Estudo 13 – Livro do Céu Volume 1 ao 11 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 13 – Livro do Céu Volume 1 ao 11 – Escola da Vontade Divina
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MEDITAÇÃO

VOLUME 1
(113) Uma noite, enquanto estávamos à mesa e eu neste estado de não poder abrir a boca, a família começou a inquietar-se, eu o sentia tanto que comecei a chorar, e para não ser vista me levantei e fui a outro quarto para seguir chorando, e pedia a Jesus Cristo e à Virgem Santíssima que me dessem ajuda e força para suportar essa prova, Mas enquanto fazia isto senti que começava a perder os sentidos. Meu Deus, que pena só de pensar que a família me veria, sendo que até então não o tinha advertido! Enquanto eu estava nisso, eu dizia: “Senhor, não deixe que me vejam”. E eu tinha tanta vergonha de que me vissem, embora não sei dizer por que, e tratava por quanto mais podia me esconder em lugares onde não podia ser vista; quando era surpreendida inesperadamente por esse estado, de modo que não tinha tempo de me esconder ou ao menos de me ajoelhar, porque na posição em que me encontrava assim ficava, e poderiam dizer que estava rezando, então me descobriam. Enquanto perdia os sentidos, Nosso Senhor se fez ver no meio de muitos inimigos que lhe lançavam toda classe de insultos, especialmente o agarravam e pisavam-no sob os pés, blasfemavam-no, lhe puxavam os cabelos; Parecia-me que o meu bom Jesus queria fugir debaixo daqueles pés fétidos e ia à procura de uma mão amiga que o libertasse, mas não encontrava ninguém. Enquanto via isto, eu não fazia outra coisa senão chorar sobre as penas de meu Senhor, teria querido ir no meio desses inimigos, talvez poderia libertá-lo, mas não me atrevia e lhe dizia: “Senhor, faz-me participar em tuas penas. ¡¡ Ah, se pudesse aliviar-te e libertar-te!” Enquanto isto dizia, aqueles inimigos, como se como se tivessem entendido, vinham contra mim, mas tão enfurecidos que começaram a me golpear, a puxar-me os cabelos, a pisotear-me, eu tinha grande temor, sofria, sim, mas dentro de mim estava contente porque via que dava ao Senhor um pouco de trégua. Depois aqueles inimigos desapareciam e eu ficava sozinha com o meu Jesus.

Tentei compadecer me mas não me atrevia a dizer-lhe nada, e Ele rompendo o silêncio me disse:
(114) “Tudo o que tu viste é nada em comparação com as ofensas que continuamente me fazem, é tanta a sua cegueira, o entregar-se às coisas terrenas, que chegam a tornar-se não só cruéis inimigos meus, mas também deles mesmos, e como seus olhos estão fixos na lama, por isso chegam a desprezar o eterno. Quem me reparará por tanta ingratidão? Quem terá compaixão de tanta gente que me custa sangue e que vive quase sepultada na imundície das coisas terrenas?

Ah, vem e reza, chora junto Comigo por tantos cegos que são todos olhos para tudo o que sabe a terra, e desprezam e espezinham minhas graças debaixo de seus imundos pés, como se estas fossem lama. Ah, eleva-se sobre tudo o que é terra, aborrece e despreza tudo o que a Mim não pertence, não te importem as zombarias que recebes da família depois de me teres visto sofrer tanto, só te importas com a minha honra, as ofensas que continuamente me fazem e a perda de tantas almas. Ah, não me deixe sozinho no meio de tantas penas que me destroçam o coração, tudo o que você sofre agora é pouco em comparação com as penas que sofrerá, não te disse sempre que o que quero de você é a imitação de minha Vida? Olhe como você é de Mim, por isso coragem e não tenha medo”.

2-15
Abril 21, 1899
Vê Jesus como uma criança quando está sozinho. Medo de que ele fosse alguém para fazer-lhe mal. Pergunta quem é, e diz-lhe que é o pobre dos pobres e que queria estar com ela.

(1) Esta manhã, estando no meu estado habitual, num momento me encontrei em mim mesma, mas sem poder me mover, quando de repente senti que alguém entrava em meu quarto, depois fechou de novo a porta e ouvi que se aproximava da minha cama. Em minha mente pensava que alguém tinha entrado furtivamente, sem que ninguém da família o tivesse visto e tinha penetrado até meu quarto. Quem sabe o que eu poderia fazer? Era tanto o medo que eu senti o sangue gelar nas veias e tremia toda. Oh, Deus! O que fazer? Dizia entre mim: “A família não o viu, eu sinto-me toda imóvel e não posso defender-me nem pedir ajuda; Jesus, Maria, Mãe minha, ajudai-me, São José, dizei-me deste perigo”. Quando senti que subia à cama e se aninhava junto a mim, foi tanto o temor, que abri os olhos e lhe disse: “Dize-me, quem és tu?”
(2) Ele respondeu: “Eu sou o pobre dos pobres, não tenho onde estar; vim a ti para ver se me queres ter contigo em teu quarto, olha, sou tão pobre que nem sequer tenho vestidos, mas tu pensará em tudo”.
(3) Eu o olhei bem, era um menino de cinco ou seis anos, sem vestidos, sem sapatos, mas sumamente belo e gracioso, em seguida lhe respondi: “Por mim com gosto te teria, mas o que dirá meu papai? Não sou uma pessoa livre que pode fazer o que quiser, tenho meus pais que o impedem. Vestir-te se posso fazê-lo com meus pobres trabalhos, farei qualquer sacrifício, mas ter-te comigo é impossível. Além disso, não tens pai, não tens mãe, não tens onde ficar?”
(4) Mas a criança amargamente respondeu: “Não tenho ninguém, ah, não me faças vaguear mais, deixa-me estar contigo!”
(5) Eu mesma não sabia o que fazer, como tê-lo. Um pensamento me passou pela mente:
“Quem sabe, talvez seja Jesus, ou será algum demônio para me perturbar?” Então disse-lhe de novo: “Mas dize-me a verdade, quem és tu?” E ele repetiu:
(6) “Eu sou o pobre dos pobres”.
(7) Eu respondi: “Aprendeste a santificar-te?”
(8) “Sim”. Respondeu.
(9) Pois então fá-lo, quero ver como o fazes.
(10) Ele perseguiu-se com o sinal da cruz.
(11) Eu acrescentei: “E a Ave Maria sabes dizer?”
(12) “Sim, mas se queres que a diga, vamos dizê-la juntos”.
(13) Eu comecei a Ave Maria e Ele a dizia junto comigo, nesse momento uma luz puríssima se desprendeu de sua fronte adorável e conheci que o pobre dos pobres era Jesus. Num instante, com aquela luz que Jesus me enviava, fez-me perder de novo os sentidos e tirou-me de mim mesma. Eu estava toda confusa diante de Jesus, especialmente por tantas rejeições e rapidamente lhe disse:
(14) “Meu querido, perdoa-me, se te tivesse conhecido não te teria proibido a entrada. Além disso, porque não me disseste que eras tu? Tenho tantas coisas para te dizer, eu ter-te-ia dito, não teria perdido o meu tempo com tantas inutilidades e medos. Para te ter a Ti não tenho necessidade dos meus, posso ter-te livremente porque Tu não te deixas ver por nenhum”. Mas enquanto dizia isto, Jesus desapareceu e assim acabou tudo, deixando-me uma pena por não lhe ter dito nada do que queria dizer-lhe.

3-13
Novembro 26, 1899
Complacência da Santíssima Trindade diante do sofrimento de Luísa.

(1) Encontrando-me no meio de grandes sofrimentos, meu amável Jesus veio e me pôs o braço por detrás do pescoço, em ato de me segurar. Agora, estando perto d’Ele comecei a fazer minhas habituais adorações a todos os seus santos membros, começando por sua sacratíssima cabeça.
No momento em que fazia isto, disse-me:
(2) “Amada minha, tenho sede, tira-me a sede com o teu amor, que não resisto mais”.
(3) E tomando aspecto de menino pôs-se em meus braços e pôs-se a mamar, parecia que sentia um gosto grandíssimo e ficava tudo confortado e acalmava sua sede. Depois disto, querendo brincar comigo, com uma lança que tinha na mão me trespassava o coração de lado a lado. Eu sentia uma dor terrível, mas oh! como estava contente de sofrer, especialmente porque eram as mesmas mãos de meu só e único Bem as que me davam o sofrer, e o incitava a me rasgar principalmente, tanto era o gosto e a doçura que eu sentia. E Jesus bendito, para me satisfazer mais, arrancou-me o coração, tomando-o entre as suas mãos, e com essa mesma lança abriu-o pela metade e encontrou uma cruz resplandecente e macia, tomou-a entre as suas mãos agradando-se grandemente e disse-me:

(4) “Esta cruz foi produzida pelo amor e a pureza com que sofres, estou tão contente no modo com que tu sofres, que não só eu, mas eu chamo o Pai e o Espírito Santo para agradar Comigo”.
(5) Num instante olhei e vi Três Pessoas que me circundando se deleitavam em olhar esta cruz, mas eu, lamentando-me com Eles disse:
(6) “Grande Deus, muito pouco é meu sofrer, não estou contente só com a cruz, senão que quero também os espinhos e os cravos, e se eu não o mereço, porque sou indigna e pecadora, Vós, certamente podeis dar-me as disposições para merecê-lo”.
(7) E Jesus, enviando-me um raio de luz intelectual, fez-me perceber que queria que eu confessasse as minhas culpas. Senti-me aterrorizada ante as Três Divinas Pessoas, mas a Humanidade de Nosso Senhor me inspirava confiança, assim que dirigindo-me a Ele disse o “eu pecador”, e depois comecei a fazer a confissão de minhas culpas. Agora, enquanto me encontrava toda imersa em minha miséria, uma voz saiu do meio deles que dizia:
(8) “Te perdoamos, e você, não peque mais”.
(9) Eu esperava receber a absolvição de Nosso Senhor, mas nesse momento desapareceu. (10)

Pouco depois voltou crucificado e me participou as dores da cruz.

4-14
Setembro 30, 1900

Jesus pede-lhe para consolar a sua mãe aflita.

(1) Esta manhã meu dulcíssimo Jesus não vinha e tive que ter muita paciência em esperá-lo, cheguei até me esforçar em sair de meu habitual estado porque não tinha força para continuar nele. Jesus não vinha, o sofrer me parecia que havia fugido de mim, os sentidos me os sentia em mim mesma, não me restava mais que fazer um esforço para sair, mas enquanto isso fazia, o bendito Jesus veio e fez um cerco ao redor de minha cabeça com seus braços, e desde esse momento não me tenho sentido mais em mim mesma, e via Nosso Senhor muito indignado com o mundo e, querendo aplacá-lo, disse-me:
(2) “Por agora, não queiras cuidar de Mim, mas peço-te que te ocupes de minha Mãe, consola-a, porque está muito afligida pelos castigos mais pesados que estou prestes a derramar sobre a terra”.
(3) Quem pode dizer o quanto aflita fiquei?

5-15
Junho 30, 1903

Beleza interior da alma.

(1) Encontrando-me fora de mim mesma, vi a Rainha Mãe, e prostrando-me aos seus pés, disse-lhe: “Minha Mãe, em que terrível estreiteza me encontro privada do único bem meu e da minha própria vida, sinto-me chegar aos extremos”.
(2) E enquanto dizia isto chorava, e a Virgem Santíssima abrindo-se uma parte do coração, como se se abrisse uma custódia tomou o menino de dentro e me deu-o dizendo:
(3) “Minha filha, não chores, aqui está o teu bem, a tua vida, tu tudo, toma-o e tenha-o sempre contigo, e Enquanto o tiveres contigo, tem o teu olhar fixo em teu interior sobre Ele, não te preocupes se não te diz nada, ou se tu não sabes dizer nada, somente olha-o em teu interior, porque com olhá-lo compreenderás tudo, farás tudo, e satisfarás por todos; esta é a beleza da alma interior, que sem voz, sem instruções, como não há nada exterior que a atraia ou a inquiete, senão que toda sua atração, todos seus bens estão fechados no interior, facilmente, com o simples
olhar a Jesus tudo entende e toda obra. Deste modo caminharás até o cume do Calvário, e uma vez que tenhas chegado, não mais como menino o verás, senão Crucificado e tu ficará junto com Ele crucificada”.
(4) Por isso parecia que com o menino nos braços e a Virgem Santíssima fazíamos o caminho do Calvário; enquanto se caminhava alguma vez encontrava alguém que me queria tirar Jesus, e chamava em ajuda à Rainha Mãe dizendo-lhe: “Minha mãe, ajuda-me, que querem tirar-me Jesus”.
E Ela me respondia: “Não temas, teu empenho seja ter o olhar interior fixo sobre Ele, e isto tem tanta força, que todas as outras forças humanas e diabólicas ficarão debilitadas e derrotadas”.
(5) Agora, enquanto caminhava encontramos um templo no qual se celebrava a santa missa, no momento de receber a comunhão eu voei com o menino nos braços ao altar para recebê-la, mas qual não foi minha surpresa, que enquanto Jesus Cristo entrou dentro de mim, Desapareceu dos meus braços, e pouco depois me encontrei em mim mesma.

6-15
Dezembro 28, 1903

Como todas as vidas estão em Cristo.

(1) Depois de haver esperado muito, assim que veio meu bendito Jesus, fazia-me ver muitas almas humanas em sua humanidade, e enquanto via me disse:
(2) “Minha filha, todas as vidas humanas estão em minha Humanidade no Céu como dentro de um claustro, e estando dentro de meu claustro, de Minha parte o regime de suas vidas, não só isto, senão que minha Humanidade sendo claustro, faz as vidas de cada alma; qual não é minha alegria quando as almas estão neste claustro, e o eco que sai da minha Humanidade combina-se com o eco de cada vida humana da terra; e qual é a minha amargura quando vejo que as almas não estão contentes e saem, e outras estão, mas forçadas e de má vontade, não se submetem às regras e ao regime de meu claustro, por isso os ecos não se combinam juntos”.

7-15
Maio 6, 1906

Deus é alimento e vida da alma.

(1) Continuando meu habitual estado, veio o bendito Jesus com um pão na mão, como se me quisesse fortalecer, porque por suas contínuas privações me sinto tão mal, que parece que só um fio de vida me mantenha viva, e que debaixo deste fio ficaria incinerada e consumida.
Depois de me ter fortificado com aquele pão, disse-me:
(2) “Minha filha, assim como o pão material é alimento e vida do corpo, e não há partícula do corpo que não receba vida deste pão, assim Deus é alimento e vida da alma, e não deve haver partícula que não tome vida e alimento de Deus, isto é, animar a si mesmo somente Deus, como nutrir seus desejos em Deus, os afetos, as inclinações, o amor, fazê-los tomar vida e alimento em Deus, de modo que nenhum outro alimento lhe fosse agradável, somente Deus apenas, mas oh, quantos fazem que suas almas se alimentem de toda sorte de porcarias!”

(3) Dito isto desapareceu e encontrei-me dentro de uma igreja, e parecia que várias pessoas diziam: “Maldito, maldito! Como se quisessem amaldiçoar ao Senhor bendito, e também às mesmas criaturas. Eu não sei como compreendia todo o peso dessas maldições, como se significassem destruição de Deus e deles mesmos, e eu chorava amargamente por estas maldições. Depois via no altar um sacerdote que celebrava que, indo no meio daqueles que tinham proferido tais maldições, com voz solene e com autoridade, disse: “Maledicti, maledicti!”
Ele disse isso pelo menos por uma vintena de vezes ou mais, e enquanto dizia isso, parecia que milhares e milhares de pessoas caíam mortas, quem por revolução, quem por terremotos, quem no fogo e quem na água, e parecia-me que estes castigos eram precursores das próximas guerras. Eu chorava, e Ele, aproximando-se de mim, me disse:
(4) “Minha filha, não temas, a ti não te amaldiçoo, antes te digo: “Bendita mil e mil vezes!”
“Chora e reza por estes povos”.

8-16
Novembro 3, 1907

A alma na Divina Vontade deve comparecer a tudo.

(1) Esta manhã, encontrando-me no meu estado habitual, senti o meu amável Jesus mover-se dentro de mim, e repetia:
(2) “Vamos mais adiante”.
(3) Eu ao ouvir isto me encolhi de ombros dizendo: “Senhor, por que diz vamos mais adiante? Mas
bem diga, irei mais adiante nos castigos, eu tenho medo de pôr nisto minha vontade”.
(4) E Ele: “Minha filha, minha Vontade e a tua são uma, e se digo vamos mais adiante nos castigos, não digo o mesmo no bem que faço às criaturas, que é, oh! quanto mais do que Os castigos? e nos
muitos outros castigos que não mando, você não está unida Comigo? Então, quem está unido no bem, não deve estar unido nas mortificações? Entre Eu e você não deve haver divisões. Você não é outra coisa que aquela pequena erva que Deus se tem comprazido em dotar com uma maravilhosa virtude, e assim como à pequena erva da que não se conhece a virtude que contém pisa e nem sequer se olha, assim quem não conhece o dom que coloquei em ti e a virtude que contém minha erva, não só te pisa, senão que não compreende quanto me agrado Eu com dar valor às coisas menores”.
(5) Depois disto parecia que apoiava a sua cabeça sobre a minha, e eu disse: “Ah, faz-me sentir os
teus espinhos!”
(6) E Ele: “Queres que te bata?”
(7) E eu: “Sim”. Neste momento vi nas mãos de Jesus uma vara com bolas de fogo, e eu vendo o fogo: “Senhor, tenho medo do fogo, bate-me só com a vara”.
(8) E Ele: “Não queres ser espancada, Eu vou-me embora”.
(9) E desapareceu sem me dar tempo para lhe pedir que me batesse como a Ele lhe agradasse.
Oh! como fiquei pensativa e aflita, mas Ele que é tão bom me perdoará.

9-15
Outubro 4, 1909
O pensamento de si mesmo deve ser interrompido para fazer o que Jesus faz.

(1) Continuando meu estado de aflição e de perda de meu bendito Jesus, estava segundo meu costume toda ocupada em meu interior nas horas da Paixão, justo na hora em que Jesus carrega o pesado madeiro da cruz. Todo mundo me estava presente: Presente, passado e futuro, minha fantasia parecia ver todas as culpas de todas as gerações que pressionavam e quase esmagavam o benigno Jesus, assim que a cruz não era outra coisa que uma folha de palha, uma sombra de peso em comparação com o peso de todos os pecados; eu tentei me estreitar a Jesus e dizia:
“Olha minha vida, meu bem, estou eu em nome de todos eles. Vês quantas ondas de blasfêmias?
E eu, para te reparar, te abençoo por todos. Vês quantas ondas de amargura, de ódios, de desprezos, de ingratidão, de pouquíssimo amor? E eu quero adoçar-te por todos, amar-te por todos, agradecer-te, adorar-te, honrar-te por todos, mas os meus reparos são frios, mesquinhos, finitos; tu que és o ofendido és Infinito, por isso também os meus reparos, meu amor, quero torná-los infinitos, e para torná-los infinitos, imensos, intermináveis, me uno a Ti, com tua mesma Divindade, e mais, junto com o Pai e com o Espírito Santo e te bendigo com vossas bênçãos, te amo com vosso amor, te adoço com vossas mesmas doçuras, te honro, te adoro como fazeis entre as Divinas Pessoas”. Mas quem pode dizer todos os desatinos que dizia? Não terminaria jamais se quisesse dizer tudo. Quando me encontro nas horas da Paixão, sinto que, juntamente com Jesus, também eu abracei a imensidão do seu agir, e por todos e por cada um glorifico a Deus, reparo, impetro por todos, e por isso é-me difícil dizer tudo. Então, enquanto fazia isso, o pensamento me disse: “Pensas nos pecados dos outros, e os teus? Pensa em ti, repara por ti”. Por isso tentei pensar nos meus males, nas minhas grandes misérias, nas privações de Jesus, que são causa dos meus pecados, e distraindo-me das coisas habituais do meu interior chorava a minha grande desventura. Enquanto eu estava nisto, meu sempre amável Jesus se moveu em meu interior, e com voz sensível me disse.
(2) “Queres tu julgar-te? O obrar do teu interior não é teu, senão meu, tu não fazes outra coisa que seguir-me, o resto faço tudo por Mim. O pensamento de ti mesma deve ser tirado, não deves fazer outra coisa senão o que quero Eu, e Eu pensarei em teus males e em teus bens. Quem pode fazer-te melhor, tu ou eu?”

(3) E mostrava que se desgostava. Então pus-me a segui-lo, mas pouco depois, chegando a outro ponto do caminho do calvário, no qual mais do que nunca me internava nas diversas intenções de Jesus, o pensamento me disse: “Não só deves tirar o pensamento de santificar-te, mas também o de salvar-te, não vês que por ti mesma não és boa para nada? Em que te aproveitará fazer pelos demais?” Eu, dirigindo-me a Jesus, disse-lhe: “Meu Jesus, o teu sangue não é para mim, as tuas dores, a tua cruz? Tenho sido tão má que tendo pisado sob meus pés com minhas culpas, Tu talvez as tenhas esgotado para mim, ah, perdoa-me, mas se não queres perdoar-me deixa teu Querer e estarei contente, tua Vontade é tudo para mim; fiquei só sem Ti, e só Tu podes conhecer a perda que tive, não tenho ninguém, as criaturas sem Ti me aborrecem, sinto-me nesta prisão do meu corpo como escrava em correntes; pelo menos por piedade não me tires o teu Santo Querer”.
E enquanto eu pensava isso eu me distraí de novo de meu interior, e Jesus me fez ouvir sua voz, alta, forte e imponente que dizia:
(4) “Não queres terminar com isso? Queres tu estragar a minha obra em ti?”
(5) E não sei, mas como se tivesse posto silêncio em minha mente tratei de segui-lo e de terminar com esses pensamentos.

10-13
Janeiro 17, 1911

Os governantes civis ouvirão Jesus mais do que os chefes eclesiásticos. As casas de reunião de sacerdotes serão chamadas casas do ressurgimento da fé.

(1) Continuando meu estado habitual, meu sempre amável Jesus veio, mas tão aflito e tão ardente de amor, que delirava e pedia um refrigério, e pondo seus braços ao meu pescoço me disse:
(2) “Minha filha, dai-me amor, este é o único refrigério para acalmar meus delírios de amor”.

(3) Depois acrescentou: “Filha, o que escreveste com relação às reuniões dos sacerdotes, se me escutam, não é outra coisa que quase um processo que faço com eles, senão, como os chefes dos eclesiásticos não me escutarão, estando também eles atados pelos laços do interesse e sendo escravos das misérias humanas, quase lambendo-as, em vez de dominar sobre as misérias, ou seja, sobre o interesse, sobre o desejo de realeza e outros, as misérias os dominarão a eles, assim que ensurdecidos pelo que é humano não serei escutado nem compreendido, então me dirigirei aos chefes civis, que mais facilmente me prestarão atenção, os quais, entre para ver o sacerdote humilhado, e sendo estes talvez um pouco mais despojados que os mesmos eclesiásticos, minha voz será mais ouvida, e o que os eclesiásticos não querem fazer por amor, farei que o façam por necessidade e pela força, e farei que lhes seja retirado pelo governo o resíduo que lhes ficou”.
(4) E eu: “Meu sumo e único bem, qual será o nome que se dará a estas casas e quais as regras?”

(5) E Ele: “O nome será: As casas do ressurgimento da fé‟. Com respeito às regras, podem servir-se das mesmas regras do oratório de São Filipe Néri”.

(6) Depois acrescentou: “Diga ao padre B. que tu serás o órgão e ele o som para esta obra, e que se ele receber zombaria e for mal querido pelos interessados, os bons e os poucos verdadeiramente bons compreenderão a necessidade e a verdade que ele anuncia, e se farão um dever de consciência se agregarem à obra, e ademais, se recebe burlas terá a honra de se fazer mais semelhante a Mim”.

11-15
Abril 10,1912
As almas que têm mais confiança são o desabafo e o entretenimento do Amor de Jesus.

(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, as almas que mais resplandecerão como cintilantes gemas na coroa de minha Misericórdia, são as almas que têm mais confiança, porque quanto mais confiança tem, tanto mais dão campo ao atributo de minha Misericórdia para derramar qualquer graça que essas almas queiram; em vez de quem não tem verdadeira confiança, ela mesma me encerra as graças dentro de Mim e permanece sempre pobre e desprovida, e meu Amor fica contido em Mim e sofro grandemente, e para não sofrer tanto e para poder mais livremente desabafar meu Amor, trato mais com as almas que têm confiança que com as outras, porque com estas posso desafogar meu Amor, posso jogar, posso tomar amorosos contrastes, porque não tenho que temer que se zangue, que se deixem levar pelo temor, Elas ficam mais atrevidas e em tudo encontram como me amar mais. Assim que as almas com confiança são o desabafo e o entretenimento do meu Amor, são as mais graciosas e as mais ricas”.

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