O que Deus é por natureza. Maria é pela Graça.

Maria no Reino da Divina Vontade
O que Deus é por natureza. Maria é pela Graça.
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Maria teve pela graça a unidade da luz da Vontade Divina: a Luz plena e nunca interrompida.

“… Viver na minha Vontade é possuir a fonte da unidade da luz da minha Vontade, com toda a plenitude dos efeitos que nela existem. Assim, em cada ato seu vem luz, amor, adoração, etc., esse ato constituinte para cada ato, amor para cada amor, como a luz do sol invade tudo, se harmoniza com tudo, reúne tudo em si e como um raio radiante dá ao seu Criador a correspondência de tudo o que ele fez por todas as criaturas e a verdadeira nota de concordância entre o Céu e a terra.

23/05/1926)

(…) A unidade da luz era possuída por Adão antes de pecar, e ele não poderia mais recuperá-la em vida. Aconteceu com ele quanto à terra que gira em relação ao sol, que não sendo fixa, enquanto gira se opõe ao sol e a noite se forma. Agora, para torná-la novamente firme e assim poder sustentar a unidade desta luz, era necessário um reparador, que deveria ser superior a ele; uma força divina foi necessária para endireitá-lo: daí a necessidade de Redenção.

A unidade desta Luz foi possuída por minha Mãe Celestial e, portanto, mais do que o sol pode dar luz a todos. Entre Ela e a Suprema Majestade nunca houve noite ou sombra, mas sempre o dia inteiro, e é por isso que a cada momento esta unidade da Luz de minha Vontade fez fluir Nela toda a Vida Divina, dando-lhe mares de luz, de alegrias , de felicidade, de conhecimento divino, mares de beleza, de glória, de amor. E Ela, triunfantemente, trouxe a seu Criador todos aqueles mares como seus, para mostrar-lhe seu amor, sua adoração e fazê-lo se apaixonar por sua beleza; e a Divindade fez fluir outros mares novos e mais bonitos. Ela tinha tanto amor que, como algo natural, ela poderia amar por todos, adorar e fornecer para todos. Seus menores atos, realizados na unidade dessa Luz, eles eram superiores aos atos maiores e a todos aqueles de todas as criaturas juntas; Por isso os sacrifícios, as obras, o amor de todas as outras criaturas, pode-se dizer que são pequenas chamas comparadas ao sol, gotículas de água comparadas ao mar, se comparadas aos atos da Rainha Soberana. E é por isso que Ela, em virtude da unidade desta luz da Vontade Suprema, triunfou em tudo, derrotou o seu próprio Criador e o fez prisioneiro no seu ventre materno. Ah, só a unidade desta luz da minha Vontade, possuída por Aquele que reinou sobre todos, poderia fazer este prodígio que nunca aconteceu, que lhe proporcionou as ações dignas deste Divino Prisioneiro. se comparado aos atos da Rainha Soberana. E é por isso que Ela, em virtude da unidade desta luz da Vontade Suprema, triunfou em tudo, derrotou o seu próprio Criador e o fez prisioneiro no seu ventre materno. Ah, só a unidade desta luz da minha Vontade, possuída por Aquele que reinou sobre todos, poderia fazer este prodígio que nunca aconteceu, que lhe proporcionou as ações dignas deste Divino Prisioneiro. se comparado aos atos da Rainha Soberana. E é por isso que Ela, em virtude da unidade desta luz da Vontade Suprema, triunfou em tudo, derrotou o seu próprio Criador e o fez prisioneiro no seu ventre materno. Ah, só a unidade desta luz da minha Vontade, possuída por Aquele que reinou sobre todos, poderia fazer este prodígio que nunca aconteceu, que lhe proporcionou as ações dignas deste Divino Prisioneiro.

Adão, perdendo esta unidade da Luz, transtornou e moldou a noite, as fraquezas, as paixões, para si e para as gerações.

Esta Virgem exaltada, por nunca fazer a sua vontade, sempre se pôs de pé diante do Sol Eterno, e por isso sempre foi dia para ela e ela deu à luz o dia do Sol da Justiça para todas as gerações. Se esta Rainha Virgem nada mais tivesse feito do que preservar no fundo de sua alma imaculada a unidade da Luz da Vontade Eterna, teria sido suficiente para nos devolver a glória de tudo, os atos de todos e a correspondência de amor de toda a Criação. . A Divindade, através dela, em virtude da minha Vontade, sentiu as alegrias e a felicidade que ela havia estabelecido para receber através da Criação voltando para Ela. Por isso ela pode ser chamada de Rainha, Mãe, Fundadora, base e espelho de minha Vontade, em que todos se possam olhar para receber dela a sua vida ”. ( …)

“Minha filha, Adão no estado de inocência e minha Mãe Celestial possuíam a unidade da Luz de minha Vontade, não por si mesmas, mas comunicada por Deus, enquanto minha Humanidade a possuía por sua própria capacidade, porque Nela não estava apenas a unidade da Luz da Vontade Suprema, mas ali estava o Verbo Eterno e, sendo eu inseparável do Pai e do Espírito Santo, aconteceu a verdadeira e perfeita bilocação, pois enquanto permaneci no Céu desci ao seio de minha Mãe, e sendo o Pai e o Espírito Santo inseparáveis de mim, eles também desceram comigo enquanto permaneceram nas alturas do céu ”. ( …)

“Minha filha, o Pai e o Espírito Santo, sendo inseparáveis de Mim, desceu Comigo e Eu fiquei com Eles no Céu, mas a tarefa de satisfazer, sofrer e redimir o homem foi assumida por Mim. Eu, o Filho do Pai, assumi a tarefa de pacificar Deus com o homem. Nossa Divindade era intangível e incapaz de sofrer a menor dor. Foi a minha Humanidade, inseparavelmente unida às Três Pessoas Divinas, que, entregando-se sob o poder do Divino, sofreu dores inauditas, satisfazia de maneira divina. E visto que minha Humanidade não possuía apenas a plenitude de minha Vontade como própria, mas a própria Palavra e, como conseqüência da inseparabilidade, o Pai e o Espírito Santo, portanto, superou de forma ainda mais perfeita tanto o inocente Adão quanto eu. Mãe, já que neles era graça, em mim era natureza. Eles tinham que receber luz de Deus, graça, poder, beleza; em Mim estava a fonte de onde surgiram a luz, a beleza, a graça, etc., razão pela qual havia tanta diferença entre Mim, que era a natureza, e minha própria Mãe, que era a graça, que Ela foi eclipsada diante de mim.

O que digo dum modo absoluto a respeito de Jesus Cristo, digo-o, de forma relativa, da Santíssima Virgem. Jesus Cristo escolheu-a por companheira indissolúvel da sua vida, da sua morte e da sua glória e poder no céu e na terra. Por isso e por graça deu-lhe, em relação à sua Majestade todos os mesmos direitos e privilégios que Ele possui por natureza: “Quidquid Deo convenit per naturam, Mariae convenit per gratiam… – Tudo o que convém a Deus por natureza, dizem os santos, convém a Maria por graça…” (Comentário: “Possuir por graça” quer dizer possuir por participação gratuita. Não há, portanto, nem de longe, igualdade de possuidores. Deus tem tudo próprio e dum modo infinito, enquanto Nossa Senhora e nós não temos senão um reflexo dessa infinita bondade de Deus. Verdade é que a Virgem Santíssima recebeu uma participação muito singular, dada a sua vocação de Mãe de Deus, Mãe dos homens e colaboradora de Jesus na obra da salvação). Deste modo, segundo estes santos, tem ambos os mesmos súditos, servos e escravos, visto que os Dois não tem senão uma só vontade e um só poder.
75 – Podemos, portanto, segundo o parecer dos santos e de vários homens ilustres dizer-nos e fazer-nos escravos amorosos da Santíssima Virgem, para deste modo sermos mais perfeitamente escravos de Jesus Cristo. A Virgem é o meio de que nosso Senhor se serviu para vir a nós, é também o meio de que nos devemos servir para irmos a Ele. Pois Ela não é como as outras criaturas que, se a elas nos prendêssemos, nos poderiam afastar de Deus em lugar de nos aproximar dele. Mas a mais forte inclinação de Maria é unir-nos a Jesus seu Filho, e a mais forte inclinação do Filho é que se vá a Ele por sua Mãe. Isto honra-o e agrada-lhe tanto como honraria e agradaria a um rei alguém que, para se tornar mais perfeitamente seu vassalo e escravo, se fizesse escravo da rainha. É por isso que os santos Padres, e São Boaventura com eles, dizem que a Virgem Santíssima é o caminho para ir a Nosso Senhor: “Via veniendi ad Christum est appropinquare ad illam” (Psalter majus B. V., Ps. 117).
76 – Além disso, se, como já disse (Veja nº 38), a Santíssima Virgem é a rainha e soberana do céu e da terra, não tem Ela tantos súditos e escravos quantos são as criaturas? Dizem-no Santo Anselmo, São Bernardino e São Boaventura: “Império Dei omnia subjiciuntur et Virgo, ecce império Virginis omnia subjiciuntur et Deus. – Ao poder de Deus tudo está submisso mesmo a Virgem , eis que ao poder da Virgem está submisso até o próprio Deus” (Veja o comentário do nº 74. A maneira por que Nossa Senhora está submissa a Deus é muito diferente daquele por que Deus se submeteu deliberadamente a Ela.). Não será razoável que entre tantos escravos à força, os haja também por amor que, de boa vontade e na qualidade de escravos, escolham Maria por sua soberana? O quê? Os homens e os demônios terão seus escravos voluntários, e Maria não os há de ter? O quê? Um rei terá a peito que a rainha, sua companheira, possua escravos, com direito de vida e de morte sobre eles (Veja o comentário do nº 71) porque a honra e o poder de um é a honra e o poder de outro; pode-se então acreditar que Nosso Senhor, que participou, como o melhor dos filhos todo o poder com sua santa Mãe, ache mal que Ela tenha escravos? Terá Ele menos respeito e amor à sua Mãe, que Assuero a Ester e Salomão a Betsabé? Quem ousaria dize-lo ou pensa-lo sequer?

TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO – SÃO LUIS M.G. MONFORT

10-22  Maio 24, 1911  O que Deus é por natureza, a alma é por graça.

(1) Estava pensando na incompreensível grandeza e sabedoria divina, que ao nos dar seus bens Ele não diminui em nada, mas parece que Ele ao dar adquire a glória que lhe dá a criatura por ter recebido os bens do Senhor. E o bendito Jesus ao vir me disse:

 

(2) “Minha filha, também tu possuis este dote, não no corpo, mas na alma, comunicada a ti pela minha bondade; com efeito, procurando infundir nas almas o bem, a virtude, o amor, a paciência, a doçura, tu não diminuis no mais mínimo, antes com infundi-los nos outros, se você vê que eles aproveitam, você desfruta por isso uma complacência maior. Então, o que tu és por graça na alma, Eu o sou por natureza, e não só dos bens de virtude, mas de todos os bens possíveis, naturais, espirituais e de qualquer gênero”.

“Minha filha, o Pai e o Espírito Santo, porque são inseparáveis de Mim, desceram junto Comigo, e Eu fiquei com Eles nos céus, mas o trabalho de satisfazer, de sofrer e de redimir o homem foi tomado por Mim; Eu, Filho do Pai, Aceitei o trabalho de reconciliar Deus com o homem. Nossa Divindade era intangível de poder sofrer a mínima pena, foi minha Humanidade que unida com as Três Divinas Pessoas em modo inseparável, a qual dando-se em poder da Divindade sofria penas inauditas, satisfazia em modo divino, e como a minha humanidade possuía não só a plenitude da minha Vontade como virtude própria, mas o mesmo Verbo, e por conseqüência da inseparabilidade, o Pai e o Espírito Santo, por isso superou em modo mais perfeito tanto a Adão inocente quanto a minha própria Mãe, porque neles era graça, em Mim era natureza; eles deviam tomar de Deus a luz, a graça, a potência, a beleza; em Mim estava a fonte de onde surgia luz, beleza, graça, etc., assim que era tanta a diferença entre Mim que era natureza, E entre a minha mãe em que era graça, que Ela estava ofuscada diante da minha humanidade. Por isso minha filha sê atenta, teu Jesus tem a fonte que surge e tem sempre que te dar, e tu sempre que tomar, por quanto possa te dizer acerca de minha Vontade, sempre tenho mais que te dizer, e não te bastará nem a curta vida do exílio, nem toda a eternidade para te fazer conhecer a longa história da minha Suprema Vontade, nem para te numerar os grandes prodígios que há nela”..19.25

17-25 Dezembro 8, 1924 Acerca da Imaculada Conceição.

Prova à qual foi submetida a Virgem.

38  (1) Estava pensando sobre a Imaculada Conceição de minha Soberana Rainha Mãe, a minha mente afluíam os méritos, as belezas e os prodígios de sua Imaculada Conceição, prodígio que supera todos os demais prodígios feitos por Deus em toda a Criação. Agora, enquanto pensava isto, dizia entre mim: “Grande é o prodígio da Imaculada Conceição, mas minha Mãe Celestial não teve nenhuma prova em sua Conceição, tudo lhe foi propício, tanto da parte de Deus como da parte de sua natureza criada por Deus tão feliz, tão santa, tão privilegiada; então, Qual foi seu heroísmo e sua prova? Se da prova não foi excluído o anjo no Céu, nem Adão no Éden, acaso só a Rainha de todos devia ser excluída da auréola mais bela, que a prova devia colocar sobre sua cabeça augusta de Rainha e de Mãe do Filho de Deus?” Enquanto pensava nisto, o meu amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, ninguém pode ser aceitável a Mim sem a prova. Se não tivesse havido a prova teria tido uma Mãe escrava, não livre, e a escravidão não entra em nossas relações nem em nossas obras, nem pode tomar parte em nosso livre amor. Minha Mãe teve sua primeira prova desde o primeiro instante de sua Concepção, assim que teve seu primeiro ato de razão, conheceu sua vontade humana por um lado e a Vontade Divina por outro, e foi deixada livre para escolher a qual das vontades devia aderir, e Ela, sem perder um instante e conhecendo toda a magnitude do sacrifício que fazia, nos doou sua vontade sem querer conhecê-la mais, e Nós lhe fizemos dom da nossa, e nesta troca de doação de vontades por ambas as partes, concorreram todos os méritos, as belezas, os prodígios, os mares imensos de graça na Imaculada Conceição da mais privilegiada de todas as criaturas.

(3) É sempre a vontade que tenho costume de provar; todos os sacrifícios, mesmo a morte, sem a vontade me dariam asco e não atrairiam nem sequer um de meus olhares. Mas queres saber tu qual foi o maior prodígio operado por Nós nesta criatura tão santa, e o maior heroísmo que ninguém, ninguém poderá jamais igualar de tão bela criatura? A sua vida começou com a nossa Vontade, seguiu-a e cumpriu-a, assim que se pode dizer que cumpriu desde que começou, e começou desde que cumpriu; e o nosso maior prodígio foi que em cada pensamento seu, palavra, respiro, bater, movimento e passo, nosso Querer desabafava sobre Ela e Ela nos oferecia o heroísmo de um pensamento, de uma palavra, de um respiro, de um palpitar divino e eterno obrante Nela, isto a elevava tanto, que o que Nós éramos por natureza, Ela o era por graça; todas as suas outras prerrogativas, os seus privilégios, a sua própria Imaculada Conceição, teriam sido um belo nada em comparação com este grande prodígio; pelo contrário, foi isto que a confirmou e a tornou estável e forte durante toda a sua vida. Minha Vontade continua, transbordante sobre Ela, lhe participava a Natureza Divina, e seu contínuo recebê-la a fez forte no amor, forte na dor, distinta entre todos. Foi esta nossa Vontade que operou n’Ela que atraiu o Verbo à terra, que formou a  semente da fecundidade divina para poder conceber um Homem e Deus sem obra humana, e a fez digna de ser Mãe do seu próprio Criador. Por isso Eu insisto sempre sobre minha Vontade, porque conserva a alma bela como saiu de nossas mãos, a faz crescer como cópia original de seu Criador; 

 

e por quantas obras grandes e sacrifícios um possa fazer, se minha Vontade não entra dentro, Eu os rechaço, não os reconheço, não é alimento para Mim; e as obras mais belas sem Minha Vontade chegam a ser alimento da vontade humana, da própria estima e da avidez da criatura”.. .

16-32 Novembro 24, 1923 48  A história dolorosa da Divina Vontade. Assim como a Virgem para a obra da Redenção fez seus todos os atos da Divina Vontade e preparou o alimento para seus filhos, também Luisa deve fazê-lo para a obra do Fiat Voluntas Tua.

(1) Estava a fazer a hora da paixão em que a minha Mãe Dolorosa recebeu nos seus braços a seu Filho morto e o depositou no sepulcro, e em meu interior dizia: “Minha mãe, junto com Jesus pôs em seus braços todas as almas, a fim de que todas as reconheça como filhas tuas, e uma por uma as escrevas em teu coração e as ponhas nas chagas de Jesus; são filhas de sua dor imensa e isto basta para que as reconheça e as ame; e quero colocar todas as gerações na Vontade Suprema, a fim de que nenhuma falte, e em nome de todas te dou consolos, compadecimentos e alivios divi-nos”. Agora, enquanto isto dizia, meu doce Jesus Mexeu-se dentro de mim e disse:

(2) “Minha filha, se soubesses qual foi o alimento com que alimentou a todos estes filhos mina dolo-rosa Mamãe”.

(3) E eu: “Qual foi, ó meu Jesus?” (4) E Ele de novo: “Como tu és a minha pequenina, escolhida por Mim para a missão do meu Que-rer e vives naquele Fiat no qual foste criada, quero que saibas a história do meu Eterno Querer, suas alegrias e suas dores, seus efeitos, seu valor imenso, o que fez, o que recebeu, e quem levou a coração sua defesa. Os pequenos são mais atentos a me ouvir porque não têm a mente cheia de outras coisas, estão como em jejum de tudo, e se lhes quiser dar outro alimento sentem asco, por-que sendo pequenos estão acostumados a tomar só o leite de minha Vontade, que mais que mãe amorosa os tem colados a seu divino peito para alimentá-los abundantemente, e eles estão com suas boquinhas abertas para esperar o leite de meus ensinamentos, e Eu me divirto muito; oh, co-mo é bonito vê-los agora sorrir, agora alegrar-se e agora chorar ao ouvir-me narrar a história de minha Vontade! A origem de minha Vontade é eterna, jamais entrou a dor nela; entre as Divinas Pessoas esta Vontade estava em suma concordia, aliás, era uma só; em cada ato que emitia fora, tanto ad intra quanto ad extra, nos dava infinitas alegrias, novos contentes, felicidade imensa, e quando quisemos pôr fora a máquina da Criação, quanta glória, quantas harmonias e honra não nos deu? Em quando brotou o Fiat, este Fiat difundiu nossa beleza, nossa luz, nossa potência, a ordem, a harmonia, o amor, a santidade, tudo, e Nós ficamos glorificados pelas mesmas virtudes nossas, vendo por meio de nosso Fiat o florescimento de nossa Divindade refletida em todo o uni-verso. Nosso Querer não parou, cheio de amor como estava quis criar o homem, e você sabe a história dele, por isso sigo adiante. Ah! Foi precisamente ele que levou a primeira dor ao meu Que-rer, tratou de amargurar Aquele que tanto o amava, que o tinha feito feliz. Meu Querer chorou mais 49  que uma terna mãe, chorou a seu filho aleijado e cego só porque se subtraiu da Vontade da mãe;

meu Querer queria ser o primeiro em agir no homem, não para outra coisa senão para lhe dar no-vas surpresas de amor, de alegrias, de felicidade, de luz, de riquezas, queria sempre dar, eis por que queria agir, mas o homem quis fazer sua vontade e rompeu com a Divina; jamais o haveria fei-to! Meu Querer se retirou e ele se precipitou no abismo de todos os males. Agora, para voltar a unir estas duas vontades, se necessitava Um que contivesse em Si uma Vontade Divina, e por isso Eu, Verbo Eterno, amando com um amor eterno a este homem, decretamos entre as Divinas Pessoas que tomou carne humana para vir a salvá-lo e voltar a unir as duas vontades separadas. Mas onde descer? Quem deveria ser Aquela que devia emprestar a sua carne ao seu Criador? Eis por que escolhemos uma criatura, e em virtude dos méritos previstos do futuro Redentor foi isentada da culpa de origem, seu querer e o Nosso foram um só, foi esta Celestial Criatura a que compreendeu a história de nossa Vontade. Nós, como a pequena, tudo lhe narramos, a dor de nosso Querer e como o homem ingrato com o romper sua vontade com a nossa, havia encerrado nosso Querer em o cerco divino, como obstruindo-o em seus desígnios, impedindo que pudesse comunicar-lhe seus bens e a finalidade para a qual tinha sido criado. Para nós dar é fazer-nos felizes e fazer feliz a quem de nós recebe, é enriquecer sem Nós empobrecer, é dar o que Nós somos por natureza e formá-lo na criatura pela graça, é sair de Nós para dar o que possuímos, com o dar, nosso Amor se desabafa, nosso querer faz festa; se não devíamos dar, para que formar a Criação? Assim que só não poder dar a nossos filhos, às nossas amadas imagens, era como um luto para a nossa Suprema Vontade; só em ver ao homem obrar, falar, caminhar, sem a conexão com nosso Querer, por-que ele a havia destroçado, e que deviam correr para ele se estivesse conosco, correntes de graças, de luz, de santidade, de ciência, etc., e não podendo fazê-lo, o nosso Querer punha-se em atitude de dor; em cada ato de criatura era uma dor, porque víamos aquele ato vazio de valor di-vino, privado de beleza e de santidade, tudo ao contrário de nossos atos. Oh! como compreendeu Celestial Pequena este nosso grande sofrimento e o grande mal do homem ao subtrair-se de Nos-so Querer, oh! quantas vezes Ela chorou ardentes lágrimas por nossa dor e pela grande desventura do homem, e por isso Ela, temendo, não quis conceder nem sequer um ato de vida a sua vonta-de, por isso se manteve pequena, porque seu querer não teve vida nela, como podia ficar grande?

mas o que não fez Ela o fez nosso querer, a fez crescer toda bela, santa, divina; a enriqueceu tanto que a fez a maior de todos; era um prodígio de nosso Querer, prodígio de graça, de beleza, de santidade, mas Ela se manteve sempre pequena, tanto que não descia jamais de nossos braços, e levando a peito nossa defesa correspondeu a todos os atos doloridos do Supremo Querer, e não só estava Ela toda em ordem à nossa Vontade, mas fez seus todos os atos das criaturas, e absorven-do em Si toda nossa Vontade rejeitada por elas, a reparou, a amou, e tendo-a como em depósito  em seu coração virginal, preparou o alimento de nossa Vontade a todas as criaturas. Vê então com que alimento alimenta a seus filhos esta Mãe Amantíssima? Lhe custou toda sua vida, penas inauditas, a mesma Vida de seu Filho, para fazer nela o depósito abundante deste alimento de Minha Vontade, para tê-lo pronto para alimentar a todos seus filhos como Mãe terna e amorosa; Ela não podia amar mais a seus filhos, dando-lhes este alimento seu amor tinha chegado ao último grau, assim que entre tantos títulos que Ela tem, o Mais belo título que a Ela se poderia dar é o de Mãe e Rainha da Vontade Divina.

 

(5) Agora minha filha, se isto fez a minha Mãe pela obra da Redenção, também tu para a obra do Fiat Voluntas Tua; tua vontade não deve ter vida em ti, e fazendo teus todos os atos de Minha Von-tade em cada criatura, os depositarás em Ti, e enquanto em nome de todos darás a correspondên-cia à minha Vontade, formarás em ti todo o alimento necessário para alimentar todas as gerações com o alimento da minha Vontade. Cada dito, cada efeito, cada conhecimento de mais Dela, será um gosto de mais que encontrarão neste alimento, de maneira que com avidez o comerão; tudo quanto te digo acerca de meu Querer servirá para estimular apetite e para fazer com que nenhum outro alimento tomem, mesmo à custa de qualquer sacrifício. Se se dissesse que um alimento é bom, que restitui as forças, que cura os doentes, que contém todos os gostos, é mais, que dá a vida, a embeleza, a faz feliz, quem não faria qualquer sacrifício para tomar esse alimento? assim se-rá de minha Vontade, para fazê-la amar, desejar, é necessário o conhecimento, por isso seja aten-ta, recebe em ti este depósito de meu Querer, a fim de que qual segunda Mãe prepares o alimento a nossos filhos, assim imitarás a minha Mamãe, te custará também a ti, mas ante minha Vontade qualquer sacrifício te parecerá nada. Faça-a pequena, não desça jamais de meus braços e eu con-tinuarei lhe contando a história da minha vontade”.

16-10 Julho 30, 1923 A alma é a flor celestial.

(1) Estava a meditar no Santo Querer Divino e o meu doce Jesus ao vir disse-me: 

(2) “Minha filha, cada vez que a alma entra no meu Querer para rezar, operar, etc., tantas diversas tintas divinas recebe, uma mais bela do que a outra. Você não vê quanta variedade de cores e be-leza contém toda a natureza? Elas são as sombras da variedade de cores e beleza que contem minha Divindade; mas onde adquirem as plantas e as flores a variedade das cores? A quem dei o ofício de colorir com tantas variadas tintas a tanta diversidade de plantas? Ao sol. Sua luz e seu 15  calor contêm fecundidade e variedade de cores tais, de embelezar toda a terra, e só com que a planta se exponha aos beijos de sua luz, aos abraços de seu calor, a flor se abre e como corres-pondendo lhe o beijo e o abraço, recebe os matizes das tintas e forma sua bela coloração.

 

(3) Agora, a alma que entra na minha Vontade simboliza a flor que se expõe a receber o beijo e o abraço do sol para receber as diversas tintas que o sol contem, e ao corresponder-lhe, recebe as diversas tintas da Natureza Divina. É propriamente a alma a flor celestial, que o sol eterno com o sopro de sua luz tem colorido tão bem, de perfumar Céu e terra e alegrar com sua beleza à mesma Divindade e a toda a corte celestial. Os raios de meu Querer a esvaziam o que é humano e a en-chem do que é Divino; por isso se vê nela a bela íris de meus atributos. Por isso minha filha, entra frequentemente em meu Querer para receber as nuances e as variadas tintas da semelhança do teu Criador”.

11-70 Março 17,1914  Volume 11 62  Quem faz a Vontade de Deus entra a tomar parte das ações ad intra das Divinas Pessoas, e se torna inseparável delas. 

(1) Continuando meu habitual estado, meu amável Jesus continuava fazendo-se ver em toda mim, e que eu possuía todos os seus membros, e mostrava-se tão contente, que parecendo que não podia conter esta alegria me disse:

 

(2) “Minha filha, quem faz minha Vontade entra a tomar parte das ações “ad intra” das Divinas Pessoas; só para quem faz meu Querer está reservado este privilégio, não só de tomar parte em todas as nossas obras “ad extra”, senão que destas passa às obras “ad intra”. Eis porque me é difícil não contentar a quem vive de meu Querer, porque estando a alma em minha Vontade, está no íntimo de nossos corações, de nossos desejos, de nossos afetos, dos pensamentos; seu bater, seu respiro e o nosso são um só, assim que são tais e tantos os contentes que nos dá, as complacências, a glória, o amor, todos de modos e de natureza infinitos, nada ao contrário dos nossos, que assim como em nosso Amor eterno, Um rapta o Outro, o Um forma o contente do Outro, tanto, que não podendo muitas vezes conter este Amor e estes contentes saímos em obras “ad extra”, assim ficamos arrebatados e felicitados por esta alma que faz nosso Querer. Portanto, como deixar descontente a quem tanto nos agrada? Como não amar como nos amamos a nós mesmos, não como amamos as demais criaturas, a quem nos ama com nosso Amor? Com esta alma não há véus de segredos entre Nós e ela, não há nosso e teu, mas tudo é em comum, e o que Nós somos por natureza, impecáveis, santos, etc., à alma a fazemos por graça, a fim de que nenhuma disparidade haja entre ela e Nós. E assim como Nós não podendo conter nosso Amor saímos em obras “ad extra”, assim não podendo conter o amor de quem faz nosso Querer, a tiramos de Nós e a assinalamos ante os povos como nossa favorita, nossa amada, e que só por ela e pelas almas semelhantes fazemos descer os bens sobre a terra, e que só por amor a elas conservamos a terra; logo a essa alma encerramos dentro de nós para gozá-la, porque assim como as Divinas Pessoas somos inseparáveis, Assim se torna inseparável quem faz nosso Querer”.

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