Estudo 19 Mística Cidade de Deus – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina VontadeMistica Cidade de Deus
Estudo 19 Mística Cidade de Deus – Escola da Vontade Divina
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EXPLICAÇÕES IMPORTANTES
CAPÍTULO 16
HÁBITOS DAS VIRTUDES COM QUE O ALTÍSSIMO DOTOU A ALMA DE MARIA SANTÍSSIMA. PRIMEIROS ATOS QUE DELAS PRATICOU NO SEIO DE SANT¨ANA. A MÃE DE DEUS COMEÇA A ME DAR DOUTRINA PARA SUA IMITAÇÃO.

Maria recebe as torrentes de graça

225. Dirigiu Deus a impetuosa corrente de sua divindade (SI 45,5), para alegrar esta mística cidade da alma santíssima de Maria. Fê-la brotar da fonte de sua infinita sabedoria e bondade, que 0 levara a depositar nesta divina Senhora, os maiores tesouros de graças e virtudes, jamais vistas e concedidas a qualquer outra criatura.
A hora de lhos entregar em posse, foi o mesmo instante em que ela começou a existir. Então realizou o Onipotente, com plena satisfação e gosto o desejo que, desde a eternidade, conservava
como suspenso até chegar o tempo propício para satisfazê-lo. Assim o fez este fidelíssimo Senhor, derramando na alma santíssima de Maria, no instante de sua conceição, todas as graças e dons, em tão eminente grau, como nenhum santo, nem todos juntos puderam receber, nem língua humana pode explicar.

As virtudes teologais

226. Como esposa que descia do céu (Ap 21, 2) foi adornada com todo gênero de hábitos infusos. Não foi, porém, necessário que desde logo os exercitasse todos, mas somente aqueles que podia e convinha ao estado em que se encontrava no seio materno.
Em primeiro lugar, foram as virtudes teologais, fé, esperança, e caridade que têm Deus por objeto. Exercitou-as imediatamente, conhecendo a Divindade por modo altíssimo da fé; todas as suas
perfeições e infinitos atributos, a Trindade e a distinção das Pessoas, sem que este conhecimento impedisse outro que recebeu do mesmo Deus, conforme logo direi.
Exerceu também a virtude da esperança, que aspira a Deus como objeto de toda a bem-aventurança e último fim.
Aquela alma santíssima logo se elevou com intensíssimos desejos de a Ele se unir, sem interromper um só instante esta inclinação, para se voltar a outra coisa.
A terceira virtude, a caridade que se dirige a Deus como infinito e sumo bem, praticou no mesmo instante com tal intensidade e estima da Divindade, que a tão iminente grau não poderão chegar todos os serafins com seu maior ardor e virtude.

As virtudes morais, naturais

227. As outras virtudes que adornam e aperfeiçoam a parte racional da criatura, teve-as no grau correspondente às teologais. As virtudes morais e naturais, teve-as em grau milagroso e sobrenatural.
Muito mais altamente, na ordem da graça, recebeu os dons e frutos do Espírito Santo.
Recebeu ciência infusa e hábitos de todas as artes naturais e conheceu todo o natural a sobrenatural que conveio à grandeza de Deus. Desde o primeiro instante, no ventre materno, foi mais sábia, mais prudente, mais ilustrada e capaz de Deus e de todas as suas obras, do que todas as criaturas têm sido nem serão eternamente, exceto seu Filho santíssimo.
Esta perfeição consistiu não somente nos hábitos que lhe foram infundidos em tão alto grau, mas também, em seus respectivos atos de acordo com sua condição e excelência, e conforme naquele instante os pôde exercitar mediante o poder divino, que nisso não se cingiu a outra lei, senão a de seu divino beneplácito.

Maria pratica as virtudes teologais

228. A respeito de todas as virtudes e graças, e seu exercício, muito se falará no decurso desta história da vida santíssima de Maria. Aqui explicarei somente algo do que praticou no instante de sua conceição, com os hábitos que lhe foram infundidos e a luz na qual então os recebeu.
Com os atos das virtudes teologais, conforme falei; pela virtude da religião e as demais cardeais que lhe seguem, conheceu a Deus em si mesmo, e como Criador e Remunerador. Com heróicos atos o reverenciou, louvou e agradeceu por havê-la criado. Amou-O, temeu-O, adorou-O, oferecendo-lhe sacrifício de magnificência, louvor e glória pelo seu Ser imutável.
Conheceu os dons que recebia, ainda que alguns lhe foram ocultos, e afetuosamente agradeceu a todos com profunda humildade e prostrações corporais, não obstante o pequenino corpo que
então possuía no seio materno. Com estes atos mereceu mais naquele estado do que todos os santos no cume da perfeição e santidade.

Conhecimento da divindade

229. Além dos atos da fé infusa, recebeu outro conhecimento do mistério da divindade e santíssima Trindade. Não a viu intuitivamente, naquele instante de sua conceição, ao modo dos bem-aventurados Viu-a abstrativamente com outra luz ‘ visão inferior à visão beatífica, porém superior a todos os outros modos com que Deus pode se manifestar e se manifesta ao entendimento criado.
Foram-Ihe dadas umas espécies da Divindade tão claras e manifestas que nelas conheceu o ser imutável de Deus, e Nele todas as criaturas, com maior luz e evidência do que uma criatura é conhecida por outra.
Foram estas espécies como um espelho claríssimo, no qual resplandecia toda a Divindade e nela as criaturas. Com esta luz e espécies da natureza divina viu e conheceu todas em Deus, com maior distinção e clareza que, por outras espécies e ciência infusa, as conhecia em si mesmas.

Conhecimento das criaturas

230. Por todos estes modos, conheceu desde o instante de sua conceição todos os homens e os anjos com suas ordens, dignidades e operações, e todas as criaturas irracionais com suas naturezas e propriedades.
Conheceu a criação, estado e ruína dos anjos; a justificação e glória dos bons, a queda e castigo dos maus; o primeiro estado de Adão e Eva em sua inocência, o engano e miséria que o pecado produziu nos primeiros pais, e por elas a toda a descendência humana; o propósito da vontade divina para repará-lo e como essa reparação se aproximava, dispondo-se a ordem e natureza dos céus, astros, planetas e elementos; conheceu o purgatório, o limbo e o inferno.
Compreendeu que todas as coisas foram criadas pelo poder divino, e por Ele também mantidas e conservadas unicamente por sua infinita bondade, sem delas ter necessidade alguma (2Mc 14, 35).
Acima de tudo, teve altíssima compreensão sobre o mistério que Deus realizaria fazendo-se homem para redimir todo o gênero humano, enquanto deixara os maus anjos sem esse remédio.

Louvor a Deus 

231. Ao passo que a alma santíssima de Maria, no instante em que foi unida ao corpo, ia conhecendo todas estas maravilhas, foi também realizando heróicos atos de virtudes. Louvor, glória,
adoração, humildade, amor de Deus, e dor pelos pecados cometidos contra aquele sumo bem que reconhecia por autor e fim de tantas obras admiráveis.
Ofereceu-se logo como sacrifício aceitável ao Altíssimo, começando desde aquele momento, com fervoroso afeto a bendizê-Io, amá-lo e reverenciá-lo, o quanto viu que nisto faltaram, tanto os maus anjos como os homens.
Aos santos anjos, de quem já era Rainha, pediu que a ajudassem glorificar o Criador e Senhor de todos, e que pedissem também por ela.

Maria e os anjos

232. Mostrou-lhe ainda o Senhor, naquele instante, os anjos da guarda que lhe destinara. Vendo-os, honrou-os com benevolência e os convidou para, alternadamente, louvarem o Altíssimo com
cânticos de louvor. Avisou-lhes que seria este o ofício que desempenhariam com Ela, todo o tempo de sua vida mortal, durante a qual iriam assisti-la e guardá-la.
Conheceu também toda a genealogia e todo o resto do povo escolhi do de Deus, e quão pródigo havia sido sua Majestade nos dons, graças e favores que havia concedido aos seus patriarcas e profetas.
Aquele corpozinho, no instante em que recebeu a alma santíssima, era tão pequeno que mal se poderiam perceber seus sentidos exteriores. Apesar disso, para não faltar excelência alguma
das que poderiam engrandecer a escolhida para Mãe de Deus, ordenou seu poder que chorasse ao conhecer a queda do homem. Derramou lágrimas no seio de sua mãe, pela dor que lhe causou o conhecimento da gravidade do pecado contra o sumo Bem.

Intercessão de Maria pela redenção dos homens

233. Com este milagroso afeto, pediu, logo no primeiro instante de sua existência, a salvação dos homens, começando seu ofício de medianeira, advogada e reparadora.
Apresentou a Deus os clamores dos santos pais e dos justos da terra, para sua misericórdia não adiar mais a salvação dos mortais a quem considerava seus irmãos.
Antes de conviver com eles já -os amava com ardentíssima caridade, e assim que começou a existir, também começou a ser sua benfeitora, graças ao amor divino e fraterno que ardia em seu
abrasado coração.
Estas súplicas foram aceitas pelo Altíssimo com mais agrado que todas as dos santos anjos, e assim foi dado a entender àquela que era criada para Mãe do mesmo Deus. Ainda que por ora Ela
o ignorasse, conheceu, entretanto, o amor de Deus pelos homens e seu desejo de descer do céu para os redimir.
Era justo que para apressar essa vinda, atendesse mais aos rogos e petições daquela criatura para a qual principalmente vinha, e de quem receberia a natureza humana. Nela iria realizar
esta obra, a mais admirável, e a finalidade ultima de todas as outras.

Outras súplicas de Maria

234. No instante de sua conceição pediu também por seus pais naturais, Joaquim e Ana. Antes de os ver com o corpo, viu-os e conheceu-os em Deus, exercitando logo com eles a virtude do amor, reverência e gratidão filial, reconhecendo-os por causa segunda de seu amor natural.
Fez ainda outras muitas súplicas, em geral e em particular, por diversas intenções.
Com a ciência infusa que possuía, compôs cânticos de louvor em sua mente e coração, por haver encontrado na entrada da vida a dracma preciosa (Lc 15, 9) que nós todos perdemos em nossa origem.
Achou a graça que lhe saiu ao encontro (Eclo 15, 2) e a divindade que a esperava nos umbrais da natureza (Sb 6, 15). No primeiro instante de seu ser deparou com o nobilíssimo objeto que moveu e estreou suas potências, porque só para Ele foram criadas. Havendo de ser suas, em tudo e por tudo, eram-lhe devidas as primícias de seus atos, a saber, o conhecimento e o amor divino.
Nesta Senhora não houve, desde que começou a existir, um instante sequer sem o conhecimento de Deus, sem o amor deste conhecimento e sem o merecimento deste amor.
Em tudo isto não houve coisa pequena, nem medidas segundo as leis comuns e regras gerais. Tudo foi grande, onde saiu do Altíssimo para continuar l crescer e chegar a ser tão grande que
s5 Deus fosse maior.
Oh! que formosos passos (Ct 7,1) foram os teus, filha do príncipe, pois com o primeiro já chegaste à Divindade.
Duas vezes formosa (Idem 4, 1) porque tua graça e formosura ultrapassa toda formosura e graça! Divinos são teus olhos (Idem 7, 5) e teus pensamentos são como a púrpura do Rei, pois roubaste seu coração, e ferido (Idem 4, 9) por estes cabelos o enlaçaste, e cativo por teu amor o atraíste ao receptáculo de teu virginal seio e coração.

Maria ultrapassa os Anjos

235. Este foi verdadeiramente o lugar onde a esposa do Rei dormia, e seu coração velava (Idem 5.2). Dormiam aqueles sentidos corporais que apenas tinham a forma natural e nem sequer haviam visto a luz do sol; enquanto aquele divino coração, mais incompreensível pela grandeza de seus dons do que pela pequenez de seu físico, velava no tálamo de sua mãe, na luz da Divindade que o envolvia e abrasava no fogo de seu imenso amor.
Não era conveniente que nesta divina criatura, as faculdades inferiores operassem antes que as superiores da alma, nem que estas tivessem operação inferior ou igual a qualquer outra criatura. Se o agir corresponde ao ser de cada coisa, aquela que sempre era superior a todas na dignidade e excelência, também deveria operar com equivalente superioridade a toda criatura angélica e humana.
Não lhe deveria faltar a excelência dos espíritos angélicos que logo no momento da criação usaram de suas faculdades.
Esta grandeza e prerrogativa se devia a quem era criada para sua Rainha e Senhora, com tanto maior vantagem (Hb 1,5) quanto o nome e ofício de Mãe de Deus excede ao de servo, e o de rainha ao de súdito.
A nenhum dos anjos disse o Verbo, tu és minha mãe, nem algum deles pôde dizer a Ele, tu és meu filho. Somente entre Maria e o Verbo eterno houve esta mútua relação, e por aqui se há de medir e investigar a grandeza de Maria, como o apóstolo mediu a de Cristo.

Maria pode ser contemplada, mas não explicada

236. Escrevendo estes segredos do Rei (Tb 12,7), quando já é honorífico revelar suas obras, confesso minha rudeza e limitação de mulher, e me aflijo por falar com termos comuns e vazios que não exprimem o que entendo na luz que, sobre estes mistérios, minha alma recebe.
Necessários seriam, para não ofender tanta grandeza, outras palavras, razões e vocábulos particulares e apropriados, desconhecidos por minha ignorância.
Mesmo se existissem, excederiam e oprimiriam a humana fraqueza.
Reconheça-se, pois, incapaz para fixar a vista neste divino sol, que com raios de divindade desponta no mundo, ainda que encoberto pela nuvem do seio materno de Sant’Ana. Se queremos
que nos dêem licença para ver de perto esta maravilhosa visão, cheguemos livres e despidos: uns da natural covardia, outras do temor e timidez, ainda que seja com pretexto de humildade. Todos, porém, com suma devoção e piedade, afastados do espírito de contenda (Rm 13, 13). Assim nos será permitido ver de perto o fogo da Divindade no meio da sarça, sem a consumir (Êx 2,2).

Maria e a visão de Deus

237. Falei que a alma santíssima de Maria, no primeiro instante de sua puríssima conceição, viu abstrativamente a divina essência, porque não me foi manifestado que visse a glória essencial.
Entendo que este privilégio foi especial para a santíssima alma de Cristo, como devido e resultante de sua união substancial com a Divindade na pessoa do Verbo; nem um só instante deixaria
de estar, pelas faculdades da alma, unida com a Divindade por suma graça e glória.
Como aquele homem, Cristo nosso bem, começou a ser juntamente homem e Deus, também começou a conhecer e amar a Deus como compreensor.
A alma de sua Mãe Santíssima, porém, não estava unida substancialmente à Divindade, e assim não começou a operar como compreenssora, porque entrava na vida como viadora. Mas nesta
ordem, sendo quem era, a criatura mais imediata à união hipostática, recebeu uma visão a Ela proporcionada, e a mais próxima da visão beatífica. Embora inferior a esta, foi superior a todas quantas visões e revelações da divindade tiveram as criaturas, fora da clara visão e fruição da glória.

Em certo modo e por especiais condições porém, a visão da Divindade que gozou a mãe de Cristo naquele primeiro instante, excedeu à visão clara de outros bem-aventurados. Abstrativamente
conheceu Ela, mais mistérios que outros na visão intuitiva. O fato de não ter visto a Divindade face a face naquele momento da conceição, não impede que depois a visse muitas vezes pelo decurso de sua vida, como adiante direi.

DOUTRINA QUE ME DEU A RAINHA DO CÉU SOBRE ESTE CAPÍTULO.

Nossa Senhora começa seu magistério

238. Prometera-me a Rainha e Mãe de Misericórdia que, em chegando a escrever os primeiros atos de suas potências e virtudes, dar-me-ia instrução e doutrina para modelar minha vida ao puríssimo espelho da sua. Esta era a principal finalidade de seus ensinamentos.
Sendo a grande Senhora fidelíssima, assistindo-me sempre com sua divina presença ao me explicar estes mistérios, começou a cumprir sua palavra neste capítulo, falando-me assim:

Vivência da doutrina

239. Minha filha, escrevendo os mistérios de minha santíssima vida, quero que para ti mesma colhas o fruto que desejas. Se com a graça do Altíssimo te dispuseres para me imitar, praticando o
que ouvires, a recompensa de teu trabalho será a maior pureza a perfeição de tua vida.
É vontade de meu Filho Santíssimo que empregues todo esforço para aprender o que eu te ensinar, considerando minhas virtudes e ações com todo apreço de teu coração. Ouve-me com atenção e fé que eu te direi palavras de vida eterna, ensinar-te-ei o mais santo e perfeito da vida cristã e o mais agradável aos olhos de Deus. Com isto ficarás preparada para melhor receber a luz, na qual te serão revelados os ocultos mistérios de minha vida santíssima e a doutrina que desejas.

Primícias para Deus

240. É ato de justiça devida ao Deus eterno que a criatura, ao receber o uso da razão, dirija-lhe seu primeiro impulso para conhecê-lo, amá-lo, reverenciá-lo e adorá-lo como seu Criador, único e
verdadeiro Senhor. Por natural obrigação devem os pais guiá-los com cuidado, para que logo procurem seu último fim e o encontrem aos primeiros atos da razão e vontade.
Com empenho deveriam retirá-los das criancices e erros pueris a que a mesma natureza corrompida propende quando abandonada a si mesma.
Se os pais se antecipassem a prevenir os desvios das inclinações de seus filhos, e desde a infância os fossem instruindo, dando-lhes muito cedo notícia de seu Criador, estariam mais dispostos para logo começar a conhecê-lo e adorá-lo.
Minha santa mãe – que desconhecia minha privilegiada natureza e sabedoria fez isto comigo tão pontualmente que, trazendo-me ainda em seu seio, adorava em meu nome o Criador. Dava-lhe, por mim, suma reverência e ação de graças por me haver criado, suplicando-lhe que me protegesse, guardasse e me desse feliz nascimento.
De igual modo, devem os pais suplicar fervorosamente a Deus que, por sua providência, proporcione a graça do batismo a seus filhos e liberte suas almas da servidão do pecado original.

Fidelidade a Deus

241. Se a criatura racional não houver reconhecido e adorado o Criador ao primeiro uso da razão, deverá fazê-lo no momento em que chegue a conhecer pela fé aquele Ser e único Bem, antes ignorado.
Daí em diante deve a alma trabalhar para nunca perde-lo de vista e sempre temê-lo, amá-lo e reverenciá-lo. Tu, minha filha, deste a Deus esta adoração no decurso de tua vida, mas agora quero que a pratiques com mais perfeição, conforme vou te ensinar.
Fixa a vista interior de tua alma em Deus, o Ser sem princípio e sem fim. Contempla-o infinito em perfeições, a única e verdadeira santidade, o sumo bem. É o objeto nobilíssimo da criatura, quem deu existência a tudo quanto é criado e sem ter necessidade de nada, tudo sustenta e governa.
É a perfeita beleza, sem mancha nem defeito algum. Eterno no amor, verdadeiro nas palavras, fidelíssimo nas promessas, o que deu a própria vida entre tormentos, pelo bem de suas criaturas, sem que alguma o haja merecido.
Nesta imensa amplidão de bondade e benefícios, espraia teu olhar e ocupa tuas faculdades, sem esquecê-lo nem afastá-lo de ti, porque com tal conhecimento do sumo bem, seria grosseria e
deslealdade esquecê-lo com detestável ingratidão. Esta seria a tua, se depois de haver recebido luz divina superior à comum e ordinária da fé infusa, teu entendimento e vontade se desviassem do caminho do amor divino.
Se alguma vez, por fragilidade, o fizeres, volta quanto antes à sua procura, e humilhada adora o Altíssimo dando-lhe honra, magnificência e louvor eterno. Sabe que praticar isto, por ti e por todas as demais criaturas, deves considerar tua obrigação e desempenhá-la cuidadosamente como quero.

Exemplo de Maria Santíssima

242. Para te exercitares com mais fervor, considera em teu coração o meu exemplo: aquela primeira visão do sumo bem me feriu o coração de amor e a Ele me entreguei toda para jamais perdê-lo. Apesar de tudo, vivia sempre solícita e não sossegava, esforçando-me para chegar até o âmago de meus desejos e afetos. Sendo infinito o objeto, tampouco o amor há de ter fim e descanso enquanto não chegar à sua posse.
Em seguida ao conhecimento de Deus e de seu amor, deves conhecer-te a ti mesma, meditando em tua pequenez e vileza.
Adverte que estas verdades, bem entendidas e freqüentemente meditadas, produzem divinos efeitos nas almas.

Oração da filha à Virgem

243. Senhora minha, de quem sou escrava e a quem de novo me dedico e consagro: não é sem razão que ansiosamente desejava meu coração este dia, para conhecer, graças à vossa maternal dignação, a inefável alteza de vossas salutares palavras. Confesso, minha Rainha, de todo meu coração que não tenho nenhuma boa obra para merecer este benefício por recompensa. A de escrever vossa vida santíssima, julgo tão grande ousadia que se não fosse por obedecer à vossa vontade e a de vosso Filho, jamais mereceria perdão.
Recebei, minha Senhora, este sacrifício de louvor e falai que vossa serva ouve (lRs 3,10). Soe, dulcíssima Senhora minha, vossa suavíssima voz aos meus ouvidos (Ct 2,14), pois tendes palavras de vida (Jo 6, 69). Continuai vossa doutrina e luz para que meu coração se dilate no mar imenso de vossas perfeições e tenha digno motivo para louvar o Todo poderoso.
Arda em meu peito o fogo que vossa piedade acendeu para eu desejar o mais santo, o mais puro e o mais aceito da virtude aos vossos olhos.

Sinto, todavia, na parte inferior, a lei repugnante de meus membros (Rm 7,23) que retarda e embaraça o meu espírito, e tenho razão para temer me impeça o bem que Vós, piedosa Mãe, me ofereceis.
Olhai-me, pois, como filha, ensinai-me como discípula, corrigi-me como serva e constrangei-me como escrava, quando eu afrouxar e resistir. Não o desejo voluntariamente, mas por fragilidade poderei recair.
Elevar-me-ei ao conhecimento do Ser de Deus, com sua divina graça governarei meus afetos para se enamorarem de suas divinas perfeições e unida a Ele não o deixarei (Ct 3,4). Vós, porém,
Senhora e Mãe da Sabedoria e do amor formoso (Eclo 3,4), pedi a vosso Filho não me desampare, pela liberalidade com que agraciou vossa humildade (Lc 2, 48), Rainha e Senhora de toda a criação.

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