Livro do Céu – Volume 1-7
Então procurava fazer tudo quanto podia para satisfazê-lo, diminuía-me, aniquilava-me, e às vezes chegava a tal ponto, de sentir quase desfeito meu ser, de modo que não podia agir, nem dar um passo, sequer um respiro se Ele não me sustentasse. Além disso, eu me via tão mal que tinha vergonha de me deixar ver pelas pessoas, sabendo que sou a mais feia, como na
realidade eu ainda sou, então tanto quanto podia fugia deles e dizia a mim mesma: “Oh, se soubessem como eu sou ruim, e se pudessem ver as graças que o Senhor está me fazendo, (porque eu não dizia nada a ninguém) e que ainda sou a mesma; oh, como me teriam horror!”.
Depois, na manhã em que ia de novo a comungar, parecia que, Jesus, ao vir a mim, fazia festa pelo contentamento que sentia ao me ver tão aniquilada, dizia-me outras coisas sobre o aniquilamento de mim mesma, mas sempre de uma maneira diferente da anterior, acredito que não uma, mas centenas de vezes Ele falou comigo, e se Ele me tivesse falado milhares de vezes teria sempre novas maneiras de falar sobre a mesma verdade: oh! Meu Divino Mestre, quão sábio és, se ao menos te tivesse correspondido! Lembro-me de uma manhã, quando Ele me falava sobre esta mesma virtude, disse-me que por falta de humildade havia cometido muitos pecados, e que se eu tivesse sido humilde, teria ficado mais perto d’Ele e não
teria feito tanto mal; Ele me fez entender como o pecado era feio, a afronta que este miserável verme tinha feito a Jesus Cristo, a ingratidão horrenda, a impiedade enorme, e o dano que tinha causado à minha alma.
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