Estudo 26 Livro do céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 26 Livro do céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Vontade Divina
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12-27
Novembro 27, 1917

A Santidade de viver no Divino Querer está isenta de interesse pessoal e de perda de tempo.

(1) Continuo só por obedecer. Meu sempre amável Jesus parece que tem vontade de falar do
viver em seu Santíssimo Querer; parece que enquanto fala de sua Santíssima Vontade esquece
tudo e faz esquecer tudo; a alma não encontra outra coisa que a necessidade, outro bem, que
viver em seu Querer. Então meu doce Jesus, depois de ter escrito no dia 20 de Novembro
acerca do seu Querer, desagradando-se comigo me disse:

(2) “Minha filha, não disse tudo, quero que não deixe de escrever nada quando Eu te falo de
meu Querer, ainda as mais pequenas coisas, porque todas servirão para bem dos que virão.
Em todas as santidades houve sempre os santos que deram início às diferentes espécies de
santidade, assim houve o santo que iniciou a santidade dos penitentes, outro que iniciou a
santidade da obediência, outro a da humildade e assim de todas as outras santidades. Agora, o
início da santidade de viver no meu querer quero que sejas tu. Minha filha, todas as outras
santidades não estão isentas de perda de tempo e de interesse pessoal, como por exemplo:
Uma alma que vive em tudo à obediência tem muita perda de tempo; aquele falar e falar
continuado a distraem de Mim, põe a virtude em meu lugar, e se não tiver a oportunidade de
tomar todas as ordens, vive inquieta.

Outra que sofre tentações, oh! quanta perda de tempo,
não se cansa de dizer todos os seus obstáculos e põe a virtude do sofrimento em meu lugar, e
muitas vezes estas santidades se esfumam. Mas a santidade de viver em meu Querer está
isenta de interesse pessoal, de perda de tempo, não há perigo de que Me mudem pela virtude,
porque viver em meu Querer sou Eu mesmo. Esta foi a santidade da minha humanidade na
terra, e por isso fez tudo e por todos, e sem a sombra do interesse. O interesse próprio tira o
selo da santidade divina, por isso jamais pode ser sol, no máximo, por mais bela que seja, pode
ser uma estrela. Por isso quero a santidade de viver em meu Querer; nestes tempos tão tristes
a geração tem necessidade destes sóis que a aqueçam, a iluminem, a fecundem; o
desinteresse destes anjos terrestres, tudo para bem dos demais, sem a sombra de interesse
próprio, abrirá o caminho nos corações de todos para receber a minha graça.

(3) Além disso, as igrejas são poucas, muitas serão destruídas; muitas vezes não encontro
sacerdotes que me consagrem, outras vezes permitem que almas indignas me recebam, e que
almas dignas não me recebam, outras vezes as almas não podem receber-me, assim que meu
amor se encontra obstruído. Por isso quero fazer a santidade de viver em meu Querer, nela não
terei necessidade de sacerdotes para me consagrar, nem de igrejas, nem de tabernáculos, nem
de hóstias, senão que estas almas serão tudo junto: Sacerdotes, igrejas, tabernáculos e
hóstias. Meu amor estará mais livre, cada vez que me consagrar o poderei fazer, a cada
momento, de dia, de noite, em qualquer lugar onde essas almas se encontrem, oh, como meu
amor terá seu desabafo completo! ¡ Ah, minha filha, a presente geração merece ser destruída
de todo, e se permitirei que pouco reste dela, é para formar estes sóis da santidade de viver em
meu Querer, que a exemplo meu me refarão de tudo o que me devem as outras criaturas,
passadas, presentes e futuras. Então a terra me dará verdadeira glória e meu Fiat Voluntas Tua
como no Céu assim na terra, terá seu cumprimento e conclusão”.

13-28
Outubro 27, 1921

A Divina Vontade deve ser como alma ao corpo.

(1) Estava dizendo a meu sempre amável Jesus: “Há muito tempo que não me pões dentro de
Ti, eu ali me sentia mais segura, participava mais de tua Divindade, e era como se a terra não
me pertencesse, e o Céu fosse minha morada; quantas lágrimas não derramava quando teu
Querer me punha fora de Ti! Só sentir o ar da terra era insuportável para mim, mas seu Querer
vencia e eu inclinando a testa me resignava. Agora sinto-te sempre dentro de mim, e quando
deliro por te ver, só com mover-te em meu interior, ou bem tirando um braço me acalmas e me
dás a vida; diz-me, qual é a causa?”

(2) E Jesus: “Minha filha, é justo, depois de te ter levado dentro de mim toda a minha Vida, é teu
dever que me leves dentro de ti toda a tua vida; e se te colocava dentro de mim era para
perfumar a tua alma e estender em ti um novo céu para a tornar digna habitação da minha
pessoa. É verdade que se sentia mais segura, e as alegrias choviam sobre você, mas a terra
não é lugar de delícias, senão que a dor é sua herança, e a cruz é o pão dos fortes. Muito mais
que devendo estabelecer em ti o centro de meu Querer, era necessário que vivesse em ti e que
te servisse como alma ao corpo. Minha Vontade jamais podia descer em uma alma em modo
singular e fora do ordinário, se não tivesse suas prerrogativas distintas, como com minha
amada Mamãe, não podia descer Eu, Verbo Eterno, se Ela não tivesse tido suas prerrogativas
distintas e o sopro divino não tivesse soprado nela como a nova criação, para torná-la admirável
a todos e superior a todas as coisas criadas.

Assim em ti, primeiro minha Humanidade quis
fazer estável morada em ti para te preparar, e depois está te dando a Vida de minha Vontade
como alma ao corpo. Tu deves saber que minha Vontade deve ser como alma ao corpo; olha,
também em Nós acontece isto, entre as Três Divinas Pessoas, nosso amor é grande, infinito,
eterno, mas se não tivéssemos uma Vontade que anima e dá vida a este amor, nosso amor
estaria sem vida, sem obras; nossa sabedoria chega ao incrível, nosso poder pode pulverizar
tudo em um minuto, e em outro minuto pode refazer tudo, mas se não tivéssemos uma Vontade
que quisesse manifestar a maestria de nossa sabedoria, como a manifestou na Criação, na qual
tudo ordenou e harmonizou juntamente, e com o seu poder lhe deu o seu lugar de tal modo qu
não se pode afastar nem um pouquinho, tanto a minha sabedoria como o meu poder teriam
estado sem fazer nada, e assim de todos os nossos outros atributos.

(3) Agora, assim o quero, que minha Vontade seja como alma ao corpo; o corpo sem a alma
está sem vida, apesar de que contém todos os sentidos, mas não vê, nem fala, nem sente, nem
obra, é quase uma coisa inutilizável e talvez ainda insuportável, mas se está animado, quantas
coisas ele não pode fazer? E, oh! quantos se tornam inúteis e insuportáveis porque não são
animados por minha Vontade, parecem como instalações elétricas sem luz, como máquinas
sem movimento, cobertas de ferrugem e de pó e quase impotentes ao movimento, ah, como
dão piedade! Então, cada coisa que não está animada por minha Vontade é uma vida de
santidade que vem a faltar, por isso quero ser em ti como alma ao corpo, e minha Vontade fará
novas surpresas de criações, dá nova vida a meu amor, novas obras e maestria de minha
sabedoria, e dá novo movimento a meu poder, por isso seja atenta e deixe-me fazer, a fim de
que cumpra meu grande desígnio: que a criatura seja animada por minha Vontade”.

14-26
Abril 29, 1922

Quem vive no Divino Querer vive de uma batida de coração, eterna.

(1) Encontrando-me em meu estado habitual, via minha alma e todo meu interior: pensamentos,
afetos, batimentos, tendências, mudados em tantos fios de luz, e estes se alongavam e se
ampliavam tanto, que saindo de meu interior harmonizavam com o sol, subiam mais alto e
tocavam o céu, se difundiam sobre toda a terra, e enquanto olhava isto vi a meu doce Jesus
que tinha em sua mão todos aqueles fios de luz, e com uma maestria encantadora os dirigia, os
alongava, os multiplicava e alargava quanto quisesse. Ao toque daquela luz todas as coisas
criadas se abaixavam e harmonizavam juntas, e faziam festa. Então meu Jesus me disse:
(2) “Minha filha, viste com que amor me divirto e dirijo os atos feitos em meu Querer?

É tal meu zelo que não os confio a ninguém, nem sequer à própria alma, nem um pensamento, nem uma
fibra deixo sem encerrar nela toda a potência de minha Vontade, cada ato destes contém uma
Vida Divina, por isso ao toque destes atos todas as coisas criadas sentem a Vida de seu
Criador, sentem de novo a força daquele Fiat Onipotente do qual tiveram a existência e fazem
festa, assim que estes atos são para elas nova glória e nova festa. Agora, esta bela harmonia,
estes fios de luz que saem de teu interior, se teu coração não corresse em meu Querer senão
em tua vontade ou em outra vontade, em teu coração faltariam tantos batimentos de Vida
Divina, ficando tantos batimentos humanos por quantos faltam à Divina, e assim também das
fibras, dos afetos, e como o humano não é capaz de formar luz, senão trevas, por tanto se
formariam tantos fios de trevas, e meu Querer ficaria entristecido, não podendo desenvolver em
ti toda a potência de minha Vontade”.
(3) Enquanto dizia isto, eu queria ver se em minha alma havia estes batimentos humanos que
interrompessem a vida do batido divino, e por quanto olhava não os encontrava.
(4) E Jesus: “Por agora não há nada, já to disse para te fazer atenta e te fazer conhecer o que
significa viver no meu Querer, significa viver de um batimento eterno e divino, viver com o meu
sopro onipotente”.

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15-27
Junho 6, 1923
O sinal de que a alma é toda de Deus, é se não sente gosto por nada do que existe.

(1) Estava pensativa sobre por que meu doce Jesus não vinha e dizia entre mim: “Quem sabe o
que haverá de mal em meu interior, que Jesus para não desagradar se oculta?” E Ele, movendo-se
dentro de mim, disse-me:
(2) “Minha filha, o sinal de que não há nada de mal e que o interior da alma está todo cheio de
Deus, é que nada lhe tenha ficado que não seja todo meu, e que em tudo o que possa acontecer
dentro e fora dela, não sente mais gosto de nada, senão que seu gosto é só por Mim e de Mim, e
não só das coisas profanas ou indiferentes, mas também de coisas santas, de pessoas piedosas,
de funções, de músicas, etc., tudo para ela é frio, indiferente, e como coisas que não lhe
pertencem, e a razão é natural, se a alma está toda cheia de Mim, então está cheia também de
meus gostos, o gosto meu é o seu, os demais gostos não encontram lugar onde se pôr, por isso
por quanto belos possam ser, para a alma não têm nenhum atrativo, mas bem para ela estão como
mortos. Mas a alma que não é toda minha, está vazia, e à medida que as coisas a circundam,
assim sente nela tantos gostos se são coisas que lhe agradam; se são coisas que não lhe
agradam, sente desgosto, assim que está em contínua alternância de gostos e de desgostos, e
como o gosto que não saiu de Mim não é duradouro, muitas vezes os gostos se convertem em
desgostos, e por isso se notam tantas variações de caráter, agora demasiado triste, agora
demasiado alegre, agora todo irado, em outra ocasião todo afável, é o vazio que tem de Mim na
alma o que lhe dá tantas variações de caráter, nada semelhante ao meu, que sou sempre igual e
jamais me mudo. Agora, você sente algum gosto do que existe aqui embaixo? Por que teme que
haja algum mal em você, pelo qual Eu desagradado me oculte? Onde estou Eu, males não pode
haver”.
(3) E eu: “Meu amor, eu não sinto gosto de nada, por quão boa fosse, e além disso Você sabe
melhor que eu, como posso sentir gosto por outras coisas, se a pena de sua privação me absorve,
me amarga até a medula dos ossos, me faz esquecer tudo, e só me está presente e fixo no
coração o cravo de que estou privada de Ti?”
(4) E Jesus: “E isto te diz que és minha e que estás cheia de Mim, porque o gosto tem este poder:
Se é meu gosto transforma a criatura em Mim, se é gosto natural a envolve nas coisas humanas,
se é gosto de paixões a lança na corrente do mal. O gosto parece que seja coisa de nada, porém
não é assim, é o ato primeiro, ou do bem, ou do mal, veja como é assim: Adão, por que
pecou?
Porque separou o seu olhar do encanto divino, e quando Eva lhe apresentou o fruto para o
fazer comer, olhou o fruto e a vista sentiu prazer ao olhá-lo, o ouvido sentiu deleite ao ouvir as
palavras de Eva, de que se comesse o fruto se tornaria semelhante a Deus, A garganta sentiu
gosto ao comê-lo, assim que o gosto foi o primeiro ato de sua ruína. Se ao contrário tivesse sentido
desagrado ao olhá-lo, tédio, aborrecimento ao ouvir as palavras de Eva, desgosto ao comê-lo,
Adão não teria pecado, mas teria feito o primeiro ato heróico em sua vida, resistindo e corrigindo a
Eva por ter feito isso, e ele teria permanecido com a coroa imperecível da fidelidade Àquele a quem
tanto devia e que tinha todos os direitos de sua sujeição. Oh! como é necessário estar atento sobre
os diversos gostos que surgem na alma, se são gostos puramente divinos, dar-lhes vida; se são
gostos humanos ou de paixões, dar-lhes a morte, de outra maneira há perigo de precipitar-se na
corrente do mal”.

16-27
Novembro 5, 1923

Os atos feitos no Divino Querer formam os acidentes que aprisionam a Jesus na alma, e formam nela sua Vida real.

(1) Sentia-me oprimida pela privação do meu doce Jesus, com a adição de que o confessor, como
não tinha tido a confiança de me abrir com ele e porque sou má, tinha-me negado a absolvição.
Depois, tendo recebido a Santa Comunhão, me abandonava em braços de meu dulcíssimo Jesus e
lhe dizia:

(2) “Meu amor, ajuda-me, não me abandones, Tu sabes em que estado me encontro pela tua pri-
vação, não obstante por parte das criaturas, em vez de ajuda acrescentam penas a penas, bem

que sem Ti não tenho ninguém, ou Contigo ou sozinha a chorar minha dura sorte de te ter perdido.
Isto deveria te incitar principalmente a não me deixar sozinha, ao menos para fazer companhia a
uma pobre abandonada que vive morrendo em seu duro exílio, por isso Você que é o Sumo entre
os sacerdotes, dá-me Tu a absolvição, dize-me que me perdoas as culpas que há em minha alma,
me faça ouvir sua voz dulcíssima que me dá vida e perdão”. Enquanto desafogava minha dor com
Jesus, se fez ver em meu interior, e os véus sacramentais formavam como um espelho em o qual
Jesus estava dentro, vivo e verdadeiro; e meu doce Jesus me disse:
(3) “Minha filha, este espelho são os acidentes do pão que me aprisionaram neles. Eu formo minha
Vida na hóstia, mas ela nada me dá, nem um afeto, nem um batimento cardíaco, nem o menor te
amo’, ela está como morta para mim, permaneço só, sem a sombra de alguma correspondência, e
por isso meu amor está quase impaciente por sair, por romper este espelho e descer aos corações,
para encontrar neles a correspondência que a hóstia nem sabe nem pode me dar. Mas você sabe

onde encontro minha verdadeira correspondência? Na alma que vive em minha Vontade, Eu enquanto
descendo em seu coração, logo consumo os acidentes de hóstia, porque eu sei que acidentes
mais nobres e a Mim mais queridos estão prontos para me aprisionar, para não me fazer sair
daquele coração que me dará não só vida nele, mas vida por vida; não estarei só, senão que esta-
rei com minha mais fiel companhia, seremos dois corações pulsando juntos, amaremos unidos,
nossos desejos serão um só, assim que eu permaneço nela e nela faço vida, vivo e verdadeiro,
como a faço no Santíssimo Sacramento. Mas sabe quais são esses acidentes que encontro na alma
que faz minha Vontade? São seus atos feitos em meu Querer, que mais do que acidentes se
estendem em ao redor de Mim e me aprisionam, mas dentro de uma prisão nobre, divina, não
escura, porque seus atos feitos no meu Querer, mais do que o sol iluminam-na e aquecem-na.
OH! como eu me sinto feliz de fazer a Vida real nela, porque me sinto como se me encontrasse em
minha morada celestial. Olhe em seu coração, como estou contente, como me deleito e provo as
alegrias mais puras”.
(4) E eu: “Meu amado Jesus, não é uma coisa nova e singular o que Tu dizes, que em quem vive
na tua Vontade Tu fazes a Vida real nele? Não é mais essa Vida mística que Tu fazes nos
corações que possuem a tua graça?”

(5) E Jesus: “Não, não, não é Vida mística como para aqueles que possuem a minha Graça mas
não vivem com seus atos fundidos em meu Querer, e por isso não têm matéria suficiente para me
formar os acidentes para me prender; seria como se faltasse a hóstia ao sacerdote e gostaria de
pronunciar as palavras da consagração, poderia dizê-las, mas as diria no vazio e certamente minha
Vida Sacramental não teria existência. Assim me encontro nos corações, que enquanto podem
possuir minha Graça, mas não vivem de todo em meu Querer, estou neles por Graça, mas não
realmente”.
(6) E eu: “Meu amor, mas como pode ser que Tu possas realmente viver na alma que Vive no teu
Querer?”
(7) E Jesus: “Minha filha, não vivo porventura na hóstia sacramental vivo e verdadeiro, na alma,
corpo, sangue e Divindade? E por que vivo na hóstia em alma, corpo, sangue e Divindade? Porque

não há uma vontade que se oponha à minha; se eu encontrar na hóstia uma vontade que se opun-
ha à minha, Eu não faria nela nem Vida real, nem perene, e é também esta a causa pela qual os

acidentes sacramentais se consomem quando me recebem, porque não encontro uma vontade
humana unida Comigo, de maneira que queiram perder a sua para fazer aquisição da minha, mas
eu encontro uma vontade que quer agir, que quer fazer por si mesma, e eu faço minha breve visita
e parto. Em vez disso, para quem vive em mim Vontade, meu Querer e o seu são um só; e se o
faço na hóstia, muito mais o posso fazer nele muito mais, pois encontro uma batida, um afeto, a
minha correspondência e a minha utilidade, o que não encontro na hóstia.

A alma que vive em minha Vontade é necessária minha Vida real nela, de outra forma, como eu poderia viver de meu
Querer? ! Ah! você não quer entender, que a santidade de viver no meu Querer é uma santidade
totalmente diferente das outras santidades, e tiradas as cruzes, as mortificações e os atos ne-
cessários da vida, que feitos em mim Não é outra coisa senão a vida dos bem-aventurados do Céu,
que como vivem em meu Querer, em virtude Dele cada um me tem neles como se fosse para um
só, vivo e verdadeiro, não misticamente, mas realmente habitante neles; e assim como não se po-
deria dizer vida de Céu se não me tivessem neles como vida própria, e se faltasse ainda uma pe-
quena parte de minha Vida neles não seria nem completa nem perfeita sua felicidade, assim quem
vive em meu Querer não seria nem plena nem perfeita minha Vontade nela, porque faltaria minha
Vida real que emite esta Vontade. É verdade que são todos prodígios do meu amor, antes o prodí-
gio dos prodígios, que até agora meu Querer tem retido nele e que agora quer fazê-lo sair para al-
cançar a finalidade primária da criação do homem. Por isso a minha primeira Vida real a quero for-
mar em ti”.

(8) E eu ao ouvir isto disse: “Ai! meu amor, Jesus, apesar disto sinto-me tão mal por todas estas
circunstâncias, e Tu o sabes; é verdade que isto me serve para abandonar-me mais em teus
braços e pedir a Ti o que não me dão; mas com tudo e isto sinto um hálito de turbação que pertur-
ba a paz de minha alma, e Você diz que quer formar Vida real em mim? ” Oh, Quão longe estou disso!”

(9) E Jesus de novo: “Filha, não se preocupe com isso, o que eu quero é que você não coloque
nada do seu e que obedeça por quanto possa. se sabe que todas as demais santidades, isto é, a
da obediência e das outras virtudes, não estão isentas de insignificâncias, de perturbações, de con-
tendas e de perda de tempo que impedem formar um belo sol, na melhor das hipóteses formam
uma pequena estrela; só a santidade do meu Querer é a que está isenta destas misérias. E além
disso, a minha Vontade encerra todos os Sacramentos e os efeitos deles, por isso abandona-te de
todo em minha Vontade, faz toda tua e receberás os efeitos de absolvição ou de alguma outra
coisa que lhe foi negada. Portanto, eu recomendo que não perca tempo, pois com perdê-lo vem a
dificultar minha Vida real que estou formando em ti”.

17-26
Dezembro 24, 1924

A pena de morte foi a primeira pena que Jesus sofreu e durou toda sua Vida. A Encarnação não foi outra coisa que um dar-se em
poder da criatura. A firmeza no obrar.

(1) Meus dias são sempre mais dolorosos, estão sob a prensa da dura privação de meu doce
Jesus, que como arma mortífera está sobre mim para me matar continuamente; mas enquanto
prepara o último golpe, o deixa suspenso sobre minha cabeça, e eu espero como refrigério este
último golpe para ir com meu Jesus, mas em vão espero, e minha pobre alma e também minha
natureza me sinto consumi-las e desfazer. Ah! meus grandes pecados não me fazem merecer
morrer. Que pena, que longa agonia! Ah, meu Jesus, tenha piedade de mim! Tu, que és o único
que conhece o meu estado de dor, não me abandones nem me deixes à mercê de mim mesma.
Agora, enquanto me encontrava neste estado senti-me fora de mim mesma, dentro de uma luz
puríssima, e nesta luz descobria a Rainha Mãe e o pequeno menino Jesus em seu seio virginal.
Oh Deus, em que estado tão doloroso se encontrava meu amável menino! Sua pequena
Humanidade estava imobilizada, estava com os pés e as mãos imóveis, sem o menor movimento,
não havia espaço nem para poder abrir os olhos nem para poder livremente respirar; era tanta a
imobilidade que parecia morto enquanto estava vivo, e pensava entre mim:
“Quem sabe quanto sofre o meu Jesus neste estado, e a querida Mãe ao ver no seu próprio seio tão imobilizado o
menino Jesus!” Agora, enquanto isto pensava, meu pequeno menino, soluçando me disse:.

(2) “Minha filha, as penas que sofri neste seio virginal de minha Mãe são incalculáveis à mente
humana, mas sabe você qual foi a primeira pena que sofri desde o primeiro instante de minha
Concepção e que me durou toda a vida? A pena de morte. Minha Divindade descia do Céu
plenamente feliz, intangível de qualquer pena e de qualquer morte, e quando vi a minha pequena
Humanidade sujeita à morte e às penas por amor às criaturas, senti tão ao vivo a pena da morte,
que por pura pena teria morrido de verdade se a potência de minha Divindade não me tivesse
sustentado com um prodígio, fazendo-me sentir a pena da morte e a continuação da vida, assim
que para Mim foi sempre morte, sentia a morte do pecado, a morte do bem nas criaturas e também
sua morte natural. ¡ Que duro rasgo foi para Mim toda a minha Vida! Eu, que continha a vida e era
o dono absoluto da própria vida, devia sujeitar-me à pena de morte. Não vês a minha pequena
humanidade imóvel e moribunda no seio da minha querida Mãe? E não a sentes em ti mesma
como é dura e dilacerante a pena de sentir morrer e não morrer? Minha filha, é teu viver em minha
Vontade que te faz partícipe da contínua morte de minha Humanidade”.

(3) Então passei quase toda a manhã junto a meu Jesus no seio de minha Mãe e o via que
enquanto estava em ato de morrer, voltava a tomar vida para abandonar-se de novo a morrer. ¡
Que pena ver nesse estado o menino Jesus! Depois disto, na noite estava pensando no ato quando
o doce menino saiu do ventre materno para nascer no meio de nós; minha pobre mente se perdia
em um mistério tão profundo e todo de amor, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior tirou
suas mãozinhas para me abraçar e me disse:.

(4) “Minha filha, o ato de meu nascimento foi o ato mais solene de toda a Criação, Céu e terra
sentiam-se imersos na mais profunda adoração à vista de minha pequena Humanidade, que tinha
como amuralho a minha Divindade, Assim, no ato do meu nascimento houve um ato de silêncio e
de profunda adoração e oração: Minha mãe orou e foi arrebatada pela força do prodígio que saía
dela, rezou São José, rezaram os anjos e toda a Criação; sentiam a força do amor da minha
potência criadora renovada neles, todos se sentiam honrados e recebiam a verdadeira honra,
porque Aquele que os tinha criado devia servir-se deles para o que era necessário à sua
humanidade. Sentiu-se honrado o sol ao ter que dar sua luz e calor a seu Criador, reconhecia
Aquele que o havia criado, a seu verdadeiro Senhor e fazia-lhe festa e honra com lhe dar sua luz;
sentiu-se honrada a terra quando me sentiu que estava deitado em uma manjedoura, se sentiu
tocada por meus ternos membros e exultou de alegria com sinais prodigiosos; todas as coisas
criadas viam a seu verdadeiro Rei e Senhor no meio delas, e sentindo-se honradas, cada uma
queria me dar seu ofício:
A água queria tirar-me a sede, Os pássaros com seus trinos e gorjeios
queriam me recrear, o vento queria me acariciar, o ar queria me beijar, todos queriam me dar seu
inocente tributo. Só o homem ingrato, embora todos sentissem neles uma coisa insólita, uma
alegria, uma força potente, foram relutantes, e sufocando tudo não se moveram, e embora os
chamasse com lágrimas, com gemidos e soluços, não se moveram, com exceção de poucos
pastores. Não obstante era pelo homem que vinha à terra, vinha para dar-me a ele, para salvá-lo e
para levá-lo comigo à pátria celestial. Por isso Eu era todo olhos para ver se vinha diante de Mim
para receber o grande dom de minha Vida Divina e humana, assim que a Encarnação não foi outra
coisa que me dar em poder da criatura. Na Encarnação dei-me em poder da minha amada Mãe; no
meu nascimento acrescentou-se São José, ao qual fiz dom da minha Vida, e como as minhas
obras são eternas e não estão sujeitas a terminar, esta Divindade, este Verbo que desceu do Céu,
não se retirou mais da terra, para ter ocasião de me dar continuamente a todas as criaturas.
Enquanto vivi dei-me desveladamente e depois, poucas horas antes de morrer realizei o grande
prodígio de me deixar Sacramentado, para que quem quisesse pudesse receber o grande dom da
minha Vida; não prestei atenção nem às ofensas que me fizeram, nem às rejeições de não me
querer receber, Eu disse entre Mim: me dei, não quero me retirar mais, mesmo que me façam o
que quiserem, mas serei sempre deles e estarei sempre à sua disposição”. Filha, esta é a natureza
do verdadeiro Amor, este é o agir como Deus: a firmeza e o não retirar-se à custa de qualquer
sacrifício.

Esta firmeza nas minhas obras é a minha vitória e a minha maior glória, e este é o sinal
se a criatura trabalha para Deus: a firmeza. A alma não olha para ninguém, nem para as penas,
nem para si mesma, nem para a sua estima, nem para as criaturas, e apesar de lhe custar a
própria vida ela olha só para Deus, para o Qual decidiu agir por amor d’Ele, e sente-se vitoriosa de
pôr o sacrifício da sua vida por amor a Deus. O não ser firme é da natureza humana e do agir
humanamente, o não ser firme é o obrar das paixões e com paixão, a mutabilidade é debilidade, é
vileza, e não é da natureza do verdadeiro amor, por isso a firmeza deve ser a guia do agir por Mim.
Por isso em minhas obras não me mudo jamais, sejam quais forem os eventos, feita uma vez é
feita para sempre”.

19-30
Junho 26, 1926

Quem possui o Reino da Divina Vontade trabalha em modo universal e possuirá a glória universal.

(1) Estava segundo meu costume, fazendo meus acostumados atos no Querer Supremo, isto é,
abraçando tudo, Criação, Redenção e a todos, para poder dar a meu Criador a correspondência do
amor e da glória que todos lhe devem, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:.
(2) “Minha filha, a pequena filha de minha Vontade não somente deve pensar e ocupar-se em como
defender os direitos universais de seu Criador, retribuí-lo do amor e da glória que todos lhe devem
como se fossem um só, de modo que tudo deve encontrar nela, porque a nossa Vontade envolve
tudo e todos, e quem nela vive possui os modos universais, por isso tudo pode dar-nos e de tudo
podemos refazer-nos; mas também como nossa filha deves defender os direitos da Soberana
Rainha, Ela operou em modo universal e por isso teve um amor, uma glória, uma oração, uma
reparação, uma dor por seu Criador, e por todos e por cada uma das criaturas, Ela não deixou
escapar nenhum ato que as criaturas deviam a seu Criador, e fechando a todos em seu materno
coração amava em modo universal a todos e a cada um, assim que nela encontramos toda nossa
glória, não nos negou nada, não só o que lhe competia dar-nos diretamente, mas deu-nos o que as
outras criaturas nos negaram, e para a fazer de Mãe magnânima, amantíssima, que se abre as
entranhas por seus próprios filhos, gerou a todos em seu doloroso coração; cada fibra dele era uma
dor transpassando na qual dava a vida a cada seu filho, até chegar ao golpe fatal da morte de seu
Filho Deus; a dor desta morte pôs o selo da regeneração da vida aos novos filhos desta Mãe
sofredora..
(3) Agora, uma Virgem Rainha que tanto nos amou, defendeu todos os nossos direitos, uma Mãe
tão terna que teve amor e dores por todos, merece que nossa pequena recém nascida de nosso
Supremo Querer a ame por todos, a corresponda de tudo, e abraçando todos os seus atos em
nosso Querer, ponha teu ato unido ao seu, porque Ela é inseparável de Nós, sua glória é nossa, a
nossa é a sua, muito mais que nosso Querer põe tudo em comum”..

(4) Então eu fiquei um pouco confusa ao ouvir isto, e como se não soubesse fazer o que Jesus me
dizia lhe rogava que me desse a capacidade de fazê-lo, e Jesus voltando a falar me disse:.
(5) “Minha filha, meu Querer contém tudo, e assim como zeloso conserva todos seus atos como se
fossem um só, assim conserva todos os atos da Soberana Rainha como se todos fossem seus,
porque tudo o fez nele; por isso meu próprio Querer os fará presentes. Agora, tu deves saber que
quem fez bem a todos, amou a todos e operou de modo universal para Deus e para todos, tem com
justiça os direitos sobre tudo e sobre todos. O agir em modo universal é o modo divino, e minha
Mãe Celestial pôde obrar com os modos de seu Criador porque possuía o reino de nossa Vontade;
agora Ela, tendo atuado em nosso Querer Supremo, tem os direitos de possessão que formou em
nosso Reino.

E quem mais a poderá corresponder senão quem vive no mesmo Reino? Porque só
neste Reino está o agir universal, o amor que ama a todos, que tudo abraça e nada lhe foge. Tu
deves saber que quem possui o Reino de minha Vontade na terra tem direito à glória universal no
Céu, e isto em modo conatural e simples; minha Vontade abraça tudo e envolve a todos, assim que
quem a possui, dela saem todos os bens unidos à glória que estes bens contêm, E, ao sair dela a
glória universal, recebe-a; e parece-te pouco possuir a glória universal na Pátria Celestial? Por isso
sê atenta, o Reino do Supremo Querer é riquíssimo, nele estão as moedas que surgem, por isso
todos esperam de ti, também a minha própria Mãe quer a correspondência do amor universal que
teve por todas as gerações. E a ti por correspondência, na Pátria Celestial te tocará a glória
universal, herança que será somente de quem tenha possuído o Reino de minha Vontade sobre a
terra”..

20-27
Novembro 20, 1926

Como todos os atributos divinos fazem seu ofício para formar na alma o novo mar de suas qualidades.
Como todos temos um movimento.

(1) Estava segundo meu costume fazendo meu giro na Criação para seguir os atos da Vontade
Suprema n‟Ela, mas enquanto isso fazia, meu sempre amável Jesus me fazendo ouvir sua voz
dulcíssima em cada uma das coisas criadas me dizia:
(2) “Quem chama ao meu amor para fazer, ou que meu amor desça nela ou que o seu suba no
meu para fundir-se juntos, e formar um só amor e dar o campo de ação ao meu amor para fazer
surgir na alma o novo marzinho de seu amor, faz triunfar ao meu amor, e este festeja porque lhe é
dado seu desabafo e seu campo de ação”.
(3) E conforme passava pelo sol, pelo céu, pelo mar, assim ouvia a sua voz que dizia:
(4) “Quem chama a minha luz eterna, a minha doçura infinita, a minha beleza inigualável, a minha
firmeza irremovível, a minha imensidão, para cortejá-las e dar-lhes o campo de ação para fazer

surgir na criatura outros tantos mares de luz, de doçura, de beleza, de firmeza e demais, para dar-
lhe o prazer de não fazê-la estar inativa e servir-se da pequenez da criatura para encerrar nela

suas qualidades? Quem é então aquela? Ah, é a pequena filha de nosso Querer!”
(5) Então, depois que em cada coisa criada ouvia me dizer: “Quem é a que me chama?” Meu doce
Jesus saiu de dentro de mim e me apertando toda a Si me disse:
(6) “Minha filha, conforme gira em minha Vontade para segui-la em cada coisa criada, assim todos
meus atributos escutam sua chamada e saem ao campo de ação para formar cada um o marzinho
de suas qualidades. Oh! assim como triunfam ao verem-se trabalhadores e poder formar cada um
seu marzinho, assim cresce seu sumo gosto e deleite ao poder formar na pequena criatura seus
mares de amor, de luz, de beleza, de ternura, de potência e demais. Minha sabedoria faz de artífice
perito e de engenho maravilhoso ao pôr na pequenez suas qualidades imensas e infinitas, oh!
como harmoniza a alma que vive em meu Querer com meus atributos, cada um deles se põe em
seu ofício para estabelecer suas qualidades divinas; se tu soubesses o grande bem que te vem ao
seguir minha Vontade em todos seus atos e o trabalho que desenvolve em ti, também tu sentirias a
alegria de uma festa contínua”.

(7) Depois disto eu continuava seguindo a Criação, e por toda parte via correr aquele movimento
eterno que jamais se detém e pensava em mim: “Como posso seguir em tudo ao Supremo Querer
se Ele corre tão rápido em todas as coisas? Eu não tenho sua virtude nem sua rapidez, portanto
natural que eu fique para trás sem poder seguir em todo seu eterno murmúrio”. Então, enquanto
pensava nisso, o meu doce Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(8) “Minha filha, todas as coisas têm um movimento contínuo, porque tendo saído de um Ente
Supremo que contém um movimento cheio de vida, vinha por consequência que todas as coisas
saídas de Deus deviam conter um movimento vital que nunca cessa, e se cessar significa que
cessa a vida. Olhe, você mesma tem um murmúrio, um movimento contínuo em seu interior; mais
bem a Divindade ao criar à criatura lhe dava a semelhança das Três Divinas Pessoas, punha nela
três movimentos que deviam murmurar continuamente para unir-se àquele movimento contínuo e
murmúrio de amor de seu Criador, e estes são: O movimento do batimento do coração que jamais
cessa, a circulação do sangue que sempre gira sem jamais deter-se, a respiração que jamais se
detém, isto no corpo, e na alma há outros três movimentos que murmuram continuamente: a
inteligência, a memória e a vontade. Por isso o todo está em que teu movimento esteja atado ao
movimento de teu Criador para murmurar junto com seu movimento eterno, assim seguirá a minha
Vontade em seu movimento que jamais se detém, em seus atos que jamais cessam e fará retornar
teu movimento ao seio de teu Criador, que com tanto amor espera o retorno de suas obras, de seu
Amor e de seu murmúrio.
A Divindade ao criar as criaturas faz como um pai que manda a seus
filhos, para seu bem, um a um país, outro a outras terras, quem para fazê-lo navegar o mar e quem
a um ponto próximo e quem a um distante, dando a cada um, um trabalho que fazer, mas enquanto
os manda espera com ânsia seu retorno, está sempre vigiando para ver se vêm, se fala, fala dos
filhos; se ama, seu amor corre aos filhos, seus pensamentos voam aos filhos; pobre pai, sente-se
na cruz porque mandou os seus filhos para longe dele e suspira mais que a própria vida o seu
regresso, e se, jamais, os vê regressar a todos ou em parte, ele está inconsolável, chora e emite
gemidos e gritos de dor até arrancar lágrimas até aos mais duros, e só se alegra quando os vê
retornar a todos a seu colo paterno para apertá-los a seu seio que arde de amor por seus filhos.
Oh! Como nosso Pai Celestial mais que pai suspira, arde, delira por seus filhos, porque, tendo-os
parido de seu seio espera seu retorno para gozá-los em seus braços amorosos. E é propriamente
isto o Reino do Fiat Supremo, o retorno de nossos filhos a nossos braços paternos, e por isso o
suspiramos tanto”.
(9) Depois disto, sentia-me toda imersa na adorável Vontade de Deus, e pensava em mim no
grande bem se todos conhecessem e cumprissem este Fiat tão santo e o grande contentamento
que dariam a nosso Pai Celestial, e meu doce Jesus voltando a falar acrescentou:
(10) “Minha filha, Nós ao criar a criatura, conforme nossas mãos criadoras a íamos formando,
assim nos sentíamos sair de nosso seio uma alegria, um contento, porque devia servir para manter
nosso entretenimento sobre a face da terra e nossa festa contínua, por isso conforme formávamos
os pés, assim pensávamos que deviam servir a nossos beijos, porque deviam fechar os nossos
passos e ser meio de encontro para nos entreter juntos; à medida que formávamos as mãos, assim
pensávamos que deviam servir aos nossos beijos e abraços, porque devíamos ver nelas as
repetidoras de nossas obras; à medida que formávamos a boca, o coração, que devia servir o eco
da nossa palavra e do nosso amor, e conforme o nosso alento lhe infundimos a vida, vendo que
essa vida tinha saído de nós, que era vida toda nossa, o estreitamos a nosso seio beijando-o como
confirmação de nossa obra e de nosso amor, e para fazer que se mantivesse íntegro em nossos
passos, em nossas obras, no eco de nossa palavra e amor e da vida de nossa imagem impressa
nele, lhe demos como herança nosso Divino Querer, a fim de que o conservasse tal como o
havíamos tirado para poder continuar nossos entretenimentos, nossos beijos afetuosos, nossas
doces conversas com a obra de nossas mãos.

Quando vemos na criatura nossa Vontade, Nós vemos nela nossos passos, nossas obras,
nosso Amor, nossas palavras, nossa memória e inteligência, porque sabemos que nossa
Suprema Vontade nada deixará entrar que não seja nosso, e por isso como coisa nossa tudo lhe damos,
beijos, carícias, favores, amor, ternura mais que paternal, não toleramos estar com ela nem sequer a
um passo de distância, porque mesmo as pequenas distâncias não permitem formar entretenimentos contínuos, nem dar-se beijos, nem
participar das alegrias mais íntimas e secretas. Ao contrário, na alma na qual não vemos a nossa
Vontade, não podemos entreter-nos porque nada vemos que seja nosso, nela se sente tal
perplexidade, uma tal angústia de passos, de obras, de palavras, de amor, que por si mesma se
põe à distância do seu Criador, e Nós onde vemos que não está o ímã potente do nosso Querer,
que nos faz como esquecer a infinita distância que há entre o Criador e a criatura, desdenhamos
entreter-nos com ela, enchê-la de nossos beijos e favores. Eis por que o homem ao subtrair-se de
nossa Vontade despedaçou nossos entretenimentos e destruiu nossos desígnios que tínhamos ao
formar a Criação, e somente ao reinar nosso Fiat Supremo, ao estabelecer seu Reino, serão
realizados os nossos desígnios e retomados os nossos entretenimentos sobre a face da terra”.

21-2
Fevereiro 26, 1927

Onde reina a Divina Vontade forma três cordas de ouro puríssimo. A Divina Vontade faz sua exposição em toda a Criação.

(1) O meu amável Jesus faz-me esperar muito o seu regresso, oh! como suspira minha pequena
alma, reduzida sem Ele como terra sem água e sem sol, que enquanto me queimo pela sede, é
tanta a escuridão que não sei para onde dirigir meus passos para encontrar Aquele que é o único
que me pode dar a água que me tira a sede, e faz-me surgir o sol que dá luz aos meus passos
para reencontrar Aquele que de mim se afasta. Ah Jesus, Jesus, volte! Não sentes o meu
batimento cardíaco no teu que te chama, e que não tendo mais humor vital, cansadamente bate e
não tem mais força para continuar a chamar-te? Mas enquanto isso e mais eu dizia, meu sumo
bem Jesus se moveu dentro de mim, e me fazia ver três cordas, que unidas entre si estavam
atadas no fundo de minha alma, estas cordas desciam do Céu, as quais estavam atadas a três
sinos. Jesus era um pequeno menino e com uma graça que não se pode dizer, e tudo rapidamente
pegava as cordas em suas mãozinhas e as puxava forte, mas tanto, que parecia que no Céu
aquelas campainhas formavam uma música tão forte que todo o Céu saía para ver quem era
Aquele que tocava com tanta pressa e imponência, de chamar a atenção de todo o Céu, também
eu fiquei surpresa e meu doce Jesus me disse:

(2) “Minha filha, a alma onde reina meu Querer tem as cordas de ouro puríssimo que descendem
da potência do Pai, da sabedoria de Mim, Filho, e do amor do Espírito Santo. Conforme a alma
trabalha, ama, reza, sofre, assim eu tomo as cordas em minhas mãos e ponho em movimento
nosso poder, sabedoria e amor, para o bem, para glória de todos os bem-aventurados e de todas
as criaturas. O som destes sinos é tão forte e harmonioso, que chamam a todos como convidando-
os a festejar, por isso todos saíram para gozar a festa de seu ato. Então, como você vê, os atos da
alma onde meu Querer reina são formados no Céu, no seio de seu Criador, descem à terra pelas
três cordas de nossa força, sabedoria e amor, e sobem novamente até sua fonte para levar-nos
glória devida, E eu me deleito muito em puxar as cordas para fazer ouvir a todos o som destes
misteriosos sinos”.

(3) Depois disto tinha ouvido falar da exposição que se tinha feito do Santíssimo Sacramento na
igreja, e eu pensava entre mim: “Para mim não há exposições nem funções”. E meu doce Jesus
não me dando tempo para pensar em outras coisas, saiu de dentro de mim e me disse:
(4) “Minha filha, para ti não há necessidade de exposições, porque para quem faz minha Vontade
tem a exposição maior e contínua que minha Vontade tem em toda a Criação, mas bem cada coisa
criada, como estão animadas por Ela, São inúmeras as exposições por quantas coisas existem.
Quem forma minha Vida Divina na Eucaristia? Minha Vontade. Se não fosse porque a hóstia
sacramental está animada por minha Vontade Suprema, a Vida Divina não existiria nela, seria uma
simples hóstia branca que não mereceria a adoração dos fiéis. Agora, minha filha, minha Vontade
faz sua exposição no sol, e assim como minha Vontade tem os véus da hóstia que escondem
minha Vida, assim tem os véus da luz que a escondem no sol, porém, quem faz uma genuflexão,
quem manda um beijo de adoração, quem diz um obrigado a minha Vontade exposta no sol?
Ninguém!
Que ingratidão! Mas apesar disso Ela não se detém, é sempre estável em fazer o bem,
em seus véus de luz segue os passos do homem, investe suas ações, por qualquer caminho que
tome, sua luz se faz encontrar diante e atrás, levando-o como em triunfo em seu seio de luz para
lhe fazer o bem, disposta a lhe fazer o bem e lhe dar a luz embora não a queira. Oh minha vontade,
quão invisível és, amável e admirável, imutável no bem, incansável sem jamais retroceder! Vê a
grande diferença entre a exposição da Eucaristia e aquela que a minha própria Vontade tem em
ato contínuo nas coisas criadas, à da Eucaristia o homem deve incomodar-se, ir ele, aproximar-se,
dispor-se para receber o bem, de outra maneira nada recebe; em troca a exposição de minha
Vontade nas coisas criadas, é Ela que vai ao homem, que se incomoda e apesar de que não esteja
disposto, minha Vontade é generosa e o afoga de seus bens, porém não há quem adore a minha
eterna Vontade em tantas exposições suas.

Ela faz sua exposição no mar, e se bem que no sol,
símbolo da Eucaristia, dá sua luz, seu calor, dá bens inumeráveis, mas sempre em silêncio, não diz
jamais uma palavra, não faz jamais uma reprovação por quantos males horrendos possa ver; no
mar, ao contrário, nos véus da água faz sua exposição de modo diferente, parece que fala ao
formar seu murmúrio, nos véus da água infunde temor em suas ondas tumultuosas e nas ondas
fragorosas, que, ao embater navios ou pessoas, as enterre no fundo do mar, sem que ninguém o
possa resistir; minha vontade no mar faz a exposição do seu poder e fala no murmúrio, fala nas
ondas, fala nas ondas altíssimas chamando o homem a amá-la e a possuí-la, e não vendo-se
ouvida faz a exposição da justiça divina, e mudando aqueles véus em tempestade lança-se contra
o homem inexoravelmente.

Oh! se as criaturas prestassem atenção a todas as exposições que
fazem a minha Vontade em toda a Criação, deveriam estar sempre em ato de adoração, para
adorar a minha Vontade exposta nos campos floridos onde expande os seus perfumes, nas árvores
carregadas de frutos onde expande a variedade de suas doçuras, assim que não há coisa criada
onde não faça sua exposição divina e especial, e como as criaturas não lhe tributam as honras
devidas, Cabe a você manter a adoração perpétua às exposições que tem o Fiat Supremo em toda
a Criação. És tua filha minha, a que deves oferecer-te como adoradora perpétua desta Vontade
sem adoradores e sem correspondência de amor por parte das criaturas”.

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