Estudo 19 Livro do Céu Vol. 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 19 Livro do Céu Vol. 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina
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PARTE 1PARTE 2
12-28
Dezembro 6, 1917
Por que a Jesus jamais podem agradar os atos feitos fora de seu Querer.

(1) Depois de ter recebido Jesus no sacramento, estava dizendo: “Beijo-te com o beijo de teu Querer, Tu não estás contente se te dou somente meu beijo, senão que queres o beijo de todas
as criaturas, e eu por isso te dou o beijo em teu Querer, porque nele encontro todas as criaturas, e sobre as asas de teu Querer tomo todas as suas bocas e te dou o beijo de todos, e enquanto te beijo, te beijo com o beijo de teu amor, a fim de que não com meu amor te beije, senão com teu mesmo amor, e Tu sintas o contentamento, as doçuras, a suavidade do teu mesmo amor nos lábios de todas as criaturas, de modo que atraído por teu mesmo amor, te forço a dar teu beijo a todas as criaturas”. Mas quem pode dizer as minhas loucuras que dizia ao meu amável Jesus? Então meu doce Jesus me disse:
(2) “Minha filha, como me é doce ver, sentir a alma em meu Querer; sem que ela o perceba se encontra nas alturas de meus atos, de minhas orações, do modo como Eu fazia estando sobre esta terra, se põe quase a meu nível. Eu em meus pequenos atos encerrava todas as criaturas, passadas, presentes e futuras, para oferecer ao Pai atos completos em nome de todas as
criaturas, nem sequer um respiro de criatura me escapou de ficar fechado em Mim, de outra maneira o Pai poderia ter encontrado exceções em reconhecer as criaturas e todos os atos delas, por não ter sido feitos por Mim nem saído de Mim, e poderia ter-me dito: “Não fizeste tudo nem por todos, tua obra não está completa, não posso reconhecer a todos porque não a todos os reincorporaste em Ti, e Eu quero reconhecer só o que fizeste Tu”. Por isso na imensidão de meu Querer, de meu amor e poder, fiz tudo e por todos. Então, como posso gostar das demais coisas, por mais belas que sejam, fora de meu Querer? São sempre atos baixos e humanos e limitados; em troca os atos em meu Querer são nobres, divinos, sem termo, infinitos, qual é meu Querer, são semelhantes aos meus e Eu lhes dou o mesmo valor, amor e poder de meus mesmos atos, os multiplico em todos, Estendo-os a todas as gerações, a todos os tempos. Que me importa que sejam pequenos, são sempre meus atos repetidos e basta; e além disso, a alma se põe em seu verdadeiro nada, não na humildade, na qual sempre se sente algo de si mesma, e como nada entra no Todo e obra Comigo, em Mim e como Eu, toda despojada de si, não prestando atenção nem ao mérito nem ao interesse próprio, mas toda atenta em dar-me satisfação, dando-me domínio absoluto em seus atos, sem querer saber o que faço com eles, só um pensamento a ocupa, viver em meu Querer, pedindo-me que lhe dê tal honra. Eis por que a amo tanto, e todas as minhas predileções, meu amor, são para esta alma que vive em meu Querer; e se amo as demais é em virtude do amor com que amo esta alma e que descende dela, tal como o Pai ama as criaturas em virtude do amor com que me ama a Mim”.
(3) E eu: “Como é certo o que Tu dizes, que em teu Querer não se quer nada, nem se quer saber nada. Se se quer fazer algo é só porque o fizeste Tu, sente-se o desejo ardente de repetir as tuas coisas, todo o resto desaparece, não se quer fazer mais nada!”.
(4) E Jesus: “E Eu a faço fazer tudo, e lhe dou tudo”.

13-19
Setembro 21, 1921

Deus quer dar seus bens a seus filhos. O obrar na Divina Vontade é dia.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, o meu sempre amável Jesus ao vir disse-me:
(2) “Minha filha, em que dolorosas condições me colocam as criaturas. Eu sou como um pai riquíssimo e que ama muito a seus filhos, mas seus filhos são extremamente ingratos, porque enquanto o pai quer vesti-los, estes rejeitam as vestes e querem ficar nus; o pai lhes dá o alimento, e estes querem ficar em jejum, e se comem, se alimentam de alimentos sujos e vis; o pai lhes doa suas riquezas, quer tê-los ao seu redor, lhes dá seu mesmo quarto, e os filhos nada querem aceitar e se contentam em andar errantes, sem teto e pobres.  Pobre pai, quantas dores, quantas lágrimas não derrama! Seria menos infeliz se não tivesse o que dar, mas ter os bens e não ter o que fazer com eles, e ver perecer seus filhos, isto é uma dor que supera qualquer dor. Tal sou Eu, quero dar e não há quem tome, assim que as criaturas são causa de me fazer derramar lágrimas amargas e de ter uma dor contínua; mas você sabe quem enxuga minhas lágrimas e me muda a dor em alegria? Quem quer estar sempre junto Comigo, quem toma com amor e com filial confiança minhas riquezas, quem se alimenta a minha mesma mesa e quem se veste com minhas mesmas vestes; a estes Eu dou sem medida, são meus confidentes e os faço repousar sobre meu próprio seio”.

(3) Depois disto me encontrei fora de mim mesma, e via surgir novas revoluções entre partidos e partidos, e como estas serão causa de maiores combates, e meu doce Jesus me disse:
(4) “Minha filha, se não se formam os partidos não podem acontecer as verdadeiras revoluções, especialmente contra a Igreja, porque se não estivesse o partido faltaria o elemento contra o qual se quisesse combater; mas quantos deste partido que aparentemente se diz católico são verdadeiros lobos cobertos com o manto de cordeiros, e darão muitas dores à minha Igreja; muitos crêem que com este partido será defendida a religião, mas será o contrário, e os inimigos se servirão dele para amaldiçoar principalmente contra Ela”.

(5) Depois voltei em mim mesma, e era a hora quando meu amado Jesus saía da prisão e era levado de novo diante de Caifás2, eu tentei acompanhá-lo neste mistério, e Jesus me disse:
(6) “Minha filha, quando fui apresentado a Caifás era pleno dia, e era tanto o amor que Eu tinha pelas criaturas, que saía neste último dia diante do pontífice todo deformado, chagado, para receber a condenação de morte; mas quantas penas devia me custar esta condenação, E eu tornava estas penas em dias eternos, com os quais circundava cada uma das criaturas, a fim de que, afastando-a das trevas, cada uma encontrasse a luz necessária para se salvar e punha à sua disposição a minha condenação de morte para que nela encontrassem a sua vida. Assim, cada pena e cada bem que Eu fazia, era um dia a mais que dava à criatura; e não somente Eu, mas também o bem que fazem as criaturas é sempre dia que formam, assim como o mal é noite. Acontece como quando uma pessoa tem uma luz e se encontram perto dela dez, vinte pessoas, apesar de que a luz não é de todas, mas de uma só, as outras gozam da luz, podem trabalhar, ler, e enquanto elas se aproveitam da luz, Não fazem mal à pessoa que a possui. Assim acontece com o bem agir, não só é dia para ela, mas pode fazer o dia a quem sabe quantas outras; o bem é sempre comunicativo e o meu amor não só me incitava a Mim, mas dava a graça às criaturas que me amam de formar tantos dias em proveito dos seus irmãos, por quantas obras boas vão fazendo”.

14-19
Abril 6, 1922

Efeitos dos atos feitos no Divino Querer. Na Divina Vontade a alma se põe ao nível de seu Criador.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, o meu doce Jesus transportou-me para fora de mim mesma e fez-me ver multidões de povos que choravam, sem abrigo, em poder da maior desolação; cidades derrubadas, ruas desertas e inabitáveis; não se via outra coisa que montões de pedras e escombros; só um ponto ficava intacto sem ser tocado pelo flagelo, meu Deus, que
pena ver estas coisas e viver! Eu olhava para meu doce Jesus, mas Ele não queria me ver, mas chorava amargamente, e com voz entrecortada pelo pranto me disse:
(2) “Minha filha, o homem pela terra esqueceu o Céu, é justo que lhe venha tirado o que é terra e vá errante sem poder encontrar onde refugiar-se, a fim de que se recorde que existe o Céu. O
homem pelo corpo esqueceu a alma, portanto tudo ao corpo: os prazeres, as comodidades, suntuosidades, o luxo e demais, enquanto a alma está em jejum, privada de tudo e em muitos morta, como se não a tivessem; então é justo que seja privado o corpo, a fim de que se recordem que têm uma alma, mas, oh, como é duro o homem! Sua dureza me obriga a golpeá-lo demais, talvez sob os castigos possa amolecer”.

(3) Eu me sentia dilacerar o coração e Ele continuou:
(4) “Tu sofres muito ao ver o mundo querer estremecer, e a água e o fogo sair de seus limites e lançar-se contra o homem, por isso voltemos juntos a tua cama e rezemos juntos pela sorte do
homem. No meu Querer sentirei teu coração palpitante sobre toda a face da terra, que me dará um palpitar por todos, que me diz: Amor’; e enquanto castigar as criaturas, teu batimento se
interporá para fazer que os castigos sejam menos duros, e levem ao tocar-lhes o bálsamo do meu amor e do teu”.
(5) Então eu fiquei aflitíssima, muito mais porque ao retirar-nos meu doce Jesus se escondia em meu interior, tão dentro que quase não se fazia sentir mais. Que pena! Que dor! O pensamento dos flagelos me aterrorizava, sua privação me dava penas mortais. Agora, neste estado tratava de fundir-me no Santo Querer de Deus e dizia: “Meu amor, no teu Querer o que é teu é meu, todas as coisas criadas são minhas, o sol é meu, e eu to dou em correspondência, a fim de que toda a luz e calor do sol, em cada raio de luz, de calor, te diga que eu te amo, te adoro, te abençôo, e te peço por todos. As estrelas são minhas, e em cada cintilação de estrela selo meu te amo imenso e infinito por todos. As plantas, as flores, a água, o fogo, o ar, são meus, e eu os
dou em correspondência, para que todos te digam, e em nome de todos, te amo com aquele amor eterno com o qual nos criou”. Mas se quisesse dizer tudo me estenderia muito. Então Jesus, movendo-se em meu íntimo, disse-me:
(6) “Minha filha, como são belas as orações e os atos feitos em meu Querer, a criatura se transforma no mesmo Deus Criador e lhe dá a correspondência do que Ele lhe deu. Tudo o criei para o homem e tudo a ele doei. Em minha Vontade a criatura se eleva em seu Deus Criador e o encontra no ato no qual criou todas as coisas para dá-las em dom, e ela, trêmula diante da multiplicidade de tantos dons e não tendo nela a força criadora para poder criar tantas coisas por quanto recebeu, oferece suas mesmas coisas para retribuí-lo em amor. Sol, estrelas, flores, água, fogo, ar, te dei para te dar amor, e você, com reconhecimento os aceitou, e pondo em comércio meu amor me deu a correspondência, assim que sol te dei e sol me deu, estrelas, flores, água, etc., te dei, e você os deu a Mim. As notas do meu amor ressoaram de novo sobre todas as coisas criadas, e com voz unânime me deram o amor que fiz correr sobre toda a Criação.
(7) Em minha Vontade a alma se põe ao nível de seu Criador, e em seu próprio Querer recebe e dá. Oh, que competição entre criatura e Criador! Se todos pudessem vê-la ficariam estupefatos ao ver que em minha Vontade a alma chega a ser um pequeno deus, mas tudo em virtude da potência de minha Vontade”.

15-21
Maio 5, 1923
Por quantas vezes a alma entra no Querer Divino, tantos caminhos abre entre o Criador e as criaturas, que servem para encontrar-se com Ele, e neste encontro ela copia as virtudes do seu Criador, absorve em si nova Vida Divina e tudo  o que faz não é mais humano senão divino.

(1) Encontrando-me em meu estado habitual, senti-me atraída fora de mim mesma, mas não via o céu azul nem o sol de nosso horizonte, senão outro céu, todo de ouro, adornado de estrelas de
várias cores, brilhantíssimo mais que sol. Eu me sentia atraída para cima, e abrindo-se diante de mim este céu, encontrei-me ante uma luz puríssima, na qual, submergindo-me, chamei em minha inteligência todas as inteligências humanas, desde onde Adão havia começado, com subtrair-se da Divina Vontade, a romper a união de sua inteligência com a de seu Criador, até o último homem que existirá sobre a terra, e tratava de dar a meu Deus toda a honra, a glória, a submissão, etc., de todas as inteligências criadas, e assim fazia com todos os meus demais sentidos, chamando nos meus todos os das demais criaturas, tudo isto sempre em seu amável Querer, onde tudo se encontra, de onde nada escapa, apesar de no presente não existirem e onde tudo pode ser feito. Então, enquanto isso fazia, uma voz saiu de dentro da imensidão daquela luz dizendo:

(2) “Por quantas vezes a alma entra no Querer Divino para rezar, obrar, amar e outras coisas, tantos caminhos abre entre o Criador e as criaturas, e a Divindade vendo que a criatura se faz caminho para ir a Ela, abre seus caminhos para encontrar-se com sua criatura. Neste encontro ela copia as virtudes de seu Criador, absorve em si sempre nova Vida Divina, se adentra mais nos
eternos segredos do Querer Supremo, e tudo o que faz não é mais humano nela, senão divino, e este obrar divino nela forma um céu de ouro onde a Divindade, Deleitando-se de encontrar o seu agir na criatura, passeia sobre este céu, esperando a criatura para receber seus atos divinos e, portanto, abrir-lhe outros caminhos em sua Divindade, e vai repetindo com grande amor: Eis como em meu querer a criatura se aproxima da minha semelhança, como realiza os meus desígnios, como cumpre a finalidade da Criação”.
(3) E enquanto ouvia isto, encontrei-me em mim mesma.

16-21
Setembro 14, 1923
Todas as criaturas giram em torno de Deus, Assim como a terra gira ao redor do sol.

(1) Eu estava pensando como todas as coisas giram em torno do sol, a terra, nós, todos as criaturas, o mar, as plantas, todos, em suma, todos giramos ao redor do sol, e porque giramos ao redor do sol ficamos iluminados, recebemos seu calor, assim que ele reflete seus Raios ardentes sobre todos, e nós, a Criação, toda girando ao seu redor gozamos de sua luz e recebemos parte dos efeitos e bens que o sol contém. Agora, quantos seres giram ao redor do Sol Divino? Todos: todos os anjos, os santos, os homens, todas as coisas criadas, a própria Mama Reina, não tem o primeiro giro, que rapidamente girando em torno Ele absorve todos os reflexos do Sol Eterno? Agora, enquanto isso eu pensei, meu Divino Jesus se moveu em meu interior, e me estreitando toda a Ele me disse:
(2) “Minha filha, foi precisamente esta a finalidade para a qual criei o homem, para que me Girará sempre ao redor, e Eu, como Sol, estando no centro de seu giro devia fazer refletir n’Ele a minha luz, o meu amor, a minha semelhança e toda a minha felicidade; a cada sua volta devia dar sempre novos contentamentos, nova beleza e flechas mais ardentes.

(3) Antes que o homem pecasse minha Divindade não estava oculta ao homem, porque com me girar em torno, ele era meu reflexo, portanto era a pequena luz, era então como conatural que sendo eu o grande Sol, a pequena luz pudesse receber os reflexos da minha; enquanto pecou parou de me girar ao redor, sua pequena luz se escureceu, ficou cego e perdeu a luz para poder ver em carne mortal minha Divindade, por quanto a criatura é capaz, tanto, que ao vir a redimir o homem tomei carne mortal para me fazer ver, não só porque junto com a carne o homem havia pecado, e eu juntamente com a carne devia expiar, senão porque lhe faltavam os olhos para poder ver minha Divindade, tão certo é, que minha Divindade que habitava em minha Humanidade, como relâmpagos e a gotas pôde apenas sair algum raio de luz de minha Divindade. Olhe então que grande mal é o pecado, é perder o homem seu giro em torno de seu Criador, é anular a finalidade de sua criação, é mudar-se de luz em trevas, de belo em horrível, é um tão mal, que com toda a minha Redenção não pude restituir-lhe os olhos para poder ver em carne mortal a minha Divindade, senão somente quando esta carne do homem, desfeita, pulverizada pela morte, ressuscite de novo no dia do juízo.

O que aconteceria se a Criação toda pudesse faltar ao seu giro em torno do sol? Todas as coisas se transtornariam, perderiam a luz, a harmonia, beleza, uma coisa chocaria com a outra, e apesar de haver sol, não girando ao redor dele, o sol estaria para toda a criação como morto. Agora, o homem com o pecado original perdeu seu giro em torno de seu Criador e por isso perdeu a ordem, o domínio de si mesmo, a luz, e cada vez que peca, não só não gira em torno de seu Deus, senão que nem sequer em torno dos bens da Redenção, que como novo sol veio a lhe trazer o perdão e a salvação. Mas você sabe quem não se detém jamais em seu giro? A alma que faz e vive em Minha vontade, ela corre sempre, não se detém jamais e recebe todos os reflexos de minha Humanidade, e também os raios de luz de minha Divindade”.

17-23
Novembro 27, 1924

A imutabilidade de Deus, e a mutabilidade das criaturas.

(1) Estava pensando na imutabilidade de Deus e na mutabilidade das criaturas. Que diferença!
Agora, enquanto eu pensava assim, meu sempre benigno Jesus se moveu dentro de mim dizendo:.
(2) “Minha filha, olha, não há ponto onde meu Ser não se encontre, não tenho para onde me mover, nem à direita, nem à esquerda, nem adiante, nem atrás; nenhum vazio existe que não esteja cheio por Mim. Minha firmeza, não encontrando ponto onde não esteja Eu, sente-se inabalável; é minha Imutabilidade eterna. Esta imutabilidade imensa me faz imutável nos prazeres, o que eu gosto, eu gosto sempre; imutável no amor, no gozar, no querer, amada uma vez uma coisa, gozada, querida, não há perigo de que me mude, para mudar deveria restringir minha imensidão, o que não posso nem quero. Minha imutabilidade é a auréola mais bela que coroa minha cabeça, que se estende sob meus pés, que presta eterna homenagem a minha Santidade imutável. Diga-me, há algum ponto onde você não me encontre?”.
(3) Enquanto dizia isto, diante de minha mente se fazia presente esta imutabilidade Divina, mas quem pode dizer o que compreendia? Temo dizer desatinos e por isso melhor passo adiante.. Ao
me falar depois sobre a mutabilidade da criatura me dizia:.
(4) “Pobre criatura, como é pequeno seu lugarzinho! E além de pequeno não é nem sequer estável e fixo seu lugar, hoje em um ponto, amanhã atirada a outro; esta é também a causa de que hoje ama, lhe agrada uma pessoa, um objeto, um lugar, e amanhã muda e talvez até despreze o que ontem lhe agradava e amava. Mas você sabe o que torna a pobre criatura mutável? A vontade humana a torna volúvel no amor, nos prazeres, no bem que faz. A vontade humana é aquele vento impetuoso que move a criatura como uma cana vazia a cada sopro, ora à direita, ora à esquerda.
Por isso ao criá-la quis que vivesse da minha Vontade, a fim de que detendo este vento impetuoso da vontade humana, a fizesse firme no bem, estável no amor, santa no agir; queria fazê-la viver no imenso território da minha Imutabilidade, mas a criatura não se contentou, quis seu pequeno lugarzinho e se tornou o brinquedo de si mesma, dos demais e de suas mesmas paixões. Por isso rogo, suplico à criatura que tome esta minha Vontade, que a faça sua a fim de que retorne àquela Vontade imutável de onde saiu, a fim de que não mais volúvel se torne, senão estável e firme. Eu não me mudei, por isso a espero, a anseio, a quero sempre em minha Vontade”.

18-22
Janeiro 30, 1926

Morte do confessor. Medo de fazer a própria vontade.

(1) Encontrava-me no máximo da minha aflição pela morte fulminante do meu confessor; às minhas tantas penas internas pelas frequentes privações do meu doce Jesus, quis acrescentar um golpe tão doloroso para o meu pobre coração, me privando daquele que era o único que conhecia minha pobre alma, mas o Fiat Voluntas Tua seja sempre feito, amado e adorado. A terra era indigna de possuir tal pessoa, por isso o Senhor para nos punir o levou ao Céu. Então, em minha imensa amargura de ser deixada sem confessor, não sabendo eu mesma a quem me dirigir, rogava a meu amável Jesus por aquela alma bendita dizendo: “Meu amor, se o tirou a mim, ao menos leve-o Contigo direito ao Céu”. E, chorando, dizia-lhe: “Ponho-o na Tua Vontade, Ela contém tudo: Amor, luz, beleza, todos os bens que se fizeram e se farão, a fim de que o purifiquem, o embelezam, o enriqueçam de tudo o que é necessário para estar em tua presença, e assim nada encontrará nele que impeça sua entrada no Céu”.
(2) Agora, enquanto fazia isto e dizia, vi diante de mim um globo de luz, e dentro daquela luz a alma do meu confessor que tomava o caminho do Céu, sem me dizer nem sequer uma palavra. Eu
fiquei consolada, sim, por sua sorte, mas extremamente amarga pela minha, e rogava a Jesus que, tendo me tirado o confessor e não tendo eu a quem me dirigir, que por sua bondade me livrasse do aborrecimento que dava ao confessor, mas não como querido por mim, mas como amado por Ele, porque sinto que se Jesus me concedesse como querido por mim, sentiria como se me faltasse a terra debaixo dos pés, o céu sobre a cabeça, o bater do coração, assim para mim seria uma desgraça em vez de uma graça. E toda abandonada na dor oferecia tudo a Jesus para que me desse a graça de cumprir em toda a sua Santíssima Vontade. E Jesus, tendo compaixão da minha dor, estreitou-me toda a Ele e disse-me:.
*(Don Francesco Di Benedictis)
(3) “Minha filha, coragem, não temas, não te deixo, estarei sempre contigo e prometo-te que se nenhum sacerdote quiser prestar-se para a tua assistência, não querendo eles seguir a minha
Vontade, Eu, não porque o queres tu mas porque o quero Eu, livrar-te-ei do seu aborrecimento. Por  isso não temas, que não farei entrar tua vontade de por meio, farei tudo por Mim, serei zeloso mesmo de teu respiro, que não entre nele tua vontade senão só a minha”.
(4) Depois, quando a noite chegava, eu sentia tal temor de que o bendito Jesus me surpreenderia e me faria cair no estado de meus sofrimentos habituais, que tremia e chorava; muito mais porque sentia como se eu quisesse que me libertasse, E o bendito Jesus saiu de dentro de mim, e, pondo o seu rosto perto do meu, chorou tanto, que senti o meu rosto banhado pelas suas lágrimas, e soluçando disse-me:.
(5) “Minha filha, tem paciência, recorda que sobre ti pesa a sorte do mundo. Ah, você não sabe o que significa estar neste estado de penas junto comigo nem que seja meia hora ou cinco minutos!
É minha Vida real que se repete sobre a terra, é esta Vida Divina que sofre, que roga, que repara em ti, que translada em ti minha mesma Vontade, para fazer que opere em ti como operava em
minha humanidade; e a você parece pouco?”.
(6) E fazendo silêncio continuava chorando. Eu me sentia despedaçado ao ver Jesus chorar, e compreendia que chorava por mim, para me dar a graça de que sua Vontade tivesse seus plenos
direitos sobre mim e que mantivesse íntegra sua Vida em minha alma, e que minha vontade jamais tivesse vida; Assim que suas lágrimas eram para pôr a salvo sua Vontade em minha pobre alma.
Chorava também pelos sacerdotes para lhes dar a sua graça, para que compreendessem as suas obras, a fim de que também eles se prestassem a cumprir a sua Vontade.

19-25

Maio 31, 1926

Diferença entre quem vive no Querer Divino e entre quem está resignado e submetido. A primeira é sol, a outra é terra que vive dos efeitos da luz.

(1) A luz do Divino Querer continua me envolvendo, e minha pequena inteligência enquanto nada no mar imenso desta luz, apenas pode tomar alguma gota de luz e alguma pequena chama das
tantas verdades, conhecimento e felicidade que contém este mar interminável do Eterno Querer, e muitas vezes não encontro as palavras adequadas para colocar no papel aquele pouco de luz, digo pouco em comparação ao tanto que deixo, porque a minha pequena e pobre inteligência toma quanto basta para me encher, o resto devo deixá-lo; acontece como a uma pessoa que se lança no mar, ela fica toda banhada, a água lhe corre por todas as partes, até nas vísceras, mas saindo do mar, O que traz consigo de toda a água do mar? Pouquíssimo, e quase nada em comparação com a água que permanece no mar; e por ter estado no mar, pode talvez dizer quanta água contém, quantas espécies de peixes e sua quantidade que há no mar? Certamente que não, porém saberá dizer aquele pouco que viu do mar. Assim é minha pobre alma. Então meu doce Jesus, enquanto eu estava nesta luz saiu de dentro de mim e me disse:.

(2) “Minha filha, esta é a unidade da luz da minha Vontade, e a fim de que tu a ames sempre mais e te confirmes maioritariamente nela, quero te fazer conhecer a grande diferença que há entre
quem vive em meu Querer, na unidade desta luz, e entre quem se resigna e se submete a minha Vontade, e para te fazer compreender bem te darei uma semelhança no sol que está no céu: o sol, estando na abóbada dos céus, expande os seus raios sobre a superfície da terra; olha, entre a terra e o sol há uma espécie de acordo, o sol em tocar a terra e a terra em receber a luz e o toque do sol. Agora, a terra com receber o toque da luz submetendo-se ao sol, recebe os efeitos que contém a luz, e estes efeitos mudam a face da terra, fazem-na reverdecer, enchem-na de flores, desenvolvem-se as plantas, amadurecem os frutos e tantas outras maravilhas que se vêem sobre a face da terra, produzidas sempre pelos efeitos que contém a luz solar. Mas o sol, com dar seus efeitos não dá sua luz, mas sim, ciumento dela conserva sua unidade, e os efeitos não são duradouros, e por isso se vê a pobre terra agora florida, agora toda despojada de flores, quase a cada estação se muda, sofre contínuas mutações; se o sol desse à terra efeitos e luz, a terra se mudaria em sol e não teria mais necessidade de mendigar os efeitos, porque contendo em si a luz, chegaria a ser dona da fonte dos efeitos que o sol contém. Agora, assim é a alma que se resigna e se submete à minha Vontade, vive dos efeitos que há nela, e não possuindo a luz não possui a fonte dos efeitos que há no Sol do Eterno Querer, e por isso se vêem quase como terra, agora ricas de virtude, agora pobres, e se mudam a cada circunstância, muito mais que se não estão sempre resignadas e submetidas à minha Vontade, seriam como terra que não se quisesse fazer tocar pela luz do sol, porque se recebe os efeitos é porque se faz tocar por sua luz, De outra forma ficaria esquálida, sem produzir nem um fio de erva. Assim ficou Adão depois do pecado, ele perdeu a unidade da luz e portanto a fonte dos bens e efeitos que o Sol da minha Vontade contém, não sentia mais em si mesmo a plenitude do Sol Divino, não descobria mais nele aquela unidade da luz que o seu Criador lhe tinha fixado no fundo da sua alma, do que transmitindo-lhe a sua semelhança fazia dele uma cópia fiel dele. Antes de pecar, possuindo a fonte da unidade da luz com seu Criador, cada pequeno ato seu era raio de luz, que invadindo toda a Criação ia fixar-se no centro de seu Criador, levando-lhe o amor e a correspondência de tudo o que tinha sido feito por Ele em toda a Criação; era Ele que harmonizava tudo e formava a nota de acordo entre o Céu e a terra, mas assim que se subtraiu de minha Vontade, seus atos não eram mais como raios que invadiam Céu e Terra, mas se restringiram quase como plantas e flores no pequeno cerco de seu terreno, assim que perdendo a harmonia com toda a Criação, tornou-se a nota discordante de todo o criado, Oh, como desceu no baixo e chorou amargamente a unidade da luz perdida, que elevando-o sobre todas as coisas criadas fazia de Adão o pequeno deus da terra!

(3) Agora minha filha, pelo que te disse pode compreender que viver na minha Vontade é possuir a fonte da unidade da luz da minha Vontade, com toda a plenitude dos efeitos que nela há, assim que surge em cada ato seu a luz, o amor, a adoração, etc., que constituindo ato por cada ato, amor por cada amor, como luz solar invade tudo, harmoniza tudo, concentra tudo em si e como resplandecente raio leva ao seu Criador a correspondência de tudo o que tem feito por todas as criaturas e a verdadeira nota de acordo entre o Céu e a terra. Que diferença há entre quem possui a fonte dos bens que contém o Sol da minha Vontade, e entre quem vive dos efeitos dela! É a diferença que existe entre o sol e a terra; o sol possui sempre a plenitude da luz e dos efeitos, está sempre radiante e majestoso na abóbada do céu, não tem necessidade da terra, e enquanto toca tudo, ele é intangível, não se deixa tocar por ninguém, E, se alguém tivesse a ousadia de o fixar, com a sua luz o eclipsa, o cega e o lança por terra; mas a terra tem necessidade de tudo, faz-se tocar, despojar, e se não fosse pela luz do sol e seus efeitos seria uma tétrica prisão cheia de esquálida miséria. Por isso não há comparação possível entre quem vive em minha Vontade e entre quem se submete a Ela. Assim, a unidade da luz era possuída por Adão antes de pecar e não pôde recuperá-la mais estando em vida; dele aconteceu como terra que gira em torno do sol, que não estando fixa, enquanto gira se opõe ao sol e forma a noite. Agora, para o tornar fixo de novo e poder assim sustentar a unidade desta luz, necessitava-se de um Reparador, e Este devia ser superior a ele, necessitava-se uma força divina para o endireitar, eis a necessidade da Redenção.

(4) A unidade desta luz a possuía minha Celestial Mamãe e por isso mais que sol pode dar luz a todos, e por isso entre Ela e a Majestade Suprema não houve jamais noite nem sombra alguma,
senão sempre pleno dia, e por isso a cada instante esta unidade da luz de meu Querer fazia correr nela toda a Vida Divina que lhe levava mares de luz, de alegrias, de felicidade, de conhecimentos divinos, mares de beleza, de glória, de amor, e Ela como em triunfo levava ao seu Criador todos estes mares como seus, para lhe testemunhar seu amor, sua adoração, e para fazê-lo apaixonar-se por sua beleza, e a Divindade fazia correr outros novos mares mais belos. Ela possuía tanto amor, que como conatural podia amar por todos, adorar e suprir por todos, seus pequenos atos feitos na unidade desta luz eram superiores aos maiores atos e a todos os atos de todas as criaturas juntas, por isso a todos os sacrifícios, as obras, o amor de todas as outras criaturas se pode chamar pequenas chagas frente ao sol, gotículas de água em frente ao mar, em comparação com os atos da Soberana Rainha, e por isso Ela, em virtude da unidade desta luz do Supremo Querer, triunfou sobre tudo e venceu o seu próprio Criador e o fez prisioneiro em seu seio materno.
Ah, só a unidade desta luz de meu Querer que possuía Aquela que imperava sobre tudo, pôde formar este prodígio nunca antes sucedido, e que lhe fornecia os atos dignos deste Prisioneiro
Divino!.
(5) Adão, ao perder esta unidade da luz, transtornou-se e formou a noite, as fraquezas, as paixões, para ele e para todas as gerações. Esta Virgem excelsa, sem jamais fazer sua vontade, esteve sempre direita e de frente para o Sol eterno, e por isso para Ela sempre foi dia e fez despontar o dia do sol de justiça para todas as gerações; Se esta Virgem Rainha não tivesse feito outra coisa senão conservar no fundo da sua alma imaculada a unidade da luz do eterno Querer, teria bastado para nos dar a glória de todos, e a correspondência do amor de toda a Criação. A Divindade, por Seu meio, em virtude de minha Vontade, sentiu-se retornar as alegrias e a felicidade que havia estabelecido receber por meio da Criação, por isso Ela pode se chamar a Rainha, a Mãe, a Fundadora, a Base e Espelho de minha Vontade, no qual todos podem olhar-se para receber dela a vida da minha vontade”.
(6) Depois disso eu me senti como embebida desta luz e compreendia o grande prodígio de viver na unidade desta luz do Querer Supremo, e meu doce Jesus, retornando acrescentou:.
(7) “Minha filha, Adão no estado de inocência e minha Mãe Celestial, possuíam a unidade da luz de minha Vontade, não por virtude própria, senão por virtude comunicada por Deus, em troca minha humanidade a possuía por virtude própria, porque nela não só estava a unidade da luz do Supremo Querer, mas também havia o Verbo Eterno, e como Eu sou inseparável do Pai e do Espírito Santo, sucedeu a verdadeira e perfeita bifurcação, que enquanto permaneci no Céu desci no seio de minha Mãe, e sendo o Pai e o Espírito Santo inseparáveis de Mim, também Eles desceram junto comigo e ao mesmo tempo ficaram no alto dos Céus”.
(8) Agora, enquanto Jesus me dizia isto, veio-me a dúvida de se as Três Divinas Pessoas haviam sofrido as Três, ou bem só o Verbo, e Jesus retomou a palavra e me disse:.
(9) “Minha filha, o Pai e o Espírito Santo, porque são inseparáveis de Mim, desceram junto Comigo, e Eu fiquei com Eles nos céus, mas o trabalho de satisfazer, de sofrer e de redimir o homem foi tomado por Mim; Eu, Filho do Pai, Aceitei o trabalho de reconciliar Deus com o homem. Nossa Divindade era intangível de poder sofrer a mínima pena, foi minha Humanidade que unida com as Três Divinas Pessoas em modo inseparável, a qual dando-se em poder da Divindade sofria penas inauditas, satisfazia em modo divino, e como a minha humanidade possuía não só a plenitude da minha Vontade como virtude própria, mas o mesmo Verbo, e por conseqüência da inseparabilidade, o Pai e o Espírito Santo, por isso superou em modo mais perfeito tanto a Adão
inocente quanto a minha própria Mãe, porque neles era graça, em Mim era natureza; eles deviam tomar de Deus a luz, a graça, a potência, a beleza; em Mim estava a fonte de onde surgia luz,
beleza, graça, etc., assim que era tanta a diferença entre Mim que era natureza, E entre a minha mãe em que era graça, que Ela estava ofuscada diante da minha humanidade. Por isso minha filha sê atenta, teu Jesus tem a fonte que surge e tem sempre que te dar, e tu sempre que tomar, por quanto possa te dizer acerca de minha Vontade, sempre tenho mais que te dizer, e não te bastará nem a curta vida do exílio, nem toda a eternidade para te fazer conhecer a longa história da minha Suprema Vontade, nem para te numerar os grandes prodígios que há nela”.

20-18
Novembro 1, 1926

O que faz o Fiat Supremo em cada coisa criada e as lições que dá às criaturas para vir a reinar no meio delas.

(1) Estava fazendo meu habitual giro em toda a Criação para poder amar, glorificar, como ama e glorifica o próprio Fiat Divino em todas as coisas criadas. Mas enquanto fazia isto pensava: “Meu
doce Jesus me faz girar por toda a Criação, como para alcançar sua Vontade em todos seus atos, fazer-lhes companhia, dar-lhes um meu te amo, um obrigado e um te adoro, e pedir que logo venha seu Reino; mas eu não sei tudo o que faz este Fiat Divino em cada coisa criada, gostaria de saber para que um deles seja meu ato com o seu”. Agora, enquanto pensava assim, meu sempre amável Jesus, todo bondade saiu de dentro de mim e me disse:
(2) “É justo que a pequena filha de meu Querer saiba o que faz Aquele de onde veio sua origem.
Tu deves saber que o meu Fiat Eterno não só preenche toda a Criação e é vida de cada coisa criada, mas tem espalhadas todas as nossas qualidades em tudo o que foi criado, porque a Criação devia servir de paraíso terrestre à família humana, e portanto devia ser o eco das bem-aventuranças e felicidades do Céu; se não tivesse contido as alegrias e os contentamentos da Pátria Celestial, como poderia formar a felicidade da pátria terrena? Muito mais que uma era a Vontade, tanto a que beatificava o empírico como a que devia fazer feliz a terra. Agora, queres saber o que faz a minha Vontade no céu, naquele azul que se vê sempre firme e estendido sobre a cabeça de todos e não há ponto em que não se veja o céu, de noite e de dia está sempre no seu posto? Olhe, nossa Vontade tem espalhada nossa eternidade, nossa firmeza que jamais muda, está sempre em seu equilíbrio perfeito, que por nenhuma circunstância jamais muda, e enquanto ama glorifica nossa eternidade, nosso Ser imutável, faz feliz à terra e diz ao homem: Olha, toma por modelo o céu que está sempre estendido sobre tua cabeça, sê sempre firme no bem como eu sou Eu, sempre estendida aqui para te proteger, a fim de que também tu, como segundo céu que está povoado de estrelas, que a teu olho parecem tão unidas ao céu que se pode dizer que as estrelas são filhas do céu, assim também tu se és firme no bem, o céu de tua alma será povoado de estrelas, como tantos partos e filhas tuas.‟ Então, ao fazer teu giro na Criação, quando chegares ao céu, também tu, unida com a nossa Vontade ames e glorifiques a nossa eternidade, o nosso Ser imutável que jamais muda, e pede-lhe que faça firmes as criaturas no bem, a fim de que sejam o reflexo do céu e gozem a felicidade que leva um bem contínuo e jamais interrompido”.

(3) Depois, seguindo teu giro no espaço da Criação, chegarás ao sol, astro do céu mais próximo da terra, para levar às criaturas a fonte da felicidade terrena e as semelhanças das bem- aventuranças e gostos da felicidade da Pátria Celestial. Quer então saber o que faz minha Vontade no sol?
Glorifica nossa luz interminável, nossos gostos inumeráveis, ama e glorifica a infinidade de nossas doçuras, as indescritíveis tintas de nossas belezas, e com o seu calor faz eco ao nosso imenso amor. Oh! como nos exalta o sol, ama e glorifica nosso Ser Divino, e assim como nossa Divindade revelada beatifica com atos sempre novos toda a Pátria Celestial, assim o sol, eco fiel de seu Criador, portador celeste da Majestade Suprema, velada por sua luz, na qual minha Vontade domina e reina, leva à terra a felicidade terrena, leva sua luz e seu calor, leva a doçura e os gostos quase inumeráveis às plantas, às ervas, aos frutos, leva a cor e o perfume às flores e tantas variadas tintas de beleza que fazem feliz e embelezam toda a natureza. Oh! como o sol oferece, mais bem minha Vontade no sol, por meio das plantas, dos frutos, das flores, às gerações humanas a verdadeira felicidade terrena, e se não gozam plenamente, é porque se separaram
daquela Vontade que reina no sol e a vontade humana pondo-se contra a Divina destrói sua felicidade.

E minha Vontade velada na luz do sol diz ao homem desde a altura de sua esfera, enquanto ama e louva nossas qualidades divinas: „Sê sempre luz como o sou Eu, em tudo o que você faz, a fim de que a luz te converta tudo em calor e chegues a ser como uma só chama de amor para o teu Criador. Olha para mim, sendo Eu sempre luz e calor possuo a doçura, tão é verdade que a comunico às plantas, e das plantas a ti; também tu, se fores sempre luz e calor possuirás a doçura divina, não terás mais fel e ira em teu ânimo, possuirás os gostos e as várias tintas das belezas do Ser Supremo, serás sol como Eu, muito mais que Deus me fez para ti, e tu foste feito para Ele, portanto é justo que sejas mais sol do que eu.‟ Vê minha filha quantas coisas tens que fazer unida com minha Vontade nessa esfera do sol, tens que louvar, amar e glorificar nossa luz, nosso amor, nossas infinitas doçuras, nossos gostos inumeráveis e nossa beleza incompreensível, e tens que conseguir às criaturas todas as qualidades divinas que contém o sol, a fim de que minha Vontade encontrando as qualidades divinas, em meio a elas venha a reinar desveladamente com seu pleno triunfo em meio às gerações humanas.

E agora minha filha, desçamos à parte baixa da terra, ponhamo-nos no mar onde estão acumuladas massas de águas cristalinas, símbolo da pureza divina, estas águas caminham sempre, não se detêm jamais, não têm voz e murmuram, não têm vida e são fortes, de modo que formam tão altas suas ondas que atropelam e fazem pedaços navios, nações e coisas, e depois que destruíram as coisas que investiram, descem pacíficas em sua praia, como se nada tivessem feito, continuando seu habitual murmúrio. Oh! como a minha Vontade no mar louva, ama e glorifica a nossa força, a nossa força, o nosso movimento eterno que jamais se detém, e se a nossa Justiça forma as suas justas ondas fragrantes para destruir cidades e nações, como mar pacífico depois da tempestade nossa paz jamais é perturbada, e minha Vontade velada pelas águas do mar diz ao homem: Sê puro como estas águas cristalinas, mas se queres ser puro caminha sempre para o Céu, de outra maneira te corromperias como se corromperiam estas águas tão puras se não caminhassem sempre; o murmúrio de tua oração seja contínuo se queres ser forte e potente ao Meu lado, se queres lançar por terra os mais fortes inimigos e a tua vontade rebelde que me impede de revelar-me e sair deste mar para vir reinar em ti e estender em ti o mar pacífico da minha Graça.‟ Será possível que queiras estar debaixo deste mar que tanto me glorifica? Também tu louva, ama e glorifica nossa pureza, nossa potência, força e justiça, unida com minha Vontade que te espera no mar como a filha sua, nosso movimento eterno para as criaturas para fazer-lhes o bem, o murmúrio contínuo do nosso amor por meio das coisas criadas, que enquanto murmura amor, quer a correspondência contínua do murmúrio do amor contínuo das criaturas, e pede a minha Vontade que lhes dê as qualidades divinas que exercita no mar, a fim de que venha a reinar no meio daqueles que a têm rejeitada em toda a Criação. Por isso se queres saber o que faz minha Vontade em toda a Criação, gira nela, e meu Fiat encontrando a sua filha em todas as coisas criadas, se revelará e te dirá o que faz para a Divina Majestade, e a chamada e as lições que quer dar às criaturas”.

 

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