ESTUDO 52 – LIVRO DO CEU VOL. 21 A 28 – ESCOLA DA DIVINA VONTADE

Escola da Divina Vontade
ESTUDO 52 – LIVRO DO CEU VOL. 21 A 28 – ESCOLA DA DIVINA VONTADE
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21-5

Março 10, 1927

Como Deus na Criação dava os direitos de possuir o Reino da Divina Vontade.

(1) Estava segundo meu costume seguindo os atos do Querer Supremo na Criação, e tendo chegado ao ponto quando Deus criava o homem, unia-me com os primeiros atos perfeitos que fez Adão quando foi criado, para começar junto com ele, e para seguir onde terminou de amar a Deus, de adorá-lo, quando pecou, com aquela perfeição com que tinha começado na unidade do Fiat Supremo, mas enquanto isso fazia pensava entre mim: “Mas nós temos direito a este Reino do Querer Divino?” E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(2) “Minha filha, você deve saber que Adão antes de pecar fazia seus atos no Fiat Divino, isto significava que a Trindade lhe havia dado a posse deste Reino, porque para poder possuir um reino se necessita quem o forme, quem o doe e quem o receba. A Divindade o formou e o doou, o homem o recebeu, assim que Adão em seu primeiro tempo da Criação possuía este Reino do Fiat Supremo, e como ele era a cabeça de toda a geração humana, todas as criaturas recebiam o direito desta possessão; e, conquanto Adão, ao subtrair-se da nossa vontade, tenha perdido a possessão deste reino, porque, fazendo a sua vontade, se pôs em estado de guerra com o eterno Fiat, e, pobre, não tendo força suficiente para combater, nem exército bem provido para poder lutar com um Querer tão Santo, que tinha força invencível e um exército formidável, ficou vencido e perdeu o Reino dado por Nós, muito mais que a força que possuía antes era a nossa, e demos-lhe também o nosso exército à sua disposição; assim que pecou a força, voltou-se para a nossa fonte, e o exército retirou-se dele, pondo-se à nossa disposição. Tudo isto não tirou os direitos aos seus descendentes de poder readquirir o Reino da minha Vontade. Aconteceu como a um rei que por uma guerra perde seu reino, não haverá a probabilidade que um de seus filhos, com outra guerra possa readquirir o reino de seu pai, que já era seu? Muito mais que vim Eu à terra, o divino vencedor, para refazer as perdas do homem, e encontrando a quem quisesse receber este Reino restituía-lhe a força, pondo de novo meu exército a sua disposição para manter a ordem, o decoro e a glória deste Reino. E que exército é esse?

É toda a Criação, na qual em cada coisa criada está situada a Vida de minha Vontade mais que exército maravilhoso e formidável para manter a vida deste Reino. O homem poderia perder a esperança de possuir de novo este Reino só se visse desaparecer todo o exército invencível da Criação, então poderia dizer: que Deus retirou sua Vontade da face da terra, que a vivificava, a embelezava, Não há mais esperança de que o Reino possa estar em nossa posse. Mas até que a Criação exista, é apenas uma questão de tempo para encontrar aqueles que o queiram receber, e além disso, se não se pudesse esperar a posse do Reino do Fiat Divino, não era necessário que Eu te manifestasse tantos conhecimentos a respeito dele, nem te teria manifestado seu Querer que quer reinar, nem sua dor porque não reina; quando uma coisa não se pode efetuar é inútil falar dela, portanto não teria tido nenhum interesse de dizer tantas coisas a respeito de minha Vontade Divina. Então só falar sobre Ela é sinal de que quero que venha sua posse”.


22-5

Junho 20, 1927

Deus ao criar o homem lhe deu uma terra fértil e bela. Causa pela qual tem viva a Luisa. Tudo o que se faz na Divina Vontade tem vida contínua.

(1) Sentia-me oprimida e toda aniquilada em mim mesma, sem poder fazer nada. As privações tão frequentes de meu amado Jesus me tornam incapaz para tudo, e enquanto por um lado as sinto ao vivo que dilaceram minha pobre alma, por outro lado me fazem entontecer, petrificar como se não tivesse mais vida; ou bem sinto a vida para sentir-me morrer. Oh Deus, que pena, estas são sem misericórdia e sem piedade! Viver sob o pesadelo de uma pena que me leva um peso infinito, imenso e eterno, não tenho para onde ir, nem o que fazer para não sentir o peso enorme desta tremenda pena. Então pensava entre mim: “Não sou boa para nada, senão para sentir todo o peso de minha grande desventura de estar privada d’Aquele que a mim me parece que todos os demais possuem. Só a mim me tocava esta pena tão dilacerante de não possuir minha Vida, meu Tudo, meu Jesus. Ah! Jesus, regressa àquela que Tu feriste e a deixaste em poder da dor da ferida que Tu mesmo lhe fizeste, e depois, para que me ter em vida quando não sou boa para fazer nada?”

Mas enquanto eu aliviava a minha dor, o meu sumo bem Jesus moveu-se dentro de mim e estreitando-me a Ele disse-me:

(2) “Minha filha, a terra criada por Deus fértil e bela, com um sol resplandecente que a iluminava e alegrava, tornou-se espinhosa e cheia de pedras pelo pecado, a vontade humana pôs em fuga o Sol da minha, e densas trevas a cobriram, E eu conservo-te viva porque deves tirar as pedras da terra e torná-la fértil de novo. Cada ato de vontade humana tem sido uma pedra que cobriu a bela terra criada por Mim, cada pecado venial tem sido um espinho, cada pecado grave tem sido um veneno e cada bem feito fora de Minha Vontade tem sido como areia espalhada sobre o terreno, que toda a vegetação impedia até a mais pequena planta ou qualquer fio de erva que pudesse despontar debaixo das pedras. Agora minha filha, cada ato teu feito na minha Vontade deve tirar uma pedra, e quantos atos são necessários para removê-las todas! e, não dando vida jamais à tua vontade, chamarás de novo aos refulgentes raios do Sol do Fiat Supremo a resplandecer sobre estes terrenos tenebrosos, e estes raios chamarão ao vento impetuoso da graça, que com o seu império removerá toda aquela areia, isto é, todo aquele bem feito não para cumprir o meu Querer, nem nele, nem por amor meu, mas sim para resgatar estima, glória, interesse humano. Oh! como é pesado este bem aparente, mais que areia que impede a vegetação às almas e as torna de tal maneira estéreis, que dão piedade. Por isso o Sol de meu Querer com sua fecundidade mudará os espinhos em flores e frutos, e o vento de minha Graça será o contraveneno e verterá a vida nas almas. Então, tu deves estar convencida que te tenho ainda com vida para reordenar a obra da Criação, e assim como uma vontade humana saindo da minha desordena tudo até mudar a face da terra, assim outra vontade humana que entra na minha, com atos repetidos e incessantes deve reordenar tudo e restituir-me o doce encanto, a harmonia, a beleza dos primeiros tempos da Criação. Não sente em você o quão grande é seu campo de ação? E como reanimando no Éden terrenal, onde meu Querer Divino festejou com os primeiros atos do homem, e gozávamos juntos a terra fértil e bela que lhe tinha dado, Eu te chamo para unir os primeiros atos e para te fazer caminhar todos os terrenos invadidos pela vontade humana, para que abraçando todos os tempos juntos, ajude a remover as pedras, os espinhos, a areia que o querer humano acumulou, mudando estes terrenos até dar piedade”.

(3) Então minha pobre mente, no Querer Divino se punha no Éden, para entrar na unidade daquele ato único, que só n’Ele se encontra, para descer até os últimos tempos a fim de que meu amor, minha adoração, etc., pudessem se estender a todos os tempos, lugares, e por todos e por cada um. Mas enquanto isso pensava e fazia, dizia entre mim: “Quantos desatinos estou dizendo, nos últimos tempos, eu espero pela graça do Senhor estar lá em cima, na Pátria Celestial, como poderei amar no tempo enquanto estarei na eternidade?” E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(4) “Minha filha, tudo o que se faz em minha Vontade tem vida contínua, porque tudo o que é feito nela tem por princípio o amor de seu Criador, que não está sujeito a terminar, amou, ama e amará sempre, nenhum pode interromper este amor. Portanto, quem ama, quem adora em minha Vontade, não faz outra coisa senão seguir aquele amor eterno, aquela adoração perfeita das Divinas Pessoas, que não têm nem princípio nem fim; a alma conforme entra em minha Vontade, entra em nossos atos e continua amando com nosso amor e adorando com nossa adoração, e fica vinculada com nosso amor recíproco, com nossa Vontade única, a qual tem virtude de não cessar jamais em seus atos, e tudo o que os outros podem fazer não é outra coisa que a continuidade do ato feito em minha Divina Vontade; os atos feitos nela têm vida perene e contínua. Então teu amor nos últimos tempos não será nada diferente do que agora, e se os outros amarem, amarão no teu e com teu amor, porque ele será ato primeiro, porque tem seu princípio em Deus. Portanto, desde a pátria celestial tu amarás no tempo e na eternidade, minha Vontade terá, ciumenta, teu amor como tem o seu, e onde quer que Ela se estenda e terá sua Vida, te fará amar e adorar por toda parte.

Quem vive em minha Vontade todos seus atos têm por princípio e por fim todos os atos Divinos, o modo de nosso agir; assim que a alma não faz outra coisa que seguir o que faz Deus. A Soberana Rainha, que fazia vida perfeita na morada real de nosso Querer, não tinha outro amor que o nosso, nem outra adoração, todos seus atos se veem tão fundidos nos nossos, que o que em nossos atos é natureza, em Ela é graça, e como suas ações não tiveram princípio em seu querer, senão no Nosso, Ela por direito tem o primado sobre todos os atos das criaturas, por isso se você ama, a Celestial Rainha tem o primado sobre seu amor, e você segue seu amor como segue o nosso, e a grande Senhora e Nós continuaremos amando em teu amor, e assim de tudo o que possas fazer em nossa Vontade. Então vindo tu à pátria celestial, teu amor não partirá da terra, senão que continuará amando em cada uma das criaturas. Por isso meu Fiat Divino desde agora te faz estender teu amor no passado, no presente e no futuro, para te dar o direito de que teu amor se estenda por toda parte e em todos os tempos e jamais cesse de amar. Eis a grande diferença entre quem vive em minha Vontade e entre quem vive fora dela”.


23-5

Outubro 2, 1927

Adão foi o mais santo antes de pecar. Plenitude e totalidade de bens dos atos feitos no Divino Querer; como se estendem a todos. A pupila do olho investida pelo sol. A Divina Vontade, como matéria se presta para esconder o seu Criador. Exemplo da Hóstia.

(1) Estava fazendo a minha volta na Criação para seguir todos os atos da Divina Vontade que há nela, e tendo chegado ao Éden onde Deus criou o primeiro homem, Adão, para unir-me com ele àquela unidade de Vontade que possuía com Deus, na qual fazia seus primeiros atos em sua primeira época da Criação, pensava para mim: “Quem sabe que santidade possuía meu primeiro pai Adão, que valor continham seus primeiros atos feitos no reino do Fiat Divino e, como posso eu conseguir de novo sobre a terra um reino tão santo, estando só eu ocupada em obter um bem tão grande?” Mas enquanto isso pensava, meu sempre amável Jesus saiu de dentro de mim mandando raios de luz, e aquela luz se convertia em palavras e me disse:

(2) “Minha filha, filha primogênita da minha Vontade, como filha dela, quero revelar-te a santidade daquele que possuiu o Reino do meu Fiat Divino. No princípio da Criação este reino teve sua vida, seu perfeito domínio e seu completo triunfo, assim que este reino não é de todo estranho à família humana, e como não é estranho existe toda a segura esperança de que volte de novo no meio dela para reinar e dominar. Agora, tu deves saber que Adão possuía tal santidade quando foi criado por Deus, e seus atos ainda mínimos tinham tal valor, que nenhum santo, nem antes nem depois de minha vinda sobre a terra podem comparar-se a sua santidade, e todas as suas obras não chegam ao valor de um só ato de Adão, porque ele possuía na minha Vontade Divina a plenitude da santidade, a totalidade de todos os bens divinos; e sabes o que significa plenitude? Significa estar cheio até a borda, até transbordar fora luz, santidade, amor e todas as qualidades divinas, de modo de poder encher Céu e terra, dos quais tinha o domínio e neles estendia seu reino.

Por isso cada ato seu feito nesta plenitude de bens divinos tinha tal valor, que nenhum outro, por quanto se sacrificasse, sofresse ou operasse o bem, mas que não possuísse o reino de minha Vontade e seu total domínio, pode comparar-se a um só destes atos no reino dela. Por isso a glória, o amor que me deu Adão enquanto viveu no reino do meu Divino Querer, ninguém, ninguém me deu, porque ele em seus atos me dava a plenitude e totalidade de todos os bens e somente em Minha Vontade se encontram estes atos, fora Dela não existem, por isso Adão tinha suas riquezas, seus atos de valor infinito que lhe participava Meu eterno Querer diante à Divindade, porque Deus, ao criá-lo, nada de vazio tinha deixado nele, senão tudo era plenitude divina, quanto a criatura era possível conter. Agora, ao cair no pecado não foram destruídos estes atos, estas suas riquezas, esta glória e amor perfeitos que tinha dado a seu Criador, antes em virtude deles e de seu agir feito em meu Fiat Divino mereceu a Redenção. Não, não podia ficar sem redenção quem havia, ainda por pouco tempo, possuído o reino de minha Vontade. Quem possui este reino entra em tais vínculos e direitos com Deus, que o próprio Deus sente nele a força de suas próprias cadeias, que atando-o, não pode separar-se dele. Nossa Majestade adorável se encontrava com Adão nas condições de um pai que tendo um filho, este lhe foi causa de tantas conquistas, de grandes riquezas, de glória incalculável, não há nada que possua o pai onde não encontre os atos de seu filho, Onde quer que sente ressoar a glória, o amor de seu filho; agora, este filho por sua desventura cai em pobreza, pode o pai não ter compaixão de seu filho, se em qualquer lugar e em tudo sente o amor, a glória, as riquezas com que seu filho o circundou? Minha filha, Adão vivendo no reino de nossa Vontade havia penetrado em nossos confins, que são intermináveis, e onde quer que pusera as suas obras, a sua glória, o seu amor para o seu Criador, e como nosso filho com as suas obras nos trazia as nossas riquezas, as nossas alegrias, a nossa glória e amor, o seu eco ressoava em todo o nosso Ser, como o nosso no seu; agora, vendo-o caído na pobreza, como nosso amor podia suportar não ter compaixão dele, se nossa mesma Vontade Divina nos fazia a guerra amorosamente e intercedia por aquele que tinha vivido nela? Vê então o que significa viver em meu Querer Divino, sua grande importância? Nela está a plenitude de todos os bens divinos e a totalidade de todos os atos possíveis e imagináveis, abraça todo o Ser Divino. A alma se encontra em minha Vontade como o olho se encontra de frente ao sol, que fica todo cheio de sua luz, e enquanto o sol se reflete todo inteiro na pupila do olho, sua luz permanece também fora, investindo toda a pessoa e percorrendo a terra sem afastar-se de dentro da pupila, e enquanto fica sua luz no olho, gostaria de levar a pupila ao sol para fazê-la fazer junto com ele o giro da terra e fazê-la fazer o que faz a luz e receber seus atos por toda parte como testemunho de amor e glória. Isto é imagem da alma que vive em minha Vontade, Ela a enche de tal plenitude que não deixa nenhum vazio nela, e como não é capaz de possuir toda a imensidão divina, a enche por quanto mais a criatura possa conter, e sem separar-se fica fora dela, levando-se na interminabilidade de sua luz a pupila da vontade da alma para fazê-la fazer o que faz minha Divina Vontade, para receber a correspondência de seus atos e de seu amor. Oh! poder do meu Fiat Divino que age na criatura, que fazendo-se investir por sua luz não lhe nega seu domínio e seu reino. E se Adão mereceu compaixão foi porque a primeira época de sua vida foi no reino do Querer Divino.

Se a Soberana Celestial pôde obter, ainda que estivesse sozinha, a vinda do Verbo sobre a terra, foi porque deu livre campo ao reino do Fiat Divino nela. Se minha própria Humanidade pôde formar o reino da Redenção, foi só porque possuía toda a integridade e imensidão do reino do Eterno Querer, porque Ele, onde quer que se estenda tudo abraça, tudo pode, não existe poder contra Ele que possa restringi-lo. Então, um só que possua o reino da minha Vontade vale mais que tudo e que todos, e pode merecer e conseguir o que todos os demais juntos não podem nem merecer, nem obter, porque todos os demais juntos, por quão bons sejam, mas sem a Vida da minha Vontade neles, são sempre as pequenas chamas, as plantas, as flores, que no máximo servem para adornar a terra, sujeitas a murchar e a secar-se, e a bondade divina não pode fazer nem grandes planos sobre eles, nem conceder presságios de fazer o bem ao mundo inteiro. Em quem vive minha Vontade é mais que sol, e assim como o sol com o império de sua luz investe a todos, impera sobre as plantas e dá a cada uma a vida, a cor, o perfume, a doçura, com seu tácito império se impõe sobretudo para dar seus efeitos e os bens que possui, nenhum outro planeta faz tanto bem à terra como o faz o sol; assim em quem vive meu Querer, são mais que sol e com a luz que contêm se abaixam e com rapidez se elevam, penetram em qualquer lugar, em Deus, em seus atos; com a Vontade Divina que possuem sobre o próprio Deus, sobre as criaturas, são capazes de atropelar tudo para levar a todos a vida da luz que possuem, são os portadores do seu Criador e fazem caminhar a luz adiante para impetrar, obter e dar o que querem. Oh! se as criaturas conhecessem este bem tão grande fariam concorrência, e todas as paixões se mudariam em paixão de luz de viver sozinho e sempre naquele Fiat Divino que tudo santifica, tudo doa e sobretudo prevalece”.

(3) Minha pobre mente continuava se perdendo no Querer Divino, e ficava maravilhada da sublimidade, plenitude e totalidade dos atos feitos nele, e meu amado Jesus movendo-se em meu interior acrescentou:

(4) “Minha filha, deixa de maravilhar-te, viver em meu Fiat Divino e o agir nele, é a transfusão do Criador na criatura; e entre o agir Divino e o agir só da criatura há uma distância infinita, ela se presta a seu Deus como matéria para lhe fazer coisas grandes, assim como a matéria da luz foi emprestada ao Fiat Divino na Criação para fazê-lo formar o sol, o céu, as estrelas, o mar, todas as matérias nas quais o Fiat Supremo ressoou e fabricou a Criação toda. Prodígio Dele é o sol, o céu, o mar, a terra, que foram vivificados e animados pelo Fiat, exemplo perene e encantador do que sabe fazer e pode fazer a minha Vontade. Acontece da alma como dos acidentes da hóstia que se presta, ainda que seja matéria, a fazer-se animar pela minha Vida Sacramental, desde que se pronunciem pelo sacerdote aquelas mesmas palavras ditas por Mim ao instituir o Santíssimo Sacramento; eram palavras animadas pelo meu Fiat, que continha a Potência criadora, e por isso a matéria da hóstia sofre a transubstanciação da Vida Divina. Podem-se dizer sobre a hóstia quantas palavras se queiram, mas se não forem aquelas poucas palavras estabelecidas pelo Fiat, minha Vida fica no Céu e a hóstia fica a vil matéria que é.

Assim acontece com a alma, pode fazer, dizer, sofrer o que quiser, mas se não correr dentro do meu Fiat Divino são sempre coisas finitas e vis, mas em quem vive n’Ele, suas palavras, suas obras, suas penas, são como véus que escondem o Criador e destes véus se serve Aquele que criou o céu e a terra, e neles faz obras dignas d’Ele e põe sua santidade, sua potência criadora, seu amor infinito. Por isso nenhum outro pode chegar, por quantas coisas grandes faça, a comparar-se com aquela criatura na qual vive, reina e domina minha Vontade Divina. Também entre as criaturas acontece que, segundo a matéria que têm nas mãos para formar seus trabalhos, assim muda o valor que possuem e adquirem. Suponha que uma tem propriedade de ferro, quanto deve trabalhar, suar, fatigar-se para reduzir aquele ferro macio para lhe dar a forma do recipiente que quer fazer, e o lucro que faz é tão pouco, que apenas lhe alcança para viver; em troca outro tem propriedade de ouro, de pedras preciosas, este trabalha muito menos, mas ganha milhões, assim não é o trabalho que leva a muito ganho, as riquezas exuberantes, mas o valor da matéria que possui, um trabalha pouco e ganha muito porque a matéria que possui contém um grande valor, o outro trabalha muito, mas como a matéria que possui é vil e de pouquíssimo valor, é sempre o pobre esfarrapado e faminto. Assim acontece para quem possui minha Divina Vontade, possui a vida, a virtude criadora, e seus menores atos contêm um valor divino e interminável, por isso ninguém pode igualar suas riquezas; em troca quem não possui minha Vontade como vida própria, está sem vida e trabalha com a matéria do próprio querer, e por isso é sempre o pobre esfarrapado diante de Deus e em jejum daquele alimento que forma nele o Fiat Voluntas Tua come in Cielo cosí in terra”.


24-5

Abril 6, 1928

Como se pode pôr a alma na unidade Divina. Exemplo do sol. A repetidora do Criador. Como Deus dá gole por gole. Necessidade de conhecimento para fazer o seu caminho.

(1) Estava pensando no Fiat Divino para unir-me a sua unidade, para poder suprir aquela unidade de vontade que falta entre Criador e criatura e pensava em mim: “Será que posso chegar a tanto, de poder penetrar na unidade de meu Criador?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, a alma que se põe na unidade da minha vontade é como se se pusesse na esfera do sol. Olha o sol, é um, da altura onde se encontra sua esfera faz um só ato, mas a luz que desce até o baixo abraça toda a terra e pelos efeitos de sua luz produz múltiplos e inumeráveis atos, quase a cada coisa, a cada planta, as investe, lhes dá seu abraço de luz e lhes diz: ‘Que queres tu, a doçura? Te dou-a; e tu, que queres, a cor? Te dou-a; e tu queres o incenso? Te dou-o também.’

Quase a cada coisa a luz tira de si e dá o que a sua natureza lhe convém para formar sua vida e crescer segundo a ordem criada por Deus. Agora, por que tudo isso? Porque aquela esfera contém tanta luz e todos os germes e efeitos de todas as coisas e plantas que estão espalhadas sobre a face da terra. Agora, símbolo disto é a alma que quer viver na unidade do nosso Querer, ela eleva-se na esfera do Sol do eterno Fiat, que contém tanta luz que não há quem possa fugir dela, possui todos os germes das vidas das criaturas, sua luz vai investindo e plasmando a todos, e roga para que recebam cada um a vida, a beleza, a santidade querida pelo seu Criador; e a alma daquela esfera se faz de todos e se dá a todos, e repete nosso ato, que enquanto é um, este um tem virtude de fazer tudo e de dar-se a todos, como se cada um o tivesse à sua disposição e fosse todo seu, porque em Nós a unidade é natureza, na alma pode ser graça, e Nós nos sentimos bilocados na criatura que vive em nossa unidade, e oh! como temos prazer ao ver a pequenez da criatura que se eleva, desce, alarga-se na nossa unidade para ser a repetidora do seu Criador”.

(3) Depois disto estava pensando em como Jesus bendito devia fazer vir o reino de sua Vontade, como podia a criatura abraçar todos juntos seus conhecimentos, e quase tudo com um só golpe, bens tão grandes, modos divinos, beleza e santidade que contêm os reflexos e a semelhança do seu Criador. Mas enquanto pensava assim, o meu amado Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:

(4) “Minha filha, a criatura, é por natureza sua que não pode receber um bem grande, uma luz que não tem confins, tudo junto, mas que deve tomar gole por gole, esperando que passe o primeiro gole para tomar o seguinte e se quiser tomar tudo junto, pobrezinha, se afogaria e seria obrigada a tirar fora o que não pode conter, esperando que primeiro digira aquele pouco que tomou, que corra como sangue em suas veias, que se estenda aquele humor vital em toda sua pessoa, e depois se disponha a tomar outro gole. Não foi esta a ordem que tive contigo, manifestar-te pouco a pouco, começando pelas primeiras lições, depois as segundas, as terceiras, e assim pouco a pouco o resto que diz respeito ao meu eterno Fiat? E quando você mastigava a primeira, e corria como sangue em sua alma, Eu te preparava a segunda lição e minha vontade formava os primeiros atos de vida em você, e eu festejava a glória dela e realizava a finalidade da Criação e estava esperando com ânsia o poder te dar outras lições mais sublimes, de te encher tanto, que você mesma não sabia de onde tomar para as poder dizer.

Assim farei para formar o reino de meu Querer Divino, começarei pelas primeiras lições que te dei, e por isso quero que se comece a conhecer, a fim de que façam o caminho, preparem e disponham às almas para fazer que pouco a pouco suspirem por escutar outras lições em vista do grande bem que receberam das primeiras, por isso preparei lições tão longas sobre minha Vontade, porque ela encerra a finalidade primária pela qual foi criado o homem, e todas as coisas e a vida do mesmo homem que deve desenvolver nela, assim que sem Ela é como se o homem não tivesse a verdadeira vida, senão uma vida quase estranha a ele, e por isso cheia de perigos, de infelicidade e de misérias; pobre homem sem a Vida de meu Querer, teria sido melhor para ele se não tivesse nascido, e por suma desventura sua nem sequer conhece sua verdadeira vida, porque até agora não houve quem tivesse partido o verdadeiro pão de seus conhecimentos para formar o sangue puro e poder fazer crescer sua verdadeira Vida na criatura, partiram-lhe um pão corrompido, contaminado, que se não o fez morrer, não cresceu são, robusto, e forte de uma força divina, como faz crescer o pão da minha Vontade; Ela é vida e tem virtude de dar a sua Vida, é luz e expulsa as trevas, é imensa e toma o homem por todos os lados para lhe dar força, felicidade, santidade, de modo que tudo está seguro em torno dele. Ah, você não sabe que tesouros de graça escondem estes conhecimentos, que bem levarão as criaturas, e por isso não tem interesse em que comecem a fazer seu caminho para dar início a formar o reino de minha Vontade!”.


25-5

Outubro 28, 1928

Tudo o que foi feito por Deus não foi tomado pela criatura. Trabalhos de Jesus. A festa de Cristo Rei, prelúdio do reino da Divina Vontade. 

(1) Estava seguindo meu giro no Querer Divino para seguir todos seus atos, e meu doce Jesus fazendo-se ouvir em meu interior me disse:

(2) “Minha filha, tudo o que foi feito por nossa Divindade, tanto na Criação como na Redenção e Santificação, nem tudo foi absorvido pela criatura, mas tudo está em minha Divina Vontade em ato expectante para dar-se às criaturas. Se você pudesse ver tudo em meu Fiat Divino, encontraria um exército de atos nossos saídos de Nós para dá-los às criaturas, mas como não reina nosso Querer, não têm espaço onde colocá-los nem capacidade de recebê-los. Esta milícia divina, há vinte séculos está esperando pôr-se em ofício de exercício para levar às criaturas os dons, as vestes, as alegrias e as armas divinas que cada ato nosso possui, para fazer junto com eles um só exército divino, uma milícia celestial. Agora, para fazer que o reino de nosso Querer Divino reine em meio às criaturas, é necessário que a criatura absorva em si todos estes atos da Divindade feitos por amor dela, e os absorva tanto em si mesma, de encerrar em si tudo o que possui meu Fiat, assimilando-os e confortando-os em si mesma. Assim que minha Divina Vontade consumada na criatura, fará reentrar nela todo este exército divino, todos os atos nossos saídos de Nós na Criação, Redenção e Santificação por amor delas, reentrarão nas criaturas e minha Divina Vontade assimilada e consumada nelas se sentirá triunfante e reinará dominante junto com nosso exército divino. Por isso Eu não faço outra coisa em ti que te fazer beber a goles continuamente tudo o que por Nós se fez e se faz na Criação, Redenção e Santificação, para poder dizer de novo como disse na cruz: ‘Tudo está consumado, não tenho outra coisa que fazer para redimir o homem’. Assim repetirá a minha Vontade: ‘Tudo está consumado nesta criatura, de modo que todos os nossos atos foram encerrados nela, não tenho mais nada a acrescentar, tudo está consumado para que o homem fosse restaurado e o reino de minha Divina Vontade tenha sua vida e seu regime como no Céu assim na terra’.

(3) Oh! Se você soubesse quantos trabalhos estou fazendo no fundo de sua alma para formar este primeiro reino a minha Divina Vontade, porque quando tiver feito o primeiro, de uma passará para a outra, de modo que meu reino será povoado mais que todos os demais. Portanto, é tanto o meu amor na formação deste meu reino, que quero encerrar na alma onde deve reinar o meu Divino Querer tudo o que Eu mesmo fiz na Redenção, o que faz a Soberana Rainha, acrescenta também o que fizeram e fazem todos os santos, nada deve faltar nela de todas as nossas obras, e para o fazer ponho em movimento todo o nosso poder, sabedoria e amor”.

(4) Depois disto estava pensando na festa de hoje, isto é a festa de Cristo Rei, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:

(5) “Minha filha, a Igreja não faz outra coisa que intuir o que deve conhecer sobre minha Divina Vontade e como deve vir seu reino. Por isso esta festa é o prelúdio do reino de meu Fiat Divino.

Assim que a Igreja não está fazendo outra coisa que honrar a minha Humanidade com aqueles títulos que com justiça me devem, e quando me tiverem dado todas as honras que me convêm, passará a honrar e a instituir a festa ao reino de minha Divina Vontade, pela qual a minha humanidade estava animada. A Igreja vai pouco a pouco, e ora institui a festa ao meu coração, ora consagra com toda a solenidade o século ao Cristo Redentor, e ora passa com mais solenidade a instituir a festa ao Cristo Rei. Cristo Rei significa que deve ter seu reino, deve ter  povos dignos de tal Rei, e quem poderá me formar este reino senão minha Vontade? Então poderei dizer: ‘Tenho meu povo, meu Fiat me formou.’ Oh, se as cabeças da Igreja conhecessem o que te manifestei sobre minha Divina Vontade, o que quero fazer, seus grandes prodígios, meus anseios, meus batimentos dolorosos, meus suspiros angustiosos porque quero que minha Vontade reine, que faça felizes todos, restabeleça a família humana, nesta festa de Cristo Rei sentiriam não ser outra coisa que o eco secreto de meu coração, que fazendo eco no deles para atrair sua atenção e reflexão, sem saber me instituem a festa de Cristo Rei. Cristo…, Rei, e seu verdadeiro povo onde está? E diriam: Apressemo-nos a fazer conhecer sua Vontade Divina, façamo-la reinar a fim de que demos o povo a Cristo que chamamos Rei, de outra maneira o teremos honrado com o nome, mas não com os fatos”.


26-5

Abril 28, 1929

O Fiat Divino torna inseparável a criatura de Deus. Transbordamento divino pela criatura. Tudo está seguro em quem vive no Fiat, e tudo está em perigo em quem faz a vontade humana.

(1) Estava a fazer a meu giro no Fiat Divino para seguir os seus atos na Criação, e tendo chegado ao Éden, a minha pobre mente parou no ato quando criava o homem, e infundindo-lhe o fôlego infundia-lhe a vida, e rogava a Jesus que desse o alento a minha pobre alma para infundir-me o primeiro alento divino da Criação, a fim de que com seu alento regenerador pudesse recomeçar minha vida toda no Fiat, de acordo com a finalidade para a qual me tinham criado. Mas enquanto isso fazia, meu doce Jesus saiu de dentro de mim, como em ato de querer infundir-me seu alento e me disse:

(2) “Minha filha, é nossa Vontade que a criatura volte a subir a nosso seio, entre nossos braços criadores para dar-lhe novamente nosso alento contínuo, e neste alento dar-lhe a corrente que gera todos os bens, alegrias e felicidade, mas para poder dar este alento, o homem deve viver em nosso Querer, porque só n’Ele o pode receber, e Nós dá-lo. Nosso Fiat tem tal virtude, de tornar inseparável a criatura de Nós, e o que Nós somos e fazemos por natureza, ela pode fazê-lo por graça. Nós ao criar o homem não o colocávamos separado de nós, e para tê-lo junto lhe dávamos nossa mesma Vontade Divina, a qual lhe daria o primeiro ato para agir junto com seu Criador; foi esta a causa de que nosso amor, nossa luz, nossas alegrias, a potência e beleza nossas regurgitaram todas juntas, e, transbordando fora do nosso Ser Divino, colocamos a mesa àquele que tínhamos formado com tanto amor com as nossas mãos criadoras e gerado com o nosso próprio alento. Queríamos gozar nossa obra, vê-lo feliz com nossa mesma felicidade, embelezado com nossa beleza, rico de nossa riqueza, muito mais que era Vontade nossa estar junto com a criatura, trabalhar juntos e nos entreter junto com ela; os jogos não podem ser feitos de longe, mas de perto. Então, por necessidade de criação e para manter integrada nossa obra e a finalidade com a qual a havíamos criado, o único meio era dotar o homem de Vontade Divina, a qual o teria conservado como saiu de nossas mãos criadoras, e ele teria gozado todos nossos bens, e Nós devíamos gozar porque ele era feliz. Por isso não há outros meios para fazer que o homem retorne a seu posto de honra, e que entre de novo a trabalhar junto com seu Criador, e que se entretenham mutuamente, que entre de novo em nosso Fiat, a fim de o levemos triunfante a nossos braços que o estão esperando para o estreitar forte a nosso seio divino, e dizer-lhe: Finalmente, depois de seis mil anos voltaste, andaste errante, provaste todos os males, porque não há bem sem nosso Fiat, provaste o suficiente e tocaste com a mão o que significa sair d‟Ele, por isso não saias mais e vem descansar e gozar o que é teu, porque em nosso Querer tudo te foi dado’. Portanto minha filha, seja atenta, tudo lhe daremos se viver sempre em nosso Fiat, nosso alento tomará prazer em dar-se sempre a ti, para te dar nossas alegrias, nossa luz, nossa santidade, e comunicar-te a atitude de nossas obras, a fim de que sempre possamos ter junto à pequena filha regenerada por nossa Divina Vontade”.

(3) Dito isto, retirou-se dentro de mim, e eu continuava a seguir os inúmeros atos do Fiat Divino, e o bendito Jesus me disse:

(4) “Minha filha, é prerrogativa de meu Querer Divino pôr em seguro tudo o que possui; assim quando entra na alma, como possuidor dela, todas as coisas as põe em seguro: põe em seguro a santidade, a graça, a beleza, todas as virtudes, e para fazer que tudo esteja em seguro, faz substituir na alma a sua santidade divina, a sua beleza, suas virtudes, tudo em modo divino, e pondo nisso seu selo que é intangível de toda mudança, torna à criatura intangível de todo perigo.

Portanto, para quem vive no meu Querer nada há a temer, porque Ele assegurou cada coisa com o eu seguro divino. Ao contrário, a vontade humana faz com que tudo fique em perigo, mesmo a própria santidade, as virtudes que não estão sob o domínio contínuo do meu Fiat, estão sujeitas a perigos contínuos e a oscilações contínuas; as paixões têm o caminho aberto para pôr tudo em desordem e lançar por terra as virtudes, a santidade, formadas com tantos sacrifícios. Se não há a virtude vivificadora e alimentadora contínua de meu Querer, que feche todas as portas e todos os caminhos a todos os males, a vontade humana tem portas e caminhos para fazer entrar o inimigo, o mundo, a estima própria, as misérias, as perturbações, que são a traça das virtudes e da santidade, e quando há a traça não há força suficiente para estar firmes e perseverantes no bem, por isso tudo está em perigo quando não reina minha Divina Vontade.

Além disso, é tanto o mal que não reine nossa Divina Vontade no meio das criaturas, que todas as coisas estão em contínua oscilação, nossa própria Criação, todos os bens da Redenção, são intermitentes, porque não encontrando na família humana nosso Fiat reinante, nem sempre pode dar os mesmos bens, aliás, muitas vezes devemos servir-nos da Criação e Redenção para armá-la contra o homem, porque o querer humano se põe contra o nosso, e Nós, por justiça, devemos feri-los, para lhe fazer compreender que não reinando o nosso Querer, o humano rejeita os nossos bens e obriga-nos a castigá-los; a mesma glória que a criatura nos dá por meio da Criação e Redenção, não é fixa, muda a cada ato de vontade humana. Assim, o pequeno interesse que a criatura nos devia dar, de seu amor e de sua glória que nos deveria dar, porque tanto lhe havíamos dado, não é sequer renda fixa, mas sim que tudo é intermitente, porque só a nossa Vontade tem virtude de tornar irremovíveis e contínuos os seus atos e aqueles onde Ela reina. Assim, até que nosso Fiat Divino reine tudo está em perigo; a Criação, a Redenção, os sacramentos todos estão em perigo, porque o humano querer hora abusa, hora não reconhece Aquele que tanto o amou e beneficiou, hora pisoteia sob seus pés nossos próprios bens; por isso, até que não reine nosso Querer que porá no meio das criaturas a ordem divina, sua firmeza, harmonia e seu dia perene de luz, de paz, tudo estará em perigo para ele e para Nós, nossas mesmas coisas estarão sob a opressão do perigo e não poderão dar às criaturas os bens abundantes que elas contêm”.

28-5
Março 12, 1930
Deus não leva em conta o tempo, mas sim os atos que fazemos. Exemplo de Noé. O bem que
possui um sacrifício prolixo e contínuo. Cada ato de criatura possui seu germe distinto.

(1) Meu voo no Fiat Divino continua, minha pobre mente não sabe estar sem girar em seus atos
inumeráveis, sinto que uma força suprema me tem como fixa nas obras de meu Criador, e ela gira
e volta a girar sempre, sem cansar-se jamais, e oh! quantas belas surpresas encontra, hora na
Criação, hora na Redenção, e nas quais me surpreendem o bendito Jesus faz-se narrador, e isto
não é outra coisa que uma invenção maior do seu amor. Depois, enquanto girava no Éden e nos
tempos antes de sua vinda à terra, pensava em mim: “E por que Jesus demorou tanto tempo para
vir redimir o gênero humano?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:
(2) “Minha filha, a nossa infinita sabedoria quando deve dar um bem à criatura, não conta o tempo,
mas sim os atos das criaturas, porque ante a Divindade não existem dias e anos, e sim só um dia
perene, e por isso não medimos o tempo, mas vêm contados por Nós os atos que têm feito. Assim,
naquele tempo que a ti parece tão longo, não tinham sido feitos os atos queridos por Nós para vir
redimir o homem, e só os atos determinam fazer vir o bem, e não o tempo.

Muito mais que obrigavam a nossa Justiça a exterminá-los da face da terra, como aconteceu no dilúvio, que só
Noé mereceu, ao obedecer à nossa Vontade e com a prolixidade do seu longo sacrifício de fabricar
a arca, salvar-se com sua família e encontrar em seus atos a continuação da nova geração na qual
devia vir o prometido Messias. Um sacrifício prolixo e contínuo possui tal atrativo e força
arrebatadora sobre o Ente Supremo, que o fazem decretar dar bens grandes e continuação de vida
ao gênero humano. Se Noé não tivesse obedecido e não se tivesse sacrificado para cumprir um
trabalho tão longo, teria sido ele também atropelado no dilúvio, e não se salvando a si mesmo, o
mundo, a nova geração teria terminado. Olhe o que significa um sacrifício prolixo e contínuo, é tão
grande que põe a salvo a si mesmo e faz surgir a vida nova nos demais, e o bem que
estabelecemos dar. Eis por que, para o reino da minha Divina Vontade, quis o teu longo e contínuo
sacrifício de tantos anos de cama. Teu longo sacrifício te punha a salvo, mais que arca no reino de
minha Divina Vontade, e inclina a minha bondade a dar um bem tão grande, como é fazê-la reinar
no meio das criaturas”.

(3) Depois disto continuava meu giro no Fiat Divino para levar todos os atos das criaturas em
homenagem ao meu Criador, e pensava em mim: “Se chego a recolher tudo o que elas fizeram e
encerrar tudo no Querer Divino, não se transformarão em atos de Divina Vontade?” e o meu doce
Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, todos os atos das criaturas, cada um deles possui seu germe segundo como foi
feito, se não foi feito em meu Fiat Divino não possui seu germe, portanto não poderá jamais ser ato
de minha Vontade, porque no ato de fazê-lo faltava seu germe de luz, que tem a virtude de
transformá-lo em sol, que põe seu germe de luz como ato primeiro no ato da criatura. Nos atos das
criaturas acontece como se uma pessoa tem a semente de flores, semeando-a terá flores, e se
semear a semente de frutos, terá frutos, e nem a semente de flores dará frutos, nem a dos frutos
dará flores, mas cada uma dará segundo a natureza da sua semente. Assim os atos das criaturas,
se no ato esteve um fim bom, uma finalidade santa, para me agradar, para me amar, em cada um
dos atos se verá: em um o germe da bondade, em outro o germe da santidade, o germe de me
agradar, o germe de me amar; estes germes não são luz, mas simbolizam: quem a flor, quem o
fruto, quem uma planta e quem uma joia preciosa, e Eu sinto a homenagem da flor, do fruto, e
assim por diante, mas não a homenagem que pode me dar um Sol; e recolhendo você todos estes
atos para encerrá-los em meu Fiat, ficam tal como são, cada um a natureza que a semente lhe
deu, e se veem que são atos que pode fazer a criatura, não atos que pode fazer minha Divina
Vontade com seu germe de luz no ato delas. O germe de Vontade Divina não vem cedido por Ela,
mas sim quando a criatura vive nela, e em seus atos lhe dá o primeiro posto de honra”.

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¨Mãe celeste, Rainha Soberana do Fiat Divino, toma-me pela mão e mergulha-me na Luz do querer Divino. Tu serás a minha guia, minha terna Mãe, e me ensinarás a viver e a manter-me na ordem e no recinto da Divina Vontade. Amém, Fiat.¨

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