Estudo 17 – Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Vontade Divina

Escola da Divina Vontade
Estudo 17 – Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Vontade Divina
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Parte 1
Parte 2
VOLUME 1

(127) Eu resignei-me à sua Santa Vontade, ofereci aquela Comunhão como a última da minha vida, dei o último adeus a Jesus no Sacramento, e embora estivesse resignada, mas a minha natureza sentia-o tanto, que todo aquele dia não fiz outra coisa senão chorar e pedir ao Senhor que me desse força. Na verdade me pareceu muito amargo todo esse fato, e sem pensar nem sabê-lo encontrei uma nova e pesada cruz que creio ter sido a mais pesada que tive em minha vida.
Enquanto estava naquele estado de sofrimentos, eu não pensava em outra mais do que morrer e fazer a vontade de Deus. Os familiares, que também sofriam ao me ver naquele estado, tentaram chamar algum sacerdote, mas ninguém quis vir, um por um e outro por outro; depois de dez dias veio o sacerdote que me confessava quando era pequena, e aconteceu que também ele me fez sair desse estado, e então me dei conta da rede na qual o Senhor me havia envolvido.
(128) Daqui veio-me uma guerra por parte dos sacerdotes, quem dizia que era fingimento, quem precisava dos tacos, outros que queria passar por santa, quem acrescentava que estava endemoninhada e muitas outras coisas, que dizê-las todas seria fazer muito longa a história. Com estas idéias em suas mentes, quando sucediam os sofrimentos e a família mandava chamar alguém, não queriam vir, dizendo todas aquelas coisas, e a pobre família sofreu muito, especialmente a minha pobre mãe, quantas lágrimas derramou por mim. Ah! Senhor, protege-a Tu. Oh meu bom Senhor, quanto sofri desde então, só Você sabe tudo!
(129) Quem pode dizer quão amargo me foi este fato, que para me libertar desse estado de sofrimentos necessitava-se do sacerdote Quantas vezes pedi derramando lágrimas amarguíssimas, que me libertasse disto! Muitas vezes fiz positivas resistências ao Senhor quando Ele queria que me oferecesse como vítima, e aceitasse as penas, e lhe dizia: “Senhor, promete-me que Tu mesmo me libertarás, e então aceito tudo, de outra maneira não, não quero aceitar”. E resistia o primeiro dia, o segundo, o terceiro, mas quem pode resistir a Deus? Insistia tanto comigo que finalmente me via obrigada a submeter-me à cruz. Outras vezes lhe dizia de coração e com confiança: “Senhor, como é que fazes isto? Como é que entre você e eu, você quis colocar um terceiro? E este terceiro não quer se emprestar. Olhe, poderíamos estar muito contentes Você e eu sozinhos. Quando você me queria para sofrer, eu imediatamente aceitava, porque eu sabia que Você mesmo deveria me libertar, mas agora não, outra mão é necessária, Eu imploro, liberte-me, porque assim estaremos ambos mais felizes”.
(130) Às vezes fingia não me escutar e não me dizia nada, outras vezes me dizia:
(131) “Não temas, Eu sou quem dá as trevas e a luz, virá o tempo da luz é meu costume que minhas obras as manifesto por meio dos sacerdotes”.
(132) Assim passei três ou quatro anos destas contradições por parte dos sacerdotes, muitas vezes me sujeitavam a provas duríssimas, chegavam a me deixar nesse estado de sofrimentos, isto é petrificada, incapaz de qualquer mínimo movimento, nem sequer de poder tomar uma gota de água, até 18 dias quando o queriam. Só o Senhor sabe o que eu passava nesse estado, e logo quando vinham não tinha sequer o bem de ouvir: “Tem paciência, faz a Vontade de Deus”. Mas foi repreendido como um caprichoso e desobediente. Oh Deus, que pena! , quantas lágrimas derramei; quantas vezes pensei que era desobediente e dizia para mim “Como essa virtude da obediência que para o Senhor é a mais agradável está tão longe de mim, o que pode fazer e esperar de bem uma alma desobediente?” Muitas vezes me lamentava com Nosso Senhor e às vezes chegava até ressentir-me, e quando Ele queria que aceitasse os sofrimentos, eu resistia quanto mais podia. Mas o Senhor, quando via que começava a resistir, fazia ver que não me dava atenção e não me dizia mais nada, e logo de repente vinha me surpreender. O que depois dizia o confessor é porque não queria que caísse naquele estado, mas isto não estava em meu poder, é verdade que fui desobediente, e que jamais fui boa para nada. Mas recordo também que a pena mais dolorosa para mim era o não poder obedecer.

2-19
Maio 6, 1899

Luisa procura Jesus entre os anjos.

(1) Esta manhã quase não se fez ver Jesus, minha mente a sentia tão confusa que quase não compreendia a perda de Jesus, naquele momento me senti circundada de muitos espíritos, talvez fossem anjos, mas não sei dizê-lo com segurança. Enquanto me encontrava no meio deles, de vez em quando me punha a indagar, pois, quem sabe? Talvez pudesse ouvir o hálito do meu amado, mas por mais que fizesse não advertia nada que indicasse que ali estava meu amante Bem. Quando de repente, de trás das costas, senti vir um sopro doce, súbito gritei:
“Jesus, meu Senhor!”
(2) Ele respondeu: “Luisa, o que queres?”

(3) “Jesus, meu lindo, venha, não fique atrás de minhas costas porque não posso te ver, estive toda esta manhã te esperando e indagando, pois talvez tivesse podido te ver no meio destes espíritos angélicos que rodeavam a cama, mas não tive êxito, por isso me sinto muito cansada, porque sem Ti não posso encontrar repouso, vem para repousar juntos”. Assim Jesus se pôs junto a mim e me sustentava a cabeça. Aqueles espíritos disseram: “Senhor, quão rapidamente te conheceu, não pela voz, mas com o sopro logo te chamou”.
(4) Jesus respondeu-lhes: “Ela conhece-me a Mim e Eu conheço-a a ela. Ela é-me tão querida, como me é querida a pupila dos meus olhos”.
(5) E enquanto assim dizia, encontrei-me nos olhos de Jesus. Quem pode dizer o que senti estando naqueles olhos puríssimos? É impossível expressá-lo com palavras, os próprios anjos
ficaram surpreendidos.

3-18
Dezembro 21, 1899

Luisa fala da virgindade e da pureza

(1) Depois de um longo silêncio, esta manhã o meu amável Jesus, interrompendo-o, disse-me:
(2) “Eu sou o receptáculo das almas puras”.

(3) E nestas suas palavras tive uma luz intelectual que me fazia compreender muitas coisas sobre a pureza, mas pouco ou nada sei pôr em palavras do que ouço no intelecto. Mas a honorável
senhora obediência quer que escreva alguma coisa, mesmo desatinando, e para agradá-la direi meus desatinos sobre a pureza.
(4) Parecia-me que a pureza era a gema mais nobre que a alma poderia possuir. A alma que possui a pureza está investida de cândida luz, de modo que Deus bendito, olhando-a encontra sua mesma Imagem, sente-se atraído a amá-la, tanto que chega a apaixonar-se dela, e é tomado por tanto amor que lhe dá por cidade seu puríssimo coração, Porque só o que é puro e puro entra em Deus, nada entra manchado naquele seio puríssimo. A alma que possui a pureza conserva em si seu primeiro esplendor que Deus lhe deu ao criá-la, nada há nela desfigurado, sem nobreza, senão que como rainha que aspira às núpcias do Rei celestial, conserva sua nobreza até que esta nobre flor seja transplantada nos jardins celestiais ¡Oh, como esta flor virginal é perfumada com aroma especial! Eleva-se sempre sobre todas as outras flores, e mesmo sobre os mesmos anjos.  Como se destaca com variadas belezas! Assim, todos são tomados por estima e amor, e livremente todos lhe dão o passo até fazê-la chegar ao Esposo Divino, de modo que o primeiro posto em torno de Nosso Senhor é destas nobres flores. Então Nosso Senhor se deleita grandemente em passear no meio destes lírios que perfumam a terra e o céu, e muito mais se alegra em estar circundado por estes lírios, porque sendo Ele o primeiro nobre lírio e o modelo, é o exemplar de todos os demais.
Oh, como é bonito ver uma alma virgem! Seu coração não emite outro alento que de pureza e de candura, nem sequer tem a sombra de outro amor que não seja Deus, também seu corpo exala cheiro de pureza; tudo é puro nela: Pura nos passos, pura no agir, no falar, no olhar, também no mover-se, assim que ao só vê-la se sente a fragrância e se descobre uma alma virgem de verdade.
Que carismas, que obrigado, que recíproco amor, que estratagemas amorosas entre esta alma e o Esposo Jesus! Só quem as sente pode dizer alguma coisa, porque nem sequer se pode narrar tudo, e eu não me sinto em dever de falar sobre isto, por isso faço silêncio e passo adiante.

4-17
Outubro 10, 1900

Estes escritos manifestam claramente ao mundo o modo como Jesus ama as almas. A alma só pode sair do corpo, por força da dor ou do amor.

(1) Enquanto escrevia estava pensando entre mim: “Quem sabe quantos desatinos haverá nestes escritos, merecem ser lançados ao fogo, se a obediência me o concedesse, de boa vontade o faria, porque sinto como um enfado na alma, especialmente se chegassem a ser vistos por alguma pessoa, já que em alguns pontos fazem parecer como se amasse ou fizesse alguma coisa por Deus, enquanto que não faço nada, não o amo, e sou a alma mais fria que se possa encontrar no mundo, e então me teriam em um conceito diferente do que sou, e isto é uma pena para mim; mas como é a obediência que quer que escreva, sendo isto para mim um dos maiores sacrifícios, portanto me entrego toda a ela, com a esperança certa que ela me desculpará e justificará minha causa diante de Deus e diante dos homens”. Mas enquanto digo isto, o bendito Jesus mexeu-se dentro de mim e está a repreender-me e quer que retire o que disse, e se não o fizer não quer que continue a escrever. Está me dizendo que ao dizer isto me afastei da verdade, sendo que a coisa mais essencial de uma alma é não sair jamais do círculo da verdade. Como! você não me ama?
Com que intrepidez diz, não Tu queres sofrer por Mim?”.
(2) E eu envergonhando-me toda: “Sim, Senhor”.
(3) E Ele: “E bem, como é que vens a sair da verdade?”
(4) Dito isto, retirou-se em meu interior, sem mais fazer-se ouvir, ficando eu como se tivesse recebido um golpe. ¡ Quantas me faz a senhora obediência, se não fosse por ela não me encontraria nestas lutas com meu amado Jesus! ; quanta paciência é necessária com esta bendita obediência!
(5) Agora, vou dizer o que devia dizer, pois o Senhor me distraiu um pouco do que havia começado, então, ao vir o bendito Jesus respondeu ao meu pensamento dizendo-me:
(6) “Certamente merecem ser queimados estes escritos teus, mas queres saber em qual fogo? No fogo de meu amor, porque não há página neles que não manifeste claramente o modo como amo as almas; tanto se são coisas que se referem a ti, como se referem ao mundo; e meu amor nestes teus escritos encontra um desabafo aos meus preocupados e amorosos desfalecimentos”.
(7) Depois disto me transportou para fora de mim mesma, e encontrando-me sozinha, sem corpo, disse: “Meu amado e único Bem, que castigo é para mim ter que retornar tantas vezes a meu corpo, porque é certo que agora não o tenho, é só minha alma que está junto Contigo; e depois, não sei como me encontro aprisionada em meu mísero corpo como dentro de uma prisão
tenebrosa, e aí perco aquela liberdade que me vem dada ao sair dele. Isto não é um castigo para mim, o mais duro que se possa dar?”
8) E Jesus: “Minha filha, não é castigo o que tu dizes, nem por culpa tua que isto te acontece, antes deves saber que só por duas razões a alma pode sair do corpo: por força da dor, porque acontece a morte natural; ou por força de amor recíproco entre a alma e Eu, porque sendo este amor tão forte, nem a alma suportaria, nem Eu posso suportar muito sem gozá-la, por isso a vou atraindo a Mim, e logo a devolvo a seu estado natural; e a alma mais que atraída por um fio elétrico vai e vem como a Mim me agrada. Eis que o que tu crês castigo é amor finíssimo”.
(9) E eu: “Ah Senhor, se o meu amor fosse bastante e forte, creio que teria a força de subsistir diante de Ti, e não estaria sujeita a retornar ao meu corpo; mas como é muito débil, por isso é que
estou sujeita a estas vicissitudes”.
(10) E Ele: “Antes te digo que é amor maior, é extraído do amor do sacrifício, porque por amor meu e por amor dos teus irmãos te privas e regressas às misérias da vida”.

(11) Depois disto o bendito Jesus me transportou a uma cidade, onde eram tantas as culpas que se cometiam, que saía como uma neblina densíssima, malcheirosa, que se levantava para o céu; e do céu descia outra neblina tupida, e dentro estavam condensados tantos castigos, que pareciam ser suficientes para exterminar esta cidade. Então eu disse: “Senhor, onde nos encontramos? Que lugares são estes?”
(12) E Ele: “Aqui é Roma, onde são tantas as maldades que se cometem, não só pelos leigos, mas também pelos religiosos, que merecem que esta névoa os acabe de cegar, merecendo com isso o seu extermínio”.
(13) Num instante vi o estrago que acontecia, e parecia que o Vaticano recebia parte das sacudidas; não eram libertados nem sequer os sacerdotes, por isso toda consternada disse: “Meu Senhor, liberta a tua cidade predileta, a tantos ministros teus, ao Papa. Oh, de boa vontade te ofereço a mim mesma para sofrer seus tormentos, contanto que os perdoe!”
(14) E Jesus comovido me disse: “Vem Comigo e te farei ver até onde chega a malicia humana.”
15) E transportou-me para dentro de um palácio, e num quarto secreto estavam cinco ou seis deputados e diziam entre eles: “Só cederemos quando tivermos destruído os cristãos”. E parecia que queriam obrigar o rei a escrever de seu próprio punho o decreto de morte contra os cristãos, e a promessa de deixá-los apoderar-se dos bens destes, dizendo-lhe que, contanto que consentisse com eles, ele não faria nada, porque não o fariam por agora, mas em tempo e circunstâncias oportunas o teriam feito. Depois disto me transportou a outra parte, e me fazia ver que devia morrer um daqueles que se dizem chefes, e este tal parecia tão unido com o demônio, que nem sequer nesse ponto se afastava, toda sua força a tomava dos demônios que o cortejavam como seu fiel amigo. Os demônios ao me ver se moveram, e um me queria bater, outro me queria fazer uma coisa e outra, entretanto eu, não fazendo caso a suas moléstias, porque me importava mais a salvação daquela alma, me esforcei e cheguei junto a esse homem. Oh Deus, que vista tão espantosa, mais que os mesmos demônios! Em que estado tão lamentável jazia ele! Mais duro que pedra, em nada o comoveu nossa presença, mas bem parecia que zombava. Jesus logo me tirou desse lugar, e eu comecei a rogar pela salvação dessa alma.

5-18
Outubro 2, 1903
Quem procura estar unido com Jesus, cresce na sua própria vida e dá o desenvolvimento ao enxerto feito por Ele na Redenção, acrescentando outros ramos à árvore da sua humanidade.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, toda amarga e afligida e quase aturdida pela privação de meu adorável Jesus, não sabendo eu mesma onde me encontrasse, se no inferno ou
sobre a terra, como raio que foge apenas o vi que dizia:

(2) “Quem se encontra no caminho das virtudes está em minha própria vida, e quem se encontra no caminho do vício, se encontra em contradição Comigo”. E desapareceu.
(3) Logo depois, em outra aparição como relâmpago adicionado:
(4) “Minha Encarnação enxertou a humanidade à Divindade, e quem busca estar unido Comigo, com a vontade, com as obras e com o coração, tratando de desenvolver sua vida a norma da minha, pode-se dizer que cresce em minha mesma vida e dá o desenvolvimento ao enxerto feito por Mim, adicionando outros ramos à árvore da minha humanidade. Se não se une Comigo, além de que não cresce em Mim, não dá nenhum desenvolvimento ao enxerto, mas como quem não está Comigo não pode ter vida, então com a perdição se perde este enxerto”.

(5) E novamente desapareceu. Depois disso, eu me encontrei fora de mim mesma dentro de um jardim onde estavam vários arbustos de rosas, algumas belas, abertas em justa proporção, outras semicerradas, e outras com todas as folhas caindo, que apenas se necessitava um ligeiro movimento para fazê-las descascar, ficando somente o caule da rosa nu, e um jovem, não sabendo quem fosse, me disse:
(6) “As primeiras rosas são as almas interiores, que trabalham em seu interior, são símbolo das folhas da rosa que se contêm no interior, dando um contraste de beleza, de frescor e de solidez, sem temer que alguma folha caia por terra; as folhas exteriores são símbolo do desabafo que faz a alma interior ao exterior, porque tendo vida por dentro são obras perfumadas de caridade santa, que quase como luzes golpeiam os olhos de Deus e do próximo. As segundas rosas são as almas exteriores, que o pouco bem que fazem tudo é externo, e à vista de todos, por isso, não sendo um desabafo do interior, não pode estar a única finalidade do amor de Deus, por isso, onde não há isto, as folhas não podem estar fixas, é dizer as virtudes, pelo que chegando o leve sopro da soberba, o sopro da complacência, do amor próprio, do respeito humano, das contradições, das mortificações, fazem cair as folhas mal as tocam, assim que a pobre rosa fica sempre nua, sem folhas, ficando-lhe somente espinhos que punem a consciência”.
(7) Depois disto encontrei-me em mim mesma.

6-17
Fevereiro 7, 1904

Como é difícil encontrar uma alma que se dê toda a Deus. Para poder fazer com que Deus se dê tudo dela.

(1) Passei todo o mês passado sofrendo muito, por isso negligenciei escrever, e continuava me sentindo muito débil e sofrida, me vem frequentemente um temor, porque não é que não possa escrever, senão que não quero, e por desculpa digo que não posso; é verdade que sinto muita repugnância e devo fazer um grande esforço para escrever, e só a obediência podia vencer-me.
Por isso, para tirar qualquer dúvida, decidi não escrever tudo, mas apenas algumas palavras que me lembro, para ver se realmente posso ou não posso. Recordo que um dia me sentindo mal me disse:
(2) “Minha filha, o que será se cessar a música no mundo?”
(3) E eu: “Senhor, que música pode cessar?
(4) E Ele ajuntou: “Tua música amada minha, porque quando a alma sofre por Mim, roga, repara, louva, agradece continuamente, é uma contínua música a meu ouvido, e me tira o sentir a iniquidade da terra, e portanto de castigar como convém, e não só isso, mas que é música nas mentes humanas e as impede de fazer coisas piores. Então, se eu te levar, a música não vai parar? Para mim é nada, porque não será outra coisa que transportá-la da terra ao Céu, e em vez de tê-la na terra a terei no Céu, mas o mundo como fará?”
(5) Então eu pensava para mim: “Estes são os habituais pretextos para não levar-me, há tantas almas boas no mundo e que tanto fazem por Deus, e que eu entre todas elas não ocupo senão talvez o último lugar, porém diz que se me levar cessará a música. Há tantas que a fazem melhor”.
Enquanto isso pensava, como um raio veio e acrescentou:
(6) “Minha filha, isto que dizes é verdade, que há muitas almas boas e que muito fazem por Mim, mas como é difícil encontrar uma que me dê tudo para poder dar-me tudo; quem se retém um pouco de amor próprio, um a própria estima, outro um afeto inclusive a pessoas mesmo santas, e outro uma pequena vaidade, quem se retém um pouco de apego à terra, quem ao interesse, em suma, quem a uma coisa e quem a outra, todos retêm alguma coisa de próprio e isto impede que tudo seja divino neles. Então, não sendo todo divino o que sai deles, não poderá sua música produzir aqueles efeitos a meu ouvido e às mentes humanas. Por conseguinte, o muito fazer deles não poderá produzir aqueles efeitos, nem me agradar tanto, como o pequeno fazer de quem não retém nada para si e que toda a Mim se dá”.

7-19
Junho 13, 1906
A alma, para ser mais amada pelo seu sumo e único Bem, faria qualquer coisa.

(1) Passo-a sempre em contínuas privações, no máximo faz-se ver por instantes, ou em meu interior descansando e dormindo, sem me dizer uma palavra, e se faço por lamentar-me desinteressa dizendo-me:
(2) “Injustamente se lamenta, é a Mim ao que quer? E bem, me tens no íntimo de teu interior, que mais queres? Ou então, se me tens tudo em ti, por que te afliges? Ou se é porque não te falo, só de me ver já nos entendemos”. Ou a tira com um beijo, com um abraço, com uma carícia; e se vê que não me tranquilizo repreende-me severamente dizendo-me:
(3) “Só me desagrada teu desagrado, se não te tranquilizas te farei desagradar de verdade.”
“Escondendo-me de tudo”.
(4) Quem pode dizer a amargura da minha alma? Sinto-me uma idiota e não sei dizer o que sinto, e além disso, em certos estados de espírito é melhor calar-me e seguir em frente. Esta manhã, quando o vi, senti-me transportado para fora de mim, e não sei dizer bem se fosse o paraíso, estavam muitos santos, todos queimados de amor, mas o espantoso era que todos amavam, mas o amor de um era diferente do amor do outro; eu, encontrando-me com eles tentava distinguir-me e superá-los a todos no amor, querendo ser a primeira de todos a amá-lo, não suportando meu coração, muito orgulhoso, que os demais me igualassem, porque me parecia ver que quem mais ama está mais perto de Jesus, e é mais Amado por Ele. Por Ele, por Deus! A alma chegaria a todos os excessos, não tomaria em conta nem vida nem morte, nem pensa se lhe convém ou não, em suma, faria até loucuras para obter esta tentativa, de estar mais perto Dele e de ser amada um pouquinho a mais por seu sumo e único Bem. Mas com meu maior pesar, depois de breve tempo, uma força irresistível me levou a mim mesma.

8-17
Novembro 18, 1907

A alma vivendo seu nada se enche de Deus.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual veio o bendito Jesus, e assim que o vi disse: “Doce vida minha, como me fiz má, sinto-me reduzida no nada, nada sinto em mim, tudo é vazio, só sinto em meu interior um embelezamento, e neste embelezamento te espero a Ti, que me preencha, mas em vão espero este me encher, mas sinto-me voltar sempre no nada”.
(2) E Jesus: “Ah! minha filha, e tu te afliges porque te sentes reduzida em nada? Mas digo-te que quanto mais a criatura se reduz no nada, tanto mais se enche do Todo, e se fosse ainda uma sombra de si que deixa, essa sombra impede que Eu me possa dar tudo, tudo à alma; e teu retornar sempre no nada significa que vais perdendo teu ser humano para readquirir o Divino.

9-17
Outubro 7, 1909
Cautela e zelo de Jesus circundar as criaturas de espinhos na alma e no corpo. 

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, assim que veio o bendito Jesus me disse:

(2) “Minha filha, é tal e tanto o zelo, a cautela que tenho com minhas criaturas, que para não deixá-las danificar-se estou obrigado a circundar de espinhos a alma e o corpo, a fim de que os espinhos mantenham afastada a lama que poderia sujá-las. É por isso minha filha que até os meus maiores favores com que favoreço às almas a Mim mais amadas as circundado de espinhos, isto é, de amarguras, de privações, de estados de ânimo, a fim de que estes espinhos não só me guardem, mas que não os deixem sujar-se com a lama do amor próprio e de outras coisas”.
(3) E desapareceu.

10-18
Março 24, 1911

Reze pelas necessidades da Igreja.

(1) Continuando meu estado habitual, meu sempre amável Jesus veio, e eu lhe rogava por certas necessidades da Igreja e por um certo B. que editou livros de inferno, e me disse: \

(2) “Minha filha, não fez outra coisa senão lançar-se maioritariamente na lama; uma mente de sadio juízo logo verá como é néscio e como Eu o tenho cegado, pois não tem posto fora nenhuma verdadeira força de razão no que ele afirma. Não quero que os sacerdotes se apressem a lê-lo, tornando-se demasiado vis se o fizerem, e passarão os limites de sua dignidade, como se quisessem prestar atenção ao absurdo de uma criança, e por isso lhe darão espaço para que faça outros absurdos, mas se não lhe prestarem atenção, pelo menos lhe darão a dor de que ninguém leve a sério o que ele faz, e de que ninguém o aprecie. Responderão com obras dignas de seu ministério, esta é a mais bela resposta. Ah! àquele lhe acontecerá que cairá na armadilha que prepara para os demais”.

Maio 25,1912

A alma na Vontade de Deus é um objeto moldável.

(1) Esta manhã, o meu sempre amável Jesus, vendo-me muito oprimida, fez-me beber do seu coração e depois disse-me:
(2) “Minha filha, se um objeto é duro e se lhe quer fazer um buraco ou lhe dar outra forma, se arruína ou fica feito em pedaços, em troca, se é macio ou de algum material moldável se pode fazer o buraco, pode dar-lhe a forma que se quer sem temor que se possa romper, e se se quisesse dar de novo sua forma original, sem nenhuma dificuldade o objeto se prestaria a tudo;
assim é a alma em minha Vontade, é um objeto moldável, e Eu faço dela o que quero: Agora a firo, agora a embelezarei, agora a engrandeço e em um instante a refaço de novo, e a alma se presta a tudo, não se opõe a nada e Eu a levo sempre em minhas mãos e me agrado dela continuamente”.

 

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