Estudo 55 Livro do Céu Vol. 20 a 29 – Escola da Divina Vontade

 

20-59
Fevereiro 13, 1927

Enquanto a Divina Vontade não for conhecida e não tiver seu Reino, a glória de Deus na Criação será incompleta. Exemplo de um rei.

(1) Estava seguindo a Divina Vontade em seus atos na Criação, e em minha mente me veio uma dúvida: “Como pode ser que Jesus diz que até que venha o Reino de sua Vontade à terra, a glória da Criação e Redenção estará incompleta, como pode ser isto? Não tem acaso esta Vontade Suprema virtude de glorificar-se por Si mesma? Certo que tem esta virtude e é mais que suficiente para sua glória, porém diz que se sua Vontade não estender seu Reino no meio das criaturas, sua glória por causa da Criação será incompleta”. Agora, enquanto isso eu pensava, meu adorável
Jesus me surpreendeu com uma luz viva que saía d‟Ele me disse:

(2) “Minha filha, a coisa em si mesma é claríssima, que enquanto minha Vontade não seja conhecida e não tenha o seu primeiro posto de honra e de domínio em cada ser que saia das nossas mãos criadoras, a sua glória estará sempre incompleta. A razão é claríssima, porque na Criação nossa finalidade primeira foi que saindo de Nós esta Suprema Vontade, que bilocando-a em toda a Criação se estendia por toda parte, no céu, no sol, no mar, na flor, nas plantas, até na terra e em cada ser saído de nossas mãos criadoras, constituindo-se vida de tudo para formar sua Vida em cada ser, e bilocando-se em cada criatura pudesse ter tantas Vidas suas e tantos reinos para dominar por quantas criaturas saíam à luz. Agora, minha Vontade não se retirou, não há ponto onde não se estenda sua Vida Divina, não há criatura que não esteja investida por esta Vontade Suprema, e enquanto se estende por toda parte e investe tudo e todos, não pode formar sua Vida, quantas Vidas Divinas sufocadas nas criaturas, quantos lhe negam o primeiro posto em seus atos, quantos a adiam por atos indignos e vis, negando-lhe seu domínio! E te parece pouco a destruição de tantas Vidas Divinas desta Vontade minha nas criaturas? De tantos atos seus nobres e sublimes que se sente destruir enquanto se servem d‟Ela para formar vidas humanas, vidas deploráveis, monstros que servirão para o inferno? Parece-te pouco minha filha? O dano que recebe nossa glória por causa da Criação é grande e incalculável, que nem mesmo todo o bem da Redenção nos pôde refazer, porque com a mesma Redenção o homem não retornou à unidade de nossa Vontade, nem Ela reina completamente nas criaturas; quantas vidas que se dizem boas, santas, mescladas de Vontade Divina e humana, por isso nossa glória na Criação não está completa, só estará completa quando as coisas criadas por Nós servirem a nossa própria Vontade e àqueles que lhe derem o primeiro posto de honra, a reconhecerem em todas as coisas e fazendo-a reinar em todos os seus atos a constituam Rainha absoluta e Rei dominante. Não te parece justo e de direito que sendo tudo de minha Vontade e encontrando-se por todas partes e por todos como vida primária de tudo, que todos a reconheçam e todos se tornem Vontade Divina, pertencendo todos a Ela? Suponha um rei que tivesse seu reino, todas as terras, as vilas, as cidades, são exclusivamente suas propriedades, não há nada que não lhe pertença, não só como direito de que o reino é seu, mas também como direito de propriedade de que pertencem a ele. Agora, este rei por bondade de espírito que possui quer ver seu povo feliz e distribui gratuitamente suas propriedades, suas vilas, suas terras, dando-lhes até suas cidades para que habitem nelas, de modo que todos podem ser ricos abundantemente, cada um em suas condições, e todo este grande bem que faz ao seu povo é com a única finalidade de que o reconheçam pelo seu rei, dando-lhe todos absoluto domínio, e que reconheçam que as terras ocupadas por eles lhes foram dadas gratuitamente pelo rei, a fim de que seja glorificado, reconhecido e amado pelo bem que lhes fez. Agora, este povo ingrato não o reconhece por seu rei, e as terras que possuem se tomam o direito de propriedade, desconhecendo que foram dons feitos pelo rei, não viria então este rei a ser defraudado em sua glória por todo o bem que tem feito a seu povo? E se acrescentares que se servem das terras do rei sem lhe dar utilidade: Quem não a trabalha, quem tira as mais belas plantações, quem deixa secar os seus belos jardins, de modo que se procuram a sua infelicidade e miséria, tudo isto se acrescentaria ao dano da glória do rei, à desonra e daria uma dor que ninguém poderia mitigar. Isto não é mais que uma sombra apenas do que fez e faz ainda minha Suprema Vontade, ninguém nos deu nem um centavo porque recebe o bem do sol, do mar, da terra, senão que tudo damos gratuitamente e só para os fazer felizes e que reconheçam ao meu Fiat Supremo que os ama tanto e não quer mais que amor e domínio.

Agora, quem poderia refazer esse rei do dano da glória que não lhe deu seu povo e mitigar sua intensa dor? Suponha também que um deste mesmo povo, investindo-se da justa dor de seu rei e querendo refazê-lo de sua glória, começa ele, como primeiro, a pôr bela a terra que ocupa, de modo a torná-la o mais belo e florido jardim do reino, depois diz a todos que seu jardim é um dom que lhe fez o rei porque o ama, depois chama ao rei a seu jardim e lhe diz: „Estes são domínios teus, é justo que estejam todos à sua disposição.‟ O rei goza desta lealdade e diz: „Quero que seja rei junto comigo, que reinemos juntos.‟ Oh! como se sente reintegrar a glória, mitigar a dor por este tal de seu povo; mas este homem não se detém, percorre todos os caminhos do reino e sacudindo a todos com sua palavra chama a um bom número de pessoas a que o imitem, e forma o povo leal que dá o direito de domínio ao seu rei. E o rei se sente refeito em sua glória e por prêmio lhes dá o título de filhos seus e lhes diz: „Meu reino é vosso, reinai filhos meus.‟ Esta é a minha finalidade, que no meu Reino não haja servos, mas filhos e reis como Eu. Assim será da minha Divina Vontade. Oh! como espera que lhe seja dada sua glória completa na Criação, que seja reconhecido que tudo é seu para poder dizer: „Tudo é vosso, reinemos juntos.‟ Como espera que seus conhecimentos sobre o Fiat Supremo percorram os caminhos para sacudir, para chamar, para apressar que venham ao meu reino e me forme meus verdadeiros filhos aos que possa dar o título de reis. Por isso tenho tanto interesse que estas manifestações sobre meu Divino Querer sejam conhecidas, porque se trata de meu ato maior, qual é o cumprimento de minha glória e o bem completo das criaturas”.

20-60
Fevereiro 16, 1927

Como onde reina o Fiat põe tudo em comunicação; exemplo dos esposos. O agir na Divina Vontade é a plenitude dos atos e o triunfo do ato divino no humano.

(1) Estava girando em toda a Criação para levar junto comigo todas as coisas criadas diante da Majestade Suprema como homenagens, louvores, adorações, porque são obras de suas mãos criadoras, dignas só d‟Aquele que as criou, porque estão animadas por sua Vontade Divina; mas enquanto fazia isto pensava em mim: “As coisas criadas não se movem, estão no seu lugar, não vêm junto comigo, portanto é inútil dizer que as levo junto comigo, porque elas não vêm”. Enquanto isso pensava meu doce Jesus saiu de dentro de mim, e ao mesmo tempo me fazia ver minha pequena alma, que tinha concentrados nela tantos raios, os quais tinham a comunicação a cada coisa criada, de modo que elas estavam em comunicação comigo e eu com elas, mas o ponto principal de partida, de onde saíam estes raios, era Deus, que tinha as comunicações com todos e
com tudo, e meu amável Jesus me disse:

(2) “Minha filha, onde reina minha Vontade, com sua luz à qual ninguém pode resistir porque é imensa e penetrante, põe tudo em comunicação, cada raio parte do centro divino no qual minha Vontade tem sua sede principal, os raios não são outra coisa que os atos que faz sair de Si o Fiat
Divino, os quais investindo cada coisa criada, formam sua vida e outras tantas sedes secundárias em cada uma delas. Agora a coisa é natural, que na alma onde Ela reina, conforme forma seus atos em meu Querer, assim todas as coisas criadas em virtude da luz que as une recebem a comunicação daquele ato e sobre o voo da mesma luz se unem para seguir o ato que faz a alma onde reina meu Querer, porque uma é a Vontade que possuem, uma é a força, por isso um é o ato que querem fazer, é minha mesma Vontade que move tudo e torna todos o ato de um. Portanto
esteja segura de que apesar de que as coisas criadas estão em seu posto, todas te seguem, minha mesma Vontade as põe em caminho a fim de que não esteja sozinha, mas que te acompanhem todas. Acontece como num casamento, que o casal de esposos vai sozinho na frente, mas atrás
vai a sua comitiva em grande número de convidados. Você é a esposa com a qual minha Vontade  quis formar seu real matrimonio, quis abater as divisões, os obstáculos que existiam entre você e Ela para formar o casal mais feliz que já existiu; assim para você e para Ela são dias de festa, seus atos animados pelo Fiat Divino são convites contínuos que fazem a todas as coisas saídas de nossas mãos criadoras. Portanto, o teu convite é muito vasto, não há quem possa fazer menos que aceitar, porque é uma Vontade Divina que chama todas as suas obras ao seu convite, não excluída nem sequer minha Mãe Celestial e todos se sentem honrados e triunfantes por assistir às bodas e de participar no convite das bodas de minha Suprema Vontade, por isso com ânsias esperam teus atos, teus convites, tuas chamadas, para vir sentar-se ao banquete e festejar o casal de esposos.
Então tu vais adiante, juntamente com a minha Vontade, perante a Majestade Suprema, as minhas obras te seguem; e isto é com justiça, porque, ao criar todas as coisas, foi à criatura a quem demos a supremacia sobre todas as nossas obras, isto é, à criatura em quem devia reinar plenamente
nosso Fiat Divino, não à criatura degradada por sua vontade, esta é a última de todas, não tem nem direito nem comunicação. Em vez disso, onde reina o meu Querer tem o direito de ser a primeira e de chamar todos para serem seguidos por todos. Por isso o agir n‟Ele é o maior milagre e a plenitude de todos os atos unidos juntos e o triunfo do ato divino no ato humano, porque minha Vontade era como estéril no meio das criaturas, mas agora já é feliz por sua primeira filha, na qual vê os seus tantos partos, que virão à luz; de modo que, não mais como mãe estéril, viverá no meio das nações, mas como mãe fecunda de muitos filhos. Era viúva, porque ao criar o primeiro homem se desposou com a natureza humana dotando-a com as riquezas imensas de sua Vontade, selo do desposório que formava com o homem, mas assim que se subtraiu d‟Ela, ficou viúva durante tantos
séculos, e agora tirou o luto da sua viuvez e casou-se de novo, vestiu as suas vestes de noiva e fez sair de novo em campo os seus dotes, e o selo destes dotes são os seus conhecimentos nos quais faz dom das riquezas que Ela possui. Por isso minha filha seja atenta a conservar tuas vestes de
esposa e a gozar os domínios que minha Vontade te deu em dote”.

20-61
Fevereiro 19, 1927

Jesus convida-a a lutar. Como Jesus luta com seus conhecimentos, com os exemplos, com os ensinamentos; a alma luta ao recebê-los, ao seguir os atos de sua Vontade na Criação e Redenção.

(1) Estava seguindo meu voo no Fiat Divino e meu doce Jesus se fazia ver que saía de dentro de meu interior, e entrelaçava suas mãos com as minhas convidando-me a lutar com Ele, eu era pequena, pequena, e não me sentia hábil e forte para lutar com Ele, muito mais porque saiu uma
voz de dentro de uma luz que dizia: “É muito pequena, como pode vencer nesta luta?”. E Jesus respondeu:

(2) “Pelo contrário, porque é pequena pode vencer, porque toda a força está na pequenez”.
(3) Eu estava desconsolada, não me atrevia a lutar com Jesus, e Ele incitando-me à luta me disse:
(4) “Minha filha, coragem, tenta-o, se tu vences vencerás o Reino da minha Vontade, não deves deter-te porque és pequena, porque pus à tua disposição toda a força das coisas criadas, assim que junto contigo luta toda a força que contém o céu, o sol, a água, o vento, o mar, todos me dão
batalha, a fazem junto Comigo para fazer-me ceder o Reino do Fiat Divino, fazem-na às criaturas com as armas que cada coisa criada tem em seu próprio punho, para render-se a reconhecer minha Vontade, a fim de que a façam reinar como elas a fazem reinar e querendo vencer, todas se
puseram como em ordem de batalha, e vendo que as criaturas resistem, querendo vencer pela força porque têm com elas a força daquela Vontade que as anima e as domina, com as armas que possuem derrubam nações e cidades com tal império, que ninguém as pode resistir; você não pode
compreender toda a força e potência que contêm todos os elementos, que se meu Querer não os tivesse como freados, seria tão encarniçada a batalha, que da terra fariam ruínas. Agora, a força delas também é tua, e por isso tu gira no meio delas para pô-las em ordem de batalha, teus atos,
teu pedir contínuo o Reino do Fiat Supremo chama para pôr atenta a toda a Criação, e minha Vontade movendo-se nela coloca todos seus atos em ofício real para dar e fazer vencer seu Reino em meio às criaturas. Portanto, é meu mesmo Querer o que luta, que dá batalha com a minha própria Vontade para o triunfo do seu Reino. Então a tua luta é animada por Ela, que tem força suficiente e irresistível para vencer. Por isso luta, porque vencerá, e além disso, lutar para vencer o Reino do Fiat Supremo é a luta mais santa que pode existir, é a batalha mais justa e mais de direito que se pode fazer, tão é verdade, que o meu próprio Querer desde que formou a Criação começou esta batalha e esta luta, e só se deterá quando vencer completamente. Mas sabes quando lutas Comigo e Eu contigo? Eu luto quando te manifesto os conhecimentos sobre meu Eterno Fiat, assim
que cada dito, cada conhecimento, cada semelhança que se refere a Ele, é uma luta e uma batalha que faço contigo para vencer sua vontade, colocá-la em seu posto criado por Nós, chamá-la quase por via de luta à ordem do reino do meu Divino Querer, e enquanto luto contigo para subjugar a tua vontade, a inicio no meio das criaturas. Luto contigo quando te ensino o caminho que deves fazer e o que deves fazer para viver em meu Reino, as felicidades, as alegrias que deves possuir, em suma, luto por via de luz que contêm meus conhecimentos, luto por via de amor e com os exemplos mais ternos em modo de não poder resistir à minha luta, luto por meio das promessas de felicidade e de alegrias sem fim; a minha luta é persistente e nunca me canso, mas para vencer o quê?

A tua vontade, e na tua, aqueles que reconhecerão a minha para viverem no meu Reino. E tu lutas Comigo quando recebes os meus conhecimentos e os pões em ordem na tua alma forma o Reino do meu Fiat Supremo em ti, e fazendo-me lutar busca vencer o meu Reino. Cada ato teu feito em minha Vontade é uma luta que me fazes; cada giro que fazes por todas as coisas criadas para unir-te a todos os atos que Ela faz em toda a Criação, chamas a toda a Criação para a batalha para vencer o meu Reino, movendo a minha própria Vontade dominante em todas as coisas criadas para lutar contra a minha própria Vontade para estabelecer o seu Reino. E por isso nestes tempos, o vento, a água, o mar, a terra, o céu, estão mais do que nunca todos em movimento, fazendo batalha contra as criaturas, sucedendo fenômenos novos, e quantos mais sucederão, destruindo nações e cidades, porque nas batalhas é necessário dispor-se a sofrer perdas e muitas vezes até por parte de quem vence; sem batalha nunca houve conquistas de reinos, e se isto existiu, nunca foram duradouras. Lutas Comigo quando invisto tudo o que Eu fiz e sofri em minha Humanidade, isto é, em minhas lágrimas, em minhas penas mais íntimas, em minhas orações, em meus passos, em minhas palavras e até nas gotas de meu sangue, imprimes teu te amo e por cada um de meus atos me pede que venha o Reino de meu Fiat Supremo, quem pode te dizer a luta que me faz? Moves as minhas próprias ações para lutares contra mim para me venceres a ceder-te o meu Reino. Por isso Eu luto contigo e tu lutas Comigo, é necessária esta luta, tu para vencer o meu Reino, e Eu para vencer a tua vontade e para iniciar a batalha entre as criaturas, para estabelecer o Reino do meu Supremo Querer. Eu tenho minha mesma Vontade, toda sua potência, força e imensidão para vencer, você tem minha mesma Vontade e à sua disposição toda a Criação e tudo o que Eu fiz de bem na Redenção, para treinar um exército formidável para fazer batalha e vencer o Reino do Fiat Supremo. Olha, cada palavra que escreves também é uma luta que me fazes e um soldado a mais que colocas no exército que deve vencer o Reino da minha Vontade. Por isso seja atenta minha filha, que são tempos de luta e é necessário usar todos os meios para vencer”.

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20-62
Fevereiro 21, 1927

Por que tanto interesse de Jesus em querer fazer conhecer sua Vontade Divina.

(1) Minha pobre mente se perdia nos tantos conhecimentos do Supremo Querer e pensava em mim: “Por que Jesus tem tanto interesse em que se conheça esta Divina Vontade e que reine no meio das criaturas?” Agora, enquanto pensava nisto, o meu sempre amável Jesus saiu de dentro
de mim e disse-me:
(2) “Minha filha, queres tu saber porque tenho tanto interesse em fazer conhecer a minha Vontade e que reine no meio das criaturas? Porque só Ela é o meio para poder refazer a criatura e por a Mim e a ela em condições, Eu de poder dar e a ela de poder receber. Enquanto meu Querer não retornar triunfante e dominante no meio das criaturas, Eu não poderei dar o que quero e nelas faltará a capacidade, o espaço para poder receber o que posso e quero dar, porque só a minha  Vontade tem esta virtude, esta potência, que pondo a ordem, o equilíbrio entre Criador e criatura, abre todas as vias de comunicação entre eles. Deus tem seu caminho real para poder enviar sem perigo seus dons, para poder descer quando quiser e levar-lhe em pessoa os bens maiores, e a criatura tendo o mesmo caminho pode recebê-los, ou subir para ir tomar ela mesma o que seu Senhor lhe quer dar. Por muito rico e poderoso que fosse o rei, se não encontrar a quem dar, não terá jamais o contentamento, a satisfação de poder dar, suas riquezas estarão ociosas, isoladas, abandonadas, ele talvez viva afogado em suas riquezas, mas não terá jamais o contentamento, a felicidade de dar e de fazer gozar de seus bens a outros, porque não encontra a quem dá-los. Este rei será um rei isolado, abandonado, sem cortejo, não terá quem lhe sorria, quem lhe diga um obrigado, não haverá jamais festa para ele, porque a festa se forma ao dar e ao receber. Portanto, com todas as suas riquezas, este rei terá um prego no coração, o abandono, a monotonia; será rico, mas sem glória, sem heroísmo, sem nome. Que dor para este rei com tudo e suas riquezas?

(3) Agora minha filha, a causa pela qual tiramos fora a Criação e criamos o homem, foi para dar nossas riquezas, a fim de que à glória interna e felicidade imensa que tínhamos, se unisse a glória externa de nossas obras. Portanto, não estando a criatura em nossa Vontade nos sentimos
distantes, não há quem nos circunde com seu agradecimento, nem quem nos sorria de complacência por nossas obras. Tudo é isolamento, estamos circundados por imensas riquezas, mas como nossas criaturas estão distantes de Nós, não temos a quem dá-las, não temos quem admire nossas obras para fazê-las gozar, somos felizes, mas por Nós mesmos, não há quem possa minimamente perturbar a nossa felicidade, mas somos obrigados a ver a infelicidade das criaturas, porque estando separadas de Nós, elas não podem tomar e Nós não podemos dar. A vontade humana formou as barreiras, fechou com chave as portas de comunicação. O dar é liberalidade, heroísmo, amor; o receber é graça, e a criatura ao fazer sua vontade impede nossa liberalidade, nosso heroísmo, nosso amor, e se alguma coisa se dá, é sempre restringida, por meio de esforços, de intrigas, porque, se não houver ordem entre elas e Nós, as coisas não correm livremente. Nós não somos capazes de dor, nosso Ser é intangível de todos os males, se fôssemos capazes de dor a criatura envenenaria nossa existência. Eis por que todo nosso interesse, por que queremos fazer conhecer nossa Vontade e que reine em meio delas, porque queremos dar, queremos vê-las felizes de nossa mesma felicidade, e só nossa Vontade pode fazer tudo isso, realizar a finalidade da Criação e fazer-nos pôr em comum os nossos bens”.

(4) Oh! Vontade de Deus, como você é admirável, poderosa e desejável. Ah! com seu império vence todos, faça-se conhecer e nos entregue todos a Ti.

Deo Gratias. Acabou o Volume 20

21-8
Março 19, 1927

Como quem não cumpre sua missão na terra a cumprirá no Céu. Como a missão do Fiat será longuíssima. Ordem da Sabedoria Infinita.

(1) Estava preocupada com a saúde do reverendo padre Di Francia, as cartas que me tinham chegado dele eram quase alarmantes, pensava no destino dos meus escritos que tanto interesse tinha tido de levá-los todos, Onde iriam parar se Nosso Senhor o levasse consigo para a pátria celestial? E além disso, sua missão para a publicação dos conhecimentos sobre o Fiat ficaria sem fruto, porque se pode dizer que nada fez ainda, no máximo se pode dizer o início, a vontade que tem de fazer a publicação, mas para fazer sair uma obra tão extensa, Quem sabe quanto tempo
levará? E como para o pai, se no belo princípio Jesus o leva, será uma missão sem fruto, e assim será também para mim se for afortunada de ir à minha Pátria, qual será o fruto da minha missão, de ter-me sacrificado tanto, de estar a escrever todas as noites? E também os muitos interesses de
Jesus ficariam sem fruto, porque um bem, disse Ele mesmo, só produz o seu fruto quando é conhecido, então, se não serão conhecidos, ficarão como frutos escondidos, sem que ninguém receba o bem que contêm. Agora, enquanto pensava nisto, o meu doce Jesus mexeu-se dentro de
mim e disse-me:

(2) “Minha filha, quem teve uma missão e apenas a iniciou, ou não a desenvolveu de todo, e no melhor mo levo ao Céu, continuará desde lá de cima sua missão, porque levará no fundo de sua alma o depósito do bem, dos conhecimentos que adquiriu em vida e no Céu os compreenderá com
mais clareza, e compreendendo o grande bem destes conhecimentos do Fiat Supremo, rogará ele e fará rogar a todo o Céu para que se conheçam na terra, e conseguirá luz mais clara a quem deverá encarregar-se. Muito mais que cada conhecimento sobre minha Vontade lhe dará uma glória de mais, uma felicidade maior, e à medida que se conhecerem na terra será duplicado na glória e na felicidade, porque será o cumprimento da sua missão, que tinha em sua vontade fazer, e é justo que, à medida que se desenvolve na terra, receba o fruto da sua missão, por isso lhe dizia que o fizesse rapidamente, o impelia tanto a que não perdesse o tempo, Porque eu queria que ele não só tivesse o início da sua missão, mas que se aprofundasse em grande parte na publicação dos conhecimentos do eterno Fiat, a fim de que não fizesse tudo do Céu. Em vez disso, quem cumpre sua missão na terra pode dizer: Minha missão terminou.

‘Mas quem não a cumpriu deve continuar do Céu. Para você, sua missão é longa, não poderás cumpri-la na terra, até que todos os conhecimentos não sejam conhecidos e o Reino de minha Vontade não seja estabelecido sobre a terra, tua missão jamais poderá dizer-se terminada, no Céu terás muito que fazer, Minha Vontade que te teve na terra ocupada para seu Reino, não te deixará sem trabalhar junto com Ela no Céu, te terá sempre em sua companhia. Então não farás outra coisa senão descer e subir do Céu à terra para ajudar e estabelecer com decoro, honra e glória o meu reino. Isto te será de grande complacência, felicidade e suma glória, ao ver sua pequenez, que unida com meu Querer tem transportado o Céu à terra e a terra ao Céu, alegria maior não poderias receber, muito mais porque verás a glória de teu Criador completada por parte das criaturas, a ordem restabelecida, toda a Criação com seu pleno esplendor, ao homem, nossa querida joia em seu posto de honra. O que não será nosso e seu sumo contentamento, a suma glória e a felicidade sem fim ao ver a finalidade da Criação realizada? Além disso, a ti te daremos o nome de redentora de nossa Vontade, constituindo-te mãe de todos os filhos de nosso Fiat, não está contente?”

(3) Depois disto estava seguindo os atos da Divina Vontade, e não encontrando a meu doce Jesus pensava entre mim que não me amava como antes, porque antes parecia que não sabia estar sem mim, não fazia outra coisa que ir e vir, agora me deixa sozinha sem Ele ainda dias inteiros; antes frequentemente me levava ao Céu e me fazia voltar à terra com grande dor minha, agora tudo terminou. Mas enquanto isso pensava, movendo-se em meu interior me disse:

(4) “Minha filha, tu me ofendes ao pensar que não te quero como antes, isto não é outra coisa que a ordem de minha infinita sabedoria. Tu deves saber que também a minha inseparável Mãe, em sua tenra idade, estava mais no Céu que na terra porque devia tomar de nós os mares de graça,
de amor, de luz, para formar nela o seu céu onde o Verbo Eterno devia conceber-se e ter o seu quarto. Por isso quando este céu foi formado na Soberana Rainha, não foi mais necessário que fosse frequentemente à Pátria Celestial, pois já tinha nela o que estava no Céu. Assim fiz com você, o que era necessário antes não é necessário hoje, e além disso, o que é mais? Possuir-me dentro do fundo da alma, sob o belo céu da minha Vontade formada em ti, ou então visitar frequentemente a Pátria Celestial? Creio que é mais possuí-lo, por isso tudo o que fiz antes em ti, por tantos anos, não foi outra coisa que formar meu céu em ti; depois de formado é justo que o desfrute, e deves gozar também junto Comigo que teu Jesus tem seu céu em tua alma”.

22-8
Julho 1, 1927

Como fazer uma grande obra requer grandes sacrifícios.

(1) Meu adorável Jesus se esconde sempre mais, e também ao escrever não sinto mais, como até agora, sua luz que me sugere as palavras necessárias para o que Ele queria que eu escrevesse.
Por uma só palavra que me havia dito em sua breve visita que fazia a minha alma no ato de escrever, sugeria-me tanto em meu interior, até fazer ressoar sobre meus lábios sua voz dulcíssima, e eu não conseguia escrever tudo; e agora tudo é fadiga, tudo é esforço, tudo é pobreza: Pobreza de luz, de palavras, de palavras necessárias. Meus pobres olhos se enchem de sono e devo fazer esforços incríveis para poder escrever alguma linha, e estes esforços me enervam, me debilitam tanto, que não posso seguir adiante. Oh! como choro Àquele que me era luz, palavra, conselheiro, ditador, e me dava tal capacidade de vigília, que meus olhos não sabiam fechar-se ao sono senão quando vinha meu amado Jesus para levar-me junto Consigo. Então estando tudo isto, depois de haver escrito com fadiga incrível, pensava para mim que talvez não seja mais Vontade de Deus que eu escreva quando o bendito Jesus me diz alguma coisa, e se Ele não o quer, muito menos eu o quero. Mas enquanto pensava nisso, o meu doce Jesus saiu de dentro de mim para me sustentar, porque me sentia a morrer pelo esforço que tinha feito ao escrever um pouco, e disse-me:

(2) “Minha filha, quanto maior é uma obra e quanto mais bem deve levar à família humana, tanto mais sacrifícios heroicos são necessários. Quantos sacrifícios, penas, dores, e até a morte, eu não sofri para formar a obra Redentora das criaturas? Porque era obra grande, tudo devia ser grande:
dores, penas inauditas, as mais infames humilhações, amor invencível, fortaleza heroica e paciência invencível. Tudo devia ser grande, porque quando uma obra é grande, por todos os modos são tomadas as criaturas para poder receber o bem que contém em si uma obra grande, menos algum obstinado ou pérfido, que a força quer fugir. Mas quando uma obra é pequena, não são necessários grandes sacrifícios, e por isso de uma obra pequena nem todas as criaturas podem receber o bem dela, porque faltando o grande, quem não encontrará o caminho, a quem faltará o terreno debaixo dos pés, a quem a luz, a outros faltará a força raptora de um amor sacrificado e doloroso, em suma, poucos serão os que poderão receber o bem de uma obra pequena, porque lhe falta a vida e a substância de poder dar-se a quem a queira receber.

(3) Agora minha filha, a obra do reino do Fiat Divino é a maior obra, e enquanto se dá a mão com a obra da Redenção, pela glória Divina e pelo bem e santidade que levará às criaturas, supera à mesma Redenção, e por isso se requerem grandes sacrifícios, penas e dores sem número, orações incessantes, por isso devia escolher uma criatura que voluntariamente devia aceitar o grande sacrifício de tantos anos, de tantas penas variadas, e eu farei conhecer aos filhos do meu reino quanto este reino da minha vontade nos custou a ti e a mim, para fazer com que todos pudessem entrar nele, dando-lhes os caminhos abertos de todos os modos para os vencer e fazer vir. Caminhos de luz, caminhos de penas, caminhos, todas as manifestações e verdades que manifestei, e farei ver o esforço incrível que fizeste na escrita para fazer que nada faltasse para fazê-los encontrar terreno sólido e caminhos seguros para atraí-los com força invencível e fazê-los tomar posse do reino do Fiat Supremo.

(4) Quando as gerações humanas conhecerem todos os conhecimentos do Querer Divino, os grandes bens do meu reino, e como quem o reivindicou sofreu tão grandes sacrifícios, os meus conhecimentos e os teus sacrifícios, unidos, serão imanes potentes, ajudas irresistíveis, reivindicações incessantes, luzes penetrantes, vozes ensurdecedoras que ensurdecem todas as outras coisas, ficará o ouvido para ouvir os doces ensinamentos do Fiat Divino e a aceitar um reino que com tantos sacrifícios lhes foi conseguido. Por isso para formar uma obra grande há muito que
fazer e o que sofrer, tudo é necessário e o que a você parece pena inútil, para os demais pode ser uma voz piedosa, que comovendo-os se reconhecerão demasiado ingratos por não aceitar tanto bem, que por sua causa tanto nos custou. Portanto deixe-me fazer e deixe-me livre para fazer o que eu quero”.

23-8
Outubro 16, 1927
A Divina Vontade, como água, faz suas inundações. Quem são aqueles que se fazem inundar. O que significa unidade. Como a Rainha do Céu colocou os fundamentos do reino da Divina Vontade.

(1) Depois de ter passado vários dias de privação de meu doce Jesus, sentia-me amarga até a medula de meus ossos, não podia mais, e cansada e sem forças queria descansar para recuperá-las. Então me abandonei primeiro no Supremo Querer e depois em mim mesma para poder ao menos dormir; mas enquanto isso fazia, minha pobre mente não estava mais em mim mesma, senão fora de mim, sentia dois braços que me estreitavam, que me levavam ao alto, sob a abóbada do céu, mas não via quem fosse; eu temia e uma voz me disse: “Não temas, mas olha para o alto”. Eu olhei e vi que se abria o céu e descia a mim o meu suspirado Jesus, os dois nos lançamos aos braços do outro, eu o estreitava a Ele e Ele me estreitava a mim, e na minha dor disse-lhe: “Jesus, meu amor, como me fazes fatigar, me fazes chegar aos extremos, vê-se que a fogueira do teu amor para comigo não é mais a de antes”. Agora, enquanto dizia isto, Jesus pôs-se em atitude de tristeza, como se não quisesse ouvir as minhas lamentações, e ao mesmo tempo da altura em que víamos descer água numa chuva muito forte e muitos lugares ficavam inundados, mares e rios se uniam a esta água e inundavam países e povos, enterrando-os em seu seio. Que terror! E Jesus todo aflito me disse:

(2) “Minha filha, assim como tu vês que estas águas que descem do céu e inundam, formam com a sua força sepulturas para poder sepultar cidades inteiras, assim também a minha Divina Vontade, mais do que água faz as suas inundações, não a tempo ou lugar, mas sempre e em toda a terra, e
sobre cada uma das criaturas derrama suas fortes e altas inundações, mas quem se faz inundar por suas inundações de luz, de graça, de amor, de santidade e de felicidade que possui? Nenhum, que ingratidão, receber a torrentes seus bens e não tomá-los, passar por cima, talvez só banhar-
se, mas não fazer-se afogar pelos bens de minha Vontade Divina, que dor! E eu olho toda a terra para ver quem toma as inundações d’Ela, e encontro só a pequena filha do meu Querer que recebe estas inundações, que se afoga nela e se faz transportar onde quer, ficando em seu seio em poder de suas altíssimas ondas. Não há espetáculo mais belo, cena mais comovente que ver a pequenez da criatura em poder destas ondas: agora se vê em poder das ondas de luz e como sepultada dentro, ora afogada pelo amor, ora investida e embelezada pela santidade; que prazer em vê-la e por isso Eu desci do Céu para gozar estas cenas arrebatadoras de sua pequenez levada por seus braços nas inundações de meu eterno Querer, e você diz que meu amor por você diminuiu? Tu estás errada, deves saber que teu Jesus é fiel no amor, e como te vê sob as ondas de minha Vontade, te ama sempre mais”.

(3) Dito isto desapareceu e eu fiquei toda abandonada nas ondas do Fiat Divino, e meu amável Jesus voltando acrescentou:

(4) “Minha filha, minha Vontade possui a unidade, e quem vive nela vive nesta unidade, mas você sabe o que significa unidade? Significa um, este um que pode abraçar tudo e todos, pode dar tudo, porque tudo encerra. A minha Divina Vontade possui a unidade do amor e de todos os amores
unidos, possui a unidade da santidade e encerra todas as santidades, possui a unidade da beleza e encerra em si tudo o que é belo, possível e imaginável, em suma, encerra unidade de luz, de poder, de bondade, de sabedoria; a verdadeira e perfeita unidade, enquanto é uma, deve possuir
tudo, e este tudo, tudo de uma força igual, tudo imenso e infinito, eterno, sem princípio e sem fim; portanto quem vive nela vive nas ondas imensas e altíssimas que possui, de modo que a alma sente o império da força única de luz, de santidade, de amor, etc., portanto, nesta força única tudo para ela é luz, tudo se muda em santidade, amor, poder, e todas lhe trazem o conhecimento da sabedoria desta unidade. Por isso, viver nela é o maior milagre e o perfeito desenvolvimento da Vida Divina na criatura. A palavra unidade significa tudo, e a alma tudo toma vivendo nela”.

(5) Depois disto seguia meu giro nos atos do Fiat Divino, e chegando aos mares de minha Mãe Celestial que havia feito na unidade Dele, pensava em mim: “Minha Soberana Mamãe não teve interesse de conseguir o reino do Querer Divino, porque se o tivesse, nesta unidade em que Ela vivia, assim como obteve o reino da Redenção teria obtido o da Vontade Divina”. E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:
(6) “Minha filha, em nossa Mãe Rainha, parece que todo seu interesse foi pelo reino da Redenção, mas não é verdade, a parte externa foi aquela, mas o interior foi todo para o reino de minha Divina Vontade, porque Ela, que sabia que este daria todo o valor e a glória completa ao seu Criador, e o bem máximo e completo às criaturas, não podia fazer menos que pedir o reino do eterno Fiat, aliás, Ela com a obtenção da Redenção lançou os fundamentos do reino da minha Vontade, pode-se dizer que preparou os materiais dele; é necessário que se façam as coisas menores para obter as
maiores, e por isso devo dar primeiro o campo à Redenção, como para construir o edifício do reino do Fiat Divino. Se um reino não está formado, como pode um rei dizer que tem seu reino e que domina nele? Muito mais que a Soberana do Céu é única e está sozinha na glória na Pátria
Celestial, porque é a única que formou toda sua vida em minha Vontade, e uma mãe ama e quer que seus filhos possuam a mesma glória, e Ela no Céu não pode comunicar toda sua glória, grandeza e soberania que possui, porque não encontra quem tenha feito sua mesma vida contínua na mesma Vontade Divina, por isso suspira os filhos do reino dela, para poder refletir toda sua glória neles e poder dizer: Tenho meus filhos que me igualam em minha glória, agora estou mais feliz, porque a minha glória é a mesma glória dos meus filhos’. A felicidade de uma mãe é mais a
dos filhos que a própria, muito mais para a Mãe Celestial, que em meu Divino Querer concebeu mais que mãe a todos os redimidos e formou a mesma vida dos filhos de minha Vontade Divina”.

 

24-8
Abril 22, 1928
Quando não se presta atenção às verdades, aborta-se a luz delas. O amor da Soberana Rainha está difundido em tudo o que foi criado, porque o Fiat o estendia por toda parte. Males do querer humano.

(1) Continuo o meu abandono no Querer Divino, com o rasgo quase contínuo da privação do meu doce Jesus. Em minha pobre mente sentia correr o mar de luz do Fiat, que me parecia que queria dizer alguma verdade concernente a Ele, e eu, era tanta a pena que sentia pela privação de Jesus,
que não prestava atenção à luz que queria falar comigo, e o meu amado Jesus, movendo-se dentro de mim e abraçando-me nos seus braços, disse-me:
(2) “Minha filha, quando a luz de meu Fiat quer manifestar-se e a alma não lhe presta atenção, o parto que Ele quer pôr fora para comunicá-lo às criaturas fica abortado, e não recebem a vida de nosso parto de luz, e se você soubesse o que significa fazer abortar nossa luz! Deves saber que
quando o nosso Fiat quer manifestar uma verdade, põe em atividade todo o nosso Ser, e regurgitando de amor, de luz, de potência, de sabedoria, de beleza e bondade, forma o parto da verdade que quer pôr fora, e como todas as nossas qualidades se põem em ato de surgir, não podemos contê-lo e transbordamos fora nosso parto para fazer dom dele à criatura, e se ela não lhe presta atenção, faz abortar nosso amor, nossa luz, faz abortar nossa potência, sabedoria, beleza e bondade, faz com que morram no momento do nascimento e ela perde nosso amado parto e não recebe nossa Vida que por meio da verdade queríamos dar-lhe, e Nós ficamos com a dor de ter abortado e sentimos reentrar em Nós o bem que queríamos dar às criaturas, porque se a criatura aborta perde o parto, em vez disso Nós não o perdemos, mas reentra em Nós, é para a criatura que fica abortada. Por isso seja atenta quando sentir que o mar de luz de meu Fiat forma suas ondas para transbordar fora, para tirar o parto de suas verdades”.
(3) Depois disto sentia que não era boa para nada e rogava à Soberana Rainha que viesse em minha ajuda, que me emprestasse seu amor para poder amar com seu amor de Mãe a meu doce Jesus, e Ele acrescentou:

(4) “Minha filha, o amor da Soberana Celestial está difundido em tudo o que criou, porque aquele Fiat que só ao se pronunciar havia posto em todo o universo tanta variedade de nossas obras e lhes havia dado a vida, habitava nela; seu amor e todos seus atos os fazia no Fiat Divino, o qual, não sabendo fazer coisas pequenas, mas grandes e sem limites, na sua coragem infinita difundia o amor e todos os atos da Mãe Celestial no céu, nas estrelas, no sol, no vento, no mar, onde queira e em cada coisa; o seu amor está difundido por toda a parte, suas ações estão em toda parte, porque o meu Fiat, onde quer que os difundia e animava tudo com o amor e atos dela; nem Eu teria ficado contente nem me sentiria amado e honrado se não encontrasse em todas as coisas, até debaixo da terra, o amor e a glória que me dava minha Mãe, teria sido um amor quebrado, a intervalos e uma glória dividida se não a encontrasse em toda a Criação, muito mais que em todas as coisas a tinha amado, era justo que em tudo encontrasse difundido seu amor e sempre em ato de me amar e me glorificar, Eu não poderia ter quebrado em Mim um amor despedaçado, que não corresse junto Comigo em qualquer lugar, e portanto não poderia ter me trazido do Céu à terra na estreita prisão de seu seio materno. Suas cadeias de amor foram tantas por quantas coisas criei, de modo que Eu desci do Céu como um rei, todo cercado e cercado pelas correntes de amor da Rainha do Céu, e se seu amor chegou a tanto, deve-o ao meu Fiat Divino, que reinando nela como soberano, sequestrava seu amor em meu Querer e o alargava por toda parte, e todos os atos d’Ela recebiam as tintas dos atos divinos. Por isso, se queres o amor da Mamãe Rainha, faz com que o
meu Fiat te domine, difunde o teu amor e toda tu mesma nele, a fim de que o meu Fiat arrebata o teu pequeno amor e tudo o que tu fazes, o alargue e levando-o a onde quer que Ele se encontre, que é por toda parte, encontre unido ao amor de minha Mãe teu amor e me darás a alegria de que
a pequena filha de meu Querer não me dê um amor quebrado e dividido, senão amor em todas as coisas e por toda parte”.

(5) Depois pensava em mim: “Mas que mal faz a criatura quando faz a vontade humana?” E Jesus acrescentou :
(6) “Minha filha, o mal é grande, minha Vontade é luz e a humana é trevas; a minha é santidade, e o querer humano é pecado; a minha é beleza e contém todo bem, a humana é feia e contém todo mal; assim que a alma ao não fazer minha Vontade faz morrer a luz, dá morte à santidade, à beleza e a todos os bens, e ao fazer a sua faz nascer as trevas, dá a vida ao pecado, à feiura e a todos os males; no entanto, para as criaturas parece nada fazer a própria vontade, enquanto se formam um abismo de males que as leva ao precipício; e além disso, parece-te nada que enquanto minha Vontade lhes leva sua luz, sua santidade, sua beleza e todos seus bens, só porque ama estas criaturas, receba a afronta de ver morrer nelas sua luz, sua santidade, sua beleza e todos seus bens? Minha humanidade sentiu tanto esta morte que o querer humano dava à luz, à
santidade de seu Querer nelas, que se pode dizer que foi a verdadeira morte que sentiu, porque sentiu o rasgo e o peso de uma morte de uma luz e uma santidade infinita, que a criatura tinha ousado destruir nela, e a minha humanidade gemia e sentia-se destroçada por tantas mortes quantas vezes tinham ousado dar morte nelas à luz e santidade do meu Querer Divino. Que mal não fariam à natureza se fizessem morrer a luz do sol, o vento que purifica, o ar que respiram?

Haveria tal desordem, que todas as criaturas morreriam. Não obstante a luz de minha Vontade é mais que sol para as almas, vento que purifica, ar que forma a respiração delas, assim que da desordem que poderia acontecer se pudessem fazer morrer a luz do sol, o vento e o ar, você pode
entender o mal que acontece ao não fazer minha adorável Vontade, ato de vida primária e centro de todas as criaturas”.

25-8
Novembro 14, 1928

Assim como a criatura possui a unidade humana, quem vive no Querer Divino possui a unidade divina. Quem faz a Divina Vontade se torna mãe.

(1) Sinto-me toda abandonada no santo Querer Divino e apesar das privações de Jesus, minha pobre mente é levada por uma força irresistível a seguir seus atos. Creio que seja a mesma Divina Vontade que tendo subjugado a minha, faz seu curso chamando a todos seus atos, como se em
ato os estivesse fazendo, e eu, seguindo-a em seus atos, pensava nos primeiros tempos da Criação, quando tudo era felicidade no homem, e que estando na Vontade do seu Criador vivia na sua unidade, na qual tudo podia receber e tudo podia dar ao Ente Supremo, unidade significa tudo.
Mas enquanto pensava assim, o meu doce Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, Nós criamos o homem com a nossa semelhança, por isso também ele possui sua unidade humana. Por isso se fala, se age, se caminha e outras coisas, podem chamar-se os efeitos de sua unidade, porque uma é sua vontade, uma sua cabeça da qual todos seus atos dependem, por isso se pode dizer que é a força da unidade de sua vontade que fala, que age, que caminha, como efeitos dela; se o homem não tivesse esta unidade, todos seus atos estariam em contradição entre eles. Acontece como ao sol, desde a altura de sua esfera, um é seu ato de luz, e como possui a unidade da luz, dada a ele por seu Criador, enquanto é um só ato, seus efeitos de luz são inumeráveis. Agora, para quem faz e vive em minha Divina Vontade cessa o querer humano, sua  vida termina, não tem mais razão de existir, porque começa a vida da unidade da minha, e assim como a minha é um só ato e tudo o que criou ou pode fazer, podem-se chamar os efeitos deste ato só, por isso a alma vivendo nesta unidade do meu Querer Divino como em seu próprio centro, encontra-se em todos os efeitos do ato único Dele, e oh! Como é belo ver esta criatura em todos os efeitos que sabe e pode produzir nossa Vontade; ela corre na luz do sol como efeito de nosso Querer, no céu, no mar, no vento, em tudo, corre como a vontade humana corre em todos os atos humanos e como a luz do sol corre em todos os seus efeitos, assim a alma corre no Fiat em todos
os efeitos que Ele possui e produz. Eis por que viver em nosso Querer é o maior prodígio, e se nossa Divindade quisesse fazer algo maior, não poderia, nem encontraria outra coisa maior, mais prodigiosa, mais potente, mais bela, mais feliz, que nosso Querer para poder dar à criatura, porque
com o dar nossa Divina Vontade damos tudo, e o seu poder faz eco no fundo da alma e forma-nos as nossas imagens mais belas, e o eco da pequenez humana faz um só com o nosso, de modo que unindo-se ao nosso primeiro ato, corre e se difunde em todos os efeitos que produz o ato único de Deus”.

(3) Depois disto o meu amável Jesus fazia-se ver como pequeno menino, o qual pondo os braços ao meu pescoço me disse:

(4) “Minha mãe, minha mãe; quem faz a minha Divina Vontade se torna mãe, meu Fiat Divino a embeleza, a transforma e a torna fecunda, de tal modo de dar-lhe todas as qualidades para ser verdadeira mãe; e Eu me vou formando esta mãe com os reflexos do Sol do Querer Divino, e me glorio e tomo tanto gosto em chamá-la mamãe minha, minha mãe. E não só a escolho por minha mãe, senão que chamo a tantos outros pequeninos e lhes dou a minha mãe por mãe deles”.

(5) E enquanto dizia isto, fazia-me ver em torno de mim tantos meninos e meninas, e o menino Jesus dizia-lhes: “Esta é a minha mãe e a vossa”. Aqueles pequenos faziam festa e se estreitavam todos a meu redor junto com Jesus, e Jesus continuou:

(6) “Estes pequenos que você vê não são outra coisa que o primeiro grupo de filhos do meu Querer Divino, n’Ele todos serão pequenos, porque minha Divina Vontade tem virtude de conservá-los frescos e belos como saíram de nossas mãos criadoras, e como chamou a tua pequenez a viver
n’Ela, é justo que como primeira seja a pequena mamãe dos pequenos meninos”.

26-8
Maio 12, 1929

Quem vive no Fiat Divino é o narrador das obras divinas. A Ascensão. Causa pela qual não deixou o reino da Divina Vontade sobre a terra.

(1) Continuando meu habitual abandono no Fiat Divino, estava seguindo os atos d‟Ele na Criação, parecia-me que unindo-me a seus atos, hora fazia um ato de luz, hora um ato de imensidão, hora um ato de potência, e assim por diante. Mas enquanto isso fazia, meu sempre amável Jesus
movendo-se em meu interior me disse:

(2) “Minha filha, quem vive em minha Divina Vontade e segue seus atos, é a narradora de todas nossas obras. Então, à medida que você gira no sol para repetir junto com a minha Vontade o que fiz ao criar o sol, você nos faz a narração da história da sua luz, e o Ente Supremo ao ouvir repetir por você toda a história do sol, o que encerra, o bem que faz, sente-se dar toda a glória de sua luz, e como a luz brilha sobre todas as coisas, investe tudo, enche o ar, assim ouve o teu eco próximo e distante, no baixo e na altura dos céus, e sussurrando ao nosso ouvido nos fazes a narração da
luz, e nos glorifica tanto, que nos dás um sol de glória; oh, como ficamos felicitados por parte da criatura por ter criado um astro tão benéfico para toda a terra. Como não amar a quem vive em nosso Fiat Divino? Ela recolhe todas as nossas qualidades e felicidades espalhadas em tudo o que
é criado, e hora nos faz a narração do céu e nos conta a história de sua imensidão, e nos dá a glória do céu inteiro; hora nos diz a história do mar, e murmura junto com as águas: „Amor e glória de todo o mar ao meu Criador. Hora nos conta a história da terra florida, e todas as plantas e flores
elevam seu perfume e nos dá a glória de toda a terra. Hora nos faz a narração da história do vento, hora do ar, hora do passarinho que canta, hora do cordeiro que bale, em suma, tem sempre coisas para nos contar das tantas coisas que fizemos na Criação, para nos dar o amor e a glória que
tivemos ao criá-la. Oh! Como é doce e gratificante ouvir-te fazer a narração de nossas obras, nos sentimos duplicar o amor, nossa glória; muito mais que, quem nos faz a narração vive em nosso Querer, o qual, instruindo-a faz-lhe dizer os segredos amorosos que há em todas as coisas criadas”.

(3) Dito isto fez silêncio. Depois, como se não pudesse conter o amor do seu coração divino, acrescentou:

(4) “Filha amada minha, tu és a minha esperança, a esperança do reino de minha Divina Vontade sobre a terra, aquela esperança que não diz dúvida, mas certeza, porque já em ti encontra seu reino; teus modos, tuas prerrogativas, tuas narrações, tudo pertence a meu Fiat Divino, em ti estão seus fundamentos, seus conhecimentos, por isso espero que seu reino se formará e se divulgará sobre a terra”.

(5) Depois disto estava pensando quando Nosso Senhor subiu ao Céu, glorioso e triunfante, com sua Humanidade não mais humilhada, sujeita às penas, com a divisa de Adão caído, mas sim intangível de toda pena, com a divisa do novo Adão inocente, com todas as prerrogativas mais belas da Criação, vestido de luz e imortal. Mas enquanto pensava nisso, o meu dulcíssimo Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(6) “Minha filha, minha Humanidade refugiou em si, e sobre si mesma todos os males da humanidade caída, até morrer, para dar-lhe virtude de fazê-la ressurgir da morte à qual estava sujeita. Eis a causa pela qual não deixei o reino da minha Vontade Divina sobre a terra, porque faltava a humanidade do Adão inocente, gloriosa e imortal para poder impetrá-lo e receber o grande dom do meu Fiat. Por isso era necessário a minha Humanidade primeiro refazer a  humanidade caída e dar-lhe todos os remédios para levantá-la, depois morrer e ressurgir com os dotes do Adão inocente para poder dar ao homem o que perdeu. Não só isso, mas quis subir ao Céu com minha bela humanidade, vestida de luz como saiu de nossas mãos criadoras, para dizer ao Pai Celestial: „Pai meu, vê como a minha Humanidade está refeita, como o reino da nossa Vontade está seguro nela, sou Eu a cabeça de todos, e quem te suplica tem todos os direitos de pedir e de dar o que Eu possuo.’ Minha filha, se necessitava uma humanidade inocente, com todas as habilidades com as quais saiu de nossas mãos criadoras para conseguir de novo o reino de nossa Vontade em meio às criaturas, que até então faltava, e Eu o adquiri com minha morte, e subi ao Céu para cumprir, depois de meu primeiro trabalho, o segundo trabalho meu de impor e dar o reino de minha Divina Vontade sobre a terra. São cerca de dois mil anos que esta minha Humanidade roga, e nossa Majestade Divina, sentindo-se regurgitar de novo, antes, com mais intensidade o amor da Criação que tivemos ao criar o homem, e sentindo-se arrebatado e fascinado pela beleza de minha Humanidade, transbordou fora de novo, e abrindo os Céus fez chover a torrentes a chuva de luz dos tantos conhecimentos sobre meu Fiat, a fim de que como chuva desça sobre as almas, e com sua luz vivifique e cure ao querer humano, e transformando-o, lança a raiz de minha Vontade nos corações, e aí estende seu reino sobre a terra. Para vir o meu reino sobre a Terra, primeiro devia fazê-lo conhecer, devia fazer saber que quer vir a reinar, e Eu, como um irmão maior da família humana, estou fazendo todas as diligências necessárias no Céu junto à Divindade, para lhe dar uma aquisição tão grande. Por isso era necessário que Eu subisse ao Céu com minha Humanidade glorificada, para poder readquirir de novo o reino de meu Fiat para meus irmãos e filhos”.

27-8
Outubro 21, 1929

Comparação entre a vinda do Verbo à terra e a Divina Vontade.

(1) Sentia-me pensativa sobre o Fiat Divino, milhares de pensamentos se amontoavam na mente do que meu doce Jesus me havia dito sobre Ele, especialmente sobre seu reinar, e dizia em mim:
“Mas agora reina sobre a terra a Divina Vontade? É verdade que se encontra por toda parte, não há ponto onde não exista, mas tem seu cetro, seu absoluto domínio entre as criaturas?” E enquanto minha mente se perdia em tantos pensamentos, meu amável Jesus saindo de dentro de
mim me disse:
(2) “Minha filha, minha Divina Vontade reina. Ela se compara a Mim, Verbo Eterno, que descendo do Céu me encerrei no seio de minha Mãe Celestial; quem sabia algo? Ninguém, nem mesmo São José sabia, no início da minha Concepção, que Eu já estava no meio deles, só a minha inseparável mãe estava a par de tudo. Assim, o grande presságio do meu Céu à Terra tinha realmente acontecido, e enquanto com a minha Imensidão existia por toda parte, Céus e Terra estavam imersos em Mim, com a minha pessoa estava encerrado no seio materno da Imaculada Rainha, Ninguém me conhecia, era ignorado por todos. Eis, minha filha, o primeiro ponto de comparação entre Eu, Verbo Divino, quando desci do Céu, e minha Divina Vontade que faz seu primeiro passo para vir a reinar sobre a terra. Assim como eu dei os meus primeiros passos para a Virgem Mãe, assim Ela dá os seus primeiros passos em ti, e como te pediu o teu querer e tu o cedeste, formou subitamente seu ato primeiro de concepção em tua alma, e conforme te manifestava seus conhecimentos dando-te como tantos goles divinos, formava sua Vida e dava início à formação de
seu reino. Mas durante tanto tempo, quem sabia de alguma coisa?

Ninguém, só eu e tu estávamos a par de tudo, e depois de algum tempo esteve atualizado o meu representante do que acontecia em ti, aquele que te dirigia, símbolo do meu representante São José que devia figurar como meu pai diante das criaturas, que, antes que eu saísse do ventre materno, teve a grande honra e o dom de saber que Eu já estava no meio deles.
(3) Depois dos primeiros passos fiz o segundo: Fui a Belém para nascer, fui reconhecido e visitado pelos pastores daquele lugar, mas não eram pessoas influentes, ficaram com a bela notícia que Eu já tinha vindo à terra, então eles não se preocuparam em fazer-me conhecer, me divulgar por toda parte, e eu continuei a ser o Jesus escondido e ignorado por todos, mas por quão ignorado Eu já estava no meio deles; isto é símbolo da minha Divina Vontade: Frequentemente vieram a ti, de longe e de perto outros representantes meus, os quais ouviram a bela notícia do reino de minha
Divina Vontade, seus conhecimentos e como quer ser reconhecida, mas quem por falta de influência, e quem por vontade, não se ocuparam em divulgá-la e ficou desconhecida e ignorada, apesar de que já existe no meio deles, mas como não é conhecida não reina, reina só em ti, assim
como Eu estava sozinho com minha Mãe Celestial e com meu pai adotivo São José.

(4) O terceiro passo da minha vinda sobre a terra, o exílio, e neste me tocou que os santos magos vieram visitar-me, os quais fizeram um pouco de rumor ao me buscar; esta busca de Mim deu temor a Herodes, e em vez de unir-se para vir a me encontrar, queria tramar contra minha Vida
para assassinar-me, e Eu fui obrigado a exilar-me. Símbolo de minha Divina Vontade, frequentemente parece que fazem rumor, que a querem fazer conhecer ao publicá-la, mas o que?
Quem é presa do temor, quem teme comprometer-se, quem não aceita o sacrifício, hora com um pretexto e hora com outro, tudo termina em palavras, e minha Divina Vontade fica exilada em meio às criaturas. E assim como não fui para o Céu, mas fiquei no exílio entre as criaturas, só com
minha Divina Mãe e com São José que me conheciam muito bem e formava seu paraíso na terra, para os demais era como se não existisse, assim meu Fiat, tendo formado em ti sua Vida com todo o cortejo de seus conhecimentos, se não recebe os efeitos, a finalidade pela qual se fez conhecer,
como pode partir? Porque Nós quando decidimos fazer uma obra, um bem, não há quem nos afaste, assim que apesar do exílio e de seu se esconder, como fiz Eu, que depois de trinta anos de Vida oculta fiz minha Vida pública e me fiz conhecer, assim meu Querer Divino não poderá ficar
sempre escondido, mas terá a sua tentativa de se fazer conhecer para reinar no meio das criaturas.
Por isso sê atenta e aprecia o grande dom de minha Divina Vontade em tua alma”.

28-8
Abril 12, 1930

Os atos feitos no Querer Divino são muros de luz em torno de Jesus. O sol, semeador de amor de seu Criador. O Sol da Divina Vontade forma seu Sol na criatura, e faz de semeador divino.

(1) Meu abandono no Fiat continua, e seguindo seus atos estava pensando e acompanhando as penas amarguíssimas de meu doce Jesus, e dizia em mim: “Oh, como gostaria de defender e impedir que Jesus recebesse novas ofensas!” E Ele, movendo-se dentro de mim e apertando-me
nos seus braços, disse-me:

(2) “Minha filha, se me queres defender de modo que as ofensas não cheguem a Mim, repara-me em minha Divina Vontade, porque conforme tu reparas n’Ela formarás um muro de luz em torno de Mim, e se me ofendem, as ofensas ficarão por fora deste muro de luz, não entrarão, e Eu me
sentirei defendido por este muro de luz, ou seja, por minha própria Vontade e estarei seguro. Então o teu amor no meu Querer Divino me formará muro de amor, de luz; a tua adoração, as tuas reparações me formarão muro de luz, de adorações e de reparações, de modo que o desamor, os
desprezos das criaturas não chegarão a Mim, mas sim ficarão fora destes muros, e se os sentirei, os sentirei como de longe, porque a minha filha me circundou pelo muro impenetrável da minha Divina Vontade. Minha filha, o amor, as reparações, as orações fora de meu Fiat são apenas
gotinhas, em troca em minha Divina Vontade, as mesmas coisas, os mesmos atos, são mares, muros altíssimos, rios intermináveis; tal qual é minha Vontade imensa, assim se torna os atos da criatura”.

(3) Depois seguia o Fiat Supremo na Criação, e minha mente perdia-se em compreender o ato contínuo dele para com as criaturas, que por meio das coisas criadas, ou diretamente nos leva como em braços para ser nosso movimento, o respiro, o batimento, nossa vida. Oh, se as criaturas
pudessem ver o que faz esta Divina Vontade por nós, como a amariam e se deixariam dominar por Ela. Mas, ai de mim! Enquanto somos inseparáveis da Divina Vontade, tudo nos vem por seu meio, é mais que nossa própria vida, não se reconhece, não se olha e se vive como se estivéssemos distantes dela. Depois, enquanto girava na Criação, o meu amado Jesus, saindo de dentro de mim, disse-me:

(4) “Minha filha, todas as coisas criadas dizem amor, mas o sol, que com a sua luz e calor tem a supremacia sobre tudo, é o semeador do meu amor. Assim que a manhã começa a semear o amor; sua luz e seu calor investem a terra, e conforme passa de flor em flor, com seu puro toque de luz
semeia a diversidade das cores e dos perfumes, e derrama a semente do amor, das diversas qualidades divinas e de seus perfumes amorosos; conforme passa de planta em planta, de árvore em árvore, assim com seu beijo de luz verte, onde a semente da doçura do amor divino, onde a
diversidade de nossos gostos amorosos, onde a substância do amor divino, em suma, não há planta, flor, grama, que não receba a semente de nosso amor que lhe leva o sol, pode-se dizer que passa seu dia semeando amor e irradiando toda a terra, montes e mares com sua luz, semeia onde quer o amor da luz eterna de seu Criador. Mas você sabe o porquê esta semeadura contínua, jamais interrompida que faz o sol de nosso amor sobre a face da terra, e em tantos modos? Talvez pela terra? Pelas plantas? Ah, não, não, tudo pelas criaturas! Oh sim, por amor delas e para ter a
correspondência do amor delas! E oh! como ficamos feridos e amargurados quando vemos que as criaturas se servem das flores, frutos e todas as coisas sem reconhecer que em tudo o que toma está a semente do nosso amor, que por meio do sol derramamos sobre cada coisa criada. E a
tanto amor nos nega um te amo”.
(5) Disse isto fez silêncio. Eu fiquei aflita diante de tanta dor de Jesus e continuava meus atos no Fiat Divino, e Jesus acrescentou:
(6) “Minha filha, o sol, embora incansável em fazer de semeador de nosso amor sobre a terra, no pôr do sol, ao retirar-se para formar o dia a outras regiões, parece que dá a paz à terra, dando-lhe a liberdade de produzir ou não produzir a semente que semeou, reservando-se o novo assalto da
semeadura de amor. Em troca o Sol de minha Divina Vontade não deixa jamais a alma, nela põe seus reflexos, e com sua luz, mais que sol faz de semeador divino, com seus reflexos forma seu Sol na criatura. Por isso, para quem vive em meu Querer Divino não há noites, nem pores do sol,
nem alvorada, nem aurora, mas sim sempre pleno dia, porque sua luz se dá em natureza à criatura, e o que é natureza fica como propriedade. Muito mais que o Sol da minha Divina Vontade possui a fonte da luz, e quantos Sóis quer formar, tantos forma. Mas com tudo isto, apesar de que
para quem vive em meu Querer possui seu Sol sem jamais retirar-se, o Sol de meu Fiat tem sempre para dar nova luz e calor, nova doçura, novos gostos, nova beleza, e a alma tem sempre que tomar, não há pausas como com o sol que está sob a abóbada do céu, porque não possuindo
a fonte da luz não pode formar tantos sóis quanto a terra gira em torno dele. Mas para o Sol de meu Querer Divino que possui a fonte, sua luz bate sempre, e chamando a criatura a contínuo trabalho com Ele, dá-lhe sempre seu ato novo, jamais interrompido”.

29-8
Março 23, 1931
Sentir a própria vontade é uma coisa, querê-la é outra. O mais belo repouso que quer dar a Divina Vontade. Atos triplos no ato da criatura.

(1) Meu abandono no Querer Divino continua, mas são tais e tantas as circunstâncias em que atualmente me encontro, que minha pobre vontade humana gostaria de como sair de todas as partes de meu ser para ter algum ato de vida, e eu sinto todo o peso enorme, sinto-me esmagada,
esmagada sob o meu querer humano, oh! Como é verdade que é o mais cruel tirano. Jesus meu ajuda-me, não me abandones, não me deixes em poder de minha vontade, se Tu queres podes, põe-na sob o doce império de tua Divina Vontade. E meu amado Jesus fazendo-se ver e ouvir me
disse:
(2) “Minha filha, ânimo, não te preocupes tanto, sentir o peso da própria vontade diz nada, é uma pena mais dolorosa que todas as outras penas, e se você tivesse querido não seria mais pena, senão que a pena se mudaria em satisfação; sentir é uma coisa, querer é outra, por isso tire o pensamento de que sempre comete pecados porque sente sua vontade. Por isso não temas, Eu estou te olhando, e quando vejo que ela quer a vida em tuas coisas, Eu te dou a pena para fazê-la morrer de pena, por isso confie em teu Jesus, porque o que te faz mais mal é a desconfiança, ah! É
sempre ela que me faz inquietar as almas, mesmo quando as tenho estreitadas em meus braços. E além disso, esta pena de sentir o peso da vontade humana, oh! Quanto a sentiu mais ao vivo teu Jesus, me durou toda a vida, por isso a minha e a tua vamos uni-las, e oferecê-las pelo triunfo da minha vontade nas almas. Faça tudo a um lado e venha repousar em minha Divina Vontade, Ela com todo amor te espera no centro de meu coração para te amar, e o mais belo amor que quer te dar é o repouso nas penas que você sofre, oh! Como é doce e refrescante ver repousar a nossa filha que amamos e nos ama, e enquanto repousa quer fazer chover sobre ti o orvalho celestial da luz de minha Divina Vontade; Ela na unidade de sua luz faz sempre um ato, não cessa jamais de fazê-lo, e um ato só pode ser chamado completo quando não está sujeito a interrupções, este ato nunca interrompido diz tudo, abraça, ama a todos; desde a altura em que este ato jamais diz basta, faz sair uma infinidade de efeitos, que o faz ter como em um punho céu e terra, e comunica às criaturas o orvalho celestial dos efeitos de sua santidade, de seu amor e de sua Vida Divina, mas estes efeitos para as criaturas se convertem em atos, de modo que sente em si o ato da Vida Divina, da luz, da santidade, do amor, e a criatura que vive em minha Vontade deles forma sua vida, seu alimento, e cresce sob a chuva do orvalho celestial, do ato único de seu Criador.

E estes efeitos mudados em atos na criatura, formam o seu pequeno sol, que com seus pequenos reflexos diz: Amor, glória, honra contínua a quem me criou. Assim que o Sol Divino e o sol formado por minha Vontade Divina na criatura se encontram continuamente, se ferem, se transforma o pequeno sol no imenso Sol do Eterno e formam vida juntos, amando-se com amor recíproco e jamais interrompido. Este amor contínuo embriaga e adormece ao querer humano, e dá o mais belo repouso à criatura”.

(3) Depois disto continuava meus atos na Divina Vontade, e compreendia como quando nos dispomos a fazer um ato, o Querer Divino antes que nós façamos o ato põe seu ato primeiro para dar a vida do ato na criatura; e meu doce Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, em cada ato de criatura há um ato triplo: Primeiro forma o ato a força criadora; a criatura sobre o ato da força criadora forma o ato de seu amor obrante, que vem alimentado pela força criadora, e segundo a intensidade do amor da criatura, sua prolixidade, o bem, o valor, que
contém seu ato, assim recebe mais ou menos alimento do ato da força criadora, porque não há gosto e deleite para Deus, mais belo e grato, que alimentar os atos da criatura, e isto porque vendo do nosso no ato humano, nos sentimos donos, reconhecidos por eles, sentimo-los unidos, não os
filhos distantes mas próximos, mais do que encantados com Nós, que como tantos filhos nos fazem coroa, que justamente querem do nosso, e Nós com todo amor, de boa vontade damos nosso alimento aos atos deles, muito mais que alimentados por Nós crescerão como nobres filhos dignos de seu Pai Celestial. Agora, ao ato da força criadora e ao ato do amor obrante da criatura, segue-se o ato do amor de cumprimento; cada ato não se poderia dizer completo, nem dar-lhe o justo valor, se faltasse uma vírgula, um ponto, uma pincelada qualquer; um trabalho se não for completo não só você não pode dar a coragem, mas você não pode resgatar honra e glória. Então, depois do amor obrante surge o amor de reconhecimento, de agradecimento e de dar a Deus o que é de Deus, a criatura recebeu de Deus o ato primeiro de seu agir, seguiu-o com seu amor obrante, mas
alimentada por Deus a completa com um amor maior, a dar a Deus o que de Deus teve princípio.

Este é o último ponto e a mais bela pincelada do ato da criatura, ao qual o próprio Deus dá sua apreciação divina e se sente honrado e glorificado do pequeno dom recebido. E em virtude disto, dá outras ocasiões de fazer outros atos à criatura para tê-la sempre junto e em contínua correspondência”.