VIDEO DA AULA
TOMO 3 CAP 9
O QUE O FILHO DE DEUS PRATICOU EM SEU INTIMO DA IDA AO TEMPLO ATE A VOLTA A NAZARE POR ORDEM DE SAO JOSE.
Estando já estabelecida, por ordem de meu Pai, a minha ida ao Templo, marcou-se o dia da partida. José, chefe da família determinou o dia. Embora fosse ele muito tímido e esquivo para mandar, sabendo a quem ordenava, fazia-o contudo, porque era a vontade do Pai que eu estivesse sujeito às suas ordens e às de minha Mãe querida.
DISCURSO DE JESUS.
Tendo estado, portanto, a tratarmos juntos por algum tempo da maneira de realizarmos aquela viagem, fiz-lhes um discurso, sugerindo-Ihes o que deviam pedir ao Pai, uma vez que lá chegassem. Após haverem-no adorado, louvado, agradecido, pedissem-Ihe se dignasse iluminar os espíritos dos Doutores da Lei para conhecerem a graça particular a eles concedida de mandar-lhe o Messias prometido. Além disso, disse-Ihes que estivessem preparados a receber das mãos do Pai qualquer tribulação que Ihe aprouvesse enviar-lhes. Não quis deixar de avisa-los, a fim de que se dispusessem a receber o golpe cruel da minha perda, com as orações e a conformidade a vontade do Pai. Pois, sempre foi costume do Pai prevenir a seus caros amigos antes da tribulação, no intuito de que, ao chegar, estejam dispostos a recebê-la e, bem preparados, suportem-na com fortaleza e conformidade completa as disposições divinas. Como meu Pai sempre assim age, não deixei de praticá-lo, eu também, no tempo em que vivi na terra, em relação a todos aqueles com os quais convivi, e principalmente a minha dileta Mãe, José e todos os apóstolos e discípulos. Ao ouvir minha exortação, José consternou-se um pouco, e ficou ferido coração da Mãe querida, que sempre pressagiava o que devia acontecer, pelo espírito profético de que foi dotada. Mas este mistério foi-lhe então ocultado. Entregaram-se, todavia, ela e seu esposo, à vontade do Pai e as disposições divinas, manifestando-se prontos a sofrer tudo por amor de um Pai tão bom, e para aumento dos próprios méritos.
JESUS SE RECOLHE JUNTO DO PAI
Terminado o discurso e deixando-os em liberdade, a fim de que se consolassem mutuamente e se preparassem como o fizeram retirei-me à solidão. A hora era tardia, e devendo partir pela manhã, gastei toda a noite a tratar com o Pai e a receber as suas ordens. Prostrado por terra adorei-o, conforme costumava, e depois roguei-lhe declarar-me a sua vontade sobre o que devia fazer no Templo. Mostrei-me pronto a executar a sua vontade em tudo que lhe aprouvesse ordenar-me. Sabia de tudo, mas fazia isto para demonstrar-me Filho obediente e submisso, praticando todos os atos de humildade que a ocasião me apresentava. O Pai declarou-me ser vontade sua que me detivesse no Templo e explicasse a Lei aos doutores, dando-lhes a conhecer que já viera ao mundo o Messias prometido, e confirmando pelas escrituras estudadas por eles, mas pouco compreendidas devido à cegueira de seu espírito. Declarou-me ainda que eu nisto agisse livremente, como Filho seu, sem sujeitar-me as ordens de outrem. Devia seguir a sua Vontade. Ordenava-me como dono absoluto. Por isso não procurei o beneplácito de José e da querida Mãe.
Recebida esta ordem do Pai, adorei-o, agradeci-lhe e revelei-me pronto a executa-la com muita alegria e gosto. Estava com grande desejo de manifestar ao mundo as obras e as infinitas misericórdias do Pai. Tive então muito gosto ao ver aproximar-se o tempo em que poderiam ser saciados os anelos de meu Coração. Este gosto, porém, foi assaz amargurado ao considerar a tribulação que deviam sofrer a querida Mãe e seu esposo José. Devia realizar uma obra de tanta honra e glória para o Pai e de tanto gosto para qualquer ouvinte; Só a querida Mae havia de ter aflição tão grande, enquanto ao contrário, de direito, devia estar presente e participar da consolação da qual todos iam fruir. Ademais, enquanto Mãe, devia dela fruir mais do que qualquer outro. Entreguei-me, contudo, a vontade do Pai, e ofereci-Ihe o pesar que por isto senti, porque até aquele dia portara-me para com ela qual Filho obediente, e tendo ela correspondido em tudo e por tudo ao meu amor, devia, por conseguinte, aquela ocasião, ser-lhe motivo de tamanha dor, a traspassar-Ihe a alma inocente e santíssima. Supliquei ao Pai, por esta dor, e por aquela que minha dileta Mae devia sofrer, se dignasse dar aos filhos por Ele chamados a vida perfeita, para manifestar em consequência suas grandezas, tanta virtude e graça que correspondessem a seus chamados, sem dar importância à carne e ao sangue; superassem qualquer amor terreno e dificuldade, para obrar livremente e executar a vontade divina. O amoroso Pai prometeu-me faze-lo, como de fato o executa e se e em tantos e tantas, que superam o afeto de pai e mãe e os demais, e abraçam aquela vida a qual o Pai as chama. Mas, não faltam os que se deixam vencer pelo afeto aos genitores ou a outras pessoas, mas depois jamais encontram tranquilidade e repouso; uma vez que não fazem a vontade divina, são indignas daqueles bens que o Pai distribui aqueles que executam seu querer. Agradeci ao Pai pela graça e por parte daqueles que corresponderiam, impetrando-lhes graça maior para perseverarem até o fim. Pelos que não correspondem ao divino chamado e deixam-se superar pelo afeto da carne e do sangue, ofereci ao Pai a minha perfeita obediência e correspondência à sua vontade, abandonando com tanta prontidão minha glória para vir ao mundo e levar vida tão pobre, vil, desprezível e desconhecida. Agradavam ao Pai estas ofertas e afirmava ter sido satisfeito por todos.
A VONTADE DO PAI .
Finalizados esses atos, orei ao Pai da seguinte forma: “Eis-me aqui, Pai amantíssimo, pronto a cumprir a vossa vontade. Portanto, ordenai em verdade, e determinai para mim, vosso Filho, como quereis por mim ser glorificado no vosso Templo, o que devo fazer para vossa glória e salvação de meus irmãos, enquanto outra coisa não procuro, outra coisa não desejo senão serdes vós glorificado, conhecido e amado, e cumprir eu em tudo a vossa Santa Vontade, e nisto consiste meu alimento e repouso.
O Pai ordenou-me que deixasse a querida Mãe e São José, ficasse sozinho e voltasse ao Templo. Depois de adorá-lo, fosse discutir com doutores da Lei e outros presentes. Fizesse conhecer a todos, por meio de minha celeste e divina sabedoria, que já chegara a plenitude dos tempos, com minha vinda.ao mundo. Apesar de não me declarar o verdadeiro Messias prometido, fizesse todavia saber, que ele ja viera, dando-Ihes por minhas palavras e graça, muitos motivos de refletirem ser eu aquele que tanto esperavam. Recebida tal ordem do Pai, adorei suas divinas ordens e disposições. Soube, contudo, que a cegueira e malícia judaica não aproveitariam minha celeste doutrina. Não obstante, prontamente me ofereci ao Pai para cumprir as suas ordens, e muito me alegrava por ver fazer uma obra tão almejada, qual a de manifestar ao mundo a sua grandeza, misericórdia e bondade. Agradeci ao Pai pela ordem dada e como era de meu gosto, agradeci-lhe por mim mesmo; depois por ser útil a meus irmãos, e agradeci-Ihe por parte deles. Roguei-Ihe que, enquanto eu explicava aos Doutores da Lei as Escrituras divinas, se dignasse iluminar-Ihes a mente para conhecerem a verdade. Supliquei-lhe ainda que se dignasse. Dar a todos os meus irmãos luz particular, quando escutam a palavra divina por intermédio dos pregadores, para se persuadirem da verdade, aproveitando-a e retirando dela o fruto que Ele justamente pretende com isso.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade