2 A Alma e seus desafios enquanto está na terra

JESUS E SUAS LIÇÕES
2 A Alma e seus desafios enquanto está na terra
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28 de fev de 1944
34.10 Jesus diz:
– E agora? Que vos direi, ó almas, que percebeis que a fé está morrendo? Aqueles sábios do Oriente nada tinham que lhes desse a certeza da verdade. Nada tinham de sobrenatural. Tinham apenas os cálculos astronômicos e as suas reflexões, que a vida íntegra, que eles levaram, tornava perfeitas. Contudo, tiveram fé. Fé em tudo: fé na ciência, fé na consciência, fé na bondade divina.
Pela ciência, acreditaram no sinal da nova estrela, que não podia deixar de ser “aquela”, que era esperada, havia séculos, pela humanidade: o Messias. Pela consciência, tiveram fé na voz da mesma que, recebendo “vozes” celestes, lhes dizia: “É aquela estrela que assinala a chegada do Messias.” Pela bondade, tiveram fé que Deus não os teria enganado e, visto que a sua intenção era reta, Ele os teria ajudado, de todos os modos, a chegar até à meta desejada.
Mas a sua consciência os tranqüiliza. Almas acostumadas à meditação, eles têm uma consciência muito sensível, aperfeiçoada por uma atenção constante, por uma introspecção aguda, que faz do seu interior um verdadeiro espelho sobre o qual refletem as menores sombras dos acontecimentos diários. Eles fizeram da voz que os adverte a própria mestra, voz que grita, não só ao menor erro, mas até a uma simples possibilidade de erro, o que é humano, como a complacência com o seu próprio eu. Por isso, quando eles se põem diante desta mestra, diante deste espelho tão severo e tão nítido, sabem que ele não lhes mente, mas os encoraja, tomando novo alento.
“Oh! Que doce coisa é sentir que nada há em nós de contrário a Deus!
Sentir que Ele olha com complacência o ânimo do filho fiel e o abençoa.
Deste sentimento provém o aumento de fé e de confiança, de esperança, fortaleza e paciência. Agora é hora de tempestade. Mas ela passará, porque Deus me ama e sabe que eu o amo, e não deixará de ajudar-me ainda.”
Assim é que falam os que têm aquela paz, que provém de uma consciência reta, que é a rainha de todas as suas ações.
34.13 Eu disse que eles eram “humildes, porque verdadeiramente grandes.”
Em vossa vida, ao invés, que é que acontece? Acontece que um, não porque seja grande, mas porque é mais prepotente, se faz poderoso por sua prepotência, nunca humilde, pela vossa insensata idolatria,. Há pobres coitados que, só por serem mordomos de alguém arrogante, ou porteiros de algum gabinete, funcionários de alguma repartição, servos afinal, de quem assim os fez, costumam tomar a pose de semideuses. Tem-se pena até de vê-los!… Eles, os três sábios, eram realmente grandes. Em primeiro lugar, por virtude sobrenatural; em segundo lugar, pela ciência; e, por último, pela riqueza. Mas eles se julgam nada: pó sobre o pó da ter ra, se comparados com Deus Altíssimo, que cria os mundos com um sorriso, espalhando-os pelo espaço, como grãos de trigo, para alegrar os olhos dos anjos com os colares de estrelas.
Mas eles se consideram nada, diante de Deus Altíssimo, que criou o planeta, sobre o qual eles vivem, e como Escultor infinito em sua ilimitada obra fez tudo bem diversificado, colocando, aqui uma série de colinas de suave declive, com a força do seu polegar, acolá uma ossatura de picos e escarpas, iguais as vértebras da terra, neste corpo desmesurado, do qual os rios são as veias, os lagos são as pelves, os oceanos são os corações, tendo as florestas como vestes, as nuvens como véus, as geleiras de cristal como decorações, as turquezas e as esmeraldas como gemas, as opalas e os berilos de todas as águas que descem cantando, com as selvas e os ventos, formando o grande coro de louvor ao seu Senhor.
Eles se consideram nada em sua sabedoria, diante do Deus Altíssimo, do qual vem a sua sabedoria, pois foi Ele quem lhes deu olhos, ainda mais poderosos que suas duas pupilas, pelas quais eles vêem as coisas: os olhos da alma, que sabem ler a palavra não escrita por mão humana nas coisas, onde esta palavra foi gravada pelo pensamento de Deus.
Eles se consideram nada em sua riqueza: um átomo, diante da riqueza do Dono do universo, que espalha metais e pedras preciosas nos astros e planetas, e abundâncias sobrenaturais, riquezas inesgotáveis, no coração de quem O ama.
34.14 Tendo eles chegado diante de uma pobre casa, na mais insignificante das cidades de Judá, não sacodem a cabeça dizendo: “Impossível”, mas dobram as costas, os joelhos, e especialmente o coração, e adoram. Lá, atrás daquela pobre parede, está Deus. Aquele Deus que eles sempre invocaram, não ousando nunca, nem de longe, esperar que o haveriam de ver. Mas que por eles foi invocado pelo bem de toda a humanidade e pelo bem eterno “deles” mesmos. Oh! Só isto é o que eles desejavam para si. Poderem vê-lo, conhecê-lo, possuí-lo naquela vida que não tem nem auroras, nem crepúsculos!
Ele está lá, atrás daquela pobre parede. Quem sabe se o seu coração de Menino, que é também o coração de um Deus, não ouça estes três corações que, inclinados no pó da estrada, bradam: “Santo, Santo, Santo. Bendito o Senhor nosso Deus. Glória a Ele nos Céus altíssimos, e paz aos seus servos.
Glória, glória, glória e bênção”? Isto eles perguntam, tremendo de amor. Por toda a noite, e na manhã seguinte preparam com a mais viva oração, o seu espírito, para entrarem em comunhão com o Deus-Menino.
Eles não vão a este altar, que é um seio virginal, que traz em si a Hóstia Divina, como vós ides a eles com a alma cheia de solicitudes humanas. Eles se esquecem do sono e do alimento e se usam suas mais belas vestes, não é para ostentação humana, mas para prestar honra ao Rei dos reis. Nos palácios dos soberanos, os dignitários se apresentam com suas mais belas vestes. Então, não deveriam eles ir apresentar-se a este Rei com suas vestes de gala? Que festa maior podia haver para eles do que esta?
Oh! Lá em suas terras longínquas, muitas e muitas vezes precisaram se adornar para prestar honras e oferecer seus préstimos a homens como eles.
Era, pois, justo que se humilhassem aos pés do Rei supremo e lá depositassem as suas púrpuras e jóias, sedas e plumas preciosas. Pôr-lhe aos pés, diante daqueles benditos pezinhos, as fibras da terra, as gemas da terra, as plumas da terra, os metais da ter ra — que são ainda obras dele — para que também elas, essas coisas da terra, adorem o seu Criador.
Seriam felizes se a Criancinha lhes ordenasse que se estendessem no chão, como se fossem um tapete vivo, aos seus passinhos de Menino, e os pisasse, Ele que deixou as estrelas por amor deles, que nada mais são do que pó.
34.15 Humildes e generosos. Obedientes às “vozes” do Alto. Essas vozes mandam que eles levem presentes ao Rei recém-nascido. Eles levam presentes. Não dizem: “Ele é rico, e não precisa disso. Ele é Deus, e não conhecerá a morte”. Eles obedecem. São os primeiros que acodem à pobreza do Salvador. Como chegou em boa hora aquele ouro, para quem amanhã deveria sair de sua terra como fugitivo! Como foi significativa aquela mirra, para quem, dentro em breve, seria morto. Como foi piedoso aquele incenso, para quem teria que sentir o mau cheiro da luxúria humana fervendo ao redor de sua infinita pureza!
Humildes, generosos, obedientes e respeitosos um para com o outro. As virtudes geram outras virtudes. Das virtudes voltadas para Deus, nascem virtudes para o próximo. Respeito que, no fim, é caridade. Combinaram com o mais velho que lhe tocaria falar por todos, recebendo o primeiro beijo do Salvador, segurando-o pela mãozinha. Os outros ainda poderão vê-lo outras vezes. Mas ele, não. Ele está velho, e o dia de sua volta para Deus está perto. Ele verá o Cristo, depois de sua terrível morte, e o acompanhará junto com os outros que serão salvos, no dia da volta do Cristo para o Céu. Mas não o verá mais nesta terra. Então, para seu viático, que lhe fique o calor daquela mãozinha, que se confiou à sua mão enrugada.
Não há nenhuma inveja nos outros. Pelo contrário, há até um aumento de veneração para com o mais velho dos sábios. Mais do que eles, mereceu na certa, e por mais tempo. O Deus-Menino sabe disso. Ainda não fala, Ele que é a Palavra do Pai, mas os Seus atos são palavras. E seja bendita a sua inocente palavra, que mostra ser o seu predileto este velho .

– Não te lembras, mestre, o que foi que disseram aqueles que estiveram presentes na noite do nascimento de Cristo? Não te lembras de que os exércitos celestiais cantavam: “Paz aos homens de boa vontade”? Mas este povo não tem boa vontade, e não terá paz. Ele desconhecerá o seu Rei, o Justo, o Salvador, porque espera que Ele seja um rei de poderes humanos, enquanto que Ele é o Rei do espírito. Este povo não o amará, porque o Cristo pregará o que a este povo não agrada. O Cristo não debelará os seus inimigos com seus carros e cavalos, mas, sim, os inimigos da alma, que dominam, com possessão infernal, o coração do homem criado pelo Senhor.
E esta não é a vitória que Israel está esperando Dele. Ele virá, Jerusalém, o teu Rei, cavalgando uma “jumenta e um jumentinho”, ou seja, os justos de Israel e os gentios. Mas o jumentinho, Eu vo-lo digo, será mais fiel a Ele, e o seguirá precedendo a jumenta, e crescerá no caminho da V erdade e da Vida.
Israel, pela sua má vontade, perderá a paz, e sofrerá em si, através dos séculos, aquilo que fizer sofrer ao seu Rei, depois de tê-lo reduzido ao Rei das dores, de que fala Isaías.

04 de Janeiro de 1948 – Lições sobre a Carta de S Paulo aos romanos

O Espírito Santo diz

Os que oprimem as vozes pequenas, os que oprimem os que falam em nome de Deus, e que eles, os eruditos de agora, sabem como foram chamados no Antigo Testamento, e sabem qual é a sua missão – pois são, e sempre eles serão, até o fim dos tempos, como arautos de Deus entre as multidões cegas – eles devem meditar muito e aprender com aquele ” você me persegue”, e temer perseguir a Palavra, e tremer ao fazê-lo.
No instrumento de Deus, Deus vive, Ele não vive de maneira comum, mas de maneira extraordinária. A personalidade humana é apenas o véu que guarda o Santo dos Santos em operação, pois Deus nunca está inerte em seu trono além do véu.

Contra quem o inimigo perseguiu? Contra homens e pedras, ou contra a Ideia? Contra a Ideia. Para atingir o povo, ele atingiu a Ideia. Destruído. disperso.
Oh! miseráveis, miseráveis ​​homens superficiais que, mesmo sendo católicos praticantes, são tão indiferentes à Idéia, ao Cristianismo, à Igreja, que são a Idéia que é força, poder, coesão, vitória, salvação contra os exércitos humanos e extra-humanos do servos do Dragão, meditai nesta grande lição que vem dos tempos: quando a inércia, o pecado ou o consentimento às doutrinas satânicas permitem que os inimigos de Deus e dos espíritos ataquem, destruam, espalhem a Idéia única, santa, verdadeira, eterna – Deus – no que ele prega e o representa, tudo, quero dizer tudoé disperso e destruído, mesmo o que você não gostaria que fosse: seu bem pessoal egoísta, fortuna familiar, paz, a própria família às vezes.
Levantem-se, ó cristãos. Um dia, para Jesus que estava dormindo, ele gritou: “Acorda, ó Mestre, porque estamos perecendo”. Mas agora é Deus quem clama a vocês: “Acordem, ó cristãos, porque se vocês não acordarem, vocês perecerão. A tempestade está sobre você”. O velho Israel foi informado: “Às tuas tendas, ó Israel” para reuni-lo em defesa da religião e da pátria. A vós clamo: “Aos vossos tabernáculos, ó povo cristão. À sua fé! Ao vosso Senhor Jesus Cristo! Ao Vencedor que vence Satanás! surgir! Reacende a luz e o fogo da fé e da caridade, despoja-te das vestes excessivamente carnais que te tornam insípidos e preguiçosos, e veste-te de justiça”.
Você, só você deve salvar a si mesmo. Em sua vontade está sua vitória. Deus te observa, mas não mais te salva, por sua própria vontade. Ele já fez isso muitas vezes, e você, da vitória da salvação, se deu um degrau para descer às trevas,
geada, vício. Eu disse isso no início da obra do pequeno João [2] . Você riu, zombou ou xingou da vozinha que repetiu minhas palavras para você. Mas muitos, por serem divinos, já foram concluídos.
Não ria, não zombe, não xingue disso. Dê as boas-vindas a eles. Defendei-vos a vós mesmos, às vossas famílias, à vossa paz, ao vosso bem-estar, defendendo a ideia divina, a Igreja, a Fé. Satanás e seus servos procuram golpear a Ideia: a Igreja, a Fé, isto é, o coração, o sangue, a respiração que mantém viva a sua própria vida. Doloroso, sim. Cansado, sim. Mas se Satanás triunfar em um mundo sem Deus, triplamente ai de você.
Você não sabe! Não levanto o véu desse horror que já está acontecendo e cerro fileiras para lançar o ataque. Aponto para você acima: Céu, Deus; Aponto-vos o coração do Cristianismo: o Vaticano Roma; Eu lhe mostro o tabernáculo. Defendê-los para serem defendidos. E medite bem em minhas palavras.
E não seja singularmente semelhante àqueles que estão prestes a perseguir a Deus em Sua Ideia, na Igreja Romana, na Fé, perseguindo Jesus Cristo em suas pequenas vozes. Não persiga Jesus Cristo, eu digo. Porque Ele, a vós que oprimeis os seus instrumentos, diz, com a sua divina e justa sinceridade: “Por que me persegues ?”.
Sim. Você, Ele persegue nestes a quem você não dá paz. Sim. A vós, a Ele perseguis nestes, porque negais que neles fala a Palavra, fala o Espírito Santo que é sempre o autor de todo ensinamento divino.

28 de janeiro de 1944

46.3 Vejo, então, aparecer a cara feia de Satanás. Não que ele se apresente na forma com que nós costumamos figurá-lo com chifres, rabo, etc. Parece um beduíno, envolto em sua veste e em seu grande manto, como um dominó mascarado. Na cabeça tem um turbante, cujas extremidades brancas descem como uma proteção sobre os ombros e ao longo dos lados do rosto. De modo que deste aparece um pequeno triângulo muito moreno, de lábios finos e sinuosos, de olhos muito pretos e encavados, cheios de brilhos magnéticos.
São duas pupilas que te perscrutam até o fundo do coração, mas nas quais não lês nada, somente esta palavra: mistério. O oposto dos olhos de Jesus, também estes magnéticos e fascinantes e que perscrutam os corações, mas nos quais tu também podes ler que no seu coração há amor e bondade para contigo. O olhar de Jesus é uma carícia para a alma. Enquanto que o olhar de Satanás é como um duplo punhal que te perfura e te queima.
46.4 Ele se aproxima de Jesus:
– Estás sozinho?
Jesus olha para ele, e não responde.
– Como vieste parar aqui? Estás perdido?
Jesus o olha novamente, e continua calado.
– Se eu tivesse água no odre, eu te daria. Mas eu também estou sem.
Meu cavalo morreu, e eu vou indo a pé até o vau do Jordão. Lá eu beberei, e hei de encontrar alguém que me dê um pão. Eu sei o caminho. V em comigo.
Eu te guiarei.
Jesus não levanta nem mesmo o olhar.
– Não respondes? Sabes que, se ficares aqui, morrerás? O vento está começando a soprar. V ai vir uma tempestade. V em comigo.
Jesus une as mãos em muda oração.
– Ah! Então, és Tu mesmo? Há tanto tempo que te procuro! Agora faz tempo que te venho observando. Desde o momento em que foste batizado.
Estás chamando o Eterno? Ele está longe. Agora estás sobre a terra e em meio aos homens. No meio dos homens, quem reina sou eu. Eu também tenho dó de ti e te quero socorrer, porque és bom, e vieste sacrificar-te à toa. Os homens te odiarão pela tua bondade. Eles só entendem, se lhes falares de ouro, comida e sentidos. Sacrifício, dor, obediência, são para eles palavras mortas mais do que esta terra, que está ao redor de nós. Eles são ainda mais áridos do que esta poeira. Só a serpente pode esconder-se aqui, esperando a hora de dar o bote; e o chacal, a hora de despedaçar sua vítima. V em, vamos embora. Não mereces sofrer por eles. Eu os conheço melhor do que Tu.
Satanás sentou-se de frente a Jesus e o examina com esse seu olhar ‐ horrível, sorrindo com a sua boca de serpente. Jesus continua calado, rezando mentalmente.
46.5 – Tu estás desconfiando de mim. Fazes mal. Eu sou a sabedoria da terra. Posso ser teu mestre, para te ensinar a triunfar. Vê: o importante é triunfar. Depois, quando nos impusermos e o mundo ficar fascinado, então o levaremos para onde quisermos. Mas antes, é necessário fazer o que agrada a eles. Ser como eles. Seduzi-los, fazendo-os crer que nós os admiramos e os acompanhamos em seus pensamentos.
Tu és jovem e belo. Começa pela mulher. É sempre por ela que se deve começar. Eu errei, induzindo a mulher à desobediência. Eu devia tê-la aconselhado de outro modo. Eu teria feito dela um instrumento melhor, e teria vencido a Deus. Eu fui apressado. Mas Tu! V ou te ensinar, porque houve um dia em que eu olhei para Ti com um júbilo angelical, e um resto daquele amor [81]ainda ficou, mas Tu, escuta-me, aproveita-te da minha experiência! Arruma uma companheira. Porque o que não conseguires, ela conseguirá. Tu és o novo Adão: deves ter a tua Eva.
Além disso, como podes compreender e curar as doenças da sensualidade, se não sabes o que elas são? Não sabes que aí é que está o ponto central do qual nasce a planta da cobiça e da prepotência? Para que é que o homem quer reinar? Para que é que quer ser rico e poderoso? Para possuir a mulher. Ela é como a cotovia. Ela precisa do bri lho para ser atraída. O ouro e o poder, são as duas faces do espe lho que atraem as mulheres e são as causas do mal no mundo. Olha bem: atrás de mil delitos de diversas faces, há, pelo menos novecentos que têm suas raízes na fome da posse da mulher, ou na vontade de uma mulher, que arde num desejo que o homem ainda não conseguiu satisfazer ou não mais satisfaz. Se quiserdes saber o que é a vida procura a mulher. Só depois, saberás cuidar e curar as doenças da humanidade.
A mulher é bonita, como sabes! Não há nada de mais belo no mundo. O homem tem o pensamento e a força. Mas, a mulher! O seu pensamento é um perfume, seu contato é carícia de flores, sua graça é como um vinho que desce, sua fraqueza é como uma meada de seda ou anel de cabelo de bebê nas mãos do homem, sua carícia é uma força que se derrama sobre a nossa inflamando-a. Acaba-se a dor, o cansaço, a aflição, quando nos colocamos perto de uma mulher, pois ela, nos nossos braços, é como um feixe de flores.
46.6 Mas, que tolo que eu sou! Tu estás com fome, e eu te falando da mulher. O teu vigor está esgotado. É por isso que essa fragrância da terra, essa flor da criação, esse fruto que dá e suscita o amor, te parece uma coisa sem valor. Mas olha estas pedras, como são redondas e lisas, como são douradas sob à luz do sol que desce. Não parecem pães? Tu, Filho de Deus, só precisas dizer: “Eu quero”, para que elas se transformem em pães cheirosos, como aqueles que as donas de casa tiram do forno para o jantar de seus familiares. E estas acácias, tão secas, se Tu queres, não podem encher-se de maçãs doces e de tâmaras com gosto de mel? Sacia-te, ó Filho de Deus! Tu és o Senhor da terra. Ela se inclina para pôr-se aos teus pés, matando a tua fome.
Não vês que empalideces e vacilas, só de ouvires falar em pão? Pobre Jesus! Estás tão fraco, a ponto de não poderes mais tampouco fazer um milagre? Queres que eu o faça por Ti? Não sou igual a ti. Mas alguma coisa eu posso fazer. Ainda que por um ano eu fique privado das minhas forças, eu as juntarei todas, pois eu te quero servir, porque Tu és bom e eu sempre me lembro de que és o meu Deus, mesmo tendo eu desmerecido agora de poder chamar-te assim. Ajuda-me com a tua oração para que eu possa….
– Cala-te! “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus.”
O demônio estremece de raiva. Range os dentes e fecha os punhos. Mas ele se contém, e muda o ranger de dentes em um sorriso.
– Compreendo. Tu estás acima das necessidades da terra e tens aversão a servir-te de mim. Bem que eu mereci isto. 46.7Mas, vem, então, e vê o que está acontecendo na Casa de Deus. Vê como até os sacerdotes não se recusam a fazer transações entre o espírito e a carne. Porque, afinal, eles são homens, não são anjos. Faz um milagre espiritual. Eu te levo até o pináculo do Templo, e Tu, transfigura-te em beleza lá em cima, depois, chama a multidão de anjos, e diz a eles que façam de suas asas entrelaçadas, uma esteira para os teus pés, e que Te levem para desceres no pátio principal.
Que todos Te vejam e se lembrem de que Deus existe. De vez em quando é necessária uma manifestação, porque o homem tem uma memória muito fraca, especialmente nas coisas espirituais. Bem sabes como os anjos se sentirão felizes por poderem oferecer um apoio aos teus pés e uma escada para desceres!
– Está escrito: “Não tentes ao Senhor teu Deus.”
– Compreendes que, mesmo com a tua aparição, não se mudariam as coisas, e o Templo continuaria a ser um lugar de mercado e cor rupção. A tua divina sabedoria bem o sabe, como os corações dos ministros do Templo são um ninho de víboras, que se dilaceram, contanto que consigam prevalecer. Só podem ser dominados com força humana.
46.8 Então, vem. Adora-me. Eu te darei a terra. Alexandre, Ciro, César, todos os maiores dominadores do passado ou do presente serão semelhantes a chefes de umas mesquinhas caravanas, se comparados a Ti, que terás sob o teu cetro todos os reinos da terra. Com os reinos, terás todas as riquezas, todas as belezas da terra, mulheres, cavalos, forças armadas e templos.
Poderás erguer em qualquer lugar o teu Sinal, quando serás o Rei dos reis e Senhor do mundo. Então, serás obedecido e venerado pelo povo e pelo sacerdócio. Todas as castas te honrarão e te servirão, porque serás o Poderoso, o Único, o Senhor.
Adora-me, ainda que por um só momento! Tira-me esta sede que eu tenho de ser adorado! Foi ela que me perdeu. Mas ela ficou em mim, queimando-me. As chamas do inferno são como o ar fresco da manhã, comparado a este ardor que me queima interiormente. Esta sede é o meu inferno. Um momento, um momento só, ó Cristo, Tu que és bom! Um momento de alegria para o eterno Atormentado! Deixa-me sentir o que quer dizer ser deus, e eu serei teu devoto e servo obediente por toda a vida, para todas as tuas obras. Um momento! Um só momento, e não te atormentarei mais!
Satanás se põe de joelhos, suplicando.
46.9 Jesus, ao contrário, se levantou. Tendo-se tornado mais magro nestes dias de jejum, parece ainda mais alto. Seu rosto está cheio de severidade e poder. Seus olhos são duas safiras ardentes. Sua voz é como um trovão, que se repercute na cavidade do penhasco, espanlhando-se sobre o pedregal e a planície desolada, ao dizer:
– V ai-te, Satanás. Está escrito: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás!”
Satanás, com um urro de condenado e com um ódio indescritível, levanta-se com ímpeto, tremendo, ao ver-se na sua furiosa e fumante figura.
Depois, desaparece, com um novo urro de maldição.
46.10 Jesus se assenta, cansado, apoiando atrás a cabeça no penhasco.
Parece estar exausto. Está suando. Mas os seres angélicos vêm soprar levemente, com suas asas no mormaço da caverna, purificando-o e refrescando-o. Jesus abre os olhos, e sorri. Eu não o vejo comer. Eu diria que Ele se nutre do aroma do Paraíso, saindo revigorado.
O sol desaparece no poente. Jesus pega o alforje vazio e, acompa nhado pelos anjos que, suspensos acima de sua cabeça, produzem uma luz suave, enquanto a noite cai rapidamente, se encaminha para o leste, ou melhor, para o nordeste. Já retomou sua expressão habitual, o passo firme. Só resta, como lembrança do seu longo jejum, um aspecto mais ascético no rosto magro e pálido e nos olhos, arrebatados, numa alegria que não é desta terra.
46.11 Jesus diz:

46.12 Satanás, como viste, se apresenta sempre com uma aparência benévola. Com um aspecto comum. Se as almas estiverem atentas, e sobretudo em contatos espirituais com Deus, perceberão aquele aviso, que as tornará cautelosas e prontas para combater as insídias do diabo. Mas, se as almas estiverem desatentas ao divino, separadas por uma carnalidade que as domina e ensurdece, não ajudadas pela oração que as une a Deus e derrama sua força como por um canal no coração do homem, então dificilmente elas notam a cilada escondida sob uma aparência inócua, caindo nela. Livrar-se, depois, é muito difícil.
46.13 Os dois caminhos mais comuns, tomados por Satanás para chegar às almas, são a sensualidade e a gula. Ele começa sempre pela matéria.
Desmantelada e dominada esta, aí ele ataca a parte superior. Primeiro, o moral: o pensamento com suas soberbas e cobiças; depois, o espírito, tirando dele não só o amor — este já nem existe mais, quando o homem substituiu o amor divino por outros amores humanos — mas também o temor de Deus. É então que o homem se abandona de corpo e alma a Satanás, contanto que chegue a gozar do que quer, e a gozar sempre mais.
46.14 Como Eu me comportei, tu o viste. Silêncio e oração. Silêncio.
Porque, se Satanás faz seu trabalho de sedutor e vem ao redor de nós, é preciso suportá-lo sem tolas impaciências e temores inúteis. Mas reagir com altivez à sua presença e com oração à sua sedução.
É inútil discutir com satanás. Ele venceria, porque é forte em sua dialética. Só Deus o vence. Por isso é preciso recorrer a Deus, que fale por nós, através de nós. Mostrar a satanás aquele nome e aquele sinal, não tanto escritos em papel ou gravados em madeira, quanto escritos e gravados no coração. O meu Nome, o meu Sinal. Rebater a satanás, somente quando insinua que ele é como Deus, usando a palavra de Deus[82]. Ele não suporta esta palavra.
46.15 Depois, passada a luta, vem a vitória, e os anjos servem e defendem o vencedor do ódio de satanás. Eles o restauram com o orvalho celeste, com a graça que tornam a derramar às mãos cheias no coração do filho fiel, com a bênção que acaricia o espírito.
É preciso ter a vontade de vencer a satanás e fé em Deus e em sua ajuda.
Fé no poder da oração e na bondade do Senhor. Então, satanás não pode fazer nenhum mal.
V ai em paz.
————————————————————————————————————————————————————————- 02 de Janeiro de 1948 – lições sobre a carta aos romanos

Jesus Cristo é, portanto, o Filho de Deus pela natureza divina do Verbo gerado pelo Pai, encarnado por obra do Espírito Santo para a salvação da humanidade.
Mas – segunda via – mas declarou-se Filho de Deus também por natureza humana, virtuoso de maneira perfeita.
Jesus Cristo, o Filho feito ao Pai da semente de Davi, tinha livre arbítrio. E como Deus e como homem. Essa liberdade de sua vontade é demonstrada por suas ações, feitas de acordo com o que ele queria, quando ele queria, com quem ele queria. Nem os elementos nem as criaturas podiam se opor à sua vontade que era perfeita com a própria liberdade de Deus
. Apenas uma vez eles poderiam. Mas então foi porque o Filho de Deus não prevaricou. Ele não abusou de seu poderoso livre arbítrio para escapar da morte na cruz. Se o tivesse feito, teria roubado, abusado, prevaricado seus infinitos poderes de Filho de Deus, e Lúcifer teria se tornado rebelde, ainda mais que Lúcifer.
Mas Cristo nunca foi um rebelde. Nada, nem mesmo a natural repugnância humana à tortura, o tornava assim. Porque acima de seu livre arbítrio estava a vontade do Pai. E o Filho divino perfeitíssimo, de natureza igual ao Pai, não aproveitou isso, mas com reverente amor sempre disse Àquele que o gerou: “Seja feita a tua vontade”, e mansa e obedientemente colocou sua pulsos para as torções para serem arrastados para o sacrifício.
Então ele tinha livre arbítrio. Mas ele usou isso para ser perfeito como homem, assim como ele era perfeito como Deus.
Diz-se: “Ele não podia pecar”. Esta palavra estaria correta se Cristo fosse somente Deus, Deus não pode pecar porque ele é a perfeição. Mas sua segunda natureza está sujeita a tentações. E as tentações são meio pecado, a menos que sejam rejeitadas. E severas tentações foram trazidas ao homem. Todo o ódio contra Ele. Todo o rancor, o medo, a inveja do Inferno e dos homens, contra Ele. Contra o Forte sentiram-se Vencedores, ainda que tivesse a mansidão de um cordeiro.
Mas Jesus não queria pecar. Dê ao Forte o devido reconhecimento de sua fortaleza. Ele não pecou porque não quis pecar. E também por causa de sua perfeição de justiça, contra todas as ciladas e acontecimentos, declarou que era o Filho de Deus.
Não é dito a vocês também: “Sejam deuses e filhos do Altíssimo”?
Assim o foi porque em sua humanidade, igual à vossa, foi deus e filho do Altíssimo pela justiça de cada um de seus atos.
A sabedoria vos diz, ó homens, que se dá a declaração da filiação divina em Jesus, nascido de Maria, da linhagem de Davi, assim como da palavra do Pai, dos milagres, da palavra do Mestre e da sua ressurreição. por este seu senhorio sobre as paixões do homem e sobre as tentações dadas ao Homem. Santo por natureza divina, quis ser santo também por natureza humana, o verdadeiro Primogênito da família eterna dos filhos de Deus, co-herdeiros do Reino dos Céus.
Finalmente, ele se declarou o Filho de Deus por meio de sua ressurreição espontânea. Deus: Ele, para Si mesmo: Deus-Homem, morto pelos homens para sua saúde, consumou o sacrifício, dada a prova certa de ter estado morto, soprou nova vida em Si mesmo, e por Si mesmo, sem espera e sem julgamento, glorificou também seu Corpo vitorioso sobre todas as misérias consequentes do primeiro pecado original.»

Maria diz no Capitulo 17 do Evangelho como me foi revelado:

17.11 A Alegria de ter contentado a Deus: a alegria do fiel que faz feliz o seu Deus.
Oh! Sim! Ter tirado do coração de Deus a amargura da desobediência de Eva! Da soberba de Eva! Da sua incredulidade!
17.12 Meu Jesus me explicou a culpa com que o primeiro casal se manchou.
Eu anulei aquela culpa, refazendo de modo retroativo as etapas da descida deste casal, para depois subir de novo.
O princípio da culpa estava na desobediência: “Não comais daquela árvore, e não toqueis nela”, Deus havia dito. Mas o homem e a mulher não levaram em conta aquela proibição. Eles que eram os reis da criação, podiam tocar em tudo, comer de tudo, menos daquela árvore, pois Deus queria torná-los inferiores só aos anjos.
A árvore: meio para provar a obediência dos filhos.
O que é a obediência ao mandamento de Deus? É um bem, porque Deus só exige o bem. O que é a desobediência? É um mal, porque põe a alma na disposição de rebeldia, oferecendo a satanás um campo propício para as suas operações.
Eva vai até à árvore, da qual receberia o bem, ao evitá-la, ou o mal, aproximando-se dela. Ela é arrastada por uma curiosidade infantil que deseja ver o que a árvore tem de especial. É levada pela imprudência, que lhe faz conceber o mandamento de Deus como inútil, pois se sente forte e pura, rainha do Éden, no qual tudo lhe obedece, onde nada lhe fará mal. Esta presunção causa sua ruína. A presunção é um fermento da soberba.
Junto à árvore, ela encontra o sedutor, que se aproveita da sua inexperiência, daquela inexperiência virgem e bela, tão mal protegida por ela mesma, para cantar-lhe a canção da mentira: “Crês tu que isso seja um mal? Não. Deus te disse isso porque vos quer conservar escravos do seu poder! Pensais que sois reis? Nem liberdade tendes, como a têm os animais.
Pois aos animais foi concedido que se amem com verdadeiro amor. Mas a vós, não. Ao animal foi concedido tornar-se criador, como Deus. Ele gerará filhos e verá crescer sua família, à vontade. A vós, porém, é negada essa alegria. Porque, então, ser homem ou mulher, se tendes que viver desse modo? Sede deuses! Não sabeis que alegria é estarem ambos numa só carne, para que dessa união se crie uma terceira criatura, e depois muitas outras criaturas? Não acrediteis na promessa de Deus de que tereis alegria em vossos descendentes, vendo os vossos filhos criarem novas famílias, deixando pai e mãe, por causa delas. Deus vos deu apenas uma sombra de vida: a verdadeira vida é conhecer as suas leis. Então, sim, sereis semelhantes a deuses e podereis dizer a Deus: ‘Somos iguais a ti’.”
E a sedução continuou, porque não houve vontade de acabar com ela, pelo contrário, houve vontade de continuar conhecendo o que não era lícito ao homem conhecer. É aí que a árvore proibida se torna realmente mortífera para a raça humana, pois dos seus ramos está o fruto da amarga sabedoria, que vem de satanás. A mulher se torna fêmea e, com o fermento do conhecimento satânico no coração, corrompe o companheiro, Adão.
Aviltada, pois, a carne, corrompida a moral, degradado o espírito, eles passaram a conhecer a dor e a morte do espírito, sem a graça, e morte da carne, sem a imortalidade. A ferida de Eva gerou o sofrimento, que não se aplacará, enquanto não se extinguir a vida do último casal, sobre a terra.
17.13 Eu percorri, de modo regressivo, os caminhos daqueles dois pecadores. Obedeci. Obedeci de todos os modos. Deus me pediu que eu permanecesse virgem. Eu obedeci. Tendo amado a virgindade, que me tornava pura como a primeira das mulheres, antes de conhecer satanás, Deus me pediu que fosse esposa. Eu obedeci, colocando o matrimônio naquele primeiro grau de pureza conforme o pensamento de Deus, quando criou o primeiro homem e mulher. Convicta de que estava destinada à solidão no matrimônio, a ser desprezada pelos outros, pela minha esterilidade voluntária, Deus me pedia para me tornar mãe. Eu obedeci. Eu acreditei que seria possível e que aquela palavra tinha vindo de Deus, pois, ao ouvi-la, difundiu-se em mim uma grande paz. Não fiquei pensando: “Eu mereci isto.”
Não fiquei dizendo a mim mesma: “Agora, o mundo vai me admirar, pois sou semelhante a Deus, criando a carne de Deus.” Não. Eu me aniquilei na humildade.
A alegria brotou-me do coração, como um pedúnculo de roseira florida.
Mas esta viu-se bem depressa ornada com agudos espinhos, apertada no emaranhado da dor, como aqueles ramos que ficam enrolados por alguma trepadeira. A dor pela dor do esposo: eis a angústia na minha alegria. A dor pela dor do meu Filho: eis o espinho na minha alegria.
Eva quis o gozo, o triunfo, a liberdade. Eu aceitei a dor, o aniquilamento, a escravidão. Renunciei à minha vida tranqüila, ao amor do meu esposo, à minha própria liberdade. Não conservei nada para mim. Fiz-me a serva de Deus na carne, na moral, no espírito, confiando-me a Ele, não só para a concepção virginal, mas para a defesa de minha honra, para a consolação do esposo, para o meio com o qual ele pudesse entender a purificação do matrimônio, de tal modo a fazer de nós dois os que haveriam de restituir a dignidade perdida ao homem e à mulher.

17.14 Abracei a vontade do Senhor, por mim mesma, pelo esposo e por meu Filho. Eu disse “sim” pelos três, certa de que Deus não teria faltado com sua palavra, quando prometeu me socorrer na minha dor de esposa, que está sendo julgada culpada, de mãe que gera um Filho para entregá-Lo à dor.
Eu disse sim, e basta. Aquele “sim” anulou o “não” de Eva ao mandamento de Deus. “Sim, Senhor, como quiseres. Conhecerei o que Tu queres. Viverei como Tu queres. Alegrar-me-ei, se Tu quiseres. Sofrerei o que Tu quiseres. Sim, sempre sim, meu Senhor, desde o momento em que o Teu raio me fez mãe, até o momento em que me chamaste para Ti. Sempre sim. Todas as vozes da carne, todas as paixões da moral, sob o peso deste meu perpétuo sim. Acima, como num pedestal de diamante, o meu espírito, ao qual faltam asas para voar a Ti, mas que é senhor de todo o eu domado, servo teu. Serva na alegria, serva na dor. Sorri, ó meu Deus! Sê feliz! A culpa foi vencida, excluída, destruída. Ela, agora sob o meu calcanhar, está lavada em meu pranto, destruída pela minha obediência. De meu ventre nascerá a árvore nova, que há de ter em si o Fruto, que conhecerá todo o Mal, por tê-lo padecido em Si, e que doará todo o Bem. Os homens poderão ir a Ele. Eu me darei por feliz, se eles colherem desse fruto, ainda que não se lembrem que este fruto está nascendo de mim. Contanto que o homem se salve, e que Deus seja amado, que se faça desta tua serva o que se faz do solo sobre o qual surge uma árvore: um degrau para subir.”

17.15 Maria, é preciso saber sempre ser degrau, para que os outros subam para Deus. Se nos pisam, não faz mal. Contanto que consigam chegar à Cruz.
É a nova árvore que tem o fruto do conhecimento do Bem e do Mal, pois diz ao homem o que é um e outro, a fim de que ele saiba escolher e viver. Esta árvore também tornar-se-a licor que cura os intoxicados do mal que quiseram saborear. O nosso coração esteja sob os pés dos homens, contanto que o número dos redimidos cresça, e que o Sangue do meu Jesus não seja derramado sem fruto. Eis a sorte das servas do Senhor. Depois mereceremos receber no ventre a Hóstia santa e, aos pés da Cruz, impregnada pelo Seu Sangue e pelo nosso pranto, dizer: “Eis aqui, ó Pai, a Hóstia imaculada, que te oferecemos pela salvação do mundo. Olha para nós, ó Pai, unidas com ela e pelos seus merecimentos infinitos, dá-nos a tua bênção.”
Eu te dou minhas carícias. Repousa, minha filha. O Senhor está contigo.

 7 de junho de 1944 

30.10 Jesus diz:
– Hoje sou Eu que falo. Estás muito cansada, mas tem ainda um pouco de paciência.
Estamos na vigília de Corpus Christi. Eu poderia falar-te da Eucaristia e dos santos que se fizeram apóstolos do seu culto, assim como já te falei[52] dos santos que foram apóstolos do Sagrado Coração. Mas eu quero falar-te de uma outra coisa e de uma categoria de adoradores do meu Corpo, precursores do culto a Ele prestado. Os pastores são os primeiros adoradores do meu Corpo de V erbo feito Homem.
Uma vez Eu te disse isto, que é dito também pela minha Igreja. Os Santos Inocentes são os protomártires de Cristo. Agora te digo que os pastores são os primeiros adoradores do Corpo de Deus. Neles se encontram todos os requisitos exigidos para vos tornardes adoradores do meu Corpo, ó almas eucarísticas.
Fé firme: eles crêem pronta e cegamente no anjo.
Generosidade: eles dão toda a sua riqueza ao Senhor.
Humildade: eles se aproximam dos que humanamente são mais pobres do que eles, com uma modéstia tal em seus atos, que não rebaixam os pobres, mas se confessam seus servos.
Desejo: tudo o que não podem dar por si mesmos, esforçam-se para encontrá-lo com apostolado e fadiga.
Prontidão na obediência: Maria deseja que Zacarias seja avisado e Elias vai sem demora, sem pedir nenhum prazo.
Amor: enfim, eles não sabem como afastar-se, e tu dizes: “deixam alí o coração.” E dizes bem.
Não seria necessário fazer assim também com o meu Sacramento?
30.11 Uma outra coisa, e essa é toda para ti: observa bem, a quem o anjo primeiro se revela, e quem merece ouvir as efusões de Maria? O menino Levi.
A quem tem alma de criança, Deus Se mostra e a Seus mistérios, permitindo-lhe ouvir as palavras divinas e as palavras de Maria. Quem tem alma de criança, tem também a santa coragem de Levi, para dizer: “Deixa-me beijar o vestidinho de Jesus.” Isto ele diz a Maria. Porque é sempre Maria que vos dá Jesus. Ela é a portadora da Eucaristia. Ela é a píxide viva.
Quem vai a Maria, Me encontra. Quem me pede a ela, recebe. O sorriso de minha mãe, quando uma criatura lhe diz: “Dá-me o teu Jesus, para que eu o ame”, faz que os céus mudem de cor, em um mais vivo esplendor de alegria, pois tal é a altura do grau da sua felicidade.
Diz-lhe, pois: “Deixa-me beijar a veste de Jesus. Deixa-me beijar as suas chagas.” Procura ter coragem para dizer ainda mais que isso. Diz assim:
“Deixa-me repousar a cabeça sobre o Coração do teu Jesus, para que isso me faça feliz.”
Vem. E repousa. Como Jesus no berço, entre Jesus e Maria.

01 de junho de 1944 Caderno de 1944

Jesus diz:
«O esforço que se faz para arrancar aquela alma das suas ideias é dado pelo facto de estar saturada delas.
Para colocar líquido em um vaso, o vaso deve estar preparado. Se estiver vazio podes encher tudo com o líquido que quiseres, se estiver meio cheio colocamos metade, se faltar um centímetro para estar cheio podemos colocar pelo menos um dedo. Não vai ser muito, mas servirá para misturar alguma coisa. Mas se estiver cheio até a borda, não podemos colocar nada. Nenhuma coisa. Você tem que esvaziá-lo primeiro.
Isso é fácil quando o vaso se deixa mover. Mas se é fixo e, portanto, não móvel, como pode ser esvaziado? Deve ser seco com o calor do sol ou com o nosso paciente trabalho de imersão de uma esponja que suga o líquido até esvaziá-lo.
Alguns corações são vasos cheios até a borda e imóveis. A vontade deles os torna assim. Portanto, eles guardam dentro da água que colocaram e não é a que eu e você gostaríamos de ter. E então devemos extrair seu conteúdo com ardor de caridade e com paciente constância .
Um trabalho muito mais fácil se eles se deixarem vencer por um ímpeto de amor. Mas mais meritório é que queimes de amor para esvaziá-los do mal e secá-los de todo mal com sacrifício, sacrifício, sacrifício. E então coloque Deus nisso. Coloque seu Deus nisso.

11 de junho de 1944

   Jesus diz:
«Para poder viver com equilíbrio a vida de santidade divina, é preciso colocar-se resolutamente no plano do espiritual, esquecendo-se absolutamente do que este plano não é.
Eu disse “equilíbrio” porque nas coisas da Terra este termo é usado para significar uma coisa ou uma pessoa que está tão bem colocada em seu eixo que não cai dele por choques de qualquer tipo; e mesmo que os receba, porque é natural recebê-los, suporta o impacto com um leve balanço que não é fraqueza, mas que é prova de sua estabilidade, porque não se resolve em catástrofes, mas se resolve em um retorno à mesma posição anterior.
O mesmo é verdade para as coisas não terrestres e, portanto, espirituais. A alma bem colocada em seu eixo não cai devido aos choques que podem ser impressos nela. Sofre o assalto, sofre com ele porque é a irrupção das forças do mal na atmosfera de paz sobrenatural que o envolve, porque é o rugido de vozes baixas que por um momento subjugam as harmonias celestiais em que se regozija e, como um talo atingido por uma tempestade, sua coroa florida balança, mas não se desfaz, e depois do assalto ela se reestabiliza em sua paz voltada para ouvir as palavras que o amor de um Deus continuamente sussurra ao seu espírito.
Onde está o plano espiritual? Ah, muito alto! Onde a humanidade não chega. Ainda é conhecido, porque o espírito não é cego, nem viver em sua atmosfera vital o torna tolo. Não, na verdade aumenta seu poder de ver e entender. Mas é porque já vive na atmosfera da Caridade, sendo o plano espiritual a antecâmara do abençoado Paraíso: o Limbo atual daqueles que ainda não nasceram na Vida Eterna, mas cujo espírito já espera para entrar nele, pueri espiritual cujo batismo se dará no beijo que o Eterno lhes dará quando, libertos da prisão da carne, como flechas de fogo, como pombas de fogo lançadas do arco ou da armadilha, lançarem-se a Deus, sua meta , seu ninho, ânsia de toda a sua permanência no exílio terrestre.
A caridade, ansiosa por se unir a essas caridades menores, fixa seu ardor neste plano e o impregna de si. Os que nela vivem alimentam-se dela, absorvem-na com a ganância do seu espírito. São bocas sedentas que sugam o que é sua alegria e não cessam, mesmo sugando, de cantar sua alegria; não cessam, enquanto cantam, de rezar pelos irmãos; não cessam, enquanto rezam, de repetir-lhes as palavras que ouvem e que são de Deus,
porque os espíritos viventes no plano espiritual são semelhantes aos animais da Teofania 362de Ezequiel. Eles têm quatro aspectos, porque seu trabalho é quádruplo e eles usam quatro bocas. Eles olham para Deus, que é o Sol, com sua cara de águia e cantam seus louvores com ela. Eles estão satisfeitos com isso como leões porque Deus é sua presa e eles desejam somente a Ele. Pacientes como bois, não se cansam de orar por seus irmãos e irmãs cuja conquista do reino do espírito é um trabalho paciente e incansável. E com sua boca humana eles repetem aos homens em linguagem humana o que, voando como águias no reino do Deus-Sol, eles ouviram de Deus.
A caridade está sempre ativa, e quem vive na Caridade é ativo como ela. A caridade é multiforme e multifuncional, e eles têm uma caridade multiforme e multifuncional. A caridade é ardente e são “carvões incandescentes” que Deus torna cada vez mais ardentes. A caridade é leve e rápida, e eles têm asas para ir leves e rápidos onde o ímpeto da caridade os leva. E “não olham para trás” para ver o que deixam para trás.
Aqui eu trouxe você de volta ao primeiro ponto. “Para poder viver em equilíbrio a vida das vítimas, é preciso colocar-se resolutamente no plano espiritual, esquecendo-se absolutamente do que este plano não é”. Eu disse isso na primeira frase deste ditado. E assim repito.
Você está aqui e aqui você fica. A única coisa que pode tirar você desse equilíbrio, que é perfeito porque Eu, que sou perfeito em meu trabalho, coloquei você nele, nada mais é do que a sua vontade. Todo o resto poderá abalá-lo, poderá perturbá-lo, entrando com seu estrondo e sua tempestade na atmosfera que o cerca, mas não poderá afastá-lo de seu centro. Ele não pode se você não quiser .
E não fique chateado se você se sentir chateado. Deixe que a perturbação venha de outros – homens ou Satanás – mas nunca se junte à sua. Seria o mais prejudicial. Porque o mais íntimo.
Nunca diga a si mesmo: “Não sou capaz de fazer bem o que faço”, “Não sei servir a Deus com perfeição”, “Peco em vez de me santificar”. Claro que você não sabe fazer bem, que não é perfeito no servir, que ainda tem várias imperfeições. E quem sabe fazer bem, com perfeição, sem nunca pecar, desde que seja homem? Quem é perfeito, comparado à Perfeição?
Mas a Perfeição, precisamente porque é Perfeição, também sabe julgar e ver perfeitamente, e portanto sabe ver a tua intenção, o teu estudo, o teu esforço para fazer bem, para servir perfeitamente, para não pecar, e com um sorriso anular e perdoe, com um sorriso faz o que você não pode fazer.
No plano espiritual, todo pensamento humano deve morrer. Isto é muito difícil. É por isso que é chamado heróicoa virtude dos santos e que os santos são tão poucos; porque os heróis são muito poucos. E esse heroísmo é maior, mais complexo e sobretudo mais longo do que o heroísmo humano, que é um episódio da vida de um homem, enquanto esta é a vida de um homem .
O heroísmo de um homem é o ato súbito que vem e não dá tempo para a carne emitir suas vozes de medo. Mesmo que não perceba que os possui, o heroísmo de um homem sempre tem duas muletas: a impulsividade do caráter e o desejo de elogios.
A do santo não é um ato repentino: é a vida. Vida. De manhã à noite. De tarde a manhã. De um mês para o outro. De um ano para o outro. Pelo calor, pelo frio, pelo trabalho, pelos outros, pelo descanso, pela dor, pelas doenças, pela pobreza, pelo luto, pelas ofensas. Um colar em que cada minuto é uma pérola a mais. Uma pérola que se formou com lágrimas, paciência, esforço. Este heroísmo não desce do Céu, como um maná. Tem que nascer em você . Em você sozinho. O céu não dá a você mais do que não dá a todos. Não é ajudado pelo mundo. Pelo contrário, o mundo o combate e o impede de todas as formas.
É verdade que a sua luta é o melhor factor do treino, porque suportar o mundo com paciência e amá-lo pelo ódio que lhe dá é o núcleo principal deste heroísmo; células de paciência se unem ao seu redor na fome, na sede, no frio, no calor, nas noites sem descanso, na doença, na pobreza, no luto. Mas o máximo é sempre suportar o mundo e amá-lo sobrenaturalmente .
Sem pensamentos humanos. O amor de Deus, somente. O interesse de Deus, apenas . É assim que pensa o herói do espírito. Assim age aquele que vive em equilíbrio de espírito. O? Quem sou eu? Minhas dores? Meus trabalhos? Minha pobreza? Os problemas que me vêm do próximo? Nenhuma coisa. O que importa é Deus, eu uso isso, isso e aquilo para Ele e sou felizter isto, isto e aquilo porque com isto, isto e aquilo posso amar a Deus, não porque ele me preserve, mas por puro amor ; Posso servir a Deus, com essas moedas, para salvar o meu próximo fazendo assim o bem de Deus.Você
acredita, Maria, que não me arrependo de ter que te pagar bem com sofrimento, o que prefiro? Você acha que se eu pudesse não lhe daria toda a alegria pela alegria que você me dá?
Mas não há outra maneira de salvar o mundo. Dor. Mesmo eu, que era Deus, não achei que isso fosse o Salvador. A alegria se tornará alegria para você. Mas na outra vida. Não está aqui, para vocês, amadas e queridas vítimas. Aqui está a minha paz, aqui está a união Comigo, aqui está o meu amor. Alegrias do espírito. Mas para a carne, nada. Para isso há dor. E nunca é suficiente, porque o erro cresce cada vez mais. Vocês são os reparadores dos erros e não podem ter pausas em consertar, porque o Inimigo continua destruindo e é preciso continuar construindo para manter ainda um aspecto humano e não totalmente satânico no mundo.
Cristo no Céu não chora mais. Mas ainda sofre porque, se é Deus, também é Homem e tem Coração. E de que sofre este meu Coração, perfeito nas suas paixões? Ver-se não amado e sofrer, ter que deixar sofrer aqueles que o amam e a quem ele ama.
Oh! como sofro ao ver-te sofrer para completar em ti a redenção do homem! Como eu sofro! Mas, a cada batimento cardíaco de dor que responde à sua dor, junto um presente do Céu. para o seuCéu. E o seu. Você o conquista hora após hora, e ele espera por você.
Oh! que refulgências estão aqui para você! Oh! que amor te espera! Oh! que ânsia de dá-lo a você! Levante os olhos e veja. Entre os mil esplendores do que mereceste, o Rosto do teu Deus resplandece e sorri para ti, e abençoa-te.
Sim, eu te abençoo. Vá em paz.”

[362] Teofania , a visão descrita em Ezequiel 1, 4-28 .

14 de janeiro de 1948

   Diz o Santo Autor :
«A tribulação e a angústia são sempre companheiras da alma do homem que pratica o mal. Mesmo que não apareça aos olhos de outros homens.
Os culpados não gozam daquela paz que é fruto de uma boa consciência. As satisfações da vida, sejam elas quais forem, não são suficientes para dar paz. O monstro do remorso assalta os culpados com assaltos repentinos, nas horas mais inesperadas, e os tortura. Às vezes serve para fazê-los se arrepender, às vezes para torná-los mais culpados, levando-os a desafiar Deus, levando-os a expulsá-lo completamente de seu ego . Porque o remorso vem de Deus e de Satanás. O primeiro o desperta para salvar. O segundo para acabar arruinando, por ódio, por escárnio.
Mas o culpado, que já pertence a Satanás, não pensa que é seu rei tenebroso que o tortura depois de seduzi-lo para ser seu escravo. E só acusa a Deus do remorso que sente mexer dentro de si, e procura demonstrar que não teme a Deus, que anula a Deus aumentando sem medo as suas faltas, com a mesma mania doentia com que o bebedor, apesar de saber que o vinho faz mal, aumenta a bebida, com o mesmo frenesi com que o luxurioso aumenta sua refeição de prazer imundo, e quem usa drogas venenosas aumenta a dose delas para desfrutar ainda mais tanto da carne quanto dos narcóticos. Tudo isso com a intenção de ficar atordoado, embriagado de vinho, drogas, luxúria, a ponto de ficar atordoado e não sentir mais remorso. E o culpado com a intenção de abafar a voz sob a de triunfos mais ou menos grandes e temporários.
Mas a angústia permanece. A tribulação permanece. São as confissões que um culpado não faz nem a si mesmo, ou espera fazê-las no último momento, quando tudo o que é cenário pintado cai e o homem se vê nu, sozinho, diante do mistério da morte e do encontro com Deus E os últimos já são os bons casos, aqueles que obtêm a paz após a vida após a justa expiação. Às vezes, como para o bom ladrão, que alcançou a dor perfeita, é a paz imediata.
Mas é muito difícil para os grandes ladrões – todo grande culpado é um grande ladrão, pois rouba a Deus uma alma: seu culpado, e muitas mais almas: aquelas oprimidas pela culpa do grande culpado, e ele será chamado a responder por estes, às vezes bons, inocentes antes do encontro com os culpados e tornados pecadores pelos culpados, ainda mais severamente que os seus próprios, e é um grande ladrão porque rouba da sua alma o seu bem eterno, e com os seus o almas daqueles por ele seduzidos ao mal – mas é difícil, eu digo, para um grande e obstinado ladrão chegar ao arrependimento perfeito no último momento. Freqüentemente, ele nem chega ao arrependimento parcial. Ou porque a morte o apanha de repente ou porque recusa a saúde até ao momento supremo.
Mas a tribulação e angústia da vida são apenas uma amostra mínima da tribulação e angústia da vida após a morte. Visto que o inferno, a condenação, são horrores que mesmo a descrição exata deles, dada pelo próprio Deus, é sempre menor do que são. Você não pode, mesmo pela descrição divina, conceber exatamente o que é a danação, o que é o inferno. Assim como a visão divina e a lição do que Deus ainda não pode dar a você a alegria infinita do conhecimento exato do dia eterno dos justos no Paraíso, nem a visão divina nem a lição do Inferno podem lhe dar uma amostra desse horror infinito. Para o conhecimento do êxtase celestial e para a angústia infernal, limites são estabelecidos para você viver. Porque se você soubesse tudo como é, morreria de amor ou de horror.
E o castigo ou recompensa será dado na medida certa ao judeu como ao grego, isto é, ao crente no Deus verdadeiro como ao cristão, mas fora do tronco da Videira eterna, como ao herege, como ao aquele que segue outras religiões reveladas ou a sua própria, se for uma criatura para quem toda religião é desconhecida.
Prêmio para aqueles que seguem a justiça. Castigo para os que praticam o mal. Porque todo homem é dotado de alma e razão, e para isso tem em si o suficiente para ser seu guia e lei. E Deus em sua justiça recompensará ou punirá de acordo com o conhecimento do espírito, tanto mais severamente, portanto, quanto mais o espírito e a razão devem ser civis e em contato com padres ou ministros cristãos, ou de religiões reveladas, e de acordo com a fédo espírito. Porque se alguém, mesmo de uma igreja cismática ou separada, acredita firmemente que está na fé correta, sua fé o justifica, e se ele fizer o bem para alcançar Deus, o Supremo Bem, um dia terá a recompensa de sua fé e seu trabalho correto, com maior misericórdia divina do que a concedida aos católicos. Porque Deus calculará quanto mais esforço tiveram que fazer os separados do Corpo Místico, os maometanos, brâmanes, budistas, pagãos, para serem justos, eles em quem não está a Graça, a Vida, e com eles meus dons e as virtudes que deles fluem dons.
Não há acepção de pessoas diante de Deus, Ele julgará pelos atos praticados, não pela origem humana dos homens. E serão muitos os que, julgando-se eleitos por serem católicos, se verão precedidos por muitos outros que serviram ao verdadeiro Deus, desconhecidos para eles, seguindo a justiça.

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