprendei com Ele. Se eles são cegos, se são surdos, se têm a alma paralítica e o pensamento doente, se são leprosos por muitas culpas em contraste com a sua missão, se são Lázaros em seu sepulcro, chamai a Jesus para que os cure e ressuscite. Chamai-o com a vossa oração e com o vosso sofrimento, o almas vitimas. Salvar uma alma é predestinar a própria alma ao Céu. Mas, salvar uma alma sacerdotal é salvar um grande número de almas, porque todo sacerdote santo é uma rede que arrasta almas para Deus. Salvar um sacerdote, ou seja, santificar, santificar de novo, e criar essa mística rede. Tudo o que cair nessa rede e uma luz que se acrescenta à vossa eterna coroa. Vai em paz

 

 

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