Estudo 46 Mistica Cidade de Deus – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina VontadeMistica Cidade de Deus
Estudo 46 Mistica Cidade de Deus – Escola da Divina Vontade
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ESTUDO 46 VIDA INTIMA

CAPÍTULO 16
PROSSEGUE A NARRAÇÃO DA INFÂNCIA DE MARIA  SANTÍSSIMA NO TEMPLO ; O SENHOR PREVINE-A PARA
O SOFRIMENTO; A MORTE DE S EU PAI SÃO JOAQUIM.
Crescimento de Maria
660. Havíamos deixado nossa soberana princesa, Maria Santíssima no
templo pelos três anos de idade. Desviamonos do assunto para dar alguma notícia das
virtudes, dons e revelações divinas que, ainda menina na idade, mas adulta em suma sabedoria, recebia do Altíssimo e
exercitava em suas faculdades.
Crescia a Menina Santíssima em idade e graça diante de Deus e dos homens,
mas em tal proporção que sempre a devoção ultrapassava a natureza. A graça nunca
lhe foi medida pela idade, mas sim pela divina vontade, e pelos altos fins aos quais
a destinava a impetuosa corrente da divindade, que se ia represar e descansar nesta
cidade de Deus.
Prosseguia o Altíssimo concedendo-lhe dons e favores, renovando continuamente as maravilhas de
seu poderoso braço, como se Ele existisse unicamente para Ela. Correspondia Sua Alteza
naquela tenra idade, enchendo o coração do Senhor de tão perfeito agrado, que aos
santos anjos do céu causava grande admiração. Presenciavam os espíritos celestiais
certa porfia e admirável competição entre o Altíssimo e a Princesa Menina. Para enriquecê-la, o poder divino tirava, cada dia, de
seus tesouros, novos e antigos benefícios (Mt 13,52), reservados só para Ela.
Nessa terra abençoada não se perdia a semente da palavra eterna. Seus
dons e favores não davam apenas cento por um (Lc 8,8) como no maior dos santos,
mas com admiração do céu, uma tenra menina excedia em amor, agradecimento,
louvor e todas as virtudes possíveis, aos mais elevados e ardentes serafins. Não
passava tempo, lugar, ocasião ou ato nos quais não praticasse o supremo, então
possível, da perfeição.

Maria e a Leitura da Bíblia

661. Nos primeiros anos de sua infância, sendo já manifesta sua capacidade para ler as Escrituras,
lia-as assiduamente. Estando cheia de sabedoria, conferia em seu coração os conhecimentos, que
pelas divinas revelações recebia, com o que nas Escrituras estava revelado para todos.
Nesta leitura e meditação, fazia contínuas e fervorosas súplicas pela redenção do gênero humano e encarnação do Verbo divino. Lia mais freqüentemente
as profecias de Isaías, Jeremias e os Salmos, por estarem mais expressos e repetidos
nestes profetas, os mistérios do Messias e da lei da graça. Além do que neles compreendia, propunha aos santos anjos questões
altíssimas e admiráveis.
Sobre o mistério da humanidade santíssima do Verbo falava com incomparável ternura, considerando que se faria
criança, nascendo de mãe virgem, criandose como os demais homens, para sofrer e
morrer por todos os filhos de Adão.

Maria meditava o mistério da Encarnação

662. Estas conferências e perguntas, respondiam-lhe os seus anjos e
serafins, iluminando-a, confirmando-a e abrasando seu ardente e virginal coração
em novas chamas do divino amor. Sempre porém, lhe ocultavam sua altíssima dignidade, mesmo quando, com humildade
profundíssima, muitas vezes Ela se oferecia por escrava do Senhor e da feliz mãe que
Ele escolheria para nascer no mundo.
Outras vezes, com admiração, perguntava aos anjos: – Príncipes e senhores meus, é possível que o Criador haja de
nascer de uma criatura, fazendo-a sua Mãe?
O Onipotente e Infinito que criou os céus e neles não cabe, há de encerrar-se no seio
de uma mulher e se vestir da limitada natureza humana? Aquele que veste de beleza
os elementos, os céus e os anjos, há de se fazer passível? É possível que de nossa
mesma natureza chegue a existir mulher tão feliz, que possa chamar Filho ao mesmo
que do nada a fez, e ouça chamar-se Mãe pelo que é incriado, e criador de todo o
universo? Oh! inaudito milagre! Se o mesmo Autor não o revelasse, como poderia a
capacidade terrena formar conceito tão magnífico? Oh! Maravilha das maravlhas! Oh! felizes os olhos que a virem ”
tempos que a merecerem! ° A estes afetos e amorosas exclamações respondiam os santos anjos ex”
pondo-lhe os mistérios divinos, exceto o que a Ela se referia.
A sua compreensão das Escrituras excedeu a dos profetas e apóstolos
663. Qualquer um dos elevados, humildes e abrasados afetos da menina
Maria eram aquele cabelo da Esposa que feria o coração de Deus (Ct 4,9) com tão
doce flecha de amor que, se não fora conveniente esperar a sua oportuna idade,
para vir a conceber e dar à luz o Verbo, não teria podido – a nosso modo de entender –
conter-se o agrado do Altíssimo, sem tomar logo nossa humanidade em suas entranhas.
Ainda que, desde sua infância, na graça e merecimentos, já tivesse capacidade, isso não aconteceu, para que melhor
fosse dissimulado c encoberto o mistério da Encarnação. A honra de sua Mãe
Santíssima estaria também mais oculta e segura, correspondendo seu virginal parto à idade natural do das outras mulheres.
Durante esta espera, entretinha  o Senhor com os afetos e agradáveis
cânticos que, a nosso modo de entender, escutava atento da Filha, Esposa e, em
breve, digna Mãe do eterno Verbo. Foram tantos e tão elevados os cânticos e salmos
compostos por nossa Rainha e Senhora que – segundo a luz que disto me foi dada
– se ficassem escritos, a santa Igreja teria maior número deles do que todos os dos
profetas e santos.
Além de compreender e dizer tudo quanto eles escreveram, Maria Puríssima
disse e entendeu tudo quanto eles não o conseguiram. Ordenou o Altíssimo que
sua Igreja militante tivesse nas escrituras dos apóstolos e profetas o necessário e
superabundante. O que revelou à sua Mãe Santíssima reservou escrito em sua mente
divina, para na Igreja triunfante manifestar o que for conveniente à glória acidental
dos bem-aventurados.

Deus condescendeu com a humildade de Maria

664. Além disso, para engrandecer sua prudentíssima humildade e deixar
aos mortais este raro exemplo de tão excelente virtude, condescendeu a divina
dignação com a vontade de Maria, Senhora nossa, que sempre quis esconder o
segredo do Rei (Tb 12, 7). E quando foi necessário revelar parte dele, para o serviço de Sua Majestade e benefício da Igreja,
procedeu Maria Santíssima com tão divina prudência que, sendo mestra, não deixou
de ser sempre humilíssima discípula.
Em sua infância, consultava os santos anjos e seguia seus conselhos. Depois do nascimento do Verbo humanado,
teve a seu Unigênito por mestre e modelo de todas as suas ações. Terminado os
mistérios de Cristo e subindo Ele ao céu, a grande Rainha do universo obedecia aos
Apóstolos, como no decurso desta História diremos.Esta foi uma das razões por que
São João Evangelista, escrevendo os mistérios desta Senhora no Apocalipse, os
encobria com tantos enigmas, o que tornou possível serem aplicados à toda a
Igreja militante e triunfante.

Deus prepara a Menina Maria para os sofrimentos

665. Determinou o Altíssimo que a plenitude de graças e virtudes da Princesa Maria antecipassem ao mais alto grau de
merecimento que ela iria alcançar, mediante árduas e magnânimas ações, no modo
possível a seus tenros anos.
Numa das suas visões divinas, disse-lhe o Senhor: – Esposa e pomba minha, amo-te com amor infinito e de ti quero
o mais agradável a meus olhos, e a plena satisfação de meus desejos. Não ignoras,
minha filha, o oculto tesouro encerrado nas provações e penalidades, que a cega
ignorância dos mortais aborrece e que meu Unigênito, quando se vestir da natureza
humana, ensinará pelo caminho da cruz, com sua doutrina e exemplo.
Deixa-la-á por herança a seus escolhidos, assim como a escolheu para si,
estabelecerá a lei da graça, alicerçando sua firmeza e excelência na humildade e paciência da cruz e sofrimentos. Assim o exige a
condição da natureza dos homens, ainda mais após o pecado que a deixou depravao
da e inclinada ao mal. É também conforme à minha equidade e providência que os
mortais conquistem a coroa da glória por meio do sofrimento e da cruz, pelos quais
meu Filho Unigênito humanado a mereceu para eles.
Por esta razão, entenderás, minha esposa, que, tendo-te escolhido para minhas delícias e havendo-te enriquecido
com meus dons, não será justo que minha graça esteja inativa em teu coração, nem
teu amor se prive de seu fruto, nem te falte a herança de meus eleitos. Assim, quero
que te prepares a padecer tribulações e penalidades por meu amor.

Maria oferece-se para tudo o que Deus quiser

666. A esta proposta do Altíssimo, respondeu a invencível Princesa Maria, com maior constância de coração
do que tiveram no mundo todos os santos mártires. Disse a Deus: – Senhor Deus meu
e Rei Altíssimo, todas minhas operações e faculdades e o mesmo ser que de Vós
recebi, dediquei a vosso beneplácito, para que em tudo seja ele cumprido ao gosto de
vossa infinita sabedoria e bondade. Se me permitis escolher alguma coisa, quero somente padecer por vosso amor até a morte.
Suplico-vos, bem meu, façais desta vossa escrava um sacrifício e holocausto
de paciência aceitável a vossos olhos.
Reconheço, Senhor e Deus poderoso e liberalíssimo, minha dívida e que nenhuma
entre todas as criaturas, vos deve tanto, nem todas reunidas estão obrigadas como
Eu sozinha, a mais incapaz para a retribuição que desejo dar à vossa magnificência.
Se, porém, aceitais por alguma paga o padecer por Vós, venha sobre mim todas as
tribulações e dores da morte. Somente peço vossa divina proteção e, prostrada ante o
trono real de Vossa Majestade infinita, vos suplico que não me desampareis.
Lembrai-vos, meu Senhor, das promessas que por nossos antigos pais e
profetas fizestes a vossos fiéis de auxiliar o justo, estar com o atribulado, consolar o
aflito e ser sua sombra e defesa no combate da provação. Verdadeiras são vossas palavras, infalíveis e certas vossas promessas
e antes faltará o céu e a terra que a realização delas. Não poderá a malícia da criatura
extinguir vossa caridade por aquele que esperar em vossa misericórdia. Faça-se em
mim vossa perfeita e santa vontade.

Deus anuncia-lhe a morte de S. Joaquim

667. Aceitou o Altíssimo este sacrifício matutino da terna esposa, a menina Maria Santíssima, e com agradável
semblante lhe disse: – És formosa em teus pensamentos, filha do príncipe, minha
pomba e dileta. Aceito teus desejos, agradáveis a meus olhos, e para satisfazê-los,
participo-te que se aproxima o tempo que determinei, para teu pai Joaquim passar da
vida terrena à imortal e eterna. Morrerá brevemente, descansará em paz e será conduzido ao limbo, onde com os santos
aguardará a redenção da estirpe humana.
Este aviso do Senhor não perturbou nem alterou o real coração da Princesa
do céu, Maria. O amor dos filhos aos pais é justo tributo da natureza. Como a Menina
Santíssima possuía este amor em toda perfeição, não podia evitar a natural dor pela
falta de seu pai São Joaquim, a quem, como filha, santamente amava.
Sentiu a tema e meiga menina Maria este doloroso afeto, compatível com
a serenidade de seu magnânimo coração.
Agindo em tudo com grandeza, na plenitude da graça e da natureza, orou fervorosamente por seu pai. Pediu ao Senhor
que, como poderoso e verdadeiro Deus, o auxiliasse na passagem de sua ditosa morte, o defendesse do demônio,
principalmente naquela hora, e o colocasse entre o número de seus eleitos, pois em
vida havia confessado e engrandecido seu santo e admirável nome. E, para mais empenhar o Senhor, ofereceu-se a fidelíssima
filha para sofrer por seu santo pai Joaquim tudo o que Deus ordenasse.

Maria envia seus anjos para assistirem a São Joaquim

668. Aceitou Sua Majestade esta petição e consolou a divina Menina, assegurando-lhe que assistiriam a seu pai, e
como misericordioso e piedoso remunerador dos que O amam e servem, o colocaria
entre os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó.
Em seguida preveniu-a novamente, para receber e padecer outros trabalhos.
Oito dias antes da morte do santo patriarca Joaquim, teve Maria Santíssima outro aviso do Senhor; declarando-lhe o dia e hora
em que morreria, como de fato sucedeu, tendo-se passado apenas seis meses depois que nossa Rainha entrara no templo.
Depois que Sua Alteza recebeu estes avisos do Senhor, pediu aos doze anjos – que disse acima eram os citados por
São João no Apocalipse, (Ap 21, 12) – assistissem a seu pai enfermo, o consolassem e confortassem, como o fizeram. Para
a última hora de seu trânsito enviou todos os de sua guarda, e pediu ao Senhor os
manifestasse a seu pai, para maior consolo seu. Em tudo acedeu o Altíssimo ao desejo
de sua eleita, única e perfeita. O grande e ditoso patriarca Joaquim viu os mil anjos
da guarda de sua filha Maria, por cujas petições e votos lhe superabundou a graça
do Todo-poderoso. Por ordem Dela disseram os anjos a São Joaquim estas palavras:
Os anjos consolam São Joaquim e revelam a dignidade de sua filha Maria

669. Homem de Deus, seja o Altíssimo e poderoso tua eterna salvação,
e do lugar santo envie o auxílio necessário e oportuno para tua alma. Maria, tua filha,
nos envia para te assistirmos, nesta hora em que vais pagar ao Criador o tributo da
morte natural. Ela é fidelíssima e poderosa intercessora tua perante o Altíssimo. Parte
deste mundo, Joaquim consolado e alegre, em nome e santa paz do Altíssimo, que te
fez pai de tão bendita filha. Por seus ocultos juízos, até agora, Ele não te manifestou
o mistério e dignidade com que investirá tua filha.

Agora, porém, quer que o conheças para o exaltares, louvares, suavizando
com o júbilo espiritual desta notícia, a natural tristeza e dor da morte. Maria, tua
filha e nossa Rainha, é a escolhida pelo braço do Onipotente, para em suas entranhas vestir de carne e dar forma humana ao
Verbo divino. Será a bem-aventurada Mãe do Messias e a bendita entre as mulheres,
superior a todas as criaturas, e inferior somente a Deus.

Tua felicíssima filha será a reparadora do que a linhagem humana perdeu
pela primeira culpa. Será o alto monte onde se há de formar e estabelecer a nova lei da
graça. Uma vez que já deixas neste mundo sua restauradora e uma filha pela qual Deus
lhe prepara o oportuno remédio, parte dele com a alma em júbilo. De Sião o Senhor te
abençoe (SI 127,5) e te constitua entre os santos, para chegares à visão e gozo da
feliz Jerusalém.

A alma de São Joaquim anuncia no limbo a proximidade da redenção

670. Quando os santos anjos dirigiram a São Joaquim essas palavras, encontrava-se presente sua esposa Sant* Ana,
assistindo à cabeceira do leito. Por divina disposição as ouviu e compreendeu. No
mesmo momento o santo patriarca perdeu a fala. Entrando pela comum vereda de
todos os mortais começou a agonizar, num maravilhoso combate, entre o júbilo de tão
alegre nova e a dor da morte.
Neste conflito, fez com as potências interiores muitos e fervorosos atos de
amor divino, fé, admiração, louvor, humildade, ação de graças e outras virtudes que
exercitou heroicamente. Absorto assim no conhecimento de tão divino mistério, chegou ao termo
da vida natural com a preciosa morte dos santos (SI 115, 15). Sua
santíssima alma foi levada pelos anjos ao limbo dos santos pais e justos.
Para novo consolo e luz da prolongada noite em que estes viviam, ordenou o
Altíssimo que a alma do santo patriarca Joaquim lhes servisse de embaixador
junto àquela congregação de justos. Participou-lhes que começava a despontar o
dia da eterna luz, havendo já nascido, filha de Joaquim e Ana, a aurora Maria Puríssima;
dela nasceria o sol da divindade, Cristo, redentor de todo o gênero humano. Ouviram os santos pais e justos do limbo estas
notícias. Com a alegria que ela lhes causou, fizeram novos cânticos de louvor ao Altíssimo.

Idade de São Joaquim ao morrer

671. A feliz morte do patriarca São Joaquim sucedeu seis meses, como
acima disse, depois que sua filha Maria Santíssima entrou no templo. Aos três
anos e meio de idade, portanto, já ficava sem pai na terra. Tinha o Patriarca sessenta
e nove anos de idade, assim distribuídos: aos quarenta e seis desposou Sant’Ana;
depois de vinte anos de matrimônio, tiram Maria Santíssima, acrescentando^
três e meio da Menina, resultam os sessenta e nove e meio e alguns dias, mais menos 6.

Atos da Menina Maria após o falecimento de seu santo Pai

672, Falecido o pai de nossa Rainha, voltaram logo os santos anjos de sua
guarda à sua presença, e lhe relataram quanto havia sucedido no trânsito do santo patriarca. Imediatamente a Menina
prudentíssima, com orações, solicitou o conforto para sua mãe Sant’Ana, pedindo
ao Senhor que a dirigisse e lhe assistisse na soledade em que ficava, sem o esposo.
Sant* Ana também enviou à filha o aviso do falecimento, que foi dado primeiro
à mestra de nossa divina Princesa. Deveria participá-lo à Menina, procurando consolála. Assim fez a mestra e a Menina
sapientíssima a ouviu amavelmente, com paciência e modéstia de rainha, pois não
ignorava o sucesso que lhe referiam como novidade. Sendo em tudo perfeitíssima,
dirigiu-se imediatamente ao templo, para renovar o sacrifício de louvor, humildade,
paciência e outras virtudes e orações, procedendo sempre com passos tão ligeiros
quanto formosos (Ct 7, 1) aos olhos do Altíssimo. Para dar toda a plenitude a estes
atos, pedia aos santos anjos que cooperassem com Ela e a auxiliassem a bendizê-lo e louvá-lo.

DOUTRINA QUE ME DEU A RAINHA DO CÉU.

Utilidade e necessidade do sofrimento

673. Minha filha, medita muitas vezes, interiormente, o apreço que deves
ter pela graça das provações que a oculta Providência, com justiça, distribui aos
mortais. Estes são os juízos que por si mesmos justificam (SI 18, 10-11), mais
estimáveis que as pedras preciosas e o ouro, mais doces que o favo de mel, para
quem tem acertado o paladar da razão.
Desejo que saibas que o padecer e ser atribulada a criatura, inocente ou não,
é favor do qual seria digna só por grande misericórdia do Altíssimo. Além disso, padecer pelas próprias culpas, tem também
muito de justiça. De acordo com isto, pondera a comum insipiência dos filhos de
Adão, que só apetecem prazeres, graças e favores sensíveis ao seu gosto. Desvelamse e trabalham para lançar longe de si tudo
quanto é penoso. Guardam-se de serem tocados pela dor dos trabalhos. Quando
sua maior felicidade estaria em procurá-lo com diligência, empregam-na toda em afastar o que merecem, e sem o que não poderão
ser felizes nem bem-aventurados.

A cruz, caminho para Deus

674. Se o ouro fugisse da fornalha, o ferro da lima, o grão do moinho e do
debulhador, as uvas da prensa, tornar-seiam inúteis, sem preencherem o fim para
que foram criados. Como, então, se deixam enganar os mortais que, cheios de feios
vícios e abomináveis culpas, pretendem,
sem a fornalha e a lima dos padecimentos,
tomar-se puros e dignos de gozar de Deus
eternamente?
Se, mesmo inocentes seriam incapazes e desmerecedores de receber o bem
infinito por prêmio e coroa, como o serão estando nas trevas e inimizade do mesmo
Deus? Não bastando isto, os filhos da perdição empregam todo o desvelo em se
conservar indignos e inimigos de Deus.
Lançam de si a cruz dos trabalhos, que são o caminho para voltar a Deus, luz para o
entendimento, desengano do aparente, alimento dos justos, único meio da graça,
preço da glória. Acima de tudo, é legítima herança de meu Filho e Senhor que a escolheu para si e seus eleitos, nascendo e
vivendo sempre em trabalhos e morrendo na Cruz.

Conformidade

675. Por aqui, minha filha, deveras avaliar o preço do padecer, incompreendido pelos mundanos.
Por serem indignos desta divina ciência, assim como a
ignoram, a desprezam. Alegra-te e consola-te nas tribulações, e quando o Altíssimo
se dignar enviar-te alguma, procura ir ao seu encontro para recebê-la como bênção
sua e penhor de seu amor e glória.
Dilata o coração pela magnanimidade e constância para, na ocasião de
sofrer, te portares do mesmo modo como na prosperidade, de acordo com os propósitos que então fazias. Não cumpras com
tristeza o que prometias com alegria (2Cor 9,7). O Senhor ama quem é o mesmo no dar
e no prometer. Sacrifica, pois, teu coração e faculdades em holocausto de paciência e
cantarás, com novos cânticos de alegria e louvor, as justificações do Altíssimo quando, durante tua peregrinação te distinguir
e tratar como sua, com o sinal de sua amizade: os trabalhos e a cruz das tribulações.

Exemplo de Cristo e sua Mãe

676. Adverte, caríssima, que meu Filho Santíssimo e eu desejamos
possuir, entre as criaturas, alguma alma que haja chegado ao caminho da cruz.
Queremos poder ensinar-lhe, ordenadamente, esta divina ciência; afastá-la da
sabedoria mundana e diabólica, na qual os filhos de Adão, com cega porfia, querem se avantajar,
lançando de si a saudável disciplina dos trabalhos.
Se queres ser nossa discípula, entra nesta escola, onde só se ensina a
doutrina da cruz, e procura nela o descanso e verdadeiras delícias. Com esta
sabedoria não se coaduna o amor terreno, dos deleites sensíveis e riquezas;
nem a vã ostentação e pompa que fascina os fracos olhos mundanos, ambiciosos
de honra vã e do precioso e grande que atrai a admiração dos ignorantes
Tu, minha filha, escolhe para ti melhor parte, entre os desconhecidos *
esquecidos do mundo. Do mesmo De Jesus humanado eu era Mãe, e por isso Senhor
de toda a criação, juntamente com meu Filho Santíssimo. No entanto, fui pouco
conhecida, e Sua Majestade muito desprezada pelos homens. Logo, se esta doutrina
não fosse a mais estimável e segura, não a teríamos ensinado com nosso exemplo e
palavras. Esta é a luz que brilha nas trevas (Jo 1, 5), amada pelos escolhidos e detestada pelos réprobos.

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