O Evangelho como me foi revelado Capítulo 4 Maria Valtorta

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O Evangelho como me foi revelado Capítulo 4 Maria Valtorta
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4. Ana, com um cântico anuncia que será mâe.

No seu ventre está a alma imaculada de Maria.

24 de agosto de 1944.

Revejo a casa de Joaquim e Ana. Nada mudou no seu interior, se se tirarem os 4.1 muitos ramos
floridos, colocados em ânforas aqui e ali, fruto das podas feitas nas árvores do pomar em flor:
uma nuvem que varia do branco neve ao vermelho de certos corais.

O trabalho de Ana também é diferente. Sobre um tear menor, ela tece algumas bonitas telas de
linho, e canta, cadenciando o movi mento do pé com o canto. Canta e sorri… A quem? A si
mesma, a alguma coisa que ela vê no seu interior.

Eis o canto, lento mas alegre, que escrevi à parte para segui-lo, porque o repete muitas vezes
deleitando-se nisso, sempre mais forte e segura, como quem encontrou um ritmo no seu coração;
primeiro o murmura em surdina, depois, segura, canta mais veloz e alto (aqui o transcrevo porque,
na sua simplicidade é muito doce):

“Glória ao Senhor onipotente que dos filhos de Davi teve amor.
Glória ao Senhor!
A sua suprema graça do Céu me visitou.
A velha planta colocou novo ramo e eu sou bem-aventurada.
Pela festa das Luzes a semente lançou a esperança;
ora a fragrância de Nisam o vê brotar.
Como a amendoeira na minha carne floresce a primavera.
O seu fruto, nesta tarde, ela sente transportar.
Naquele ramo há uma rosa, há um pomo dos mais doces.
Há uma estrela reluzente, há uma criança inocente.
Há a alegria da casa, do esposo e da esposa.

Louvor a Deus, ao meu Senhor, que teve piedade de mim.
A sua luz me disse: “Uma estrela virá a ti”.
Glória, glória! Será teu este fruto da planta,
primeiro e derradeiro, santo e puro como dádiva do Senhor.
Teu será e por causa dele venha alegria e paz sobre a terra.
Vôa, oh lançadeira. O fio sé aperta sobre o tecido da criança.
Ele nasce! A Deus glorioso vá o canto do meu coração”.

Joaquim entra quando ela está para repetir pela quarta vez o seu canto.
– Estás feliz, Ana? Pareces-me um pássaro que viu a primavera. Que canto é este? Nunca ouvi. De
onde ele vem?
– Do meu coração, Joaquim. Ana levanta-se e agora se dirige até o esposo, toda risonha. Parece
mais jovem e mais bonita.
– Não te imaginava poetisa – diz o marido, olhando-a com clara admiração.
Não pareciam dois esposos idosos. Em seus olhares, existia uma ternura de jovens esposos.

– Vim do fundo do pomar ouvindo-te cantar. Eram anos que não ouvia a tua voz de rolinha
enamorada. Queres repetir-me aquele canto?
– Eu o repetiria mesmo que tu não me pedisses. Os filhos de Israel sempre confiaram ao canto os
clamores mais verdadeiros de suas esperanças, alegrias e dores. Eu confiei ao canto o cuidado de
dizer- me e dizer-te uma grande alegria. Sim, também dizer a mim mesma, porque é uma coisa
imensa que, por quanto esteja certa, parece-me ainda não ser verdadeira…- e recomeça o canto, mas
chegando ao ponto: “sobre aquele ramo há uma rosa, há uma maçã das mais doces, há uma
estrela…” a sua voz bem entoada de contralto fez-se primeiro trémula, depois se rompe e com um
soluço de alegria olha Joaquim e, levantando os braços grita:
– Sou mãe meu deleite – e se refugia no seu coração, entre os braços que ele estendeu para
encerrarem em torno de sua feliz esposa. O mais casto e feliz abraço que eu jamais vi, desde que
estou no mundo. Casto e ardente, na sua castidade.
E a doce repreensão entre os cabelos grisalhos de Ana:
– E não me disseste antes?
– Porque queria estar certa. Velha como sou… Saber-me mãe… Não podia acreditar ser verdade…
não queria dar-te uma desilusão mais amarga ainda. Desde fins de dezembro sinto fazerem-se
novas as minhas profundas entranhas e brotar, como posso dizer, um novo ramo. Mas agora sobre
aquele ramo está seguro o fruto. Vês? Aquele tecido já é para aquele que virá.
– Não é o linho que comprastes em outubro em Jerusalém?
– Sim. Eu o teci depois enquanto esperava. Esperava porque no último dia, enquanto orava
no Templo, o maior tempo que pudesse uma mulher ficar na Casa de Deus, até a noite… Tu te
recordas que eu dizia: “Ainda, ainda um pouco”. Não podia afastar-me dali sem receber a graça!
Pois bem! Na sombra que já descia do interior do lugar sagrado, que eu olhava com atração de
alma para arrancar uma anuência do Deus presente, vi partir uma luz, uma centelha de luz
maravilhosa. Era alva como a lua, contudo tinha em si as luzes de todas as pérolas e pedras
preciosas que existem sobre a terra. Parecia que uma das estrelas preciosas do Véu, daquelas
estrelas postas sob os pés dos querubins, se desprendesse uma e se tornasse esplêndida, de uma
luz sobrenatural… Parecia partir um fogo para além do Véu sagrado, proveniente da própria

Glória, vindo a mim veloz, e ao cortar o ar cantasse com voz celeste dizendo: “O que pe distes venha a ti”.

É por isso que eu canto: “Uma estrela virá a ti”. Que filho será esse nosso, que
se manifesta como luz de estrela no Templo e que diz: “Eu sou” na festa das Luzes? Que filho fez
com que tu tenhas visto em mim uma nova Ana de Elcana? Como chamaremos a nossa criança,
que doce como um canto de águas ouço falar-me no ventre com o seu pequeno coração que
bate como o de uma rolinha apanhada na cavidade das mãos?

– Se for menino o chamaremos Samuel. Se for menina Estrela. A palavra que fortaleceu o teu canto
para dar-me a alegria de saber me pai. A forma que escolheu para manifestar-se entre a sacra sombra do Templo.

– Estrela. A nossa estrela, porque, não sei, penso que seja mesmo uma menina. Parece-me que
carícias tão doces não possam vir senão de uma dulcíssima filha. Eu não a carrego, não tenho
nenhum sofri mento. É ela que me carrega sobre uma vereda azul e florida, como se eu estivesse
amparada pelos santos anjos e a terra já estivesse longe… Sempre ouvi as mulheres dizerem que
conceber e gerar é sinônimo de dor. Mas eu não tenho dor. Sinto-me forte, jovem, fresca, mais do
que quando te dei a minha virgindade na juventude distante. Filha de Deus, visto que é mais de
Deus do que nossa aquela que nasce de um tronco árido, não dá dores à sua mãe. Ela traz somente
paz e bênção: os frutos de Deus, seu verdadeiro Pai.

– Então a chamaremos Maria. Estrela do nosso mar, pérola, felicidade. O nome da primeira grande
mulher de Israel. Mas esta não pecará nunca contra o Senhor, e só a Ele dará o seu canto porque a
Ele é oferecida, como hóstia, antes de nascer.
– A Ele é oferecida, sim. Homem ou mulher que seja, depois de nos alegrarmos por três anos com a
nossa criança, nós a daremos ao Senhor. Hóstia também nós com ela, pela glória de Deus.
Não vejo nem ouço mais nada.

Jesus diz: 

“A Sabedoria, depois de tê-los iluminado com os sonhos da noite, desceu àquela que é “vapor da
virtude de Deus, certa emanação da glória do Onipotente”, e tornou-se Palavra para a estéril.
Aquele que agora via próximo o Seu tempo de redimir, Eu, o Cristo, neto de

Ana, quase cinqüenta anos depois, mediante a Palavra, farei milagres sobre as estéreis e as
doentes, sobre as endemoninhadas, sobre as desoladas, sobre todas as misérias da terra.
No entanto, pela alegria de ter uma mãe, eis que murmuro misteriosamente a Palavra na sombra do
Templo que continha as esperanças de Israel. Templo agora no limiar da sua vida, porque o novo e
verdadeiro Templo não contém mais as esperanças de um povo, mas a certeza de um Paraíso para o
povo de toda a terra, por todos os séculos até o fim do mundo; Paraíso que está para vir sobre a ter
ra. E esta Palavra opera o milagre de tornar fecundo o que era in fecundo. Dar-me uma mãe, que
não teve apenas ótima proveniência, como era seu destino, nascida de dois santos; não teve somente
um aumento contínuo da bondade pelo seu bem querer, não teve somente um corpo imaculado,
teve também o espírito imaculado, sendo única entre as criaturas.

Tu vistes* a geração contínua das almas de Deus. Agora imagines qual deva ser a beleza desta
alma que o Pai almejou antes que o tempo existisse, desta alma que constituía as delícias da
Trindade, que ardia por enfeitá-la com as suas dádivas para lhe fazer um dom a Si mesma. Ó toda
santa, que Deus criou para Si e depois para refúgio dos homens! Portadora do Salvador, tu fostes a
primeira salvação. Paraíso Vivente, com teu sorriso, começastes a santificar a terra.
A alma criada para ser a alma da mãe de Deus! Quando, de uma mais viva palpitação do Trino
Amor, brotou esta centelha vital, jubilaram os anjos, porque o Paraíso nunca viu luz mais viva.
Como pétala de uma empírea rosa, uma pétala imaterial e preciosa que era jóia e chama, que era o
hálito de Deus* que descia para animar uma carne diferentemente das outras, que descia com fogo
tão potente que a Culpa não pode contaminá-la, atravessando os espaços e encerrando-se num seio
santo.
Ainda sem saber, a terra já tinha a sua flor. A verdadeira, única flor que floresce eternamente: lírio e
rosa, violeta e jasmim, girassol e ciclame fundidos juntos, e com essas todas as flores da terra numa
única flor, Maria, na qual se reúne toda virtude e graça.

Em abril, a terra da Palestina parecia um enorme jardim: as fragrâncias e as cores davam delícia
ao coração dos homens. Mas a rosa mais bonita ainda era desconhecida. Ela já era florescente a
Deus no segredo do ventre materno, já que minha mãe amou desde que foi concebida, mas só
quando a videira dá o seu sangue para fazer vinho, e o perfume dos mostos, açucarado e forte,
enche as eiras e as narinas, ela iria sorrir primeiro a Deus e depois ao mundo, dizendo com o
seu sorriso super inocente: “Eis que a Videira, que vos dará o Cacho espremido na prensa,
como Remédio eterno contra o vosso mal, está entre vós”.

Eu disse: “Maria amou desde que foi concebida”. O que dá ao espírito luz e conhecimento? A
Graça. O que leva a Graça? O pecado de origem e o pecado mortal. Maria, aquela sem mácula,
nunca foi despojada da lembrança de Deus, da sua proximidade, do seu amor, da sua luz, da sua
sabedoria. Ela pôde por isto, compreender e amar até quando era apenas carne em torno de uma
alma imaculada que sempre amou.

Depois, faço-te contemplar mentalmente a profundidade da virgindade de Maria. Terás uma
vertigem celeste, como quando te fiz entender a nossa eternidade. Por enquanto, considera apenas
como o trazer no ventre uma criatura isenta da mácula da ausência de Deus, dá à mãe uma
inteligência superior e a transforma em um profeta, mesmo tendo esta mãe concebido natural e
humanamente. O profeta da sua filha, que a chama: “Filha de Deus”. Imagina o que seria se pais
inocentes concebessem filhos inocentes, assim como Deus gostaria.

Ó homens, que vos dizeis semelhantes ao “super-homem”, mas com os vossos vícios vos
assemelhais unicamente ao “super-demônio”, neste exemplo teríeis encontrado o meio de
chegardes ao “super-homem”. Saber permanecer sem a contaminação de satanás para deixar a
Deus a administração da vida, do conhecimento, do bem, não desejando mais do que isto, que é
pouco menos que o infinito. Deus vos teria dado poder de gerar em uma contínua evolução até a
perfeição, filhos que fossem homens no corpo e filhos da Inteligência no espírito, ou
seja triunfadores, fortes, gigantes contra satanás, que seria derrubado muitos milhares de séculos
antes da hora em que o será, junto a todo o seu mal”.

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