Estudo 57 Livro do Céu Vol. 01 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 57 Livro do Céu Vol. 01 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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2-66
Agosto 30, 18991

Jesus lhe faz ver o estado lamentável do mundo.

(1) Esta manhã meu amado Jesus me transportou para fora de mim mesma e me fez ver a decadência da religião nos homens e um preparativo de guerra. Eu disse-lhe: “Ó Senhor, em que estado se encontra tão lamentável o mundo nestes tempos quanto à religião! Parece que o mundo já não reconhece Aquele que enobrece o homem e o faz aspirar a um fim eterno, mas o que mais faz chorar, é que parte daqueles mesmos que se dizem religiosos, que deveriam pôr a própria vida para defender a religião e fazê-la ressurgir, a ignoram”. E Jesus, tomando um aspecto afligidíssimo, disse-me:
(2) “Minha filha, esta é a causa de que o homem viva como besta, porque perdeu a religião;
mas tempos mais tristes virão para o homem em castigo da cegueira na qual ele mesmo se submergiu, tanto, que me oprime o coração ao vê-lo. Mas o sangue fará reviver esta santa religião, este sangue que farei derramar por todo tipo de gente, por leigos e religiosos, regará ao resto das pessoas que vivem como selvagens, e civilizá-las lhes restituirá de novo sua nobreza. Eis a necessidade de que o sangue se derrame e que as mesmas igrejas fiquem
quase abatidas, para fazer que voltem de novo e existam com seu primeiro brilho e esplendor”.
(3) Mas quem pode dizer o rasgo cruel que farão nos tempos vindouros? Passo-o em silêncio porque não o recordo bem e não o vejo tão claro; se o Senhor quer que o diga dar-me-á mais claridade e então tomarei de novo a pena sobre este argumento, por isso, por agora termino.

* * * * * *

2-67
Agosto 31, 1899

O confessor dá a obediência de rejeitar Jesus e não falar com Ele.

(1) Tendo dado ao confessor a obediência de que quando viesse Jesus devia dizer: “Não posso falar, afasta-te. Eu o tomei como uma brincadeira, não como obediência formal, por isso quando veio Jesus, quase não levando em conta a ordem recebida, ousei dizer-lhe: “Meu bom Jesus, olhe um pouco o que quer fazer o pai”.
(2) E Ele disse-me: “Filha, abnegação”.
(3) E eu: “Mas Senhor, a coisa é séria: trata-se de não te querer! Como posso fazê-lo?” (4) E Ele, pela segunda vez: “Abnegação”.
(5) E eu: “Mas Senhor! Que dizes? Crês Tu que possa estar sem Ti?”
(6) E Ele pela terceira vez: “Minha filha, abnegação”.

(7) E desapareceu. Quem pode dizer como fiquei ao ver que Jesus queria que me dispusesse à
obediência?

* * * * * *

2-68
Setembro 1, 1899

Continua a obediência, mas um pouco mais moderada.

(1) Vindo o confessor, perguntou-me se tinha cumprido a obediência, e tendo-lhe dito o que tinha acontecido, renovou a obediência de que não devia absolutamente falar com Jesus, meu único e único consolo, e que devia despedi-lo se viesse. E eis que, havendo entendido que a obediência que me era dada era verdadeira, em meu interior disse o “Fiat Voluntas Tua”  também nisto; mas, oh, quanto me custa e que cruel martírio! Sinto como um prego cravado no coração, que o atravessa de lado a lado; e como meu coração está acostumado a pedir e desejar a Jesus continuamente, tanto, que assim como é contínuo o respirar e o bater, assim me parece que é contínuo o desejar e querer a meu único Bem, Então, querer impedir isso
seria o mesmo que impedir alguém de respirar e bater do coração, como poderia viver? No entanto, é preciso fazer prevalecer a obediência. ¡Oh Deus, que pena, que rasgo tão atroz!
Como impedir ao coração que peça sua própria vida? Como detê-lo? A vontade se punha com toda sua força a freá-lo, mas como se necessitava contínua e grande vigilância, de vez em quando se cansava e se distraía e o coração fazia sua escapada e pedia a Jesus; a vontade dando-se conta disto se punha com maior força a freá-lo, mas era vencida freqüentemente; pelo que me parecia que fazia contínuos atos de desobediência. ¡ Oh, em que contrastes, que guerra sangrenta, que agonias mortais sofria meu pobre coração! Encontrava-me em tais estreitezas e em tais sofrimentos, que acreditava que me ia a vida, não obstante isto teria sido um consolo para mim se pudesse morrer, mas não, e o que era pior era que sentia penas de
morte, mas sem poder morrer.
(2) Então, depois de haver derramado lágrimas amarguíssimas todo o dia, na noite, encontrando-me em meu habitual estado, meu sempre benigno Jesus veio, e eu, obrigada pela obediência lhe disse: “Senhor, não venha, porque a obediência não quer.

(3) E Ele compadecendo-me e querendo fortalecer-me nos sofrimentos em que me encontrava, com a sua mão criadora marcou a minha pessoa com um grande sinal de cruz e deixou-me.

(4) Mas quem pode dizer o purgatório em que me encontrava? O pior era que não podia me lançar para meu sumo e único Bem. ¡! às almas benditas do purgatório lhes é permitido pedir, desejar, lançar-se ao sumo Bem, só que lhes está proibido tomar posse dele, a mim, não, a mim me era negado mesmo este consolo.

Então, toda a noite não fiz outra coisa que chorar; quando minha débil natureza não podia mais, o amável Jesus voltou em atitude de querer falar comigo, e eu em seguida, recordando a obediência que quer reinar sobre tudo, lhe disse: “Amada Vida minha, não posso falar, e não venha, porque a obediência não quer. Se queres fazer entender a tua vontade, vai ter com o confessor”.

(5) Enquanto dizia isto, vi o confessor, e Jesus, aproximando-se dele, disse-lhe: “Isto é impossível, tenho as minhas almas tão submersas em Mim, que formamos uma mesma substância, tanto que não se distingue mais uma da outra, e assim como quando duas substâncias se unem, uma se transmite na outra, e depois, embora se queira separá-las, é inútil até mesmo pensar, assim é impossível que minhas almas possam estar separadas de
Mim”.

(6) E, havendo dito isto, já se foi, e eu fiquei mais aflita do que antes, o meu coração batia tão forte que sentia abrir-me o peito. Depois disto, não sei dizer como, encontrei-me fora de mim mesma, e esquecendo-me não sei como da obediência recebida, virei pela abóbada do céu chorando, gritando e buscando a meu doce Jesus, quando de repente o vi vir, lançando-se entre meus braços, todo cheio de amor e definhando, mas logo me lembrei do mandato recebido e lhe disse: “Senhor, não me queiras tentar esta manhã, não sabes que a obediência não quer?”

(7) E Ele: “Mandou-me o confessor, por isso vim”.
(8) E eu: “Não é verdade, és porventura algum demónio que me quer enganar e fazer-me faltar à obediência?”
(9) E Jesus: “Não sou demónio”.
(10) E eu: “Se não és demónio, façamo-nos juntos o sinal da cruz”. E os dois signamos-nos com a cruz. Depois, continuei dizendo-lhe: “Se é verdade que o confessor te enviou, vamos a ele, a fim de que ele mesmo possa ver se és Jesus Cristo ou bem o demônio, e então poderei estar segura.
(11) Assim fomos com o confessor, e como Jesus estava em forma de menino o dei em seus braços dizendo-lhe: “Pai, veja você mesmo, é meu doce Jesus, ou não?
(12) Agora, enquanto Jesus bendito estava com o pai, disse-lhe: “Se és verdadeiramente Jesus, beija a mão do confessor”. E em minha mente pensava que se fosse o Senhor teria feito essa humilhação de lhe beijar a mão, mas se fosse um demônio, não. E Jesus a beijou, mas não ao homem, senão a potestade sacerdotal, assim a beijou. Depois disto parecia que o confessor o conjurava para ver se era demônio, e não o encontrando tal me devolveu. Mas com tudo isso meu pobre coração não podia gozar os abraços do meu amado Jesus, porque a obediência o tinha como atado, impedido, muito mais porque ainda não havia nenhuma ordem contrária, por isso meu coração não ousava desabafar, nem sequer dizer uma palavra de amor…

(13) Ó santa obediência, como és forte e poderoso! Eu te vejo nestes dias de martírio ante mim como um guerreiro potentíssimo, armado da cabeça aos pés com espadas, flechas, cheio de todos aqueles instrumentos aptos para ferir, e quando vê que meu pobre coração cansado e abatido quer consolar-se buscando seu refrigério, sua vida, o centro ao qual se sente atrair como por um ímã, você, olhando-me com mil olhos, por toda parte me fere com feridas mortais.
¡ Ah, tenha piedade de mim e não seja tão cruel comigo!
(14) Mas enquanto digo isto, a voz do meu adorável Jesus faz-se ouvir nos meus ouvidos que diz:
(15) “A obediência foi tudo para Mim, a obediência quero que seja tudo para ti. A obediência me fez nascer, a obediência me fez morrer, as chagas que tenho em meu corpo são feridas e marcas que me fez a obediência. Com razão disse que é um guerreiro potentíssimo, armado com toda classe de armas aptas para ferir, porque em Mim não me deixou nem uma gota de sangue, me arrancou as carnes, me deslocou os ossos, e meu pobre coração, destroçado, sangrante, ia buscando um alívio, Alguém que tivesse compaixão de mim. A obediência então, tornando-se para Mim mais do que cruel tirano, só se contentou quando me sacrificou na cruz e me viu expirar vítima por seu amor. E por que isso? Porque o ofício deste potentíssimo guerreiro é de sacrificar às almas, por isso não faz outra coisa que mover guerra encarniçada a quem não se sacrifica tudo por ela, por isso não tem nenhuma consideração se a alma sofre ou goza, se vive ou morre, seus olhos estão atentos para ver se ela vence, que das outras coisas não se dá ao trabalho. Por isso o nome deste guerreiro é “vitória”, porque concede todas as vitórias à alma obediente, e quando parece que esta morre, então começa a verdadeira vida. E o que não me deu obediência? Por meio dele venci a morte, derrotei o inferno, desamarrei o homem acorrentado, abri o Céu, e como Rei vitorioso tomei posse do meu reino, não só para Mim, mas para todos os meus filhos que se teriam aproveitado da minha Redenção. ¡ Ah! sim, é verdade que me custou a vida, mas a palavra “obediência” me soa doce ao ouvido e por isso amo tanto as almas que são obedientes”.
(16) Volto a falar de onde deixei.

(17) Depois de um pouco veio o confessor, e tendo-lhe dito tudo o que disse acima, renovou-me a obediência de continuar da mesma maneira, e tendo-lhe dito: “Pai, permita ao menos dar a liberdade ao meu coração de rogar a Jesus, que a obediência de lhe dizer quando vem, não
venha e não posso conversar, faço-a”.

(18) E Ele: “Faça o que puder para detê-lo, e quando não puder, então dê-lhe liberdade”.

3-65
Abril 25, 1900

A pureza no agir é luz.

(1) Encontrando-me fora de mim mesma e não encontrando a meu doce Jesus, tive que girar muito para ir em busca d’Ele. No final, encontrei-o nos braços da Rainha Mãe, a beber o leite do seu peito, e enquanto eu lhe dizia e fazia, parecia que não me prestava atenção, ou melhor, nem sequer me olhava. Quem pode dizer a dor de meu pobre coração ao ver que Jesus não me fazia caso? Depois de ter dado rédea solta às lágrimas, tendo compaixão de mim veio em meus braços e derramou em minha boca um pouco desse leite que tinha chupado da Mamãe Rainha.

(2) Depois disto olhei seu peito, e tinha uma pequena pérola, tão resplandecente que investia de luz a Humanidade Santíssima de Nosso Senhor. Então, querendo saber o significado, perguntei a Jesus que coisa era essa pérola, que enquanto parecia tão pequena expandia tanta luz. E Jesus:
(3) “É a pureza do teu sofrer, porque embora seja pequeno, mas como sofres somente por amor meu e estarias disposta a sofrer mais se Eu te concedesse, esta é a causa de tanta luz. Minha filha, a pureza no agir é tão grande, que quem opera com o único fim de agradar a Mim só, não faz
outra coisa que mandar luz em todo seu agir. Quem não age corretamente, mesmo o bem, não faz outra coisa senão espalhar trevas”.

(4) Então eu vi no peito de Nosso Senhor, e ele tinha um espelho muito claro, e parecia que quem caminhava retamente estava tudo absorvido naquele espelho, que não estava, ficava fora, sem que pudessem receber qualquer marca da imagem do bendito Jesus. Ah Senhor! Tenha-me toda absorvida neste espelho divino, a fim de que nenhuma outra sombra de intenção tenha eu em meu obrar.

4-72
Julho 5, 1901

Jesus é o princípio, o meio e o fim de todos os desejos.

(1) Estando com temor sobre o estado de minha alma, de improviso veio meu adorável Jesus e me disse:
(2) “Minha filha, não temas, porque Eu só sou o princípio, o meio e o fim de todos seus desejos”.
(3) Com estas palavras me acalmei em Jesus. Seja tudo para glória de Deus e bendito seu Santo Nome.

+ + + +

4-73
Julho 16, 1901
O princípio do mal no homem. Diferença entre o amor de Jesus e o amor humano. Para entrar no Céu, a alma deve estar toda transformada em Jesus.

(1) Depois de vários dias de privação, esta manhã dignou-se a transportar-me para fora de mim mesma. Agora, encontrando-me diante de Jesus bendito, via muita gente, e os males da geração presente. O meu adorável Jesus olhou para eles com compaixão e dirigiu-se a mim e disse:

(2) “Minha filha, queres saber de onde começou o mal no homem? O princípio é que o homem assim que se conhece a si mesmo, ou seja, começa a adquirir o uso da razão, diz a si mesmo: “Eu sou algo”, e acreditando alguma coisa, separa-se de Mim, não confia em Mim que sou o Todo, e toda a confiança e força a tomada de si mesmo, E disso acontece que perde até todo bom princípio, e perdendo o bom princípio, qual será seu fim? Imagine-o você mesma minha filha.

(3) Depois, separando-se de Mim que contenho tudo bem, o que pode esperar de bem o homem, sendo ele um oceano de mal? Sem Mim tudo é corrupção, miséria e sem nenhuma sombra de verdadeiro bem, e esta é a sociedade presente”.

(4) Eu, ao ouvir isto, sentia tal aflição que não sabia expressá-la, mas Jesus, querendo consolar-me, transportou-me para outro lugar, e eu, encontrando-me sozinha com o meu amado Jesus, disse-lhe: “Dize-me, amas-me?”
(5) E Ele: “Sim”.
(6) E eu: “Não estou contente com o sim só, gostaria que me explicasses melhor quanto me amas”.
(7) E Ele: “É tanto o meu amor por ti, que não só não tem princípio, mas não terá fim, e em estas duas palavras podem compreender quão grande, forte e constante é o meu amor por ti”.
(8) Considerei tudo isto por um pouco de tempo, e via um abismo de distância entre o meu amor e o dele, e toda confusa disse: “Senhor, que diferença entre o meu amor e o teu! O meu não só tem princípio, mas no passado vejo vazios na minha alma de não te ter amado”.

(9) E Jesus compadecendo-me toda me disse:
(10) “Amada minha, não pode haver igualdade entre o amor do Criador e o da criatura; porém hoje quero dizer-te uma coisa que te será de consolação e que não tens entendido: Deves saber que cada alma durante todo o curso de sua vida está obrigada a me amar constantemente, sem nenhum intervalo, e não me amando sempre, ficam na alma tantos vazios por quantos dias, horas, minutos deixou de me amar, e ninguém poderá entrar no Céu se não tiver preenchido estes vazios, e só poderá preenchê-los, ou me amando duplamente o resto de sua vida, ou se não os atingir encherá à força de fogo no purgatório. Agora, tu quando estás privada de Mim, a privação do objeto amado faz duplicar o amor, e com isto vens a preencher os vazios que há em tua alma”.
(11) Depois disto lhe disse: “Doce Bem meu, me deixe ir junto contigo ao Céu, e se não queres para sempre, ao menos por um pouco, ah, te peço, me responda!” E Ele disse-me:
(12) “Não sabes tu que para entrar nessa bem-aventurada morada a alma deve estar toda transformada em Mim, de maneira que deve aparecer como outro Cristo? De outra maneira, que papel faria no meio dos outros bem-aventurados? Você mesma teria vergonha de estar junto com eles”.
(13) E eu: “É verdade que sou muito ao contrário de Ti, mas se quiseres podes tornar-me tal”.

Então para me contentar me encerrou toda nele, de modo que não me via mais a mim mesma, mas a Jesus Cristo, e neste modo nos elevamos ao Céu; chegados a um ponto nos encontramos diante de uma luz indescritível, diante daquela luz se experimentava nova vida, alegria insólita, jamais sentida, como me sentia feliz! Parecia que me encontrava na plenitude de toda a felicidade. Agora, enquanto nos adentramos nessa luz, eu sentia temor, teria querido louvá-lo, agradecê-lo, mas não sabendo o que dizer, recitei três Glória ao Pai, e Jesus respondia junto comigo; mas logo terminadas, como relâmpago me encontrei na mísera prisão de meu corpo. Ah Senhor, como é que  tão pouco durou minha felicidade? Parece que é muito duro o barro do meu corpo, pois é preciso muito para romper-se, e impede a minha alma de sair desta miserável terra. Mas espero que algum golpe impetuoso o queira não só romper, mas pulverizar, e então, não tendo já casa onde possamos estar aqui, tenha compaixão de mim e me acolha para sempre na celestial morada.

6-72
Setembro 26, 1904
Todas as penas que Jesus sofreu em sua Paixão foram triplas. Isto não foi casual, mas tudo foi para restituir completa glória devida ao Pai, a reparação que lhe deviam as criaturas, e o bem que mereciam as mesmas criaturas.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, ouvia uma voz que me dizia: “Há uma luz que qualquer um que se aproxime dela pode acender quantas lâmpadas quiser, e estas lâmpadas servem para fazer coroa de honra à luz, e dar luz a quem as acende”. Eu dizia para mim: “Que bela luz é esta, que tem tanta luz e tanta potência, que enquanto dá aos outros quanta luz querem, ela sempre fica o que é, sem empobrecer em luz; mas quem será aquele que a tem?” Enquanto pensava nisto, ouvi-os dizer:

(2) “A luz é a Graça e a tem Deus, e a aproximação significa a boa vontade da alma de fazer o bem, porque quantos bens se querem tomar da Graça, se tomam, e as lâmpadas que se formam são as diversas virtudes, que enquanto dão glória a Deus dão luz à alma.

(3) Depois disto, assim que vi o bendito Jesus, disse-me: Minha filha, e isto porque pensava que Nosso Senhor não só uma vez, mas por três vezes se fez coroar de espinhos, e como aqueles espinhos ficavam partidos dentro da cabeça, ao cravá-la de novo, “Doce amor meu, e por que por três vezes quis sofrer tão doloroso martírio? Não bastava uma vez para pagar tantos maus pensamentos nossos?” Então ele me disse:

(4) “Minha filha, não só a coroação de espinhos foi tripla, mas quase todas as dores que sofri na minha Paixão foram triplas. Triplas foram as três horas da agonia do horto; tripla foi a flagelação, açoitando-me com três flagelos diferentes; três vezes me despiram; três vezes fui condenado à morte: de noite, de madrugada, e em pleno dia; três foram as quedas debaixo da cruz; três os pregos; três vezes meu coração derramou sangue, isto é, no horto por si mesmo; de seu próprio centro no ato da crucificação quando fui estirado sobre a cruz, tanto, que todo meu corpo ficou deslocado e meu coração se destroçou dentro, e derramou sangue; e depois de minha morte quando com uma lança me foi aberto o lado; três horas de agonia na cruz. Se tudo se quisesse examinar, oh! quantas coisas triplas se encontrariam. Isto não foi por acaso, mas tudo foi pela ordem divina, e para completar a glória devida ao Pai, a reparação que lhe era devida por parte das criaturas, e merecer o bem para as mesmas criaturas, porque o maior dom que a criatura recebeu de Deus foi cria-la a sua imagem e semelhança, e dotá-la com três potências, inteligência, memória e vontade, e não há culpa que cometa a criatura em que estas três potências não concorram, e por isso mancha, danifica a bela imagem divina que contém em si mesma, servindo-se do dom para ofender o doador; e Eu para refazer de novo esta imagem divina na criatura, e para dar toda aquela glória que a criatura devia a Deus, tenho concorrido com toda minha inteligência, memória e vontade, e de modo especial nestas coisas triplas sofridas por Mim, para tornar completa tanto a glória que se devia ao Pai, como o bem que era necessário às criaturas.

+ + + +

6-73
Setembro 27, 1904

O que agrada mais a Jesus é o sacrifício voluntário.

Os dotes naturais são luz que serve ao homem para o encaminhar no caminho do bem.
(1) Continuando o meu estado habitual, vi o meu abençoado Jesus quase em ato de castigar as nações, e tendo-lhe pedido que se acalmasse disse-me:
(2) “Minha filha, a ingratidão humana é horrenda; não só os sacramentos, a graça, as luzes, as ajudas que dou ao homem, mas também os mesmos dotes naturais que lhe dei, todas são luzes que servem para encaminhá-lo no caminho do bem, e portanto para encontrar a própria felicidade, e o homem convertendo tudo isto em trevas, busca ali a própria ruína, e enquanto ali busca a ruína diz que busca o meu próprio bem; esta é a condição do homem, pode dar-se cegueira e ingratidão maior que esta? Filha, meu único consolo e gosto que a criatura me pode dar nestes tempos, é sacrificar-se voluntariamente por Mim, porque tendo sido meu sacrifício todo voluntário por eles, onde encontro a vontade de sacrificar-se por Mim, Sinto-me recompensado pelo que fiz por eles.
Por isso, se queres aliviar-me e dar-me gosto, sacrifica-te voluntariamente por Mim”.

11-78
Agosto 15,1914

A alma mitiga as dores de Jesus.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus saindo do costume que tem comigo neste período de minha vida, que se vem por pouco e como de escapada, e quase com a total cessação dos sofrimentos que ao vir me comunicava; Só seu Santo Querer é o que me suplanta por tudo. Agora, esta manhã veio e permaneceu comigo várias horas, mas em um estado que fazia chorar até as pedras; todo Ele se doía e em todas as partes de sua Santíssima Humanidade queria ser confortado, parecia que se não fosse assim, ao mundo o reduziria a escombros; parecia que não queria ir embora para não ver os estragos e os graves espetáculos do mundo, que quase o obrigavam a mandar piores flagelos. Então eu o restringi, e, querendo aliviar-lhe, me fundai em sua inteligência, para poder encontrar-me em todas as inteligências das criaturas, e assim dar a cada pensamento mau meu pensamento bom, para reparar e aliviar todos os pensamentos ofendidos de Jesus; assim me fundi em seus desejos, para poder encontrar-me em todos os desejos maus das criaturas, para pôr meu desejo bom para aliviar os desejos ofendidos de Jesus; e assim de todo o resto. Depois, depois de lhe ter aliviado parte por parte, como se tivesse recuperado, deixou-me.

+ + + +

11-79
Setembro 25,1914

Efeitos das orações feitas na Divina Vontade.

(1) Estava oferecendo minhas pobres orações ao bendito Jesus, e pensava entre mim a quem seria melhor que Jesus bendito as aplicasse. Então Ele benignamente me disse:
(2) “Minha filha, as orações feitas junto Comigo e com minha mesma Vontade, podem ser dadas a todos, sem excluir a nenhum, e todos têm sua parte e seus efeitos como se fossem oferecidas para um só, mas agem segundo as disposições das criaturas, como a Comunhão ou minha Paixão, para cada um e para cada um Eu as dou, mas os efeitos são segundo as disposições deles, e se os recebem dez, não é menor o fruto do que se os recebem cinco. Tal é a oração feita junto Comigo e com minha Vontade”.

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