Estudo 17 Livro do Céu Vol. 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 17 Livro do Céu Vol. 12 ao 20 – Escola da Vontade Divina
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MEDITAÇÃO

12-19
Setembro 18, 1917

Efeitos da constância no bem.

(1) Continuando o meu estado habitual, passei-o em penas, muito mais que a minha Mãe Celestial se fizera ver chorando, e tendo-lhe perguntado, minha mãe, por que choras? Disse-me:

(2) “Minha filha, como não devo chorar se o fogo da justiça divina quiser devorar tudo? O fogo das culpas devora todo o bem das almas, e o fogo da justiça quer destruir tudo o que pertence às criaturas, e vendo que o fogo corre, choro, por isso, reza, reza”.
(3) Depois lamentava-me com Jesus por suas privações, me parecia que sem Ele não podia mais, e meu amável Jesus, movido à compaixão de minha pobre alma, veio e me transformando em Ele me disse:
(4) “Minha filha, paciência, a constância no bem põe tudo a salvo, mas digo-te que quando tu, privada de Mim, lutas entre a vida e a morte pela dor de estar privada do teu Jesus, e apesar de tudo isto és constante no bem e nada descuidas, não fazes outra coisa que espremer-te a ti mesma, e ao espremer-te sai o amor próprio, as satisfações naturais, a natureza fica como desfeita e fica só um sumo tão puro e doce, que Eu com muito gosto tomo e adoço-me e olho-te com tanto amor e ternura, de sentir as tuas dores como se fossem minhas. Então se você está frio, árido ou de outro modo e é constante, são outras tantas espremidas que você se dá, e mais suco formas para o meu coração amargo. Acontece como com um fruto espinhoso e de casca dura, mas que dentro contém uma substância doce e útil; se a pessoa é constante em remover as espinhas, ao espremer aquele fruto extrairá toda a substância do fruto e provará o requinte desse fruto, Assim que o pobre fruto ficou vazio do requintado que continha e os espinhos e a casca foram jogados. Assim a alma, na frieza, na aridez, lança à terra as satisfações naturais, se esvazia de si mesma e com a constância se expressa a si mesma, e a alma fica com o fruto puro do bem, e eu desfruto o doce deste. Por isso, se fores constante, tudo te servirá para o bem, e eu apoiarei com segurança os meus agradecimentos”.

13-17
Setembro 14, 1921

Cada vez que a alma faz seus atos na Divina Vontade, assim cresce sempre mais em santidade.

(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, cada vez que a alma faz seus atos em minha Vontade, cresce sempre mais ante Mim em sabedoria, em bondade, poder e beleza, porque conforme vai repetindo os atos em minha Vontade, tantos bocados toma de sabedoria, de bondade, etc., e a alma cresce daquele alimento do qual se alimenta, por isso de Mim está escrito no santo Evangelho que crescia em sabedoria diante de Deus e diante dos homens; como Deus não podia nem crescer nem decrescer, o meu crescer não era outra coisa que a minha humanidade, que conforme crescia nos anos vinha a multiplicar meus atos no Querer Supremo, e um ato de mais que fazia era um crescer de mais na Sabedoria de meu Pai Celestial, e era tão verdadeiro este meu crescimento, que até as criaturas o notavam. Cada ato meu corria no mar imenso da Vontade Divina, e conforme operava me nutria deste alimento celestial; seria demasiado extenso dizer-te os mares de sabedoria, de bondade, de beleza, de potência que recebia minha Humanidade em cada ato de mais que fazia, Assim acontece com a alma. Minha filha, a santidade em minha Vontade cresce a cada instante, não há nada que se escape do crescer e que a alma não possa fazer correr no mar infinito de minha Vontade; as coisas mais indiferentes, o sono, o alimento, o trabalho, etc., podem entrar em meu Querer e tomar nele seu posto de honra como obras de meu Querer; só que a alma o queira, e todas as coisas, desde as maiores até as menores podem ser ocasiões para entrar em meu Querer, o que não acontece com as virtudes, porque as virtudes, se se quiser exercitar, muitas vezes falta a ocasião, se se quiser exercitar a obediência, necessita-se de alguém que dê ordens, e pode acontecer que por dias e por semanas falte quem dê novas ordens para fazê-la obedecer, e então, por quanto boa vontade tenha de obedecer, a pobre obediência ficará ociosa; assim da paciência, da humildade e de todas as outras virtudes, pois como são virtudes deste submundo, são necessárias as outras criaturas para exercitá-las, em troca minha Vontade é virtude de Céu, e Eu só basto para tê-la a cada instante em contínuo exercício, para Mim é fácil mantê-la tão elevada, assim de noite ou de dia, para tê-la exercitada em meu Querer”.

14-17
Março 28, 1922

Tudo o que Jesus fez na terra, está em contínua atitude de dar-se ao homem.

(1) Continuando meu habitual estado, estava Fundindo-me toda no Santo Querer de meu amável Jesus, e Ele me disse:
(2) “Filha de meu Querer, se soubesses os portentos, os prodígios que acontecem quando te fundes em meu Querer, tu ficarias estupefata; escuta um pouco: Tudo o que Eu fiz sobre a terra está em contínua atitude de dar-se ao homem, fazendo-lhe coroa: Meus pensamentos formam coroa em torno da inteligência da criatura, minhas palavras, minhas obras, meus passos, etc., formam coroa em torno de suas palavras, de suas obras e de seus passos, a fim de que entrelaçando suas coisas com as minhas possa dizer a meu Pai Celestial que seu obrar é como o meu. Agora, quem toma esta minha atitude contínua? Quem se deixa entrelaçar por minhas obras com as que coroei a toda a família humana? Que vive no meu Querer.

A medida que tu fundias os teus pensamentos no meu Querer, os meus pensamentos que te faziam coroa sentiam o eco dos meus na tua mente, e, fundindo-se com os teus, multiplicavam os teus e os meus, e formava uma coroa dupla em torno do entendimento humano, e meu Pai recebia não só de Mim, mas também de ti a glória divina por parte de todas as inteligências criadas, e assim das palavras e de todo o resto. E não só por parte das criaturas resgata esta glória divina, senão por parte de todas as outras coisas criadas, porque todas as coisas foram criadas para fazer correr contínuo amor para o homem, e o homem por justiça deveria dar por cada coisa criada, homenagem, amor ao seu Criador. Agora, quem substitui isto? Quem faz seu este Fiat pelo qual todas as coisas foram feitas, para difundir sobretudo uma homenagem, uma adoração, um amor Divino a seu Criador? Quem vive no meu Querer! Quase a cada palavra sua faz seu aquele Fiat Onipotente, o eco do Fiat eterno faz eco no seu Fiat Divino no qual vive e se difunde, corre, voa, e em cada coisa criada imprime outro Fiat, e dá novamente ao seu Criador a homenagem, o amor por Ele queridos. Isto o fiz Eu quando estive na terra, não houve coisa alguma pela qual Eu não correspondesse a meu Divino Pai por parte de todas as criaturas; agora o faça-o, quero-o, espero-o, de quem vive em meu Querer. Se você visse a como é belo ver em cada piscar de estrela, em cada gota de luz do sol, minha glória, meu amor, minha profunda adoração unida à sua, oh! como corre, como voa sobre as asas dos ventos enchendo toda a atmosfera, como percorre as águas do mar, como se apoia em cada planta, em cada flor, como se multiplica em cada movimento; é uma voz que faz eco sobretudo e diz:
Amor, glória, adoração ao meu Criador’. Por isso quem vive em minha Vontade é o eco de minha voz, a repetidora de minha Vida, a perfeita glória de minha Criação, como não devo amá-la? Como não devo dar-lhe tudo o que você deve dar a todas as outras criaturas juntas, e fazê-la ter o primado sobre tudo? Oh! meu amor se meteria em dificuldades se não o fizesse!”

15-18
Abril 25, 1923
A Vontade de Deus é o caminho real que conduz à Santidade da semelhança do Criador. Luisa continuando de onde ficou Adão, Deus a constitui como cabeça de todos e portadora da felicidade e bens que haviam sido atribuídos a todos.

(1) Estava rezando e meu doce Jesus veio, pondo-se junto a mim para rezar junto comigo, mas bem sua inteligência se refletia na minha e eu rezava com a sua, sua voz ecoava na minha e rezava com sua palavra; mas quem pode dizer os efeitos intermináveis desta oração? Depois o meu amado Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, quis rezar juntamente contigo para te reafirmar em minha Vontade e te dar a graça de te encontrar ante a Majestade Suprema no ato da criação do homem, e como o dotamos de todos os bens e sua vontade era a nossa, e a nossa a sua, tudo era harmonia entre Ele e Nós, o que queria tomava de Nós: santidade, sabedoria, poder, felicidade, etc., era nosso protótipo, nosso retrato, nosso filho feliz, Assim que Adão no princípio de sua existência teve uma época em que cumpria a maravilha a finalidade para a qual foi criado, provou o que significa viver do Querer de seu Criador, éramos felizes mutuamente ao ver reproduzir em nossa imagem nossos mesmos atos. Logo, assim que rompeu a sua vontade com a nossa, ficou dividido de nós; portanto os primeiros atos do homem estão em nossa vontade, e eu não quero outra coisa de ti, senão que venhas em nosso Querer para seguir de onde Adão deixou, para poder ligar em ti todas as harmonias que ele rompeu; e assim como esta primeira criatura tendo sido criada por nós como cabeça de toda a família humana, com subtrair-se do nosso Querer levou a infelicidade a todos, assim tu com vir a continuar de onde ele deixou, constituímos-te como cabeça de todos, e portanto portadora daquela felicidade e bens que tinham sido atribuídos a todos se tivessem vivido em nosso Querer”.

(3) E eu: “Meu Jesus, como pode ser possível isto, se com vir Tu mesmo sobre a terra a redimir-nos e a sofrer tantas penas, não se adquiriu a felicidade que o primeiro homem perdeu para si e para todos, Como pode ser agora que ao me vincular em teu Eterno Querer possa restituir esta felicidade perdida?”

(4) E Jesus: “Minha filha, todos os tempos estão em minhas mãos, dou a quem quero, e para isso me sirvo de quem quero. Muito bem poderia ter trazido a felicidade que contém minha Vontade sobre a terra, mas não encontrei nenhuma vontade humana que quisesse fazer vida perene na minha, para retomar os vínculos da Criação e dar-me novamente todos os atos do primeiro homem como se os tivesse feito todos com o selo da Vontade Suprema, e por isso pôr à disposição de todos a felicidade perdida. É verdade que estava a minha amada Mãe, mas Ela devia cooperar junto Comigo à Redenção. Além disso, o homem era escravo, aprisionado por suas mesmas culpas, doente, coberto de chagas, as mais asquerosas, e Eu como pai amante vinha a desembolsar meu sangue para resgatá-lo, vinha como médico a curá-lo, como professor a ensinar-lhe o caminho, o meio para não deixá-lo precipitar no inferno; pobre enfermo, como poderia ter-se espaçado nos eternos vôos de meu Querer se não sabia caminhar; se Eu tivesse querido dar a felicidade que contém minha Vontade, teria sido como dá-la aos mortos e fazê-la pisotear, o homem estava indisposto para receber tanto bem e por isso quis ensinar a oração para dispô-los, e me conformei em esperar outras épocas, deixar passar séculos e séculos para fazer conhecer o viver em meu Querer, para dar o princípio a esta felicidade”.
(5) E eu: “Meu amor, se com a tua Redenção nem todos se salvam, como pode a tua Vontade dar a todos esta felicidade?”
(6) E Jesus: “O homem será sempre livre, não lhe tirarei jamais os direitos que lhe dei ao criá-lo; só que na Redenção vim abrir tantos caminhos, sendas, atalhos para facilitar a salvação, a santidade do homem; com a minha Vontade venho abrir o caminho real e direto que conduz à santidade da semelhança do seu Criador e que contém a verdadeira felicidade, mas apesar de tudo isto serão sempre livres de ficar, quem no caminho real, quem nos caminhos, e quem fora de tudo, mas estará no mundo o que agora não há, a felicidade do Fiat Volutas Tua como no Céu assim na terra. O homem fez os primeiros atos em meu Querer e depois se subtraiu, por isso arruinou tudo, e como era a cabeça de todos, junto se arruinaram os membros. Minha Humanidade formou o plano de todos os atos humanos na Vontade Divina, minha Mãe me seguiu fielmente, assim que tudo está preparado; agora não se necessita outra coisa, que outra criatura que querendo viver perenemente neste Querer, venha a tomar a posse do plano feito por Mim, e abra este caminho real a todos, o qual conduz à felicidade terrena e Celeste”.

16-17
Agosto 28, 1923

Não basta possuir, senão se requer cultivar e guardar o que se possui.

(1) Sentia-me extremamente aflita pela privação do meu doce Jesus, porque o chamava e rogava, não se dignava retornar a sua pequena exilada daqui abaixo. Ai, como é duro meu exílio! Meu pobre coração agonizava pela dor que sentia, porque Aquele que forma sua vida estava distante de mim; mas enquanto suspirava seu retorno, veio o confessor, e Jesus, precisamente então, depois de tanto esperar se moveu em meu interior, estreitando-me forte o coração se fazia ver e eu lhe disse:
(2) “Meu Jesus, não podias ter vindo antes? Agora devo obedecer; se te parece bem virás quando te receber no Santíssimo Sacramento, então ficaremos sós outra vez e Estaremos livres para ficarmos juntos”.

(3) E Jesus, com um aspecto digno e descuidado, disse-me:
(4) “Minha filha, quereis que destrua a ordem da minha Sabedoria e que retire esse poder dada à minha Igreja?”
(5) E, enquanto dizia, fazia-me participar nas suas penas. Depois disse-lhe:

(6) “Mas diz-me, meu amor, porque não vens? Fizeste-me esperar tanto, quase até me fazer perder a esperança de seu retorno, e meu pobre coração, pela dor, se debate entre a vida e a morte”.

(7) E Jesus todo bondade: “Minha filha, tendo posto em ti a propriedade do meu querer, quero que não só seja possuído por ti, mas que o saibas conservar bem, cultivar, ampliar, de maneira de multiplicá-lo; assim que as penas, as mortificações, a vigilância, a paciência, e até minha mesma privação servem para ampliar e guardar os confins de minha Vontade em tua alma. Não basta possuir, mas saber possuir; de que serve ao homem possuir uma propriedade se não se toma o cuidado de semeá-la, cultivá-la, guardá-la, para depois recolher os frutos de suas fadiga? Se você não trabalhar seu terreno, mesmo que você o possui você pode dizer que você não terá com o que tirar a fome, assim que não é possuir o que faz rico e feliz ao homem, senão o saber cultivar bem o que possui. Assim são minhas graças, meus dons, especialmente minha Vontade que como Rainha tenho posto em ti, quer o alimento de ti, quer o trabalho de tuas penas, de tuas ações, quer que em cada coisa, sua vontade toda submetida à sua lhe dê as honras e o cortejo que como a Rainha convém, e Ela em cada coisa que faça ou sofra terá disposto o alimento com que nutrir tua alma. E assim tu por um lado e minha Vontade pela outra, alongareis os confins da minha Suprema Vontade em ti”.

17-18
Outubro 11, 1924

Amor de Deus ao criar a criatura. Cada sentido é uma comunicação entre a alma e Deus.

(1) Sentia-me muito oprimida pela privação do meu doce Jesus. Oh. Oh! quantos temores se suscitavam em minha alma, mas o que mais me destroçava era que meu Jesus não me amasse como antes. Depois, enquanto estava nisto, senti-me tomada pelos ombros, e ouvindo a voz de Jesus no meu ouvido, dizia-me:
(2) “Minha filha, por que teme que eu não te ame? Ah! Se você só conhecesse o meu amor em geral por todas as criaturas, ficaria surpresa. Com quanto amor não criei a criatura? Com quantos sentidos não a criei? Cada sentido era uma comunicação que deixei entre Eu e ela, o pensamento era comunicação entre minha inteligência e a sua, o olho era comunicação entre minha luz e a sua, a palavra era meio de comunicação entre meu Fiat e o seu, o coração entre meu amor e o seu, em suma, tudo, o respiro, o movimento, o passo, tudo, tudo era comunicação entre Mim e a criatura.
Eu fazia mais que um pai que, devendo sair de viagem um filho, não só lhe prepara o alojamento, as vestes, o alimento e tudo o que pode fazer feliz a seu filho, senão que dá virtude ao filho e lhe diz: Separar-nos-emos, é verdade, mas de longe tu sentirás a minha vida e eu a tua, tu sentirás o meu pensamento e eu o teu, tu o meu fôlego, o meu coração, e eu os teus, assim que estaremos longe e perto, separados e inseparáveis, tu sentirás a minha vida e eu a tua’. Mas isto que não pode ser feito por um pai terreno por seu filho, porque lhe é impossível, o fiz Eu, Pai Celestial, que enquanto fazia sair à luz a este meu filho, depois de haver preparado Eu mesmo o quarto deste mundo, punha entre ele e Eu tal união, que eu devia sentir a sua vida em Mim, e a minha criatura a minha, e este é o meu amor em geral e por todos; que te dizer além do meu amor especial que tive por ti? Cada sofrimento que te enviei tem sido uma comunicação de mais entre ti e Eu, e portanto um adorno de mais com o qual embelezava a tua alma; cada verdade que te manifestava era uma partícula das minhas qualidades, com as quais embelezava e enchia a tua alma; cada graça e cada vinda minha a ti eram dons que fazia chover sobre ti; não fiz outra coisa que multiplicar minhas comunicações quase a cada instante para plasmar em ti as diversas belezas minhas, minha semelhança, a fim de que tu vivas Comigo no Céu e Eu viva contigo na terra, e depois de tudo isso você duvida do meu amor? Mas digo-te: “Pensa em amar-me e Eu pensarei sempre mais em amar-te”.

18-17
Dezembro 20, 1925
Sobre as lágrimas de Jesus e como derramou todas as lágrimas das criaturas. Viver na Divina Vontade significa possuí-la.

(1) Estava pensando nas lágrimas que derramou o menino Jesus em seu nascimento e dizia entre mim: “Quão amargas devem ter sido essas lágrimas, como lhe puderam agora congelar, agora
queimar aquele terno rosto, porque pelo que eu sei, as lágrimas têm dois efeitos, segundo a causa pela qual são derramadas, se a causa é por um amor, queimam e fazem dar em soluços; se são produzidas pela dor, são geladas e fazem tremer. No meu menino real havia um intenso e infinito amor e uma dor sem fim, assim que muito lhe devem ter custado suas lágrimas”. Agora, enquanto pensava nisso, o meu doce Jesus mexeu-se dentro de mim e fez-me ver o seu rosto banhado em lágrimas, mas tantas, que uma corria atrás da outra, até lhe banhar o peito e as mãos, e suspirando disse-me:.

(2) “Minha filha, minhas lágrimas começaram desde o primeiro instante de minha Concepção no seio de minha Mãe Celestial e duraram até meu último respiro sobre a cruz. A Vontade de meu Pai Celestial confiou-me também o trabalho das lágrimas, e devia derramar tantas de meus olhos por quantas deviam derramar todas as criaturas juntas. Assim como concebi todas suas almas em Mim, Assim devia derramar todas suas lágrimas de meus olhos. Vê, pois, quanto chorei; de meus olhos derramei as lágrimas que as criaturas derramaram por paixões, para que as minhas apagassem as suas paixões; e derramei as lágrimas necessárias depois do pecado, para lhes dar a dor de me ter ofendido e a convicção do mal que fizeram, preparando com minhas lágrimas o propósito de não me ofender mais; devo derramar as lágrimas para enternecer as almas para fazê-las compreender as penas de minha Paixão; como também derramei lágrimas abundantes de amor para atrair as almas a me amar, para captar sua simpatia e seu coração tudo para Mim; basta dizer-te que não há lágrima que brote do olho humano que não tenha derramado Eu de meus olhos. Ninguém soube das minhas tantas lágrimas, dos meus tantos choros ocultos e dos meus segredos; quantas vezes ainda como tenro menino voava da terra ao Céu, e encostando a minha cabecinha aos joelhos de meu Pai Celestial chorava, chorava e soluçava, dizia-lhe: meu pai, olha, eu nasci no mundo para lágrimas e dor, como os meus irmãos que nascem às lágrimas e morrem em pranto, e eu amo tanto estes irmãos, que quero derramar todas as suas lágrimas de meus olhos, não quero que nenhuma me escape, para dar a suas lágrimas, lágrimas de amor, de dor, de vitória, de santificação e de divinização’. Quantas vezes minha querida Mamãe me olhando ficava trespassada ao me ver todo banhado em pranto, e Ela unia, pela dor de me ver chorar, suas lágrimas às minhas, e chorávamos juntos; às vezes me via obrigado a esconder-me para dar desabafo ao pranto para não traspassar seu inocente e materno coração, outras vezes esperava a que minha Celestial Mamãe, por necessidade, se ocupasse em seus afazeres domésticos para dar desabafo a minhas lágrimas para poder completar o número das lágrimas de todas as criaturas”.
(3) Então eu ao ouvir isto lhe disse: “Jesus, meu amor, já que também minhas lágrimas foram derramadas por teus olhos, como também as de nosso primeiro pai Adão, eu quero que as derrames sobre minha alma para me dar a graça não somente de fazer tua Santíssima Vontade, mas de possuí-la como coisa e vontade minha”. Então Jesus sacudia a cabeça, e do seu rosto corriam as lágrimas sobre minha pobre alma, e acrescentou:.
(4) “Filha de meu Querer, certamente que derramei tuas lágrimas, para que passando por meus olhos as tuas, pudesse te dar o grande dom de minha Vontade. O que Adão não pôde receber com suas lágrimas, apesar de que passaram por meus olhos, podes receber tu, porque Adão antes de que pecasse possuía minha Vontade, e com a possessão de minha Vontade, na semelhança crescente de seu Criador, e crescia tanto que formava o encanto de todo o Céu e todos se sentiam honrados em servi-lo; depois do pecado perdeu a possessão de meu Querer, e apesar de ter chorado sua culpa e não ter pecado mais, pôde fazer minha Vontade, mas não possuí-la, porque faltava o Divino Ofendido que devia formar o novo enxerto divino entre a criatura e o Criador, para poder cruzar de novo os limites das possessões do Eterno Querer. Este enxerto foi feito por Mim, Verbo Eterno, depois de quatro mil anos, e Adão até então havia passado aos limiares da eternidade. Mas apesar deste enxerto divino feito por Mim com lágrimas, suspiros e penas inauditas, quantos se reduzem à condição de Adão depois do pecado a só fazer minha Vontade, outros não a querem conhecer, outros se revelam a Ela; só quem vive em minha Vontade eleva-se ao estado de Adão inocente antes de cair em pecado, porque há uma grande distância entre quem faz a minha vontade e entre aqueles que a possuem, há a distância entre Adão inocente e Adão depois do pecado. E eu, vindo à terra, devia agir como Deus, cumprir em toda a obra do homem, elevá-lo ao ponto primeiro da sua origem, dando-lhe a posse da minha vontade, e enquanto muitos se servem da minha vinda apenas como remédio para a sua salvação e, portanto, tomam a minha vontade como remédio, como força e como antídoto para não ir para o inferno, Eu esperarei ainda, a fim de que surjam as almas que a tomem como vida, e com fazê-la conhecer tomem posse dela e assim completarei a obra da minha vinda à terra e terá fruto o enxerto divino formado de novo com a criatura, e minhas lágrimas se transformarão em sorrisos celestiais e divinas para Mim e para elas”.

19-16
Maio 1, 1926

Quem vive no Querer Divino é alimentado pelo alento divino, e quem não vive nele é um intruso, um usurpador dos bens de Deus, e recebe os bens a título de esmola.

(1) Sentia-me toda imersa no Querer Supremo, e meu doce Jesus saiu de dentro de mim, e apertando-me forte a Si punha sua boca perto de meus lábios e me mandava seu fôlego onipotente. Mas quem pode dizer o que sentia em mim? Aquele fôlego me penetrava até as mais íntimas fibras, me enchia toda até não sentir mais minha pequenez, minha existência, senão somente e em toda mim mesma só a Jesus. Assim, depois de haver repetido várias vezes este mandar-me seu fôlego, porque parecia que não estava contente se não me via toda cheia daquele fôlego divino, disse-me:.
(2) “Minha filha, tendo tu nascido no meu Querer, é necessário, é justo e decoroso que nele vivas, cresças e te alimentes, que adquiras as prerrogativas de verdadeira filha de meu Querer; nenhum alinhamento estranho nem coisa que não pertença a meu Querer se deve ver em ti, assim que de tua fisionomia, de teus modos, de teu falar e até do modo como tu amas e rezas, Deve saber que és a filha da minha vontade. Vê então como te amo e com que zelo te guardo e te alimento? Com meu mesmo alento, porque quem deve viver em meu Querer, somente meu alento pode conservar íntegra e permanente a Vida de minha Vontade nela, assim que aquele alento que com tanto amor fiz sair de meu seio na criação do homem para infundir-lhe minha semelhança, continuo-o na alma que vive em minha Vontade para formar minhas verdadeiras imagens e os grandes portentos que havia estabelecido formar na Criação, por causa das quais todas as coisas foram feitas, por isso suspiro tanto a quem vive em meu Querer, porque só ela não me deixará desiludido no fim da Criação, só ela desfrutará por direito as coisas criadas por Mim, porque sendo uma minha Vontade com a sua, o que é meu é seu, e com direito pode dizer: O céu, o sol, a terra e todas as outras coisas são minhas, por isso quero me divertir, e também para honrar a Suprema Vontade que as criou e que reina em mim’. Em troca a alma na qual não reina meu Querer não tem nenhum direito, e se as goza é um usurpador, porque não são suas, é um intruso em meus bens, mas como minha bondade é tanta lhe deixo gozar a título de esmola, mas não de direito. Eis por que muitas vezes os elementos se descarregam em dano do homem, porque não tem direito, e das coisas da terra fica a esmola que o Criador lhe manda. Assim quem vive em meu Querer é como rainha no meio da Criação, e Eu gozo sumamente ao vê-la reinante no meio de meus bens”.

(3) Depois disso eu continuava rezando, e meu doce Jesus voltou e me fazia ver que de suas santíssimas mãos saíam duas fontes de luz, uma descendo sobre minha pobre alma, mas Jesus fazia um engenho tal em suas mãos, que enquanto descia ascendia novamente ao alto, parecia uma corrente contínua, que enquanto descia, subia, e Jesus se deleitava no meio destas fontes de luz, e estava todo atento a fim de que toda esta luz ficasse concentrada em mim, e depois me disse:.
(4) “Minha filha, estas fontes de luz que descem de minhas mãos, é a minha Vontade que desce do Céu e faz seu caminho na alma para cumprir o que quer fazer nela; este fazer de minha Vontade forma a outra fonte de luz que sobe, por meio de minhas mãos, de volta ao Céu para levar o cumprimento de minha Vontade pela criatura ao Eterno Criador, mas enquanto sobe, em seguida desce de novo, duplicada, para continuar sua ação divina na criatura. Minha Vontade tem um movimento contínuo, não se detém jamais, se pudesse deter seu movimento, o que não pode ser, cessaria a vida a toda a Criação, ao sol, ao céu estrelado, às plantas, à água, ao fogo e às criaturas, todas desceriam em nada; Por isso minha Vontade com seu movimento contínuo é vida de cada coisa criada, vincula tudo, é mais que ar que com sua respiração faz respirar, desenvolver, crescer todas as coisas saídas de nossas mãos. Veja então que afronta fazem as criaturas, pois enquanto minha Vontade é vida de tudo e centro de cada coisa, e sem Ela nada existiria, nem nenhum bem, elas não querem reconhecer nem seu domínio nem sua Vida que corre nelas, eis por que quem reconhece a Vida de minha Vontade nela e em todas as coisas, é o triunfo de nossa Vontade e a conquista de nossas vitórias, é a correspondência de nosso Amor a nosso movimento contínuo, nossa Vontade a vincula a toda a Criação fazendo-a fazer todo o bem que faz minha mesma Vontade. Então tudo é seu, e Eu a amo tanto que não sei fazer nada sem ela, porque em virtude de minha Vontade temos a mesma Vida, o mesmo amor, um só batimento e um só respiro”.
(5) E enquanto dizia isto, lançou-se nos meus braços como se estivesse desfalecido de amor e desapareceu.

20-16
Outubro 26, 1926

Em todos os atos que Jesus fez, sua finalidade era o reino do Fiat Divino. Adão se sente dando de novo a honra perdida por Ele.

(1) Continuava unindo-me junto com os atos que Jesus fez na Redenção, e meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, olha como todos os atos que fiz ao redimir ao homem, ainda meus mesmos milagres que fiz em minha vida pública, não eram outra coisa que chamar o reino do Fiat Supremo no meio das criaturas, no ato de fazê-los pedia a meu Pai Celestial que o fizesse conhecer e o restabelecesse no meio das gerações humanas. Se eu olhava para os cegos, o meu primeiro ato era pôr em fuga as trevas da vontade humana, causa primária da cegueira da alma e do corpo, e que a luz da minha iluminasse as almas de tantos cegos, a fim de que obtivessem a vista para
olhar minha Vontade para amá-la, a fim de que também seus corpos estivessem livres de perder a vista; se desse o ouvido aos surdos, primeiro pedia a meu Pai que adquirissem o ouvido para escutar as vozes, os conhecimentos, os prodígios de meu Querer Divino, a fim de que entrasse em seus corações como caminho para dominá-los, a fim de que não mais surdos existissem no mundo, nem na alma nem no corpo; também quando ressuscitei os mortos pedia que ressuscitassem as almas em meu Eterno Querer, também aquelas apodrecidas e mais que cadáveres pela vontade humana. E quando tomei as cordas para lançar aos profanadores do templo, era à vontade humana que lançava, a fim de que entrasse a minha, reinante e dominante, para que fossem verdadeiramente ricos na alma e não mais sujeitos a pobreza natural. E até quando eu entrei triunfante em Jerusalém, no meio da multidão, rodeado de honra e de glória, era o triunfo da minha Vontade que estabelecia no meio dos povos, não houve um ato que eu fizesse estando na terra em que não pusesse a minha Vontade como ato primeiro para restaurá-la no meio das criaturas, porque era a coisa que mais me importava. E se não fosse assim, que em tudo o que fiz e sofri não tivesse tido como ato primeiro o reino do Fiat Supremo para restaurá-lo no meio das criaturas, a minha vinda à terra teria trazido às gerações humanas um bem pela metade, não completo, e a glória de meu Pai Celestial não teria sido completamente reintegrada por Mim, porque como minha Vontade é princípio de todo bem, é finalidade única da Criação e Redenção, portanto é fim de cumprimento de todas as nossas obras. Assim, sem Ela, nossas obras mais belas são iniciadas e sem cumprimento, porque é Ela sozinha a coroa de nossas obras e o selo de que nossa obra está cumprida. Eis por que, por honra e glória da mesma obra da Redenção, devia ter como ato primeiro a finalidade do Reino da minha Vontade”.
(3) Depois disto estava começando meu giro na Divina Vontade e pondo-me no Éden terreno, onde Adão havia feito o primeiro ato de subtração de sua vontade à Divina, dizia a meu doce Jesus:
“Meu amor, quero aniquilar meu querer no teu, para que jamais tenha vida, para fazer que em tudo e para sempre tenha vida a tua, para reparar o primeiro ato que fez Adão, para voltar a dar toda aquela glória a teu Supremo Querer como se Adão não se tivesse subtraído d‟Ele. Oh! como gostaria de voltar a dar-lhe a honra perdida por ele porque fez sua vontade e rejeitou a tua, e este ato tento fazê-lo por quantas vezes todas as criaturas têm feito sua vontade, causa de todos seus males e têm rejeitado a tua, princípio e fonte de todos os bens, por isso te rogo que venha logo o Reino do Fiat Supremo, a fim de que todos, desde Adão até todas as criaturas que fizeram sua vontade, recebam a honra, a glória perdida e teu Querer receba o triunfo, a glória e seu cumprimento”. Agora, enquanto dizia isto, o meu Sumo Bem Jesus comoveu-se todo e abrandado, e fazendo-me presente ao meu primeiro pai Adão, fez com que ele me dissesse com uma ênfase de amor todo especial:
(4) “Filha bendita, finalmente meu Senhor Deus depois de tantos séculos, fez sair à luz do dia aquela que devia pensar em voltar a dar-me a honra e a glória que perdi ao fazer infelizmente minha vontade. Como me sinto duplicada minha felicidade, até agora ninguém pensou em voltar a dar-me esta honra que perdi, por isso agradeço vivamente a Deus que te fez sair à luz, e agradeço a ti, como filha a mim muito amada, que tenhas tomado o empenho de voltar a dar a Deus a glória como se jamais sua Vontade tivesse sido ofendida por mim, e a mim a grande honra de que o Reino do Fiat Supremo seja restabelecido no meio das gerações humanas. É justo que te ceda o lugar que a mim me tocava, como primeira criatura que saiu das mãos do nosso Criador”.
(5) Depois disto meu amável Jesus me apertando a Ele me disse:
(6) “Minha filha, não só Adão, mas todo o Céu esperam tuas ações em meu Querer, a fim de que recebam a honra que lhes tirou seu querer humano; tu deves saber que pus mais graça em ti que não pus em Adão, para fazer que meu Querer te possuísse e com triunfo te dominasse, e o teu se sentisse honrado de nunca ter vida e cedesse o posto à minha Vontade. Nele não pus a minha humanidade como ajuda e força sua e como cortejo da minha vontade, porque não a tinha então, em ti a pus para te fornecer todas as ajudas que se precisa para fazer com que a tua esteja em seu posto e a minha possa reinar, e junto contigo seguir teus giros no meu Eterno Querer para estabelecer o seu Reino”.
(7) Eu, ao ouvir isto, como surpreendida disse: “Meu Jesus, o que dizes? Eu acho que você quer me tentar e zombar de mim. Será possível que você colocou mais graça em mim do que em
Adão?”
(8) E Jesus: “Certo, certo filha minha, devia fazer de modo que tua vontade fosse sustentada por uma Humanidade Divina para fazer que não vacilasse e estivesse firme em minha Vontade, por
isso não me burlo, mas sim te digo a fim de que me correspondas e sejas atenta”.

 

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