Estudo 54 Livro do Ceú Vol. 20 a 29 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 54 Livro do Ceú Vol. 20 a 29 – Escola da Divina Vontade
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20-58
Fevereiro 11, 1927

Onde reina a Divina Vontade, Jesus põe em ordem as cordas de seus atributos, e como deve poder dizer: Aqui é meu céu. Como os filhos do Fiat serão reis e rainhas, e só quem possui o Fiat Divino tem o direito de pedir seu Reino.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu adorável Jesus me fazia ver em meu interior muitas cordas, uma junto à outra que partiam de uma esfera no meio das cordas, sob a qual havia um vazio, e naquele vazio estava meu doce Jesus que muito frequentemente tocava aquelas
cordas e soavam, mas em modo tão harmonioso e belo que não se pode descrever, e depois de ter tocado sua canção disse:

(2) “Minha filha, estas cordas são símbolo da alma na qual reina minha Vontade, Eu mesmo me deleito de formá-las e de colocá-las todas ordenadas; olhe-as como são belas, cada corda tem sua cor distinta, investidas de luz, de modo que todas juntas formam o mais belo arco-íris, todo
deslumbrante de luz. Mas queres saber porque é que cada corda tem uma cor diferente? Porque cada uma delas simboliza todas as minhas qualidades divinas, isto é, os meus atributos, por isso pus tudo em ordem, a corda do amor, a corda da bondade, a corda do poder, da misericórdia, da força, da sabedoria, da pureza, em suma, tudo, não excluí nem sequer a corda da justiça, de modo que quando quero amar e ser amado, toco a corda do amor, oh! como é doce seu som, suave, penetrante, deleitável, de modo que sacode Céus e terra, investe as fibras mais íntimas de todos
os seres onde reina meu Querer, e Eu amo e sou amado, porque o som atrai e arrebata a todos a me amar, e Eu fico arrebatado por meu mesmo amor, amo e faço sair oceanos de amor; este som é tão melodioso que me faz tolerar tudo e suportar os graves males do pobre mundo. Este som me faz passar a tocar a corda da bondade, e este som chama a atenção de todos para receber os bens que minha bondade quer fazer sair, que quer dar às criaturas, neste som se ouvem vozes que falam e põe atentos a todos, é som de surpresa, de admiração ao ouvir nesse som de vozes os bens que quero dar, este som enquanto me faz tirar meus bens dispõe às criaturas a recebê-los.

Portanto, sempre que quero colocar um atributo meu no meu ofício, toco na corda que lhe pertence e ponho-o em atitude de soar. Mas sabe por que coloquei todas essas cordas em você? Porque onde reina minha Divina Vontade quero encontrar-me a tudo Eu mesmo e todas as coisas que me
pertencem, de modo que o que faço no Céu devo poder fazê-lo na alma onde domina e reina meu Fiat Supremo, devo ter meu trono, minhas músicas, de modo a poder fazer vibrar o som da misericórdia para converter às almas, o som da sabedoria para me fazer conhecer, o som da minha
força e justiça para me fazer temer, devo poder dizer, aqui é o meu Céu”.

(3) Depois disto estava fazendo meu giro na Criação, e enquanto imprimia meu te amo em cada coisa, pedia que em virtude daquela Vontade Divina que as conserva belas e íntegras viesse o Reino do Fiat Supremo sobre a terra, mas enquanto isso fazia pensava em mim: “As coisas criadas são inanimadas, portanto não têm virtude de pedir um Reino tão santo”. Mas enquanto pensava assim, o meu amado Jesus saiu de dentro de mim e disse-me:

(4) “Minha filha, é verdade que as coisas criadas são sem alma, mas dentro de cada uma delas corre a Vida da minha Vontade, e somente em virtude d‟Ela se conservam belas como foram criadas. Agora, as coisas criadas são todas nobres e rainhas, pertencentes todas à minha família
real, e em virtude de minha Vontade que as anima e dos atos que exerce minha Vontade nelas, têm o direito de pedir que venha meu Reino, porque é também Reino delas. Para pedir com direito que venha o Reino do Fiat Divino é necessário que seja uma de nossa família, na qual nossa Vontade tem seu primeiro posto, seu trono, sua Vida; eis por que primeiro te fiz nascer n‟Ela, para que pudesse ter seus direitos de paternidade sobre ti, e você pudesse ter os direitos de filha, para poder ter os direitos de lhe pedir o seu Reino, e não só tu, mas também em virtude de todas as coisas criadas, isto é, de todos aqueles inumeráveis atos que exerce em toda a Criação, que venha  à terra o nosso e vosso Reino. Minha filha, quem pode aspirar a ter o direito de ser rei senão um filho de rei? Aliás, todos veem nele o direito de que o reino seja seu, mas se se vir aspirar a este lugar um servo, um aldeão que não pertence à família real e diz que tem o direito de ser rei e que o reino será seu, a esse tal tem-no como louco e merece ser gozado. Assim quem quiser pedir meu Reino e não reina nele meu Santo Querer, estando nas condições de servo não tem direito de pedir
meu Reino, e se o pede é sem direito e um simples modo de dizer. Agora suponha que um rei tivesse por filhos centenas e milhares de filhos, que todos pertencem legitimamente à família real, não têm todos estes o direito de ocupar postos nobres, convenientes a sua condição e de dizer que
o reino de nosso pai é reino nosso porque carregamos em nossas veias seu sangue real?

Agora, na Criação toda e nos filhos que pertencerão ao Reino do Fiat Divino correrá neles mais que sangue a Vida d‟Ele, que lhes dará o direito de pertencer à família real e celestial, de modo que todos serão reis e rainhas, todos ocuparão postos nobres, dignos da família a que pertencem. Por isso têm mais direito as coisas criadas de que venha o Reino de meu Querer, porque todas são filhas do Céu e são os atos de minha mesma Vontade que o pede nelas, mais do que as próprias criaturas, que, fazendo a sua vontade, se reduziram à condição de servas. Portanto quando você pede em nome do céu, do sol, do mar, e de todas as outras coisas criadas que venha o Reino do Eterno Fiat, obriga a minha mesma Vontade a pedir que venha seu Reino, e te parece nada que uma Vontade Divina peça em cada coisa criada, porque você pede seu Reino? Por isso continua e
não recue. Além disso, tu deves saber que é a minha própria Vontade que te põe a caminho em toda a Criação para ter a sua filha em todos os seus atos junto com Ela, para te fazer realizar o que Ela faz e quer de ti”.

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20-59
Fevereiro 13, 1927

Enquanto a Divina Vontade não for conhecida e não tiver seu Reino, a glória de Deus na Criação será incompleta. Exemplo de um rei.

(1) Estava seguindo a Divina Vontade em seus atos na Criação, e em minha mente me veio uma dúvida: “Como pode ser que Jesus diz que até que venha o Reino de sua Vontade à terra, a glória da Criação e Redenção estará incompleta, como pode ser isto? Não tem acaso esta Vontade Suprema virtude de glorificar-se por Si mesma? Certo que tem esta virtude e é mais que suficiente para sua glória, porém diz que se sua Vontade não estender seu Reino no meio das criaturas, sua glória por causa da Criação será incompleta”. Agora, enquanto isso eu pensava, meu adorável
Jesus me surpreendeu com uma luz viva que saía d‟Ele me disse:

(2) “Minha filha, a coisa em si mesma é claríssima, que enquanto minha Vontade não seja conhecida e não tenha o seu primeiro posto de honra e de domínio em cada ser que saia das nossas mãos criadoras, a sua glória estará sempre incompleta. A razão é claríssima, porque na Criação nossa finalidade primeira foi que saindo de Nós esta Suprema Vontade, que bilocando-a em toda a Criação se estendia por toda parte, no céu, no sol, no mar, na flor, nas plantas, até na terra e em cada ser saído de nossas mãos criadoras, constituindo-se vida de tudo para formar sua Vida em cada ser, e bilocando-se em cada criatura pudesse ter tantas Vidas suas e tantos reinos para dominar por quantas criaturas saíam à luz. Agora, minha Vontade não se retirou, não há ponto onde não se estenda sua Vida Divina, não há criatura que não esteja investida por esta Vontade Suprema, e enquanto se estende por toda parte e investe tudo e todos, não pode formar sua Vida, quantas Vidas Divinas sufocadas nas criaturas, quantos lhe negam o primeiro posto em seus atos, quantos a adiam por atos indignos e vis, negando-lhe seu domínio! E te parece pouco a destruição de tantas Vidas Divinas desta Vontade minha nas criaturas? De tantos atos seus nobres e sublimes que se sente destruir enquanto se servem d‟Ela para formar vidas humanas, vidas deploráveis, monstros que servirão para o inferno? Parece-te pouco minha filha?

O dano que recebe nossa glória por causa da Criação é grande e incalculável, que nem mesmo todo o bem da Redenção nos pôde refazer, porque com a mesma Redenção o homem não retornou à unidade de nossa Vontade, nem Ela reina completamente nas criaturas; quantas vidas que se dizem boas, santas, mescladas de Vontade Divina e humana, por isso nossa glória na Criação não está completa, só estará completa quando as coisas criadas por Nós servirem a nossa própria Vontade e àqueles que lhe derem o primeiro posto de honra, a reconhecerem em todas as coisas e fazendo-a reinar em todos os seus atos a constituam Rainha absoluta e Rei dominante. Não te parece justo e de direito que sendo tudo de minha Vontade e encontrando-se por todas partes e por todos como vida primária de tudo, que todos a reconheçam e todos se tornem Vontade Divina, pertencendo todos a Ela? Suponha um rei que tivesse seu reino, todas as terras, as vilas, as cidades, são exclusivamente suas propriedades, não há nada que não lhe pertença, não só como direito de que o reino é seu, mas também como direito de propriedade de que pertencem a ele. Agora, este rei por bondade de espírito que possui quer ver seu povo feliz e distribui gratuitamente suas propriedades, suas vilas, suas terras, dando-lhes até suas cidades para que habitem nelas, de modo que todos podem ser ricos abundantemente, cada um em suas condições, e todo este grande bem que faz ao seu povo é com a única finalidade de que o reconheçam pelo seu rei, dando-lhe todos absoluto domínio, e que reconheçam que as terras ocupadas por eles lhes foram dadas gratuitamente pelo rei, a fim de que seja glorificado, reconhecido e amado pelo bem que lhes fez. Agora, este povo ingrato não o reconhece por seu rei, e as terras que possuem se tomam o direito de propriedade, desconhecendo que foram dons feitos pelo rei, não viria então este rei a ser defraudado em sua glória por todo o bem que tem feito a seu povo? E se acrescentares que se servem das terras do rei sem lhe dar utilidade: Quem não a trabalha, quem tira as mais belas plantações, quem deixa secar os seus belos jardins, de modo que se procuram a sua infelicidade e miséria, tudo isto se acrescentaria ao dano da glória do rei, à desonra e daria uma dor que ninguém poderia mitigar. Isto não é mais que uma sombra apenas do que fez e faz ainda minha Suprema Vontade, ninguém nos deu nem um centavo porque recebe o bem do sol, do mar, da terra, senão que tudo damos gratuitamente e só para os fazer felizes e que reconheçam ao meu Fiat Supremo que os ama tanto e não quer mais que amor e domínio. Agora, quem poderia refazer esse rei do dano da glória que não lhe deu seu povo e mitigar sua intensa dor?

Suponha também que um deste mesmo povo, investindo-se da justa dor de seu rei e querendo refazê-lo de sua glória, começa ele, como primeiro, a pôr bela a terra que ocupa, de modo a torná-la o mais belo e florido jardim do reino, depois diz a todos que seu jardim é um dom que lhe fez o rei porque o ama, depois chama ao rei a seu jardim e lhe diz: „Estes são domínios teus, é justo que estejam todos à sua disposição.‟ O rei goza desta lealdade e diz: „Quero que seja rei junto comigo, que reinemos juntos.‟ Oh! como se sente reintegrar a glória, mitigar a dor por este tal de seu povo; mas este homem não se detém, percorre todos os caminhos do reino e sacudindo a todos com sua palavra chama a um bom número de pessoas a que o imitem, e forma o povo leal que dá o direito de domínio ao seu rei. E o rei se sente refeito em sua glória e por prêmio lhes dá o título de filhos seus e lhes diz: ¨Meu reino é vosso, reinai filhos meus.‟ Esta é a minha finalidade, que no meu Reino não haja servos, mas filhos e reis como Eu. Assim será da minha Divina Vontade. Oh! como espera que lhe seja dada sua glória completa na Criação, que seja reconhecido que tudo é seu para poder dizer: ¨Tudo é vosso, reinemos juntos.‟ Como espera que seus conhecimentos sobre o Fiat Supremo percorram os caminhos para sacudir, para chamar, para apressar que venham ao meu reino e me forme meus verdadeiros filhos aos que possa dar o título de reis. Por isso tenho tanto
interesse que estas manifestações sobre meu Divino Querer sejam conhecidas, porque se trata de meu ato maior, qual é o cumprimento de minha glória e o bem completo das criaturas”.

21-7
Março 16, 1927

Assim que Jesus foi concebido, formou o reatamento de seu Reino com as criaturas. Como na Divina Vontade estão os atos universais que são necessários para reivindicá-la.

(1) Estava pensando no Fiat Supremo e no modo como pode vir e ser realizado este Reino, e meu amado Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, assim que teu Jesus foi concebido, retomei de novo o Reino de minha Vontade Divina com as criaturas. Era necessário que Ela tomasse domínio absoluto em minha Humanidade e tivesse sua Vida livre em todos meus atos, para poder estender seu Reino como queria em
minha Humanidade. Assim, tudo o que eu fazia: Obras, orações, respiro, batida e sofrimentos, eram vínculos, retomados do Reino do meu Fiat com as criaturas. Eu representava o novo Adão, que não só devia dar os remédios para salvá-los, mas devia refazer, restituir o que o velho Adão perdeu; por isso me foi necessário tomar a natureza humana para poder fechar nela o que a criatura tinha perdido, e por meio de mim dá-lo de novo. Era de justiça que minha Vontade Divina tivesse uma natureza humana a sua disposição e que em nada se opusesse, para poder de novo estender seu Reino no meio das criaturas, muito mais que uma natureza humana lhe havia tirado seus direitos de reinar, por isso, era necessária outra que lhe restituísse os seus direitos. Portanto minha vinda à terra não foi só pela Redenção, mas sim, a primeira finalidade foi para formar o Reino de minha Vontade em minha Humanidade, para dá-lo novamente às criaturas; se isto não fosse assim, a minha vinda sobre a terra seria uma obra incompleta, não digna de um Deus, que nada menos não teria podido restabelecer a obra da Criação, a ordem como saiu de nossas mãos criadoras, que em tudo devia reinar nossa Vontade. Agora, para que estes recomeços que formou minha Humanidade do meu Reino com as criaturas, pudessem ter validade, vida e ser conhecidos, era necessário que escolhesse uma criatura, que dando-lhe por ofício especial que fizesse conhecer este Reino do meu Querer, vincular com ela todos estes recomeços que tinha formado a minha Vontade com a minha humanidade, dando-lhe capacidade de transmitir estes recomeços do meu Reino às outras criaturas. Por isso estou no fundo de tua alma mantendo a Vida do Fiat Supremo, para vincular estes recomeços e estender nela seu Reino, e te falo tanto dele como a nenhum outro até agora lhe falei, por tanto seja atenta, que se trata da coisa maior, qual é restabelecer a ordem da Criação entre o Criador e a criatura.

(3) Não só isto, mas era necessário que escolhesse primeiro uma criatura que vivesse no Fiat Divino para receber dela atos universais, porque minha Vontade é universal, se encontra por toda parte, não há criatura que não receba sua Vida. Agora, o homem com subtrair-se da minha Vontade rejeitou um bem universal, tirou a Deus a glória, a adoração, o amor universal; assim, para dar novamente este Reino, estes bens universais, quer por direito que primeiro uma criatura vivendo neste Fiat, se lhe comunique este ato universal, e conforme ama, adora, glorifica, reza, se constitui junto com seu mesmo Querer amor universal por todos, adoração e glória por cada criatura, e difundindo sua oração como se cada uma rezara, roga de modo universal que venha o Reino do Fiat Divino no meio das criaturas. Quando um bem é universal, são necessários atos universais para obtê-lo, e só em minha Vontade há esses atos.

À medida que tu amas Nela, o teu amor estende-se onde quer que Ela se encontre, e a minha Vontade sente o teu amor em toda a parte, sente-se a seguir por toda a parte, portanto sente em ti o primeiro amor como tinha estabelecido que a criatura a amava no princípio da Criação; sente seu eco em seu amor que não sabe amar com amor pequeno e finito, senão com amor infinito e universal; sente o primeiro amor de Adão antes de pecar, que não fazia outra coisa que repetir o eco da Vontade de seu Criador, e sente-se atraída por estes atos universais que a seguem por toda parte para vir a reinar de novo no meio das criaturas; por isso te escolhi filha minha, e do meio de sua estirpe, não só para manifestar-te os conhecimentos, os bens, os prodígios deste Fiat, mas para fazer com que tu, vivendo Nele, com os teus atos universais, te inclines à minha Vontade para vir a reinar novamente como ao princípio da Criação no meio das criaturas. Por isso a ti te é dado unir a todos, abraçar a todos, a fim de que encontrando a todos e tudo em ti, como tudo se encontra em minha Vontade, farás que se ponham de acordo, dar-se-ão o beijo de paz e meu Reino será restabelecido no meio das criaturas. Eis por que a necessidade dos conhecimentos, das maravilhas do meu Fiat Divino, para dispor as criaturas, para encorajá-las a desejar, a querer, a suspirar este Reino e os bens que há nele; e a necessidade de escolher primeiro uma criatura que vivendo nele, com os seus atos universais que eu mesmo forneci a Querer, que são atos divinos, consiga o Reino do meu Fiat às criaturas. Eu faço como um rei cujo povo tem sido rebelde a suas leis, o rei usando de seu poder, a quem mete à prisão, a quem manda ao exílio, a quem lhe tira o direito de possuir, em suma, a todos dá o castigo que justamente merecem.

Agora, com o longo andar do tempo o rei tem compaixão de seu povo, escolhe a um de seus ministros mais fiéis e abrindo seu coração dolorido diz: Quero confiar em você, escute, decidi te dar o mandato de que me chame aos pobres exilados, que liberte os prisioneiros, que restitua o direito de possuir os bens que lhes tirei, e se me forem fiéis lhes duplicarei seus bens, sua felicidade’. E lida longamente com este ministro de sua confiança, planejando tudo o que se deve fazer, muito mais que este ministro estava sempre junto ao rei, rogando por seu povo, que desse a todos graça de perdão e de reconciliação.

Então, depois de ter planejado tudo em segredo, chamam os outros ministros dando ordem de que façam chegar a boa notícia no meio de todo o povo, nas prisões, no exílio, de como o rei quer fazer a paz com eles, que quer que cada um volte ao seu posto e todos os bens que o rei lhes quer dar; e enquanto se espalham estas belas notícias, desejam, suspiram, se dispõem com seus atos a receber sua liberdade e o Reino perdido por eles; agora, enquanto se difundem as notícias, O fiel ministro está sempre ao lado do rei, exortando-o com incessantes súplicas para que o povo receba o bem estabelecido entre eles. Precisamente isto é o que eu fiz Eu, porque o que se pode fazer entre dois, ao tu por tu, no segredo da dor e do amor de dois seres que se amam e que querem o mesmo bem, não se pode fazer entre muitos. Um segredo dor e amor de teu Jesus, unidos com a alma que escolho, têm tal poder: Eu de dar e ela de impetrar o que se quer; o segredo entre você e Eu amadureceu os tantos conhecimentos que te dei do Reino de meu Fiat Divino, fez ressurgir teus tantos atos nele; o segredo entre você e eu me fez desabafar minha dor tão grande e de tantos séculos nos quais minha Vontade, enquanto estava no meio das criaturas, era vida de cada ato delas, não a conheciam, a têm em estado de agonia contínua. Minha filha, uma dor minha desafogada no segredo do coração de quem me ama, tem a virtude de mudar a justiça em misericórdia, e minhas amarguras se trocam em doçuras. Então, depois que confiei em você, planejando juntos tudo, chamei meus ministros dando-lhes ordem de fazer conhecer ao povo as belas notícias sobre meu Fiat Supremo, seus tantos conhecimentos, e como chamo a todos a que venham a meu Reino, que saiam da prisão, do exílio da sua vontade, que tomem posse dos bens perdidos, que não vivam mais infelizes e escravos da vontade humana, mas felizes e livres em minha Vontade Divina. E como este segredo teve virtude de nos dizer coração a coração as tantas manifestações maravilhosas do eterno Fiat, saindo fora este nosso grande segredo, fará tanto caminho no povo, que surpresos implorarão com suspiros que venha o meu Reino que porá fim a todos os seus males”.

22-7
Junho 29, 1927
Como Deus tem fixo seu olhar em nosso interior. Para quem vive na Divina Vontade tudo se converte em Vontade de Deus.

(1) Estava pensando que nada faço para glorificar meu amado Jesus, e Ele movendo-se dentro de mim me disse:
(2) “Minha filha, Eu não olho para o que você faz externamente, mas vejo se a fonte de seu interior está cheia apenas do meu amor e tanto, de derramar-se fora em seus atos externos, de maneira de ficar até seus atos externos, como por orvalho celestial, Todos enfeitados pela fonte do meu
amor dentro de ti. Assim que meu olhar está sempre fixo em seu interior, e se meu amor unido com meu Querer Divino murmura sempre em você, é sempre bela a meus olhos, bela se ora, bela se trabalha e sofre, bela se toma o alimento, se fala, se dorme, me é sempre bela, em cada ato teu,
qualquer que seja, recebes do meu Querer uma nova tinta de beleza, fazendo-te parecer mais bela aos meus olhos, e meu amor cresce na fonte de tua alma, de modo que teus atos externos respiram mais que ar meu amor e despedem exalações tão agradáveis a Mim, que me dão tanto
prazer que me fazem ir me deleitar em ti”.

(3) Depois seguia pensando na Divina Vontade e abandonando-me toda nela, e meu doce Jesus adicionou:

(4) “Minha filha, para quem vive na minha Divina Vontade todas as coisas se voltam para ela Minha Vontade, tudo o que faz, toca e vê; toca, vê e faz minha Vontade. Se pensa e vive em meu Querer, sentirá investido a correr em sua mente a santidade da inteligência da Vida Divina; se falar, sentirá
correr em sua palavra a santidade daquele Fiat, que se falar, cria; se age e caminha sentirá correr nos seus, a santidade das obras divinas e os passos do Fiat Eterno; ainda se dorme sentirá em si o repouso eterno de seu Criador, e todos farão concorrência para levar-lhe minha Vontade: O sol com sua luz, o vento com seu frescor, o fogo com seu calor, a água com seus refrescos, as flores com seu perfume, o pássaro com seu canto e trino, o alimento com seus sabores, o fruto com sua doçura, em suma, um não esperará o outro, levando-lhe todos os atos que faz minha Vontade em cada coisa criada, de modo que a alma estará como rainha a receber todos os atos inumeráveis que faz o Querer Divino em toda a Criação. Aquele Querer Divino que vive e reina nela atrairá todos seus atos que exercita em todas as coisas, em sua pupila se formará um doce encanto, de
maneira de descobrir em todas as coisas aquela Vontade Divina que corre em tantos diversos modos para ela, para fazê-la chegar a ser toda Vontade de Deus”.

(5) Depois disto pensava entre mim: “Como será que quando estou fazendo ou cumprindo meu giro em toda a Criação para seguir os atos da Suprema Vontade, sinto sair de mim uma luz, e ainda que não veja meu amado Jesus, me diz sempre alguma verdade que pertence ao Fiat Divino”. E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(6) “Minha filha, acontece em ti como quando um recipiente está cheio de água ou de outro líquido, se se põe dentro um pedaço de pão, a água se derrama fora e banha o lugar que o circunda; ou bem como acontece no mar, o vento eleva as águas e forma as ondas como se quisesse fazer ver
todas as águas do mar. Assim acontece de você, você entrar nos atos de minha Vontade, o girar nela, é mais que pão imerso no recipiente cheio de água, e mais que vento que faz elevar a luz de minha Vontade, A qual, dilacerando-se transborda fora de ti e falando-te com a sua linguagem de luz, te fala daquela mesma luz da qual estás cheia, querendo fazer-se conhecer com as suas ondas de luz quem é, o que sabe fazer e o que quer fazer. Conforme você põe o vento de seus atos em meu Querer, assim a luz dela se move, forma suas ondas de luz até transbordar fora de você, para fazer conhecer não só a você, mas também aos demais suas ondas de luz, isto é, suas verdades.

(7) Tudo o que te manifestei a respeito de minha Vontade, foi dito também à Soberana do Céu, porque Ela não fazia outra coisa que dilatar continuamente para tomar suas manifestações, conhecê-las, amá-las e possuí-las mais que vida própria, mas não transbordavam fora de Si, mas
estas ondas permaneciam dentro de Si porque não tinha o mandato de fazer conhecer minha Divina Vontade, não era sua missão, e conservou-as em seu próprio coração, ainda as mais pequenas verdades, como as maiores, como preciosas relíquias, como depósitos sagrados, esperando por você que deveria ter uma missão especial para fornecer-lhe também o seu vento, para fazê-lo inflar as ondas da luz do Querer Divino, a fim de que transbordando fora de você, pudesse ter sua parte em fazer conhecer minha Vontade”.

23-7
Outubro 10, 1927
A Vontade Divina é múltipla em seus atos enquanto é um só. A Divina Vontade fica concebida em quem vive nela. Para quem vive na Divina Vontade a terra não é exílio, é exílio para quem não faz a Vontade de Deus.

(1) Minha pobre mente continua seguindo os atos de Jesus feitos por amor nosso, e indo novamente à sua concepção, oferecia todos meus atos feitos em seu Querer Divino, com todo meu ser em honra de sua concepção. Enquanto estava nisto, de mim saía uma luz que ia colocar-se no
seio da Imaculada Rainha no ato em que Ela concebia, e meu sempre amável Jesus me disse:

(2) “Minha filha, minha Vontade Divina é múltipla em seus atos, mas não perde nenhum, a unidade que possui e seu ato incessante mantêm a unidade em seus atos como se fossem um só, enquanto são inumeráveis, e conserva em seus atos o ato de fazê-lo incessantemente, sempre,
sempre, sem cessar jamais, fazê-lo para conservá-lo sempre novo, fresco, belo e pronto a dá-lo a quem o quiser, mas enquanto o dá não o separa de minha Vontade, porque Ela é Luz, e a virtude da luz é: Dá-se, difunde-se, alarga-se, toma-se dela quanto se quiser, mas não se separa, é inseparável por virtude e por natureza que possui a luz. Olha, também o sol possui esta virtude, suponha que você tivesse a morada fechada, a luz não estaria nela, mas se você abrir as portas a luz enche sua morada. Talvez a luz do sol se tenha separado? Não, não, mas se alongou e ampliou sem separar uma só gota de sua fonte, mas apesar de que a luz não se separou, você possuiu o bem da luz como se fosse sua. Mais que sol é minha Vontade Divina, Ela se dá a todos mas não perde nem sequer uma pequena parte dos seus atos. Agora, minha concepção, meu Fiat a tem sempre em ato, e você tem visto como a luz de seus atos feitos em ti se estendia até no seio da Soberana Celestial, como para fazer conceber sobre ela a seu sumo bem Jesus, é a unidade de seus atos que concentrando-os todos em um ponto, forma suas maravilhas e minha própria Vida.

Agora, minha concepção meu Fiat a tem sempre em ato, e você já viu como a luz de Seus atos feitos em ti se estendia até o seio da Soberana Celestial, como para fazer conceber sobre ela a teu sumo bem Jesus, e a unidade de seus atos que concentrando-os todos em um ponto forma seus portentos e minha vida. Por isso fico concebido nos atos de Querer Divino, naqueles da Mãe Divina e de seus atos feitos nele. E mais, eu te digo que sou concebido continuamente em todos os atos daqueles que possuirão o reino da minha Vontade, porque quem a possui recebe toda a plenitude dos bens da minha Vida, porque eles, somente com os atos feitos nela, concorrem à minha concepção e ao desenvolvimento de toda a minha Vida, portanto é justo que recebam todos os bens que Ela contém. Em troca, aqueles que não possuem minha Vontade, apenas as migalhas
tomam dos bens que trouxe à terra com tanto amor, e por isso se veem criaturas fracas no bem, ligeiras, inconstantes, todo olho e todo coração para as coisas passageiras, porque, faltando nelas a fonte da luz do meu eterno Querer, não se alimentam da minha Vida, que maravilha então que
carreguem sobre o seu rosto a palidez, que se sintam morrer para o verdadeiro bem, e se fizerem alguma coisa, tudo é dificuldade e sem luz, e crescem deformados, de dar piedade”.

(3) Depois disso me sentia oprimida e sentia todo o peso de meu longo e duro exílio, e me lamentava com meu adorável Jesus, que ao duro martírio de suas privações me acrescenta o afastamento de minha pátria celestial e lhe dizia: “Como é que não tem compaixão de mim? Como é que me deixas sozinha sem Ti em poder somente de teu amável Querer? Como me deixas tanto tempo nesta terra de exílio?” Mas enquanto eu aliviava a minha dor, a minha Vida, o meu Tudo Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:

(4) “Minha filha, a terra é exílio para quem não faz nem vive na minha Vontade, mas para quem vive nela não se pode chamar exílio, mas um passo de distância, que quando menos acreditar, dado esse passo se encontrará na pátria celestial, não como um que vem do exílio, que nada conhece dela, senão como um que já sabia que era sua e conhecia a beleza, a formosura, a felicidade da eterna cidade. Minha Vontade não suportaria ter nas condições de exilada quem vive nela, para fazer isso deveria mudar natureza, regime entre quem vive nela no Céu e entre quem vive nela na terra, o que nem pode nem quer fazer. Talvez se diga exílio para quem sai de sua casa para afastar-se um passo? Certamente que não, ou bem se pode dizer exílio para quem vai a uma população dentro de sua própria pátria? O exílio minha filha significa circunferência de espaço sem poder sair dele, despojamento de bens, trabalhos forçados sem poder eximir-se deles; minha Divina Vontade não sabe fazer estas coisas, e você vê-o, toca-o com a mão, como sua alma não tem circunferência de lugar, de espaço, põe-se em qualquer lugar, no sol, no céu, alguma vez fizeste tuas escapadas até acima nas regiões celestiais e, quantas vezes não te imergiu na mesma luz interminável do teu Criador? Onde não é livre para ir? No mar, no ar, onde quer que seja, na verdade, minha própria Vontade goza, te empurra, te dá o voo para girar em qualquer lugar, Ela se sentiria infeliz de ver quem vive Nela sem liberdade e obstruída.

Meu Fiat Divino em lugar de despojar, enche até a borda à alma de seus bens, dá-lhe o domínio de si mesma, converte as paixões em virtudes, as debilidades em força divina, meu Fiat dá alegrias e felicidade sem número, dá por graça o que Ele é por natureza: Firmeza, irremovível , perene. Exílio é para quem é tiranizado pelas paixões, sem domínio de si mesmo, sem poder se estreitar em seu Deus, e se algum bem pensa, esta misturado, circundado por trevas, assim que as virtudes do pobre exilado são forçadas, inconstantes, é escravo de suas mesmas misérias, e isto o torna infeliz. Tudo ao contrário para quem vive na minha Vontade Divina, nem Eu teria tolerado ter-te por tão longo tempo em vida se te soubesse no exílio, teu Jesus te ama demasiado, como poderia ter suportado ter-te exilada? E se o tolero é porque sei que como pequena filha do meu Querer, Ele te tem não em condições de exílio, mas livre e dominante em suas propriedades, em sua luz, com a única finalidade de formar em ti seu reino e de consegui-lo a favor da família humana. E tu deverias estar contente disto, sabendo que todos os desejos, as ânsias, os suspiros de teu Jesus são pelo reino de minha Vontade sobre a terra; minha completa glória a espero do Fiat Voluntas Tua come in Cielo Così in terra”.

24-7
Abril 16, 1928
A vontade humana é símbolo de uma semente danificada. A Divina Vontade tem virtude de restituir a vida inicial ao germe. O eco divino entre as criaturas.

(1) Estava pensando no Santo Querer Divino, e milhares de pensamentos se amontoavam em minha cabeça, especialmente sobre como poderá vir seu reino, como as criaturas poderão receber tanto bem e elevar-se tanto de entrar naquele Fiat de onde saiu a Criação. Mas enquanto isso e
outras coisas pensava, meu amado Jesus movendo-se dentro de mim me disse:

(2) “Minha filha, minha Vontade tem virtude de purificar, limpar a névoa, embelezar e mudar a mesma natureza. A vontade humana é como uma semente deteriorada por dentro, enquanto que por fora parece boa, a vestidura que cobre a semente parece em boas condições, mas se se tira a
vestidura, se encontra que a semente está meio podre, alguma está vazia, e alguma enquanto possui a vida, sem expô-la ao sol, ao vento, terminará de apodrecer; em troca, se se expõe ao sol, ao vento, com a luz, calor e vento, lhe será tirada a parte má, a purificarão e lhe darão a nova vida.
Tal é a vontade humana, uma semente danificada, cheia de fumaça, de pus e meio apodrecida, mas não estão todos mortos de todo, têm um fio de vida, e se estas sementes que contêm este resto de vida se expõem ao Sol de meu Querer Divino, sua luz, seu calor e seu vento penetrante e
dominante, investirá o germe do querer humano, e a luz e o calor tirarão a névoa do germe, tirando-lhe o que está danificado, o encherão de vida e o vento dominante de meu Fiat o elevará tão alto, de chegar a encerrá-lo naquele Fiat de onde saiu, com sua virtude mudará a natureza do
germe dando-lhe sua vida primeira. Tudo está em expor-se ao Sol de meu Querer e aos raios ardentes e radiantes de seus conhecimentos, fazer-se investir por eles e acariciar por sua luz, aquecer por seu calor, deixar-se levar pelo domínio de seu vento, para fazer que o reino de minha
Vontade venha sobre a terra.

Olhe, também na ordem natural há estas prerrogativas, se se sente um ar pesado, que oprime, basta um vento para esvaziar ao ar daquele peso e respirá-lo como ar puro; se se sente um calor excessivo ou um frio que congela, basta um vento para mitigar aquele
calor e outro vento morno para mitigar o frio; se densas nuvens cobrem o horizonte, basta o vento e o sol para retirá-las e fazer reaparecer mais belo o céu azul; se um campo está por apodrecer pelas contínuas águas, basta um vento forte para secá-lo, e a luz e o calor do sol para voltar a dar-
lhe vida; se isto o pode fazer a natureza animada pela potência de meu Querer, muito mais o pode fazer sobre as almas que se farão investir por minha Vontade, Ela, com seu calor as formará de novo, destruirá nelas o danificado e dando-lhes seu fôlego, com sua luz as esvaziará do peso do
querer humano, dando-lhes novamente sua natureza primeira. E se Adão, quando pecou, corrompendo o germe de seu querer, minha Vontade não se tivesse retirado dele, a luz e o calor de meu Querer imediatamente o teriam refeito, mas a Justiça quis que ele sentisse os efeitos de seu germe corrupto, e por isso ao retirar-se minha Vontade não sentiu mais nem luz nem calor em sua alma para poder refazer-se, para manter incorrupto o germe de seu querer. Não é talvez este o reino da minha Vontade, que Ela quer voltar de novo no meio das criaturas e mais do que o sol remover a corrupção do germe delas para poder reinar e dominar no meio da família humana?”

(3) Depois disto continuava pensando no Fiat Supremo, e meu amável Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, A Vontade Divina, assim que pronunciou o Fiat na Criação formou um eco, este eco divino levou consigo, conforme ressoou no vazio de todo o universo, todas as nossas qualidades e encheu céu e terra de nosso amor; este eco conforme saía de nosso Fiat, criava as coisas mais belas: céus, sóis, ventos, mares e muitas outras coisas; o eco permaneceu em cada uma das coisas criadas e mantém a vida do céu azul com todas as estrelas, a vida do sol e continuando seu eco de luz e de calor o conserva cheio de luz, íntegro e belo como o criou. Assim, cada coisa criada tem como princípio e como conservação o eco de nosso Fiat, por isso conservam a ordem, a harmonia, a magnificência, a potência de nossas obras. Quando a Divindade quer operar e reproduzir até nossa própria Vida, nosso Fiat forma o eco, e o eco cria e forma o que Nós queremos; olha, também ao instituir o Sacramento da Eucaristia, nosso Fiat formou o eco, o eco investiu o pão e o vinho e formou neles o corpo, o sangue, a alma e a minha Divindade, aquele eco ressoa ainda em cada hóstia e perpetua-se continuamente a minha Vida Sacramental. Agora, este eco ressoou na criação do homem, e este ao subtrair-se de nosso Querer perdeu o eco, não ouviu mais dentro e fora dele seu som doce, potente, harmonizador, que tinha virtude de conservá-lo tal e como saiu de nossas mãos criadoras, e por isso se tornou débil e desarmonizado. Pobre homem sem o eco do nosso Fiat que lhe tinha dado a vida, não soube mais reordenar-se, não sentia mais nele o eco da luz do seu Criador, o eco do amor, o eco da ordem, da potência, da sabedoria, da doçura e bondade divina; sem o eco do nosso Fiat o homem tornou-se como uma criança que cresce sem mãe, que não tem quem lhe ensine as palavras, quem lhe ensine como agir, os passos; ou como um estudante que não tem professor que lhe ensine a ler, a escrever, e se alguma coisa consegue por si mesmo, vai fazer uma bagunça.

Assim é o homem sem o eco de nosso Fiat, como um menino sem mãe, como um estudante sem professor. Agora a alma, segundo chame a minha Vontade como princípio, de todo seu ser, assim sentirá seu eco divino, este eco a chamará a seu princípio e ressoando nela a reordenará novamente. Assim como nosso eco se retirou do homem porque este se subtraiu de nossa Vontade Divina, assim ao reconhecê-la, amá-la e não querer outra coisa que nosso Fiat Divino, retornará o eco de nossa Vontade em meio às criaturas; é propriamente isto o reino de nosso Fiat, o regresso do nosso eco divino, não mais o eco distante que muitas vezes ressoou ao ouvido do homem desde que se subtraiu do nosso Querer, mas o eco contínuo que ressoará no fundo de sua alma e que transmutando-a formará nela a Vida Divina, restituindo-lhe a ordem de como tinha sido criado”.

25-7
Novembro 10, 1928

Quem vive no Querer Divino tem seu mar e encerrando tudo, conforme reza murmura o céu, o sol e as estrelas. Bênçãos de Jesus. Competência e festa de todos ao abençoar a pequena  filha do Divino Querer.

(1) Depois de ter passado vários dias de privação de meu doce Jesus, meu pobre coração não
podia mais, sentia-o desfeito e recordava ao vivo suas tantas visitas, sua amável presença, sua
beleza arrebatadora, a suavidade de sua voz, suas tantas belas lições, eram tantas recordações
que me magoavam, me destroçavam e me faziam suspirar, cansada como pobre peregrina de meu
longo caminho, pela pátria celestial e dizia em mim: “Tudo acabou, não ouço mais que um profundosilêncio, e não vejo mais que um mar imenso que devo percorrer sem deter-me jamais, para pedir em qualquer lugar e em todas as partes o reino da Divina Vontade”. E cansada, comecei a fazer a
meu habitual giro para seguir as suas ações, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior me
apertou entre seus braços para me dar força e me disse:

(2) “Minha filha, assim como o mar murmura continuamente, assim ouço em ti o mar do meu Fiat
Divino, e tu com a tua oração forma o teu contínuo murmúrio no seu mar, e enquanto murmura, ora
encerras o sol e murmura luz; ora encerras o céu, e à medida que murmura encerras as estrelas;
ora encerras o vento e murmura gemidos e gritos de amor; ora encerras a terra e murmura flores.
Então, no teu murmúrio, ora fazes correr luz, ora céu, ora estrelas, ora vento e correm lamentos de
amor, gemidos inenarráveis de coração ferido e gritos de delírios de amor não correpondido, e ora
correm todas as flores criadas por Mim. Oh, como é belo meu, e seu mar! Oh, como fica atrás o
mar da terra, porque ele murmura mas não encerra em seu murmúrio ao céu, ao sol, ao vento e a
tudo, mas sim só os peixes, em troca o mar de meu Querer e o murmúrio de tua oração nele,
encerra todas minhas obras, porque minha Vontade Divina, o céu, o sol, as estrelas, o mar, e todo
o resto, tem tudo em Si, como em seu próprio punho, e murmurando com sua oração nela as
encontra todas. E assim como o mar além de seu murmúrio contínuo forma suas ondas altíssimas,
assim também tu no mar de meu Querer Divino, além do murmúrio contínuo de tua oração, quando
concentras principalmente tuas ânsias, teus suspiros porque queres o reino de minha Divina
Vontade, formas as ondas altíssimas de luz, de estrelas, de gemidos e de flores, como são belas
estas ondas, e eu desde este tabernáculo ouço teu murmúrio, o calor de tuas ondas que vêm a
descarregar-se em meu mar, e como aqui no tabernáculo tenho meu mar onde murmuro
continuamente com minhas orações, sentindo vir tuas ondas, um teu mar e o meu que já é um só e
venho a murmurar junto contigo, e neste tabernáculo não me sinto mais só, tenho minha agradável
companhia e murmuramos juntos, e em nosso murmúrio se escuta: ‘Fiat, Fiat, Fiat, seja Ele
conhecido, restabelecido seu reino sobre a terra”. Minha filha, viver em meu Querer, rezar nele, é
transportar o Céu para a terra e a terra para o Céu, por isso é nosso verdadeiro e total triunfo,
nossa vitória, nossas conquistas divinas. Por isso seja-me fiel e atenta”.
(3) Depois disto se dava a bênção com o Santíssimo Sacramento, a qual tenho o bem neste último
período da minha vida aqui abaixo, que espero que termine quanto antes este meu longo exílio, de
recebê-la todos os dias, e meu amável Jesus, no ato em que se dava a bênção se moveu em meu
interior e me disse:

(4) “Minha filha, te abençoo, mas não estou contente em te abençoar Eu sozinho, por isso chamo a
todos junto Comigo: Ao Pai e ao Espírito Santo, a toda a corte celestial, a fim de que abençoem
junto Comigo a pequena filha de meu Querer Divino. Onde reina minha Vontade, Céus e terra, todos sentem uma força poderosa de unir-se Comigo e de fazer o que faço Eu, para concentrar
sobre ela todos os bens que minha Divina Vontade contém; por isso enquanto veem que Eu te
abençoo, todos se põem a te abençoar, assim que no Céu há uma competição, uma espécie de
festa em abençoar aquela onde reina meu Querer, e Eu para fazê-la mais solene chamo a todas as
coisas criadas, a fim de que ninguém fique excluído, mas que todos abençoem a minha filha;
portanto, peço ao sol que te abençoe, a fim de que a luz que ele te dá, te dê abençoando-te;
chamo a água a abençoar-te, a fim de que, conforme a beberes, te abençoe; chamo o vento, a fim
de que, quando soprar, sopre abençoando-te; em suma chamo a todos, e enquanto te bendizem,
encontrando em ti a minha Divina Vontade, sentem-se bendizer desde dentro de ti pela Vontade de
seu Criador. A força do meu Querer Divino chama a todos, une toda a família celestial e dá a festa
a todos quando deve agir sobre a alma onde reside e domina, por isso nesta minha prisão
sacramental, tendo perto a minha prisioneira, sinto as alegrias que pode me dar minha Divina
Vontade no coração de nossa pequena filha. Portanto, minhas muitas dores são interrompidas
quando devo abençoar-te, quando descendo Sacramentado em teu coração, quando desde este
tabernáculo sinto-me olhado por ti, e Eu te correspondo com meus olhares pensando que devo
fazer ou dar alguma coisa à nossa pequena recém nascida de nosso Querer, ponho tudo a um
lado, até minhas mesmas dores e faço festa, porque minha Vontade Divina possui alegrias sem
número e festa perene. Por isso quero que também você se regozije junto Comigo, e fazendo eco à
minha bênção, abençoe-me no sol, na água, no vento, no ar que respira, no batimento que te pulsa
no coração, e Eu sentirei que em todas as coisas criadas você me bendiz”.

26-7
Maio 9, 1929

Como era necessário que concentrasse em Luísa a santidade humana para consumá-la e dar início à Santidade do viver no Querer Divino. Como o sofrimento voluntário é algo grande diante de Deus.

(1) Tinha lido no primeiro volume de meus escritos, como Nosso Senhor me havia dito que queria que eu aceitasse entrar em batalha com o inimigo infernal, nas duras provas a que me submeteu.
Então eu pensava em mim: “Parece-me que há contradição, porque Jesus me disse tantas vezes que quem vive em sua Vontade Divina não está sujeito nem a tentações nem a perturbações, nem o inimigo tem poder de entrar no Fiat Divino, porque Este o queimaria mais que o próprio fogo do
inferno, e para não ficar mais queimado foge da alma que vive nele”. Enquanto isso e muitas outras coisas pensava, meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:

(2) “Minha filha, você está errada, não há contradições. Tu deves saber que te devendo chamar em modo todo especial a viver em minha Divina Vontade, para fazer-te conhecê-la, e por meio teu fazer conhecer aos demais a santidade de viver nela, para fazê-la reinar sobre a terra, era
necessário que concentrasse em ti toda a santidade humana para consumá-la em ti, para dar início à verdadeira santidade de viver no meu Querer Divino. A santidade na ordem humana devia ser o escabelo, o trono da santidade na ordem da minha Divina Vontade. Eis por que, desde o início,
quando te chamei ao estado de vítima, e a tudo o que sofreste naquela época, eu te dizia antes para te perguntar se tu aceitavas, e depois de que aceitavas então te colocava nesse estado de pena, queria de ti o sofrer voluntário, não forçado, porque era a tua vontade que eu queria fazer
morrer, e acender sobre a tua vontade, quase como uma chama apagada, o grande fogo do Sol do meu Fiat.

O sofrer voluntário é algo grande diante de nossa Majestade Suprema, e por isso sobre a morte de seu querer, afogado em penas, podia minha Vontade ter seu domínio e te dispor a receber o bem maior de seus conhecimentos. Não foi meu sofrer todo voluntário – ninguém podia impor-se sobre Mim – o que formou o grande bem da Redenção? Assim, tudo o que você sofreu então, não foi outra coisa que um completar a ordem da santidade no modo humano, por isso quase nada te dizia da santidade de viver em meu Querer Divino, queria completar uma para começar a outra quando vi que nada me negaste do que Eu queria, mesmo à custa da tua vida; e enquanto nada me negavas e tua vontade perdia o caminho e se encontrava em contínuo ato de morrer, a minha fazia seu caminho e readquiria sua Vida em ti, e conforme readquiria sua Vida, assim se manifestava narrando-te sua longa história, sua dor, e como suspira o vir a reinar no meio das criaturas. Minha palavra é vida, e conforme, mais que um terno pai te falava de meu Fiat, assim ia formando sua Vida em ti, porque jamais me terias entendido o que concerne a meu Querer se não tivesses tido sua Vida em ti, porque daquilo que forma a vida tem-se verdadeiro interesse de compreender e defender, o que não forma vida entra na ordem secundária, não primária, e não se sente o verdadeiro amor que se pode ter à própria vida. Assim, à mesma Vida do meu Fiat formada em ti Eu podia confiar todos os seus conhecimentos, para poder formar outras tantas Vidas d‟Ele nas criaturas, e depois devia fazer de ti o que fiz de Mim: Eu quando vim à terra observei todas as leis, me submetia a todos os sacrifícios da lei antiga em modo perfeito, como nenhum outro até então tinha observado, e depois que tudo completei em Mim, consumando em minha Humanidade todas as leis e santidades de modo antigo, aboli-as e dei início à nova lei de graça e à nova santidade que trouxe à terra. Assim fiz contigo: Concentrei em ti as penas, os sacrifícios, as batalhas da santidade presente para completá-la, e assim poder começar de novo a nova santidade de viver em meu Querer, isto é, o „Fiat Voluntas Tua come in Cielo Così in terra.‟ Agora, onde estão as contradições que você diz?

Quando a alma entra em meu Querer para fazer nele vida perene, o inimigo não pode aproximar-se mais, sua vista fica cega pela luz de meu Fiat, nem pode ver o que a feliz criatura opera nesta luz divina. A luz se defende de tudo, domina a todos, é intangível, não se deixa ofender, nem ofende, e se alguém quiser tocá-la ou prendê-la em suas mãos, com rapidez encantadora foge, e quase brincalhona a salpica de luz; toca tudo, abraça a
todos para fazer bem a todos, mas não se deixa tocar por ninguém. Assim é minha Divina Vontade, encerra a alma em sua luz e com seu império eclipsa todos os males, e ela vivendo de luz, tudo se converte em luz, em santidade e em paz perene, assim que os males se extraviam e perdem o
caminho, as perturbações, as tentações, as paixões, o pecado, ficam todos com as pernas quebradas e não sabem mais caminhar. Por isso seja atenta e teu viver em meu Fiat seja contínuo”.

27-7
Outubro 18, 1929

Beleza da Criação. Deus está, para quem vive na Divina Vontade, em ato de criar sempre. A criatura que vive no Querer Divino duplica seu amor para com Deus. Os dois braços: Imutabilidade e firmeza.

(1) Sentia-me na vastidão da luz do Fiat Divino, e nesta luz via-se alinhada toda a Criação como parto d’Ele, que querendo recriar de suas obras, parecia como se estivesse em ato de criá-las e de fazê-las sempre com o conservá-las; e meu amável Jesus, saindo de dentro de mim em ato de
olhar a Criação para glorificar-se por meio de suas obras, me disse:

(2) “Minha filha, como é bela a Criação, como nos glorifica, como louva a potência de nosso Fiat; não é outra coisa que um ato só de nosso Querer Divino, e se se veem tantas coisas diferentes uma da outra, não são senão os efeitos de seu único ato que jamais cessa e que contém seu ato
trabalhador contínuo. E como nosso ato possui em natureza, como propriedade toda sua: luz, imensidão, império e multiplicidade de efeitos inumeráveis, por isso não é maravilha que assim que nosso Fiat formou seu único ato, saíram imensidão de céu, sol brilhantíssimo, vastidão de mar,
vento imperante, beleza de flores, espécies de todo gênero, potência, que como se fosse um sopro leve, com ele mantém suspensa toda a Criação como uma pequena pluma, sem nenhum apoio, encerrada só em sua força criadora. Oh poder de meu Fiat, como é insuperável e inalcançável!
Agora, você deve saber que só na alma onde reina meu Querer Divino, sendo que Ele reina em toda a Criação, o que faz a alma se une ao ato único que faz meu Querer na Criação, para receber o depósito de todo o bem que foi feito nela, porque esta grande máquina do universo foi feita para dá-la à criatura, mas àquela que teria feito reinar o nosso Querer Divino; é justo que não saiamos da nossa finalidade prefixada, e que a criatura reconheça e receba o nosso dom; mas como pode recebê-lo se não está em nossa casa, isto é, em nossa Divina Vontade? Lhe faltaria a capacidade de recebê-lo e o espaço onde contê-lo, por isso só quem possui meu Querer Divino pode recebê-lo. Ele deleita-se com seu único ato, como se estivesse em ato de criar por amor dela, faz-lhe sentir seu ato contínuo de criar o céu, o sol, e tudo, e lhe diz: ‘Olhe quanto te amo, só por ti continuo criando todas as coisas, e para ter de ti a correspondência me sirvo de teus atos como matéria para estender o céu, como matéria de luz para formar o sol, e assim de tudo o mais; por quanto mais atos fizer no meu Fiat, tanto mais matéria me fornece para formar em ti coisas mais belas!’

Por isso o teu voo no meu Querer não se detenha jamais, e eu tomarei ocasião para sempre agir em ti”.

(3) Depois disto continuava meus atos no Querer Divino, e fazendo meus todos seus atos feitos na Criação e Redenção, oferecia-os à Divina Majestade como o mais belo dom que pudesse dar-lhe como correspondência de meu amor, e dizia em mim: “Oh! como gostaria de ter um céu, um sol, um mar, uma terra florida, e tudo o que existe, todo meu, para poder dar ao meu Criador um céu meu, um sol que fosse meu, um mar e um floreio, que lhe dissessem te amo, te amo, te adoro”.

Mas enquanto pensava assim, meu amado Jesus, me abraçando em seus braços me disse:
(4) “Minha filha, para quem vive em nosso Querer, tudo é seu; sendo um seu querer com o nosso, o que é nosso é seu, assim pode nos dizer com toda a verdade: ‘Dou-vos o meu céu, o meu sol, e tudo’. O amor da criatura se eleva em nosso amor e se põe ao Nosso lado; em nosso Fiat Divino a
criatura duplica nosso amor, nossa luz, nossa potência, felicidade e beleza, e nos sentimos amados não só com nosso mesmo amor duplicado, mas com amor potente, com amor que nos arrebata, com amor que nos faz felizes, e Nós, vendo-nos amados com amor duplicado por parte da criatura que vive em nosso Querer, nos sentimos, por amor seu, de amar todas as criaturas com amor duplicado, porque a criatura em nosso Fiat, seu ato perde a vida e adquire nosso ato como seu, nosso ato possui a fonte da luz, da potência, do amor, a fonte da felicidade e beleza, e a alma pode duplicar, triplicar, multiplicar quanto quer nossas fontes, e Nós, como está em nosso Querer, a fazemos fazer, lhe damos toda a liberdade, porque o que faz fica tudo em nossa casa, nada sai de nossos confins divinos e intermináveis, por isso não há nenhum perigo de que a fonte de nossos
bens possa receber dano algum. Por isso se você está sempre em nosso Querer Divino, o que é nosso é seu, e pode nos dar como seu o que quiser”.
(5) Depois me sentia aflita por muitas coisas que não é necessário colocá-las no papel, e meu adorável Jesus acrescentou:

(6) “Minha filha, coragem, não quero que te aflijas, quero ver em tua alma a paz e a alegria da pátria celestial, quero que tua mesma natureza dê um perfume de Vontade Divina, que é toda paz e felicidade. Ela se sentiria em você a desgosto e como comprimida em sua luz e felicidade se não
há em você paz e felicidade perene. E além disso, você não sabe que quem vive em meu Fiat Divino se forma dois braços? Um é a imutabilidade, o outro braço é a firmeza de agir continuamente. Com estes dois braços tem atado a Deus, de tal modo que não se pode desvincular da criatura, e não só isso, mas também goza com que a criatura o tenha atado a ela.
Então não há razão para estar aflita, qualquer que seja a coisa, quando tens um Deus que é todo teu. Por isso seu pensamento seja de viver naquele Fiat que te deu a vida para formar Vida em você, e Eu pensarei no resto”.

28-7
Abril 1, 1930

O que significa entrar no ato primeiro do Querer Divino; as gotinhas que a criatura forma em seu mar de luz. Como Deus em todas as coisas criadas põe tantos atos de amor por quantas vezes se devia servir delas a criatura. Como a vida precisa de alimento.

(1) Minha pobre inteligência sente-se atraída a navegar o imenso mar do Fiat Divino, e em seu mar vai em busca de seus atos para amá-los, adorá-los e fazer-lhes companhia, assim que minha pobre mente está sob o influxo de uma força irresistível, que a faz ir sempre vagando em busca
dos atos do Supremo Querer. Mas enquanto fazia isto pensava: “Que bem faço em girar e voltar a girar no mar do Fiat Divino?” E o meu doce Jesus disse-me:

(2) “Minha filha, por quantas vezes você gira no mar do meu Querer Divino, tantos lugares toma n’Ele, e forma suas gotinhas em nosso mar, as quais se perdem nele e ficam inseparáveis, e Nós sentimos suas gotinhas que nos amam e fazem uma só vida conosco e dizemos: ‘A recém-nascida do nosso Querer nos ama em nosso mar, não fora dele, é justo que lhe cedamos os direitos de fazê-la vir quantas vezes quiser a nosso mar, muito mais que ela não quer outra coisa que o que queremos Nós, e esta é a maior alegria que nos traz, como se nos trouxesse em seu pequeno colo toda nossa Divina Vontade, que transborda por todas as partes fica ofuscada em sua luz, e Nós gozamos ao ver sua pequenez encerrada em nossa luz.’ E se você sente a força irresistível de vir fazer seus giros no mar de nosso Fiat, é a força imperante d’Ele, que ama tanto ver sua pequenez formar as gotículas de luz em seu mar. Eis o que significa entrar no ato primeiro de nosso querer, A criatura que toma seu lugar n’Ele e aí forma suas gotinhas. Por isso, tenha como grande sorte sua girar sempre em nosso Fiat”.

(3) Depois seguia os atos do Fiat Divino na Criação, e parecia-me que todos palpitavam de amor do seu Criador para com as criaturas. O céu, as estrelas, o sol, o ar, o vento, o mar, e todas as coisas criadas estão em perfeito acordo entre elas, tanto que se bem são distintas entre elas, mas
vivem como fundidas juntas, tão é verdade, que onde está a luz do sol, no mesmo espaço está o ar, o vento, o mar, a terra, mas cada uma tem o seu ritmo de amor diferente para a criatura. Mas enquanto isso e outras coisas pensava, meu sempre amável Jesus me apertando entre seus
braços me disse:

(4) “Minha filha, nosso amor na Criação foi exuberante, mas sempre para com o homem, em cada coisa criada colocávamos tantos atos de amor por quantas vezes se devia servir delas a criatura.
Nosso Fiat Divino que mantém o equilíbrio em toda a Criação e é vida perene dela, assim que vê que a criatura está por servir-se da luz do sol, põe em exercício o nosso amor para fazê-lo encontrar na luz que a criatura recebe; se beber água, nosso amor se faz encontrar para dizer-lhe
enquanto bebe: ‘Te amo’; se respira o ar, nosso amor lhe diz repetidamente: ‘Te amo’; se caminha, a terra lhe diz debaixo de seus passos: ‘Te amo.’ Não há nada que a criatura tome, toque ou veja, em que nosso amor não faça seu feliz encontro com a criatura ao dizer: ‘Te amo’, para lhe dar
amor. Mas sabes tu qual é a causa de tanta insistência do nosso amor? Para receber em cada coisa que a criatura tome, o encontro do seu amor. Por isso o amor infinito queria encontrar-se com o amor finito e formar um só para pôr na criatura o equilíbrio de seu amor. E como a criatura se
serve das coisas criadas sem sequer pensar que nosso amor vai ao encontro nas coisas que toma, para ouvir nosso repetido refrão: ‘Te amo, te amo’, e se serve delas sem ter um olhar para Aquele que as manda, o amor da criatura fica desequilibrado, porque não encontrando-se com nosso
amor, perde o equilíbrio e fica desordenado em todos seus atos, porque perdeu o equilíbrio divino e a força do amor de seu Criador. Por isso seja atenta com sua correspondência de amor para me reparar por tanta frieza das criaturas”.

(5) Depois seguia meu giro nos atos da Divina Vontade, e pensava em mim: “Mas para que servem as tantas vezes que giro e volto a girar no Fiat Supremo para seguir seus atos? E o meu doce Jesus acrescentou:

(6) “Minha filha, todas as vidas têm necessidade de alimento, sem alimento nem forma nem cresce a pessoa, e se este falta, há perigo que lhe seja tirada a vida. Agora, seguir a minha Vontade, unir-se a seus atos, girar e voltar a girar nela, serve para formar o alimento para alimentar, formar e fazer crescer sua Vida em sua alma. Ela não sabe alimentar-se de outros atos senão daqueles que se fazem em seu Querer, nem se pode formar na criatura, nem crescer, se não entra nela, e com a união de seus atos forma seu parto de luz, para formar sua Vida de Divina Vontade na criatura. E por quantos mais atos de Divina Vontade forma, tanto mais se une com seus atos e vive n’Ela, tanto mais alimento abundante forma para alimentá-la e fazê-la crescer sempre mais rápido em sua alma. Por isso teu girar nela é Vida que forma, é alimento que serve ao desenvolvimento da Vida a minha Divina Vontade em tua alma, e serve para preparar o alimento para alimentar minha Vontade nas outras criaturas. Por isso seja atenta e não queira parar”.

29-7
Março 16. 1931

O céu e toda a Criação simbolizam a hierarquia celestial. Como se forma um ato de amor puro.

(1) Minha pobre mente me sentia imersa na luz interminável da Divina Vontade, e tratava de seguir seus atos feitos na Criação e dizia para mim: “Gostaria de ser céu para poder estender em todos e por toda parte, e em todos os pontos, e sobre todos, meu amor, minha adoração, minha glória ao meu Criador; gostaria de ser sol, e ter tanta luz de encher céu e terra e converter tudo em luz, e nesta luz ter meu grito contínuo: Eu te amo, eu te amo”. Mas enquanto minha mente dizia absurdos, meu doce e sumo bem Jesus, fazendo-se ver me disse:

(2) “Minha filha, toda a Criação simboliza a Deus, a ordem da diversidade dos santos e das almas.
Sua harmonia, a união que possui toda a Criação, a ordem, a inseparabilidade, simboliza a hierarquia celestial com o seu Criador à cabeça. Observa o céu que se estende por todos os lados e tem sob sua abóbada azul todas as coisas criadas, imperando sobre todas, de modo que ninguém pode fugir de sua vista e de seu império; oh! Como simboliza a Deus, que onde quer estende seu domínio e que nenhum pode fugir de sua vista. Este céu contém tudo, mas se vê uma grande diversidade nas coisas criadas, algumas estão como imediatas ao céu, e são as estrelas, que embora do baixo apareçam pequenas, mais além são tão grandes e com tal variedade de cores e belezas, e têm uma sinfonia em seu curso vertiginoso com toda a Criação, de formar uma das mais belas músicas, seu movimento é som tão doce e vibrante, que não se pode comparar com nenhuma das mais belas músicas daqui de baixo. Estas estrelas parecem que vivem de céu, tão uniformizadas estão com ele, símbolo das almas que viverão da Divina Vontade, estarão elas tão imediatas e fundidas com Deus, de receber todas as variedades das qualidades divinas, e viver delas de modo a formar o mais belo adorno ao céu do seu Criador. Olha ainda minha filha, sob este céu, mas como separado dele, entre o céu e a terra se vê o sol, astro posto a benefício da terra, sua luz desce no baixo e se eleva ao alto como  se quisesse abraçar céu e terra, por isso se pode dizer que sua luz tocando o céu vive de céu, símbolo daquelas almas escolhidas por Deus para fazer descer as graças do céu e fazê-las descer sobre a terra para chamá-la a viver na Divina Vontade, e a primeira é minha Mãe Celestial, única como o sol que estende suas asas de luz, e esta luz se eleva no alto, desce no baixo para reunir a Deus e ao homem, para reconciliá-lo e conduzi-lo por meio de sua luz a seu Criador; as estrelas parecem viver para si, unidas com o céu divino, em troca o sol vive de Deus mas se dá a todos, sua missão é a de fazer bem a todos, Assim é a Soberana Rainha, mas não será só este Sol, surgirão outros tantos pequenos sóis que tomarão a luz deste grande Sol, e serão aqueles poucos que terão por missão fazer conhecer minha Divina Vontade. O baixo da terra, o mar, as plantas, as flores, as árvores, os montes, as selvas floridas, simbolizam os santos, as almas boas e todos aqueles que entram no porto da salvação.

Mas vê a grande diferença: O céu, as estrelas, o sol, não têm nenhuma necessidade da terra, mas bem dão muito à terra, dão-lhe a vida, sustentam-na, e não só isto, senão que todas as coisas criadas por Nós que estão no alto, estão sempre em seu posto, não mudam jamais, nem crescem nem diminuem, porque têm tal plenitude que não têm necessidade de nada, em troca a terra, as plantas, o mar, e todo o resto, são mutáveis, agora fazem uma bela aparição, e agora chegam a desaparecer de todo, têm necessidade de tudo, da água, da luz, do calor, da semente para reprodução. Que diferença, as coisas criadas que estão no alto podem dar e têm necessidade só de Deus para serem conservadas, ao contrário a terra tem necessidade não só de Deus, mas de tudo, e se a mão humana não a trabalhasse ficaria estéril, sem fazer nada de bem. Tal é a diferença, quem vive em minha Vontade sente só a necessidade de Deus para viver de sua Vida, em troca quem não tem por princípio sua Vida, vai mendigando apoio e ajuda de todos, e quando não os encontra fica como terra que não sabe produzir nada de bem. Por isso tua vida e o princípio de todos teus atos seja só minha Vontade Divina, se queres sentir só a necessidade de teu Jesus, a Mim me encontrarás sempre logo, desejoso mais Eu de dar-te do que tu de recebê-lo; em troca, as ajudas das criaturas vêm dadas com trabalhos e de más, tanto que quem as recebe sente a amargura da ajuda que lhe vem dada pela criatura. Em troca minhas ajudas levam a alegria e a felicidade”.

(3) Depois continuava meu te amo no Fiat Divino, e pensava entre mim: “Mas é puro meu amor?” E o meu amado Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, para poder dar-me um amor puro, um olhar ao teu interior diz tudo, se teu coração palpita, suspira, deseja só meu amor, se tuas mãos obram só por meu amor, se teus pés caminham só por amor, se tua vontade quer só meu amor, se tua inteligência busca sempre como me amar, Sabes o que ele faz? Recolhe todo o amor que tens dentro de ti e faz um só, e forma um ato de puro amor e completo a teu Jesus, assim que tua palavra não faz outra coisa que externar a extensão do amor que tens dentro de ti; mas se dentro não é todo amor, faltando a fonte pura de
dentro, não pode ser amor puro, nem completo”.

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