21-13 Abril 8, 1927 Como todas as figuras e símbolos do antigo testamento simbolizavam os filhos da Divina Vontade. Como Adão, do ponto mais alto se precipitou ao ponto mais baixo.
(1) Estava seguindo os atos que o Querer Divino havia feito em toda a Criação, também buscava os atos que havia feito tanto em nosso primeiro pai Adão como em todos os santos do antigo testamento, especialmente onde o Supremo Querer havia feito ressaltar sua potência, sua força, sua virtude vivificadora, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, as maiores figuras do antigo testamento, enquanto eram figuras e figuravam o futuro Messias, encerravam ao mesmo tempo os dons, a figura, e simbolizavam todos os dons que teriam possuído os filhos do Fiat Supremo. Adão foi a verdadeira e perfeita imagem, quando foi criado, dos filhos do meu Reino. Abraão foi símbolo dos privilégios e do heroísmo dos filhos de meu Querer e assim como chamei Abraão a uma terra prometida que manava leite e mel, fazendo-o dono daquela terra, terra tão fecunda que era invejável e ambicionada por todas as outras nações, era todo símbolo do que teria feito com os filhos de minha Vontade. Jacó foi outro símbolo deles, porque descendendo dele as doze tribos de Israel, devia nascer no meio deles o futuro Redentor que devia retomar de novo o Reino do Fiat Divino a meus filhos. José foi o símbolo do domínio que os filhos da minha vontade teriam tido, e como ele não deixou morrer de fome a tantos povos e até aos seus irmãos ingratos, assim os filhos do Fiat Divino terão o domínio e serão causa de não deixar perecer os povos que pedirão deles o pão da minha Vontade.
Moisés foi figura do poder, Sansão símbolo da força dos filhos de meu Querer. Davi simbolizava o reinar deles. Todos os profetas simbolizavam a graça, as comunicações, as intimidades com Deus, que mais do que eles teriam possuído os filhos do Fiat Divino. Olha, todos estes eram nada mais que símbolos, figuras deles, o que será quando forem postos fora a vida destes símbolos? Depois de todos aqueles veio a Celestial Senhora, a Soberana Imperatriz, a Imaculada, a sem mancha, minha Mãe, Ela não era símbolo nem figura, mas a realidade, a verdadeira Vida, a primeira filha privilegiada da minha Vontade, e eu olhava na Rainha do Céu a geração dos filhos do meu Reino, era a primeira incomparável criatura que possuía íntegra a Vida do Querer Supremo, e por isso mereceu conceber o Verbo Eterno e amadurecer em seu coração materno a geração dos filhos do eterno Fiat. Depois veio a minha própria Vida, na qual vinha estabelecido o Reino que deviam possuir estes filhos afortunados. Por tudo isto podes compreender que tudo o que Deus fez desde o princípio desde a Criação do mundo, que faz e que fará, sua finalidade principal é de formar o Reino de sua Vontade no meio das criaturas. Esta é toda nossa mira, esta é nossa Vontade e a estes filhos serão dados todos nossos bens, nossas prerrogativas, nossa semelhança; e se eu te chamo a seguir todos os atos que minha Vontade fez tanto na criação do universo quanto nas gerações das criaturas, não excluindo aqueles que fez em minha Mãe Celestial, nem os que fez em minha própria Vida, é para concentrar em ti todos os seus atos, fazer-te dom deles para poder fazer sair de ti todos juntos os bens que possui uma Vontade Divina para poder formar com decoro, honra e glória, o Reino do eterno Fiat. Por isso, seja atenta em seguir minha Vontade”.
(3) Depois estava pensando entre mim: “Como é que Adão ao subtrair-se da Vontade Divina, de tal altura se precipitou tão baixo? E Jesus movendo-se dentro de mim disse-me:
(4) “Minha filha, assim como na ordem natural, quem cai de um ponto altíssimo, ou morre ou fica tão desfeito e deformado que lhe é impossível readquirir seu estado anterior de saúde, de beleza, de altura e ficará como um pobre aleijado, cego, corcunda e coxo, e se este for pai, Dele sairiam as gerações dos aleijados, dos cegos, dos corcundas e dos coxos, assim na ordem sobrenatural, Adão caiu de um ponto altíssimo, ele havia sido posto por seu Criador num ponto tão alto que ultrapassava a altura do céu, das estrelas, do sol, viver em minha Vontade habitava acima de tudo, em Deus mesmo. Vês então de onde se precipitou Adão? Da altura de onde caiu foi um milagre que não pereceu totalmente, mas se não morreu, o golpe que recebeu na queda foi tão forte, que foi inevitável ficar aleijado, desfeito e deformado de sua insólita beleza, ele ficou despojado de todos os bens, entorpecido no agir, Então, em seu intelecto, uma febre contínua o debilitava, que enfraquecendo-lhe todas as virtudes não sentia mais a força para dominar-se, o mais belo caráter do homem, o domínio de si mesmo, desapareceu, e entraram as paixões a tiranizá-lo, a fazê-lo inquieto e triste, e como era pai e cabeça das gerações, pôs fora a família dos aleijados.
(5) O não fazer minha Vontade creem que seja coisa de nada, ao contrário é a ruína total da criatura, e por quantos atos de mais vontade própria faz, tantas vezes de mais aumenta seus males, sua ruína, e se escava o abismo mais profundo onde precipita-se”.
(6) Então pensava entre mim: “Se Adão por uma só vez que se subtraiu da Divina Vontade caiu tão baixo e trocou sua fortuna em miséria, sua felicidade em amargura, o que será de nós que tantas e tantas vezes nos subtraímos desta adorável Vontade?” Mas enquanto isso eu pensava, meu amado e único bem acrescentou:
(7) “Minha filha, Adão caiu tão baixo porque se subtraiu de uma Vontade expressa de seu Criador, na qual vinha encerrada a prova para prová-lo em sua fidelidade a Aquele que lhe havia dado a vida e todos os bens que possuía. Muito mais do que o que Deus lhe pedia, diante dos tantos bens que gratuitamente lhe tinha dado, era que se privasse, dos tantos frutos que lhe tinha outorgado, só de um fruto por amor Àquele que tanto lhe tinha dado. E neste pequeno sacrifício que Deus queria dele, tinha-lhe feito saber que não queria outra coisa senão estar seguro do seu amor e da sua fidelidade. Adão deveria ter-se sentido honrado de que seu Criador queria estar seguro do amor de sua criatura. A culpa aumentou porque aquele que o atraiu e persuadiu a cair não era um ser superior a ele, senão uma vil serpente, seu capital inimigo. Sua queda trouxe consequências mais graves porque era a cabeça de todas as gerações, portanto todos os membros deviam sentir como conatural os efeitos do mal de sua cabeça. Veja então que quando uma Vontade minha é expressa, querida e mandada, o pecado é mais grave e as consequências são irremediáveis, e só minha mesma Vontade pode reparar tanto mal, como aconteceu a Adão; em troca quando não é expressa, se bem que a criatura está em dever de pedir para conhecer minha Vontade em seu agir, se dentro de seu ato entra um bem é a pura glória minha; mas se não é expressa, não é tão grave o mal e é mais fácil encontrar remédio, e isto faço a cada criatura para provar sua fidelidade e também para pôr ao seguro o amor com o que dizem que me amam; Quem é aquele que não quer estar seguro de um terreno que adquire, tanto que até chega a fazer as escrituras? Quem é aquele que não quer estar seguro da fidelidade de um amigo, da lealdade verdadeira de um servo? Então para estar seguro faço saber que quero os pequenos sacrifícios, os quais lhe levarão todos os bens, a santidade, e realizarão a finalidade para a qual foram criados; ao contrário, se forem relutantes, tudo estará transtornado nelas e todos os males lhe choverão em cima. Mas não fazer minha Vontade é sempre um mal, mais ou menos grave segundo o conhecimento que dela se possui”.
22-13 Julho 26, 1927
Como a Vontade Divina tem duas características: Ato Incessante, e firmeza imutável. Como as ações humanas servem como a palha serve ao grão.
(1) Lamentava-me da privação do meu doce Jesus e desabafando a minha intensa dor dizia para mim: “Como é duro o seu abandono, sinto-me como debaixo de uma prensa espremida gota a gota. Ó Jesus! Onde estão as tuas promessas? Onde está o teu amor? Onde está o triunfo do teu Querer Divino na minha pobre alma? Sinto-me como traída por Ti. Como é amargo meu fim. Não é o princípio que necessito olhar, senão o fim é o que diz tudo”. Enquanto eu desabafava, meu amado Bem movendo-se dentro de mim me disse:
(2) “Minha filha, meu Querer Divino tem seu triunfo em você e por isso te espreme gota a gota sob sua prensa Divina, para fazer que nem sequer uma gota de sua vontade fique em você. Pobre filha, é uma Vontade Divina e irremovível que te trabalha para estender em ti seu reino, mesmo em seus pequenos atos, por isso paciência, não se abata. Minha Vontade Divina tem duas características:
firmeza imutável e ato incessante. Por isso quando a alma se dá a Ela, seu trabalho é incessante, não sente em você seu movimento contínuo? E quando te manifesto uma verdade sua, com uma maestria toda própria e Divina põe em atitude seu movimento incessante e a repete continuamente em ti, e enquanto a repete, triunfa, porque faz em ti o que por natureza faz em Si mesma, não é acaso isto o triunfo de minha Vontade?” (3) Então ele continuou:
(4) “Minha filha, todas as ações humanas, o trabalho, o tomar o alimento, o dormir, as penas, os encontros, hora de dor, hora de alegria, não são outra coisa que palha. Agora, não se pode formar o grão sem a palha; antes, esta defende o grão das geadas, dos raios abrasantes do sol, da água, de toda a intempérie do ar, como vestido cobre e cresce junto com o grão, e só se separa quando já formou e deu vida ao grão, e esta separação é feita e recebida pela pobre palha por meio da debulha, depois de ter servido e dado a vida ao grão. Assim são as ações humanas, desde a menor à maior são todas palhas, que se se faz correr dentro delas o grão de minha Vontade, servem admiravelmente para ocultar e para conservar o grão de meu Querer Divino e quanto mais palha, mais grão se pode esperar de possuir. É um encanto filha minha ver uma ação humana que encerra dentro o grão puríssimo e o ouro resplandecente de meu Querer Divino. Como palha, parece que sobressai sobre o grão, e podem vangloriar-se dizendo: Na verdade, somos palha, mas escondemos em nós uma Vontade Divina que é mais que grão, nós ficamos a seu serviço e damos o campo para formar-se em nossos atos. Ao contrário, se não corre dentro minha Vontade, as ações humanas permanecem palha, digna de ser queimada, porque não têm formado nelas o grão puro que serve para a Pátria Celestial. Agora, como a palha se separa do grão por via da trilha, assim as ações humanas se separam do grão puro de minha Divina Vontade por meio da morte, que destruindo o que é humano tritura a roupa que tinha vestido o grão de ouro de minha Vontade, que pondo-o fora faz ver se era grão ou palha o que a alma possuía. Por isso, não são as ações que indicam o valor destas, senão a vontade pela qual são animadas. Quantas ações aparentemente belas e santas se encontrarão, se forem feitas com fins de interesse, cheias de lama; se forem por fins de estima e de própria glória, cheias de vento; se forem para agradar às criaturas, cheias de podridão; se por apego ao que é humano, cheias de fumaça. Quantas coisas esconde a palha das ações humanas, que no último dia da vida, vindo a trilha e triturando a palha fará conhecer tudo aquilo que dentro escondiam”.
(5) Depois disto seguia o meu abandono no Fiat Divino, e o meu sempre amável Jesus movendo-se dentro de mim disse-me:
(6) “Minha filha, a vontade humana torna o homem como um edifício lesado e por desabar, e o homem por si só não tinha virtude de poder reparar, necessitava-se do Divino Artífice que com tanto amor o havia fabricado, e que conhecendo os segredos de sua arte podia reparar e fazer correr nas lesões o líquido vital de sua Força Divina reparadora, para fazê-la de novo forte como o havia fabricado. Mas é necessário que o homem se aproxime do Divino Reparador para receber o benefício de sua arte, se faça dirigir por Ele e que ao querer humano, causa primária pela qual se tornou um edifício a ponto de desmoronar, não lhe permita mais agir, de outra maneira com tudo e a vinda do Celestial Artífice, o homem será sempre edifício lesado e a ponto de colapsar”.
23-13 Novembro 6, 1927
Quem vive na Divina Vontade não descende de sua origem, e lhe é devido o estado de rainha, ao contrário quem vive fora dela vive no estado de servo. Diferença que leva a um e ao outro o reino da Redenção. Quem vive na Divina Vontade serão os primeiros diante de Deus. Como a cruz amadureceu o reino da Redenção. Como em cada verdade corre dentro uma Vida Divina.
(1) Estava seguindo ao Querer Divino acompanhando todos os atos que meu doce Jesus havia feito quando esteve sobre a terra, Ele me fazia presentes e eu os investia com meu te amo e lhe pedia com seus mesmos atos o reino do Fiat Divino, e lhe suplicava que aplicasse a minha alma tudo o que havia feito no Reino da Redenção, para me dar a graça de viver sempre em seu Querer Divino, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, quem vive na minha Divina Vontade não descende de sua origem, e como tudo foi criado para quem devia viver nela, todos os bens da Criação são seus, que são mais extensos que os bens da Redenção, porque a quem se mantém no estado de origem com viver no Fiat Supremo, lhe é devido o estado de rainha, e como rainha convém que possua, muito mais que é rainha que habita no palácio real de nosso Querer, então lhe convém que possua reinos, sóis, céus, mares, e que o mesmo Rei faça vida junto com ela, fazendo feliz a sua rainha, e ela a fazer o seu Rei feliz.
Eis porque os bens da Criação deviam ser mais extensos, de outra maneira, como poderia ser estado de rainha se não tinha domínio e reinos a dominar? Em troca com não viver em nosso Querer Divino, a alma descende de sua origem, perde sua nobreza e se põe no estado de serva, portanto não lhe correspondem reinos e impérios. Muito mais do que eu na Redenção vim à terra para ressuscitar o homem do estado de morte, para curá-lo, para lhe dar todos os remédios possíveis para fazê-lo regressar de novo a seu estado primeiro de sua origem, sabendo que se ele regressava em nosso Querer, de onde saiu, já estava preparado para mantê-lo no estado real de dominador.
É mais, tu deves saber que quem vive ou viverá Nele, os atos que Eu fiz na Redenção lhe servirão não de remédios mas de felicidade, de alegria, e como o mais belo adorno no palácio régio de minha Vontade, porque tudo o que Eu fiz não foi outra coisa que parto dele, suas entranhas misericordiosas deram à luz no seio de minha humanidade todos os atos que Eu fiz ao vir à terra, então é justo que como coisa sua sirvam de adorno a Si mesma. Então, em tudo o que eu fiz, estando na terra, se eu orava, se falava, se sofria, se abençoava as crianças, ia buscando meus filhos, os filhos de minha Vontade Divina para dar-lhes o primeiro ato, a coisa que a eles pertencia, a felicidade que continham, e depois os dava em remédio aos filhos desventurados da culpa, servos da vontade humana, para a sua salvação. Por isso todos os meus atos corriam como ato primeiro a quem devia viver no Supremo Querer, como a seu centro de vida; então quem vive nele pode dizer, tudo é meu, e Eu digo, tudo é teu”.
(3) Depois disto pensava entre mim: “Se o Fiat Divino tem seu ato primeiro, de modo que nenhum outro ato pode dizer, sou ato primeiro d’Ele, como poderão encontrar-se diante de Deus como ato primeiro aqueles que virão depois a viver n’Ele se já estão os primeiros?” E o meu Divino Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, para quem vive ou viverá em meu Querer, todos serão como ato primeiro diante de Deus, porque Ele tem um ato só, um ato incessante que parte sempre do primeiro ato, e em virtude deste único e incessante ato eleva a todos os atos feitos nele ao primeiro ato seu, de modo que todos aqueles que viverão em meu Querer se encontrarão em seu ato único, e todos como primeiro diante da Majestade Adorável. Portanto, na minha Vontade não haverá nem primeiro nem depois, mas todos fundidos em um só ato; que honra, que glória, que a criatura possa ter um lugar neste ato só da Vontade do seu Criador, da qual, como fonte brotam todos os bens, todas as felicidades possíveis e imagináveis!” (5) Depois, ao continuar a seguir os atos do meu amado Jesus, detive-me no ato em que recebeu a Cruz e que ao abraçá-la com toda a ternura do seu amor a colocou sobre o seu ombro para a levar ao Calvário, e Jesus acrescentou:
(6) “Minha filha, a Cruz amadureceu o Reino da Redenção, completou-o e pôs-se à guarda de todos os redimidos, de modo que, se se fazem custodiar pela Cruz, recebem em si os efeitos que contém um fruto maduro, que contém sabor, doçura e humor vital, e faz-lhes sentir todo o bem da Redenção, de modo que elas amadurecem juntamente com o fruto da Cruz e se dispõem a regressar ao Reino da minha Vontade, porque a Cruz também amadureceu o Reino da minha Vontade. Com efeito, quem te dispôs a fazer-te viver nela? Não foi talvez a cruz de tantos anos que te amadureceu como um belo fruto, te tirou todos os gostos cruéis que contém a terra, todos os apegos às criaturas e te converteu em doçuras divinas, colocando-se a cruz de guarda a fim de que nada entrasse em ti que não fosse santo, que não desse do Céu? A cruz não fez outra coisa, que fazendo correr em ti os humores vitais formava em ti a teu Jesus, e teu Jesus encontrando-te madura formava o reino de sua Vontade Divina no fundo de tua alma, e pondo-me em atitude de mestre com todo amor te falava e te falo dela, Ensinei-te os seus caminhos, a vida que deves ter nela, os prodígios, o poder e a beleza do meu reino. Tu deves saber que cada vez que teu Jesus 34 se decide a manifestar uma verdade, é tanto o amor a ela, que coloco minha mesma Vida em cada verdade que Eu manifesto, para fazer que cada verdade tenha a potência de formar uma Vida Divina nas criaturas. Veja então o que significa manifestar-se uma verdade de menos ou uma verdade a mais, é pôr fora de uma Vida Divina a risco, colocá-la em perigo, porque se não vem conhecida, amada e apreciada, é uma Vida Divina que não recebe seu fruto e que não recebe as honras que lhe convêm. Eis por que amo tanto as verdades que manifesto, porque é Minha vida que corre dentro, e amo tanto que sejam conhecidas.
(7) Como é diferente o meu agir do que o das criaturas; se elas falam, ensinam, agem, não fica a sua vida na palavra ou na obra, por isso não se doam, se as suas palavras ou obras não têm os seus frutos, mas eu lamento muito, muito, porque é Vida que faço correr no que Eu manifesto”.
24-13 Maio 10, 1928
Quem faz a Divina Vontade entra na ordem divina. Como na Divindade não podem entrar as penas. Exemplo do sol.
(1) Sentia-me sob a opressão de um peso infinito, minha pobre alma gemia com gemidos afogados pela privação de meu doce Jesus, sem o desabafo de poder tirá-los, e enquanto me sentia consumida pela dor de estar privada de minha Vida e de meu Tudo, a mesma dor enquanto me deixava impávida, destruía em mim a vida da dor, e ao mesmo tempo me sentia imersa em uma dor incapaz de poder expressá-la, era dor sem dor, pena sem pena, e em minha amargura pensava para mim: “E por que não posso me magoar? Sinto em mim uma dor infinita, como infinito Aquele que me deixou, não obstante querendo penetrar numa dor tão justa e santa, como é a de estar privada de Jesus, para dar de beber à minha pobre alma, a dor me foge e fico sem a vida da dor”. Meu Jesus, tem piedade de mim, não me deixes num estado tão infeliz. Mas enquanto pensava assim, o meu amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:
(2) “Minha filha, quem vive em minha Vontade entra na ordem divina, e assim como nossa Divindade é incapaz de dor, nenhuma coisa, ainda que mínima, pode obscurecer minimamente nossa perene e infinita felicidade, e mesmo que as criaturas nos ofendam, a dor, as ofensas, ficam fora de nós, jamais dentro, e se a dor pudesse entrar em Nós, subitamente perderia a natureza da dor e se converteria em felicidade, assim para quem vive em minha Vontade a dor não pode entrar em sua alma, e muito mais, pois sentindo nela a luz, a força, a felicidade da natureza da minha Vontade Divina, sente-se já na posse daquele Jesus do qual lhe parece estar privada; como pode doer se já o possui? Por isso a dor fica fora da alma, isto é, na natureza humana, e enquanto sente todo o rasgo de minha privação e o peso de uma dor infinita, a qual é a de minha privação, a alma por estar investida pelo Fiat Divino parece que não pode doer, por isso sente dor sem dor, pena Volume 24 30 sem pena, porque a dor, as penas, não podem entrar no sacrário de minha Vontade e estão obrigadas a ficar fora, e a alma as sente, as vê, as toca, mas não entram em seu centro, e se isto fosse, a minha Vontade perderia a sua natureza feliz em ti, o que não pode ser. Acontece como acontece com o sol, que é incapaz de trevas, todas as forças humanas não podem fazer entrar um átomo de trevas na sua luz, porém as trevas podem estender-se por fora da luz, mas o sol nada perde, nem o seu calor nem os seus admiráveis efeitos, é sempre triunfante no seu estado de luz, nem as trevas o fazem descer, nem nada tiram a sua luz, mas se o sol se pudesse doer, sentir-se-ia mal ao ser circundado por trevas apesar de não lhe terem causado dano nem a seu centro nem a seu estado feliz. No entanto, esta é uma dor que supera todas as outras dores, porque é dor de ordem divina; quantas vezes o sentiu a minha humanidade!
Ela se sentia esmagada, todas as penas passavam sobre Mim, mas dentro de Mim minha Vontade Divina era intangível de todas minhas penas, e possuía felicidades imensas, bem-aventuranças sem fim; pode-se dizer que em Mim havia duas naturezas, uma oposta à outra, uma de felicidade, a outra de penas, e oh! como minha natureza humana sentia mais ao vivo as penas ante as imensas alegrias de minha Natureza Divina. Por isso tu não és capaz de te expressar, porque são penas de ordem divina, e se tu antes, quando Eu me escondia de ti, sentias que tudo se convertia em ti em dor, era porque faltava em ti a Vida completa da minha Vontade, e por isso aqueles vazios se enchiam de dor e você sentia a sensibilidade da dor e te deixava não imperturbável, pacífica como hoje, mas agitada, sem aquela firmeza que dá de divino, e Eu logo corria para te sustentar porque não via todos os caráteres incansáveis de minha Vontade, porque o que Ela põe nunca é cancelado, e Eu, sentindo-me seguro deixo o meu trabalho para o meu Fiat Divino”.
25-13 Dezembro 13, 1928
Todas as coisas criadas possuem uma dose de felicidade. Como a privação de Jesus faz ressurgir a vida.
(1) Estava fundindo-me no Santo Querer Divino, acompanhando seus atos feitos na Criação, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, todas as coisas criadas foram criadas por Nós com uma dose de felicidade, distinta uma da outra, assim que cada coisa criada leva ao homem o beijo, o ar felicitante, a vida de nossa felicidade; Mas sabes tu quem sente descer em seu interior todos os efeitos de nossas tantas felicidades espalhadas no criado, até ficar empapado por elas como uma esponja? Quem vive em nosso Querer Divino, nossas felicidades não lhe são estranhas, porque tendo o gosto purificado por nosso Fiat e não corrompido pelo querer humano, seu gosto e todos seus sentidos têm a virtude de gostar de todas as felicidades que há nas coisas criadas, e Nós sentimos tal felicidade e alegria ao ver a quem faz nosso Querer ao sentar-se à mesa de nossas felicidades, e alimentar-se com tantos bocados distintos por quantas felicidades há nas coisas criadas. Oh, como é bonito ver a criatura feliz!”
(3) Enquanto estava nisto Jesus fez silêncio, e eu ouvia o som do harmônio que tocava na capela, e Jesus prestava atenção para ouvir, e depois acrescentou:
(4) “Oh, como me sinto feliz porque este som dá prazer é pequena filha de meu Querer, e Eu, escutando-o também tenho prazer! Como é belo fazer-nos felizes juntos, fazer feliz a quem me ama é a maior das minhas felicidades”.
(5) E eu: “Jesus, meu amor, a minha felicidade para mim é Tu só, todas as outras coisas não têm nenhum atrativo para mim”.
(6) E Jesus: “Certamente que para ti a maior felicidade sou Eu, porque contenho a fonte, o princípio de todas as alegrias e felicidades, mas gozo ao dar-te as pequenas felicidades, e assim como as sinto e as gozo Eu, quero que as sintas e as gozes tu junto Comigo”.
(7) Então pensava em mim: “Se Jesus goza tanto quando eu gozo das tantas felicidades que espalhou no criado, por que então me aflige tanto e me torna infeliz, até sentir como se não tivesse vida sem Ele? E me sentindo sem vida todas as felicidades perdem a vida em minha pobre alma!” E Jesus acrescentou:
(8) “Minha filha, se tu soubesses para que servem minhas privações; tu te sentes sem vida privada de Mim, te sentes morta, no entanto sobre aquela dor e daquela morte vem formada minha nova Vida, e esta nova Vida te traz as novas manifestações da Vida de minha Divina Vontade, porque sendo tua pena, pena divina, que tem a virtude de te fazer sentir a morte, mas sem morrer, tem a virtude de fazer surgir de novo a minha própria Vida, com o encanto das minhas verdades. A dor da minha privação prepara o lugar para a minha nova Vida e prepara a tua alma para ouvir e compreender as importantes verdades sobre o meu Fiat Divino. Se Eu não te privasse frequentemente de Mim, não terias tido as novas surpresas de teu Jesus, seus tantos ensinamentos. Não viu você mesma, que depois que esteve privada de Mim e você acreditou que tudo havia terminado para você, minha Vida ressurgia de novo em você, e todo o amor e festividade punha-me a dar-te as minhas lições?
Então, quando eu te privo de mim, eu me escondo em você e preparo o trabalho para te dar, e minha nova Vida para ressurgir. Também Eu sofri a pena da morte, para fazer ressurgir na pena de minha morte todas as criaturas; a morte sofrida em ordem divina e para cumprir a Divina Vontade produz a Vida Divina, para fazer que esta Vida Divina a pudessem receber todas as criaturas. E além disso, depois de que Eu sofri tantas mortes, quis morrer verdadeiramente, quantos bens não produziu a minha Ressurreição? Pode-se dizer que com a minha Ressurreição ressurgiram todos os bens da minha Redenção, e com ela ressurgiram todos os bens às criaturas e a sua própria vida. Por isso seja atenta e deixe-me fazer”.
26-13 Maio 31, 1929
O verdadeiro amor tem necessidade de um desabafo. A Criação foi um desabafo de amor, como também a Redenção e o Fiat Divino. O que significa um desabafo divino.
(1) Enquanto escrevia pensava em mim: “Quantos sacrifícios para escrever, quantas noites de vigília, quanto tempo gasto, só Jesus foi testemunha, que tendo compaixão de mim me sustentava, me ajudava, me inspirava as palavras, e muitas vezes Ele mesmo me ditava o que devia escrever, mas, qual será a utilidade de tantas exigência de Jesus por me fazer escrever, e de tantas lutas internas por colocar sobre o papel o que Jesus me fazia ouvir dentro de mim? Que utilidade a tantos sacrifícios sustentados? Quem se tomará o trabalho de lê-los, de fazê-los conhecer, a fim de que levem o bem de tantas verdades sobre a Divina Vontade entre as criaturas? Creio que ninguém, e todos os sacrifícios ficarão no papel. Do resto, se o escrevi, só o fiz por temor, para não desagradar a Jesus, e só e sempre por obedecer.” Depois, com estes pensamentos continuava a escrever, e quando depois de ter terminado pus-me a rezar, o meu doce Jesus saiu de dentro de mim e estreitando-me entre os seus braços disse-me:
(2) “Minha filha, o amor verdadeiro precisa de um desabafo, Eu não podia conter mais em Mim este desabafo intenso de fazer conhecer minha Vontade, seus conhecimentos, seu valor imenso, e o como quer formar seu reino sobre a terra. Meu coração se encontra no arrebato das chamas, porque quero dar esta surpresa às humanas gerações, o reino de minha Divina Vontade sobre a terra; surpresa não esperada por eles. E meu amor contido gemia, delirava e era devorado por chamas inextinguíveis, porque queria fazer saber que queria dar-lhes este grande bem, bem que ultrapassa todos os demais bens, qual é o reino do meu Fiat Divino. Este grande bem o dei no início da Criação, porque de nossa Divindade não saem jamais bens ou obras incompletas, foi-nos rejeitado pelo homem, e Nós tivemos a dor de sentir que nos rejeitava a vida, a substância, os bens, e a parte mais essencial da Criação, e o homem tornou, para ele, todas as nossas obras incompletas, e não se deu mais pensamento de readquirir o que nos rejeitou, mas enquanto ele não pensava, Nós pensávamos, e isto formava o nosso martírio de amor, martírio que nos durou cerca de seis mil anos, martírio secreto que aumentava as nossas chamas e nos devorava tanto, que não podendo contê-las mais, quis vir a ti para romper o segredo, porque sentia a necessidade de te fazer um desabafo de amor e dizer-te: „Quero dar o que o homem me rejeitou, quero que meu Querer reine sobre a terra’. E para fazê-lo vir a reinar devia fazê-lo conhecer, por isso a necessidade de manifestar-te tantos conhecimentos d‟Ele. Então, se nenhum bem ou utilidade trarão teus sacrifícios de escrever, o que não será, eram necessários a meu amor e serviram para formar meu desabafo e para me tirar das chamas que me devoravam. Assim que cada conhecimento sobre meu Fiat Divino era um desabafo de amor contido que te fazia, era uma nova criação que Eu punha fora, era um unir a Divina Vontade à humana, para reordená-la de novo segundo a ordem criada por Nós. Era vida que saía de Mim, substância e parte essencial para poder formar o reino de minha Divina Vontade sobre a terra. Se você soubesse o que significa um alívio divino: desabafo de amor foi a Criação e, oh, quantos bens não saíram deste desabafo!
Céus, estrelas, sóis, mares, terra florida, e depois o homem, formado com tal arte, que Céus e terra se assombram pelo modo como está formado o homem. Este desabafo teria continuado, e coisas mais belas deviam sair de Nós, mas o homem ao rejeitar nossa Vontade Divina nos fechou este desabafo e deteve nossas obras, e por quatro mil anos nosso desabafo não teve mais saída, mas nosso amor sentia a necessidade de desabafar, queria seus direitos, queria pôr fora suas chamas vitais, e irrompendo seu longo desabato criou a Virgem Santíssima, à qual seguiu a encarnação do Verbo, quantas maravilhas neste segundo desabafo, quanta utilidade, quantos bens não receberam as criaturas? Mas este nosso desabafo ficou pela metade, e nosso amor teve que contentar-se em esperar outros dois mil anos para poder irromper de novo seu desabafo e pôr fora todos seus segredos, as maravilhas mais íntimas de nossa Divindade, os maiores dons necessários para fazer reinar nossa Vontade Divina entre as criaturas. Se você soubesse o que significa um desabafo divino, e assim como na Criação nosso desabafo fez grandes obras, magnânimas, e é útil e contínua sua vida; assim, no alívio da Redenção levará seus admiráveis efeitos e a vida redentora às gerações humanas; assim este desabafo de fazer conhecer que meu Fiat quer formar seu reino, e tudo o que você escreveu sobre seus conhecimentos, terão vida no meio das criaturas. Por isso, por agora deixa-me desabafar, e Eu pensarei em como tornar útil o que te manifestei”.
27-13 Novembro 10, 1929
Somente os pequenos entram a viver na Divina Vontade. Exemplo da criança. Diferença entre a criação do universo e a do homem.
(1) O Fiat Divino me absorve toda em sua luz, e esta luz para me dar seu primeiro ato de vida, me pulsa no coração e me faz sentir o batimento de sua luz, o batimento de sua santidade, de sua Volume 27 26 beleza e potência criadora, e minha pequena alma a sinto como uma esponja toda embebida nestes batimentos divinos, e não podendo contê-lo tudo por minha pequenez, e sentindo-se queimada pelos raios ardentes do Sol do Fiat Divino, penando vai repetindo: Fiat, Fiat, tenha piedade de minha pequenez, sinto que não posso conter sua luz, sou muito pequena, por isso Você mesmo forma o vazio, alarga-me, assim poderei conter mais luz, a fim de não ficar sufocada por esta luz, que não me é dado o poder abraçá-la toda para encerrá-la em minha pequena alma.
Mas enquanto isso eu pensava, meu doce Jesus me disse:
(2) “Minha pequena filha, coragem, é verdade que você é muito pequena, mas você deve saber que em meu Fiat Divino só os pequenos entram a viver em sua luz, e a cada ato que fazem estes pequenos em minha Divina Vontade, sufocam a vontade deles, dando-lhe uma doce morte ao querer humano, porque na minha não há nem posto nem lugar para fazê-lo agir; o querer humano não tem nem razão nem direito, perde seu valor ante uma Vontade, razão e direito Divino.
Acontece entre Vontade Divina e humana, como poderia acontecer a uma pequena criança, que por si só parece que sabe dizer e que pode fazer alguma coisa, mas se é posto junto a um que possui todas as ciências e é perito nas artes, o pobre pequeno perde seu valor, fica mudo e não sabe fazer nada, e fica fascinado e extasiado do belo dizer e do bom agir do sábio. Minha filha, é assim que acontece, o pequeno sem o grande sente que é alguma coisa, em vez disso ante o grande se sente menor do que é. Muito mais ante a alteza e Imensidão de minha Divina Vontade.
(3) Agora, tu deves saber que quantas vezes a alma opera na minha Divina Vontade se esvazia da sua, e forma tantas portas para fazer entrar por elas à minha; acontece como a uma casa que possa possuir o sol dentro dela, quantas mais portas haja, tantos raios extras saem por cada uma das portas; ou como um metal que foi perfurado, posto de frente ao sol, quanto mais buracos tem, cada pequeno buraco se enche de luz e possui o raio de luz. Tal é a alma, quanto mais atos faz em minha Divina Vontade, tantas entradas de mais lhe dá, em modo de deixá-la toda irradiada da luz de meu Fiat Divino”.
(4) Depois disso, eu estava seguindo meu giro na Criação para seguir os atos do Fiat Supremo feitos nela, e meu doce Jesus adicionou:
(5) “Minha filha, há grande diferença entre a criação de todo o universo e a criação do homem; na primeira esteve nosso ato criativo e conservativo, e depois que foi tudo ordenado e harmonizado, nada de novo acrescentamos mais. Em vez disso, na criação do homem não só esteve o ato criativo e conservador, mas também se acrescentou o ato ativo, e de uma atividade sempre nova, e isto porque o homem era criado à nossa imagem e semelhança, e sendo o Ente Supremo um ato novo contínuo, também o homem devia possuir o ato novo do seu Criador, que de algum modo o assemelhasse, e por isso dentro e fora dele ficou o nosso ato ativo de contínua novidade, e em virtude deste nosso ato ativo o homem pode ser, e é, novo nos pensamentos, novo nas palavras, novo nas obras, quantas novidades não saem do gênero humano? E se o homem não dá seu ato novo contínuo senão a intervalos, é porque não se faz dominar por minha Divina Vontade. Como foi bela a criação do homem, nela estiveram nosso ato criativo, conservador e ativo, infundimos como vida em sua alma a nossa Divina Vontade, e colocamos como sangue de sua alma nosso amor. É por isso que o amamos tanto, porque ele não é só nossa obra, como todo o resto da Criação, mas que possui parte de nossa Vida, em modo real, sentimos nele a vida de nosso amor, e como não amá-lo? Quem não ama as coisas próprias? E se não as amasse iria contra a natureza. Por isso nosso amor ao homem dá no incrível; mas a razão é clara, o amamos porque saiu de Nós, é nosso filho e parto de Nós mesmos.
E se o homem não trocar seu amor com o nosso, se não nos cede sua vontade para reter a nossa, é mais que um bárbaro e cruel contra o seu Criador e contra si mesmo, porque não reconhecendo o seu Criador e não amando-o, forma-se dentro e fora de si um labirinto de misérias, de fraquezas e perde sua verdadeira felicidade. Ao rejeitar nossa Divina Vontade se põe à distância com seu Criador, destrói o princípio de sua criação, consumindo o sangue de nosso amor em sua alma, para fazer correr o veneno de sua vontade humana. Por isso, até que nossa Vontade não seja reconhecida e não forme seu reino em meio às criaturas, o homem será sempre um ser desordenado e sem a semelhança d’Aquele que o criou”.
28-13 Maio 20, 1930 Toda a Criação é membro de Deus, e como participa de todas as qualidades divinas. A Divina Vontade, coletora de todos os atos que lhe pertencem.
(1) Estava segundo o meu costume seguindo os atos da Divina Vontade na Criação. Compreendia Volume 28 26 que está totalmente unida com seu Criador, e parece que como membro goza a união com seu corpo, e em virtude desta união o membro sente o calor, o movimento, a vida. Mas enquanto pensava assim, meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, cada coisa criada é um membro distinto meu, e tal me serve para manter a ordem, a vida da Criação, e por meio dela me sirvo, hora para fazer uso da misericórdia, hora de minha potência e hora de minha justiça; muito mais que estando a Criação imersa em minha Divina Vontade, não se pode mover nem agir se meu Fiat Divino não lhe dá o movimento, nem a atitude de agir. Agora, como a Criação, a criatura é membro de Deus, e até mesmo enquanto estiver unida com Deus participa de todas as qualidades de Deus, do mesmo modo que um membro unido ao corpo participa da circulação do sangue, do calor, do movimento do mesmo corpo. Mas quem mantém firme esta união, permanente e em pleno vigor este membro da criatura unido ao seu Criador? Minha Divina Vontade. Ela é vínculo de união e comunicação de calor e movimento, em modo de fazer sentir a cada movimento a Vida de seu Criador, e põe, mais que sangue, em circulação com este membro a santidade Divina, a força, a bondade, em suma, todas as qualidades de seu Criador; mas se a minha Vontade não estiver presente, será um membro separado que não pode fluir para a comunicação do corpo, e se aparentemente parece unido, será como um membro paralisado que viverá com dificuldade, sem movimento, e será de aborrecimento e de dor à cabeça divina, ter um membro e não poder comunicar o bem de sua Vida”.
(3) Depois disto acrescentou: “Minha filha, minha Divina Vontade é a coletora de tudo o que lhe pertence. Ela, ciumenta de seus atos não perde um só, porque cada um de seus atos contém um ato infinito, uma eternidade inteira, uma interminabilidade que não termina jamais, assim que são atos não sujeitos a perder-se, e meu Fiat quando forma seus atos é tanto o amor, o zelo de seu ato, que o tem em seu colo de luz como glória e triunfo do poder de seu agir. Agora, quando a alma vive em minha Divina Vontade e encerra n’Ela seus atos, torna-se um ato de Vontade Divina, e então repete por si todos os atos que faz a Divina Vontade, e lhe dá a glória, a correspondência de seus atos divinos, e oh! como meu Fiat Divino se sente triunfante desta criatura, porque encontra nela um ato puro de sua Vontade, e se faz coletora de tudo o que pode fazer esta criatura, não perde nem sequer um respiro, porque em tudo encontra sua Vontade trabalhadora, e isto lhe basta para ter atos dignos dela, e a ama tanto que a tem estreitada em seu colo de luz para dar-lhe a Vida contínua de seu Querer, e para receber dela a correspondência. Por isso minha filha, sê atenta a receber esta Vida de Vontade Divina, para poder dizer: Vida de Vontade Divina me dás, e Vida de Vontade Divina te dou”.
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9-13 Abril 24, 1931
Deus no agir requer dos atos das criaturas como pequeno terreno onde apoiar suas obras. Quem forma o respiro, o batimento da Criação. As obras de Deus são portadoras de vida.
(1) Continuava a fazer as minhas ações no Fiat Divino, oh! Como desejaria não deixar escapar nada do que tem feito, tanto na Criação como na Redenção, para poder fazer concorrência com meu pequeno ‘te amo’ incessante, te adoro, te agradeço, te bendigo, e te rogo que venha o reino Volume 29 30 da Divina Vontade sobre a terra. Mas enquanto isso pensava, meu amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, nosso agir divino, se bem que superabundante, mas tanto que a criatura não pode chegar a tomar toda a superabundância dos bens que colocamos em nossas obras criadoras, porém para operar requeremos sempre o pequeno obrar da criatura, e segundo o mais ou o menos agir dela, assim dispomos o mais ou o menos dos bens que queremos dar na obra que queremos fazer em benefício das criaturas, porque o agir delas nos serve como pequeno terreno ou espaço onde apoiar nossos bens; se um terreno ou espaço é pequeno, pouco podemos colocar, se é grande podemos colocar muito, e se queremos colocar mais, será incapaz de tomá-lo e de compreender o que Nós lhe demos. Veja então quão necessário é o pequeno agir da criatura para fazer que nossas obras tenham vida em meio às humanas gerações, muito mais que quando a criatura começa seus pequenos atos, suas orações, seus sacrifícios para obter o bem que lhe queremos dar, assim se põe em comunicação com seu Criador, abre uma espécie de correspondência, e todos seus atos não são outra coisa que cartinhas que lhe faz chegar, nas quais agora implora, agora chora, e agora lhe oferece sua mesma vida para movê-lo a dar o bem que queremos dar-lhe. Isto dispõe a criatura a recebê-lo, e a Deus a dá-lo; se isto não fosse, faltaria o caminho e todas as comunicações estariam fechadas, faltaria o conhecimento d’Aquele que quer dar o dom, e seria dar e expor os nossos dons a pessoas inimigas, que não são nem amadas por Nós, nem amantes de Nós, o que não pode ser; enquanto que quando queremos fazer uma obra escolhemos sempre quem nos ama e amamos, porque o amor é o germe, a substância, a vida de nossas obras, e quando falta o amor falta a respiração, o batimento de uma obra e não se aprecia o dom recebido, e se não o apreciar corre o risco de morrer ao nascer. Eis a necessidade de teus atos e de teu sacrifício, inclusive de tua vida, para fazer conhecer meu Querer Divino e fazê-lo reinar; não há obra maior dela, e por isso quero teus atos repetidos, tuas orações incessantes, e teu sacrifício prolixo de uma vida sepultada viva, não é outra coisa que o amplo terreno onde apoia tanto bem.
Cada ato seu é uma cartinha que nos manda, e Nós lendo-a dizemos: ‘Ah sim, há quem queira nosso Querer sobre a terra e quem quer nos dar sua própria vida para fazê-lo reinar! Com isto dispomos as coisas, as graças, os eventos, para encher seu pequeno terreno, e esperamos que o agracie de mais para apoiar o grande dom do reino de nossa Vontade.’ Isto aconteceu na Redenção, esperei muito tempo para descer do Céu à terra para dar tempo suficiente ao povo escolhido para preparar com seus atos, orações e sacrifícios, o pequeno terreno onde podia apoiar os frutos da Redenção, que foram tão abundantes, que as criaturas ainda devem tomar tudo, e se mais tivessem feito, mais teria dado; e se tivesse querido dar mais, sem sequer uma vírgula, um ponto de seus atos, teria sido para eles como um livro ilegível do qual não se conhece a língua, como um tesouro sem chave que não se conhece o que está dentro, porque o Volume 29 31 ato da criatura é o olho que lê e a chave que abre para tomar meus dons. E além disso, dar sem ser conhecido o bem que se dá, teria sido uma dor, e não teria sido digno de nossa sabedoria. Por isso seja atenta em seguir minha Vontade Divina, quanto mais a siga mais a reconhecerá e mais será superabundante em dar seus bens”.
(3) Depois disto estava seguindo minha volta na Criação para unir-me aos atos feitos pela Divina Vontade nela, e meu doce Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, o respirar, o bater do coração, a circulação do sangue da Criação é o amor, a adoração, a nossa glória. Nós colocávamos nela o que Nós somos em Nós mesmos; nossa Natureza é amor puríssimo, e nossa santidade é tanta, que o que produz este amor não é outra coisa que adoração profunda e glória perene ao nosso Ser Divino. Por isso pondo fora a Criação devíamos pôr o que Nós possuímos, não podíamos pôr coisas que a Nós não pertenciam, por isso o batimento da Criação é o amor, e conforme bate, assim a adorna com novo amor, que dando-lhe a carreira da circulação repete incessantemente: ‘A adoração e glória ao nosso Criador’. Agora a criatura, se gira nas coisas Criadas pondo o seu amor, põe o seu e toma o nosso amor, e faz surgir outro amor para a esperar de novo para receber e dar o seu amor, assim que acontece um intercâmbio e uma competição entre as coisas criadas e a criatura, que unindo-se juntas, dão amor, adoração, glória ao nosso Ser Supremo. Por isso se queres amor, pensa que todas as coisas criadas têm o nosso mandato de te dar amor sempre que recebam o teu, assim será mantida a festa do nosso amor entre o Céu e a terra, e tu sentirás a felicidade do nosso amor e te será substituído o respiro do amor, o batimento da adoração, e circulará em teu sangue glória perene a teu Criador.
(5) Você deve saber que nossas obras estão cheias de vida, nossa força criadora tem virtude de colocar o germe vital em todas as obras que fazemos, e de comunicá-la às criaturas que fazem uso delas. A Criação está cheia de nossas obras criadoras, a Redenção é um campo imenso de nossas ações feitas para que levassem a vida e o bem que contêm as criaturas; assim estamos circundados pela magnificência de nossas obras, mas temos a dor de que estas obras não são tomadas, e muitas nem sequer conhecidas pelas criaturas, e por isso estão para elas como mortas, porque portam vida e produzem frutos de vida por quanto uso fazem delas, e ter tantas obras vitais expostas, tantas propriedades nossas sem produzir os frutos que contêm; e muito mais, ver as criaturas pobres, débeis e sem a vida do verdadeiro bem, magoa-nos tanto que nem consegues compreender em que condições de dor as criaturas nos põem.
Nós nos encontramos nas condições de um pai, que tendo muitos filhos prepara o alimento, e, enquanto o prepara, está tudo em festa, pensando que seus filhos não estarão em jejum, mas comerão do que é seu; depois põe a mesa, prepara os pratos com a diversidade de alimentos que preparou, chama os filhos para quevenham saborear os ricos alimentos que preparou, mas os filhos não escutam a voz do pai e a comida fica sem que ninguém a toque. Qual não é a dor deste pai ao ver que os filhos não se sentam à sua mesa e não se alimentam dos alimentos que ele preparou, o só ver a mesa cheia de alimentos lhe causa dor. Assim estamos Nós ao ver que as criaturas não se ocupam das tantas obras que fizemos com tanto amor para elas. Por isso, quanto mais tomar do nosso, mais Vida Divina receberá, nos tornará mais contentes e nos cicatrizará a chaga profunda da ingratidão humana”.
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