Estudo 16 Mística Cidade de Deus – Escola da Vontade Divina

Mistica Cidade de Deus
Estudo 16 Mística Cidade de Deus – Escola da Vontade Divina
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Semelhanças entre a anunciação da concepção de Maria e a de Cristo

183. Nesta oração e colóquios estava ocupada Sant’Ana, depois das inteligências que recebera sobre este inefável mistério. Conferia suas reflexões com o seu anjo da guarda que, muitas vezes por esse tempo, se lhe manifestou com mais clareza.
Dispôs o Altíssimo que á embaixada da concepção de sua Mãe Santíssima, fosse de algum modo semelhante a que mandaria mais tarde para sua inefável Encarnação.
Sant’Ana estava meditando, com humilde fervor, naquela que deveria ser a mãe da Mãe do Verbo encarnado, e a Virgem Santíssima fazia os mesmos atos para a que havia de ser Mãe de Deus, como em seu lugar direi. As duas embaixadas foram desempenhadas pelo mesmo anjo, em forma humana, ainda que com mais bela e misteriosa figura à Virgem Maria.

Mensagem de São Gabriel à Sant’Ana

184. Mais formoso e refulgente que o sol, entrou o santo arcanjo Gabriel à presença de Sant’Ana e disse-lhe: – Ana, serva do Altíssimo, sou anjo do conselho de sua Alteza, enviado das alturas por sua divina dignação que olha aos humildes na terra (SI 137,6). Boa é a oração incessante e a confiança humilde. O Senhor ouviu tuas súplicas, porque está perto (SI 144, 18) dos que o chamam com viva fé e esperança, aguardando com resignação serem atendidos.
Se adia o cumprimento de seus clamores, e se tarda em conceder as petições dos justos, é para melhor prepará-los e obrigar-se a lhes dar muito mais do que pedem e desejam. A oração e a esmola abrem os tesouros do Rei onipotente (Tb 11,8-9) e o inclinam a ser rico em misericórdias com os que o rogam.
Tu e Joaquim pedistes descendência e o Altíssimo determinou dar-vos admirável e santa, e por ela enriquecer-vos de dons celestiais, concedendo-vos muito mais do que Lhe pedistes. Porque vos humilhastes em pedir, o Senhor quer glorificar-se atendendo vossas súplicas. A criatura lhe é muito agradável quando roga humilde e confiante, não limitando seu poder infinito.
Persevera na oração e pede sem cessar a salvação da linhagem humana, para inclinar o Altíssimo. Moisés, com oração contínua, alcançou vitória do povo (Êx 17,11). Ester com oração e confiança obteve libertação da morte (Est 4, 11).
Judite pela mesma oração foi destemida em ação tão difícil (Jd 9,1; 13,6) como a que executou para defender Israel, apesar de ser débil mulher. Davi (IRs 17, 45) saiu vitorioso contra Golias, porque orou invocando o nome do Senhor (3Rs 18, 36).
Elias obteve fogo do céu para seu sacrifício, e com a oração abria e fechava os céus.
– A humildade, a fé e as esmolas de Joaquim e as tuas chegaram ao trono do Altíssimo, e Ele enviou-me, seu anjo, para te dar alegres notícias para teu espírito.
Quer sua Alteza que sejas ditosa e bem aventurada e escolhe-te para mãe daquela que há de conceber e dar à luz o Unigênito do Pai. Terás uma filha que por divina ordenação se chamará Maria. Será bendita entre as mulheres, cheia do Espírito Santo (3Rs 18, 44), a nuvem que derramará o rocio do céu para refrigério dos mortais, e nela se cumprirão as profecias de vossos antigos pais. Será a porta da vida e a salvação dos filhos de Adão.
– Adverte que, revelando a Joaquim que terá uma filha ditosa e bendita, o Senhor reservou o mistério, não lhe manifestando que será Mãe do Messias. Por isto deves guardar este segredo. Irás logo ao templo dar graças ao Altíssimo por que tão liberalmente te favoreceu com sua poderosa destra, e na porta Áurea encontrarás Joaquim com quem conferirás estas mensagens.
– A ti, bendita do Senhor, quer sua grandeza ainda visitar e enriquecer com seus mais singulares favores. Na soledade te falará ao coração (Os 2,14) e dará origem à lei da graça, formando em teu seio àquela que há de vestir de carne mortal ao imortal Senhor, dando-lhe forma humana. Com o sangue desta humanidade unida ao Verbo, será escrita a verdadeira lei de misericórdia (Hb9,ll).

Alegria de São Joaquim e Sant’Ana

185. Para que o humilde coração de Sant*Ana não desfalecesse com a admiração e júbilo produzidos por esta embaixada do santo anjo, foi confortada pelo Espírito Santo. Assim, a ouviu e recebeu com grandeza de ânimo e incomparável alegria.
Dirigiu-se logo ao templo de Jerusalém onde encontrou S. Joaquim, como o anjo havia dito. Juntos deram graças ao Autor desta maravilha, oferecendo especiais dons e sacrifícios.
Novamente iluminados pela graça do divino Espírito, e cheios de consolação divina, voltaram para casa. Iam falando sobre os favores que haviam recebido do Altíssimo e como o santo arcanjo
Gabriel se comunicara com cada um em particular, prometendo-lhes da parte do Senhor uma filha que seria muito ditosa e bem-aventurada.

Nesta ocasião revelaram um ao outro como antes de tomarem estado de matrimônio, o mesmo santo anjo por ordem de Deus lhes mandara que se unissem e juntos servissem a Deus. Haviam guardado este segredo durante vinte anos, sem o revelar mutuamente, até que o mesmo anjo lhes prometeu o nascimento da filha.
Fizeram novamente voto de oferecê-la ao templo, e que todos os anos naquele dia, ali iriam passá-lo em louvores e ações de graças, oferecendo especiais sacrifícios e esmolas. Assim o cumpriram depois, com grandes cânticos de louvores ao Altíssimo.

186. Nunca revelou a prudente matrona, quer a São Joaquim, quer a qualquer outra criatura, que sua filha seria a Mãe do Messias. Durante toda a sua vida, o santo progenitor soube apenas que ela seria grande e misteriosa mulher. Nos últimos instantes antes de sua morte, porém, o Altíssimo lho revelou, como direi em seu lugar.

Grande inteligência me foi dada sobre as virtudes e santidade dos pais da Rainha do céu. A fim de chegar ao assunto principal não me demoro mais em falar sobre o que todos os fiéis devem supor.

Revelação a Sant’Ana

187. Depois da primeira concepção do corpo da Mãe da graça, e antes de criar sua alma santíssima, Deus concedeu singular favor a SantAna. Por modo altíssimo e intelectual, teve uma visão de Sua Majestade, dele recebendo grandes inteligências e graças, para prepará-la com graças especiais (SI 20, 4). Purificou-a, espiritualizou-a e elevou sua alma e espírito de tal modo que, desde aquele dia, nenhuma coisa humana a impediu de permanecer na presença de Deus com todo o afeto de sua mente e vontade.
Disse-lhe o Senhor nesta ocasião:
– Ana, minha serva, Eu sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó; esteja contigo minha luz e bênção eterna. Criei o homem para elevá-lo do pó e fazê-lo herdeiro de minha glória e participante de minha divindade.
Ainda que nele coloquei muitos dons, dando-lhe lugar e estado muito perfeito, ele tudo perdeu por dar ouvidos à serpente.
Só por minha vontade, esquecendo sua ingratidão quero reparar seus males, cumprir o que a meus servos e profetas prometi, e enviar-lhes meu unigênito e seu Redentor.
Os céus estão fechados, os antigos pais aprisionados, impedidos de ver a minha face e gozar o prêmio de minha eterna glória. Deste modo, a propensão de minha infinita bondade está como coagida por não se comunicar ao gênero humano.
Quero já usar com ele de minha liberal misericórdia, e dar-lhe a pessoa do eterno Verbo para fazer-se homem, nascendo de mulher que seja mãe e virgem imaculada, pura, bendita e santa sobre todas as criaturas.
Desta minha eleita (Ct 6,8) e única faço-te mãe.

Resposta de SantAna

188. Os efeitos que estas palavras produziram no cândido coração de SantAna, não os posso facilmente explicar.
Foi a primeira dos mortais a quem se revelou o mistério de que sua filha santíssima seria Mãe de Deus, e de seu seio nasceria a eleita para realizar o maior mistério do poder divino. Convinha que assim ela o conhecesse, pois a haveria de dar à luz e criar, e deveria saber estimar o tesouro que possuía.
Ouviu com profunda humildade a voz do Altíssimo, e com submisso coração respondeu:
– Senhor, Deus eterno, é próprio de vossa imensa bondade, e obra de vosso poderoso braço elevar do pó a quem é pobre e desprezado (SI 112,7). Reconheço-me, altíssimo Senhor, indigna de tais misericórdias e benefícios. Que fará este vil bichinho em vossa presença? Somente posso oferecer, em agradecimento, vosso mesmo ser e grandeza, e em sacrifício, minha alma e potências.
Disponde de mim, Senhor, à vossa vontade, pois a ela me entrego inteiramente. Eu quisera ser tão dignamente vossa, como exige esta graça;
mas que farei, pois não mereço ser escrava daquela que será Mãe de vosso Unigênito e minha filha? Assim o reconheço e confessarei sempre. Entretanto, aos pés de vossa grandeza, espero que useis comigo de vossa misericórdia, pois sois Pai piedoso e Deus onipotente.
Tornai-me, Senhor, como me desejais, de acordo com a dignidade que me dais.
189. Esta visão foi recebida por Sant*Ana num maravilhoso êxtase, no qual lhe foram concedidas altíssimas inteligências das leis natural, escrita e evangélica. Conheceu como a divina natureza do Verbo eterno se uniria à nossa, e como a humanidade santíssima seria elevada ao ser de Deus, e outros muitos mistérios dos que seriam realizados na encarnação do Verbo divino. Com
estas ilustrações e outros divinos dons de graça, o Altíssimo a preparou para a concepção e a criação da alma de sua filha santíssima e Mãe de Deus.

CAPÍTULO 14
O ALTÍSSIMO REVELOU AOS SANTOS ANJOS O TEMPO DETERMINADO PARA A CONCEPÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA. OS QUE NOMEOU PARA SEUS CUSTÓDIOS.

Tudo foi feito para a glória de Deus
190. No tribunal da divina vontade, princípio necessário e causa universal de tudo o que existe, decretam-se e determinam-se todas as coisas que hão de ser, com suas condições e circunstâncias, sem nada ser esquecido. Depois de estar tudo determinado, nenhum poder criado o poderá impedir. Todos os orbes e seus moradores dependem deste inefável governo, que a todos açode em colaboração com as causas naturais, sem jamais haver faltado nem poder faltar o mínimo necessário.
Tudo foi feito por Deus que o sustentará só por seu querer, e dele depende conservar a existência que deu a todas as coisas, ou aniquilá-las devolvendo-as ao nada de onde as tirou.
Todavia, como tudo criou para glória sua e do Verbo humanado, desde o princípio da criação foi dispondo os caminhos a abrindo as sendas por onde o mesmo Verbo descesse a tomar carne humana.
Viria conviver com os homens e ser o caminho para eles subirem a Deus, procurando-o, conhecendo-o, temendo-o, servindo-o, amando-o, para depois louvá-lo e gozá-lo eternamente.

Criação de Maria

191. Admirável tem sido seu nome em toda a terra (SI 8,11) e enaltecido na plenitude e congregação dos santos, com os quais organizou um povo digno, do qual o Verbo fosse cabeça.
Quando tudo estava na última e conveniente disposição que sua providencia quis estabelecer, chegou o tempo marcado para criar a maravilhosa mulher vestida de sol (Ap 12,1), aparecida no céu e que alegraria e enriqueceria a terra. Para formá-la decretou a Santíssima Trindade o que entendi e manifestarei com minhas curtas razões e pobres conceitos.

Maria, tipo da humanidade idealizada por Deus

192. Ficou dito acima que para Deus não há passado nem futuro, porque tudo vê presente em sua mente infinita, e tudo conhece com um ato simplicíssimo.
Transpondo-o, porém, aos nossos termos e modo de entender, dizemos que Ele reconsiderou os decretos que fizera para criar digna Mãe à altura da encarnação do Verbo, porquanto o cumprimento de seus decretos é infalível.
Chegando o tempo oportuno e determinado, as três pessoas divinas disseram em si mesmas: Já é tempo que comecemos a obra de nosso beneplácito, e criemos aquela pura criatura, que achará graça a nossos olhos acima de todas as outras. Dotemo-la com ricos dons e somente nela depositemos os maiores tesouros de nossa graça.
– Todas as outras por nós criadas tomaram-se ingratas e rebeldes à nossa vontade opondo-se, por sua culpa, à nossa intenção de que se conservassem no inicial e feliz estado em que criamos os primeiros homens. Não sendo conveniente que nossa vontade falhe em coisa alguma, formemos em toda santidade e perfeição esta criatura, na qual não tenha parte a desordem do primeiro pecado.
– Criemos uma alma segundo nossos desejos, fruto de nossas perfeições, prodígio de nosso infinito poder, sem ser ofendida nem tocada pela mácula do pecado de Adão. Façamos uma obra que seja objeto de nossa onipotência, amostra da perfeição que destinávamos a nossos filhos, e o alvo que pretendíamos atingir na criação.
– Visto todos haverem prevaricado na livre vontade do primeiro homem (Rm 5,12), nesta única criatura restauremos e concedamos o que, desviando-se de nosso querer, eles perderam. Seja imagem e semelhança unicamente de nossa Divindade e permaneça em nossa presença por toda a eternidade, para a plenitude de nosso beneplácito e agrado.
– Nela depositaremos todas as prerrogativas e graças que, em nossa primeira e condicional vontade, tínhamos destinado para os anjos e homens, se se tivessem conservado no primeiro estado.
Se eles as perderam, renovemo-las nesta criatura acrescentando a estes dons outros muitos. Assim não ficará sem efeito o decreto que havíamos estabelecido, mas será cumprido com vantagem em nossa única eleita (Ct 6,8).
– Já que tínhamos destinado o mais santo, o melhor, o mais perfeito e louvável para as criaturas e elas o perderam, dirijamos o caudal de nossa bondade para nossa amada. Separemo-la da lei ordinária da formação de todos os mortais, para que nela não tenha parte a semente do inimigo. Quero descer do céu a seu seio e nele, com sua substância, vestir-me da natureza humana.

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