Estudo 20 – Livro do Céu Vol.1 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 20 – Livro do Céu Vol.1 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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LUZES INEDITAS!
VOLUME 1 –

(144) Eu me sentia partir o coração pela dor, me parecia que eram tantas as ofensas que lhe faziam, que para fugir queria esconder-se em mim, para encontrar refúgio. Sentia também tanta
pena porque os homens deviam ser castigados, que me parecia que não eles, mas me parecia que se eu tivesse podido, teria sido mais suportável eu sofrer todos aqueles castigos, antes de ver os outros sofrer.
(145) Tratei de sensibiliza-lo o máximo que pude e com todo o coração lhe disse: “Ó Esposo Santo, evita os flagelos que a tua Justiça tem preparados, se a multiplicidade das iniqüidades dos homens é grande, está o mar imenso do teu sangue onde, podes enterrá-las, e assim a tua Justiça ficará satisfeita. Se não tens onde ir para deleitar-te, vem em mim, te dou todo meu coração, para que repouses, e te deleites com ele, é verdade que também eu sou um lugar imundo de vícios, mas Tu podes purificar-me e fazer-me como Tu me queres. Mas se for necessário o sacrifício da minha vida imagens libertadas”. E o Senhor interrompendo o meu falar continuou a dizer-me:
(146) “Precisamente isto é o que eu quero, se tu te ofereceres para sofrer, não como até agora, de vez em quando, mas continuamente, todos os dias e por um curto período de tempo, Eu libertarei os homens. Vê, pois, que te porei entre a minha justiça e as iniqüidades das criaturas, e quando a minha justiça estiver cheia de iniqüidades, de modo que não as possa conter e se veja obrigada a mandar os flagelos para punir as criaturas, encontrando-se você no meio, em vez de golpeá-los a eles ficará golpeada você. Só assim poderei te contentar em livrar os homens, de outro modo, não”.
(147) Eu fiquei toda confusa, e não sabia o que dizer, minha natureza fazia sua parte, se assustava e tremia, mas via meu bom Jesus que esperava uma resposta, se aceitava ou não, então vendo-me quase obrigada a falar lhe disse: “Ó Diviníssimo Esposo meu, por parte minha estaria pronta a aceitar, mas como se arrumará por parte do confessor, se não quiser vir de vez em quando, como será possível que queira vir todos os dias; liberte-me desta cruz de Precisamos do confessor para me libertar, e então tudo ficará resolvido entre você e eu”. Então o Senhor me
disse:
(148) “Vai com o confessor e pede-lhe obediência, se ele quiser dizer-lhe tudo o que te tenho dito e farás o que ele disser. Olhe, não será somente para bem das criaturas pelo que quero estes
sofrimentos contínuos, senão também para teu bem, neste estado de sofrimentos purificarei muito bem tua alma, de modo de te dispor a formar Comigo um místico matrimonio , e depois disto farei a última transformação, de modo que os dois seremos como duas velas que postas no fogo, uma se transforma na outra e se forma uma só, assim transformarei a Mim em ti, e tu ficarás crucificada Comigo. Ah, não ficaria contente se pudesse dizer: “O Esposo crucificado, mas também a esposa está crucificada? Ah sim, não há nada que me faça diferente dele”.
(149) Então, quando pude falar com o confessor disse-lhe tudo o que o Senhor me tinha dito, e como aquela palavra que o Senhor me disse: “Por um certo tempo”, sem me dizer o tempo preciso que devia estar continuamente sofrendo, eu a tomei como por quarenta dias, mais ou menos, mas já passaram cerca de doze anos que continuo assim, mas sempre seja bendito Deus, sejam adorados sempre seus inescrutáveis julgamentos, eu creio que se o Senhor bendito me tivesse feito entender com clareza o tempo que devia estar na cama, minha natureza teria se espantado muito, e dificilmente se teria submetido, recordo que estive sempre resignada, mas então não conhecia a preciosidade da cruz como o Senhor me fez conhecê-la no decorrer destes doze anos, nem o confessor tivesse concordado em dar-me a obediência. Então assim disse ao confessor, que por quarenta dias o Senhor queria que me desse a obediência de estar continuamente sofrendo, e também lhe disse isso e também lhe disse o resto. Com grande surpresa minha, porque eu achava impossível, o confessor me disse que se fosse verdadeiramente Vontade de Deus, ele me dava a obediência, que na realidade não era que ele não pudesse vir, mas sim um pouco de respeito humano. A minha alma alegrou-se muito porque podia contentar ao Senhor, e também livrar as criaturas, mas a minha natureza se entristeceu muito ao receber esta obediência, tanto que por alguns dias estive muito afligida, também a alma a sentia pensativa porque devia estar tanto tempo sem poder receber a Jesus no Sacramento, minha única consolação; às vezes sentia uma guerra tão feroz em mim, que eu mesma não sabia o que me havia acontecido, muitas coisas acrescentava-as o demônio, mas o meu bom Jesus curou tudo, e eis como aconteceu.

2-26
Maio 26, 1899

Luisa vê seu próprio nada. Jesus lhe ensina sobre o desprezo de si mesmo.

(1) Esta manhã encontrava-me num tal aniquilamento de mim mesma, até me sentir odiosa e arruinada, me parecia ser a mais abominável que se pudesse encontrar; me via como um pequeno verme que se movia e se movia mas sempre ficava ali, na lama, sem poder dar um passo.  Oh Deus, que miséria humana! No entanto, depois de tantas graças que você me deu, eu sou tão ruim ainda. E meu bom Jesus, sempre benigno com esta miserável pecadora, veio e me disse:
(2) “O desprezo de si mesma só é louvável quando está bem investido pelo espírito de fé, mas quando não está investido pelo espírito de fé, em vez de te fazer bem poderá te prejudicar, porque vendo-te tal como tu és, que não podes fazer nada de bem, desconfiarás, permanecerás abatida, sem te encorajar a dar um passo no caminho do bem, mas apoiando-te em Mim, isto é, investindo-te do espírito de fé, virás a conhecer e a desprezar-te a ti, e ao mesmo tempo a conhecer-me a Mim, confiando totalmente em poder operar tudo com a minha ajuda, e eis que fazendo desta maneira caminharás segundo a verdade”.
(3) Quanto bem fez a minha alma este falar de Jesus, compreendi que devo entrar em meu nada e conhecer quem sou eu, mas não devo deter-me ali, senão que em seguida, depois de ter-me conhecido a mim mesma, devo voar ao mar imenso de Deus e aí deter-me a tomar todas as graças que se necessitam para minha alma, de outra maneira a natureza fica debilitada e o demônio buscará meios para lança-la na desconfiança.
(4) Seja sempre bendito o Senhor e sempre seja tudo para sua glória.

3-20
Dezembro 25, 1899

Jesus quer de Luisa contínua atitude de sacrifício.

(1) Depois de ter passado alguns dias quase de privação total de meu sumo e único Bem, acompanhados por uma dureza de coração, sem poder nem sequer chorar minha grande perda, ainda que oferecia a Deus também aquela dureza dizendo-lhe: “Senhor, aceita-a como sacrifício, só Tu podes amaciar este coração tão duro”. Finalmente, depois de um longo pesar, veio minha
amada Mamãe Rainha trazendo em seu colo o celestial Menino envolto em uma fralda, todo trêmulo; me deu entre meus braços dizendo:
(2) “Minha filha, aquece-o com teus afetos, porque meu Filho nasceu em extrema pobreza, em total abandono dos homens e em suma mortificação”.

(3) Oh, como era agradável com sua celestial beleza! Eu tomei entre meus braços, abracei-o e apertei-o para o aquecer, porque estava quase entorpecido pelo frio, não tendo outra coisa que o
cobrisse que uma só fralda. Depois de o ter aquecido por quanto pude, meu terno Menino, entreabrindo os seus lábios purpúreos, disse-me:
(4) “Prometes-me tu ser sempre vítima por amor meu, como Eu o sou por amor teu?”
(5) E eu: “Sim, querido, eu prometo”.
(6) E Ele: “Não estou contente só com as palavras, quero um juramento e também uma assinatura com o teu sangue”.
(7) E eu: “Se quer a obediência o farei”.
(8) Ele parecia todo contente, e acrescentou:
(9) “Meu coração desde que nasci o tive sempre oferecido em sacrifício para glorificar ao Pai para a conversão dos pecadores e pelas pessoas que me rodeavam e que mais me foram fiéis companheiros em minhas penas. Assim quero que seu coração esteja em contínua atitude, oferecido em espírito de sacrifício por estes três fins”.
(10) Enquanto dizia isto, a Rainha Mãe queria o Menino para alimentá-lo com seu leite dulcíssimo.
Eu o devolvi e Ela puxou seu peito para colocá-lo na boca do Divino Menino, e eu astuta, querendo fazer uma piada, coloquei minha boca para chupar, tirei poucas gotas, e no momento de fazer isto desapareceram, deixando-me contente e descontente.
(11) Seja tudo para glória de Deus e para confusão desta miserável pecadora.

4-20
Outubro 15, 1900

Luta entre o confessor e Jesus pela crucificação de Luísa.

(1) Esta manhã, tendo recebido a comunhão, o bendito Jesus fez-me ouvir a sua voz que dizia:
(2) “Minha filha, esta manhã sinto toda a necessidade de ser confortado, ah, toma um pouco as minhas penas sobre ti, e deixa-me repousar no teu coração!”
(3) E eu: “Sim meu Bem, torna-me partícipe das tuas dores, e enquanto eu sofro em teu lugar, terás todo o tempo para te poder restaurar e para teres um doce repouso; só te peço que esperes
mais um pouco até que eu fique sozinha, porque me parece que ainda está o confessor, para que ninguém me veja sofrer”.
(4) E Ele: “Que importa que esteja presente o pai, não seria melhor que em vez de ter alguém que me alivie, tenha dois, você sofrendo e ele concordando comigo com minha mesma intenção?”
(5) Enquanto isso, vi o confessor que colocava a intenção da crucificação, e de imediato o Senhor, sem o mínimo atraso me participou as penas da cruz. Depois de ter estado um pouco nesses
sofrimentos, o confessor chamou-me à obediência, Jesus retirou-se e eu tratava de submeter-me a quem me ordenava. Quando em um instante, de novo veio o meu doce Jesus que me queria
submeter pela segunda vez às penas da crucifixão, e o pai não queria; e eu, quando me uniformizava com Jesus, isto é a sofrer, Ele vinha; quando o confessor via que começava a sofrer, com a obediência parava o sofrimento e Jesus se retirava, eu sofria uma pena grande ao vê-lo retirar-se, mas fazia quanto mais por obedecer, e às vezes, como via presente ao confessor, deixava-os fazer a Eles, esperando a ver quem vencia: a obediência ou Nosso Senhor. Ah, parecia-me ver lutar a obediência e a Jesus, ambos potentes, capazes de poder enfrentar uma luta.
Depois de terem lutado, no momento de ver quem vencia, veio a Rainha Mãe, que se aproximando do pai lhe disse:
(6) “Meu filho, esta manhã em que Ele mesmo quer que sofra, deixe-o fazer, de outra maneira não serão livrados, nem sequer em parte dos castigos”.

(7) Naquele momento, o pai cessou, como se se tivesse distraído em sustentar a luta, e Jesus vencedor me sujeitou de novo às dores, mas com tal veemência e acerbos dores, que eu mesma
não sei como fiquei viva; Quando pensava que ia morrer, a obediência chamou-me novamente e encontrei-me em mim mesma. Reconfortado o bendito Jesus, mas não contente ainda, regressando queria repetir pela terceira vez, mas a obediência armando-se de força, desta vez se fez vencedora, perdendo meu amado Jesus. Com tudo isto de vez em quando o tentava, quem
sabe e talvez pudesse vencer novamente Ele, tanto que não me dava calma, e devia dizer: “Mas meu Senhor, fica um pouco quieto e deixa-me em paz; não vês que a obediência se pôs em armas, e não quer ceder? Por isso tenha paciência, e se quiser repetir a terceira vez prometa-me que me fará morrer”.
(8) E Jesus: “Sim, venha”.
(9) Eu disse ao pai e também nisto a obediência se tornou inexorável, apesar de que o meu doce Bem me chamava dizendo: “Luísa vem”, eu lhe dizia que me chamava, mas me respondia com um não determinante. Que obediência é esta que quer fazer em tudo, e sobre tudo, de senhora, quer-se meter em coisas que a ela não lhe pertencem, como é o morrer; e além disso, bonita coisa, expõe uma pobre infeliz aos perigos de morrer, faz-lhe tocar com a mão o porto da felicidade eterna, E então para mostrar que em tudo sabe fazer de senhora, pela força que possui a detém e a faz permanecer na mísera prisão do corpo, e se lhe perguntarem por que tudo isso, primeiro não te responde, e depois em sua mudo linguagem te diz: “Por que? Porque sou senhora e tenho império sobre tudo”. Parece que sim, quer estar em paz com esta bendita obediência, se necessita uma paciência de santo, e não só, mas a mesma de Nosso Senhor; de outra maneira se está em contínuas fricções, porque se trata de que quer tocar os extremos. Então vendo que não podia vencer em nada, o bendito Senhor se acalmou diante da obediência e me deixou em paz, me amenizou as penas que sofria e me disse:
(10) “Minha querida, nas dores que sofreste, quis fazer-te sentir o furor da minha justiça ao derramá-la um pouco sobre ti. Se você pudesse ver com clareza o ponto até onde os homens a
fizeram chegar, e como o furor de minha justiça se armou contra eles, você tremeria dos pés a cabeça, e não faria outra coisa que me pedir que chovessem sobre você as penas.
(11) Então parecia que me sustentava nos meus sofrimentos, e para me animar dizia-me:
(12) “Eu sinto-me melhor, e tu?”
(13) E eu: “Ah! Senhor, quem pode dizer o que sinto? , me parece como se tivesse sido triturada dentro de uma máquina, sinto tal aniquilamento de forças, que se Tu não me infundes vigor não
posso recuperar”.
(14) E Ele: “Amada minha, é necessário que ao menos de vez em quando sintas com intensidade as penas; primeiro por ti, porque por quanto bom seja um ferro, se se deixa largamente sem o pôr no fogo, sempre adquire algo de ferrugem; segundo por Mim, que se por longo tempo não me derramava sobre ti, minha ira se ascendia em tal modo, que não teria nenhuma consideração, nem livraria a ninguém, e se não pusesse sobre ti minhas penas, como poderia manter-te a palavra de perdoar em parte ao mundo dos castigos?”
(15) Depois disso, o confessor veio chamar-me à obediência, e assim eu voltei em mim mesma.

4-20
Outubro 15, 1900

Luta entre o confessor e Jesus pela crucificação de Luísa.

(1) Esta manhã, tendo recebido a comunhão, o bendito Jesus fez-me ouvir a sua voz que dizia:
(2) “Minha filha, esta manhã sinto toda a necessidade de ser confortado, ah, toma um pouco as minhas penas sobre ti, e deixa-me repousar no teu coração!”
(3) E eu: “Sim meu Bem, torna-me partícipe das tuas dores, e enquanto eu sofro em teu lugar, terás todo o tempo para te poder restaurar e para teres um doce repouso; só te peço que esperes
mais um pouco até que eu fique sozinha, porque me parece que ainda está o confessor, para que ninguém me veja sofrer”.
(4) E Ele: “Que importa que esteja presente o pai, não seria melhor que em vez de ter alguém que me alivie, tenha dois, você sofrendo e ele concordando comigo com minha mesma intenção?”
(5) Enquanto isso, vi o confessor que colocava a intenção da crucificação, e de imediato o Senhor, sem o mínimo atraso me participou as penas da cruz. Depois de ter estado um pouco nesses sofrimentos, o confessor chamou-me à obediência, Jesus retirou-se e eu tratava de submeter-me a quem me ordenava. Quando em um instante, de novo veio o meu doce Jesus que me queria submeter pela segunda vez às penas da crucifixão, e o pai não queria; e eu, quando me uniformizava com Jesus, isto é a sofrer, Ele vinha; quando o confessor via que começava a sofrer, com a obediência parava o sofrimento e Jesus se retirava, eu sofria uma pena grande ao vê-lo retirar-se, mas fazia quanto mais por obedecer, e às vezes, como via presente ao confessor, deixava-os fazer a Eles, esperando a ver quem vencia: a obediência ou Nosso Senhor. Ah, parecia-me ver lutar a obediência e a Jesus, ambos potentes, capazes de poder enfrentar uma luta.
Depois de terem lutado, no momento de ver quem vencia, veio a Rainha Mãe, que se aproximando do pai lhe disse:
(6) “Meu filho, esta manhã em que Ele mesmo quer que sofra, deixe-o fazer, de outra maneira não serão livrados, nem sequer em parte dos castigos”.

(7) Naquele momento, o pai cessou, como se se tivesse distraído em sustentar a luta, e Jesus vencedor me sujeitou de novo às dores, mas com tal veemência e acerbos dores, que eu mesma
não sei como fiquei viva; Quando pensava que ia morrer, a obediência chamou-me novamente e encontrei-me em mim mesma. Reconfortado o bendito Jesus, mas não contente ainda, regressando queria repetir pela terceira vez, mas a obediência armando-se de força, desta vez se fez vencedora, perdendo meu amado Jesus. Com tudo isto de vez em quando o tentava, quem
sabe e talvez pudesse vencer novamente Ele, tanto que não me dava calma, e devia dizer: “Mas meu Senhor, fica um pouco quieto e deixa-me em paz; não vês que a obediência se pôs em armas, e não quer ceder? Por isso tenha paciência, e se quiser repetir a terceira vez prometa-me que me fará morrer”.
(8) E Jesus: “Sim, venha”.
(9) Eu disse ao pai e também nisto a obediência se tornou inexorável, apesar de que o meu doce Bem me chamava dizendo: “Luísa vem”, eu lhe dizia que me chamava, mas me respondia com um não determinante. Que obediência é esta que quer fazer em tudo, e sobre tudo, de senhora, quer-se meter em coisas que a ela não lhe pertencem, como é o morrer; e além disso, bonita coisa, expõe uma pobre infeliz aos perigos de morrer, faz-lhe tocar com a mão o porto da felicidade eterna, E então para mostrar que em tudo sabe fazer de senhora, pela força que possui a detém e a faz permanecer na mísera prisão do corpo, e se lhe perguntarem por que tudo isso, primeiro não te responde, e depois em sua mudo linguagem te diz: “Por que? Porque sou senhora e tenho império sobre tudo”. Parece que sim, quer estar em paz com esta bendita obediência, se necessita uma paciência de santo, e não só, mas a mesma de Nosso Senhor; de outra maneira se está em contínuas fricções, porque se trata de que quer tocar os extremos. Então vendo que não podia vencer em nada, o bendito Senhor se acalmou diante da obediência e me deixou em paz, me amenizou as penas que sofria e me disse:
(10) “Minha querida, nas dores que sofreste, quis fazer-te sentir o furor da minha justiça ao derramá-la um pouco sobre ti. Se você pudesse ver com clareza o ponto até onde os homens a fizeram chegar, e como o furor de minha justiça se armou contra eles, você tremeria dos pés a cabeça, e não faria outra coisa que me pedir que chovessem sobre você as penas.
(11) Então parecia que me sustentava nos meus sofrimentos, e para me animar dizia-me:
(12) “Eu sinto-me melhor, e tu?”
(13) E eu: “Ah! Senhor, quem pode dizer o que sinto? , me parece como se tivesse sido triturada dentro de uma máquina, sinto tal aniquilamento de forças, que se Tu não me infundes vigor não
posso recuperar”.
(14) E Ele: “Amada minha, é necessário que ao menos de vez em quando sintas com intensidade as penas; primeiro por ti, porque por quanto bom seja um ferro, se se deixa largamente sem o pôr no fogo, sempre adquire algo de ferrugem; segundo por Mim, que se por longo tempo não me derramava sobre ti, minha ira se ascendia em tal modo, que não teria nenhuma consideração, nem livraria a ninguém, e se não pusesse sobre ti minhas penas, como poderia manter-te a palavra de perdoar em parte ao mundo dos castigos?”
(15) Depois disso, o confessor veio chamar-me à obediência, e assim eu voltei em mim mesma.

6-19
Fevereiro 12, 1904

Lamentações da alma, Jesus tranquiliza-a.

(1) Continuando em meu estado habitual, sofrendo mais, veio o bendito Jesus e de todas as partes de sua humanidade saíam tantos riachos de luz que se comunicavam a todas as partes de meu corpo, e destes rios que eu recebia saíam de mim outros tantos rios que se comunicavam à Humanidade de nosso Senhor. Enquanto estava nisto encontrei-me rodeada por uma multidão de santos, que olhavam para mim e diziam entre eles: “Se o Senhor não concordar com um milagre não poderá viver mais, porque lhe faltam os humores vitais, o curso do sangue já não é natural, por isso, segundo as leis naturais deve morrer”. E rogavam a Jesus bendito que fizesse este milagre, que eu continuasse a viver, e nosso Senhor lhes disse:
(2) Pela comunicação dos rios, como vêem, significa que tudo o que ela faz, até as coisas naturais estão identificadas com a minha humanidade, e quando eu faço chegar a alma a este ponto, de tudo o que opera a alma e o corpo nada se perde, tudo permanece em Mim; enquanto que se a alma não chegou a identificar-se em tudo com a minha humanidade, muitas obras que faz se
perdem. E tendo-a feito chegar a este ponto, por que não posso eu levá-la?”
(3) Agora, enquanto diziam isto, pensava entre mim: “Parece que todos estão contra mim, a obediência não quer que eu morra, estes estão rogando ao Senhor que não me leve, que querem
de mim? Eu não sei por que quase à força querem que esteja nesta terra, afastada do meu sumo bem”. E toda me afligia. Enquanto isso pensava Jesus me disse:

(4) “Minha filha amada, não queira te afligir, as coisas do mundo ficam tristíssimas e sempre mais piorarão, se chegar o ponto em que deva dar livre desabafo a minha justiça te levarei, e então não escutarei mais a nenhum”.

7-21
Junho 20, 1906
Tudo deve ser reduzido a um único ponto, isto é: tornar-se tudo uma chama.

(1) Sentia-me muito sofredor de alma e de corpo, e tendo passado a noite com febre me sentia queimar e consumir, e toda sem forças me sentia morrer, com o agregado de que Jesus não vinha, verdadeiramente não podia mais. Agora, depois de muito me senti sair fora de mim mesma, e via Nosso Senhor dentro de uma luz grandíssima, e a mim mesma toda pregada, até as mais pequenas partículas de meus membros, assim que não eram só as mãos e pés como outras vezes, senão que cada um de meus ossos tinha seu prego metido dentro. Oh! Quantos acerbos dores eu sentia, a cada pequeno movimento me sentia dilacerar por aqueles pregos e desfalecia, e de vez em quando me sentia morrer, mas resignada e abismada no Divino Querer, o qual me parecia que fosse uma chave que abria os tesouros divinos para tomar a força para me sustentar naquele estado de sofrimento, até voltar-me contente e feliz; porém eu me queimava e estes pregos pareciam que produziam fogo, e eu estava submersa neste fogo. O bendito Jesus me via e parecia que se comprazia por meu estado, e me disse:

(2) “Minha filha, tudo deve reduzir-se a um só ponto, isto é: chegar a ser todo uma chama, e desta chama cernida, prensada, golpeada, sai uma luz puríssima, não como luz de fogo mas de
sol, toda semelhante à luz que me circunda, e a alma convertida em luz não pode estar longe da luz divina, mas sim minha luz a absorve em si mesma e a leva ao Céu. Por isso ânimo, é a completa crucificação de alma e corpo; não vês que tua luz já está por sair da chama, e minha luz a espera para absorvê-la?”

(3) Enquanto dizia isto, eu me olhei e via dentro de mim uma chama grande, e desta saía um pequeno raio de luz que estava por separar-se e empreender o vôo. Quem pode dizer minha felicidade? Ante o pensamento de morrer, o pensamento de estar sempre com meu único e sumo Bem, com minha vida, com meu centro, sinto-me no paraíso antecipadamente.

8-20
Dezembro, 1907
A intenção da alma em todo o seu agir deve ser encontrar-se com Jesus.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava pensando no momento em que o bendito  Jesus encontrou a sua bendita Mãe no caminho do calvário, e enquanto os compadecia, o doce
Jesus me disse:
(2) “Minha filha, minha Mãe saiu no dia de minha Paixão só para poder encontrar e aliviar a seu Filho. Assim a alma verdadeiramente amante, em todo seu agir, sua intenção é unicamente a de encontrar o seu amado e aliviá-lo do peso da cruz, e como a vida humana é uma contínua atitude de ações, seja internas ou externas, a alma não faz outra coisa que contínuos encontros com seu amado; e somente o encontrará? Não, não, o saudará, o abraçará, o beijará, o consolará, o ama, e ainda que seja com uma só palavra que lhe diga de pressa, Ele ficará satisfeito e contente, e contendo a ação sempre um sacrifício, se a ação serve para encontrar o sacrifício que há dentro da ação, Vai aliviar o peso da minha cruz. Qual será a felicidade desta alma que em seu obrar está em contínuo contato Comigo? Como crescerá sempre mais meu amor em cada encontro que faça Comigo mediante seu obrar. Mas quão poucos se servem disto para encontrar o brevíssimo caminho de suas ações para vir a Mim e estreitar-se, aliviar-me de tantas aflições que me dão as criaturas.

9-20
Novembro 4, 1909
Com a sua beatitude, Deus torna todo o Céu beato, porque n’Ele tudo é harmonia.

(1) Tendo recebido a comunhão, estava dizendo à meu adorável Jesus: “Já estou estreitada contigo, antes fundida, e se já somos uma só coisa, eu deixo o meu ser em Ti e tomo o teu. Por
isso deixo-te a minha mente e tomo a tua, deixo-te os meus olhos, a minha boca, o meu coração, as minhas mãos, os meus pés. Oh, oh! como serei feliz, de agora em diante pensarei com tua mente, olharei com teus olhos, falarei com tua boca, te amarei com teu coração, obrarei com tuas mãos, caminharei com os teus pés, e se alguma coisa me acontecer, direi: meu ser o deixei em Jesus e tomei o seu, vão a Jesus que Ele vos responderá por mim. Oh! como eu me sinto feliz. Ah, sim, eu também tomarei sua beatitude, não é verdade Jesus ? Mas minha vida e todo o meu bem, Tu com a tua beatitude tornas beato a todo o Céu, e eu tomando a tua beatitude não torno beato a nenhum”. E Jesus disse-me:

(2) “Minha filha, também tu podes, tomando todo o meu Ser e juntamente com Ele a minha beatitude, fazer beatos aos demais. Por que meu Ser tem virtude de beatificar? Porque tudo é harmonia em Mim, uma virtude harmoniza com a outra, a justiça com a misericórdia, a santidade com a beleza, a sabedoria com a força, a imensidão com a profundidade e altura, e assim de tudo o resto, tudo é harmonia em Mim, nada é discordante; estas harmonias tornam-me beato a Mim mesmo, e torno beatos todos aqueles que a Mim se aproximam. Então tu, tomando meu Ser, deves estar atenta a que todas as virtudes harmonizem entre elas, e esta harmonia comunicará a felicidade a qualquer que se aproxime de ti, porque vendo em ti bondade, doçura, paciência, caridade, igualdade em tudo, sentir-se-ão felizes estando perto de ti”.

10-20
Maio 16, 1911

Jesus não quer confundir os inimigos da Igreja, e chora pelas chagas dolorosas que há no corpo d’Ela.

(1) Estava rogando ao bendito Jesus que confundisse os inimigos da Igreja, e meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, poderia confundir os inimigos da santa Igreja, mas não quero, se isso fizesse, quem purgaria a minha Igreja? Os membros da Igreja, e especialmente quem está em postos e em
altura de dignidades, têm os olhos cegos e se equivocam grandemente, tanto, que chegam a proteger os fingidos virtuosos e a oprimir e condenar os verdadeiros bons, isto me desagrada de tal
maneira, ver aqueles poucos verdadeiros filhos meus sob o peso da injustiça, aqueles filhos dos quais deve ressurgir a Igreja e aos quais Eu estou dando muita graça para dispô-los a isto, Eu os
vejo de costas para o muro e atados para impedir os passos, isto me dói tanto, que me sinto todo furor por eles.
(3) Escuta minha filha, Eu sou toda doçura, benigno, clemente e misericordioso, tanto que por minha doçura arrebato os corações, mas também sou forte, de rasgar e incinerar aqueles que não só oprimem os bons, mas chegam a impedir o bem que querem fazer. Ah! tu choras pelos leigos, e eu choro as chagas dolorosas que há no corpo da Igreja, as que me magoam tanto, de ultrapassar as chagas dos leigos, porque são pela parte que não me esperava, e que me fazem dispor os leigos a clamar contra eles”.

11-21
Maio 30,1912
Para a alma que verdadeiramente ama a Jesus, não pode haver separação Dele.

(1) Continuando o meu estado habitual, sentia-me oprimida pela privação de meu sempre amável Jesus, e vindo me disse:
(2) “Minha filha, quando estiveres privada de Mim serve-te de minha mesma privação para duplicar, triplicar, centuplicar os atos de amor para Mim, de maneira a formar-te um ambiente, dentro e fora de ti, todo de amor, de maneira que neste ambiente me encontrarás mais belo e como renascido a nova vida, porque onde há amor ali estou Eu, e por isso para a alma que verdadeiramente me ama não pode haver separação, mas sim formamos uma mesma coisa, porque o amor parece que me cria, me dá vida, me alimenta, me faz crescer; no amor encontro meu centro e me sinto recriado, renascido, enquanto sou eterno, sem princípio e sem fim, mas isto é por causa da alma que me ama; me agrada tanto o amor que me sinto como refeito. Além disso, neste amor Eu encontro o meu verdadeiro repouso, repousa a minha inteligência na inteligência que me ama, repousa o meu coração, o meu desejo, as minhas mãos, os meus pés, no coração que me ama, no desejo que me ama e deseja só a Mim, nas mãos que agem por Mim, nos pés que caminham só por Mim, assim que parte por parte Eu vou repousando na alma que me ama, e a alma com seu amor me encontra em tudo e por toda parte, e se repousa toda em Mim, e em meu Amor fica renascida, embelezada e cresce em modo admirável em meu mesmo Amor”.

 

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¨Mãe celeste, Rainha Soberana do Fiat Divino, toma-me pela mão e mergulha-me na Luz do querer Divino. Tu serás a minha guia, minha terna Mãe, e me ensinarás a viver e a manter-me na ordem e no recinto da Divina Vontade. Amém, Fiat.¨

O que é o Reino da Divina Vontade?

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Como se faz os 31 Dias com Maria

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