Estudo 58 Livro do Céu Vol. 11 ao 20 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 58 Livro do Céu Vol. 11 ao 20 – Escola da Divina Vontade
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12-68
Novembro 15, 1918

Como se vive à custa da Santidade de Jesus.

(1) Estava pensando o que seria melhor, pensar em santificar-se a si mesma, ou então ocupar-se somente diante de Jesus de repará-lo, e a qualquer custo buscar junto com Ele a salvação

das almas, e o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, quem só pensa em me reparar e em salvar as almas, vive às custas da minha Santidade. Vendo Eu que a alma não quer outra coisa que reparar-me, e que fazendo eco a minha ardente batida me pede almas, Eu vejo nela as características da minha Humanidade, e louco por ela faço-a viver às custas da minha Santidade, dos meus desejos, do meu amor, às custas da minha força, de meu sangue, de minhas chagas, etc., posso dizer que ponho a sua disposição minha Santidade, sabendo que não quer outra coisa senão o que quero Eu. Ao contrário, quem pensa em santificar-se a si mesmo, vive à custa da sua santidade, da sua força, do seu amor, oh, como crescerá miserável, sentirá todo o peso da sua miséria e viverá em
contínua luta consigo mesma. Em vez disso, quem vive às custas de minha Santidade, seu caminho será traçado, viverá em paz consigo mesma e Comigo, Eu vigiarei os pensamentos e cada uma das fibras de seu coração, e serei zeloso de que nem uma só fibra deixe de pedir-me almas, e de que seu ser deixe de estar continuamente derramando-se em Mim para reparar-me. Você não percebe este meu zelo?”

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12-69
Novembro 16, 1918

As humilhações são fissuras pelas quais entra a luz.

(1) Continuando meu estado habitual, meu doce Jesus veio e parecia que sentia uma forte dor no coração, e me pedindo ajuda me disse:
(2) “Minha filha, que cadeias de crimes nestes dias, que triunfo satânico, a prosperidade do ímpio é o sinal mais mau, e são empurrões com os quais a fé parte de suas nações, ficando como presos dentro de uma obscura prisão; Mas as humilhações ao ímpio são tantas fissuras pelas quais entra a luz, que fazendo-o reentrar em si mesmo leva a fé a ele e às próprias nações. Por isso, vai fazer-lhes mais bem as humilhações do que qualquer vitória e conquista.
Que momentos críticos e dolorosos vão atravessar! O inferno e os malvados se roem de raiva por começar seus embrollos e maldades. Pobre filhos meus, pobre Igreja minha!”

 

14-64
Outubro 3, 1922
Necessidade de que a Virgem estivesse a par das penas internas de Jesus

(1) Continuando meu habitual estado, sentia-me oprimida porque o bendito Jesus freqüentemente permite que eu sofra enquanto está presente o confessor, e me lamentava com Ele dizendo: “Meu amor, peço-te, suplico-te, não permitas mais que sofra na presença de alguém, faça que tudo passe entre você e eu, e que somente Você conheça minhas penas. Ah! me responda, me dê sua palavra de que não o fará mais, é mais, me faça sofrer o dobro, estarei contente desde que tudo fique oculto entre você e eu”. E Jesus interrompendo-me disse- me:

(2) “Minha filha, não te abatas, quando a minha Vontade o quer, também tu deves ceder, e além disso, isto não é outra coisa que um passo da minha Vida. Minha própria Vida oculta, minhas penas internas e tudo o que fiz, sempre tiveram ao menos um ou dois espectadores, e isto com razão, por necessidade e para obter a finalidade de minhas mesmas penas. O primeiro espectador foi meu Pai Celestial, a quem nada podia escapar sendo Ele mesmo o que me infligia as penas, era ator e expectador; se meu Pai não tivesse visto nem tivesse sabido nada, como poderia dar-lhe satisfação, dar-lhe a glória, e incliná-lo ante a vista de minhas penas a misericórdia para o gênero humano?

Então a finalidade não teria sido alcançada. Em segundo lugar minha Mãe foi espectadora de todas as penas de minha Vida oculta, e isto era necessário, pois se eu viera do Céu à terra para sofrer, não para Mim, mas para o bem dos outros, devia ter pelo menos uma criatura na qual devia apoiar aquele bem que continha as minhas penas, e assim mover a minha amada Mãe a agradecer-me, a louvar-me, a amar-me, a me abençoar, e a fazê-la admirar o excesso de minha bondade, tanto que Ela, comovida e raptada diante da vista de minhas penas, me rogava que em vista do grande bem que lhe levavam minhas penas, não a isentasse de fundir-se com minhas mesmas penas para sofrê-las, para me dar a correspondência e ser a minha imitadora perfeita. Se minha mãe não tivesse visto nada, não teria tido minha primeira imitadora, não teria tido nenhum agradecimento, nenhum louvor; minhas penas, o bem que continham, teriam ficado sem efeito, porque não conhecendo-as nenhum, não podia fazer o primeiro apoio, assim, a finalidade do grande bem que a criatura deveria receber teria sido perdida. Vê como era necessário que ao menos uma só criatura estivesse a par das minhas dores. Se isto foi para Mim, quero que seja também de ti, aliás, te digo que quero o confessor que trabalha junto Comigo, espectador e depositário das penas que te faço sofrer, a fim de que também ele participe no bem, e tendo-o junto possa estimulá-lo mais na fé e infundir-lhe luz e amor para lhe fazer compreender as verdades que te vou manifestando”.

(3) Eu fiquei mais do que nunca oprimida ao ouvir isto, e enquanto esperava misericórdia encontrei justiça irremovível por parte de Jesus. Oh, Deus, que pena! E vendo-me mais aflita
acrescentou:
(4) “Minha filha, isto é o quanto me amas? Os tempos são tão tristes, e os males que virão são muito assustadores, e quando não puderes tu sozinha impedir todo o curso à minha justiça, podereis entre os dois, e deverias dizer tu mesma que te fizesse sofrer. É por isso resigna-te também nisto e tem paciência, o teu Jesus quer, e basta”.

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14-65

73
Outubro 6, 1922
O primeiro plano dos atos humanos mudados em divinos no Divino Querer foi feito por Jesus. Luisa, a primeira a viver na Divina Vontade

(1) Estava rezando e meu sempre amável Jesus veio, e me pondo os braços ao pescoço me disse:
(2) “Minha filha, rezemos juntos, entremos no mar imenso da minha Vontade para fazer que nada saia de ti que não seja lançado nela, o pensamento, a palavra, o bater de coração, a obra, a passagem, tudo deve tomar o seu lugar na minha Vontade; por cada coisa que fizeres nela tomarás uma posse de mais e adquirirás um direito maior. Todos os atos humanos, segundo a finalidade da Criação, deviam ter vida em meu Querer e formar nele o plano de todos os atos humanos mudados em atos divinos, com a marca da nobreza, santidade e sabedoria suprema. Não era nossa Vontade que o homem se separasse de Nós, senão que vivesse conosco, crescendo à nossa semelhança e obrando com nossos mesmos modos, por isso queria que todos seus atos fossem feitos em meu Querer, para lhes dar o seu lugar para poderem formar o seu riacho no mar imenso do meu. Eu fazia como um pai que possuindo grandes extensões de terra diz a seu filho: ‘Dou-te em posse o centro de minhas propriedades, a fim de que não saias de meus confins e cresças em minhas riquezas, com minha mesma  nobreza e com a grandeza de minhas obras, a fim de que todos reconheçam que és meu filho”.
O que se diria deste filho se não aceitasse o grande dom do pai e se fosse a terra estrangeira a viver de misérias, perdendo sua nobreza sob a escravidão de cruéis inimigos? Tal foi o homem!

Agora, este plano, este riacho no meu Querer quero-o de ti; corra cada um dos teus pensamentos nele, a fim de que aos reflexos da nossa inteligência, que é pensamento de cada um, se eleve sobre cada inteligência, nos dê a homenagem de cada pensamento em modo divino; as tuas palavras e obras correrem também, para que ao reflexo da nossa palavra Fiat, que fez todas as coisas e é palavra de cada um, e aos reflexos da santidade das nossas obras, que é vida e movimento de tudo, nos dêem, elevando-se e sobrevoando sobre tudo, a glória de cada palavra e de cada obra, com a nossa própria palavra Fiat e com a mesma santidade de nossas obras. Minha filha, se tudo o que é humano, ainda que fosse um pensamento, não é feito em meu Querer, o plano humano não toma posse, e o riacho não vem formado e meu Querer não pode descer à terra para fazer-se conhecer e reinar”.
(3) Então eu ao ouvir isto disse: “Meu amor, Jesus, é possível que depois de tantos séculos de vida da Igreja que fez sair tantos santos, e muitos deles fizeram maravilhar Céu e terra por suas virtudes e maravilhas que têm feito, não deviam eles operar tudo no Divino Querer, em modo de formar este plano que Você diz? Você estava propriamente esperando por mim, a mais inábil, a mais má e ignorante para fazê-lo? Eu acho que é verdadeiramente incrível”.
(4) E Jesus: “Escuta minha filha, minha Sabedoria tem meios e caminhos que o homem ignora e é obrigado a inclinar a testa e a adorá-la em silêncio, e não cabe a ele ditar-me leis, dizer-me a quem devo escolher e o tempo oportuno que minha bondade dispõe, além disso, devia primeiro formar os santos que deviam me semear e copiar em modo mais perfeito, porque a eles lhes é possível, a minha humanidade, e isto já o fiz. Agora, minha bondade quer passar além e quer chegar a excessos maiores de amor, e por isso quero que entrem em minha Humanidade e copiem o que fazia a alma de minha Humanidade na Divina Vontade. Se os primeiros cooperaram com a minha Redenção para salvar as almas, para ensinar a lei, para banir a culpa, limitando-se nos séculos em que viveram, os segundos passarão além, copiando o que fazia a alma de minha Humanidade na Divina Vontade abraçarão todos os séculos, todas as criaturas, e elevando-se sobre todas porão em vigor os direitos da Criação que me correspondem, e que toca às criaturas dar-me, levando todas as coisas à sua primeira origem da Criação, e à finalidade para a qual a Criação foi feita.

Tudo está ordenado em Mim, se a Criação a fiz sair ordenada, deve tornar-me ordenada como saiu de minhas mãos; já o primeiro plano dos atos humanos trocados em divinos em meu Querer foi feito por Mim, e o deixei como suspenso, e a criatura nada soube, exceto minha amada e indivisível Mãe, e era necessário assim, pois se o homem não conhecia o caminho, a porta, as permanências da minha Humanidade, como podia entrar e copiar o que Eu fazia? Agora vem o tempo de que a criatura entre neste plano e faça também o seu no meu; que maravilha te chamou pela primeira vez? Além disso, é tão certo que te chamei por primeira, que a nenhuma outra alma, por quanto querida por Mim lhe manifestei o modo de viver em meu Querer, os efeitos Dele, as maravilhas, os bens que recebe a criatura obrante em meu Querer Supremo, que busca em quantas vidas de santos queira,ou em livros de doutrina, e em nenhum encontrará os prodígios de meu Querer obrante na criatura e a criatura obrante no meu, no máximo encontrará a resignação, a união dos querer, mas o Querer Divino obrante na criatura e ela no meu, em nenhum o encontrará, isto significa que não havia chegado o tempo em que minha bondade devia chamar a criatura a viver neste estado sublime. Mesmo o proprio modo como te faço rezar não se encontra em nenhum outro. Por isso sê atenta, minha justiça o exige, meu amor delira, por isso minha sabedoria dispõe tudo para obter o intento, são os direitos, a glória da Criação o que queremos de ti”.

16-60
Maio 9, 1924

Os castigos servirão para purificar a terra, e fazer reinar nela à Divina Vontade. Na alma que vive de Vontade Divina, Jesus se encontra com as honras e decoro como se encontrava na sua humanidade quando esteve na terra.

(1) Passo os meus dias na mais profunda amargura e num profundo silêncio por parte de Jesus, e com a quase subtração de sua amável presença. São penas indizíveis que sinto e Acho que é melhor passá-las em silêncio para não agu mais meu duro martírio. Depois de muito esperar, esta manhã o bendito Jesus se fazia ver em meu interior, que me enchia toda Dele, e eu, surpreendida por sua inesperada presença queria me lamentar com Ele por sua privação, mas não me deu tempo de fazê-lo e todo aflito me disse:

(2) “Minha filha, como me sinto amargo! As criaturas puseram-me três pregos, mas não às mãos mas ao coração e ao peito, que me dão penas de morte. Estão preparando três conspirações, uma mais horrenda que a outra, e nestas conspirações põem na mira a minha Igreja. O homem não
quer render-se ao mal, quer antes precipitar-se mais na sua carreira”.

(3) E enquanto isso dizia me fazia ver reuniões secretas onde arranjavam como atacar à Igreja;
quem, como fazer surgir novas guerras e quem novas revoluções; quantos males espantosos se viam, e o meu doce Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, não é justo que a minha justiça se arme contra o homem para castigá-lo e quase destruir tantas vidas que sujam a terra, e faça desaparecer junto com elas regiões inteiras, a fim de que seja purificada a terra de tantas vidas pestilentas e de tantos demônios encarnados, que mas-
carados sob um véu sutil de bem aparente maquinam ruínas para a Igreja e para a sociedade? Você acha que a minha ausência de você é coisa de nada? ” Não, não! Mas quanto mais longa for a minha ausência de ti, tanto mais graves sucederão os castigos; e Além disso, lembra-te de quantas
coisas te disse sobre a minha vontade, por isso os males, as destruições, servirão para cumprir o que te disse, que minha Vontade venha a reinar sobre a terra, mas quer encontrá-la purificada, e para a purificar são necessárias as destruições, por isso paciência minha filha, não saias jamais de minha Vontade, porque tudo o que se desenvolve em ti servirá ao trabalho para que minha Vontade tenha seu domínio e venha como em triunfo a reinar no meio dos homens”.

(5) Então eu diante deste falar de Jesus fiquei resignada, sim, mas sumamente afligida; o pensamento dos graves males do mundo e sua privação, são como navalha de faca dupla que me mata, e para maior tormento não me faz morrer. Depois, meu doce Jesus a amanhã seguinte se fez ver em meu interior, como internado dentro, dentro, e me tem dito:
(6) “Minha filha, estou oculto em ti, e de dentro de ti estou vendo o que faz o mundo. Em ti encontro o ar de minha Vontade e sinto que posso estar com o decoro que convém a meu Pessoa; é verdade que minha Vontade se encontra por toda parte, mas, oh, que diferente é encontrar-se como a vida da criatura, e a criatura viver dela! Minha vontade no meio das criaturas encontra-se isolada, ofendida, sem poder desenvolver os bens que contém e formar nelas uma vida de Sim e para Si; ao contrário, onde encontro que a criatura se presta a não querer outra vida senão a de minha Vontade, se encontra em companhia, é amada, desenvolve os bens que contém e goza ao colocá-los em comum com a alma para formar nela uma Vida de Si e para Si, e Eu encontrando minhas coisas na alma, isto é, minha santidade, minha luz e meu mesma Vontade obrante nela, encontro-me com as honras e decoro como me encontrava em minha Humanidade quando estive na terra, na qual minha Divindade, vivendo nela, estava como escondida e coberta com o vestido da minha Humanidade. Assim me cubro com o vestido da alma que faz minha Vontade, vivo escondido nela como em meu centro, e de dentro dela vejo os males das criaturas e choro e rezo por elas. E vendo que uma da mesma estirpe delas têm por vida minha Vontade mesmo estando na terra, quantos males e castigos não evito por causa dela? Quantas vezes estou a ponto de destruí-las e de acabar com elas pelos tantos males que cometem, mas só de te olhar, e olhando em ti a minha vontade e a força dela, escondo-me de novo e me abstenho. por isso minha filha, paciência, e faz que meu Querer tenha sempre vida completa em ti”.

 

+ + + +

16-61
Maio 13, 1924

A verdadeira adoração consiste no acordo da vontade humana com a Divina. O verdadeiro modelo da adoração é a Santíssima Trindade.

(1) Estava a fazer as minhas orações habituais, e enquanto me abandonava toda nos braços da Vontade Suprema, tentava fazer nela minhas adorações à Majestade Divina, e meu Jesus movendo-se em meu interior tomava minha pobre alma em seus braços, e elevando-a entre o Céu e a terra adorava junto comigo o Ente Supremo, e depois me disse:
(2) “Minha filha, a verdadeira e perfeita adoração está no acordo completo da união de a Vontade de Deus com a alma. Por quanto mais a alma faz uma sua vontade com a de seu Criador, tanto mais é completa e perfeita sua adoração, e se a vontade humana não é uma com a Divina, muito mais se está de Deus distante, não se pode dizer que é adoração, senão sombra, ou como uma tinta sem cor, que não deixa nem mesmo o rastro; e se a vontade humana não está disposta a receber o beijo da união da Vontade Suprema, em vez de adoração pode ser insulto e desprezo. O primeiro ato de adoração é reconhecer a Vontade de seu Criador para cumpri-la, se isto não está, com as palavras se adora mas com os fatos é insultado e ofendido. Se você quiser conhecer o verdadeiro e perfeito modelo da adoração, venha Comigo no meio das Três Divinas Pessoas”.

(3) Eu não sei como, Jesus me apertou mais e me elevou mais alto, no meio de uma luz interminável. Eu me sentia aniquilar, mas sobre minha aniquilação vinha substituída uma Vida Divina, que fazendo sair de Si tantas tintas variadas de beleza, de santidade, de luz, de bondade, de paz, de amor, etc., de modo que meu nada ficava transformado por aquelas tintas divinas, tanto, de não se reconhecer mais e de apaixonar-se Aquele mesmo que me havia embelezado. E o meu doce Jesus continuou a dizer-me:
(4) “Olha minha filha, o primeiro ato das Divinas Pessoas é o acordo perfeito da nossa Vontade, e está tão unificada nossa Vontade, que não se pode discernir qual seja a Vontade de Um ou do Outro, tanto que se nossas Pessoas são distintas, somos Três, mas a Vontade é uma, e esta Vontade uma produz um ato continuado de perfeita adoração entre as Divinas Pessoas; Uma adora a Outra. Este acordo de Vontade produz igualdade de santidade, de luz, de bondade, de beleza, de potência, de amor, e estabelece em Nós o verdadeiro reino da ordem e da paz, dando- nos alegrias e felicidade imensas e infinitas bem-aventuranças. Assim, o acordo da vontade humana com a Divina é o primeiro anel de conjunção entre o Criador e a criatura, e dele descem nela como por um canal, as virtudes divinas e produzem nela a verdadeira adoração, o perfeito amor para o seu Criador, que se elevando de dentro do mesmo canal de conjunção, Recebe as várias tintas das qualidades divinas. E cada vez que a alma eleva-se para mergulhar nesta Vontade Eterna, tantas variedades de mais de beleza divina a embelezam e adquire.

Por isso digo que a alma que faz minha Vontade é meu entretenimento e meu contentamento, e para me divertir estou com o pincel de minha Vontade nas mãos, e conforme ela se lança em meu Querer, Eu retoco e me divirto com imprimi-lo, com uma pincelada minha um traço da minha beleza, do meu amor, da minha santidade e de todas as minhas qualidades. Portanto, para mim o mesmo é estar no Céu que estar nela, encontro a mesma adoração das Divinas Pessoas, minha Vontade, meu amor; e como à criatura há sempre que poder dar-lhe, Eu a faço agora de hábil pintor e pinto nela minha imagem, agora de mestre e lhe ensino as doutrinas mais elevadas e sublimes, agora de amante apaixonado que dou e quero amor, em suma, faço e uso de todas as artes para me divertir com ela, e quando meu amor ofendido pelas criaturas não encontra onde se refugiar, para onde fugir daqueles que me perseguem para me dar morte, ou bem me forçam a tomar o caminho de volta aos Céus, Eu me refugio na alma que contém nela a minha Vontade, e encontro a minha força que me defende, o meu amor que me ama, minha paz que me dá repouso, encontro tudo o que quero. Minha Vontade reúne tudo junto, Céu e terra, e todos os bens, e forma deles um só, e deste só brotam todos os bens possíveis e imagináveis; assim que a alma que faz minha Vontade, posso dizer que é o todo para Mim, e Eu sou o todo para ela”.

(5) Depois, o meu amável Jesus retirou-se no fundo do meu coração e desapareceu, e eu fiquei reconfortada, sim, reforçada, mas em poder da dor de ter ficado privada de Ele e de não lhe ter dito nem sequer uma palavra do meu duro estado. Ah sim, quando se está com Jesus, a alma, tem a
ilusão de o possuir para sempre, e não sente necessidade de nada, todos os males desaparecem, e com Jesus todos os bens saem em campo, mas enquanto Ele se subtrai, os males retornam e a dor da privação afia mais sua lança, a qual dilacerando sem piedade o pobre coração, volta sempre
novo e mais intenso sua dor. Enquanto estava nisto, o meu Jesus reapareceu e disse-me que tinha o seu coração todo ferido como por mil lanças, e me disse:

(6) “Minha filha, estas feridas tu me fizeste a meu coração. Conforme tu me chamavas ferias, conforme te lembravas que estavas privada de Mim repetias as feridas, e conforme sofrias por minha privação, outras feridas acrescentavas”.
(7) Quando ouvi isto, disse: “Meu amor, se soubesses como o meu coração sangra por causa tua e como me sinto ferida e irritada por tua privação, que não posso mais; assim que me sinto mais magoada do que tu”.

(8) E Jesus: “Pois bem, vejamos quem contém mais feridas, tu ou eu”.

(9) Então Jesus visitou o interior da minha alma, e depois fez a comparação entre eu e Ele para ver quem tinha mais feridas, eu ou Jesus. Com minha surpresa vi que Jesus tinha mais feridas que eu, embora eu tivesse bastante. E Jesus acrescentou:
(10) “Viste que eu estou ferido mais do que tu, mas deves saber que há vários vazios de amor por minha privação, mas não temas, porque Eu tomarei a tarefa de preenchê-los, porque Eu sei que não podes fazer o que fazes quando eu estou contigo, portanto, não havendo em ti vontade de formar esses vazios de amor, teu Jesus se ocupará em preenchê-los, bastará um só voo que te faça fazer em minha Vontade para nos pôr de acordo no amor, de maneira que transbordando fora este amor, corra para o bem de nossos irmãos. Por isso deixe-me fazer e confia em mim”.

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