Estudo 51 – Livro do Céu Vol.1 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 51 – Livro do Céu Vol.1 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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2-55
Agosto 8, 1899

A alma resignada está sempre em repouso.

(1) Continua a fazer-se parecer apenas e quase zangado com os homens e por mais que lhe
tenha pedido que derramasse em mim suas amarguras, foi impossível e sem prestar-me
atenção ao que lhe dizia, disse-me:
(2) “A resignação absorve tudo o que pode ser de dor ou de desgosto à natureza e o converte
em doce; e sendo meu Ser pacífico, tranquilo, de modo que qualquer coisa que possa
acontecer no Céu e na terra não pode receber nem sequer o menor alento de perturbação,
então a resignação tem a virtude de enxertar na alma estas mesmas virtudes minhas. A alma
resignada está sempre em repouso, não só ela, mas faz-me repousar tranquilamente também a
Mim nela.”

* * * * * *

2-56
Agosto 10, 1899

Fala da justiça e como Jesus fica ferido pela simplicidade.

(1) Esta manhã veio o meu doce Jesus, que me transportou para fora de mim mesma, e
desapareceu, e, havendo-me deixado só, vi que do céu desciam como dois candelabros de
fogo e depois, dividindo-se em muitos pedaços, se formavam muitos raios e granizadas que
desciam à terra e faziam uma grandíssima destruição em plantas e homens. Era tanto o horror
e a fúria do temporal, que nem sequer se podia rezar e as pessoas não podiam chegar a suas
casas. Quem pode dizer como fiquei assustada? Então comecei a rezar para aplacar o Senhor,
e Ele retornando, vi que trazia na mão como uma vara de ferro e na ponta uma bola de fogo e
me disse:

(2) “Minha justiça foi longamente retida e com razão quer tomar vingança contra as criaturas,
pois ousaram destruir nelas toda justiça. ¡ Ah, sim, nada de encontro justo no homem! ; tudo foi
desfigurado, nas palavras, nas obras e nos passos, tudo é engano, tudo é fraude, tudo é
injusto, assim penetrando no coração, interno e externo, não é outra coisa que uma adega de
vícios. ¡ Pobre homem, como te reduziste!”.
(3) Enquanto assim dizia, a vara que tinha na mão movia-a em ato de ferir o homem. Eu lhe
disse: “Senhor, o que faz?”.
(4) E Ele: “Não temas, olha, esta bola de fogo fará fogo, e não castigará mais que aos maus, os
bons não receberão dano”.
(5) E eu acrescentei: “Ah Senhor! Quem é bom? Somos todos maus, peço-te que não olhes
para nós senão para a tua infinita misericórdia, e assim ficarás aplacado por todos”. Depois
disso ele adicionou:
(6) “A filha da justiça é a verdade. Assim como Eu sou Verdade eterna que não engano nem me
podem enganar, assim a alma que possui a justiça faz resplandecer em todas suas ações a
verdade; portanto, conhecendo por experiência a verdadeira luz da verdade, se alguém quer
enganá-la, ao advertir a falta da luz que tem em si, logo conhece o engano, então acontece que
com esta luz da verdade não se engana a si mesma, nem ao próximo, nem pode receber
engano.
(7) Fruto que produz esta justiça e esta verdade, é a simplicidade, outra qualidade de meu Ser,
o ser simples, tanto que penetro em todas partes, não há nada que possa opor-se a que Eu
penetre dentro, penetro no Céu e nos abismos, no bem e no mal, mas meu Ser simplíssimo,
penetrando mesmo no mal; não se suja, aliás, nem sequer recebe a mais mínima
sombra. Assim a alma, com a justiça e com a verdade, recolhendo em si este belo fruto da
simplicidade, penetra no Céu, introduz-se nos corações para conduzi-los a Mim, penetra em
tudo o que é bem e encontrando-se com os pecadores para ver o mal que fazem, não fica
manchada, porque sendo simples prontamente se libera, sem receber dano algum. É tão bela a
simplicidade, que meu coração fica ferido a um só olhar de uma alma simples, e ela é causa de
admiração aos anjos e aos homens”.

3-55
Março 25, 1900

O Verbo de Deus na encarnação torna-se luz das almas.

(1) Esta manhã, meu adorável Jesus ao vir me disse:
(2) “Assim como o sol é a luz do mundo, assim o Verbo de Deus ao encarnar se fez luz das almas,
e assim como o sol material dá luz a todos em geral e a cada um em particular, tanto que cada um
o pode gozar como se fosse próprio, assim o Verbo, enquanto dá luz em geral, é sol para cada um
particular, assim é verdadeiro, que a este sol divino cada um o pode ter consigo como se fosse
para ele somente”.
(3) Quem pode dizer o que entendia sobre esta luz e os efeitos benéficos que produz nas almas
que têm este Sol como se fosse seu? Parecia-me que a alma possuindo esta luz põe em fuga as
trevas, como o sol material ao surgir sobre nosso horizonte põe em fuga as trevas da noite. Esta
luz divina, se a alma é fria, aquece-a; se está nua de virtudes, torna-a fecunda; se está inundada
pela nociva enfermidade da tibieza, com seu calor absorve aquele humor mau; numa palavra, para
não me alongar demasiado, este sol divino, introduzindo a alma no centro de sua esfera, a cobre
com todos seus raios e chega a transformá-la em sua mesma luz.
(4) Depois disto, como eu me sentia toda abatida, Jesus querendo me aliviar me disse:
(5) “Esta manhã quero deleitar-me em ti”.
(6) E ele começou a fazer seus truques amorosos habituais.

4-58
Março 8, 1901

Jesus diz-lhe que a cruz o fez conhecer como Deus.
Explica-lhe acerca da cruz da dor e do amor.

(1) Continuando meu pobre estado e o silêncio de Jesus bendito, esta manhã, encontrando-me
mais do que nunca oprimida, ao vir me disse:
(2) “Minha filha, não as obras, nem a pregação, nem o mesmo poder dos milagres me fizeram
conhecer com clareza como o Deus que sou, senão quando fui posto na cruz e levantado sobre ela
como sobre meu próprio trono, então fui reconhecido como Deus; Então só a cruz revelou ao
mundo e a todo o inferno quem eu era verdadeiramente; então todos ficaram abalados, e
reconheceram o seu Criador. Então é a cruz que revela Deus a alma, e faz conhecer se a alma é
verdadeiramente de Deus, pode-se dizer que a cruz descobre todas as partes íntimas da alma e
revela a Deus e aos homens quem é esta alma”.

(3) Depois acrescentou: “Sobre duas cruzes Eu consumo as almas, uma é de dor, a outra é de
amor; e assim como no Céu todos os nove coros angélicos me amam, porém cada um tem seu
ofício especial, como os Serafins, que seu ofício especial é o amor e seu coro é posto mais frente
para receber as reverberações de meu amor, tanto que meu amor e o deles saindo juntos se
acoplam continuamente. Assim às almas sobre a terra lhes dou seu ofício diferente, a quem a torno
mártir de dor, e a quem de amor, sendo ambos hábeis mestres em sacrificar as almas e fazê-las
dignas de minhas complacências”.

+ + + +

4-59
Março 19, 1901

Explica-lhe o modo de sofrer.

(1) Esta manhã, encontrando-me toda oprimida e sofredora, sobretudo pela privação de meu doce
Jesus, depois de muito esperar, quando o vi me disse:
(2) “Minha filha, o verdadeiro modo de sofrer é não olhar de quem vêm os sofrimentos, nem que
coisa se sofre, senão ao bem que deve vir dos sofrimentos; este foi meu modo de sofrer, não olhei
nem aos algozes, nem ao sofrer, senão ao bem que queria fazer por meio de meu sofrer, até
mesmo aqueles que me davam o sofrimento, e olhando o bem que devia produzir aos homens
desprezei todo o resto, e com intrepidez segui o curso de meu sofrer. Minha filha, este é o modo
mais fácil e mais proveitoso para sofrer não só com paciência, mas com ânimo invicto e animoso”.

6-53

Julho 29, 1904

A fé faz conhecer a Deus, mas a confiança fá-lo encontrar.

(1) Continuando o meu estado habitual, mal vi o meu adorável Jesus, e eu disse-lhe: “Meu Senhor
e meu Deus”. E Ele disse:
(2) “Deus, Deus, só Deus; filha, a fé faz conhecer a Deus, mas a confiança fá-lo encontrar, assim
que a fé sem a confiança é fé estéril. E embora a fé possua imensas riquezas para que a alma
possa enriquecer, se falta a confiança fica sempre pobre e desprovida de tudo”.
(3) Então, enquanto dizia, sentia-me atraída a Deus, e ficava absorvida nele como uma gotinha de
água no imenso mar, por mais que olhasse não encontrava nem os confins ao largo nem ao longo,
nem ao alto, Céus e terra, viadores e bem-aventurados, todos estavam imersos em Deus. Depois
via também as guerras, como a da Rússia com o Japão, os milhares de soldados que morreram ou
que morrerão, e que por justiça, ainda natural, a vitória será do Japão; também outras nações
europeias estão tramando maquinações de guerra contra as mesmas nações da Europa. Mas
quem pode dizer tudo o que se via de Deus e em Deus? Para terminar ponho ponto.

+ + + +

6-54
Julho 30, 1904

Desapego que devem ter os sacerdotes.

(1) Esta manhã o bendito Jesus não vinha, e eu encontrando-me fora de mim mesma girava e
voltava a girar em busca de meu sumo e único bem, e não encontrando-o, minha alma se sentia
morrer a cada instante, mas o que aumentava minha dor era que enquanto me sentia morrer, não
morria, porque se eu pudesse morrer teria alcançado minha finalidade, ao me encontrar para
sempre no centro Deus. Oh! separação, como é amarga e dolorosa, não há pena que possa
comparar-se a ti. Oh! privação divina, tu consomes, tu trespassas, tu és uma faca de dois gumes,
que de um lado corta e do outro queima, a dor que provocas é tão imensa porque imenso é Deus.
(2) Agora, enquanto andava vagando me encontrei no purgatório, e minha dor, meu pranto, parecia
que aumentava a dor daquelas pobres almas privadas de sua vida: “Deus”. Então, entre estas
almas parecia que haviam sacerdotes, um dos quais parecia que sofria mais que os outros, e este
me disse:
(3) “Meus graves sofrimentos provêm de que em vida fui muito apegado aos interesses da família,
às coisas terrenas e um pouco de apego a alguma pessoa, e isto produz tanto mal ao sacerdote,
que forma uma couraça de ferro enlameada, que como veste o envolve, e só o fogo do purgatório e
o fogo da privação de Deus, que comparado com o primeiro fogo, desaparece o primeiro, pode
destruir essa couraça. Oh, quanto sofro! Minhas penas são inenarráveis, roga, roga por mim”.

(4) Então eu me sentia mais aflita e me encontrei em mim mesma, e depois, apenas vi a sombra do
bendito Jesus e me disse:
(5) “Minha filha, o que tens procurado? Para ti não há outros alívios e ajudas que Eu só”.
(6) E como um relâmpago desapareceu. E eu fiquei dizendo: Ah! Ele mesmo me diz? Que só Ele é
tudo para mim, no entanto tem a coragem de me deixar privada e sem Ele”.

+ + + +

6-55
Julho 31, 1904

A vontade humana falsifica e profana até as obras mais santas.

(1) Continuando meu pobre estado, parece que Jesus veio mais de uma vez, e parecia que o via
menino circundado como por uma sombra, e me disse:
(2) “Filha, não sente a frescura da minha sombra? Repõe-te nela porque encontrarás alívio”.
(3) E parecia que repousávamos juntos à sua sombra, e me sentia toda reanimada junto a Ele, e
depois continuou:
(4) “Minha querida, se você me ama, não quero que você olhe nem em si mesma nem fora de
você, nem se está quente ou fria, nem se faz muito ou pouco, nem se sofre ou goza, tudo isto deve
ser destruído em ti e só deves te fixar se fazes quanto mais podes por Mim e tudo por me agradar,
os outros modos, por quanto altos, sublimes e laboriosos, não podem me agradar e contentar meu
amor. Oh! quantas almas falsificam a verdadeira devoção e profanam as obras mais santas com a
própria vontade, buscando-se sempre a si mesmas. E se também nas coisas santas se busca o
modo e o gosto próprio e a satisfação de si mesma, encontra-se a si mesma, foge Deus, e não o
encontra”.

+ + + +

6-56
Agosto 4, 1904

A glória dos bem-aventurados no Céu será de acordo com os modos
como se comportaram com Deus na terra. Do modo como é Deus
para a alma, pode-se ver como a alma é para Deus.

(1) Esta manhã, tendo vindo o bendito Jesus me transportou para fora de mim mesma, e tomando-
me com a mão me conduziu até a abóbada do céu, de onde se viam os bem-aventurados, ouvia-se

seu canto. Oh! como os bem-aventurados nadavam em Deus, via-se a vida deles em Deus, e a
vida de Deus neles, a mim isto parece-me ser o essencial da sua felicidade. Parece-me também
que cada bem-aventurado é um novo céu naquela bem-aventurada morada, mas todos distintos
entre eles, não há um igual a outro, e isto vem de acordo com os modos com que se comportaram
com Deus sobre a terra: Alguém procurou amá-lo mais, este o amará mais no Céu e receberá de
Deus sempre novo e mais crescente amor, e este céu ficará com uma tinta e um lineamento divino
todo especial. Outro tem procurado glorificá-lo demais, Deus bendito lhe dará sempre mais glória
crescente, para ficar este novo céu mais glorioso e glorificado da mesma glória divina. E assim de
todos os outros modos distintos que cada um teve com Deus na terra, que se eu quisesse dizer
tudo me alongaria muito. Assim, pode-se dizer que o que se faz para Deus na terra, o
continuaremos no Céu, mas com maior perfeição, então o bem que fazemos não é temporal, senão
que durará para toda a eternidade e resplandecerá ante Deus e em torno de nós continuamente. ”
Oh! como seremos felizes vendo que todo nosso bem e a glória que demos a Deus, e a nossa,
vem daquele pouco de bem iniciado imperfeitamente sobre a terra; se todos pudessem vê-lo, oh!
como se apressariam para amar, louvar, agradecer e mais ao Senhor, para poder fazê-lo com
maior intensidade no Céu. Mas quem pode dizer tudo? Mas parece-me que estou dizendo tantos
desatinos daquela bem-aventurada morada, a mente o capta de um modo, a boca não encontra as
palavras para saber-se manifestar, por isso passo a outra coisa.

(2) Depois me transportou para a terra. Oh! como os males da terra são assustadores nestes tristes
tempos, no entanto parecem nada ainda em comparação com o que virá, tanto no estado religioso,
que parece que seus próprios filhos vão rasgar esta boa e santa mãe, a Igreja; como no estado
secular. Então, depois disto me reanimou e me disse:
(3) “Minha filha, me diga um pouco o que sou Eu para você”.
(4) E eu: “Tudo, és tudo para mim, nada entra em mim exceto Tu só, tudo corre fora”.
(5) E Ele: “E Eu sou tudo, tudo para ti, nada de ti sai fora de Mim, senão que todo me deleito em ti.
Assim como Eu sou para você, você pode ver como você é para Mim”.
(6) Disse isso desapareceu.

6-57
Agosto 5, 1904

Jesus é o governante dos reis e o senhor dos dominadores.

(1) Continuando meu estado habitual, o bendito Jesus veio em ato de reger e dominar tudo, e de
reinar com a coroa de rei na cabeça e com o cetro de comando na mão, e enquanto o via nesta
atitude me disse, mas em latim, pelo que eu digo como tenho entendido:
(2) “Minha filha, Eu sou o governante dos reis e Senhor dos dominadores, e só a Mim corresponde
este direito de justiça que me deve a criatura, e que não dando-me isso, me desconhece como
Criador e dono de tudo”.
(3) E enquanto dizia isto, parecia que pegava o mundo pela mão e o agitava de cima a baixo para
fazer com que as criaturas se submetessem a seu regime e domínio. E ao mesmo tempo via
também como nosso Senhor regia e dominava minha alma com uma maestria tal, que me sentia
toda abismada nele, e dele partia o regime de minha mente, dos afetos, dos desejos, assim que
entre Ele e eu havia tantos fios elétricos, que tudo dirigia e dominava.

+ + + + +

6-58
Agosto 6, 1904

A privação é pena de fogo que acende, consome, aniquila, e sua finalidade é destruir a vida humana, para dar lugar à vida divina.

(1) Esta manhã me passei muito amarga pela privação de meu sumo e único bem, era tanto a dor
da privação, que encontrando-me fora de mim mesma, era tanta a pena da alma, que a mesma
pena lhe fornecia tal força, que o que encontrava queria destruir como se fosse um obstáculo para
encontrar seu tudo, Deus, e não encontrando-o gritava, chorava, corria mais que o vento, queria
transtornar tudo, pôr tudo de cabeça para encontrar a vida que lhe faltava. Oh! privação, quão
intensa é sua amargura, sua dor é sempre nova, e porque é sempre nova a alma sente sempre
nova a acerbidade da pena; minha alma sente como se uma só carne se separasse em tantos
pedaços, e todos aqueles pedaços pedem com justiça a própria vida, e só a encontrarão se
encontrarem a Deus mais que vida própria.

Mas quem pode dizer o estado em que me encontrava?
Enquanto eu estava nisso, havia muitos santos, anjos, almas purgantes fazendo-me coroa ao redor
e impedindo-me de correr, compadecendo-me e assistindo-me, mas para mim era tudo inútil,
porque entre eles não encontrava Aquele que era o único que podia mitigar a minha dor e restituir-
me a vida, e mais gritava chorando: “Dizei-me, onde, onde o posso encontrar? Se querem ter
piedade de mim, não demorem em indicá-lo, porque não posso mais”. Então, depois disto saiu do
fundo de minha alma, parecia que fingia dormir sem sentir pena da dureza do meu pobre estado, e
apesar de que Ele não sentia pena e dormia, ao só vê-lo respirei a própria vida como se respira o
ar, dizendo: “Ah, está aqui comigo” No entanto não isenta de pena ao ver que nem sequer me
punha atenção. Por isso, depois de muito pesar, como se tivesse acordado me disse:

(2) “Minha filha, todas as outras tribulações podem ser penitências, expiações, satisfações, mas só
a privação é pena de fogo que acende, consome, aniquila, e não se rende se não vê destruída a
vida humana, mas enquanto consome, vivifica e constitui a Vida Divina.

+ + + +

6-59
Agosto 7, 1904

Os primeiros a perseguir a Igreja serão os religiosos.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, encontrei-me rodeada de anjos e santos, que me
disseram:
(2) “É necessário que você sofra mais pelas coisas iminentes que estão para acontecer contra a
Igreja, porque se não acontecerem imediatamente, o tempo as fará acontecer mais moderadas e
com menor ofensa de Deus”.

(3) E eu disse: “Porventura está em meu poder sofrer? Se o Senhor me dá, de boa vontade
sofrerei”. Entretanto fui tomada e levada ao trono de nosso Senhor, e todos pediam que me fizesse
sofrer, e Jesus bendito, vindo ao nosso encontro na forma de crucificado, participava-me das suas
dores, e não só uma vez, senão que quase toda a manhã a passei em contínuas renovações da
crucificação, e depois me disse:
(4) “Minha filha, os sofrimentos desviam minha justa ira e se renova a luz da graça nas mentes
humanas. Ah! filha, você acha que serão os leigos os primeiros a perseguir minha Igreja? Ah! não,
serão os religiosos, as mesmas cabeças, que fingindo por agora filhos, pastores, mas no fundo são
serpentes venenosas que se envenenam a si mesmos e aos demais, os que começarão a
prejudicar entre si mesmos esta boa mãe, e depois seguirão os leigos”.
(5) E depois, tendo-me chamado a obediência, o Senhor retirou-se mas todo amargurado.

+ + + +

6-60
Agosto 8, 1904

Buscar a Jesus no nosso interior, não no exterior.

Tudo deve estar encerrado numa palavra: “Amor”. Quem ama a Jesus é outro Jesus.

(1) Continuava esperando, e assim que veio o meu adorável Jesus, se bem o sentia próximo, mas
fazia por tocá-lo e fugia, e quase me impedia sair de mim mesma para ir em sua busca. Depois de
ter esperado muito, assim que se fez ver me disse:
(2) “Minha filha, não me busques fora de ti senão dentro de ti, no fundo de tua alma, porque se
saíres fora e não me encontrares sofrerás muito e não poderás resistir; se me podes encontrar com
mais facilidade, por que te queres fatigar?”
(3) E eu: “Creio que se não te encontro rápido em mim, posso te encontrar fora, é o amor que me
empurra a isto”.
(4) E Ele: “Ah! É o amor que te empurra para isto? Tudo, tudo deveria estar encerrado em uma só
palavra: “Amor”, e quem não encerra tudo nisto, pode-se dizer que do amar-me a alma não
conhece nem sequer um jota, e à medida que a alma me ame, assim lhe aumentarei o dom do
sofrer”.
(5) E eu, interrompendo a sua fala, toda surpreendida e aflita, disse: “Vida minha e todo o meu
bem, então eu pouco ou nada sofro, por conseguinte pouco ou nada te amo, que espanto, ao só
pensar que não te amo minha alma sente por isso um vivo desgosto, e quase me sinto ofendida
por Ti”.
(6) E Ele acrescentou: “Eu não tento te desagradar, teu desgosto oprimia mais meu coração que o
teu, e além disso não deves olhar só os sofrimentos corporais, senão também os espirituais, a
vontade verdadeira que tens de sofrer, porque o querer a alma verdadeiramente sofrer, diante de
mim é como se a alma o tivesse sofrido, por isso acalma-te e não te perturbes, e deixa-me
continuar a dizer: Você nunca viu dois amigos íntimos? Oh! Como tratam de imitar-se um ao outro
e de retratar em si mesmo o amigo, portanto imitam a voz, os modos, os passos, as obras, os
vestidos, assim que o amigo pode dizer: Aquele que me ama é outro eu mesmo, e sendo eu
mesmo não posso fazer menos que amá-lo”. Assim faço Eu pela alma que se fecha a toda si
mesma como dentro de um breve giro de amor, todo Eu me sinto como retratado nela mesma, e
encontrando-me Eu mesmo, de todo coração a amo, e não posso fazer outra coisa que estar com
ela, porque se a deixo me deixaria a Mim mesmo”.
(7) Enquanto isto dizia desapareceu.

Buscar a Jesus no nosso interior, não no exterior.

Tudo deve estar encerrado numa palavra: “Amor”. Quem ama a Jesus é outro Jesus.

6-61
Agosto 9, 1904
Não são as obras que constituem o mérito do homem, mas apenas a obediência, como parto da Vontade Divina.

(1) Tendo tardado em vir, de repente, como um golpe de luz veio e fiquei dentro e fora toda cheia
de luz, mas não sei dizer o que nesta luz compreendeu e provou minha alma, só digo que depois o
bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, não são as obras que constituem o mérito do homem, mas somente a obediência é
a que constitui todos os méritos como parto da Vontade Divina, tanto que tudo o que fiz e sofri no
curso de minha Vida, tudo foi parto da Vontade do Pai, por isso os meus méritos são inumeráveis,
porque todos foram constituídos pela obediência divina. Por isso Eu não olho tanto para a
multiplicidade e grandeza das obras, mas à conexão que têm, diretamente à obediência divina, ou
indiretamente à obediência de quem me representa”.

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