Estudo 51 – Livro do Céu Vol. 29 a 36 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 51 – Livro do Céu Vol. 29 a 36 – Escola da Divina Vontade
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28-5
Março 12, 1930
Deus não leva em conta o tempo, mas sim os atos que fazemos. Exemplo de Noé. O bem que
possui um sacrifício prolixo e contínuo. Cada ato de criatura possui seu germe distinto.

(1) Meu voo no Fiat Divino continua, minha pobre mente não sabe estar sem girar em seus atos
inumeráveis, sinto que uma força suprema me tem como fixa nas obras de meu Criador, e ela gira
e volta a girar sempre, sem cansar-se jamais, e oh! quantas belas surpresas encontra, hora na
Criação, hora na Redenção, e nas quais me surpreendem o bendito Jesus faz-se narrador, e isto
não é outra coisa que uma invenção maior do seu amor. Depois, enquanto girava no Éden e nos
tempos antes de sua vinda à terra, pensava em mim: “E por que Jesus demorou tanto tempo para
vir redimir o gênero humano?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, a nossa infinita sabedoria quando deve dar um bem à criatura, não conta o tempo,
mas sim os atos das criaturas, porque ante a Divindade não existem dias e anos, e sim só um dia
perene, e por isso não medimos o tempo, mas vêm contados por Nós os atos que têm feito. Assim,
naquele tempo que a ti parece tão longo, não tinham sido feitos os atos queridos por Nós para vir
redimir o homem, e só os atos determinam fazer vir o bem, e não o tempo. Muito mais que
obrigavam a nossa Justiça a exterminá-los da face da terra, como aconteceu no dilúvio, que só
Noé mereceu, ao obedecer à nossa Vontade e com a prolixidade do seu longo sacrifício de fabricar
a arca, salvar-se com sua família e encontrar em seus atos a continuação da nova geração na qual
devia vir o prometido Messias. Um sacrifício prolixo e contínuo possui tal atrativo e força
arrebatadora sobre o Ente Supremo, que o fazem decretar dar bens grandes e continuação de vida
ao gênero humano. Se Noé não tivesse obedecido e não se tivesse sacrificado para cumprir um
trabalho tão longo, teria sido ele também atropelado no dilúvio, e não se salvando a si mesmo, o
mundo, a nova geração teria terminado. Olhe o que significa um sacrifício prolixo e contínuo, é tão
grande que põe a salvo a si mesmo e faz surgir a vida nova nos demais, e o bem que
estabelecemos dar. Eis por que, para o reino da minha Divina Vontade, quis o teu longo e contínuo
sacrifício de tantos anos de cama. Teu longo sacrifício te punha a salvo, mais que arca no reino de
minha Divina Vontade, e inclina a minha bondade a dar um bem tão grande, como é fazê-la reinar
no meio das criaturas”.

(3) Depois disto continuava meu giro no Fiat Divino para levar todos os atos das criaturas em
homenagem ao meu Criador, e pensava em mim: “Se chego a recolher tudo o que elas fizeram e
encerrar tudo no Querer Divino, não se transformarão em atos de Divina Vontade?” e o meu doce
Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, todos os atos das criaturas, cada um deles possui seu germe segundo como foi
feito, se não foi feito em meu Fiat Divino não possui seu germe, portanto não poderá jamais ser ato
de minha Vontade, porque no ato de fazê-lo faltava seu germe de luz, que tem a virtude de
transformá-lo em sol, que põe seu germe de luz como ato primeiro no ato da criatura. Nos atos das
criaturas acontece como se uma pessoa tem a semente de flores, semeando-a terá flores, e se
semear a semente de frutos, terá frutos, e nem a semente de flores dará frutos, nem a dos frutos
dará flores, mas cada uma dará segundo a natureza da sua semente. Assim os atos das criaturas,
se no ato esteve um fim bom, uma finalidade santa, para me agradar, para me amar, em cada um
dos atos se verá: em um o germe da bondade, em outro o germe da santidade, o germe de me
agradar, o germe de me amar; estes germes não são luz, mas simbolizam: quem a flor, quem o
fruto, quem uma planta e quem uma joia preciosa, e Eu sinto a homenagem da flor, do fruto, e
assim por diante, mas não a homenagem que pode me dar um Sol; e recolhendo você todos estes
atos para encerrá-los em meu Fiat, ficam tal como são, cada um a natureza que a semente lhe
deu, e se veem que são atos que pode fazer a criatura, não atos que pode fazer minha Divina
Vontade com seu germe de luz no ato delas. O germe de Vontade Divina não vem cedido por Ela,
mas sim quando a criatura vive nela, e em seus atos lhe dá o primeiro posto de honra”.

29-5
Março 6, 1931

Como só Jesus foi o autor do estado de sofrimento de Luisa, e porque o obrigaram permitiu 
uma pausa. Como em Deus é repouso absoluto, fora de Deus trabalho.

(1) Continuo vivendo entre as amarguras de meu estado presente, o pensamento de que o bendito
Jesus está fazendo chover flagelos, e que os povos permanecem nus e em jejum, tortura-me; e o
pensamento de que meu amado e sumo Bem Jesus permaneceu só em seu sofrer, e eu não estou
mais junto com Ele nas penas, oh, como me atormenta! Parece-me que Jesus é toda atenção
sobre mim para não me fazer cair como antes nos sofrimentos, mas sim esconde em Si todas as
penas para me deixar livre. E vendo-me afligida, parece-me que o seu intenso amor o faz pôr de
lado as suas penas para prestar atenção à minha aflição, e me diz:

(2) “Filha boa, minha filha, ânimo, teu Jesus te ama ainda, nada diminuiu o meu amor por ti, e isto
porque não foste tu que me recusaste a sofrer, não, minha filha jamais o teria feito, obrigaram-te, e
eu para te dar a paz e para lhes fazer ver que fui Eu quem te teve naquele estado de sofrimento
por tão longos anos, que não era nem a enfermidade nem outra causa natural, senão minha
Paterna bondade que queria ter quem me suplantasse na terra em minhas penas, e estas para
bem de todos. E agora que te obrigaram a ti e me obrigaram também a Mim com suas imposições,
o fiz cessar de todo, dando-te uma pausa, isto diz claramente que só teu Jesus era o autor de seu
estado, mas não posso esconder minha dor, é tão grande que posso dizer que em toda a história
do mundo nunca recebi uma dor semelhante das criaturas. Meu coração está tão dolorido e
dilacerado por esta dor, que sou obrigado a te ocultar o rasgo profundo para não te amargar de
mais, e além disso ao ver a indiferença de alguns, e você sabe quem são, como se nada me
tivessem feito, acrescenta a minha dor e obrigam a minha Justiça a continuar a enviar os flagelos,
e continuarei a enviá-los; dizia-te antes, que se chegasse a te suspender de teu estado de
sofrimento um só mês, sentirão e verão quantos castigos choverão sobre a face da terra. E
enquanto a minha Justiça faz o seu curso, vamos juntos tratar da minha Divina Vontade, e eu vou
fazê-la conhecer, e você em receber o bem de seus conhecimentos, porque cada conhecimento
leva o crescimento da Vida de minha Vontade em você, e a cada seu ato feito no novo
conhecimento, meu Fiat toma mais terreno em sua alma, e nela estende principalmente seu reino.
Muito mais que as criaturas não têm poder de entrar em minha Divina Vontade para nos perturbar
e ditar leis, por isso somos livres de fazer o que quisermos, temos liberdade absoluta, por isso
esteja atenta em continuar navegando seus mares intermináveis”.

(3) Então, enquanto dizia isto, minha pequena inteligência me senti transportando-a num abismo de
luz inacessível; esta luz escondia todas as alegrias, todas as belezas, aparentemente parecia luz,
mas olhando para dentro, não havia bem que não possuía. E o meu doce Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, nosso Ser Divino é luz puríssima, luz que contém tudo, enche tudo, vê tudo, obra
tudo; luz que nenhum pode alcançar a ver até onde chegam nossos confins, sua altura e
profundidade, a criatura se perde em nossa luz porque não encontra sua praia, o seu porto para
sair Dela . E se a criatura toma desta nossa luz, são gotículas apenas que lhe servem para encher-
se toda de luz, até transbordar fora, mas nossa luz não diminui porque a criatura tenha tomado do
nosso, mas vem substituída instantaneamente pela virtude renovadora de nossa luz. Então nosso
Ser Supremo está sempre em um nível, em perfeito equilíbrio. Podemos dar o quanto quisermos
sem perder nada, se encontrarmos almas que queiram tirar o nosso. Aliás, se encontrarmos quem
queira tomar, nos pomos a trabalhar, porque você deve saber que dentro de Nós é repouso
absoluto, não temos o que fazer, não há nem o que tirar nem o que pôr, nossa felicidade é plena e
completa, nossas alegrias são sempre novas, nossa única Vontade como obrante em Nós nos dá o
repouso perfeito das bem-aventuranças de nosso Ser Divino, que não tem princípio nem terá fim.
Então este abismo de luz que você vê contém um abismo de alegria, de potência, de beleza, de
amor, de tantos etc, e Nós enquanto nos congratulamos, nos repousamos em elas, porque só se
pode chamar verdadeiro e absoluto repouso quando nada falta e nada há que acrescentar.
Em troca fora de nossa Divindade sai nosso trabalho em campo, e este campo são as criaturas; nossas
mesmas qualidades divinas que dentro de nós nos dão repouso, fora de nós mesmos nos dão
trabalho, e agora fazemos trabalhar a nossa Vontade em favor das criaturas, aquele Fiat Divino
que tiramos em campo na Criação, do qual saíram todas as coisas, não cessa jamais de trabalhar;
incessantemente trabalha, trabalha conservando tudo, trabalha porque quer ser conhecido, porque
quer reinar, trabalha ao tirar novas almas à luz do mundo e nelas forma seus desígnios admiráveis
para desenvolver seu trabalho e para ter ocasião de trabalhar sempre, trabalha no retirar as almas
no seio da eternidade. À nossa Vontade Divina podemos chamar a trabalhadora que não poupa
jamais seu trabalho contínuo, e mesmo a favor de quem não a reconhece. Trabalha nosso amor,
trabalha nossa misericórdia, nossa potência, e também nossa Justiça trabalha a favor das
criaturas, de outra maneira nosso Ser Supremo não seria um Ser equilibrado e perfeito, senão teria
o defeito da debilidade se nossa Justiça se pusesse à parte, encurralando-a quando tem toda a
razão de fazer seu curso para castigar. Olha então, nosso trabalho são as criaturas, porque tendo-
as tirado de dentro de nossa fogueira de amor, nosso amor nos leva ao trabalho para amá-las
sempre, sempre. Porque se cessasse nosso trabalho cessaria o amor e a Criação se resolveria em
nada”.

30-5
Dezembro 6, 1931
O bem da prolixidade do tempo. Deus conta as horas e os minutos para enchê-los de graças.
Quem faz a Divina Vontade rompe o véu que esconde o seu Criador. Banho de luz que dá a Divina Vontade.

(1) Sentia-me oprimida pelas privações de meu doce Jesus e cansada de meu longo exílio, e
pensava entre mim: “Jamais o teria acreditado, uma vida tão longa. Oh! Se tivesse sido mais breve,
como tantas outras, não teria passado tanto tempo, mas Fiat! Fiat!” Sentia que minha mente queria
desatinar, por isso implorei a Jesus que me ajudasse e lhe jurei que quero fazer sempre sua
Vontade adorável. E o Soberano Jesus, afastando as trevas que me circundavam, fez a sua visita à
minha alma e disse-me com ternura indescritível:
(2) “Filha boa, ânimo, como teu Jesus te quer dar mais e receber mais de ti, permito a prolixidade
do tempo. Não há comparação possível entre quem me deu provas por poucos anos, e quem por
longos anos. Um tempo prolongado diz sempre demais: Mais circunstâncias, mais ocasiões, mais
provas, mais penas, e mantêm-se fiel, constante, paciente em tantas circunstâncias, e não por
pouco mas por longo tempo, oh! Quantas coisas diz de mais. Você deve saber que cada hora de
vida sob o império de minha Divina Vontade, são novas Vidas Divinas que se recebem, novas
graças, novas belezas, novas ascendências a Deus, correspondentes a nova glória. Nós medimos
o tempo pelo que damos, e esperamos a correspondência do ato da criatura para dar de novo; e à
criatura é necessário o tempo para digerir o que lhe demos, e assim fazê-la dar outro passo para
Nós; se nada acrescenta ao que lhe demos, Nós não damos súbito, mas esperamos seu ato para
dar de novo. Por isso não há coisa maior, mais importante, mais aceitável diante de nós, que uma
vida longa, santamente vivida, já que cada hora é uma prova mais de amor, de fidelidade, de
sacrifício que nos deu, e Nós contamos também os minutos, a fim de que nenhum deles não seja
enchido de graças e de nossos carismas divinos. A uma vida breve, poucas horas podemos contar,
e não lhe podemos dar grande coisa, por isso deixa-me fazer, e quero que fiques contente do que
Eu faço, e se queres estar contente pensa que cada hora da tua vida é uma prenda de amor que
me dás, a qual servirá para me empenhar em te amar de mais, não está contente?”.

(3) Depois disto estava seguindo meus atos na Divina Vontade e sentia sobre mim o império, sua
imensidão que toda me envolvia por dentro, e meu amado Jesus acrescentou:

(4) “Filha amada de minha Vontade, viver nela significa reconhecer sua Paternidade, e sentindo-se
filha quer estar abraçada, apertada sobre os joelhos de seu Pai, e viver em sua casa, e com direito,
porque se reconhece como seu parto, que com tanto amor o tem gerado e dado à luz, e vê todas
as outras coisas como estranhas, e sem o doce vínculo, nem de Paternidade nem de filiação; por
isso vê com clareza que, saindo da casa de seu Pai, será uma filha desaparecida que não terá nem
sequer um ninho onde possa formar sua habitação. Quem faz e vive em meu Querer Divino rompe
os véus de nossa potência, e encontra que seu Criador potentemente a ama e atrai com sua
potência a sua criatura para fazer-se amar potentemente, rasgando o véu encontra o sacrário da
potência divina e não teme mais, porque, se é poderoso, é poderoso para amar e para se fazer
amar, e amando com amor poderoso, faz-se ousada e rompe o véu da sabedoria divina, da
bondade, da misericórdia, do amor e da justiça, e encontra como tantos Santos divinos que
sabiamente a amam, e com uma bondade terníssima e excessiva, unida a misericórdia
extraordinária, a amam, encontra o amor transbordante, que imensamente a ama, e sendo o Ser
Divino ordem, a ama com justiça, e a criatura passando de um sacrário a outro, não fora mas
dentro destes véus, sente os reflexos de seu Criador e o ama sabiamente, com bondade e ternura,
unidas a misericórdia, que não tendo necessidade seu Deus o dirige para o bem de todas as
gerações, e sentindo-se o amor que lhe transborda no seio, oh! Como gostaria de se desfazer em
amor para amá-lo, mas a justiça conservando-a dá-lhe o amor justo quanto a criatura é possível e a
confirma em vida. Minha filha, quantas coisas escondem estes véus de nossas qualidades divinas,
mas a nenhum é dado quebrar estes nossos véus, senão a quem faz e vive em nosso Querer, ela
sozinha é a afortunada criatura que não vê seu Deus velado, senão como Ele é em Si mesmo. Mas
como não somos reconhecidos qual somos em Nós mesmos, de nosso Ser Supremo têm idéias tão
baixas e inclusive também torcidas, e isto é porque não tendo neles nossa Vontade, não sentem
em si mesmos a Vida Daquele que os criou, tocam nossos véus, mas não o que há dentro, e por
isso sentem nossa potência como opressiva, nossa luz eclipsante como em ato de afastá-los de
Nós e colocá-los à distância, sentem nossa santidade velada que lhes dá vergonha, e desconfiados
vivem imersos em suas paixões, mas a culpa é toda deles, porque existe uma sentença dita por
Nós no paraíso terrenal: ‘Aqui não se entra, este é lugar só para quem faz e vive em nossa
Vontade’, e por isso as primeiras criaturas foram postas fora, pondo um anjo de guarda a fim de
que lhes impedisse a entrada. Nossa Vontade é paraíso terrestre na terra, e celestial no céu das
criaturas, e se pode dizer que um anjo é posto à guarda dela. Quem não a quer fazer, e não quer
viver em seus braços e fazer vida comum em sua habitação, seria um intruso se isso fizesse, mas
nem sequer pode fazê-lo, porque nossos véus se fazem tão densos que não encontraria o caminho
para entrar; e assim como um anjo lhe proíbe o ingresso, assim outro anjo guia e dá a mão a quem
quer viver de nossa Vontade. Por isso se importa com morrer milhares de vezes antes de não fazer
nossa Vontade, você deve saber que Ela é toda olhos sobre a feliz criatura que quer viver dela, e
conforme faz seus atos, assim lhe faz seu banho de luz divina; este banho a refresca e lhe faz
sentir os refrigérios divinos, e assim como a luz, conforme se forma, assim produz por própria
natureza sua, dentro de seus véus de luz, fecundidade, doçura, gostos, cores, assim que enquanto
aparentemente só parece luz, dentro esconde tantas belas riquezas e inumeráveis qualidades, que
nenhum outro elemento pode ser dito semelhante a ela, aliás, é da luz que imploram a fecundidade
e o bem que cada elemento deve fazer na ordem na qual foi posto por Deus. A luz pode ser
chamada de alma das coisas criadas, símbolo de nossa luz incriada de nosso Fiat Divino que
anima tudo. Por isso com este banho de luz divina, enquanto está por fazer seus atos nela, a alma
se sente adoçar, embalsamar, fortalecer, purificar e investir pelo belo arco-íris das cores divinas
que tornam à alma tão graciosa e bela, que o próprio Deus se sente raptado por uma beleza tão
especial. Este banho de luz é como o preparativo para poder atravessar o umbral e romper o véu
que esconde nosso Ser Divino às criaturas humanas. Muito mais, que é nosso interesse, que quem
viva em nosso Querer nos assemelhe, e não faça nada que seja indigno de nossa Majestade três
vezes Santa, por isso pense em que, cada vez que te disponhas a fazer teus atos em sua luz
interminável, minha Vontade te dá um banho de luz, a fim de que sejas atenta a recebê-lo”.

31-5
Agosto 28, 1932
Alternativas Divinas, trabalho e repouso. Como Deus toma a criatura sempre por vias de amor. Amor universal e amor especial.

(1) Minha pequena mente continua se perdendo no Querer Divino, me parece que não sei estar se
não me atiro em suas ondas para encontrar em ato o que tem feito por amor nosso, mas em meio
de tanta imensidão de amor, meu coração tinha seus gemidos dolorosos pelas privações de meu
doce Jesus, seu silêncio profundo; sinto que em minha alma, ainda que haja um ar puro, um céu
obstinado coberto de cintilantes estrelas de todas as cores, um sol fulgurante, que com sua luz
golpeia continuamente sobre minha pequenez, para fazer que tudo fosse em minha Vontade
Divina, tudo é paz e serenidade, não há sequer um leve sopro de vento que possa fazer ruído, mas
tudo isto é efeito e propriedade do Fiat eterno, contudo, dizia entre mim: “Parece-me que me falta o
Rei, falta-me Aquele que, com um amor que não sei descrever, tudo fez e ordenou em mim, e,
faltando-me ele, me sinto só; mas dizei-me, por que me deixastes? Por que não fala?” E meu
querido Jesus fazendo-se ferir por meus gemidos e me segurando em seus braços me disse:

(2) “Minha filha, não te admires, é meu costume, que depois do trabalho quero encontrar descanso
em meu mesmo trabalho, em meio a minhas mesmas obras, que mais que suave leito se prestam
em ato de adoração profunda e em mudo silêncio a me dar repouso; o repouso após o trabalho é a
recompensa do trabalho, é o gosto e contento que sabe dar o sacrifício. Não fiz o mesmo com a
Criação? Primeiro a criei com meu Fiat, porque nossa palavra é obra, é passo, é tudo, e depois,
tudo ordenado e realizado, encontrei o mais belo e doce repouso; estas são as alternativas de
nosso Ser Supremo, trabalho e descanso, o trabalho nos chama ao descanso, e o descanso
chama-nos ao trabalho. Então, não queres que descanse na tua alma? Tudo o que vês em ti não é
outra coisa que trabalho de teu Jesus, cada palavra que te dizia era um trabalho que Eu fazia, e de
dentro de minha palavra formava a nova criação em ti, mais bela que a mesma Criação, porque
aquela devia servir aos corpos, esta devia servir às almas para dar-lhes a Vida de minha Vontade.
Se eu não fizesse a alternância de trabalho e repouso, seria sinal de que não me dava a liberdade
de agir com a minha força criadora o meu trabalho na tua alma, portanto teria continuado o meu
trabalho até que obtivesse o meu fim, para depois descansar. Eu, se não terminar, não descanso, e
se depois do descanso volto ao trabalho, é porque tomo novos trabalhos, não queres que eu
repouse sob este céu tão sereno, estas estrelas e sol que me chovem em cima como doces
refrescos, que me fazendo os mais belos arrulhos me convidam ao descanso e em mudo silêncio
me dizem:

¨Como são belas tuas obras, tua Vontade constante, tua potência criadora que nos deu
a vida! Somos obras tuas, descansa em nós e nós formaremos tua glória, tua adoração perene’.
Ante palavras tão doces eu descanso, e ao mesmo tempo eu observo e conservo meu trabalho, e
eu preparo outros trabalhos para fazer; e se você soubesse qual é o primeiro trabalho que eu faço
após o descanso; eu abro meu trabalho dizendo à criatura um doce „Eu te amo’ meu, quero iniciar
meu trabalho com meu amor, a fim de que a criatura sentindo-se ferida e arrebatada pela força
irresistível de meu amor, me deixe fazer e me dê o campo de ação em sua alma; e Eu sempre a
tomo, inicio meus trabalhos, peço sacrifícios por via e força de amor, meu amor a felicita, a investe,
a absorve, a embriaga, e de frente ao meu amor, embriagada como está me faz fazer o que quero
e chega a sacrificar-me a própria vida, porque um „te amo’ meu saindo do fundo de minha
Divindade, que contém a imensidão que se encontra por toda parte, a infinitude que não termina
jamais, a potência que tudo pode, a sabedoria que dispõe tudo, tudo o que existe sente a força do
meu „te amo’, e todos o dizem junto Comigo: Diz-lhe o Céu com toda a corte celestial, dizem-no as
estrelas e o seu cintilar se muda em „amo-te’. O sol, o vento, o ar, a água, dizem-lhe „amo-te’,
porque tendo dito Eu, meu „Eu te amo’ ressoou em tudo e em todos os lugares, e todos o dizem
junto Comigo, e a criatura se sente sob a chuva de um „te amo’ imenso, e sentindo-se afogada por
meu amor me deixa fazer, fica sem fôlego, e se presta para me fazer cumprir minhas obras mais
belas; e se bem também ela sente a necessidade de dizer-me „amo-te’, mas vê que o seu é
demasiado pequeno de frente ao meu, porque não tem as armas da imensidão, potência e
infinitude, no entanto não quer ficar para trás, e utiliza a indústria de dizê-lo na potência da minha
Vontade, e oh! quanto me agrada, e me é um incentivo não só ao trabalho, mas a repetir-lhe um
„amo-te’ meu direto e especial, porque é verdade que amo a todos, meu amor nunca cessa para
ninguém, mas quando quero fazer trabalhos especiais, novas obras, projetos diferentes, não me
contento com meu amor geral, mas acrescento um amor especial e distinto, que enquanto serve
para atrair a criatura, serve como matéria, como terreno onde formar o meu trabalho e estender as
minhas obras. Por isso deixa-me fazer, Eu sei quando é necessário o trabalho, a palavra, o silêncio
e o repouso”.

 

32-5
Abril 9, 1933
É tanto o amor divino, que chega a esgotar-se em suas obras. Zelo da Divina Vontade. O pequeno caminho da criatura nela.

(1) O Querer Divino se estende sempre em torno de mim e dentro de mim, o zelo de sua luz
maravilhosa é tanto, que não quer que entre em mim senão o que lhe pertence, para fazer-me
cumprir e crescer a Vida da Divina Vontade, e para me fazer olhar seus modos divinos a fim de que
os pudesse copiar, contentando-se em fornecer-me o que se necessita para poder dizer-me: “As
obras de nossa filha serão pequenas, porque a criatura jamais nos pode alcançar, mas estão
modeladas e semeiam as nossas”. Mas enquanto minha mente seguia a luz da Divina Vontade,
meu doce Jesus visitando minha pequena alma, com todo amor me disse:

(2) “Minha filha, um ato só se diz completo quando quem age esgota nele tudo o que era
necessário para cumpri-lo, se faltar alguma coisa, ou se pode acrescentar algo, jamais se pode
dizer obra completa. Assim foi sempre nosso modo de agir, esgotamos tudo: Amor, potência,
maestria, beleza, para tornar plena, perfeita, completa a obra saída de Nós. Não que Nós nos
esgotemos, porque o Ente Supremo não se esgota jamais, mas na obra que fizemos, nada entrava
de mais para torná-la completa, e se quiséssemos colocar de mais, teria sido inútil e não proveitoso
o que podíamos colocar. Fizemos isto na obra da Criação, na Redenção e nos desígnios que
fazemos da santidade de cada uma das criaturas. Quem pode dizer que falta alguma coisa à
Criação? Quem pode dizer que nosso amor constante não se esgotou na Redenção, que foi tanto,
que ainda há mares intermináveis que as criaturas podem tomar e que não tomaram, e estes
mares transbordam em torno delas porque querem dar-lhes seu fruto, escondê-las em suas ondas
para fazer que o amor, as obras, as penas infinitas do Deus humanado tomem vida nelas? Se não
nos esgotamos não estamos contentes, o amor esgotado nos traz o repouso e a felicidade, mas se
temos algo mais a dar, que fazer em nossas obras, nos deixa como despertos, somos todo olho,
nosso Ser Divino está todo em movimento sobre o que estamos fazendo, para dar tanto, até que
não encontre nosso ato cumprido com a plenitude do nosso esgotar-nos.

Agora, na Criação e na Redenção não houve oposições ao nosso amor, nem impedimento para poder nos esgotar para
tornar completas nossas obras, porque agíamos independente de todos, nenhuma vontade
humana entrou no meio para nos impedir o poder nos esgotar como queríamos, toda a luta
sofremos por parte das criaturas, por cada um dos desígnios de santidade que queremos cumprir
delas, e oh! em que estreitezas nos põem se a vontade humana não está unida com a nossa, se
não se dá em nossas mãos de modo que possamos manejá-la como queremos para dar-lhe a
forma estabelecida por Nós, para cumprir nossos desígnios e assim nos esgotar com formar nosso
ato completo, ah! Nós não podemos dar o que queremos, mas apenas as migalhas, as pequenas
centelhas do nosso amor, porque o querer humano está sempre em ato de nos rejeitar e de fazer a
guerra. Por isso quando encontramos uma vontade que se presta, abundamos, superabundamos
tanto no dar, que nos colocamos sobre ela mais que uma mãe sobre seu filho, para fazê-lo crescer
belo e gracioso, para poder formar dele sua glória, a honra da criança e o bem do mundo inteiro.
Assim Nós, não a deixamos um instante, damos sempre para mantê-la não só ocupada, mas para
não dar-lhe tempo de poder ocupar-se de outra coisa, de modo que podemos dizer: ‘Tudo é nosso,
podemos esgotar-nos sobre esta criatura’. E como nosso amor é exigente, com justiça quer que
ela, em todos os seus atos, ponha tudo o que pode: Seu amor, toda sua vida, para poder dizer: ‘Tu

te esgotaste por mim, tanto, que não posso conter o que me deste, assim também eu me esgoto
por Ti’. E assim vai se modelando com nossas obras, e copia nossos atos divinos. É por isso o zelo
da Vontade Divina, a luz que te golpeia dentro e fora de ti, porque quer tudo para Si, e que tua
vontade enquanto a sentes viva, não deve ter vida, a fim de que a minha forme sua Vida nela e
cumpra seus atos divinos, e assim poder dar-se a glória de que tudo o que queria dar me deu;
estou esgotado nesta criatura e ela se esgotou por Mim. Não há felicidade mais agradável, nem
fortuna maior, que o esgotamento de ambas as partes, de Deus e da criatura, mas quem produz
todo este bem? Um ato de nossa Vontade constante e cumprida”.

(3) Depois disto continuava meus atos no Fiat Divino, e seguindo seus atos cheguei ao Éden, onde
o amor divino me deteve, e o soberano Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha bendita, nosso Ser Divino é luz puríssima, e nossos atributos tantos sóis distintos
um do outro, mas tão unificados juntos e inseparáveis, que nos fazem coroa. Agora, ao criar a
criatura, vinha posta nestes sóis imensos para formar o seu pequeno caminho; mas quem vem
formar este pequeno caminho? Quem vive da nossa vontade. Nossos atributos divinos se alinham
à direita e à esquerda dela, fazem cerca para dar o passo e fazê-la andar, para fazê-la formar seu
pequeno caminho, e enquanto caminha não faz outra coisa que recolher gotas de luz, das quais
fica toda embelezada, e é um encanto vê-la, assim que se alimenta de luz, a luz a embeleza, e ela
não se entende nem sabe falar de outra coisa senão de luz. Meus atributos se fecham a seu redor
e amam a esta criatura como a pupila de seus olhos, sentem a vida dela neles, e sua vida nela, e
se dão o trabalho de fazê-la crescer quanto mais bela puderem, e de não deixá-la sair um passo do
caminho que lhe formaram em sua luz interminável, assim que quem vive em nossa Vontade pode-
se chamar o pequeno caminho na Vontade Divina, isto no tempo, mas na eternidade não será o
pequeno caminho, senão longo, mas não se deterão jamais, porque esta luz não tem fim, e terão
sempre caminho para caminhar, para tomar novas belezas, novas alegrias, novos conhecimentos
desta luz que jamais termina. Nosso amor mais que nunca desabafou neste Éden ao criar o
homem, e por cumprimento de nosso desafogo e para tê-lo mais seguro, formamos -lhe o caminho
a percorrer na luz de nossos atributos, mas ele se saiu porque não quis fazer nossa Vontade, mas
a nossa bondade foi tanta, que não fechou este caminho, mas deixou-o aberto a quem quiser viver
só de Vontade Divina”.

33-5
Janeiro 2, 1934

Quando a alma faz a Divina Vontade, Deus pode fazer livremente o que quer fazer nela, faz
as coisas maiores, porque encontra capacidade, espaço para o que quer dar às criaturas.

(1) A minha pequena alma, embora nade no mar da Divina Vontade, também sente o prego
transpassar da privação do meu doce Jesus. Meu Deus, que pena dilacerante que tortura minha
dolorosa existência! Oh! como gostaria de verter rios de lágrimas, gostaria se me fosse possível,
transformar a imensidão da mesma Divina Vontade em pranto amargo para mover a piedade a
meu doce Jesus, que se vai de mim sem sequer me dizer adeus, sem me dizer o lugar de sua
morada, nem me fazer ver o caminho, a pegada de seus passos para poder alcançá-lo. Meu Deus!
Jesus meu! Como Você não se move por compaixão desta pequena exilada atormentada apenas
por Você, e por sua causa? Mas enquanto delirava por sua privação, pensava entre mim na Divina
Vontade e temia que não estivesse em mim seu domínio, sua Vida, e por isso meu eterno amor
Jesus me deixa, se esconde e não se ocupa de mim, e de coração lhe pedia perdão, e meu amado
Jesus, depois de muito esperar, tendo compaixão de mim porque não podia mais, por pouco tempo
voltou e me olhando com amor, todo bondade me disse:

(2) “Minha pequena filha do meu Querer, se vê que é pequena, e basta que Eu faça uma pequena
pausa para que se perca, temas, duvides, te oprimas, mas sabe onde se extraviava? Em meu
próprio Testamento, e Eu te vendo n’Ele não me dou pressa em vir, porque sei que está em lugar
seguro. Agora, você deve saber que quando a alma faz minha Divina Vontade, Eu posso fazer
livremente o que quero na alma, operar as coisas maiores, meu Querer a esvazia de tudo e me
forma o espaço onde posso pôr a santidade de um ato infinito meu, e a alma se põe a nossa
disposição, Nossa Vontade amadureceu-a e tornou-a adaptável e viável a receber a virtude
criadora e constante de nosso Ser Supremo. Ao contrário, quando não se faz minha Divina
Vontade, Nós devemos adaptar-nos, restringir-nos, não podemos ser magnânimos segundo nosso
modo divino, devemos dar gole a gole nossas graças, enquanto podemos dar rios.

Oh! como nos pesa atuar em quem não faz nossa Vontade, se queremos nos fazer conhecer, se torna incapaz,
porque a inteligência humana sem nossa Vontade é como um céu nebuloso, que obscurecendo a
bela luz da razão está como cega frente à luz de nossos conhecimentos, assim que estará no meio
da luz, mas incapaz de compreender nada; será sempre analfabeta de frente à luz das nossas
verdades; se queremos dar a nossa santidade, bondade e amor, devemos dá-los a pequenas
doses, como esmiuçados, porque o querer humano está cheio de misérias, de fraquezas e
defeitos, por isso se faz incapaz e também indigno de receber nossos dons, e o que lhe queremos
dar; pobre querer humano, sem nossa Vontade não se sabe adaptar a receber a virtude de nossas
obras criadoras, os fortes abraços de seu Criador, nossas estratagemas amorosas, as feridas de
nosso amor, e muitas vezes cansa nossa paciência divina e nos obriga a não poder lhe dar nada, e
se nosso amor nos obriga a dar alguma coisa, é para ela como um alimento que não sabe digerir,
porque não estando unida com nossa Vontade lhe falta a força e a virtude digestiva para digerir o
que pertence a Nós; por isso se vê rapidamente quando não está nossa Vontade na alma, o
verdadeiro bem não é para ela, perante a luz das minhas verdades se cega e se torna mais tola,
não ama conhecê-las, mas as vê como se a ela não pertencessem. Tudo o oposto para quem faz e
vive em minha Vontade”.

34-5
Janeiro 5, 1936

Quem vive no Querer Divino forma a pequena Vida da Divina Vontade na criatura.
Como vem amada com novo e duplicado amor por Deus.

(1) Minha pequena e pobre vontade sente a extrema necessidade do Querer Divino, sem Ele sinto-
me em jejum, sem força, sem calor e sem vida, aliás, sinto a morte a cada instante, porque
faltando-me não há quem possa substituir-se a alimentar sua Vida em mim. Por isso vou repetindo:
“Tenho fome, vem ó Vontade Divina a dar-me tua Vida para saciar-me de ti, de outra maneira eu
morro”. Mas enquanto delirava porque queria sentir em mim a plenitude da Divina Vontade, meu
doce Jesus repetindo-me sua breve visita, todo bondade me disse:

(2) “Minha filha bendita, teus delírios, tua fome que sente a extrema necessidade porque queres
sentir a cada instante a Vida de minha Vontade, são feridas a meu coração, são rasgos de amor
que ao me violentar me fazem correr, voar para vir a fazer crescer a Vida da minha Vontade em ti.
Você deve saber que quando a criatura quer fazer minha Vontade para viver e fazer seus atos
n’Ela, chama a seu Criador, o Qual se sente chamado pela potência de seu mesmo Querer na
criatura, à qual não lhe é dado resistir ou pôr a menor demora.

É mais como não nos deixamos vencer jamais em amor, enquanto vemos que está por nos chamar, não lhe damos tempo, Nós a
chamamos e ela corre em nosso Ser Divino como em seu próprio centro, se lança em nossos
braços, e Nós a estreitamos tanto, de transformá-la em Nós, acontece um acordo perfeito entre o
Criador e a criatura, e é tanto nossa ênfase de amor, que a amamos com novo e duplicado amor;
mas isto não basta, damos-lhe tal comunicação de nosso Ser Supremo, de fazer-nos amar com
amor novo e duplicado por ela, e se você soubesse o que significa ser amado por Deus com novo
e duplicado Amor, e poder amá-lo com amor novo e duplicado, só em nossa Vontade Divina há
estas maravilhas e prodígios. Deus se ama a Si mesmo na criatura, tudo é seu, por isso não é
maravilha que ponha em campo seu sempre novo Amor, o duplica, o centuplica quanto quer, e dá
a graça à criatura de amá-lo com seu mesmo Amor, se isto não fosse se veria grande disparidade
entre quem pode amar e entre quem não pode amar, e a pobre criatura ficaria humilhada, anulada,
sem coragem e união de amor com seu Criador, e quando dois seres não se podem amar com
igual amor, a desigualdade produz a infelicidade, enquanto nossa Vontade é Unidade, e livremente
dá à criatura seu Amor para fazer-se amar, dá sua Santidade para torná-la santa, Sua Sabedoria
para fazer-se conhecer, não há nada que possua que não gostaria de lhe dar. Muito mais do que
viver em nosso Fiat, como pôs de lado sua vontade para dar vida à nossa em seus atos, formou a
pequena Vida de nosso Querer nela, a qual reclama, suspira o crescimento, e basta um ato a mais
n’Ele para crescer, um suspiro para tirar a fome, um desejo total de que meu Querer corra em todo
o seu ser para formar-se alimento suficiente para sentir-se satisfeita de tudo o que pertence a seu
Criador. Atenção total é necessária, e minha Vontade fará tudo o que for necessário para formar
sua Vida na criatura”.

35-5
Agosto 29, 1937

Como Deus quer ver sua Vida em quem vive em sua Vontade, chega a fazer-se seu modelo.
Dons que Deus dá à criatura. O espaço do querer humano é a estadia divina das maravilhas de Deus.

(1) Meu voo no Querer Divino continua, seus atrativos, seus modos fascinantes se fazem mais
insistentes, seu querer viver na alma é tanto, que se põe em atitude hora de pedir, hora de súplica,
hora de promessa, até lhe prometer novos dons mais belos e insuspeitos, desde que o faça reinar,
e só quem é ingrato pode resistir a tantas urgencias. Mas enquanto minha mente era oprimida por
tantas súplicas e suspiros do Fiat Divino, meu doce Jesus, minha amada vida, repetindo-me sua
breve visita, todo bondade, como se quisesse dar alívio ao seu amor me disse:

(2) “Filha bendita de minha Vontade, se você soubesse em que labirinto de amor nos põe quem
não vive em nosso Querer, posso dizer que em cada ato que faz, em cada palavra, pensamento,
batimento e respiro em que não vemos correr a Vida de nosso Querer, nosso amor fica reprimido,
sente uma dor, dá em soluços e em pranto, geme e suspira porque não encontra na criatura sua
Vida, seu ato, seu batimento, sua palavra, a santidade de nossa Inteligência, e ao ver que é posto
fora de tudo o que a criatura faz, sente seu amor apagado, sente que lhe atam os braços, sente
que não pode desenvolver o seu trabalho nela. Minha filha, que dor! Poder dar vida e não dá-la,
poder falar na palavra humana e reduzir-se ao silêncio porque a criatura não lhe dá o lugar em sua
palavra, poder amar com nosso amor em seu coração e não encontrar o lugar onde colocá-lo, oh!
como o nosso amor fica obstruído e como sem vida por quem não vive na nossa Vontade.
(3) Agora, você deve saber que quando a alma faz um ato em nossa Vontade Divina, Deus se faz
modelo, e o ato se torna matéria para receber o modelo divino, assim que nossa mais que paterna
bondade é toda atenção para ver tudo o que faz quem vive em nosso Querer, e quando está para
pensar, para falar, para agir, assim vai imprimindo nela o modelo da sua sabedoria, o modelo da
sua palavra criadora, e a santidade das suas obras; é tanto o nosso amor, que queremos fazer-nos
vida da sua vida, bater do seu coração, amor do seu amor. É tanto nosso delírio de amor, que
queremos fazer nossas artes, e só em quem vive em nosso Querer podemos obter nossa tentativa,
porque nele não nos faltaria a matéria adaptável para receber nosso modelo”.

(4) Depois disto acrescentou com maior ênfase:

(5) “Minha filha, é tanto o nosso amor, que não fazemos outra coisa que dar contínuos dons à
criatura: O primeiro dom foi toda a Criação, depois veio a criação do homem e, quantos dons não
lhe demos? Dom de inteligência, no qual pusemos o modelo, o espelho de nossa Trindade
Sacrossanta; o olho, o ouvido, a palavra, todos eram dons que lhe fazíamos, e não só lhe dávamos
os dons, mas tomávamos a nossa parte conservante e criadora para lhe guardar estes dons e estar
em ato de sempre dá-los; é tanto o nosso amor ao dar os nossos dons, que não nos separamos do
dom que damos, mas permanecemos no dom que demos para o ter mais seguro e guardado. Oh!
como é exuberante nosso amor, como nos ata por todas partes, e enquanto nos faz dar não deixa
o dom em poder da criatura, porque esta não teria virtude de conservá-lo, e por isso nos
oferecemos Nós mesmos para guardá-los, e para amar mais a esta criatura nos colocamos em ato
de dá-los continuamente. O que te dizer além disso minha filha do grande dom que lhe fizemos ao
criar a vontade humana na criatura?

Nós, como primeira coisa criamos o espaço e depois criamos
o céu, as estrelas, o sol, o ar, o vento, e assim por diante, assim que o espaço devia servir para
poder criar nossas outras obras, criá-las e não ter onde colocá-las não seria obra digna de nossa
sabedoria. De igual modo, ao criarmos a vontade humana, criamos o espaço, o lugar onde
podemos pôr o grande dom que fazíamos ao homem da nossa Santíssima Vontade, este espaço
devia servir a nossa Vontade que age para pôr nele céus mais extensos, sóis mais
resplandecentes, e não só um, mas um por cada vez que agisse. Por isso, a Criação devia servir
ao homem, e este espaço da vontade humana devia servir a seu Deus para formar nele suas
delícias, para poder sempre agir e formar-se seu apoio, seu trono, sua estadia divina. Fazia-lhe
este dom, formava-lhe este espaço para poder ter um lugar para conversar com ele e estar a tu por
tu em doce companhia, queria ter meu armário secreto, meu amor queria lhe dizer tantas coisas,
mas queria o quarto onde poder lhe falar, e meu amor chegava a tanto, até se dar em poder do
homem e do homem em poder de Deus. Por isso amo tanto que a criatura viva em minha Vontade,
porque quero o que criei só para Mim, reclamo meu apoio, meu trono, minha estadia divina. Por
isso, até que o homem não retorne em minha Vontade Divina e me dê meu posto real na sua, Eu
não posso concluir a Criação, temos tantas outras coisas belas que fazer em nosso espaço do
querer humano, tantas outras coisas que dizer, mas não podemos nem fazer nem dizer, porque
faltando nossa Vontade encontramos nosso espaço dificultado, e é por isso que não temos onde
colocar nossas obras, e se queremos falar não nos compreenderá nem terá ouvidos para nos
escutar, por isso faremos prodígios jamais ouvidos para readquirir o que é nosso, o espaço e nossa
estadia divina. Vós, rezai e sofreis para que eu readquira o que é meu, e nunca me recuses o
espaço do vosso querer humano, a fim de que o meu amor possa desabafar e as minhas obras
possam continuar a obra da Criação”.

36-5
Maio 2, 1938

Como a Divina Vontade pede a cada instante a vontade humana para lhe dizer: “Não me
negaste nada, nem Eu posso te negar nada”. Como forma seu marzinho de amor no mar
divino. A Criação. Doce encanto das manifestações do amor divino para com a criatura.

(1) Meu voo continua no Querer Divino, e oh! como fico surpreendida ao ver que a cada instante
pede a vontade humana para fazer nela algum de seus presságios amorosos, como fica comovido
ao ver que um Fiat Divino pede à criatura sua vontade humana. E meu doce Jesus, ao me ver
comovida, repetindo-me sua breve visita, todo bondade me disse:

(2) “Minha filha, é sempre nosso amor que nos empurra com uma força irresistível para a criatura, e
nos põe em atitude de pedir, como se tivéssemos necessidade dela, para dizer-lhe: ‘Me amou e te
amo, te doou a Mim e me doo a você’. Agora, você deve saber até onde chega nosso amor, cada
vez que lhe pedimos sua vontade e ela nos dá, tantas vidas nos dá por quantas vezes nos dá, e
Nós, para dar-lhe a ocasião, o mérito de nos dar não uma vez sua vida, mas tantas vezes quantas
vezes a pedimos, estamos sempre em ato de pedir-lhe. E parece-te pouco que a criatura possa
dizer-nos: ‘Tantas vidas vos dei, e não uma vez, mas milhares de vezes, por quantas vezes me
pedistes?’ E Nós não só a amamos com duplicado amor por quantas vezes nos dá sua vontade, e
a recompensamos cada vez, mas também nos sentimos glorificados e amados demais por quantas
vidas nos deu. Isto não é outra coisa que nosso amor exuberante, as finezas, as estratagemas, os
excessos, as loucuras de nosso amor trabalhador, que não sabe estar sem inventar novas
maneiras para ter o que fazer com a criatura e para poder dizer: ‘Quantas vezes a pedimos, não
nos negou jamais, tampouco Nós podemos negar-lhe nada’. Não é isto um trato de amor
insuperável que só um Deus pode fazer? Além disso, nosso amor não se detém, buscamos sempre
fundi-la conosco, e conforme a criatura ama em nossa Vontade, assim lhe fazemos formar seu
pequeno mar de amor na interminabilidade de nosso mar imenso de amor, e isto para sentir que
seu amor está no nosso e ama com o nosso; será menor, e isto sabemos, que o amor criado não
pode jamais alcançar o amor criante, mas nosso contentamento indizível é que ama em nosso
amor, e com nosso amor. Um amor dividido, separado de Nós, não pode nos agradar jamais, nem
nos pode ferir, e além disso perderia o mais belo do amor. E cada vez que nos ama em nosso Fiat,
tanto mais cresce seu pequeno mar de amor em nosso mar divino, e Nós nos sentimos mais
glorificados e amados ao ver aumentado o amor de nossa criatura”.

(3) Depois disto estava fazendo meu giro na Criação para encontrar todos os atos feitos pela Divina
Vontade, e meu sempre amável Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha bendita, a Criação é o mais doce encanto da manifestação de nosso amor para
com as criaturas, está o azul do céu com suas estrelas, o resplandecente sol, o ar, o vento, o mar,
sempre fixos, jamais se afastam, para dizer ao homem nosso amor que jamais cessa. Há também
na baixa terra: Plantas, flores, árvores, grama, e todos têm uma voz, um movimento, uma vida de
amor de seu Criador, para dizer a todos, até ao menor fio de erva, a história de amor d’Aquele que
os criou para o homem. Agora, as coisas criadas no subsolo parece que morrem, mas não é
verdade, mas sim ressurgem mais belas, isto não é outra coisa que a nova ressurreição do amor
de Deus para as criaturas, e para fazer uma doce surpresa de amor, enquanto parece que morrem
ressurgem mais belas, e põe diante do olho humano o novo encanto das flores e dos frutos para
ser amado, pode-se dizer que cada flor e planta leva o beijo, o te amo de seu Criador àquele que
as olha e se faz possuidor delas. Por isso nosso amor supremo espera que em cada coisa nos
reconheça e nos mande seu te amo, mas em vão esperamos. Em todas as coisas criadas nosso
Ser Supremo manifesta a nossa força, sabedoria, bondade, ordem do nosso amor, e o damos ao
homem a fim de que nos ame com amor potente, sábio, cheio de bondade, isto é, que esteja nele a
imagem do nosso amor divino, e isto só o pode receber quem vive em nossa Vontade, porque
podemos dizer que vive da nossa Vida; ao contrário, fora d’Ela, o amor é débil, a sabedoria é
insípida, a bondade se transforma em defeitos, a ordem em desordem. Pobre criatura sem nossa
Vontade, como nos dá piedade! Muito mais que Nós amamos com amor incessante a criatura, e
quer encontrar nela o amor que jamais cessa, e quando não nos ama forma grandes vazios de
nosso amor em sua alma, e nosso amor não encontrando seu amor nestes vazios, não tem onde
apoiar-se, fica suspenso, vai errante, corre, voa e não encontra quem o receba, e grita, sofre pela
dor e diz: Não sou amado, Eu amo e não encontro quem me ame!”

(5) Depois acrescentou com um acento mais terno: “Filha amadíssima, se tu soubesses até onde
chega meu amor por quem vive em minha Divina Vontade, me amarias tanto, que te estouraria o
coração pela alegria, e teu amor e meu amor te fariam ficar consumida, devorada de puro amor por
Mim. Agora, tu deves saber que minha Divina Vontade é a coletora de tudo o que faz a criatura que
vive n’Ela; tudo o que é feito em meu Fiat, não sai, mas sim fica em nossos campos de luz, e minha
Vontade, para deleitar-se, vai recolhendo o movimento, o amor, a respiração, a passo, as palavras,
os pensamentos, tudo o que a criatura fez em nosso Querer para incorporá-lo em nossa própria
Vida; se não fizesse isto nos faltaria um respiro, um movimento, e tudo o que a criatura tem feito
em nosso Querer à nossa Vida. Portanto, sendo partes de nossa Vida, sentimos como a
necessidade de que continuem seu respiro no nosso, seu movimento, seu passo nos nossos, por
isso chamamos a quem vive em nosso Querer: ‘Respiro nosso, batimento, movimento, amor
nosso’. Separar de Nós mesmo o respiro de quem vive em nosso Querer não o podemos fazer,
nem o queremos fazer, sentiríamos arrancar a Vida, por isso, conforme a criatura se move, respira,
etc., minha Vontade se põe em festa e vai recolhendo o que faz a criatura, e sente amá-la tanto,
como se Ela contribuísse para formar o respiro, o movimento na criatura, e como se a criatura
contribuísse para dar o respiro, o movimento a Deus. São os excessos e as invenções do nosso
amor, que só está contente quando pode dizer: ‘O que faço Eu faz ela, movemo-nos, respiramos e
amamos juntos’. E então sentimos a felicidade, a glória, a correspondência de nossa obra criadora,
que assim como saiu de nosso Seio Paterno em uma chama de amor, assim nos retorna, todo
amor a nosso Seio Divino”.

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