Estudo 38 Livro do Céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 38 Livro do Céu Vol. 12 ao 21 – Escola da Divina Vontade
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PARTE 1
12-40
Março 27, 1918
Vivendo no Divino Querer, a alma encontra tudo em modo divino e infinito.

(1) Lamentava-me com Jesus porque nem sequer a santa missa podia ouvir, e Jesus me disse:
(2) “Minha filha, quem forma o sacrifício, não sou eu? Agora, a alma que vive Comigo e em meu
Querer, encontrando-me Eu em cada sacrifício, ela fica como sacrificada junto Comigo, não em
uma missa, senão em todas as missas, e vivendo em meu Querer fica consagrada Comigo em
todas as hóstias. Não saias jamais do meu Querer e Eu te farei chegar onde quiseres; antes,
entre Eu e tu passará tal corrente elétrica de comunicação, que tu não farás nenhum ato sem
Mim, e Eu não farei nenhum ato sem ti. Assim, quando te faltar alguma coisa, entra em minha
Vontade e encontrarás logo o que queres, quantas missas queiras, quantas comunhões
queiras, quanto amor queiras; em minha Vontade nada falta, e não só, senão que encontrarás
as coisas em modo divino e infinito”.

12-41
Abril 8, 1918

Diferença entre viver unido com Jesus, e viver no Divino Querer.

(1) Voltando ao ponto de viver no Divino Querer, foi-me dito que é como viver no estado de
união com Deus, e meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, há grande diferença entre viver unido Comigo, e viver no meu Querer”.
(3) E enquanto dizia isto, estendeu-me os braços e disse-me:
(4) “Vem no meu Querer nem que seja por um só instante e verás a grande diferença”.
(5) Eu me encontrei em Jesus, meu pequeno átomo nadava no Querer Eterno, e como este
Querer Eterno é um ato só que contém todos os atos juntos, passados, presentes e futuros, eu,
estando no Querer Eterno tomava parte naquele ato único que contém todos os atos, quanto a
criatura é possível. Eu tomava parte também nos atos que ainda não existem e que deverão
existir até o fim dos séculos, e até que Deus seja Deus, e também por estes eu o amava,
agradecia, o abençoava, etc., não havia nem um só ato que me escapasse, e agora tomava o
amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, fazia-o meu, como era meu o seu Querer, e dava-o a
eles como meu. Como estava contente por poder dar-lhes o amor deles como meu, e porque
Eles encontravam seu pleno contentamento e seu desabafo completo ao receber de mim seu
amor como meu; mas quem pode dizer tudo? Faltam-me as palavras. Então o bendito Jesus me
disse:
(6) “Viste o que é viver em meu Querer? É desaparecer, é entrar no âmbito da Eternidade; é
penetrar na onividência do Eterno, na mente increada, e tomar parte em tudo quanto a criatura
é possível, e em cada ato divino; é desfrutar ainda estando na terra de todas as qualidades
divinas; é odiar o mal em modo divino; é expandir-se a todos sem esgotar-se, porque a Vontade
que anima esta criatura é Divina; é a santidade ainda não conhecida, que farei conhecer, que
porá o último adorno e o mais belo e o mais resplandecente de todas as outras santidades, e
será coroa e cumprimento de todas elas.
(7) Agora, viver unido Comigo não é desaparecer, se vêem dois seres juntos, e quem não
desaparece não pode entrar no âmbito da eternidade para tomar parte em todos os atos
divinos. Pondera bem e verás a grande diferença”.

13-37
Novembro 28, 1921

O mar da Divina Vontade e o barquinho de luz.

(1) Continuando o meu habitual estado, encontrei-me num mar imenso de luz, não se via nem
onde terminava nem onde começava, havia um barquinho, mas formado também ele de luz, de
luz era o fundo do barco, de luz as velas, em suma era todo luz, no entanto, as várias partes
necessárias para formar o barco distinguiam-se entre si pela diversidade da luz, uma mais
resplandecente que a outra; este barquinho navegava este mar de luz com uma velocidade
incrível. Eu fiquei encantada, e muito mais ao ver que o barquinho agora se perdia no mar e não
aparecia mais, agora saía e enquanto estava distante, mergulhando no mar se encontrava no
mesmo ponto onde tinha saído antes. Por isso o meu sempre amável Jesus divertia-se muito ao
ver este barquinho, e chamando-me disse-me:
(2) “Minha filha, o mar que tu vês é a minha Vontade, Ela é luz e ninguém pode navegar este
mar senão quem quer viver de luz. O barco que vê com tanta graça navegar este mar é a alma
que vive em meu Querer; com o seu contínuo viver no meu Querer tem respirado o ar da minha
Vontade e minha Vontade a tem esvaziado da madeira, das velas, da âncora, do mastro e a
converteu toda em luz, assim que a alma, conforme vai fazendo seus atos em meu Querer, se
esvazia de si e se enche de luz. O capitão deste barco sou Eu, Eu o guio de acordo com sua
velocidade, Eu o submerjo para dar-lhe repouso e ter tempo para confiar-lhe os segredos de
meu Querer, nenhum poderia ser hábil em guiá-lo, porque não conhecendo o mar não podem
conhecer o modo como guiá-la, Eu não confiaria em ninguém, mas escolho um guia como
espectador e ouvinte dos grandes prodígios que faz o meu Querer. Quem pode ser hábil para
guiar a carreira em meu Querer? Em troca Eu, em um só instante a faço fazer a corrida que
outro guia a faria em um século”.
(3) Depois acrescentou: “Olha como é bela, corre, submerge-se e encontra-se no princípio, é o
âmbito da eternidade que a envolve, sempre presa num ponto só; é a minha Vontade imutável
que a faz correr no seu âmbito que não tem princípio nem fim, que enquanto corre se encontra
naquele ponto fixo de minha imutabilidade. Olha o sol, está fixo, não se move, mas sua luz em
um instante percorre toda a terra, assim este barco, ela é imutável Comigo, não se move
daquele ponto de onde meu Querer a tirou, de um ponto eterno saiu e aí está fixa, e se o vê
correr, são seus atos que correm, que como luz solar correm por toda parte e em qualquer
lugar, esta é a maravilha, correr e estar fixo, assim sou Eu e assim devo fazer a quem vive em
meu Querer, mas queres saber quem é este barco? É a alma que vive em meu Querer, ela
conforme faz seus atos em meu Querer faz suas carreiras, dá a ocasião a minha Vontade de
fazer sair de dentro de seu centro tantos outros atos vitais de graça, de amor, de glória, e Eu,
seu capitão, guio esse ato, corro junto a fim de que seja um ato ao qual nada lhe falte e que
seja digno de meu Querer; nestas coisas Eu me divirto muito, vejo a pequena filha de meu
Querer que junto Comigo corre e está detida, não tem pés mas é o passo de todos, não tem
mãos e é o movimento de todas as obras, não tem olhos e na luz de meu Querer é mais que
olho e luz de tudo. Oh, como imita bem o seu Criador! Como se faz semelhante a Mim! Só em
meu Querer pode haver verdadeira imitação, sinto ressoar em meu ouvido minha voz
dulcíssima e criadora: “Façamos ao homem a nossa imagem e semelhança”. E com alegria
interminável exclamo: “Eis as minhas imagens, os direitos da Criação me são dados
novamente, a finalidade para a qual criei o homem está cumprida”. Como estou contente, e
chamo a todo o Céu a fazer festa”.

14-41
Julho 10, 1922

Viver no Divino Querer é repetir a Vida real de Jesus não somente na alma, mas também no corpo.

(1) Continuando o meu estado habitual, sentia o meu Jesus sempre gentil dentro de mim, mas
tão real, que ora sentia que me apertava tão forte o coração que me fazia sofrer, ora estreitava
os seus braços ao meu pescoço e sufocava-me, ora sentava-se sobre o meu coração, tomando
um ar imperante e de mando, e eu me sentia como aniquilar e logo ressurgir a nova vida sob
seu mandato, mas quem pode dizer o que Ele fazia em meu interior e o que eu sentia? Acho
que é melhor ficar em silencio. Então enquanto sentia sua presença real em meu interior me
dizia:
(2) “Minha filha, eleve-se, eleve-se mais, mas tanto de chegar ao seio da Divindade, entre as
Divinas Pessoas será sua vida. Olha, para te fazer chegar a isto formei minha Vida em ti,
encerrei meu Querer eterno no que tu fazes, e aí corre em modo maravilhoso e
surpreendente; meu Querer está obrante em ti em contínuo ato imediato. Agora, depois de ter
formado a minha vida em ti, com o meu Querer que opera em ti, em teus atos, o teu querer
ficou impregnado, transfundido no meu, de modo que meu Querer tem uma vida sobre a
terra. Agora é necessário que te eleves e leves contigo minha Vida, meu Querer, a fim de que
meu Querer da terra e o do Céu se fundam juntos e tu faças vida por algum tempo no seio da
Divindade, onde teu querer será obrante no meu para poder expandir por quanto a criatura seja
capaz, depois descerás de novo sobre a terra levando a potência, os prodígios de meu Querer,
pelos quais as criaturas serão sacudidas, abrirão os olhos e muitos conhecerão o que significa
viver em meu Querer, viver à semelhança de seu Criador. Isto será o princípio de que meu reino
venha sobre a terra e que meu Querer tenha seu último cumprimento.
(3) Você acha que não tem nada a ver com viver no meu Querer? Não há coisa que o iguale,
nem santidade que o iguale; é a Vida real, não fantástica como algum pode imaginar, e esta
minha Vida está não só na alma, mas também no corpo, mas você sabe como é formada esta
minha Vida? Meu querer eterno é o da alma, e meu bater, pulsando em seu coração forma
minha concepção; seu amor, suas penas e todos seus atos feitos em meu Querer formam
minha Humanidade, e me fazem crescer tanto que não posso me manter escondido, nem ela
pode fazer menos que me sentir. Você não me sente, vivo em seu interior? Por isso te disse
que à santidade do viver em meu Querer não há nada que a iguale, todas as outras santidades
serão as pequenas luzes, e ela será o grande sol transfundido em seu Criador”.
(4) Agora, por obedecer e com grande repugnância digo como sinto a Jesus em meu interior:
Sinto-o no lugar de meu coração, quase em modo visível, agora ouço que reza e muitas vezes
o ouço com os ouvidos do corpo, e eu rezo junto com Ele; ora que sofre e me faz sentir seu
respiro entrecortado, afanoso, e o sinto em meu respiro, tanto que estou obrigada a me afanar
junto com Ele, e como nele estão contidas todas as criaturas, sinto seu respiro que como vida
se difunde em todos os movimentos e respiros humanos, e eu me difundo junto com Ele. Ora o
sinto gemer, agonizar; ora o sinto mover os braços e os estende nos meus; ora que dorme,
ficando em meu interior um profundo silêncio; mas quem pode dizer tudo? Só Jesus pode dizer
o que faz em mim, porque eu não tenho palavras suficientes para o manifestar. Eu só fiz isso

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para obedecer, com o máximo rasgo de minha alma e por temor de que meu Jesus pudesse
desgostar-se, porque Ele me tolera sempre que a obediência não me mande, mas se a
obediência manda, só me resta Fiat, de outra maneira me aniquilaria. Espero que seja tudo
para sua glória e para minha confusão.

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14-42
Julho 14, 1922
Deus é levado a gerar seres semelhantes a Ele. Luisa, geradora do Reino da Divina Vontade nos demais.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu doce Jesus me transportou para fora de mim
mesma, até o seio do Eterno; mas enquanto nadava naquele seio, sem saber dizer o que sentia
e compreendia, porque me faltam as palavras para expressar-me, meu sempre amável Jesus
me disse:
(2) “Filha amada de nossa Vontade, trouxe-te ao seio de nossa Divindade a fim de que teu
querer se estenda principalmente no nosso e tome parte em nosso modo de agir. Nossa
Divindade é levada naturalmente à geração, não faz outra coisa que gerar continuamente, e
todas as coisas criadas por Nós levam consigo a virtude de gerar: O sol gera a luz em cada
olho humano, em cada obra e passo, parece que se multiplica por cada homem, por cada
planta e por cada ponto da terra, se não tivesse a virtude, a conexão com seu Criador gerador,
o sol jamais poderia dar luz a todos nem estar à disposição de cada um; a flor gera outra flor
toda igual a ela; a semente gera outra semente; o homem gera outro homem; assim que todas
as coisas levam consigo a virtude de seu Criador de gerar, assim que somos levados
naturalmente a gerar e a reproduzir seres semelhantes a Nós, por isso chamei-te no nosso seio,
a fim de que, vivendo conosco, o teu querer, difundindo-se no nosso se amplie, gere juntamente
conosco santidade, luz, amor e multiplicando-se juntamente conosco em todos, gere nos outros
aquilo que recebeu de nós. A única coisa que nos resta fazer a respeito da Criação, é que
nossa Vontade opere na criatura como obra nossa; nosso amor quer fazer sair de nosso seio a
nossa Vontade para colocá-la na criatura, mas vai buscando a quem esteja disposta, quem a
conheça e a aprecia, e gera nela o que gera em Nós. Eis por que tantas graças, tantas
manifestações sobre minha Vontade, é a santidade de meu Querer que o exige, que antes que
seja posta na alma seja conhecida, amada e reverenciada, e que possa desenvolver nela toda a
sua virtude e poder, e seja cortejada por nossas mesmas graças. Assim, tudo o que faço a
você, não é outra coisa que mobiliar e adornar a habitação à minha Vontade, por isso seja
atenta, aqui em nosso seio aprenderás melhor nossos modos e receberás todas as
prerrogativas que convém aos desígnios que temos formado sobre ti”.

 

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14-43
Julho 16, 1922

Para reinar, a Santidade de viver no Divino Querer deve ser conhecida.

(1) Havendo-me dito o confessor que devia fazer copiar de meus escritos o que sobre as
diversas virtudes o bendito Jesus me fez escrever, sentia em mim uma pena, um martírio por
fazer sair o que Jesus me tinha dito; então, ao vir o bendito Jesus lhe disse: “Meu amor, só para
mim este martírio, que eu mesma deva ser instrumento para fazer sair o que Você me
manifestou, muito mais porque, devendo fazer sair o que me disse, vejo-me obrigada em certas
coisas a pôr-me fora também a mim mesma. Meu Jesus, que martírio, no entanto, embora com
grande dor de minha alma estou obrigada a obedecer. Dá-me a força, ajuda-me, só para mim
isto; disseste tantas coisas a outros, fizeste-lhes tantas graças e ninguém soube nada, e
embora depois da sua morte se tenha conhecido alguma coisa, o resto ficou tudo sepultado
com eles, só a mim me toca este martírio”. E Jesus me disse toda bondade:
(2) “Minha filha, coragem, não te abatas demasiado, Eu estarei contigo também nisto. Ante meu
Querer o teu deve desaparecer, e além disso é a santidade de meu Querer que quer ser
conhecida, esta é a causa. A santidade de viver em meu Querer não tem caminho, nem portas,
nem chaves, nem quartos, invade tudo, é como o ar que se respira, que todos devem e podem
respirá-lo, basta que o queiram e que façam de lado o querer humano, Querer Divino se fará
respirar pela alma e lhe dará a vida, os efeitos, o valor da Vida de meu Querer, e se não é
conhecido, como poderão amar e querer um viver tão santo, que é a maior glória que a criatura
pode me dar? A santidade das outras virtudes é bastante conhecida em toda a Igreja, e quem
quer pode copiá-la, por isso não tenho pressa em multiplicar seu conhecimento; mas a
santidade de viver em meu Querer, os efeitos, o valor que contém, a última pincelada que dará
minha mão criadora à criatura para torná-la semelhante a Mim, ainda não é conhecida, eis por
que toda minha pressa de que se publique tudo o que te tenho dito, e se isto não fizesse viria
como a restringir meu Querer, a aprisionar em Mim as chamas que me devoram, e a fazer-me
retardar a completa glória que me deve a Criação. Só quero que as coisas saiam ordenadas,
porque uma palavra que falte, um nexo, uma conexão, um período truncado, em vez de dar luz
lançará trevas, e em vez de fazer que me dêem glória e amor, as criaturas ficarão indiferentes,
por isso seja atenta, o que eu disse Eu quero que saia inteiro”.
(3) E eu: “Mas para pôr a tua parte inteira, sou obrigada a pôr parte da minha.”
(4) E Jesus: “E com isto que queres dizer? Se o caminho foi feito juntos, queres que saia só eu?
Além disso, a quem devo apontar e dar como exemplo para imitar, se aquela a quem ensinei e
tem a prática do modo de viver em meu Querer não quer ser conhecida? Minha filha, isto é absurdo”.
(5) “Ah! Jesus, em que labirinto me pões, sinto-me morrer. Espero que o teu Fiat me dê a
força”.
(6) “É por isso que tira o teu amor, e o meu Fiat fará tudo”.

20-42
Dezembro 27, 1926

Quem não faz a Vontade Divina é como se quisesse rasgar a luz e formar as trevas. O
verdadeiro bem deve ter seu princípio em Deus. Quem vive no Supremo Querer recebe em si
o equilíbrio d’Ele e encontra-se em toda a Criação a fazer vida junto com Ele.

(1) Enquanto minha mente nadava no Sol do Eterno Querer, meu amado Jesus me disse:
(2) “Minha filha, a afronta que faz a criatura ao não fazer minha Vontade é grande. Ela é mais que
luz solar, invade a todos e tudo, não podem fugir d‟Ela, de sua luz interminável! Agora, a criatura
com a sua vontade quer rasgar esta luz e nela forma as trevas, mas a minha se levanta e faz seu
curso de luz deixando a criatura nas trevas de sua vontade. Não se diria louco e que faria um
grande mal a quem rasgasse a luz do sol e se formasse uma longa noite? Pobrezinho, morreria de

frio não recebendo mais o calor da luz do sol, morreria de tédio não podendo mais operar faltando-
lhe o bem da luz, morreria de fome não tendo nem luz nem calor para fazer crescer as plantas e

fecundar seu pequeno terreno coberto pelas trevas de sua vontade, dir-se-ia dele: Melhor que
jamais houvesse nascido um ser tão infeliz! Tudo isto acontece à alma que faz a sua vontade, por
isso o mal que é mais deplorável é não fazer a minha Vontade, porque tirada Ela morre de frio para
todos os bens celestiais, morre de tédio, de cansaço, de debilidade, porque falta a minha Vontade
que faz surgir a alegria, a força e a vida do agir Divino, morre de fome porque falta a sua luz que
faz crescer as plantas e fecundar o pequeno terreno da alma, para formar o alimento pelo qual
deve viver. As criaturas acreditam que não é um grande mal não fazer a minha Vontade, enquanto
isso encerra todos os males juntos”.
(3) Depois disso ele adicionou: “Minha filha, todo bem, para ser verdadeiro bem, deve ter seu
princípio em Deus, assim que o amor, o fazer o bem, o sofrer, o heroísmo daqueles que se dão até
a morte para alcançar uma meta, o estudo das ciências sagradas e profanas, em suma, tudo o que
não tem princípio em Deus, enche a criatura, a esvazia de graça, e todos estes bens que não têm
princípio em Deus, que começam com princípio humano, são como obras levadas pelo vento
impetuoso, que com sua força reduz a pó cidades, vilas, coisas suntuosas e delas faz um montão
de ruínas. Quantas vezes um vento impetuoso destrói, lança por terra as obras mais belas de arte,
de engenho, fazendo-se com essas obras tão elogiadas e admiradas, com sua ira, um jogo?
Quantas vezes o vento impetuoso da própria estima, da própria glória, o vento furioso de agradar
às criaturas, derrubam as obras mais belas, e Eu sinto a náusea desse mesmo bem? Por isso não
há remédio mais eficaz, mais apropriado, que mais previne, que impede o furor destes ventos na
alma, que a força, o eclipse da luz da minha Vontade. Onde está esta força, este eclipse de luz
divina, estes ventos vêm impedidos de soprar, e a criatura vive sob o influxo vital de uma Vontade
Divina, de modo que se vê em todos seus atos, pequenos e grandes, o selo do Fiat, assim que seu
movimento é: „O quer Deus, eu o quero, e se não quiser, eu também não quero.‟ Além disso minha
Vontade mantém o equilíbrio perfeito em toda a Criação, mantém o equilíbrio do amor, da bondade,
da misericórdia, da fortaleza, da potência e até da justiça, por isso quando ouves de flagelos e
desgraças, não é outra coisa que efeito de minha Vontade equilibrada, que, como ama a criatura
não está sujeita a desequilibrar-se, de outra forma seria defeituosa e fraca se perdesse o seu
equilíbrio. Porque aqui está toda a ordem e santidade d‟Ela: No seu perfeito equilíbrio, sempre
igual, sem jamais mudar.

(4) Agora minha filha, primogênita de meu Querer, escuta uma coisa bela sobre meu Fiat Supremo,
a alma que vive n‟Ele e o faz reinar para fazê-lo formar seu reino, minha Vontade, bilocando-se,
transfere nela seu perfeito equilíbrio. Assim, a alma sente-se equilibrada no amor, na bondade, na
misericórdia, na força, poder e justiça. E como a Criação é vastíssima, onde meu Querer exercita
em cada uma das coisas seu ato distinto de equilíbrio, agora a alma possuindo este seu equilíbrio,
minha Vontade a eleva, a engrandece tanto, de lhe fazer encontrar em todos seus atos o equilíbrio
de uma e da outra, as unificam e as tornam inseparáveis; então a criatura se encontra ao sol para
fazer os atos equilibrados que meu Querer faz nele, encontra-se no mar, no céu, na flor que se
abre para exalar junto com seu perfume; no passarinho que canta para alegrar toda a Criação com
o equilíbrio da alegria; encontra-se no furor do vento, da água, das tempestades pelo equilíbrio da
justiça; em suma, a minha Vontade não sabe estar sem esta criatura, são inseparáveis e fazem

vida juntas. E parece-te pouco que a alma possa dizer: „Eu estou estendida no céu para conservá-
lo para o bem de meus irmãos, estou no sol para fazer germinar, para fecundar, dar luz e preparar

o alimento a todo o gênero humano’, e assim em todo o resto? Quem pode dizer: „Amo o meu Deus
como se ama a Si mesmo e amo a todos e faço todo o bem que faz o meu Criador a toda a família
humana’? Só quem recebe este equilíbrio do Fiat Divino e o faz reinar nela”.

21-8
Março 19, 1927

Como quem não cumpre sua missão na terra a cumprirá no Céu. Como a missão do Fiat será longuíssima. Ordem da Sabedoria Infinita.

(1) Estava preocupada com a saúde do reverendo padre Di Francia, as cartas que me tinham
chegado dele eram quase alarmantes, pensava no destino dos meus escritos que tanto interesse
tinha tido de levá-los todos, Onde iriam parar se Nosso Senhor o levasse consigo para a pátria
celestial? E além disso, sua missão para a publicação dos conhecimentos sobre o Fiat ficaria sem
fruto, porque se pode dizer que nada fez ainda, no máximo se pode dizer o início, a vontade que
tem de fazer a publicação, mas para fazer sair uma obra tão extensa, Quem sabe quanto tempo
levará? E como para o pai, se no belo princípio Jesus o leva, será uma missão sem fruto, e assim
será também para mim se for afortunada de ir à minha Pátria, qual será o fruto da minha missão,
de ter-me sacrificado tanto, de estar a escrever todas as noites? E também os muitos interesses de
Jesus ficariam sem fruto, porque um bem, disse Ele mesmo, só produz o seu fruto quando é
conhecido, então, se não serão conhecidos, ficarão como frutos escondidos, sem que ninguém
receba o bem que contêm. Agora, enquanto pensava nisto, o meu doce Jesus mexeu-se dentro de
mim e disse-me:
(2) “Minha filha, quem teve uma missão e apenas a iniciou, ou não a desenvolveu de todo, e no
melhor mo levo ao Céu, continuará desde lá de cima sua missão, porque levará no fundo de sua
alma o depósito do bem, dos conhecimentos que adquiriu em vida e no Céu os compreenderá com
mais clareza, e compreendendo o grande bem destes conhecimentos do Fiat Supremo, rogará ele
e fará rogar a todo o Céu para que se conheçam na terra, e conseguirá luz mais clara a quem
deverá encarregar-se. Muito mais que cada conhecimento sobre minha Vontade lhe dará uma
glória de mais, uma felicidade maior, e à medida que se conhecerem na terra será duplicado na
glória e na felicidade, porque será o cumprimento da sua missão, que tinha em sua vontade fazer,
e é justo que, à medida que se desenvolve na terra, receba o fruto da sua missão, por isso lhe dizia
que o fizesse rapidamente, o impelia tanto a que não perdesse o tempo, Porque eu queria que ele
não só tivesse o início da sua missão, mas que se aprofundasse em grande parte na publicação
dos conhecimentos do eterno Fiat, a fim de que não fizesse tudo do Céu. Em vez disso, quem
cumpre sua missão na terra pode dizer: Minha missão terminou. ‘Mas quem não a cumpriu deve
continuar do Céu. Para você, sua missão é longa, não poderás cumpri-la na terra, até que todos os
conhecimentos não sejam conhecidos e o Reino de minha Vontade não seja estabelecido sobre a
terra, tua missão jamais poderá dizer-se terminada, no Céu terás muito que fazer, Minha Vontade
que te teve na terra ocupada para seu Reino, não te deixará sem trabalhar junto com Ela no Céu,
te terá sempre em sua companhia. Então não farás outra coisa senão descer e subir do Céu à terra
para ajudar e estabelecer com decoro, honra e glória o meu reino. Isto te será de grande
complacência, felicidade e suma glória, ao ver sua pequenez, que unida com meu Querer tem
transportado o Céu à terra e a terra ao Céu, alegria maior não poderias receber, muito mais porque
verás a glória de teu Criador completada por parte das criaturas, a ordem restabelecida, toda a
Criação com seu pleno esplendor, ao homem, nossa querida joia em seu posto de honra. O que
não será nosso e seu sumo contentamento, a suma glória e a felicidade sem fim ao ver a finalidade
da Criação realizada? Além disso, a ti te daremos o nome de redentora de nossa Vontade,
constituindo-te mãe de todos os filhos de nosso Fiat, não está contente?”
(3) Depois disto estava seguindo os atos da Divina Vontade, e não encontrando a meu doce Jesus
pensava entre mim que não me amava como antes, porque antes parecia que não sabia estar sem
mim, não fazia outra coisa que ir e vir, agora me deixa sozinha sem Ele ainda dias inteiros; antes
frequentemente me levava ao Céu e me fazia voltar à terra com grande dor minha, agora tudo
terminou. Mas enquanto isso pensava, movendo-se em meu interior me disse:
(4) “Minha filha, tu me ofendes ao pensar que não te quero como antes, isto não é outra coisa que
a ordem de minha infinita sabedoria. Tu deves saber que também a minha inseparável Mãe, em
sua tenra idade, estava mais no Céu que na terra porque devia tomar de nós os mares de graça,
de amor, de luz, para formar nela o seu céu onde o Verbo Eterno devia conceber-se e ter o seu
quarto. Por isso quando este céu foi formado na Soberana Rainha, não foi mais necessário que
fosse frequentemente à Pátria Celestial, pois já tinha nela o que estava no Céu. Assim fiz com
você, o que era necessário antes não é necessário hoje, e além disso, o que é mais? Possuir-me
dentro do fundo da alma, sob o belo céu da minha Vontade formada em ti, ou então visitar
frequentemente a Pátria Celestial? Creio que é mais possuí-lo, por isso tudo o que fiz antes em ti,
por tantos anos, não foi outra coisa que formar meu céu em ti; depois de formado é justo que o
desfrute, e deves gozar também junto Comigo que teu Jesus tem seu céu em tua alma”.

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21-9
Março 22, 1927

Como quem vive no Querer Divino vive no eco da voz de Jesus. Efeitos de quando surge o Sol da Divina Vontade na alma.

(1) Continuando meu habitual estado, estava seguindo o Querer Divino na Criação, e passando de
uma coisa criada a outra, chamava a minha doce Vida, a meu amado Jesus, que viesse junto
comigo a seguir os atos de sua Vontade em todas as coisas criadas, e não vindo, sentia o prego de
sua privação que me trespassava e em minha dor lhe dizia: “Meu Jesus, eu não sei o que fazer
para reencontrar-te, faço-te chamar pela tua justiça no mar, pela tua potência nas suas ondas
fragorosas e Tu não me ouves, faço-te chamar pela tua luz no sol, pela intensidade do seu calor
que simboliza o teu amor e não vens, faço-te chamar pela tua imensidade, em todas as tuas obras,
na vastidão da abóbada do céu e parece que não é a Ti que chamo. Mas diz-me pelo menos como
posso encontrar-te. Se não te encontro no meio de tuas obras, em tua mesma Vontade, que são
teus confins, onde poderei encontrar minha vida?” Mas enquanto desafogava minha dor se moveu
dentro de mim dizendo-me:
(2) “Como é bela minha filha, como é bonito ver sua pequenez como perdida em minha Vontade
buscar-me no meio de minhas obras e não encontrar-me”.
(3) E eu: “Jesus meu, Tu me fazes morrer, diz-me, onde te escondes?”
(4) E Jesus: “Escondo-me em ti; olha, se tu ouves a voz de uma pessoa, dizes que ouvir a sua voz
é que já está perto de ti; agora, a minha Vontade é o eco da minha voz, se tu estás nela e giras por
todas as obras do meu Fiat, já estás no eco da minha voz, e estando nela estou junto a ti, ou bem
dentro de ti, que com o meu fôlego te dou o voo para girar até onde chega a minha voz e até onde
o meu Fiat se estende”.
(5) E eu, surpreendida, disse: “Meu amor, assim que tua voz se faz grande e longa porque tua
Vontade não há ponto onde não se encontre”.
(6) E Jesus acrescentou: “Minha filha, não há vontade, nem voz se não está a pessoa que a emite,
e assim como minha Vontade se encontra por toda parte, assim não há ponto onde não chegue
minha voz que leva meu Fiat a todas as coisas, por isso se encontra em minha Vontade no meio de
suas obras, pode estar mais que segura de que seu Jesus está contigo”.
(7) Depois de tudo isto estava pensando no grande bem que nos traz a Divina Vontade, e enquanto
estava toda imersa nela, meu doce Jesus acrescentou:

(8) “Minha filha, assim como o sol, que quando surge faz fugir as trevas e faz surgir a luz, muda a
umidade da noite da qual as plantas foram investidas, de modo que jaziam oprimidas, adormecidas
e melancólicas, e assim que surge o sol muda essa umidade em pérolas, embelezando tudo,
plantas, flores e sobre toda a natureza sua luz, como voz agradável dá de novo a alegria, a beleza,
tira o entorpecimento da noite e com seu encanto de luz parece que dá a mão a toda a natureza
para vivificá-la, embelezá-la e dar-lhe a vida. O mar, os rios, as fontes, dão medo na noite, mas
assim que surge o sol, os raios solares fazem fugir esse temor e investindo-os até o fundo forma
neles um fundo de ouro e de prata, cristaliza às águas e delas forma o encanto mais belo; assim
que toda a natureza ressurge por meio do sol, se não fosse pelo sol se poderia chamar obra sem
vida. Mais que sol é minha Vontade, assim que surge na alma a veste de luz, todos seus atos são
embelezados com luz divina, de modo que se convertem em mais que fulgidíssimos brilhantes e
em adornos preciosos, enquanto que antes que surgisse o Sol de meu Querer eram como o
orvalho noturno, que oprime as plantas e não lhes dá nenhum corante de beleza, em vez disso, ao
surgir o sol aquele orvalho forma o mais belo ornamento a todas as plantas e dá a cada uma a sua
tinta de beleza e faz ressaltar a diversidade e vivacidade das cores. Assim, assim que surge meu
Querer, todos os atos humanos ficam revestidos de luz, tomam seu lugar de honra em minha
Vontade, cada um recebe seu especial corante de beleza e a vivacidade das cores divinas, de
modo que a alma fica transfigurada e coberta de uma beleza indescritível. Conforme surge o Sol de
meu Querer põe em fuga todos os males da alma, tira o torpor que produziram as paixões, antes
ante a luz do Fiat Divino as mesmas paixões beijam aquela luz e ambicionam converter-se em
virtudes para fazer homenagem a meu eterno Querer; enquanto Ele surge tudo é alegria, e as
mesmas penas que, como mares à noite dão medo às pobres criaturas, se surgir o meu Querer
põe em fuga a noite da vontade humana e tirando todo o temor forma o seu fundo de ouro
naquelas penas e com a sua luz investe as águas amargas das penas e cristaliza-as em mares de
doçura, de modo a formar um horizonte encantador e admirável, O que meu Querer não pode
fazer? Tudo pode fazer e tudo pode dar, e onde surge faz coisas dignas de nossas mãos
criadoras”.

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