MEDITAÇÃO DOS TRECHOS
12-3
Março 28, 1917
Efeitos do “te amo” de Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, apenas se fazia ver meu sempre amável Jesus, mas tão aflito que dava piedade, eu lhe disse: “Que tens Jesus?”
E Ele: (2) “Minha filha, acontecerão e sucederão coisas imprevistas, de improviso e estourarão revoluções por toda parte. Oh, como as coisas vão piorar!”
(3) E todo aflito ficou em silêncio. E eu: “Vida da minha vida, diz-me outra palavra”. E Jesus, como se me infundisse o seu alento acrescentou:
(4) “Amo-te”.
(5) Mas naquele “amo-te” parecia que todos, e todas as coisas recebiam nova vida, e eu repeti: “Jesus, diz-me outra palavra ainda”.
(6) E Ele: “Palavra mais bela não poderia te dizer que um te amo, este meu amo te enche Céu e terra, circula nos santos, e recebem nova glória; desce nos corações dos viadores, e quem recebe graça de conversão, quem de santificação; penetra no Purgatório, e como benéfico orvalho cai sobre as almas, e sentem refrigério; os mesmos elementos sentem-se investidos de nova vida no fecundar, no crescer, assim que todos advertem o “te amo” do teu Jesus. E sabe quando a alma atrai a si um “te amo” meu? Quando fundindo-se em Mim toma a atitude divina,
e se perdendo em Mim faz tudo o que eu faço”.
(7) E eu: “Meu amor, muitas vezes é difícil ter sempre esta atitude divina”.
(8) E Jesus: “Minha filha, o que a alma não pode fazer sempre com seus atos imediatos em Mim, pode supri-lo com a atitude de sua boa vontade, e Eu a estimarei tanto, que me farei sentinela vigilante de cada pensamento, de cada palavra, de cada batida, etc., e os cortejarei dentro e fora de Mim, olhando-os com tal amor, como fruto do bom querer da criatura. Quando depois a alma se fundir em Mim faz suas ações imediatas Comigo, então sinto-me tão atraído para ela que faço junto com ela o que ela faz, e mudo em divino o obrar da criatura; Eu levo conta de tudo e premio tudo, ainda as mais pequenas coisas e até um só ato bom de vontade não fica defraudado na criatura”.
13-3
Junho 2, 1921
Jesus quando veio à terra falou muito pouco sobre sua Vontade.
(1) Sentia-me muito oprimida porque me disseram que querem publicar tudo o que o meu doce Jesus me tinha manifestado sobre o seu Santíssimo Querer, e era tanta a angústia que me sentia também agitada, e o meu doce Jesus dentro de mim me dizia:
(2) “Queres tu julgar tudo? Bonita coisa; só porque um mestre quis ditar a um aluno sua doutrina, não pode tornar-se pública a doutrina, nem o bem que se pode fazer com ela? Isto seria absurdo e desagradar ao próprio mestre, e além disso, de ti não há nada, tudo é doutrina minha, tu não foste outra coisa que uma escriba, e só porque te escolhi a ti, tu quererias sepultar os meus ensinamentos, e portanto também a minha glória?”
(3) Mas apesar de tudo me sentia inquieta, e meu sempre amável Jesus, saindo de meu interior me cercou o pescoço com seu braço, e me apertando forte me disse:
(4) “Filha amada minha, acalme-se, acalme-se e contente a seu Jesus”.
(5) E eu: “Meu amor, é muito duro o sacrifício, só de pensar que tudo o que aconteceu entre Tu e eu deve tornar-se público, sinto-me a morrer, e parte-se me o coração pela dor. Se escrevi foi apenas por obediência e pelo temor de que Tu pudesses te desgostar, e agora olha em que labirinto me põe a obediência. Minha vida, tem piedade de mim e põe tua santa mão em tudo isto”.
(6) E Jesus: “Minha filha, e se Eu quero este sacrifício tu deves estar disposta a fazê-lo, não deves negar-me nada. Tu deves saber que Eu ao vir à terra vim manifestar minha doutrina celestial, e a fazer conhecer minha Humanidade, minha pátria, e a ordem que a criatura devia ter para alcançar o céu, em uma palavra, o Evangelho; mas de minha Vontade quase nada ou pouquíssimo disse, quase a ignorei, fazendo entender que a coisa que mais me importava era a Vontade de meu Pai. De suas qualidades, de sua altura e grandeza, dos grandes bens que a
criatura recebe com viver em meu Querer, quase nada disse, porque a criatura sendo muito infantil nas coisas celestiais não teria entendido nada, só lhe ensinei a pedir: “Fiat Voluntas Tua, Sicut in Cielo et in Terra”, a fim de que se dispusesse a conhecer minha Vontade para amá-la e fazê-la, e portanto receber os bens que Ela contém. Agora, o que devia fazer então, as ensinanças que devia ter dado a todos sobre minha Vontade, dei-as a ti, assim com fazê-las conhecer não é outra coisa que suprir ao que devia fazer Eu estando na terra, como cumprimento de minha vinda. Então, não queres que eu cumpra o propósito da minha vinda à Terra? Por isso deixa-me fazer a Mim, Eu vigiarei tudo e disporei tudo, tu me segue e fica em paz”.
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14-5
Fevereiro 21, 1922
O amor faz morrer e viver continuamente.
(1) Continuando o meu estado habitual, o meu sempre adorável Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, o meu amor pela criatura fazia-me morrer a cada instante. A natureza do verdadeiro amor é morrer e viver continuamente pela pessoa amada; o amor de amá-la consigo faz-lhe sentir a morte, procura-lhe um martírio, talvez dos mais dolorosos e prolongados, mas o mesmo amor, mais forte que a própria morte, no mesmo instante que morre lhe dá a vida, mas para fazer o que? Para dar vida à pessoa amada e formar com ela uma só vida, aquelas chamas têm virtude de consumir uma vida para a fundir na outra. É propriamente esta a virtude do meu amor, fazer-me morrer, e da minha consumação formar tantas sementes para colocá-las nos corações de todas as criaturas, para fazer-me ressurgir de novo e formar com elas uma só vida Comigo. e novo e formar com elas uma só vida Comigo.
(3) Agora, também tu podes morrer quem sabe quantas vezes por amor meu, e talvez a cada instante, cada vez que me queres ver e não me vês, a tua vontade sente a morte da minha privação, mas em realidade, porque não me vendo, a tua vontade morre porque não encontra a vida que busca, mas depois de que nesse ato se tem consumado, Eu renasço em ti e tu em Mim e reencontras assim a vida querida por ti, mas para voltar de novo a morrer para viver em Mim; assim também se me desejas, teu desejo não satisfeito sente a morte, mas fazendo-me
ver encontra novamente sua vida, e assim seu amor, sua inteligência, seu coração, podem estar em contínuo ato de morrer e viver por Mim. Se eu fiz isso por você, é justo que você faça por mim”.
15-4
Janeiro 24, 1923
A Santíssima Trindade refletida na terra. Os atos triplos. Como estava reservado abrir as portas do Eterno Querer a Luisa.
(1) Todos estes dias passei-os num mar de amargura, porque frequentemente o bendito Jesus me priva de sua amável presença, e se se faz ver, vejo-o em meu interior imerso em um mar, cujas ondas se elevam acima Dele em ato de submergi-lo, e Jesus para não ficar submerso e afogado move seu braço e rejeita a onda, e com olhar piedoso me olha, me pede ajuda e me diz:
(2) ” Minha filha, veja como as culpas são tantas que querem me submergir, não vê as ondas que me mandam, que se não agitasse meu braço ficaria afogado? Que tempos tão tristes, que trarão tristes consequências”.
(3) E enquanto isto diz se esconde mais dentro de mim. Que pena ver Jesus neste estado! São penas que dilaceram a alma e a fazem em pedaços. Oh! como se quisesse sofrer qualquer martírio para consolar a meu doce Jesus. Depois, esta manhã me parecia que meu amável Jesus não podia mais, e fazendo uso de seu poder saiu desse mar cheio de todas essas armas prontas para ferir e também para matar, que dava terror só olhá-lo, e apoiando sua cabeça sobre meu peito, todo aflito e pálido, mas belo e de uma beleza que raptava me disse:
(4) “Minha querida filha, não podia mais, e se a justiça quer seu curso, também meu amor quer seu desabafo e fazer seu caminho, por isso saí desse mar horrível que me formam as culpas das criaturas, para dar campo a meu amor para vir me desabafar com minha pequena filha de minha Vontade. Também você não podia mais, escutei o estertor de sua agonia por minha privação naquele mar horrível, e, tendo posto todos de lado, corri a ti para desabafar e fazer-te desabafar em amor Comigo, para te dar de novo a vida”.
(5) E, enquanto dizia isto, apertava-me fortemente a Ele, beijava-me, punha-me a sua mão na garganta para me aliviar da dor que Ele mesmo me tinha dado, porque há dias, havendo-me puxado com força os nervos da parte do coração que corresponde à garganta, fiquei como que sufocada; meu Jesus era todo amor e queria que eu lhe devolvesse os beijos, as carícias, os abraços que Ele me dava. Depois disto compreendi que queria que eu entrasse no mar imenso da sua Vontade para ser aliviado do mar das culpas das criaturas, e eu estreitando-me mais forte a Ele disse:
(6) “Meu amado bem, junto Contigo quero seguir todos os atos que fez tua Humanidade na Vontade Divina, aonde chegou Tu quero chegar também eu, para fazer que em todos teus atos encontre também o meu; então, assim como sua inteligência na Vontade Suprema percorreu todas as inteligências das criaturas, para dar ao Pai Celestial a glória, a honra, a reparação por cada um dos pensamentos de criatura em modo divino, e selar com a luz, com a graça de tua Vontade cada pensamento delas, assim também eu quero percorrer cada um dos pensamentos, desde o primeiro até o último que terá vida nas mentes humanas, para repetir o que está feito por Ti; Além disso,
quero unir-me aos pensamentos de nossa Celestial Mãe, que nunca ficou para trás, mas que sempre correu junto Contigo, e com os pensamentos que fizeram seus santos”.
(7) A estas últimas palavras, Jesus olhou para mim e todo ternura me disse:
(8) “Minha filha, na minha Vontade Eterna encontrarás todos os meus atos, assim como todos os de minha Mãe, que envolviam todos os atos das criaturas, desde a primeira até a última que deverá existir como dentro de um manto, e este manto como formado em duas partes, uma elevava-se ao Céu para dar ao meu Pai, com uma Vontade Divina, tudo o que as criaturas lhe deviam: Amor, glória, reparação e satisfação; a outra parte ficava para defesa e ajuda das criaturas. Nenhum outro entrou em minha Vontade Divina para fazer tudo o que fez minha
Humanidade; meus santos fizeram minha Vontade, mas não entraram dentro para fazer tudo o que faz minha Vontade e tomar como de um só golpe todos os atos, do primeiro até o último homem, e tornar-se ator, espectador e divinizador. Com fazer minha Vontade não se chega a fazer tudo o que meu Eterno Querer contém, senão que desce na criatura limitada, por quanto a criatura pode conter, só quem entra dentro se amplia, se difunde como luz solar nos eternos vôos de meu Querer, e encontrando as minhas ações e as da minha mãe, põe neles o seu. Olhe em minha Vontade, há outros atos de criatura multiplicados nos meus que cheguem até o último ato que deve cumprir-se sobre esta terra? Olhe bem, não encontrará nenhum, isto significa que nenhum entrou, estava reservado abrir as portas de meu Eterno Querer à pequena filha minha, para unificar seus atos aos meus e aos de minha Mamãe, e tornar triplos todos os nossos atos perante a Majestade Suprema e para o bem das criaturas. Agora, havendo aberto as portas, podem entrar outros, desde que se disponham a um bem tão grande”.
(9) Então continuei junto com Jesus girando em Sua Vontade para fazer o que estava feito por Ele. Então olhamos juntos para a terra, quantas coisas horríveis se viam, e como continuam os preparativos para a guerra, que fazem estremecer; e toda tremendo, me encontrei em mim mesma.
Pouco depois voltou e continuou a falar da sua Santíssima Vontade, dizendo-me:
(10) “Minha filha, minha Vontade no Céu continha ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, uma era a Vontade das Três Divinas Pessoas, enquanto eram distintas entre elas, mas a Vontade era uma, e Esta sendo a única que operava em Nós formava toda nossa felicidade, nossa igualdade de amor, de potência, de beleza, etc. Se em vez de uma Vontade fossem três Vontades, não poderíamos ser felizes, muito menos tornar felizes aos demais; teríamos sido desiguais na potência, na sabedoria, na santidade, etc., assim que nossa única Vontade, obrante em nós, é todo o nosso bem, do qual brotam tantos mares de felicidade, que nenhum pode penetrar até ao fundo. Agora, nossa Vontade, vendo o grande bem do agir sozinha em Três Pessoas distintas, quer operar sozinha em três pessoas distintas na terra, e estas são: a Mãe, o Filho, a Esposa. Delas quer fazer brotar outros mares de felicidade que levarão bens imensos a todos os viajantes”.
(11) E eu toda maravilhada disse: “Meu amor, quem será esta Mãe afortunada, este Filho e esta Esposa que refletirão a Trindade sobre a terra, e que tua Vontade será uma nelas?
(12) E Jesus: “Como!, não compreendeste? Dois já estão em seu posto de honra: Minha Mãe Divina, e Eu, Verbo Eterno, Filho do Pai Celestial e Filho da Mãe Celestial. Com encarnar-me no seio dela fui seu próprio Filho. A Esposa é a pequena filha de meu Querer. Eu estou no meio, minha Mãe à direita e a Esposa à esquerda; conforme minha Vontade obra em Mim, faz o eco à direita e à esquerda, e forma uma só Vontade, por isso derramei tantas graças em ti, abri as portas de meu Querer, te revelei os segredos, os prodígios que Ele contém, para abrir tantos caminhos para te fazer chegar o eco do meu Querer, a fim de que perdendo o teu pudesses viver com a
minha Vontade; não estás contente?”
(13) E eu: “Obrigado, ó Jesus! e faz, rogo-te, que siga o teu Querer”.
16-10
Julho 30, 1923
A alma é a flor celestial.
(1) Estava a meditar no Santo Querer Divino e o meu doce Jesus ao vir disse-me:
(2) “Minha filha, cada vez que a alma entra no meu Querer para rezar, operar, etc., tantas diversas tintas divinas recebe, uma mais bela do que a outra. Você não vê quanta variedade de cores e beleza contém toda a natureza? Elas são as sombras da variedade de cores e beleza que contem minha Divindade; mas onde adquirem as plantas e as flores a variedade das cores? A quem dei o ofício de colorir com tantas variadas tintas a tanta diversidade de plantas? Ao sol. Sua luz e seu calor contêm fecundidade e variedade de cores tais, de embelezar toda a terra, e só com que a planta se exponha aos beijos de sua luz, aos abraços de seu calor, a flor se abre e como correspondendo lhe o beijo e o abraço, recebe os matizes das tintas e forma sua bela coloração.
(3) Agora, a alma que entra na minha Vontade simboliza a flor que se expõe a receber o beijo e o abraço do sol para receber as diversas tintas que o sol contem, e ao corresponder-lhe, recebe as diversas tintas da Natureza Divina. É propriamente a alma a flor celestial, que o sol eterno com o sopro de sua luz tem colorido tão bem, de perfumar Céu e terra e alegrar com sua beleza à mesma Divindade e a toda a corte celestial. Os raios de meu Querer a esvaziam o que é humano e a enchem do que é Divino; por isso se vê nela a bela íris de meus atributos. Por isso minha filha, entra frequentemente em meu Querer para receber as nuances e as variadas tintas da semelhança do teu Criador”.
17-4
Julho 1, 1924
Quem se doa a Deus perde seus direitos. O sangue de Jesus é defesa das criaturas diante dos direitos da Divina Justiça.
(1) Sentia-me muito oprimida pela privação do meu adorável Jesus. Oh, como me sangra o coração e me sinto submetida a sofrer mortes contínuas! Sentia que não podia mais sem Ele, e que mais duro não podia ser o meu martírio, e enquanto tentava seguir o meu Jesus nos diferentes mistérios da sua Paixão, cheguei a acompanhá-lo no mistério da sua dolorosa flagelação. Enquanto eu estava nisto, mexeu-se dentro de mim, enchendo-me de toda a sua adorável Pessoa; eu ao vê-lo queria dizer-lhe o meu duro estado, mas Jesus impôs-me silêncio disse-me:.
(2) “Minha filha, rezemos juntos; há certos tempos tão tristes nos quais minha justiça, não podendo conter-se pelos males das criaturas, gostaria de inundar a terra de novos flagelos, e por isso é necessária a oração em minha Vontade, que se espalhando sobre todos se põe em defesa das criaturas, e com seu poder impede que minha justiça se aproxime da criatura para golpeá-la”.
(3) Como era belo e comovente ouvir Jesus rezar! E como o acompanhava no doloroso mistério da flagelação, fazia-se ver jorrando sangue, e ouvia que dizia:.
(4) “Meu Pai, ofereço-te este meu sangue, ah! Faz com que este sangue cubra todas as inteligências das criaturas e torne vãos todos os seus maus pensamentos, diminua o fogo das suas paixões e faça ressurgir inteligências santas. Este sangue cubra os seus olhos e faça véu à sua vista, para que não entre no sabor dos maus prazeres, e não se suje com a lama da terra. Este meu sangue cubra e encha a sua boca e deixe mortos os seus lábios às blasfêmias, às imprecações, a todas as suas más palavras. Pai meu, este meu sangue lhe cubra as mãos e lhe dê
terror de tantas ações infames. Este sangue circule em nossa Vontade Eterna para cobrir a todos, para defender e ser arma defensora em favor das criaturas ante os direitos de nossa justiça”.
(5) Mas quem pode dizer o modo como Jesus rezava e tudo o que dizia? Depois fez silêncio e me sentia em meu interior que Jesus tomava em suas mãos minha pequena e pobre alma, a apertava, a retocava, a olhava, e eu lhe disse:
(6) “Meu amor, o que fazes? Há alguma coisa em mim que te desagrada?”.
(7) E Ele: “Estou trabalhando e alargando a tua alma na minha Vontade. Além disso, não devo dar-te conta do que faço, porque tendo-te dado toda a Mim, perdeste os teus direitos, agora todos os direitos são meus. Sabes qual é o teu único direito? Que a minha Vontade seja tua e te forneça tudo o que pode fazer-te feliz no tempo e na eternidade”.
18-8
Outubro 21, 1925
Efeitos de um ato feito na Divina Vontade. A dor de Jesus está suspensa na Divina Vontade esperando o pecador.
(1) Esta manhã meu doce Jesus me disse: “Minha filha, trago-te o beijo de todo o Céu”. E enquanto
isso dizia me beijou e acrescentou:.
(2) “Todo o Céu está em minha Vontade, e tudo o que Eu faço, estando eles neste Supremo Querer, sentem o eco de meus atos e repetem como respondendo ao meu eco o que faço Eu”.
(3) Dito isto desapareceu, mas depois de algumas horas voltou dizendo-me:.
(4) “Minha filha, devolve-me o beijo que te dei, porque todo o Céu, minha Mãe, nosso Pai Celestial e o Divino Espírito estão esperando a correspondência de teu beijo, porque tendo saído um ato deles em minha Vontade para a criatura que vive no exílio, desejam que lhes seja restituída a correspondência em minha mesma Vontade”.
(5) Então, aproximando sua boca à minha, quase tremendo lhe dei meu beijo, o qual produziu um som harmonioso nunca ouvido, que se elevava ao alto e se difundia em tudo e a todos. E Jesus, com um amor indescritível acrescentou:.
(6) “Como são belos os atos na minha Vontade! Ah! você não sabe a potência, a grandeza, a maravilha de um ato em minha Vontade, este ato move tudo, Céu e terra como se fosse um ato só, e tudo o criado, anjos, santos, dão e recebem a correspondência desse ato. Por isso um ato feito em minha Vontade não pode estar sem correspondência, de outra maneira todos sentiriam dor de um ato divino que moveu a todos, no qual todos puseram do seu, e no entanto não correspondido.
O obrar da alma em minha Vontade é como o som argentino de um vibrante e sonora sino que soa tão forte, que chama a atenção de todos, e soa e ressoa tão doce, que todos conhecem nesse som, o obrar da alma em minha Vontade, recebendo todos a glória, a honra de um ato divino”..
(7) E, dito isto, desapareceu. Mais tarde, continuando a fundir-me na Vontade Divina, magoando-me por cada ofensa que foi feita a meu Jesus, desde o primeiro até o último homem que virá sobre a terra, e enquanto me doía pedia perdão, mas enquanto isso fazia dizia entre mim:.
(8) “Meu Jesus, meu amor, não me basta magoar-me e pedir-te perdão, senão que quisesse aniquilar qualquer pecado, para fazer que jamais, jamais, sejas ofendido”. E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:.
(9) “Minha filha, Eu tive uma dor especial por cada pecado, e sobre minha dor estava suspenso o perdão ao pecador. Agora, esta minha dor está suspensa em minha Vontade esperando o pecador quando me ofende, a fim de que, magoando-se de me ter ofendido, desça a minha dor para que se magoe juntamente com a sua, e em breve lhe dê o perdão; mas quantos me ofendem e não se magoam? E minha dor e perdão estão suspensos em minha Vontade e como isolados. Obrigado minha filha, obrigado por vir em minha Vontade a fazer companhia a minha dor e a meu perdão.
Continua girando em minha Vontade e fazendo tua minha mesma dor, grita por cada ofensa: talha dor, perdão’, a fim de que não seja só Eu a me doer e a impetrar o perdão, senão que tenha a companhia da pequena filha de meu Querer que se dói junto Comigo”.
19-3
Março 2, 1926
O silêncio no que diz respeito às verdades do Querer Divino forma o túmulo a estas verdades, enquanto a palavra forma a sua ressurreição.
(1) Sentia-me oprimida e com tal relutância em abrir a minha alma para manifestar o que o bendito Jesus me diz, teria querido calar-me para sempre, a fim de que nada mais se soubesse, e lamentava-me com o meu doce Jesus dizendo-lhe: “Ó! Se me dissesses para não dizer mais nada a ninguém sobre o que se passa entre nós, o peso enorme que me libertarias, como ficaria feliz.
Não vê minha grande repugnância, o esforço que preciso fazer?” Mas enquanto isso dizia, meu sempre amável Jesus movendo-se em meu interior me disse:.
(2) “Minha filha, você gostaria de sepultar a luz, a graça, a verdade e assim preparar o túmulo a seu Jesus? O silêncio acerca de tudo o que é verdade forma a sepultura da verdade, enquanto a palavra forma a ressurreição da verdade, faz ressurgir a luz, a graça, o bem, muito mais porque a palavra sobre a verdade parte do Fiat Supremo. A palavra teve o seu campo divino quando na Criação, com a palavra Fiat, fiz sair toda a Criação, podia tê-la criado ainda em silêncio, mas quis servir-me da palavra Fiat para fazer que também a palavra tivesse a origem divina, que contendo a potência criadora, quem se servir dela para manifestar o que a Mim pertence, tivesse a potência de
comunicar aquelas verdades a quem tem a fortuna de as ouvir. Para ti há uma razão mais forte, porque sendo tudo o que Eu te digo, a maior parte coisas que correspondem à minha Suprema Vontade, não é somente a palavra de origem, mas é propriamente aquele mesmo Fiat, que saindo de novo em campo como na Criação quer fazer conhecer os imensos bens que contém o meu Querer, e comunica tal poder sobre tudo o que te manifesto sobre Ele, que é suficiente para poder formar a nova Criação da minha Vontade nas almas. Isto é o bem que me queres, que com o teu silêncio queres formar o túmulo à minha Vontade?”.
(3) Eu fiquei espantada e mais aflita do que antes, e rogava a Jesus que me desse a graça de cumprir sua Santíssima Vontade, e meu amado Jesus, como se quisesse me consolar saiu de dentro de mim e me estreitando forte a seu santíssimo coração me infundia nova força. Enquanto estava nisso, o Céu se abriu e ouvia todos em coro dizerem: “Gloria Patri et Filii et Spiritui Sancto”.
E não sei como, a mim me tocou responder: “Sicut erat in principio et nunc et Semper et in saecula saeculorum, amen”. Mas quem pode dizer o que acontecia? Na palavra “Patri” via-se a Potência criadora que corria por toda a parte, conservava tudo, dava vida a tudo, o único alento dela bastava para manter íntegro, belo e sempre novo tudo o que tinha criado. Na palavra “Filii” viam-se todas as obras do Verbo, renovadas, ordenadas e tudo em ato de encher Céu e terra para dar-se ao bem das criaturas. Na palavra “Espírito Santo” via-se investir todas as coisas de um amor falante, operante e vivificante; mas quem pode dizer tudo? Minha pobre mente a sentia imersa nas bem-
aventuranças eternas, e meu adorável Jesus querendo me fazer voltar em mim mesma me disse:.
(4) “Minha filha, sabes por que te coube a ti dizer a segunda parte do Glória? Estando em ti a minha Vontade te convinha levar a terra ao Céu, para dar em nome de todos, juntamente com a corte celestial, aquela glória que não terá fim, por todos os séculos dos séculos. As coisas eternas que jamais têm fim encontram-se só em minha Vontade, e quem a possui se encontra em comunicação com o Céu, e o que fazem nas regiões celestiais, ela toma parte em tudo e se encontra como em ato junto aos habitantes celestiais.”.
20-3
Setembro 23, 1926
Como quem deve fazer bens universais, deve suprir por todos. Três planos na Vontade de Deus.
(1) Estava fundindo-me toda no Santo Querer Divino, com a ferida na alma de não ter visto o meu doce Jesus, oh! Como enquanto tentava fazer minhas ações em seu Querer não me sentia junto comigo, me sentia arrancar um pedaço de mim mesma, assim que minha pequena e pobre existência me sentia despedaçar sem Jesus, e lhe pedia que tivesse piedade de mim e que logo retornasse a minha pobre alma. Então, depois de muito esperar voltou, mas muito aflito por causa da traição humana, parecia que nações e nações lutavam entre elas, preparando até os depósitos das armas para se combater, preparando coisas imprevistas para fazer surgir os combates. Que
loucura, que cegueira humana, parece que já não têm vista para ver o bem, a ordem, a harmonia, mas têm vista só para ver o mal, e esta cegueira lhes afeta o cérebro e fazem coisas de loucos, então ao vê-lo tão aflito por causa disto lhe disse: “Meu amor, deixa esta tristeza, Tu lhes darás luz e não o farão, e se forem necessárias minhas penas, estou pronta desde que estejam todos em paz”. E Jesus disse-me com dignidade e severidade:
(2) “Minha filha, tenho-te para Mim, para formar em ti o meu Reino do Fiat Supremo, não para eles.
Fiz-te sofrer até demasiado para livrar o mundo, mas a sua perfídia não merece que Eu te faça sofrer mais por sua causa”.
(3) E enquanto dizia isso, parecia que tinha em suas mãos uma barra de ferro, em ato de passá-la sobre as criaturas. Eu fiquei espantada e queria aliviar a Jesus de sua aflição e por isso lhe disse:
“Jesus, minha vida, vamos cuidar por agora do Reino do teu Querer, a fim de que te confortem, eu sei que a tua alegria, a tua festa, é dar-te ocasião para te fazer falar dele, por isso, juntamente comigo corram os teus atos nos meus, a fim de que com a luz do teu Querer invistam mais do que sol a todas as criaturas, e eu possa constituir-me ato por cada ato, pensamento por cada pensamento, encerrarei tudo, tomarei como em um punho todos seus atos para fazer tudo o que elas não te fazem, e assim encontrarás tudo em mim e tua aflição se afastará de teu coração”. E Jesus condescendendo aos meus desejos girou junto comigo e depois me disse:
(4) “Minha filha, que poder contém a minha Vontade, Ela como luz penetra em qualquer lugar, alarga-se, dá-se a cada ato, multiplica-se ao infinito; mas enquanto faz tantas coisas e se multiplica em cada coisa, fica sempre uma, qual é, conservando todos os seus atos sem perder nenhum.
Olha minha filha, o primeiro plano feito em Minha Vontade em nome e por todas as criaturas, foi feito pela Soberana Rainha, e obteve o sumo bem a todas as criaturas de fazer descer à terra o suspirado Redentor, que faz por todos, em nome de todos e supre por todos, merece bens universais, que podem servir a todos.
(5) O segundo plano feito na Suprema Vontade, foi feito por minha Humanidade, abracei tudo e a todos como se fossem um só, dei satisfação por todos, não deixei nenhum ato de criatura sem constituir nele o meu, para fazer que a meu Pai Celestial fosse completa a glória, o amor, a adoração por cada ato de criatura, e isto obteve o fruto da minha vinda sobre a terra, mereceu a salvação, a santidade a todos; muitos não a tomem, a culpa é deles, não por falta do doador.
Portanto minha Vida conseguiu bens universais para todos, abriu as portas do Céu para todos.
(6) O terceiro plano em minha Vontade o farás tu, e por isso em todas as coisas que tu fazes te faço fazer por todos, abraçar tudo, suprir em nome de cada um dos atos deles. Seu plano deve igualar-se ao meu, deve unificar-se àquele da Imperatriz Celestial e isto servirá para conseguir o Reino do Fiat Supremo. A quem deve fazer um bem universal nada se deve escapar, para ligar o bem que quer dar a todas as criaturas. Os atos feitos em Minha Vontade, para suprir a todos, formam duplas correntes, mas correntes de luz que são as mais fortes, as mais longas, não sujeitas a quebrar-se, ninguém pode ter a capacidade de romper uma corrente de luz, essa é mais
que raio solar que ninguém pode romper, muito menos impedir-lhe o passo a onde a largura e espessura do raio quer chegar, e estas cadeias de luz obrigam Deus a dar bens universais e a criatura a recebê-los”.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade