Estudo 16 Livro do Céu Volumes 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 16 Livro do Céu Volumes 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina
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12-18
Agosto 14, 1917

Jesus não fazia outra coisa que dar-se em poder da Vontade do Pai. Exemplo da Santidade de viver no Divino Querer.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu doce Jesus, depressa veio e me disse:
(2) “Minha filha, Eu não fazia outra coisa senão dar-me em poder da Vontade do Pai, se pensava, pensava na mente do Pai; se falava, falava na boca e com a língua do Pai; se operava, operava nas mãos do Pai; também o respiro respirava nele, e tudo o que fazia ia ordenado como Ele queria. Assim eu podia dizer que minha Vida a desenvolvia no Pai, e Eu era o portador do Pai, porque tudo encerrei em seu Querer e nada fazia por Mim, meu ponto principal era a Vontade do Pai, porque Eu não punha atenção a Mim mesmo, nem pelas ofensas que me faziam interrompia meu curso, senão que sempre voava mais a meu centro, e minha Vida natural terminou quando em tudo cumpri a Vontade do Pai. Assim, tu filha minha, se te deres em poder de minha Vontade, não terás mais pensamento de nada, minha mesma privação que tanto te atormenta e te consome, correndo em minha Vontade encontrará o sustento, meus beijos escondidos, minha Vida em ti vestida de ti, em tua mesma batida de coração sentirás o meu, ardente e dolorido, e se não me vês, sentes-me, meus braços te estreitam, e quantas vezes não sentes meu movimento, meu alento refrescante que acalma teus ardores? Você sente tudo isto, e quando faz por ver quem te estreitou, quem te deu seu alento, e não me vê, Eu te sorrio e te beijo com os beijos de meu Querer e me escondo mais em você, para te surpreender de novo e para te dar um avanço de mais em minha Vontade. Por isso não me amargures com afligir-te, senão deixa-
me fazer, o voo do meu Querer não se detenha jamais em ti, de outra maneira impedirias a minha Vida em ti, enquanto com o viver do meu Querer, Eu não encontro impedimento e faço crescer e desenvolver a minha Vida como quero”.
(3) Agora, para obedecer quero dizer duas palavras acerca da diferença do viver resignado à Divina Vontade, e o viver no Divino Querer:
(4) Primeiro, viver resignado segundo meu pobre parecer, significa resignar-se em tudo à Vontade Divina, tanto nas coisas prósperas como nas adversas, olhando em todas as coisas à Divina Vontade, a ordem das disposições divinas que tem sobre todas as criaturas, e que nem sequer um cabelo pode cair de nossa cabeça se o Senhor não o quer. Parece-me que é como um bom filho que vai aonde quer o pai, sofre o que quer o pai; rico ou pobre lhe é indiferente, porque está contente só de ser o que o pai quer; se recebe ou pede ordens de ir a alguma parte para o desempenho de alguma empresa, ele vai somente porque o quis o pai, mas enquanto dura o tempo de estar longe deve tomar um descanso, deter-se para descansar, tomar o alimento, tratar com pessoas, portanto deve pôr muito de seu querer apesar de que vai porque o quis o pai, mas em tantas coisas se encontra na ocasião de fazer por si mesmo, portanto pode estar os dias, os meses, longe do pai, sem estar em todas as coisas especificada a vontade do pai. Assim, a quem vive resignado ao Divino Querer é quase impossível não misturar sua vontade no que faz, será um bom filho, mas não terá em todos os pensamentos, as palavras, a vida do pai retratada de todo nele, porque devendo ir, voltar, seguir, tratar com outros, o amor fica quebrado, porque só a união contínua faz crescer o amor, e jamais se rompe, e a corrente da vontade do pai não está em comunicação contínua com a corrente da vontade do filho, e naqueles intervalos o filho pode habituar-se a fazer a própria vontade; no entanto, eu acho que é o primeiro passo para a santidade.
(5) Segundo, viver no Divino Querer, queria a mão de meu amável Jesus para escrevê-lo. Ah! Só Ele poderia dizer tudo o belo, o bom e o santo do viver no Divino Querer, eu sou incapaz, tenho muitos conceitos na mente mas faltam-me as palavras. Jesus meu, converte-te em minha palavra, e eu direi o que posso:
(6) Viver no Divino Querer significa inseparabilidade, não fazer nada por si mesmo, porque diante do Divino Querer se sente incapaz de tudo, não pede ordens nem as recebe, porque se sente incapaz de ir sozinho e diz: “Se queres que faça, façamos juntos, e se queres que vá, vamos juntos”. Portanto, faz tudo o que o Pai faz: Se o Pai pensa, faz seus os pensamentos do Pai, e não faz nenhum a mais pensamento do que faz o Pai; se o Pai olha, se fala, se age, se caminha, se sofre, se ama, também ela olha para o que olha o Pai, repete as palavras do Pai, age com as mãos do Pai, caminha com os pés do Pai, sofre as mesmas penas do Pai e ama com o amor do Pai; vive não fora mas dentro do Pai, por isso é o reflexo e o retrato perfeito do Pai; O que não é para quem vive somente resignado. A este filho é impossível encontrar sem o Pai, nem o Pai sem ele, e não só externamente, mas todo o seu interior se vê como entrelaçado com o interior do Pai, transformado, perdido tudo, tudo em Deus. ¡Oh, os vôos rápidos e sublimes deste filho no Querer Divino! Este Querer Divino é imenso, a cada instante circula em todos, dá vida e ordena tudo, e a alma espaçando-se nesta imensidão voa para todos, ajuda a todos, ama a todos, mas como ajuda e ama o mesmo Jesus, o que não pode fazer quem vive só resignado, Assim, a quem vive no Divino Querer é impossível fazer por si só, mas bem sente náusea de seu obrar humano, ainda que seja santo, porque no Divino Querer, as coisas, ainda as menores, tomam outro aspecto, adquirem nobreza, esplendor, santidade divina, potência e beleza divinas, multiplicam-se ao infinito, e num instante faz tudo e depois que fez tudo, diz:
“Não fiz nada, fez Jesus, e este é todo meu contentamento, que miserável qual sou, Jesus me deu a honra de ter-me no Divino Querer para fazer-me fazer o que fez Ele”. Assim que o inimigo não pode molestar a esta filha em se fez bem ou mal, pouco ou muito, porque tudo o fez Jesus, e ela junto com Jesus, esta é a mais pacífica, não está sujeita a ansiedades, não ama a nenhum e ama a todos, mas divinamente, pode-se dizer: “É a repetidora da Vida de Jesus, o órgão da sua voz, o bater do seu coração, o mar das suas graças”.
(7) Só nisto, creio, consiste a verdadeira santidade; todas as outras coisas são sombras, larvas, espectros de santidade. No Querer Divino as virtudes tomam lugar na ordem divina; ao contrário, fora Dele, na ordem humana, estão sujeitas a estima própria, a vanglória, a paixões.
Oh! quantas boas obras e quantos sacramentos freqüentados são de chorar diante de Deus, e de reparar-se, porque estão vazios do Divino Querer, portanto sem frutos. Queira o Céu que todos compreendessem a verdadeira santidade, oh! como todas as outras coisas desapareceriam.
(8) Portanto, muitos se encontram no caminho falso da santidade, muitos a põem nas pias práticas de piedade, e ai de quem as estorve! Oh! como se enganam, se seus querer não estão unidos com Jesus, e também transformados nele, o que é contínua oração, com todas as suas pias práticas sua santidade é falsa, e se vê que estas almas passam com muita facilidade das pias práticas aos defeitos, às diversões, a semear discórdias e a tantas outras coisas. Oh, como é desonrosa esta espécie de santidade! Outros põem a santidade em ir à igreja e assistir a todas as funções, mas seu querer está distante de Jesus, e se vê que estas almas pouca atenção põem a seus próprios deveres, e se são impedidas se enfurecem, choram porque sua santidade lhes vai pelo ar, lamentam-se, desobedecem, são as chagas das famílias; oh, que falsa santidade! Outros a colocam nas confissões freqüentes, na direção detalhada, em fazer escrúpulo de tudo, mas logo não se fazem escrúpulo de que seu querer não corre junto com o Querer de Jesus, e ai de quem as contradiz! ; estas almas são como os balões inflados, que assim que lhes faz um pequeno buraco, sai o ar e sua santidade se esfuma, e caem por terra, estes pobres balões têm sempre que dizer, são facilmente levados à tristeza, vivem sempre em dúvida, e por isso queriam um diretor para eles, que em cada pequena coisa os aconselhasse, os tranquilizasse, os consolasse, mas logo estão mais agitados que antes. Pobre santidade, como é falsificada, gostaria das lágrimas de meu Jesus para chorar junto com Ele sobre estas santidades falsas e fazer conhecer a todos como a verdadeira santidade está em fazer a Divina Vontade e viver no Divino Querer, esta santidade lança as suas raízes tão profundas, que não há perigo de que oscile, porque enche Céu e terra, e onde quer que encontre o seu apoio; é firme, não sujeita a inconstâncias, a defeitos voluntários, atenta aos próprios deveres, é a mais sacrificada, desapegada de todos e de tudo, mesmo das mesmas direções, e como suas raízes são profundas, eleva-se tão alto, que as flores e os frutos florescem no Céu, e está tão escondida em Deus que a terra pouco ou nada vê desta alma; o Querer Divino a tem absorvida nele; Só Jesus é o artífice, a vida, a forma da santidade desta invejável criatura, não tem nada de seu, senão tudo é em comum com Jesus, sua paixão é o Divino Querer; sua característica é o Querer de seu Jesus, e o Fiat é seu movimento contínuo.
(9) Ao contrário, a pobre e falsa santidade dos balões está sujeita a contínuas inconstâncias, e enquanto parece que os balões de sua santidade se inflam tanto, que parecem voar pelo ar a uma certa altura, tanto que muitos e os mesmos diretores ficam admirados, mas logo se desenganam; e basta para fazer esvaziar estes balões, uma humilhação, uma preferência usada pelos diretores com qualquer outra pessoa, acreditando-lhes um roubo que lhes fazem, pois se acreditam as mais necessitadas, portanto, enquanto se fazem escrúpulo de tolices, depois chegam a desobedecer; é a inveja e a traça destes balões, que roendo-lhes o bem que fazem, vai tirando-lhes o ar e o pobre balão se esvazia e cai por terra, chegando a sujar-se de terra, e então se vê a santidade que havia no globo; E o que se encontra? Amor próprio, ressentimento, paixões escondidas sob aspecto de bem, e se tem ocasião para dizer: Fizeram-se brinquedo do demônio; assim que de toda a santidade, não se encontrou outra coisa que um amasso de defeitos, aparentemente disfarçados de virtude. Mas quem pode dizer tudo? Só Jesus conhece os males piores desta falsa santidade, desta vida devota sem fundamento, porque está apoiada sobre uma falsa piedade. Estas falsas santidades são as vidas espirituais sem fruto, estéreis, que são causa de fazer chorar, quem sabe quanto, ao meu amável Jesus; são o mal humor da sociedade, as cruzes dos mesmos diretores, das famílias. Pode-se dizer que levam junto a eles um ar maléfico que danifica a todos.
(10)  Oh, que diferente é a santidade da alma que vive no Querer Divino! Estas almas são o sorriso de Jesus, estão afastadas de todos, mesmo dos mesmos diretores, só Jesus é tudo para elas, assim que não são suplício para nenhum; o ar benéfico que possuem embalsama a todos, são a ordem e a harmonia de todos. Jesus, zeloso destas almas, faz-se ator e espectador do que fazem, nem sequer um batimento cardíaco, um respiro, um pensamento que Ele não regule e domine. Jesus as tem tão absorvidas no Divino Querer, que dificilmente podem lembrar-se que vivem no exílio.

13-16
Setembro 6, 1921

Conforme se conhecem as verdades, assim se forma nova união com Jesus. Jesus quer fazer conhecer o que fazia sua Vontade em sua Humanidade para fazer herdeiras às novas gerações de sua Vontade, dos efeitos, do valor que Ela contém.

(1) Estava eu toda no Santo Querer do meu doce Jesus, e dizia-lhe: “Meu amor, entro em teu Querer e aqui encontro todos os pensamentos de tua mente e todos os das criaturas, e eu faço coroa com meus pensamentos e com os de todos meus irmãos em torno dos teus, e depois os uno todos e faço de todos um só, para te dar a homenagem, a adoração, a glória, o amor, a
reparação de sua própria inteligência”. E enquanto dizia isto, o meu Jesus mexeu-se dentro de mim e, levantando-se, disse-me:
(2) “Filha inseparável de minha Vontade, como estou contente ao ouvir repetir o que fazia minha Humanidade em minha Vontade, e Eu beijo teus pensamentos nos meus, tuas palavras nas minhas, teu batimento no meu”.
(3) E enquanto dizia isto, cobria-me de beijos. Então lhe disse: “Minha vida, por que gozas tanto e fazes festa cada vez que manifestas outro efeito da tua Vontade?”
(4) E Jesus: “Tu deves saber que cada vez que te manifesto uma verdade a mais sobre a minha Vontade, é uma união a mais que formo entre tu e Eu e com toda a família humana; é uma união maior, um vínculo mais estreito, é um maior participar na minha herança, e conforme as manifesto formo a escritura da oferta de alimentos, e vendo os meus filhos mais ricos, e tomando parte na herança, sinto novos contentes e faço festa. Acontece-me a mim como a um pai, que possui muitas posses, mas estas posses não são conhecidas pelos filhos, assim que não sabem que são filhos de um pai tão rico. Agora, vindo o pai os filhos à idade mais velha, dia após dia lhes vai dizendo que possui tal e tal fazenda; os filhos ao ouvi-lo festejam e estreitam-se com um maior vínculo de amor em torno do pai; este, ao ver a festa dos filhos, faz também festa e prepara-lhes uma surpresa maior e diz-lhes: Tal província é minha, depois tal reino. Os filhos ficam encantados e não só fazem festa, mas se sentem afortunados de ser filhos de tal pai. Mas o pai não só faz conhecer suas posses aos filhos, senão que os constitui herdeiros de seus bens. Assim me sucede a Mim, até agora fiz conhecer o que fez minha humanidade, suas virtudes, suas penas, para constituir a família humana herdeira dos bens de minha Humanidade, mas agora quero ir mais além, quero fazer-lhes conhecer o que fazia minha Vontade em minha Humanidade para constituir herdeiras de minha Vontade, dos efeitos, do valor que Ela contém às novas gerações, por isso sei atenta em me escutar e não perca nada dos efeitos e do valor de minha Vontade, para que possas ser fiel relator destes bens e primeiro vínculo de união com o meu Querer e de comunicação para as demais criaturas”.

14-16

20
Março 24, 1922

Quem vive na Divina Vontade, com seus atos suplantará à multiplicação da Vida Sacramental de Jesus.

(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, conforme a alma faz seus atos em meu Querer, assim multiplica minha Vida, de maneira que se faz dez atos em minha Vontade, dez vezes me multiplica; se faz vinte, cem, mil, ou ainda mais, tantas vezes de mais fico multiplicado. Acontece como na Consagração Sacramental, quantas hóstias põem, tantas vezes fico multiplicado, a diferença que há é que na Consagração Sacramental tenho necessidade das hóstias para me multiplicar e do sacerdote que me consagre. Em minha Vontade para ficar multiplicado, tenho necessidade dos atos da criatura, onde mais que hóstia viva, não morta como as hóstias antes de Consagrar-me, minha Vontade me consagra e me encerra no ato da criatura,e eu fico multiplicado em cada ato seu feito em minha Vontade, por isso meu amor tem seu desabafo completo com as almas que fazem minha Vontade e vivem em meu Querer, são sempre elas que suplementam não só a todos os atos que me devem as criaturas, mas a minha própria Vida Sacramental. Quantas vezes fica obstruída minha Vida Sacramental nas poucas hóstias nas quais Eu fico consagrado, porque são poucos os que comungam, outras vezes faltam sacerdotes que me consagrem, e minha Vida Sacramental não só não fica multiplicada quanto quisesse, mas fica sem existência.

¡ Oh! como sofre por isso meu amor, gostaria de multiplicar minha Vida todos os dias em tantas hóstias por quantas criaturas existem para me dar a elas, mas em vão espero, minha Vontade fica sem efeito. Mas o que decidi, tudo terá cumprimento, por isso tomo outro caminho e me multiplico em cada ato da criatura feito em meu Querer, para me fazer suprir à multiplicação das Vidas Sacramentais. Ah, sim, só as almas que vivem em meu Querer suplantarão a todas as comunhões que não recebem as criaturas, a todas as consagrações que não são feitas pelos sacerdotes; nelas encontrarei tudo, ainda a mesma multiplicação de minha Vida Sacramental. Por isso te repito que tua missão é grande, a missão mais alta, mais nobre, sublime e divina não poderia escolher-te, não há coisa que não concentrarei em ti, ainda a multiplicação da minha Vida, farei novos prodígios de graça jamais feitos até agora; por isso te peço, sê atenta, sê me fiel, faz com que a minha Vontade tenha vida sempre em ti, e Eu em Mim Querer em Ti, encontrarei toda completada a obra da Criação, com os meus plenos direitos, e tudo o que quero”.

15-17
Abril 21, 1923

O ponto mais negro da sociedade presente.

(1) Esta manhã meu sempre amável Jesus me transportou para fora de mim mesma, em um lugar onde se viam bandeiras tremulando no ar, audiências onde todas as classes de pessoas tomavam parte, também sacerdotes, e Jesus como ofendido por tudo isto queria tomar em sua mão as criaturas para tritura-las, e eu tomando sua mão na minha a tenho estreitado dizendo-lhe:
(2) ” Meu Jesus, o que estás a fazer? Parece que não são coisas más as que fazem, mas bem parecem boas, parece que a Igreja se une com seus inimigos de antes, e estes não mostram mais aquela aversão a tratar com as pessoas da Igreja, mas sim as chamam a abençoar as bandeiras, não é isto um bom sinal? E você em vez de agradecer parece que se ofende”. E Jesus suspirando e extremamente aflito me disse:
(3) “Minha filha, como te enganas, este é o ponto mais negro da sociedade presente, e a união significa que todos têm uma mesma cor; os inimigos não têm mais temor, horror de aproximar-se das pessoas da Igreja, porque não há neles verdadeira fonte de virtude e de religião, É mais, alguns celebram o Divino Sacrifício sem crer na minha presença, outros, se acreditam, é fé sem obras e sua vida é uma cadeia de sacrilégios enormes, portanto, que bem podem fazer se não o têm neles? Como podem chamar ao cumprimento de verdadeiro cristão, fazendo conhecer que grande mal é o pecado, se falta neles a vida da graça? Com todas as uniões que fazem já não há homens que cumpram o preceito, portanto não é a união do triunfo da religião, é o triunfo do partido, o qual, disfarçando-se procura ocultar o mal que vão maquinando, é a verdadeira revolução que se esconde sob estas máscaras, e Eu fico sempre o Deus ofendido, tanto pelos maus que fingem uma aparência de piedade para reforçar seu partido e assim poder fazer um mal mais grave, como pelas pessoas da Igreja, porque tendo eles uma falsa piedade, já não são bons para atrair os povos a meu seguimento, São mais aqueles que os arrastam para estes. Pode-se dar um tempo mais triste que este? O fingimento é o pecado mais feio e o que mais fere meu
coração, por isso roga e repara”.

16-19
Setembro 6, 1923

Quando o amor acaba, começa a culpa.

(1) Sentia-me petrificada pela dor da privação do meu doce Jesus, parece-me que também suas breves visitas como relâmpagos, sua sombra, vão diminuindo, único sustento meu na sua privação, que como pequenas gotas de orvalho sustentam a pobre planta da minha alma, que queimada, seca por sua privação lhe dão um fio de vida para não fazê-la morrer; mas estava toda resignada a sua Vontade, e buscava por quanto estava em mim seguir meus atos interiores como quando junto com Jesus empreendia o vôo em seu Santíssimo Querer, mas oh! Como diversos os fazia, os fazia mal, não encontrando a todos para dar por todos ao meu Deus. Então estava dizendo em meu interior:

(2) “Meu Jesus, no teu Querer uno os meus pensamentos aos teus, e como os teus pensamentos circulam em cada inteligência criada, quero que cada pensamento tome dos teus o amor de sua inteligência, para poder pôr no vôo do amor cada pensamento de criatura; este Voe para cima, no Céu, ante a Majestade Suprema, e fundindo-se com o Amor Eterno atraia a terra, sobre todas as criaturas, o amor da Santíssima Trindade”.
(3) Agora, enquanto isso e outras coisas fazia, meu adorável Jesus se moveu dentro de mim e suspirando me disse:
(4) “Minha filha, tu não podes estar sem Mim, e muito menos posso Eu estar sem ti; tudo o que tu sentes em seu coração, sou Eu; suas ânsias, seus suspiros, o martírio que sofre porque está privada de Mim, sou Eu, são meus batimentos que se repercutem em ti, que te levam minhas penas, que me escondem de você, por isso, não podendo mais, o amor, superando a justiça me obriga a me mostrar”.

(5) E, enquanto dizia, fez-se ver. Meu Deus, quem pode dizer como me senti renascer? Depois adicionou:

(6) “Minha filha, tu me deste o quarto em ti na terra, e Eu te tenho no Céu, em meu coração, então enquanto você está na terra, você está Comigo no Céu. A Divindade se deleita com a pequena filha do Supremo Querer tendo-a com Eles no Céu, e como temos a nossa pequena filha no Céu e na terra, não nos convém destruir a terra como a justiça gostaria de fazer, merecendo-o as criaturas, ao mais desaparecerão muitas cidades, a terra vai abrir redemoinhos em diferentes pontos fazendo desaparecer lugares e pessoas, as guerras a dizimarão, mas por consideração de nossa pequena filha não a destruiremos, tendo dado a ela a tarefa de fazer viver nossa Vontade sobre a terra. Por isso tem valor, não te abatas demasiado em minha ausência; deves saber que não poderei durar muito sem me fazer ver, Eu mesmo não posso, e você não cessa jamais, jamais de me amar, não só por você mas também por todos os nossos queridos irmãos. Com efeito, queres tu saber porquê Adão pecou? Porque esqueceu que Eu o amava e esqueceu de me amar, foi este o primeiro germe de sua culpa, se tivesse pensado que eu o amava muito e que ele estava obrigado a me amar, jamais teria decidido desobedecer-me, então primeiro parou o amor, depois começou o pecado; e assim que cessou de amar a seu Deus, cessou o verdadeiro amor a si mesmo; seus membros e suas potências se rebelaram a ele mesmo; perdeu o domínio, a ordem e se voltou temeroso, não só isto, mas cessou o verdadeiro amor para com as outras criaturas, enquanto que Eu o havia criado com o mesmo amor que reinava entre as Divinas Pessoas, no qual um devia ser a imagem do outro, a felicidade, a alegria, a vida do outro, por isso, vindo à terra, a coisa à qual dei mais importância foi que se amassem um ao outro como eram amados por Mim, para dar-lhes meu primeiro amor, para fazer pairar sobre a terra o amor da Santíssima Trindade. Por isso em todas as tuas penas e privações não te esqueças jamais que Eu te amo muito, para nunca te esquecer de me amar, e como filha do nosso Querer tens a tarefa de me amar por todos, assim estará na ordem e não terá medo de nada”.

17-17
Outubro 6, 1924

A Divina Vontade é pulsação primária da alma e de todas as coisas criadas.

(1) Estava me fundindo toda no Santo Querer Divino, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:.
(2) “Minha filha, como é belo ver uma alma fundir-se em minha Vontade, enquanto a alma se funde nela, o batimento criado toma lugar e vida no batimento incriado e formam um só, e corre e bate junto com o batimento eterno. Esta é a maior felicidade do coração humano, bater na batida eterna do seu Criador. Meu Querer o põe em vôo e o batimento humano se lança no centro de seu Criador”.
(3) Então eu lhe disse: “Diz-me, meu amor, quantas vezes gira o teu Querer em todas as criaturas?”.
(4) E Jesus: “Minha filha, meu Querer, em cada batida de criatura forma seu giro completo em toda a Criação, e assim como o batimento na criatura é contínuo, e se cessa o batimento cessa da vida, assim minha Vontade, mais que pulsação, para dar Vida Divina às criaturas gira e forma o batimento da minha Vontade em cada coração. Veja então como está minha Vontade em cada criatura, como batimento primário, porque o seu é secundário. Aliás, se há pulsação de criatura, é em virtude do bater da minha Vontade, mas sim, esta minha Vontade forma dois batimentos, um para o coração humano como vida do corpo; e outro para a alma, como batida e vida da alma. Mas queres saber o que faz este batimento da minha vontade na criatura? Se pensa, minha Vontade corre e circula como sangue nas veias da alma e lhe dá o pensamento divino, a fim de que faça a um lado o pensamento humano e dê o lugar primário ao pensamento de minha Vontade; se fala, quer o lugar a palavra de minha Vontade; se obra, se caminha, se ama, minha Vontade quer o lugar da obra, do passo, do amor. É tanto o amor e o zelo de minha Vontade na criatura, que enquanto bate, se a criatura quer pensar se faz pensamento, se quer olhar se faz olho, se quer falar se faz palavra, se quer obrar se faz obra, se quer caminhar se faz pé, se quer amar se faz fogo, em suma, corre e gira em cada ato da criatura para tomar nele seu lugar primário que lhe é devido; mas com grande dor nossa a criatura lhe nega este lugar de honra e dá este lugar a sua vontade humana, e a minha Vontade é forçada a estar na criatura como se não tivesse nem pensamento, nem olho, nem palavra, nem mãos, nem pés, sem poder desenvolver a Vida da minha Vontade no centro da alma da criatura. Que dor! Que grande ingratidão! Mas você quer saber quem me dá campo livre e faz a minha Vontade trabalhar como batida de vida em sua alma?

Quem vive na minha Vontade. Pois bem, oh! como nela desenvolve bem sua Vida e se constitui pensamento de seu pensamento, olho de seu olho, palavra de sua boca, batido de seu coração e assim de tudo o resto. Oh! como nos entendemos imediatamente, e minha Vontade consegue a tentativa de formar sua Vida na alma da criatura. E não só na criatura racional minha Vontade tem seu lugar primário e é como bater que dando a circulação à vida da alma, corre a dar vida a todos os atos da criatura, senão que em todas as coisas criadas minha Vontade tem seu lugar primário e circula como latido de vida, desde a mais pequena coisa criada até à maior, e ninguém pode separar-se da potência e imensidão da minha Vontade. Ela se faz vida do céu azul e mantém nele sempre novo e vívido a cor celeste, não pode descolorar-se, nem mudar-se, nem perder o brilho, porque minha Vontade assim quis que fosse, e uma vez estabelecido assim, Ela não muda; minha Vontade é vida da luz e do calor do sol, e com a sua pulsação de vida conserva sempre igual e viva a luz e o calor, e mantém-no imóvel na minha Vontade, sem poder afastar-se, nem crescer nem decrescer no bem que deve fazer a toda a terra. Minha Vontade é vida do mar e nele forma o murmúrio das águas, o serpentear dos peixes, as ondas estrondosas. Oh! como a minha Vontade faz festa da potência que contém e desenvolve a sua Vida com tanta majestade e absoluto domínio nas coisas criadas, que nem o mar pode deixar de murmurar, nem o peixe de nadar; aliás, poderia dizer que é a minha Vontade que murmura no mar, Minha vontade que nada no peixe, minha Vontade que forma as ondas e com seu ruído faz ouvir que aí está sua Vida, que pode fazer tudo como lhe parece e como gosta.

Minha Vontade é pulsação de vida no pássaro que trina, no piar do pintinho, no cordeiro que bale, na rola que geme, nas plantas que vegetam, no ar que todos respiram, em suma, em toda minha Vontade tem sua Vida e forma com sua potência o ato que Ela quer, assim, tem a harmonia em todas as coisas criadas e forma nelas os vários efeitos, cores, ofícios que cada uma contém. Mas sabes para quê? para me fazer conhecer pela criatura, para ir a ela, para cortejá-la, para amá-la com tantos atos diversos de minha Vontade por quantas coisas criei. Meu Amor não ficou contente em colocar no fundo da alma a minha Vontade como batimento de vida, senão que quis pôr minha Vontade em todas as coisas criadas, a fim de que também por fora minha Vontade não a deixasse jamais, e assim pudesse conservar-se e crescer na santidade de minha mesma Vontade, e todas as coisas criadas lhe fossem de incentivo, de exemplo, de voz e de reclamo contínuo para fazê-la sempre correr no cumprimento de minha Vontade, finalidade única para a qual foi criada. Mas a criatura se faz surda às tantas vozes da Criação, cega à vista de tantos exemplos, e se abre os olhos os fixa em sua vontade. Que pena! Por isso te recomendo que não queiras jamais sair de minha Vontade se não queres multiplicar minha dor e perder a finalidade para a qual foste criada”..

18-20
Janeiro 24, 1926
A Divina Vontade é mãe de todas as vontades humanas. Na Divina Vontade não há mortes.

(1) Sentia-me abandonada pelo Céu e pela terra, e pensava entre mim que Jesus me havia dito há muito tempo, que eu devia viver no duro exílio da vida como se não existisse ninguém mais que Jesus e eu, Todos tinham de desaparecer da minha mente e do meu coração. E agora, depois que tudo me desapareceu e habituada a viver só com Jesus, também Ele fugiu deixando-me sozinha em poder de amarguras indizíveis no duro estado de isolamento. ¡ Oh! Deus, que pena, tem piedade de mim, retorna a quem sente necessidade de tua Vida mais que da vida própria. Agora, enquanto eu pensava nisso e outras coisas ainda mais dolorosas, que seria muito longo para dizê-las, meu doce Jesus se moveu dentro de mim, e suspirando me disse:.

(2) “Filha de meu Supremo Querer, ânimo em seu isolamento, este serve como companhia a mim.
Vontade abandonada pelas criaturas; a dor de seu isolamento, oh, como é mais duro que o seu!
Minha Vontade é a Mãe de todas as vontades das criaturas, Ela, como Mãe terníssima, ficou no centro da Criação para dar à luz as vontades humanas e tê-las todas em torno dela, subi-las sobre seus joelhos, alimentá-las com o leite de seus ensinamentos celestiais e fazê-las crescer à sua semelhança, dando-lhes toda a Criação onde entreter-se, e como minha Vontade é centro de cada coisa criada, a qualquer parte que as criaturas fossem, Ela, como centro de cada coisa, estaria mais do que mãe afetuosa sempre próxima de vós, para nunca vos fazer faltar os vossos cuidados maternos e para não vos deixardes descer da vossa nobreza e semelhança. Mas, ai de mim! Estas filhas, estas vontades humanas paridas por esta Mãe Celestial de minha Vontade, desprezando e não apreciando todos os cuidados maternos, seu amor, suas ternuras e pressa, embora Ela esteja junto a elas, as vontades humanas estão distantes desta Mãe, muitas nem sequer a conhecem, outras a desprezam e fazem dela zomba. Pobre Mãe que é Vontade, no meio de tantas filhas por Ela é isolada, abandonada, e enquanto todas tomam do seu para viver, servem-se de tudo para crescer ao seu desespero e para ofendê-la; É possível dar dor maior a uma mãe do que o abandono de seus próprios filhos, não ser conhecida pelo parto de suas próprias entranhas, e trocar-se em inimigas ofendam Aquela que as deu à luz? Por isso a dor do isolamento de minha Vontade é grande e inconcebível. Por isso seu isolamento seja a companhia desta Mãe isolada, que chora e busca a suas filhas, que por quanto chora, grita e chama as suas filhas com as vozes mais ternas, com as lágrimas mais amargas, com os suspiros mais ardentes e com as vozes mais fortes de castigos, estas filhas ingratas estão distantes do seio daquela que as gerou. Minha filha, não queres tomar parte, como verdadeira filha fiel da minha Vontade, na sua dor e no seu isolamento?”.
(3) Depois me pus a fazer a adoração a meu Crucificado Jesus, e diante de minha mente passava uma longa fila de soldados, todos armados, que não terminava jamais. Eu gostaria de ter pensado no meu Jesus crucificado e já não ver soldados, mas apesar de mim era obrigada a ver estes soldados armados. Então pedia ao meu doce Jesus que afastasse de mim esta vista a fim de que pudesse ficar livre com Ele, e Jesus todo aflito me disse:.
(4) “Minha filha, quanto mais o mundo aparentemente parece em paz, louva a paz, tanto mais debaixo daquela paz efêmera e mascarada escondem guerras, revoluções e cenas trágicas para a pobre humanidade, e quanto mais parece que favorecem minha Igreja e a louvam, cantem vitórias e triunfos e práticas de união entre Estado e Igreja, tanto mais próxima está a contenda que
preparam contra Ela. Assim foi de Mim, até que não me aclamaram Rei e me receberam em triunfo, Eu pude viver no meio dos povos, mas depois de minha entrada triunfal em Jerusalém não me deixaram viver mais, e depois de poucos dias gritaram-me crucifica-o’ e armando-se todos contra Mim me fizeram morrer. Quando as coisas não partem de um fundo de verdade, não têm força de reinar longamente, porque faltando a verdade falta o amor e falta a vida que as sustenta, e por isso é fácil que saia fora o que escondiam e mudam a paz em guerra, os favores em vinganças. Oh, quantas coisas imprevistas estão preparando!”.
(5) Jesus desapareceu, e eu fiquei toda aflita e pensava entre mim: “Meu amado Jesus me disse tantas vezes que eu sou a pequena recém-nascida da Divina Vontade, por isso recém-nascida apenas, sem ter formado minha pequena vida neste Querer Supremo. Jesus, agora que tinha mais necessidade de formar meu crescimento me deixa só, então eu serei como um parto abortado da Divina Vontade, sem ter existência. Não vê meu amor em que estado lamentável me encontro, e como seus próprios desígnios sobre mim se resolvem no nada? Ah- Ah! se não queres ter piedade de mim, tenha piedade de si mesmo, de seus desígnios e de seus trabalhos que tem feito a minha pobre alma”. Mas enquanto minha pobre mente queria adentrar-se no estado doloroso em que me encontro, meu amado Bem saiu de dentro de meu interior, e olhando-me toda da cabeça aos pés me disse:.
(6) “Minha filha, em minha Vontade não há mortos nem abortos, e quem vive nela contém por vida a Vida de minha Vontade, e embora se sinta morrer, ou mesmo morta, encontra-se em minha Vontade, a qual contendo a vida a faz ressurgir a cada instante a nova luz, a nova beleza, graça e felicidade, deleitando-se em conservá-la sempre pequena em si, para tê-la grande com Ela; pequena mas forte, pequena mas bela, recém-nascida apenas, a fim de que nada de humano tenha, senão todo divino, assim que sua vida é só minha Vontade, Que cumprirá todos os meus desígnios, sem que nada se perca. Serás como a gota de água submersa no grande mar, como um grão nas grandes massas dos celeiros; enquanto a gota de água parecer como desaparecida no mar e o grão nos inumeráveis grãos, não se pode negar nem tirar-lhe o direito de que sua vida existe. Por isso não temas, e faça de tal maneira que perca sua vida para adquirir o direito de ter por vida minha Vontade”.

18-21
Janeiro 28, 1926
Adão, depois do pecado fazia os mesmos atos de antes, mas como se subtraiu da Vontade Suprema, estavam vazios de substância de Vida Divina.

(1) Estava pensando no Santo Querer Divino, e pensava entre mim: Como pôde ser que Adão depois do pecado, tendo quebrado sua vontade com a de Deus, perdeu a força, o domínio, e seus atos não eram tão agradáveis a Deus para formar sua delícia, enquanto Adão, antes de pecar, havia feito seus atos para com Deus, os havia aprendido, e por que repeti-los depois não soavam com o mesmo som, não continham a plenitude do amor divino e da completa glória de Deus?

Agora, enquanto pensava nisso, o meu amável Jesus moveu-se dentro de mim, e com uma luz que me enviava disse-me:.
(2) “Minha filha, antes de tudo, Adão antes que se subtraísse de minha Vontade era meu filho, continha por centro de sua vida e de todos seus atos a minha Vontade, portanto possuía uma força, um domínio, um atrativo todo divino, por isso sua respiração, seu batimento, seus atos, davam o divino, todo seu ser emanava um perfume celestial que a todos nos atraía para ele, assim que nos sentíamos feridos por toda parte por este filho, se respirava, se falava, se operava as coisas mais inocentes, indiferentes e naturais, eram feridas de amor para nós, E nós, entretendo-nos com ele, cumpríamos sempre mais dos nossos bens, porque tudo o que fazia saía de um só ponto, o qual era a nossa Vontade, por isso tudo nos agradava, não encontrávamos nada em que nos desagradar. Agora, depois do pecado Adão desceu do estado de filho e se reduziu ao estado de servo, e assim que rompeu com a Vontade Suprema saiu dele a força divina, o domínio, o atrativo, o perfume celestial, por isso seus atos, seu ser, não davam já o divino, mas se encheu de uma sensação humana, que fazendo-o perder a atração, não nos sentíamos mais feridos, é mais, nos púnhamos a distância, ele de Nós e Nós dele. Nada diz que ele repetisse os mesmos atos que fazia antes de pecar, como de fato os fazia; mas tu sabes o que são os atos da criatura sem a plenitude de nossa Vontade? São como aqueles alimentos sem condimento e sem substância, que em vez de agradá-los desagradam o paladar humano, assim desagradam o paladar divino, são como aqueles frutos não maduros, que não contêm nem doçura nem sabor; são como aquelas flores sem perfume; são como aqueles vasos cheios, sim, mas de coisas velhas, frágeis e quebradas. Tudo isto pode servir a uma estreita necessidade do homem e também como uma sombra da glória de Deus, mas não à felicidade e a todo o bem-estar da criatura e à plenitude da glória de Deus. Pelo contrário, com que gosto não se come um alimento bem condimentado e substancioso? Como reforça a toda a pessoa? O simples perfume do condimento estimula o apetite e a avidez de comê-lo. E assim Adão, antes que pecasse, temperava com a substância da nossa vontade todas as suas obras, e portanto estimulava o apetite do nosso amor a tomar todas as suas obras como o alimento mais agradável para nós, e nós em correspondência lhe dávamos nosso alimento requintado de nossa Vontade. Mas depois do pecado, pobrezinho! perdeu o caminho direto de comunicação com seu Criador, não reinava mais nele o puro amor; o amor foi dividido pelo temor, pelo medo, e não mais contendo o absoluto domínio da Suprema Vontade, seus atos de antes feitos depois do pecado, não tinham mais aquele valor. Muito mais, pois toda a Criação, inclusive o homem, saiu do Eterno Criador, que é como fonte de vida, na qual deviam conservar-se só com a Vida da Divina Vontade, tudo devia estar baseado nela, e esta base de Divino Querer devia conservar todas as coisas belas, nobres, como tinham saído de Deus, como de fato estão todas as coisas criadas, tal como foram criadas tais são, nenhuma perdeu nada de sua origem, só o homem perdeu a vida, a base, e por isso perdeu sua nobreza, a força, a semelhança com seu Criador. Mas, apesar de tudo isto, a minha Vontade não deixou de todo o homem, e não lhe podendo ser mais fonte de vida e base que o sustentava, porque ele mesmo se tinha subtraído dela, ofereceu-se como remédio para fazer com que não perecesse de todo. Então a minha Vontade é medicina, é saúde, é conservação, é alimento, é vida, é plenitude da mais alta santidade, e como a criatura quer, Ela se oferece: Se a quer como remédio, Ela se oferece para tirar à febre das paixões, as fraquezas das impaciências, as vertigens da soberba, o mal-estar dos apegos, e assim por todo o resto dos males; se a quer como saúde, Ela se oferece para conservá-la sadia, para libertá-la de qualquer mal espiritual; se a quer como alimento, Ela dá-se como alimento para lhe fazer desenvolver as forças e fazê-la crescer mais na santidade; se a quer como vida e como plenitude de santidade, oh! então a minha Vontade festeja, porque vê o homem regressar ao colo da sua origem, de onde veio, e oferece-se para lhe dar a semelhança com o seu Criador, finalidade única da sua criação. “Minha Vontade jamais deixa o homem, se o deixasse seria resolvida no nada; e se não se presta a fazer-se santo por minha Vontade, Ela usa os modos ao menos para salvá-lo”..
(3) Quando ouvi isto, disse entre mim: “Jesus, meu amor, se amas tanto aquele que a tua Vontade opera na criatura como no ato no qual Tu a criaste, como se não tivesse havido nenhuma ruptura entre a tua Vontade e a da criatura, por que não nos deste este grande bem ao vires à terra para nos redimir, que a tua Vontade triunfante sobretudo nos pusesse na ordem da Criação, Como saímos das mãos de nosso Pai Celestial?” E Jesus, saindo do meu íntimo, estremeceu-me toda ao seu coração, e com ternura indescritível me disse:.

(4) “Minha filha, a finalidade primária da minha vinda à terra foi precisamente isto, que o homem retornasse ao seio do meu Querer, como saiu dele quando foi criado; mas para fazer isto tive que formar por meio da minha humanidade a raiz, o tronco, os ramos, as folhas, as flores das quais deviam sair os frutos celestiais de meu Querer; ninguém tem o fruto sem a árvore, esta árvore foi
regada por meu sangue, foi cultivado por minhas penas, por meus suspiros e lágrimas; o sol que resplandeceu sobre ele foi só o Sol de minha Vontade, portanto, com toda certeza virão os frutos do meu Querer, mas para desejar estes frutos deve-se conhecer quão preciosos são, o bem que trazem, as riquezas que produzem. Eis por que das tantas manifestações que te fiz de meu Querer, porque o conhecimento levará o desejo de comê-lo, e quando tiverem provado o que significa viver só para fazer minha Vontade, se não todos, pelo menos em parte voltarão sobre o caminho de meu Querer, as duas vontades se darão o beijo perene, não haverá mais luta entre a vontade humana e a do Criador, e a minha Redenção, aos tantos frutos que deu, dará também o fruto do Fiat Voluntas Tua como no Céu assim na terra. Por isso sê tu a primeira a tomar este fruto, e não queiras outro alimento nem outra vida que minha só Vontade”.

30-21
Março 13, 1932
A prisioneira e o Prisioneiro divino. A Virgem, anunciadora, mensageira, condutora do reino da Divina Vontade. Quem vive na Divina Vontade forma a criação falante.

(1) O meu abandono no Fiat continua, mas sinto ao vivo a minha pobreza extrema, a minha nulidade, a dor contínua das privações do meu doce Jesus. Se não fosse por seu Querer Divino que me sustenta, e que frequentemente me infunde com o Céu, de modo que me infunde nova vida, eu não teria conseguido seguir adiante sem Aquele que frequentemente desaparece, se
esconde, e eu fico sobre a fogueira do amor a esperá-lo, que me consome lentamente, e então repete sua breve visita quando chego aos extremos. Então pensava entre mim: “Jesus aprisionou-me e amarrou-me com correntes, que não há perigo que se possam romper, sou na realidade a pobre prisioneira. Oh! Como queria a minha Mãe Celestial em minha companhia, a fim de que sob sua guia pudesse viver como se necessita viver na Divina Vontade. Mas enquanto pensava assim, o meu doce Jesus repetiu a sua breve visita, e com toda a ternura me disse:
(2) “Minha querida prisioneira! Como estou contente porque te aprisionei e te amarrei, porque minhas ataduras e minhas correntes dizem que meu amor, só por te ter a minha disposição, tem usado ataduras e correntes para te tornar prisioneira só para Mim, mas sabe? O amor quer quem o iguale, se te fiz prisioneira, primeiro me fiz prisioneiro Eu por você em seu próprio coração, e não querendo estar sozinho, te fiz prisioneira, em modo de poder dizer: ‘Somos dois prisioneiros, que um não sabe estar sem o outro’. Assim poderemos preparar o reino de minha Divina Vontade. As obras feitas a sós não são agradáveis, mas a companhia as torna agradáveis, empurra ao trabalho, adoça o sacrifício e forma as obras mais belas, e ao ver-te chamar a nossa Mãe Celestial como teu guia, teu prisioneiro Jesus exultou de alegria ao ter sua doce companhia em nosso trabalho. Tu deves saber que foi Ela a verdadeira e celestial prisioneira de minha Divina Vontade, assim que conhece todos os segredos, os caminhos, possui as chaves de seu reino, e mais, cada ato que fazia a Rainha Prisioneira, preparava em seu ato o posto para receber os atos da criatura feitos na Divina Vontade, e oh! Como a Soberana Celestial está à expectativa e muito atenta para ver se a criatura trabalha em meu Fiat, para levar com suas mãos maternas estes atos e encerrá-los em seus atos como vestígio de que se quer o reino da Divina Vontade sobre a terra.

Assim que este reino já foi formado por Mim e pela Celestial Senhora, já existe, só que se deve dar às criaturas; para dá-lo é necessário conhecê-lo, e como Ela é a criatura mais santa, maior e que não conheceu outro reino que o de minha Divina Vontade, ocupa o primeiro lugar nela, e por direito a Celestial Rainha será a anunciadora, a mensageira, a condutora de um reino tão santo, por isso roga-lhe, convida-a, e Ela te servirá de guia, de mestra, e com amor todo materno receberá todos teus atos e os encerrará nos seus, e ele vai dizer-te: ‘Os atos da minha filha são como os atos da sua Mãe, por isso podem estar com os meus para duplicar o direito das criaturas para que lhes seja dado o reino da Divina Vontade’. E como este seu reino, Deus o deve dar e a criatura o deve receber, se requerem os atos de ambas as partes para obter a tentativa, por isso Aquela que tem mais ascendência, mais poder, mais império sobre o coração divino, é a Soberana do Céu, os seus atos serão seguidos pelos outros atos das criaturas que mudaram em divinos em virtude da minha Vontade, para lhes dar o direito de receber este Reino, e Deus ao ver estes atos se sentirá movido a dá-lo por aquele amor que teve na Criação, que tudo o criou para fazer que sua Vontade se fizesse como no Céu assim na terra, e que cada criatura fosse um reino de sua Vontade, para que tivesse seu total domínio. Por isso sempre avante no agir e viver no Fiat Supremo”.
(3) Depois disto, minha mente se perdia no Querer Divino, e meu doce Jesus adicionou:
(4) “Minha filha, a alma que entra em minha Vontade se converte em luz, e todos seus atos sem perder nada de sua diversidade, de sua natureza, e do que são em si mesmos, são vivificados e animados pela luz, assim que cada ato, ainda que distintos entre eles, têm por vida a luz de meu Fiat, E agora ele se deleita em formar com sua Vida de luz o pensamento, a palavra, a obra, o
passo, e assim do resto, e a alma como céu primeiro animado pelo Fiat, forma com seus atos o sol, as estrelas, o mar que sempre murmura, o vento que geme, que fala, que uiva, que assobia, que acaricia e que forma seus refrigérios de luz divina a seu Criador, a si mesma, e desce até o baixo das criaturas, e como a luz é fecunda e tem a virtude que por si mesma se expande por toda parte, forma as mais belas flores, mas toda investida de luz. E eis que a minha Divina Vontade repete a sua amada Criação na alma que vive na sua luz, aliás, mais bela ainda, porque se a Criação é muda, e se fala eloquentemente é sempre na sua linguagem muda, pelo contrário a criação que forma na alma é toda falante, fala o sol de suas obras, o mar de seus pensamentos, o vento de suas palavras, o pisar de seus passos, que à medida que caminha deixa as flores de suas virtudes, e tudo o que faz, falam como estrelas brilhantes, que com seu brilho rogam, amam, louvam, abençoam, reparam e agradecem continuamente, sem jamais deter-se, àquele Fiat Supremo que com tanto amor se deleita de formar neles a bela criação falante, animada toda de sua luz divina.

Por isso não é maravilha se seu Jesus forma sua contínua morada em meio a esta criação falante que me forma minha Divina Vontade, seria mais maravilha se Eu não estivesse nela, porque faltaria o Senhor, o Rei que com tanto amor a formou. Para que formá-la se Eu não deveria morar dentro e gozar minha agradável criação falante? Muito mais que nesta criação falante há sempre o que fazer, sempre o que adicionar. Cada ato seu é uma voz de mais que adquire, e que com toda eloquência me fala de meu amor e de seu amor, e Eu devo escutá-la; e não só isto, mas quero desfrutar de seus gostos que ela me dá. Gosto tanto deles que os suspiro, e por isso não posso afastá-los. Além disso há sempre o que dar, e sempre o que tomar, por isso não posso deixá-la nem sequer um instante sem Mim, no máximo agora falo e agora faço silêncio, agora faço-me sentir e agora estou escondido, mas deixar quem vive em minha Divina Vontade não posso. Por isso está segura que mesmo que você não saia dela, seu Jesus não te deixa, estará sempre contigo, e você estará sempre Comigo”.

30-22
Março 20, 1932
Três condições necessárias para obter o reino da Divina Vontade. Como todos vivem na Divina Vontade. Modo diverso de viver.

(1) Estava pensando na Divina Vontade e dizia entre mim: “Se Nosso Senhor ama tanto fazer conhecer um Querer tão santo, e quer que reine no meio das criaturas, por que então quer que se peça para obtê-lo? Enquanto que uma vez que o quer pode dá-lo, mesmo sem tanto pedir. E meu doce Jesus, me surpreendeu, disse:
(2) “Minha filha, conhecer minha Divina Vontade é a coisa maior que Eu posso dar e a criatura pode receber, e seu reinar é a confirmação de seu grande dom, e o desenvolvimento de sua Vontade conhecida. Por isso é necessário pedi-lo; com pedi-lo se dispõe, forma em si a morada real onde o recebo; com pedi-lo adquire o amor para amá-lo, adquire os dotes de sacrifício
necessário para possuí-lo, e conforme se pede, o querer humano perde seu terreno, se debilita, perde a força e se dispõe a receber o domínio do Querer Supremo, e Deus vendo que lhe rogam se dispõe a dá-lo. São necessárias as disposições de ambas as partes para dar nossos dons celestiais, quantos dons queremos dar! Mas como não são pedidos os retenhamos em Nós
mesmos, esperando dá-los quando forem pedidos. Pedir é como se o comércio entre o Criador e a criatura fosse aberto; se não for pedido, o comércio está fechado, e os nossos dons celestiais não descem para se porem em giro sobre a face da terra, por isso, a primeira necessidade indispensável para obter o reino da Divina Vontade, é pedir com orações incessantes, porque conforme se pede, assim nos chegam as cartinhas, agora de pressas, agora de súplicas, agora de acordo que querem fazer com nossa Vontade, até que chegue a última carta do acordo final.
(3) Segunda necessidade, mais indispensável que a primeira, para obter este reino, é necessário saber que se pode ter. Quem pode pensar em um bem, desejá-lo, amá-lo, se não sabe que pode obtê-lo? Nenhum. Se os antigos não tivessem conhecido que o futuro Redentor devia vir, ninguém teria pensado, nem pedido, nem esperado salvação, porque a salvação, a santidade daqueles tempos estava fixada, concentrada no futuro Salvador Celestial. Fora disto não se podia esperar nenhum bem. Saber que se pode ter um bem forma a substância, a vida, o alimento daquele bem na criatura. Eis por que os tantos conhecimentos sobre minha Vontade que te manifestei, a fim de que se possa conhecer que podem ter o reino de minha Vontade. Quando se sabe que um bem se pode ter, se usam as artes, as indústrias, e se empenham os meios para obter a tentativa.
(4) O terceiro meio necessário é conhecer que Deus quer dar este reino, isto põe os fundamentos, a esperança certa para obtê-lo, e forma os últimos preparativos para receber o reino de minha Divina Vontade. Um bem que se ama e suspira, saber que quem o pode dar, já quer dar, pode-se chamar o último golpe de graça, e ato final para obter o que se quer. De fato, se Eu não te tivesse manifestado que posso dar, e quero dar minha Vontade Divina dominadora e reinante entre as criaturas, tu terias sido indiferente, como todos os demais, a um bem tão grande, assim que teu interesse, tuas orações, foram efeitos e partos do que você conheceu. E Eu mesmo, quando vim sobre a terra, os trinta anos da minha Vida escondida, pode-se dizer que aparentemente não fiz bem a ninguém, nem sequer um me conheceu; estava no meio deles não observado, todo o bem se desenvolvia entre Eu e o Pai Celestial, minha Mãe Celestial e o amado São José, porque sabiam quem eu era; todos os outros nada. Quando, porém, saí do meu escondimento, e abertamente me fiz conhecer, dizendo que era propriamente Eu, o Messias prometido, seu Redentor e Salvador; e, embora eu tenha sido atraído por calúnias, perseguições, contradições, ira, ódio dos hebreus, e a mesma Paixão e morte, todos estes males que como chuva tupida choviam sobre Mim, teve origem porque Eu fazendo-me conhecer, afirmava o que Eu era na realidade, o Verbo Eterno descido do Céu para salvá-los.

Tanto é verdade que, estando eu na casa de Nazaré, não sabendo quem eu era, ninguém me disse nada, nem me caluniaram, nem me fizeram mal algum; assim que me revelei, todos os males choveram sobre mim. Mas o me fazer conhecer era necessário, de outra maneira teria retornado ao Céu sem cumprir a finalidade pela qual vim à terra. Mas com o fazer-me conhecer, apesar de ter sido atraído por tantos males, no meio deste turbilhão de males formei os meus apóstolos, anunciei o Evangelho, fiz prodígios, e o meu conhecimento instigou os meus inimigos a fazer-me sofrer tantas penas até dar-me a morte de cruz. Mas consegui minha tentativa, que muitos me conheceram no meio de tantos que não quiseram me conhecer, e de cumprir minha Redenção. Eu sabia, que com me fazer conhecer, a perfídia e soberba dos hebreus me teriam feito tanto, mas era necessário fazer-me conhecer, porque uma pessoa, um bem se não se conhece, não é portador de vida, nem de bem. O bem, a verdade não conhecida, ficam impedidos em si mesmos, sem fecundidade, como tantas mães estéreis que terminam com elas a sua geração. Veja então como é necessário que se saiba que posso dar o reino de minha Vontade e que quero dá-lo. Posso dizer que há a mesma necessidade como aquela de fazer conhecer que Eu era o Filho de Deus que veio sobre a terra. É também verdade que muitos ao conhecerem isto, repetirão o que me fizeram quando fiz saber que Eu era o suspirado Messias; calúnias, contradições, dúvidas, suspeitas, desprezo, como já o fizeram assim que se iniciou a impressão com a qual se iniciava o dar a conhecer a minha Divina Vontade; mas esta não é a causa principal, é o bem, que possuindo a força que fere ao mal, as criaturas, o inferno, sentindo-se feridos se armam contra o bem e querem aniquilar o bem, e àquela ou aquele que quer fazer conhecer o bem. Mas apesar de tudo o que quiseram fazer no princípio do querer nascer o conhecimento de minha Vontade e que quer reinar, que a têm como sufocado, no entanto deu seus primeiros passos, e o que não acreditavam alguns outros acreditaram, os primeiros passos chamarão aos segundos, aos terceiros, e assim pouco a pouco, embora não faltarão aqueles que suscitarão contradições e dúvidas, mas é de absoluta necessidade que se conheça minha Divina Vontade, que posso dá-la, e quero dá-la. Estas são condições, que sem elas Deus não pode dar o que quer dar, e a criatura não pode receber. Por isso roga, e não dê marcha atrás em fazer conhecer minha Divina Vontade. O tempo, as circunstâncias, as coisas, as pessoas, mudam, nem sempre são as mesmas, por isso o que não se obtém hoje, se poderá obter amanhã, e será para confusão de quem sufocou um bem tão grande. Mas minha Vontade triunfará e terá seu reino sobre a terra”.
(5) Depois continuava pensando na Divina Vontade, e toda me abandonava em seus braços divinos, e meu amado Jesus acrescentou:
(6) “Filha boa, você deve saber que minha Divina Vontade possui e contém dentro de Si tudo, todas as alegrias, todas as belezas, dela tudo sai e sem perder nada tudo contém em Si, pode-se dizer que leva a todos e tudo em seu regaço imenso de luz. Assim que todos vivem nela, com esta diferença, que quem com toda a sua vontade quer viver nela, e se faz dominar por seu domínio, vive como filha, e como filha é constituída herdeira das alegrias, das belezas, dos bens de sua Mãe, de modo que esta Mãe Divina está toda atenta a embelezar, enriquecer e a fazer gozar a sua filha. Em vez disso, quem quer viver de vontade humana e não se faz dominar pelo seu domínio, vive nesta Santa Vontade, mas vive não como filha, mas como estranha, e todas as alegrias se convertem para a criatura em amargura, as riquezas em pobreza, as belezas em feiúras, porque vivendo como estranha vive como afastada dos bens que minha Divina Vontade possui, e justamente merece que nada possua de bem, seu querer humano que a domina lhe dá o que tem, paixões, debilidades, misérias. Nada foge de minha Divina Vontade, nem sequer o inferno, e como não a amaram em vida, viveram como membros separados dela, mas sempre dentro, não fora, agora, naquelas tétricas prisões, as alegrias, a felicidade, as bem-aventuranças de minha Divina Vontade se convertem em penas e tormentos eternos, por isso viver em minha Vontade não é novo como alguns crêem, todos vivem nela, bons e maus, se se quer dizer novo, é o modo de viver, quem a reconhece como um ato contínuo de vida, que lhe dá o domínio em todos os seus atos, porque viver nela é a santidade de cada instante que a criatura recebe, pode-se dizer que cresce continuamente em santidade, mas santidade dada por minha Vontade, cresceu junto com Ela, assim que sente por vida, mais a minha Vontade que a sua própria vida. Ao contrário, quem não vive nela, embora esteja dentro, não a reconhece em cada ato seu, e vive como se vivesse distante dela e não recebesse o ato contínuo de sua vida, mesmo que o receba. Desta maneira não se forma a santidade de viver em meu Querer, senão ao mais a santidade das circunstâncias, assim que se recordam de minha Divina Vontade quando as oprime uma necessidade, uma dor, uma cruz, então se ouvem exclamar: ‘Seja feita a Divina Vontade.’ E em todo o resto de sua vida, minha Vontade, onde estava? Não estava já com elas contribuindo para todos os seus atos? Estava, mas não a reconheciam. Acontece como a uma mãe que vive em seu palácio, a qual deu à luz muitos filhos, alguns deles estão sempre junto à mãe, a qual infunde nos filhos seus modos nobres, os nutre com alimentos delicados e bons, os veste com vestidos decentes, lhes confia seus segredos e os faz herdeiros de seus bens. Pode-se dizer que a mãe vive nos filhos e os filhos na mãe, se fazem felizes mutuamente e se amam com amor inseparável; os outros filhos vivem no palácio da mãe, mas não estão sempre junto a ela, encontram prazer em viver em estadias distantes da de sua mãe, por isso não aprendem seus modos nobres, não vestem com decência, os alimentos que tomam lhes fazem mais mal que bem, e se alguma vez vão à mãe não é por amor, senão por necessidade. Por isso a grande diferença entre um e outro destes filhos, mas apesar de tudo isso, no palácio da mãe vivem um e outro. Assim é, todos vivem em minha Vontade, mas só quem quer viver dela, vive nela como filho com sua Mãe, todos os demais, apesar de viverem nela, nem sequer a conhecem, outros vivem como estranhos, outros a conhecem para ofendê-la”.

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