Estudo 24 – Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 24 – Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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MEDITAÇÃO
VOLUME 1

… Assim você aceita-te com o que te é dado, sem pedir nem isto nem aquilo, porque poderia ser um estorvo em tua mente e com santa indiferença, sem
pensar se isso te faria bem ou mal te submeta à vontade dos demais”.
(169) Isso me custou muito no princípio, especialmente pelas obediência que me dava o
Confessor, não sei por que, mas queria que tomasse quinina, e tinha imposta a obediência de que
cada vez que voltasse o estômago outras tantas devia voltar a tomar alimento. Agora, o quinino me
estimulava o apetite e às vezes sentia muita fome, tomava o alimento e quando o tomava, e às
vezes no mesmo momento de tomá-lo, pelos contínuos conatos de vômito estava obrigada a
devolvê-lo, e permanecia com a mesma fome de antes. A palavra “pobre” que Jesus me havia dito
não me deixava ousar pedir nada, e eu mesma tinha vergonha de pedir; pensava entre mim: “O
que dirá a família, voltou o estômago e quer comer? Se me derem alguma coisa a tomo, se não, o
Senhor se ocupará”. Assim me passava contente de poder oferecer alguma coisa a meu amado
Jesus. Isto não durou muito tempo, mas aproximadamente quatro meses. Um dia o Senhor me
disse:
(170) “Pede ao confessor que te dê a obediência de não tomar quinina e de não te fazer tomar o
alimento tantas vezes, que Eu lhe darei luz”.
(171) Depois veio o confessor e disse-lhe, e ele disse-me: “Para não mostrar singularidades, de
agora em diante quero que tomes o alimento uma só vez por dia, e suspendeu também a quinina”.
Assim fiquei mais tranqüila e me passou a fome, mas o vômito não cessou, essa única vez que
tomava o alimento era obrigada a devolvê-lo, o Senhor às vezes me dizia que pedisse a obediência
de não comer, mas o confessor nunca me deu esta obediência, me dizia: “Não importa que
vomites, é outra mortificação”.
(172) Eu então o dizia ao Senhor e Ele me dizia: “Quero que faça a petição, mas com santa
indiferença, quero que esteja ao que te diz a obediência”.
(173) E assim continuei a fazê-lo. Quando passaram cerca de quarenta dias, que eu considerava
pelas palavras que me tinha dito o Senhor (por um certo tempo) e que eu assim tinha dito ao
confessor, os sofrimentos continuavam a surpreender-me diariamente e ele se via obrigado a vir
todos os dias, Então o confessor começou a me dar a obediência de não estar mais naquele
estado, e acrescentava que se caísse nos sofrimentos, ele não viria. Por minha parte me sentia
disposta a obedecer, especialmente minha natureza queria libertar-se daquele estar continuamente
na cama, que por quão belo fosse, era sempre cama, aquele ter que sujeitar-se a todos, mesm
nas coisas mais repugnantes e necessárias à natureza, e estar obrigada a dizer aos outros é um
verdadeiro sacrifício. Por isso a natureza fez seu ofício, toda se consolou ao sentir-se dar esta
obediência, minha alma estava disposta a obedecer ou a permanecer em cama se o Senhor assim
o queria, porque tinha começado a experimentar quão bom tinha sido o Senhor comigo e que a
verdadeira resignação sabe mudar a natureza às coisas e o amargo o converte em doce.

2-26
Maio 26, 1899

Luisa vê seu próprio nada. Jesus lhe ensina
sobre o desprezo de si mesmo.

(1) Esta manhã encontrava-me num tal aniquilamento de mim mesma, até me sentir odiosa e
arruinada, me parecia ser a mais abominável que se pudesse encontrar; me via como um
pequeno verme que se movia e se movia mas sempre ficava ali, na lama, sem poder dar um
passo.  Oh Deus, que miséria humana! No entanto, depois de tantas graças que você me deu,
eu sou tão ruim ainda. E meu bom Jesus, sempre benigno com esta miserável pecadora, veio e
me disse:
(2) “O desprezo de si mesma só é louvável quando está bem investido pelo espírito de fé, mas
quando não está investido pelo espírito de fé, em vez de te fazer bem poderá te prejudicar,
porque vendo-te tal como tu és, que não podes fazer nada de bem, desconfiarás,
permanecerás abatida, sem te encorajar a dar um passo no caminho do bem, mas apoiando-te
em Mim, isto é, investindo-te do espírito de fé, virás a conhecer e a desprezar-te a ti, e ao
mesmo tempo a conhecer-me a Mim, confiando totalmente em poder operar tudo com a minha
ajuda, e eis que fazendo desta maneira caminharás segundo a verdade”.
(3) Quanto bem fez a minha alma este falar de Jesus, compreendi que devo entrar em meu
nada e conhecer quem sou eu, mas não devo deter-me ali, senão que em seguida, depois de
ter-me conhecido a mim mesma, devo voar ao mar imenso de Deus e aí deter-me a tomar
todas as graças que se necessitam para minha alma, de outra maneira a natureza fica
debilitada e o demônio buscará meios para lança-la na desconfiança.
(4) Seja sempre bendito o Senhor e sempre seja tudo para sua glória.

3-27
Janeiro 8, 1900

Mesmo os erros serão úteis.

(1) Estava a pensar entre mim: “Quem sabe quantas loucuras, quantos erros contêm estas coisas
que escrevo”. Entretanto senti que perdia os sentidos, e veio o bendito Jesus e me disse:
(2) “Minha filha, até os erros servirão, e isto para fazer saber que não há nenhum artifício por parte
tua, nem que tu sejas algum doutor, porque se isto fosse, tu mesma terias advertido onde te
equivocavas, e isto também fará resplandecer de mais que sou Eu quem te falo, se vêem as coisas
com simplicidade; porém te asseguro que não encontrarão nem a sombra do vício, nem coisa que
não fale de virtude, porque enquanto você escreve, Eu mesmo estou te guiando a mão; no máximo
poderão encontrar algum erro à primeira vista, mas se o observam bem, aí encontrarão a verdade”.

(3) Dito isto desapareceu, mas depois de algumas horas voltou e eu me sentia toda titubeante e
pensativa acerca das palavras que me tinha dito, e Ele acrescentou:
(4) “Meu patrimônio é a firmeza e a estabilidade, não estou sujeito a nenhuma mudança, e a alma,
quanto mais se aproxima de Mim e se adentra no caminho das virtudes, tanto mais se sente firme e
estável no agir o bem, e quanto mais distante está de Mim, tanto mais estará sujeita a mudar-se e
a inclinar-se agora ao bem e agora ao mal”.

4-26
Outubro 31, 1900

A medicina mais saudável e eficaz nos
momentos mais tristes da vida é a resignação.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, senti-me fora de mim mesma, e encontrei a Rainha
Mãe; e, vendo-me, começou a falar da justiça, de como está prestes a descarregar-se com toda a
ira contra as nações; disse muitas coisas sobre isto, mas não tenho palavras para o expressar, e
enquanto estava aí via todo o céu cheio de pontas de espadas contra o mundo. Em seguida,
acrescentou:
(2) “Minha filha, tu, muitas vezes desarmaste a justiça divina, e te contentaste em receber sobre ti
seus golpes, agora que a vês no cúmulo do furor não te desanimes, senão sê animosa, com ânimo
cheio de santa fortaleza entra nessa justiça e dá-lhe, não tenhas temor de as espadas, do fogo e
de tudo o que possas encontrar; para obter este propósito, se te vires ferida, golpeada, queimada,
rejeitada, não retrocedas, senão que te seja de estímulo para prosseguir. Olha, para fazer isto vim
Eu em tua ajuda trazendo-te uma vestidura, com a qual, usando-a tua alma, adquirirás valor e
fortaleza para não temer nada”.
(3) Dito isto, tirou do seu manto uma veste entrelaçada de ouro jaspeado de várias cores e vestiu a
minha alma; e deu-me o seu Filho, dizendo:
(4) “E eis que, como penhor do meu amor, te dou em custódia o meu amadíssimo Filho, para que o
guardes, o ames e o contentes em tudo; procure fazer as minhas vezes, para que encontrando em
ti toda a sua alegria, o desgosto que lhe dão os demais não lhe possa causar tanta pena.
(5) Quem pode dizer como fiquei feliz e fortificada ao ser vestida por essa vestidura, e com a
amorosa prenda entre meus braços? Felicidade maior certamente não poderia desejar. Então a
Rainha Mamãe desapareceu e eu fiquei com meu doce Jesus. Tendo girado um pouco pela terra, e
entre tantos encontros nos encontramos com uma alma em poder do desespero; tendo compaixão
dela nos aproximamos, e Jesus quis que eu lhe falasse para lhe fazer compreender o mal que
fazia, e com uma luz que o próprio Jesus me infundia lhe disse:
(6) “A medicina mais proveitosa e eficaz nas circunstâncias mais tristes da vida é a resignação. Ao
ficares desesperado, em vez de tomares o remédio, estás a tomar o veneno para matar a tua alma.
Não sabes tu que o remédio mais oportuno para todos os males, a coisa principal que nos faz
nobres, nos diviniza e nos assemelha a Nosso Senhor e tem virtude de converter em doçura as
mesmas amarguras, é a resignação? Que coisa foi a vida de Jesus sobre a terra senão um
continuar o Querer do Pai, e enquanto estava na terra estava unido com o Pai no Céu? Assim a
alma resignada, enquanto vive na terra, a alma e a sua vontade está unida com Deus no Céu.
Pode-se dar coisa mais querida e desejável que esta?”
(7) Aquela alma, como sacudida começou a se acalmar, e eu junto com Jesus nos retiramos. Seja
tudo para glória de Deus e seja sempre bendito.

5-25
Outubro 25, 1903

A alma em Graça apaixona a Deus.

(1) Chegando a hora de meu habitual estado, pensava entre mim, que se o Senhor não viesse,
deveria tentar me esforçar ao menos para ver se o conseguia. Então primeiro resultava, mas
depois veio meu adorável Jesus e me fazia ver que quando eu pensava em estar me, Ele se
aproximava e me acorrentava a Si, de modo que eu não podia; mas quando pensava em me tirar,
Ele se afastava e me deixava livre; de modo que podia fazê-lo, assim não me sabia decidir e dizia
entre mim: “Como gostaria de ver o confessor para lhe perguntar o que devo fazer”. Então, pouco
depois vi o confessor junto com Nosso Senhor e rápido disse: “Diga-me, devo estar, sim ou não?”
E enquanto dizia isto, via no interior do confessor que tinha retirado a obediência que me tinha
dado no dia anterior, então decidi a estar, pensando entre mim que se fosse verdade que tinha
retirado a obediência, estava bem; mas se era minha fantasia que isto via, enquanto podia ser
falso, quando o confessor viesse então pensaria, podendo provar outro dia, e assim me tranquilizei.
Depois, continuando a fazer-se ver, o bendito Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, a beleza da alma em graça é tanta, de apaixonar o mesmo Deus, os anjos e os
santos ficam assombrados ao ver este prodigioso portento, de uma alma ainda terrena possuída
pela graça, ante a fragrância do aroma celestial lhe correm em torno, e com grande prazer
encontram nela aquele mesmo Jesus que os beatifica no Céu, de modo que para eles é indiferente
tanto estar acima no Céu, como aqui abaixo junto a esta alma. Mas quem mantém e conserva este
portento, dando continuamente novas tintas de beleza à alma que vive em minha Vontade? Quem
remove qualquer ferrugem e imperfeição e lhe fornece o conhecimento do objeto que possui?
Minha Vontade. Quem consolida, estabelece e a faz ficar confirmada na graça? Minha Vontade. O
viver em meu Querer é todo o ponto da Santidade, e dá contínuo crescimento de graça. Mas quem
um dia faz a minha Vontade, e quem faz a sua, jamais ficará confirmado na graça, não faz outra

coisa que crescer e decrescer; e isto quanto mal acarreta à alma, de quanta alegria priva a Deus e
a si mesma. É imagem de quem hoje é rica e amanhã pobre, não ficará confirmada nem na riqueza
nem na pobreza, portanto não se pode saber onde irá terminar”.

(3) Dito isso, ele desapareceu, e pouco depois veio o confessor e tendo dito o que escrevi,
assegurou-me que verdadeiramente tinha retirado a obediência que me tinha dado.

(4) Para obedecer ao confessor volto a dizer os outros significados que compreendi no dia 24 do
corrente: A mulher representava a Igreja que estando doente, não em si mesma mas em seus
membros, e embora abatida e ultrajada pelos inimigos, e doente em seus próprios membros,
jamais perde sua majestade e veneração; da cama onde se encontrava, compreendia que a Igreja
enquanto parece oprimida, enferma e impedida, também repousa com um repouso perpétuo e
eterno, e com paz e segurança no seio paterno de Deus, como um menino no seio de sua própria
mãe; o respaldo do leito que tocava o teto, compreendia que era a proteção divina que assiste
sempre a Igreja, e que tudo o que ela contém, tudo veio do Céu: Sacramentos, doutrina e tudo o
mais, tudo é celestial, santo e puro, de modo que entre o Céu e a Igreja há contínua comunicação,
jamais interrompida. Os poucos religiosos que prestavam cuidados, assistência à mulher,
compreendia que poucos são aqueles que a capa e espada defendem a Igreja, tendo como
próprios os males que recebe, a câmara onde estava, composta de pedras, representava a solidez
e firmeza e também a dureza da Igreja para não ceder a qualquer direito que lhe pertence. A
mulher moribunda que com intrepidez e coragem se faz golpear pelos inimigos, representava a
Igreja, que enquanto parece que morre, então ressurge mais intrépida, mas como? Com os
sofrimentos e o derramamento de sangue, verdadeiro espírito da Igreja, sempre pronta às
mortificações, como o esteve Jesus Cristo.

6-29
Abril 9, 1904

Basta um ato perfeito de resignação à Vontade Divina para ficar
purgado de todas as imperfeições nas quais a alma não tem posto nada do seu.

(1) Tendo recebido esta manhã a comunhão, estava pensando comigo: “Que dirá meu bendito
Jesus quando vier a minha alma? Dirá: “Como é feia esta alma, má, fria, abominável”. Quão rápido
vai consumir as espécies para não estar em contato com esta alma tão feia, mas o que queres de
mim? Embora eu seja tão ruim, você ainda deve ter paciência para vir, porque de qualquer forma
você é necessário para mim, e eu não posso fazer outra coisa”. Enquanto dizia isto, saiu de dentro

de mim e disse-me:
(2) “Minha filha, não queira te afligir por isto, não se requer nada para remediá-lo, basta um ato
perfeito de resignação à minha Vontade para poder ficar purgado de todas estas fealdades que
você diz, e Eu te direi o contrário do que pensa, te direi: “Como é bela, sinto o fogo do meu amor
em ti, e o perfume das minhas fragrâncias, em ti quero fazer a minha perfeita morada.”
(3) E desapareceu. Então, vindo o confessor, contei-lhe tudo, e ele me disse que não estava bem,
porque é a dor que purga a alma, e que a resignação não entrava nisto. Por isso, depois de ter
recebido a comunhão, disse: “Senhor, o padre disse-me que não está bem o que me disseste,
então, mostra-te melhor e faz-me conhecer a verdade”. E Ele bondosamente adicionou:
(4) “Minha filha, quando se trata de pecado voluntário, então se requer a dor, mas quando se trata
de imperfeições, de fraquezas, de frialdades e outras coisas, e que a alma não tem posto nada do
seu, então basta um ato de perfeita resignação, e se tem necessidade também deste estado para
ficar purgado, porque a alma ao fazer este ato primeiro se encontra com a Vontade Divina que
purga a vontade humana e a embeleza com suas qualidades, e depois se funde comigo”.

7-27
Julho 3, 1906

A Vontade de Deus é o paraíso da alma na terra, e a alma que faz a Vontade de Deus, forma o paraíso a Deus sobre a terra.

(1) Tendo recebido a comunhão, sentia-me toda unida e estreitada ao meu Deus Jesus, e
enquanto me estreitava, eu repousava nele, e Ele repousava em mim; e depois disse-me:
(2) “Amada minha, a alma que vive em minha Vontade repousa, porque a Vontade Divina faz
tudo por ela, e Eu, enquanto obra Obra por ela, ali encontro o mais belo repouso, assim que a
Vontade de Deus é repouso da alma e repouso de Deus na alma. E a alma, enquanto repousa
em minha Vontade, está sempre colada a minha boca, e dela absorve em si mesma a Vida
Divina, formando dela seu alimento contínuo. A Vontade de Deus é o paraíso da alma na terra, e
a alma que faz a Vontade de Deus vem a formar o paraíso a Deus sobre a terra.
(3) A Vontade de Deus é a única chave que abre os tesouros dos segredos divinos, e a alma
adquire tal familiaridade na casa de Deus, que domina como se fosse a dona”.
(4) Quem pode dizer o que compreendia dessa Divina Vontade? Oh, Vontade de Deus, como és
admirável, amável, desejável, bela, basta dizer que encontrando-me em Ti, sinto-me perder
todas as minhas misérias, todos os meus males, e adquirir um novo ser com a plenitude de todos
os bens divinos!

8-26
Fevereiro 16, 1908

Como o sinal mais certo de que amamos o Senhor é a cruz.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, estava pensando por que só a cruz nos faz conhecer
se verdadeiramente amamos o Senhor, sendo que há tantas outras coisas como as virtudes, a
oração, os sacramentos, que nos poderiam fazer conhecer se amamos o Senhor. Enquanto
pensava assim, o bendito Jesus veio e me disse:

(2) “Minha filha, é exatamente assim, só a cruz é a que faz conhecer se verdadeiramente se ama
Senhor, mas a cruz levada com paciência e resignação, porque onde há paciência e resignação
nas cruzes, há Vida Divina. Sendo a natureza tão relutante ao sofrer, se há paciência não pode ser
coisa natural, senão divina, e a alma não ama mais só com seu amor ao Senhor, senão unida com
o amor da Vida Divina, então, que dúvida pode ter se ama ou não, se chega a amá-lo com seu
mesmo amor? Enquanto que nas outras coisas, e também nos mesmos sacramentos, pode haver
quem ama, quem contém em si esta Vida Divina, mas não pode dar a certeza que dá a cruz, pode
ser, ou não pode ser, e isto por falta de disposições; se pode fazer muito bem a confissão, mas se
faltam as disposições não pode certamente dizer que ama e que recebeu em si esta Vida Divina;
outro recebe a comunhão, certamente recebe em si a Vida Divina, mas pode dizer que essa Vida
permanece nele somente se tinha as verdadeiras disposições, porque se vê que alguns recebem a
comunhão, confessam-se, e diante das ocasiões e circunstâncias não se vê neles a paciência da
Vida Divina, e se falta a paciência falta o amor, porque o amor só se conhece com o sacrifício, eis
as dúvidas; enquanto que a paciência, a resignação, são os frutos que só produz a Graça e o
amor”.

9-26
Dezembro 22, 1909

O porquê dos estados de abandono nas almas santas antes de morrer.

(1) Tendo recebido a comunhão estava me lamentando com o bendito Jesus por suas privações,
pois se vem é quase sempre como relâmpago, ou bem todo silencioso. E Jesus me disse:

(2) “Minha filha, quase todas as almas às quais me comuniquei de modo extraordinário, permiti ao
fim da vida estes estados de abandono, e isto não só para outros fins meus, senão para ficar
honrado e justificado em toda minha conduta, porque muitos dizem: “Com certeza estas almas
deveriam chegar a um ponto tão alto de santidade e amá-lo tanto, com tantos favores, com tantas
graças e carismas, deveriam ser muito ingratas se não tivessem chegado a isso. Se os tivéssemos
recebido, também nós também nós teríamos chegado, e até mais alto que elas”.
E eu, para justificar a minha conduta, lhes manifestarei os abandonos, as privações em que pus estas almas,
que é um purgatório vivo para elas, e também mostrarei a sua fidelidade, o heroísmo das suas
virtudes, e como é mais fácil e tolerável sofrer a pobreza sem conhecer as riquezas, do que nascer
rico, habituar-se a viver rico e depois perder as riquezas e viver pobre; muito mais do que as
riquezas sobrenaturais não são como as materiais, que servem o corpo, e no máximo se difundem
para o exterior; as sobrenaturais penetram até na medula, nas fibras mais íntimas, na parte mais
nobre da Inteligência, basta dizer que é mais que martírio. Eu mesmo me apiedo tanto, que quase
me despedaça o coração de ternura, e sou obrigado a senti-lo despedaçar-me tão freqüentemente
que não posso resistir, e também para dar-lhes a força para poder cumprir sua consumação. Todos
os anjos e santos têm o olhar fixo sobre elas e vigiam-nas para não as deixarem sucumbir,
sabendo o cruel martírio que sofrem. Minha filha, coragem, tu tens razão, mas deves saber que
tudo é amor em Mim”.

(3) E enquanto isto dizia, parecia que mais se afastava. Eu me sentia consumir até a mesma
natureza e me resolver no nada. Aquelas sementes de fortaleza que me parecia sentir, de luz, de
conhecimento, tudo se resolvia no nada; eu me sentia morrer, e no entanto viva. Enquanto estava
nisto Jesus voltou, e parecia que me tomando nos braços segurava o meu nada e me dizia:
(4) “Olha minha filha, como ao desfazer-se a pequena semente de sua fortaleza, a força de sua luz,
o pequeno conhecimento que tem de Mim, e todos seus outros pequenos dotes, entram em seu
lugar minha fortaleza, minha luz, minha sabedoria, minha beleza e todos meus demais dotes a
preencher este teu nada. Não esta feliz?
(5) E eu disse-lhe: “Escuta Jesus, se continuares assim perderás o gosto de me ter na terra”. E
repeti-o várias vezes. E Jesus, não querendo ouvir o que eu dizia, respondeu-me:
(6) “Escuta, minha filha, eu nunca perderei o teu gosto, se estiver na terra, terei em terra o gosto;
se te levar ao Céu, terei o teu gosto no Céu. Sabe mais quem perderá o gosto? Seu confessor”.

10-24
Junho 21, 1911

Não há santidade se a alma não morre em Jesus.

(1) Estava a pensar na Mãe Celestial, quando tinha o meu sempre amável Jesus morto nos seus
braços, no que fazia e como se ocupava de Jesus. E uma luz acompanhada de uma voz dentro de
mim dizia:
(2) “Minha filha, o amor operava potentemente na minha Mãe. O amor consumia-a toda em Mim,
nas minhas chagas, no meu sangue, na minha própria morte e fazia-a morrer no meu amor; e o
meu amor, consumindo o amor e toda a minha Mãe, fazia-a ressurgir de amor novo, ou seja, toda
do meu amor. Assim que seu amor a fazia morrer, meu amor a fazia ressurgir a uma vida nova toda
em Mim, de uma maior santidade e toda divina. Assim, não há santidade se a alma não morre em
Mim; não há verdadeira vida se não se consome toda em meu amor”.

10-27
Setembro 6, 1911

Quem presta atenção a si mesmo cresce emagrecido.

(1) Continua quase sempre a mesma coisa, ou seja, com privações amarguíssimas e com silêncio
de Jesus; na melhor das hipóteses, faz-se ver e diz-me coisas repetidas, por isso não as escrevo.
Recordo que quando eu emito algum lamento por meu estado, me diz em meu interior:
(2) “Minha filha, paciência, te comporte como uma valente, como uma heroína, ânimo, por agora
deixe-me castigar e depois virei como antes”.
(3) Recordo também que estando pensativa fortalecida de meu estado me disse:
(4) “Minha filha, quem quer prestar atenção às dificuldades, às dúvidas, a si mesmo, é como
aquelas pessoas exigentes que têm nojo de tudo, e em lugar de pensar em alimentar-se pensam
nas asquerosidades, embora não as houvesse, e por tanto crescem emagrecidas, cadavéricas e
assim morrem; assim é das almas que de tudo ficam pensativas, crescem emagrecidas e assim
morrem”.
(5) Ela disse-me outra coisa, mas não me lembro bem. Então esta manhã, encontrando-me fora de
mim mesma, encontrei o menino Jesus nos meus braços, que chorava forte, forte, porque ouvia
dizer que o queriam expulsar da Itália. Tomamos o caminho para a França, e não o queriam
receber, e meu sempre amável Jesus, chorando dizia:
(6) “Todos me jogam, nenhum me quer, e Eu, obrigado por eles mesmos os flagelarei”.
(7) Enquanto estava nisto via ruas cheias de pedras, de fogo, com grande dano de cidades.
(8) “Viste? Retiremo-nos, minha filha, retiremo-nos”.
(9) E assim nos retiramos na minha cama e desapareceu. Depois de outros dias, rogando-lhe que
se acalmasse, pelos tantos flagelos que se ouvem, me disse:
(10) “Minha filha, tratam-me como a um cão, e Eu os farei matar-se entre eles como cães”.
(11) Oh! Deus, que espanto. Apresse-se oh Senhor, apresse-se!

11-25
Julho 4,1912

A Divina Vontade deve ser o sepulcro da alma.

(1) Esta manhã, depois da comunhão, estava a dizer ao meu sempre amável Jesus: “A que
estou reduzida, parece que tudo me foge, sofrimentos, virtudes, tudo!”

(2) Então Jesus: “Minha filha, o que tens? Queres perder tempo? Queres sair do teu nada? Põe-
te no teu lugar, no teu nada, para que o Todo possa ter o seu lugar em ti. Tens que saber que
toda tu deves morrer em minha Vontade, o sofrer, as virtudes, tudo; meu Querer deve ser o
túmulo da alma e assim como no túmulo a natureza se consome até em realidade desaparecer,
e dessa mesma consumação ressurgirá a vida mais bela e nova, assim a alma sepultada em
minha Vontade como dentro de uma tumba, morrerá ao sofrer, a suas virtudes, a seus bens
espirituais e ressurgirá em tudo à Vida Divina.

(3) Ah! minha filha, parece que queres imitar os mundanos que são levados ao que está no
tempo e termina, e ao que é eterno não o tomam em conta. Amada minha, por que não queres
aprender a viver só do meu Querer? Por que não queres viver só da vida do Céu, mesmo
estando na terra? Meu Querer é o Amor, o que não morre jamais, assim que para ti o sepulcro
deve ser minha Vontade, a lápide que te deve encerrar, lapidar, sem te dar a esperança de sair é
o amor. E além disso, cada pensamento que se refere a si mesmo, mesmo sobre as mesmas
virtudes, é sempre um ganhar para si mesmo e fugir da Vida Divina; em troca, se a alma pensa
só em Mim, me vê só a Mim, toma nela a Vida Divina, e tomando a Vida Divina foge a humana e
toma todos os bens possíveis. Será que nos entendemos?”

 

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