Estudo 46 Livro do Céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 46 Livro do Céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Divina Vontade
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Parte 2

12-46
Maio 20, 1918

A vontade de Deus concentra tudo.

(1) Continuando meu habitual estado, estava dizendo a meu doce Jesus: “Como gostaria de ter
teus desejos, teu amor, teus afetos, teu coração, etc., para poder desejar, amar, etc., como Tu”.
E meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, Eu não tenho desejos, afetos, mas o todo está concentrado em minha Vontade,
minha Vontade é tudo em Mim. Deseja quem não pode, mas Eu tudo posso; gostaria de amar
quem não tem amor, mas em minha Vontade está a plenitude, a fonte do verdadeiro amor, e
sendo infinito, em um ato simples de minha Vontade possuo todos os bens, que transbordando
de meu Ser descem para bem de todos. Se Eu tivesse desejos seria infeliz, me faltaria alguma
coisa, mas Eu tudo possuo, por isso sou feliz e faço felizes a todos. Infinito significa poder tudo,
possuir tudo, fazer felizes a todos.

A criatura, porque é finita, não possui tudo, nem pode
abraçar tudo, eis por que contém desejos, ânsias, afetos, etc., que como tantos degraus pode
servir-se deles para subir ao Criador e tomar nele as qualidades divinas e encher-se tanto, até
transbordar para o bem dos outros. Se depois a alma se concentra toda ela em minha Vontade,
perdendo-se toda em meu Querer, então não copiará minhas qualidades, senão que de um só
gole me absorverá em si, e não terá mais nela desejos e afetos próprios, senão só a Vida de
meu Querer, que dominando-a toda, lhe fará desaparecer tudo e lhe fará reaparecer em toda
minha Vontade”.

13-44
Dezembro 23, 1921

Quem trabalha e vive no Querer Divino dá o campo a Jesus para fazer sair novas obras,
novo amor e nova potência. Efeitos do sonho de Jesus.

(1) Sentia-me toda imersa no Divino Querer, e meu doce Jesus ao vir me disse:
(2) “Filha de meu Querer, conforme obras e vives em meu Querer, assim faz sair de minha
Vontade outros atos novos de dentro dela, me dá o campo para novas obras, para novo amor, e
para nova potência. Como me sinto feliz de que a criatura vivendo em meu Querer me dá o
campo para obrar, em troca quem não vive em minha Vontade me ata as mãos e faz inútil meu
Querer para ela, enquanto meu Ser é levado pela força irresistível de meu amor ao movimento,
à obra, e só quem vive em minha Vontade me dá livre campo, e Eu animo até seus menores
atos com meu Querer Divino, não desdenho nem as coisas mais baixas para pôr neles o selo
de virtude divina. Eis por que amo tanto a quem vive em meu Querer, e circundo cada um de
seus atos com tanta graça, com tanta dignidade e decoro, porque quero a honra, a glória de
meu obrar divino, por isso seja atenta e pensa bem que se tudo o que faz não o faz em minha
Vontade, dará a inutilidade a seu Jesus. Ah! se soubesse quanto me pesa ócio, como me
contrista, estaria mais atenta, não é verdade?”

(3) Depois disto, estava prestes a fechar os olhos ao sono e dizia para mim: “Também o meu
sono no teu Querer, aliás, o meu respiro se transforme no teu, a fim de que o que fazia Jesus
quando dormia o faça também eu, mas verdadeiramente o meu Jesus dormia? E Jesus voltou e
acrescentou:

(4) “Minha filha, brevíssimo era o meu sono, mas dormia, mas não dormia para Mim, mas para
as criaturas. Eu, como cabeça representava toda a família humana e devia estender minha
humanidade sobre todos, para dar-lhes repouso. Eu via todas as criaturas cobertas por um
manto de perturbações, de lutas, de inquietudes; quem caía em culpa e ficava triste, quem
dominado por tirânicas paixões que queria vencer e ficava perturbado, quem queria fazer o bem
e lutava por fazê-lo; em suma, não havia paz, Porque a verdadeira paz se possui quando a
vontade da criatura retorna à Vontade de seu Criador, de onde saiu; fora de seu centro,
separada de seu princípio não há paz.

Então, minha humanidade adormecida se estendia sobre
todos, envolvendo-os como dentro de um manto, como a galinha quando chama seus pintinhos
sob suas asas maternas para fazê-los dormir; assim, estendendo-me sobre todos, chamava a
todos meus filhos sob minhas asas para dar, a quem, o perdão da culpa, a quem a vitória sobre
as paixões, a quem a força na luta, para dar a todos a paz e o repouso, e para não dar-lhes
temor e dar-lhes ânimo o fazia dormindo, quem teme de uma pessoa que dorme?
(5) Agora, o mundo não mudou, é mais, está mais do que nunca em lutas e por isso quero a
quem durma em meu Querer, para poder repetir os efeitos do sono de minha Humanidade”.
(6) Então, com um sotaque aflito, repetiu: “E onde estão os meus outros filhos? Por que não
vêm todos a Mim para receber o repouso e a paz? Chame-os, chame-os juntos”.
(7) E parecia que Jesus os chamava pelo nome, um por um, mas poucos eram os que vinham.

14-48
Agosto 2, 1922

Semelhança na maior pena de Jesus: O afastamento da Divindade nas penas.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, me via toda confusa e como separada de meu
doce Jesus, tanto que ao vir lhe disse: “Meu amor, como as coisas mudaram para mim, antes
me sentia tão fundida Contigo que não percebia nenhuma divisão entre Tu e eu, e nas mesmas
penas que sofria Tu estavas comigo. Agora tudo ao contrário, se sofro me sinto dividida de Ti, e
se te vejo diante de mim ou dentro de mim, é com aspecto de um juiz que me condena à pena,
à morte, e já não toma parte nas penas que Tu mesmo me dá, porém me diz: Eleve-se sempre
mais; em troca eu descendo”. E Jesus interrompendo o meu falar disse-me:

(2) “Minha filha, como te enganas, isto acontece porque tu aceitaste, e Eu marquei em ti as
mortes e as penas que Eu sofri por cada criatura. Também a minha Humanidade se encontrava
nestas dolorosas condições, Ela era inseparável da minha Divindade, no entanto, sendo a
minha Divindade intangível nas penas, e não capaz de sofrer sombra de penas, a minha
Humanidade encontrava-se sozinha no sofrimento, e minha Divindade era apenas espectadora
das penas e mortes que Eu sofria, antes me era juiz inexorável que queria o pagamento de
cada pena de cada criatura. Oh, como minha humanidade tremia, ficava esmagada ante aquela
luz e Majestade Suprema ao me ver coberto pelas culpas de todos, e das penas e mortes que
cada um merecia!

Foi a maior pena da minha Vida, que enquanto era uma só coisa com a
Divindade e inseparável, nas penas permanecia só e como separado. Por isso, se te chamei à
minha semelhança, que maravilha que enquanto me sentes em ti me vês espectador de tuas
penas que Eu mesmo te infrinjo e te sentes como separada de Mim? Não obstante sua pena
não é outra coisa que a sombra da minha, e assim como minha Humanidade não ficou jamais
separada da Divindade, assim te asseguro que jamais fica separada de Mim, são os efeitos o
que sente, mas então mais que nunca formo uma só coisa contigo, por isso ânimo, fidelidade e
não temas”.

16-53
Março 2, 1924

As almas que fazem a Vontade de Deus farão o giro na sua luz e serão como as primeiras criadas por Deus.

(1) Estava a pensar como podia acontecer que o meu doce Jesus, como pensava, falava, trabalhava, etc., estendia seus pensamentos em cada pensamento de criatura, em cada palavra e obra. E
meu amado Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, não há nada para se maravilhar, em Mim estava a Divindade com a luz interminável de sua Vontade Eterna; nesta luz Eu descobria em modo facilíssimo cada pensamento, palavra,
batida e ato das criaturas, e conforme Eu pensava, a luz que Eu continha levava meu pensamento
a cada pensamento das criaturas, e assim minha palavra e todo o resto que eu fazia e sofria. Veja,
também o sol possui esta virtude, sua luz é uma e sem dúvida quantos não ficam inundados por
essa luz? Se se pudesse ver todo o interior do homem, pensamentos, batidas, afetos, como o sol
com sua luz invade a cada um, assim faria correr sua luz em cada pensamento, batida, etc. Agora,
se isso pode fazer a luz do sol, sem que ele desça do alto para dar a cada um seu calor e sua luz,
e no entanto não é outra coisa que a sombra da minha luz, muito mais posso fazer Eu que contenho luz imensa e interminável.

Além disso, minha Vontade Divina que contém esta virtude, assim
que a alma entra em meu Querer abre a corrente da luz que minha Vontade contém, e minha luz
invadindo a todos, leva a cada um o pensamento, a palavra, o ato que entrou na corrente de sua
luz. Por isso não há coisa mais sublime, maior, mais divina, mais santa, que viver em mim Querer;
as gerações de seus atos são incalculáveis, assim que a alma quando não está unida com minha
Vontade nem entra nela, não faz seu percurso nem abre a corrente de sua luz interminável, portanto tudo o que faz permanece pessoal e individual; seu bem, sua oração é como uma pequena luz
que se acende em uma sala, que não tem virtude de dar luz a todos os cantos da casa, muito me-
nos pode dar luz ao exterior, e se falta o óleo, isto é a continuidade de seus atos, a pequena luz se
apaga e fica às escuras”.

(3) Depois estava a fundir-me no eterno Divino Querer, pondo-me diante de todos para poder levar
à Divina Majestade, como a primeira de todos, todos os atos das criaturas, a correspondência de
todo, o amor delas. Mas enquanto fazia isto pensava para mim: “Como pode ser que eu possa ir
diante de todos se nasci depois de tantas gerações? No máximo eu deveria ficar no meio, entre as
passadas e as futuras gerações que virão; é mais, por minha indignidade deveria me colocar no
último e atrás de todos”. E meu amável Jesus movendo-se em meu interior me disse:

(4) “Minha filha, toda a Criação foi criada para que todos fizessem a minha Vontade. A vida das
criaturas deviam correr em meu querer como corre o sangue nas veias, deviam viver nele como
verdadeiros filhos meus, nada lhes devia ser estranho de tudo o que a Mim pertence, Eu devia ser
seu terno e amoroso Pai, e eles deviam ser meus ternos e amorosos filhos. Agora, como a finalidade da Criação foi esta, apesar de outras gerações terem sido antes, o que diz nada, serão postas depois, e minha Vontade porá primeiro aqueles que serão e que foram fiéis em manter íntegra a finalidade para a qual foram criados; estes, tenham vindo antes ou depois, ocuparão a primeira ordem ante a Divindade. Com ter mantido a finalidade da Criação, serão distintos entre todos e apontados como refulgentes gemas com a auréola de nossa Vontade, e todos lhes deixarão a passagem livre para que ocupem seu primeiro posto de honra.

Não há do que maravilhar-se, também neste submundo acontece assim:
Imagina um rei no meio de sua corte, de seus ministros, deputados, exércitos, mas chega seu filho,
o pequeno príncipe, e apesar de que todos os demais sejam
grandes, quem não lhe dá passo livre o pequeno príncipe para que tome seu posto de honra ao
lado do rei, seu pai? Quem trata com o rei com essa familiaridade digna de um filho? Quem gosta-
ria de criticar esse rei e a esse filho, por que apesar de que este filho seja o menor de todos, se
eleva sobre todos e toma seu lugar primeiro e legítimo junto ao rei seu pai? certo, nenhum; é mais,
todos respeitariam o direito do pequeno principezinho desce mais abaixo ainda, imagina uma família, um filho nasceu primeiro, mas não quis se ocupar em fazer a vontade do pai, não tem quis estudar nem trabalhar; ficou como entontecido em seu lazer formando a dor do pai; depois vem à luz
outro filho, e este, ainda que mais pequeno, faz a vontade do seu pai, estuda, torna-se um professor digno de ocupar os mais altos cargos.

Agora, quem é o primeiro nessa família, quem recebe
seu posto de honra junto ao pai? Não é acaso o que chegou ao último? Assim que minha filha, só
aqueles que terão conservado neles a finalidade integral da Criação serão meus verdadeiros filhos
legítimos; com fazer minha Vontade mantiveram neles o sangue puro de seu Pai Celestial, o qual
lhes deu todas as diretrizes de sua semelhança, por isso será muito fácil reconhecê-los como nossos legítimos filhos. Nossa Vontade os conservará nobres, puros, frescos, todo amor por Aquele
que os criou; e como filhos nossos que sempre estiveram em nossa Vontade e que jamais deram
vida à sua, serão como os primeiros por Nós criados, que nos darão a glória, a honra da finalidade
pela qual todas as coisas foram criadas. Por isso o mundo não pode terminar, esperamos a geração de nossos filhos, que vivendo em nosso Querer nos darão a glória de nossas obras; eles
terão por vida só meu Querer; será tão natural em eles fazer a Divina Vontade, espontaneamente,
sem esforço, como é natural o batimento cardíaco, o respiro, a circulação do sangue, assim que
eles não a terão como lei, porque as leis são para os rebeldes, mas como vida, como honra, como
princípio e como fim. Por isso minha filha, só te interessa minha Vontade e não queiras preocupar-te de outra

21-13
Abril 8, 1927

Como todas as figuras e símbolos do antigo testamento simbolizavam os filhos da Divina
Vontade. Como Adão, do ponto mais alto se precipitou ao ponto mais baixo.

(1) Estava seguindo os atos que o Querer Divino havia feito em toda a Criação, também buscava
os atos que havia feito tanto em nosso primeiro pai Adão como em todos os santos do antigo
testamento, especialmente onde o Supremo Querer havia feito ressaltar sua potência, sua força,
sua virtude vivificadora, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, as maiores figuras do antigo testamento, enquanto eram figuras e figuravam o
futuro Messias, encerravam ao mesmo tempo os dons, a figura, e simbolizavam todos os dons que
teriam possuído os filhos do Fiat Supremo. Adão foi a verdadeira e perfeita imagem, quando foi
criado, dos filhos do meu Reino. Abraão foi símbolo dos privilégios e do heroísmo dos filhos de
meu Querer e assim como chamei Abraão a uma terra prometida que manava leite e mel, fazendo-
o dono daquela terra, terra tão fecunda que era invejável e ambicionada por todas as outras
nações, era todo símbolo do que teria feito com os filhos de minha Vontade. Jacó foi outro símbolo
deles, porque descendendo dele as doze tribos de Israel, devia nascer no meio deles o futuro
Redentor que devia retomar de novo o Reino do Fiat Divino a meus filhos. José foi o símbolo do
domínio que os filhos da minha vontade teriam tido, e como ele não deixou morrer de fome a tantos
povos e até aos seus irmãos ingratos, assim os filhos do Fiat Divino terão o domínio e serão causa
de não deixar perecer os povos que pedirão deles o pão da minha Vontade. Moisés foi figura do
poder, Sansão símbolo da força dos filhos de meu Querer. Davi simbolizava o reinar deles.

Todos os profetas simbolizavam a graça, as comunicações, as intimidades com Deus, que mais do que
eles teriam possuído os filhos do Fiat Divino. Olha, todos estes eram nada mais que símbolos,
figuras deles, o que será quando forem postos fora a vida destes símbolos? Depois de todos
aqueles veio a Celestial Senhora, a Soberana Imperatriz, a Imaculada, a sem mancha, minha Mãe,
Ela não era símbolo nem figura, mas a realidade, a verdadeira Vida, a primeira filha privilegiada da
minha Vontade, e eu olhava na Rainha do Céu a geração dos filhos do meu Reino, era a primeira
incomparável criatura que possuía íntegra a Vida do Querer Supremo, e por isso mereceu
conceber o Verbo Eterno e amadurecer em seu coração materno a geração dos filhos do eterno
Fiat. Depois veio a minha própria Vida, na qual vinha estabelecido o Reino que deviam possuir
estes filhos afortunados. Por tudo isto podes compreender que tudo o que Deus fez desde o
princípio desde a Criação do mundo, que faz e que fará, sua finalidade principal é de formar o
Reino de sua Vontade no meio das criaturas. Esta é toda nossa mira, esta é nossa Vontade e a
estes filhos serão dados todos nossos bens, nossas prerrogativas, nossa semelhança; e se eu te
chamo a seguir todos os atos que minha Vontade fez tanto na criação do universo quanto nas
gerações das criaturas, não excluindo aqueles que fez em minha Mãe Celestial, nem os que fez em
minha própria Vida, é para concentrar em ti todos os seus atos, fazer-te dom deles para poder
fazer sair de ti todos juntos os bens que possui uma Vontade Divina para poder formar com decoro,
honra e glória, o Reino do eterno Fiat. Por isso, seja atenta em seguir minha Vontade”.

(3) Depois estava pensando entre mim: “Como é que Adão ao subtrair-se da Vontade Divina, de tal
altura se precipitou tão baixo? E Jesus movendo-se dentro de mim disse-me:

(4) “Minha filha, assim como na ordem natural, quem cai de um ponto altíssimo, ou morre ou fica
tão desfeito e deformado que lhe é impossível readquirir seu estado anterior de saúde, de beleza,
de altura e ficará como um pobre aleijado, cego, corcunda e coxo, e se este for pai, Dele sairiam as
gerações dos aleijados, dos cegos, dos corcundas e dos coxos, assim na ordem sobrenatural,
Adão caiu de um ponto altíssimo, ele havia sido posto por seu Criador num ponto tão alto que
ultrapassava a altura do céu, das estrelas, do sol, viver em minha Vontade habitava acima de tudo,
em Deus mesmo. Vês então de onde se precipitou Adão?

Da altura de onde caiu foi um milagre que não pereceu totalmente, mas se não morreu,
o golpe que recebeu na queda foi tão forte, que
foi inevitável ficar aleijado, desfeito e deformado de sua insólita beleza, ele ficou despojado de
todos os bens, entorpecido no agir, Então, em seu intelecto, uma febre contínua o debilitava, que
enfraquecendo-lhe todas as virtudes não sentia mais a força para dominar-se, o mais belo caráter
do homem, o domínio de si mesmo, desapareceu, e entraram as paixões a tiranizá-lo, a fazê-lo
inquieto e triste, e como era pai e cabeça das gerações, pôs fora a família dos aleijados.
(5) O não fazer minha Vontade creem que seja coisa de nada, ao contrário é a ruína total da
criatura, e por quantos atos de mais vontade própria faz, tantas vezes de mais aumenta seus
males, sua ruína, e se escava o abismo mais profundo onde precipita-se”.
(6) Então pensava entre mim: “Se Adão por uma só vez que se subtraiu da Divina Vontade caiu tão
baixo e trocou sua fortuna em miséria, sua felicidade em amargura, o que será de nós que tantas e
tantas vezes nos subtraímos desta adorável Vontade?” Mas enquanto isso eu pensava, meu
amado e único bem acrescentou:

(7) “Minha filha, Adão caiu tão baixo porque se subtraiu de uma Vontade expressa de seu Criador,
na qual vinha encerrada a prova para prová-lo em sua fidelidade a Aquele que lhe havia dado a
vida e todos os bens que possuía. Muito mais do que o que Deus lhe pedia, diante dos tantos bens
que gratuitamente lhe tinha dado, era que se privasse, dos tantos frutos que lhe tinha outorgado, só
de um fruto por amor Àquele que tanto lhe tinha dado.

E neste pequeno sacrifício que Deus queria dele, tinha-lhe feito saber que não queria outra
coisa senão estar seguro do seu amor e da sua
fidelidade. Adão deveria ter-se sentido honrado de que seu Criador queria estar seguro do amor de
sua criatura. A culpa aumentou porque aquele que o atraiu e persuadiu a cair não era um ser
superior a ele, senão uma vil serpente, seu capital inimigo. Sua queda trouxe consequências mais
graves porque era a cabeça de todas as gerações, portanto todos os membros deviam sentir como
conatural os efeitos do mal de sua cabeça. Veja então que quando uma Vontade minha é
expressa, querida e mandada, o pecado é mais grave e as consequências são irremediáveis, e só
minha mesma Vontade pode reparar tanto mal, como aconteceu a Adão; em troca quando não é
expressa, se bem que a criatura está em dever de pedir para conhecer minha Vontade em seu agir,
se dentro de seu ato entra um bem é a pura glória minha; mas se não é expressa, não é tão grave
o mal e é mais fácil encontrar remédio, e isto faço a cada criatura para provar sua fidelidade e
também para pôr ao seguro o amor com o que dizem que me amam; Quem é aquele que não quer
estar seguro de um terreno que adquire, tanto que até chega a fazer as escrituras? Quem é aquele
que não quer estar seguro da fidelidade de um amigo, da lealdade verdadeira de um servo? Então
para estar seguro faço saber que quero os pequenos sacrifícios, os quais lhe levarão todos os
bens, a santidade, e realizarão a finalidade para a qual foram criados; ao contrário, se forem
relutantes, tudo estará transtornado nelas e todos os males lhe choverão em cima. Mas não fazer
minha Vontade é sempre um mal, mais ou menos grave segundo o conhecimento que dela se
possui”.

+ + + +

21-14
Abril 12, 1927

Como a Divina Vontade é equilibrada. Deus na Criação colocou todas as relações entre o
homem e as coisas criadas. Exemplo de uma cidade. A nuvem luminosa.

(1) O meu pobre estado torna-se cada vez mais penoso pelas privações do meu doce Jesus. Que
duro martírio e morte sem a doce e amada esperança de reencontrar a vida; a dor de havê-lo
perdido me atordoa, me petrifica e expande sobre minha pobre alma um orvalho maléfico, que
exposto aos raios de um sol ardente, em vez de me vivificar seca, e tirando-me os humores vitais,
como fazem as geadas com as plantas, se não me faz morrer me murcha e me tira o mais belo da
vida. Oh! como me seria mais doce a morte, mas bem seria para mim a festa mais bela, porque
encontraria Aquele que amo, que curaria todas as minhas feridas. Oh! privação de meu Sumo Bem
Jesus, quão dolorosa e impiedosa és, por isso o adorável Querer chamou a todos a chorar minha
dura sorte, chamou ao céu com sua imensidão a chorar por Aquele que tanto suspiro; chamou as
estrelas com seu trêmulo cintilante a chorar junto comigo, a fim de que com seu pranto dirijam os
passos de Jesus para mim para não me fazer sofrer mais; chamo ao sol para que converta sua luz
em lágrimas e seu calor em dardos acesos para atacar a Jesus e dizer-lhe: “Fá-lo depressa, não
vês que não pode mais, e como todos derramamos lágrimas amargas por aquela que te ama e que
sendo uma sua vontade com a nossa, estamos todos obrigados a chorar junto com ela?” Chamo a
tudo o que é criado a sofrer e a chorar junto comigo por uma pena tão grande, incalculável e sem
medida, qual é a tua privação; Quem não deveria chorar? Oh! como gostaria de converter o
murmúrio do mar em vozes piedosas para te chamar, o serpenteio dos peixes para ensurdecer-te,
gostaria de converter o canto dos pássaros em gemidos para te enternecer. Jesus, Jesus, quanto
me faz sofrer! Oh, quanto me custa seu amor! Mas enquanto aliviava a minha dor, a minha doce
Vida moveu-se dentro de mim e disse-me:
(2) “Minha filha, estou aqui, não temas, se soubesses quanto sofro ao te ver penar por minha
causa, sinto mais pena por teu sofrimento que pelos sofrimentos de todas as demais criaturas
unidas juntas, porque tuas penas são de nossa filha, membro da nossa Família Celestial e as sinto
muito mais que se fossem minhas. Quando está nossa Vontade na criatura tudo se torna comum e
inseparável de Nós”.
(3) Então eu ao ouvir isto, dolorida como estava disse que isto era verdade nas palavras, mas que
nos atos me parecia que não o era, pois, como é que me faz sofrer tanto para te fazer voltar, e
quando está por vir atrasas o retorno, tanto que eu mesma não sei o que mais fazer, nem a quem
mais recorrer? Põe-me na impotência de poder encontrar-te e nem sequer em tua mesma Vontade
consigo encontrar-te, porque Ela é imensa e Tu te escondes em sua imensidão e eu perco o
caminho de teus passos e te extravio. Portanto, é bom falar, e os fatos, onde estão? Se sofrias
tanto por minha dor, devias ter-te apressado para vir àquela que não conhece nem outro amor nem
outra vida senão a tua”. E Jesus me apertando a Si, todo comovido acrescentou:
(4) “Pobre filha, ânimo, você não sabe realmente o que significa viver em minha Vontade, Ela
possui o perfeito equilíbrio e todos os atributos estão em suma concórdia, um não é inferior ao
outro, e quando é necessário castigar os povos pelos tantos pecados, minha justiça exige estes
vazios de que você esteja privada de Mim para poder equilibrar-se mandando os flagelos que
merecem, por isso te põe como a um lado em minha Vontade e faz seu curso.

Quantas vezes se encontrou minha gemente Humanidade com estes obstáculos de minha justiça, e Eu tive que ceder
por amor do equilíbrio de minha Vontade. Você gostaria de desequilibrar, estando Nela, a ordem de
meus atributos? Não, não, minha filha, deixa que minha justiça faça seu curso e teu Jesus estará
como antes, sempre contigo. Não sabes tu que em minha Vontade deves sofrer o que sofreu minha
Humanidade, onde Ela foi tão exigente e inexorável Comigo por causa da Redenção? Assim para
ti, torna-se exigente e inexorável por causa do Reino do Fiat Supremo. Por isso minha Humanidade
se esconde, porque minha justiça quer fazer seu curso e manter seu equilíbrio”.
(5) Jesus bendito fez silêncio e depois acrescentou:

(6) “Minha filha, ao pôr fora a Criação, minha Vontade pôs em vínculos de união todos os seres,
assim que todos estavam em relações entre eles, cada um possuía seu fio elétrico de comunicação
entre uma e a outra; o homem possuía tantos fios elétricos por quantas coisas criadas existiam,
porque sendo o rei de tudo, era justo e necessário que tivesse a comunicação com toda a Criação
para ter domínio sobre ela. Agora, assim que se subtraiu da Divina Vontade rompeu o primeiro fio
de comunicação e ficou como uma cidade, que se rompe o fio primário que comunica a corrente
elétrica fica às escuras, e apesar de existirem os demais fios elétricos, não têm mais virtude de dar
luz a toda a cidade, porque a fonte de onde vem a luz, estando quebrada, nem ela pode dá-la nem
os fios recebê-la. Portanto ficou como uma cidade às escuras, e suas relações, os fios elétricos de
comunicação não funcionavam mais.

A fonte da luz havia-se retirado dele, porque ele mesmo havia
rompido a comunicação e ficou como um rei deposto, destronado e sem domínio, sua cidade
estava carente de toda luz, envolto nas trevas da própria vontade. Minha Vontade quando possuída
pela alma simboliza uma cidade cheia de luz e que tem comunicação com todas as partes do
mundo, aliás, suas comunicações se estendem no mar, no sol, nas estrelas, no céu; a esta cidade
chegam de todas as partes provisões de todo tipo, assim que é a mais rica, provida de tudo e por
meio das comunicações é a mais conhecida do Céu e da terra, tudo a ela aflui e é a mais amada.
Todo o contrário para quem não possui minha Vontade: Vive em escassez, sofre fome, apenas as
migalhas lhe são concedidas por piedade, frequentemente é saqueada pelos inimigos, sofre a
escuridão e vive na mais esquálida miséria”.

(7) Depois disto, sentindo-me oprimida pela privação de meu doce Jesus, com o acréscimo de
outras penas minhas, estava oferecendo tudo no adorável Querer e para obter o triunfo de seu
Reino. Agora, enquanto fazia isto olhei o céu estofado de nuvens brancas e brilhantes e meu doce
Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(8) “Minha filha, olha que belas são essas nuvens, como tapam o céu e formam um belo ornamento
à abóbada azul, mas quem é que mudou a escuridão e fez fugir as trevas, as sombras negras e as
transformou em nuvens brancas e resplandecentes? O sol, investindo-as com a sua luz, fez-lhes
perder a escuridão e transformou-as em nuvens de luz. Então são nuvens, mas já não são nuvens
que dão trevas e escurecem a terra, mas nuvens que dão luz, e enquanto antes que as invistam o
sol pareciam que faziam afronta com sua escuridão, tirando-lhe o belo de seu azul, agora lhe
fazem honra e lhe formam um belo ornamento.

Agora minha filha, as penas, as mortificações, minhas privações, as circunstâncias dolorosas,
são como nuvens para a alma, que dão trevas, mas
se a alma faz correr tudo em minha Vontade, Esta, mais que sol as investe e as converte em
fulgidíssimas nuvens de luz, de modo que formam o mais belo ornamento no céu da alma. Na
minha Vontade todas as coisas perdem a parte escura que oprime e parece que faz afronta à
pobre criatura, e tudo serve para lhe dar luz e adorná-la com resplandecente beleza e Eu vou
repetindo a todo o Céu: Vede quão bela é a filha de minha Vontade, adornada por estas nuvens
brancas e fúlgidas; ela se nutre de luz e meu Querer investindo-a com sua luz a converte em
esplêndida luz”.

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