Estudo 52 – Livro do Ceu Vol. 29 a 36 – Escola da Divina Vontade

Os Três Fiat
Estudo 52 – Livro do Ceu Vol. 29 a 36 – Escola da Divina Vontade
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29-6

Março 9, 1931

O primeiro amor de Deus pelo homem foi externado na Criação. Amor cumprido na criação do homem.

(1) Meu abandono no Fiat Divino continua, e como estava fazendo meus atos nele para poder unir-
me a seus atos, toda a Criação se alinhava ante minha mente, e em sua mudo linguagem dizia que
tantas vezes de mais me havia amado o Querer Divino por quantas coisas de mais havia criado, e
que agora tocava minha vez de amá-lo em cada coisa criada, para corresponder-lhe com outros
tantos atos meus de amor, a fim de que seu amor e o meu não estivessem isolados, senão que se
fizessem doce companhia. Agora, enquanto fazia isto, meu doce Jesus saiu do fundo de minha
alma, que parecia que estava tão dentro dela, que não me era dado vê-lo e me disse:

(2) “Minha filha, o nosso amor pela criatura foi um eterno amor, dentro de nós sempre a amamos,
mas fora de nós foi externado o nosso primeiro amor na Criação. Conforme nosso Fiat se ia
pronunciando e passo a passo criava o céu, o sol, e todo o resto, assim ia externando em cada
coisa criada, quase passo a passo nosso amor contido desde a eternidade por amor das criaturas.
Mas deves saber minha filha, que um amor chama ao outro; tendo-se externado na criação do
universo e tendo provado como é refrescante, como é doce o desabafo do amor, e só externá-lo se
desabafa, e se sente como é doce amar, por isso o nosso amor, tendo começado a externar, não
se deu mais paz se não criasse aquele, por causa do qual tinha dado início a externar seu amor,
como semeando-o em todas as coisas criadas. Por tanto transbordava forte dentro de nós,
querendo fazer ato cumprido de amor, chamando do nada àquele para dar-lhe o ser e criar nele
nossa mesma Vida de amor; se não criávamos nele a Vida de amor para ser amados, não havia
nenhuma razão, nem divina nem humana de externar tanto amor para com o homem; se tanto o
amamos era razoável e com direito que ele nos amasse, mas não tendo nada de si mesmo,
convinha a nossa sabedoria criar Nós mesmos a Vida do amor para ser amados pela criatura.

Mas escuta filha o excesso de nosso amor, antes de criá-lo não estávamos felizes de ter externado
nosso amor na Criação, mas chegou a tanto que pondo fora de nosso Ser Divino nossas
qualidades, pusemos fora mares de potência e o amamos em nossa potência, mares de santidade,
de beleza, de amor, e assim do resto, e o amamos em nossa santidade, em nossa beleza, em
nosso amor, e estes mares deviam servir para investir o homem, a fim de que encontrasse em
todas as nossas qualidades o eco de nosso amor potente, e nos amasse com amor potente, com
amor santo, e com amor de beleza raptora. Por isso quando estes mares de nossas qualidades
divinas foram postos fora de Nós, criamos ao homem enriquecendo-o de nossas qualidades por
quanto mais podia conter, a a fim de que também ele tivesse um ato que pudesse fazer eco em
nossa potência, em nosso amor, em nossa bondade, para poder nos amar com nossas mesmas
qualidades. Queríamos ao homem, não servo, mas filho; não pobre, mas rico; não fora de nossos
bens, mas dentro de nossa herança, e como confirmação disto lhe dávamos por vida e por lei
nossa própria Vontade. Esta é a causa pela qual amamos tanto a criatura, porque tem do nosso, e
não amar as coisas próprias é contra a natureza e contra a razão”.

30-6
Dezembro 8, 1931
A Rainha do Céu retira os atos bons das criaturas em seus mares de graça. A imutabilidade de Deus e a mutabilidade da criatura.

(1) Continuo meu abandono no Fiat Divino, suas doces correntes me estreitam tanto, mas não para
tirar-me a liberdade, não, não, mas para me tornar mais livre nos campos divinos e para ter-me
defendida de todos e de tudo, assim que eu me sinto mais segura acorrentada pela Divina
Vontade. E enquanto fazia meus atos nela, sentia a necessidade de minha Mãe Celestial, que me
ajudasse e que sustentasse meus pequenos atos, a fim de que pudessem encontrar a
complacência e o sorriso divino. E o Celestial Consolador que nada sabe me negar quando se trata
de lhe agradar, visitando minha pobre alma me disse:

(2) “Minha filha, nossa Mãe Celestial tem a proeminência sobre todos os atos bons das criaturas.
Ela, como Rainha, tem o mandato e o direito de retirar todos os atos delas em seus atos; é tanto
seu amor de Rainha e de Mãe, que assim que a criatura se dispõe a formar seu ato de amor, assim
desde a altura de seu trono faz descer um raio de seu amor, inviste e circunda o ato de amor delas
para pôr nele o seu como primeiro amor, e assim que é formado, coloca-o novamente em seu
mesmo raio de amor na fonte de seu amor e diz a seu Criador: ‘Majestade adorável, em meu amor
que sempre surge para Ti, está o amor de meus filhos fundido no meu, que Eu, com direito de
Rainha, retirei em meu mar de amor, para que possa encontrar em meu amor o amor de todas as
criaturas’. Se as criaturas adoram, se orarem, se repararem, se sofrerem, descem da altura de seu
trono, o raio da adoração, o raio de sua oração, o raio de sua reparação, emite o raio vivificante de
dentro do mar de suas dores, e investe e circunda a adoração, a oração, a reparação, os
sofrimentos das criaturas, e quando fizeram e formaram o ato, o mesmo raio de luz os eleva até
seu trono e se fundem na fonte dos mares da adoração, da oração, da reparação, das dores da
Mãe Celestial, e repete: ‘Vossa Majestade Santíssima, minha adoração se estende em todas as
adorações das criaturas, minha oração roga na oração delas, repara com seus reparos, e como
Mãe, minhas dores investem e circundam suas penas, não me sentirei Rainha se não corro e
ponho meu ato primeiro sobre todas as suas obras, nem provarei as doçuras de Mãe se não correr
para circundar, ajudar, suprir, embelezar, fortificar todos os atos das criaturas, e assim poder dizer:

Os atos de meus filhos são um com os meus, tenho-os em meu poder junto a Deus para defendê-
los, ajudá-los e como penhora segura que me alcançarão no Céu”.

(3) Por isso minha filha, tu jamais estás sozinha em teus atos, tens a Mãe Celestial junto contigo,
que não só te circunda, senão que com a luz de suas virtudes alimenta teu ato para dar-lhe a vida,
porque tu deves saber que a Soberana Rainha, desde sua Imaculada Conceição, foi a primeira e
única criatura que formou o anel de conjunção entre o Criador e a criatura, quebrado por Adão. Ela
aceitou o divino mandato de vincular Deus e os homens, e os vinculava com seus primeiros atos de
fidelidade, de sacrifício, de heroísmo de fazer morrer sua vontade em cada ato seu, não uma vez,
mas sempre, para fazer reviver a de Deus. Disto brotava uma fonte de amor divino que cimentava a
Deus e ao homem e todos os atos deles, assim que seus atos, seu amor materno, seu domínio de
Rainha, são cimento que corre, que consolida os atos das criaturas para torná-los inseparáveis dos
seus, a menos que algum ingrato recuse receber o cimento do amor de sua Mãe. Portanto, você
deve estar convencida que junto a tua paciência é a paciência da Mãe Rainha, que circunda,
sustenta e alimenta a tua em torno das tuas penas; circundam-te as suas dores que sustentam e
alimentam como óleo balsâmico a dureza das tuas penas, em resumo, em tudo. Ela é a Rainha
que não sabe estar ociosa em seu trono de glória, mas desce, corre como Mãe nos atos e
necessidades de seus filhos, por isso agradeça-lhe por seus tantos cuidados maternos, e agradeça
a Deus que deu a todas as gerações uma Mãe tão santa, amável, e que ama tanto, que chega a
ser a que recolhe todos os atos deles para cobri-los com os seus, e para suprir o que neles falta de
belo e de bom”.

(4) Depois continuava o meu habitual giro nas coisas criadas, para seguir o que a Divina Vontade
nela tinha feito, e oh! Como me parecia bela e encantadora, cada vez que giro nela encontro
surpresas que me raptam, notícias que antes não tinha entendido, o antigo e o novo amor de Deus
que jamais se muda. Mas enquanto minha mente se estendia nos horizontes da Criação, meu
amável Jesus surpreendendo-me acrescentou:

(5) “Minha pequena filha do meu Querer, como são belas nossas obras, não é verdade? Tudo é
solidez, equilíbrio perfeito, imutabilidade que não está sujeita a mudar-se nem pode mudar-se.
Olha, toda a Criação diz e revela nosso Ser Divino, nossa firmeza em nossas obras, nosso
equilíbrio é universal em todas as coisas, e por quantas coisas agradáveis e desagradáveis podem
acontecer, nossa imutabilidade está sempre em seu posto de honra. Nada mudou do modo como
foi criada, e se a criatura vê e sente tantas e múltiplas mudanças, é ela que se muda, se muda a
cada circunstância, e como está dentro e fora dela mudar, sente como se nossas obras se
mudassem para ela, são as suas mudanças que a rodeiam que têm força para a afastar da nossa
imutabilidade. Tudo é contínuo e equilibrado em Nós; o que fizemos na Criação continua ainda, e
como tudo foi feito para quem devia viver de nossa Vontade, enquanto a criatura se põe em ordem
com Ela, nossa obra criadora desenvolve nela seu ato contínuo, e sente a vida de nossa
imutabilidade, o perfeito equilíbrio de nossas obras, nosso amor que a ama sempre sem cessar.
Onde encontramos nossa Vontade continuamos a obra de nossa Criação, não porque a nossa seja
interrompida, porque não se faz nossa Vontade, não, não, não há perigo, é porque falta neles a
causa pela qual foram criados, qual é o fazer nossa Vontade, e portanto não têm olhos para ver
nosso perfeito equilíbrio, que está sobre eles para equilibrar suas obras e torná-los imutáveis junto
com nossa imutabilidade, nem ouvidos para escutar o que dizem nossas obras, nem mãos para
tocá-las e receber nosso amor contínuo que lhes oferecemos, por isso eles mesmos se fazem
como estranhos na casa de seu Pai Celestial, e nossos atos continuam, fazem seu curso, mas para
eles ficam como suspensos e sem efeitos”.

31-6
Setembro 4, 1932
A correspondência, necessidade do amor divino. A Divina Vontade constante, continuação da Criação.

(1) Estou sempre no mar do Querer Divino, o qual me faz presente toda a Criação. Que teatro
imenso, no qual há cenas tão comovedoras, que à claras vozes revelam o grande amor de Deus
pelas criaturas, e que arrebatam o coração a amá-lo. E pensava na grande ingratidão humana, pois
a criatura não se deixa arrebatar para amá-lo. E meu doce Jesus me surpreendeu, com seu
coração cheio de amor, me disse:

(2) “Minha boa filha, a Criação foi feita por nosso Ente Supremo para dar amor, e para receber a
correspondência do amor das criaturas. Não há nada criado por Nós em que não tenha sido esta
nossa finalidade, fazê-la para receber nela a correspondência, de outra maneira nossas obras não
teriam sido obras comunicativas, frutíferas, alimentadoras e cheias de vida para fazer feliz ao
homem, teriam sido como obras pintadas, que mais cativam a vista, mas que não fariam bem a
ninguém. Em vez de querer a correspondência, Nós colocávamos em marcha a comunicação da
luz para dar-lhes a vida da luz, o ar para dar-lhes a vida da respiração, a água, o alimento, o fogo
para dar-lhes a vida e o bem que eles possuem, e assim de tudo o resto, quantos atos de vida
colocávamos em torno da criatura para fazer crescer, alimentar e sustentar sua vida! Agora, querer
sua correspondência era uma necessidade de nosso amor, as obras sem correspondência são
obras sem cortejo, que não são apreciadas, e ainda que se sirvam delas ficam obras isoladas,
como se não fossem agradecidas; a correspondência não toma a obra só para servir-se dela, mas
entra dentro dela para reconhecer Aquele que por amor dela a criou; a correspondência dá vida à
gratidão, ao agradecimento, pode-se dizer que a correspondência mantém a conversa, a amizade,
a correspondência entre o doador e quem recebe o dom, de outra forma tudo fica despedaçado.

(3) Agora escuta minha filha, outro arrebatamento do nosso intenso amor pelo homem. Para ter
esta correspondência, ao criá-lo colocávamos nele nossa Vontade que age unida com a sua, a fim
de que assim como nossa Vontade na obra da Criação fez tantas obras por amor de Si, assim em
sua alma, possuindo nossa Vontade Divina, em virtude Dela pudesse ter igual força e poder para
nos dar a correspondência por Nós querida. Nosso Fiat, que trabalha na Criação e obrante na
criatura, devia pôr em jogo o humano querer servir-se de todos os seus atos, pequenos e grandes
para formar a justa correspondência de todas as suas obras que havia feito na Criação, muito mais
que sabia o número, a variedade, a beleza, o peso de todas as suas obras; na criatura que age não
devia fazer menos do que agir com a mesma multiplicidade, suntuosidade e beleza do que havia
operado no universo, e assim correspondendo-se Ele mesmo de suas obras externas, e suas obras
internas feitas no fundo da alma. A Vontade Divina devia servir-se da vontade humana como
matéria em suas mãos, para continuar sua Criação. Eis por que motivo o homem, rejeitando a
nossa Vontade, fez cessar a sua Vida que opera nos seus atos, dos quais podia servir-se para
continuar a sua criação neles, e transformá-los em céus, em estrelas, em sóis, em mares, etc.,
impediu a nossa obra, a deteve, arruinou nossas doces harmonias, as queridas correspondências
que só em virtude de nosso Querer podiam existir; tudo podíamos fazer nele se nossa Vontade
tivesse sua Vida que age nele. É por isso que a nossa urgência, nossos suspiros, as insistências,
nossas dores, para que a terra humana pudesse tornar-se nosso campo de ação, no qual nosso
Querer tivesse plena liberdade de fazer o que quer. E não creias que só o Ente Supremo quer a
correspondência em suas obras, também a criatura, a primeira finalidade em suas obras é a
correspondência, se há isto, ou pelo menos o espera, tem mãos e pés para mover-se, boca para
falar, força para sacrificar-se, tempo para agir, mas se não há correspondência, lhe parece que não
tem nem mãos, nem pés, nem boca, nem força, nem tempo, sente-se que a vida morre para aquela
obra. Parece que a correspondência não é nada, mas não é verdade, mas sim o princípio e a vida
de cada obra, por isso a correspondência é uma necessidade do meu amor, e faz-me continuar a
obra da Criação”.

(4) Depois disso, continuava meu abandono no Fiat Divino, e uma multidão de pensamentos,
dúvidas e dificuldades surgiam em minha mente. E meu Celestial Mestre acrescentou:
(5) “Minha filha, minha Vontade tem virtude de fazer a concentração de todo o ser humano em um
só ato. Se age com sua virtude de união concentra nela os pensamentos, o coração, os passos, e
tudo, de modo que a criatura sente que não é só a obra, senão todo seu ser investido por sua força
constante, que sente o império de minha Vontade constante, e entre todos fazem uma única coisa.
Esta força que une torna dominante e ordenada a criatura, porque o primeiro dote que sabe dar o
meu Fiat é o domínio de si mesmo e a ordem, e então toma o seu domínio divino e torna-se
matéria moldável nas suas mãos, que se presta às suas obras maravilhosas. Em troca sem minha
Vontade, a criatura não possui a força unitiva em seus atos, e portanto se vê toda dispersa e sem
ordem, e se vê como matéria dura que não cede às formas que nosso Querer lhe quer dar”.

32-6
Abril 16, 1933

Como em todas as coisas criadas, Deus tem sempre um „te amo‟ para nos dizer. Como
Jesus em todos os atos de sua Vida encerrava amor, conquistas e triunfos.

(1) Estava fazendo meu giro Querer Divino; sinto que sou a pequena borboleta que gira sempre em
torno e dentro de sua luz e de seu amor ardente, querendo girar tanto, até que fique queimada e
consumida por sua luz divina, para chegar a sentir-me uma só coisa com sua Santíssima Vontade,
e como o primeiro ponto de partida é a Criação, sobre a qual enquanto giro, encontro sempre
novas surpresas de amor, por isso fico maravilhada, e meu Sumo Jesus para me fazer
compreender maioritariamente, me disse:

(2) “Minha filha, como me é agradável seu giro nos atos que fez nosso Ser Supremo na Criação,
por isso me sinto como arrebatado e obrigado por meu amor a te contar nossa história de amor que
tivemos na Criação e em tudo o resto que fizemos só por puro amor às criaturas; vir em nossos
atos é o mesmo que vir a nossa casa, e não te dizer nada das tantas coisas que temos que dizer,
seria como te mandar em jejum, o que nosso amor não sabe fazer nem quer fazer. Agora, você
deve saber que nosso Fiat se pronunciou e estendeu esta abóbada azul, e nosso amor a
entrelaçou de estrelas, pondo em cada estrela um ato de amor contínuo para com as criaturas,
assim que cada estrela diz: ‘Teu Criador te ama, não cessa jamais de te amar, Estamos aqui, não
nos afastamos nem um pouco para te dizer sempre te amo, te amo’. Mas vá em frente, nosso Fiat
criou o sol, ele encheu de tanta luz de poder dar luz a toda a terra, e nosso amor, pondo-se em
competição com o sol, encheu-o de tantos efeitos, que são inumeráveis: Efeitos de doçura,
variedade de beleza, de cores, de gostos, que a terra, só porque é tocada por esta luz, recebe
como vida estes admiráveis efeitos e seu admirável e incessante refrão: Te amo com meu amor de
doçura, te amo e quero te fazer bela, quero te embelezar com minhas cores divinas, e se
embelezar as plantas por ti, a ti quero te fazer mais bela ainda.

Olhe, nesta luz descendo até você para te dizer te amo com gosto, tomo gosto em te amar e sou todo ouvidos para ouvir que me diz
te amo. Posso dizer que o sol está cheio de meus contínuos e repetidos te amo, mas ai de Mim!
A criatura não se dá nenhum pensamento, nem se presta atenção em receber este nosso amor
incessante em tantos modos e variadas formas que bastariam para afogá-la e consumi-la de amor,
mas não paramos, seguimos adiante, nosso Fiat criou o vento, e nosso amor o encheu de efeitos,
assim que a frescura, as ondas, o assobio, os gemidos, os uivos do vento, são repetidos te amo
que dizemos à criatura, e na frescura lhe damos nosso amor refrescante, nas ondas lhe damos a
respiração com nosso amor, até gemer e uivar com nosso amor imperante e incessante, e assim
por diante. O mar, a terra, foram criados por nosso Fiat, os peixes, as plantas que produz o mar e a
terra são os efeitos de nosso amor, que fortemente e repetidamente diz te amo em todas as coisas,
te amo por toda parte, te amo em ti, e ha tanto amor meu, ah! não me negues o teu amor. Não
obstante parece que não têm ouvidos para nos escutar, nem coração para nos amar, e por isso
quando encontramos quem nos escuta, a temos como desabafo de nosso amor e como pequena
secretária da história da Criação”.

(3) Dito isto fez silêncio, e eu continuava nos atos da Divina Vontade, e tendo chegado aos da
Redenção, meu amado Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha bendita, escuta minha longa história de amor, poderia dizer que é uma cadeia
interminável de amor incessante, jamais interrompida: Criei a criatura para amá-la, para tê-la unida
Comigo, e não amá-la iria contra minha mesma Vontade, operaria contra minha mesma natureza
que é toda amor, e além disso, criei-a porque sentia a necessidade de externar o meu amor e de
lhe fazer ouvir o doce sussurro contínuo: ‘Te amo, te amo, te amo’. Tu deves saber que desde que
fui concebido, e em todo o curso de minha Vida, em todos os atos que fazia, encerrava dentro
amor, conquista, triunfo, meu agir era muito diverso do das criaturas, o fazer e não fazer, o sofrer, e
não sofrer estava em meu poder, minha onividência não me escondia nada, e Eu primeiro punha
minha Vontade em meus atos, encerrava plenitude de santidade, plenitude de amor, plenitude de
todos os bens, e depois, com todo o conhecimento me preparava para agir ou sofrer, segundo Eu
mesmo queria, e com isto me tornava conquistador e triunfador de meus atos, mas sabe para
quem fazia estas conquistas e estes triunfos? Para as criaturas, as amava muito e queria dar,
queria ser o Jesus vencedor, dando-lhe eu mesmo minhas conquistas e meus triunfos para vencê-
los, assim que minha Vida aqui embaixo não foi outra coisa que um ato contínuo de amor heroico
que jamais diz basta, de conquistas e de triunfos, para tornar os meus filhos felizes, e Eu fiz isso
em tudo, se me pusesse a caminho, Eu tinha a virtude de poder encontrar-me de uma cidade para
a outra sem fazer uso de meus passos, mas eu queria andar para colocar em cada passo o meu
amor, e assim a cada passo que dava corria, corria e tornava-me conquistador e triunfador dos
meus passos, oh! se as criaturas prestassem atenção em mim, teriam ouvido em meus passos o
grito contínuo: ‘Corro, corro em busca das criaturas para amá-las e para ser amado’.

Assim, se trabalhava com São José para procurar o necessário à vida, era amor que corria, eram conquistas
e triunfos que fazia, porque me bastava um Fiat para ter tudo à minha disposição, e fazendo uso de
minhas mãos para um pequeno ganho, os Céus ficavam admirados, anjos eram arrebatados e
mudos ao me verem rebaixar às ações mais humildes da vida. Assim meu amor tinha seu
desfecho, enchia, transbordava em meus atos, e Eu era sempre o divino conquistador e triunfador.
Para Mim, tomar o alimento não era necessário, mas tomava-o para fazer correr mais amor e fazer
novas conquistas e triunfos, assim que dava o curso às coisas mais humildes e baixas da vida, que
para Mim não eram necessárias, mas o fazia para formar tantas vias distintas para fazer correr meu
amor e formar novas conquistas e triunfos sobre minha Humanidade, para fazer dela um dom a
quem tanto amava, e por isso, quem não recebe meu amor e não me ama, forma meu mais duro
martírio e põe na cruz o meu amor. Mas sigo adiante, para formar a Redenção bastava uma
lágrima, um suspiro, mas meu amor não teria ficado contente podendo dar e fazer de mais, teria
ficado dificultado em si mesmo e não poderia ter dado a glória de dizer: ‘Tudo fiz, tudo sofri, tudo te
dei, minhas conquistas são superabundantes, meu triunfo é completo’. Posso dizer que cheguei até
confundir a ingratidão humana com meu amor, com meus excessos e com penas inauditas, por
isso, Eu mesmo em cada pena punha a intensidade da dor mais intensa e acerbo, as confusões
mais humilhantes, as barbáries mais cruéis, e depois que as circundava de todos os efeitos mais
dolorosos, que só um Homem Deus podia sofrer, me exporia a sofrê-la, e oh! as admiráveis
conquistas em minhas penas e o pleno triunfo que fazia meu amor, ninguém poderia me tocar se
Eu não o quisesse, e aqui está todo o segredo, minhas penas eram voluntárias, queridas por Mim,
e por isso contêm o milagroso segredo, a força vencedora, o amor que compunge, e têm virtude de
abarcar o mundo e mudar a face da terra”.


33-6
Janeiro 14, 1934

Doce encanto de ambas as partes: De Deus e da criatura. Como adquire o poder de fazer sua
a Divina Vontade. As penas sorriem ante a glória, os triunfos, as conquistas. Jesus oculto nas penas.

(1) Estou sob a chuva do Fiat Divino, que me banhando toda, dentro e fora e penetrando até a
medula óssea, faz dizer a todo meu pobre ser, Fiat, Fiat, Fiat, Fiat. Sento-me em seus braços, e
conforme o chamo com meu dizer incessante para que forme sua Vida em meus atos, seus
batimentos em meu coração, seu respiro no meu, seu pensamento em minha mente, assim um
flash de luz sai de mim e gostaria de como atar ao Santo Querer Divino para fazer tudo meu, a fim
de que estivesse em meu poder formar sua Vida em mim, toda de Vontade Divina. Então me sentia
pensativa por este meu modo de fazer, e meu Sumo Bem Jesus repetindo sua breve visita, todo
bondade me disse:

(2) “Minha pequena filha de meu Querer, você deve saber que assim que a criatura invoca, chama
a meu Fiat implorando sua Vida para formá-la na sua, assim faz sair luz e forma o encanto a Deus
que arrebata sua pupila divina, a qual, raptada, olha para a criatura e forma a correspondência de
seu doce encanto e o vazio no ato da criatura para poder dar e encerrar no ato dela a Divina
Vontade, que enquanto forma, desenvolve sua Vida, a feliz criatura adquire o poder de fazê-lo seu,
e como é seu o ama fortemente, mais que vida própria. Minha filha, enquanto minha Vontade não
for como vida própria, exclusivamente sua, que ninguém a possa tirar memo sabendo que é um
dom recebido de Deus, apesar de que foi recebido já é afortunada e vitoriosa por ter a possessão,
jamais se pode amar como convém a minha Divina Vontade, nem sentir a necessidade de sua
Vida, nem Ela poderá desenvolver plenamente com toda liberdade sua Vida Divina na criatura. Por
isso o chamá-la te dispõe, ao fazê-la tua se fará conhecer e sentirás o grande bem de possuir sua
Vida e a amarás como merece ser amada, e serás zelosa de guardá-la com tal atenção, de não
perder nem sequer um respiro d’Ela”.

(3) Depois, encontrando-me um pouco mais sofrente que o habitual, pensava para mim: “Oh! como
gostaria que minhas penas me formassem as asas para poder voar a minha pátria celestial”. E em
lugar de me afligir, minhas pequenas penas me davam festa, e eu me sentia pensativa por isso, e
meu amado Jesus adicionou:

(4) “Minha filha, não te espantes, as penas frente à glória sorriem, sentem-se triunfantes ao ver as
conquistas que adquiriram, as penas confirmam e estabelecem a glória mais ou menos grande na
criatura, e segundo as penas, assim se sente pintar as mais belas e variadas tintas de beleza, e
vendo-a transformada na beleza mais rara, festejam. Assim que as penas na terra choram, diante
das portas do Céu começam seu sorriso eterno que não termina nunca mais; as penas na terra são
portadoras de humilhações, diante das portas da eternidade são portadoras de glória; na terra
tornam infeliz a pobre criatura, mas com o segredo milagroso que possuem, trabalham nas mais
íntimas fibras e em todo o ser humano o reino eterno, de modo que cada pena toma seu ofício
distinto, um se faz cinzel, um martelo, um lima, um pincel, um cor, e só deixam à criatura confiada a
elas, quando cada pena cumpriu seu trabalho e triunfantes a conduzem ao Céu, e só a deixam
quando veem mudada cada pena em distintas alegrias e em felicidade contínua, mas somente
quando a criatura as recebe com amor e sentem e recebem em cada pena o beijo, os abraços e os
fortes apertos de minha Divina Vontade, só então as penas possuem esta virtude milagrosa, de
outra maneira se tornam como se não tivessem instrumentos apropriados para cumprir seu
trabalho. Mas, quer saber você quem é a pena? A pena sou Eu, que me escondo dentro dela para
formar os profundos trabalhos para minha pátria celestial, e correspondo com usura a breve
morada que me deram sobre a terra. Fiz-me prisioneiro na pobre prisão da criatura para continuar
minha Vida de penas aqui embaixo, é justo que esta minha Vida receba suas alegrias, sua
felicidade, sua troca de glória nas regiões celestiais, por isso cessem as tuas maravilhas ao ver que
tuas penas sorriem ante as vitórias, ante os triunfos e ante as conquistas”.

34-6
Janeiro 22, 1936

Quem vive na Divina Vontade forma o teatro das obras do seu Criador, e repete nela a cena
comovedora da Redenção

(1) Estava fazendo o giro nos atos da Divina Vontade, e buscava investir com meu pequeno amor o
céu, o sol e a criação toda, e o Fiat Divino para me corresponder formava o lugar em minha
vontade para encerrar o céu e a criação toda; depois girava nos atos da Redenção, e o doce Jesus
encerrava seus atos em mim, e repetia as cenas mais comovedoras para me corresponder por meu
pequeno amor. Eu fiquei surpreendida, e meu amado Jesus todo ternura e amor me disse:
(2) “Minha boa filha, filha da minha Vontade, tu deves saber que meu amor é tanto, que para
desabafar quero repetir minhas obras, mas em quem posso repeti-las? Em quem posso encontrar
lugar para encerra-las para sentir-me amar? Em quem vive em minha Vontade. Conforme a criatura
gira nas minhas obras para as conhecer, para as amar e chamar a si, reproduzem-se nela e forma
o teatro das nossas obras, quantas cenas comovedoras: ora se estende o céu, ora surge o sol com
toda a sua majestade, hora murmura o mar e formando suas ondas gostaria de inundar a seu
Criador com seu amor, ora forma o mais belo prado florido, e em cada flor nos faz dizer seu refrão:
‘Te amo, te glorifico, te adoro, e teu Fiat venha a reinar sobre a terra’. Não há ser que não chame a
si para nos fazer dizer sua história: ‘Te amo, te amo’. Minha filha, nosso amor não está contente se
não se dá todo e não repete nossas obras em quem vive em nossa Vontade.

(3) Mas não é tudo, escuta: Se com girar nos atos da Criação repete minhas obras e tomo sumo
prazer e me deleito em assistir às cenas esplêndidas da Criação na criatura, quando ela gira nos
atos da Redenção para torná-los seus, Eu repito minha Vida, assim que repito minha concepção,
meu nascimento, no qual os anjos repetem a glória nos Céus e paz aos homens de boa vontade, e
se a ingratidão humana me obriga a chorar, vou chorar nela, porque sei que as minhas lágrimas
serão correspondidas e adornadas com o seu te amo. Por isso passo a repetir minha Vida, meus
passos, minhas lições, e quando as culpas me renovam as dores, a crucificação, a morte, não as
sofro jamais fora desta criatura, senão que vou a ela a sofrer minhas dores, as cruzes, a morte,
porque ela não me deixará sozinho, tomará parte em minhas dores, ficará crucificada Comigo, e
me dará sua vida em correspondência por minha morte. Então em quem vive em minha Vontade
encontro o teatro de minha Vida, as cenas comovedoras de minha infância e de minha paixão,
encontro os céus falantes, os sóis que me amam, os ventos que gemem de amor por Mim, em
suma todas as coisas criadas têm que me dizer uma palavrinha, um te amo, um testemunho de
reconhecimento, mas quem as faz falantes? Quem é quem dá a voz a todas as coisas? Quem vive
em minha Vontade; Ela a transforma tanto, que não há amor que não se faça dar, nem obras que
não possa repetir nela, por isso se podem chamar sua Vida vivente e a repetidora das obras de seu
Criador”.

35-6
Setembro 6, 1937

Finalidade da Criação: Vida falante e obrante de Deus na criatura. Sua palavra é a Divina Vontade.
Quem faz a própria vontade se joga a Divina.

(1) Estou entre os braços do Querer Divino, o qual me ama tanto, que não quer que desça de seus
braços mais que paternos para ter-me custodiada e me fazer crescer como Ele quer e lhe agrada,
e se me ouve dizer que o amo, oh! como festeja, e forma em torno de mim mares de seu amor que
a cada instante me dizem te amo, te amo. E meu doce Jesus visitando minha pequena alma, e
encontrando-me nos braços de seu Querer, todo contente me diz:

(2) “Minha filha bendita, como amo te encontrar sempre toda abandonada nestes braços, sua sorte
está assegurada, viverá de nosso mesmo alimento, teremos bens comuns. Você deve saber que a
única finalidade pela qual criamos a Criação foi propriamente esta: A Criação devia servir como
quarto do homem, e o homem devia servir como nosso quarto, queríamos formar tantas Vidas
nossas por quantas criaturas tirávamos à luz do dia, cada uma delas devia possuir nossa Vida,
mas Vida falante e obrante, não sabemos estar onde estamos sem dizer nada e sem agir, se isto
fosse, seriam formadas tantas prisões que nos impuseriam ao silêncio e à inutilidade. Nosso Ente
Supremo fala e trabalha, a palavra chama à obra, e a obra manifesta quem somos e nos forma tais
bem-aventuranças e alegrias, de tornar-nos felizes a Nós e a todos aqueles que convivem
Conosco; assim que cada palavra e obra nossa é uma nova alegria e felicidade que nos criamos.
Eis por que queremos formar no homem nossa Vida falante e obrante, porque devíamos formar tais
maravilhas de nosso Ser Divino para criar novas e sempre mais belas criações, porque queríamos
desabafar e dar curso ao que podemos e sabemos fazer, e dar curso às novas alegrias e
felicidades, e onde seria tudo isto? Em nosso quarto do homem. Mas quer saber você quem é
nossa palavra? Nossa Vontade, Ela é a obradora de nossas obras, a narradora de nosso Ser
Divino, a portadora e a conservadora de nossa Vida na criatura; sem Ela Nós não nos movemos de
nosso trono nem formamos vida em nenhuma habitação. Vê então a grande necessidade de que
se possua e se viva em nossa Divina Vontade, porque com Ela podemos fazer tudo, pôr fora
nossas obras mais belas, manter em vigor nossa finalidade, formar de nosso Ser quantas Vidas
queiramos; sem Ela tudo é obstáculo, fica impedido nosso amor, nossa potência, nossas obras
ficam paradas, pode-se dizer que ficamos o Deus mudo para as criaturas. Que ingratidão, que
delito, reduzir-nos ao silêncio enquanto queríamos honrar as criaturas com a nossa Vida nelas,
como habitação de nossas delícias e maravilhas, nos rejeitaram não dando-nos a liberdade de
formá-la, e em nosso lugar deram habitação às paixões, ao pecado e aos vícios mais horríveis.
Pobre homem sem nossa Vontade, sem finalidade divina, seria como se quisesse viver sem fôlego,
sem batimento, sem circulação de sangue, que são os fundamentos da vida humana, que vida
teria? Não seria morrer de um só golpe? Tal seria nossa Vida na criatura sem nossa Vontade,
estaríamos sem respiro, sem batimento, sem movimento, sem palavra, seria uma vida dilacerante,
oprimindo, que terminaria por morrer. É verdade que com nossa potência e imensidão envolvemos
a todos, nos encontramos em todos e por toda parte, mas faltando nosso Querer Divino neles
jamais nos ouvem falar, não compreendem nada de nosso Ser Supremo, vivem em nossa
imensidão porque nenhum pode escapar de Nós, mas faltando-lhes nosso querer não se sentem
filhos nossos, mas como estranhos de Nós, que dor, ter que dizer tantas coisas e calar, poder
operar quem sabe quantas maravilhas e não poder fazê-las porque nossa Vontade não reina neles!

No entanto nosso amor é tanto que não se detém, somos todos olhos para ver quem quer viver
n‟Ela, somos todos ouvidos para ouvir quem a chama a viver nela, somos todo amor para apoiar
nosso grande amor sobre o pequeno amor da criatura, e assim que a vemos disposta formamos
nossa Vida falante e lhe narramos a história de nossa Vontade, a longa história de nosso eterno
amor, dizemos-lhe quanto a amamos e lhe damos a conhecer nossos suspiros por querer ser
amados, porque você deve saber que quando Nós amamos e não encontramos quem nos ama,
nosso amor não tem onde apoiar-se para ser correspondido, por isso vai errante, delira e desvaria,
e se não encontra embora seja um pequeno te amo de criatura onde apoiar-se, retira-se em Nós,
onde temos nosso centro de amor, mas com tal dor que é incompreensível a mente criada, as
penas do amor não correspondido são inenarráveis, ultrapassam todas as outras penas. Nós
queremos dar sempre, estamos em ato contínuo de dar, mas queremos encontrar sua vontade que
queira receber, um desejo seu, um suspiro, que formam o lugar, os pequenos apoios onde
devemos apoiar nossa Vontade e o que queremos dar e fazer. Estes desejos e suspiros são como
ouvidos que nos escutam, como olhos que nos olham, corações que nos amam, mentes que nos
compreendem, e se não encontramos estes pequenos apoios não podemos dar-lhe nada, e ela fica
cega, surda, muda e sem coração; assim que nossa Vida é posta em fuga, retirando-se para as
nossas regiões celestes”.

(3) Depois continuei pensando na Divina Vontade, sentia-me toda investida por Ela e rogava a meu
amado Jesus que me ajudasse e me mantivesse fechada em seu coração, a fim de que vivesse e
não conhecesse nenhuma outra coisa senão seu Querer Divino, e Ele, voltando, continuou a dizer-
me:

(4) “Minha filha, todo o bem da criatura está ligado à minha Divina Vontade, se se desliga d‟Ela
todos os seus bens terminam. Você deve saber que cada vez que se faz o humano querer se joga
a Divina Vontade com todos seus bens, assim que se perde tudo o belo, tudo o que é santo e bom,
isto é uma perda incalculável, a pobre criatura é lançada na miséria mais esquálida, perde os
direitos a todos os bens, é investida de tal infelicidade, que jamais lhe dá paz, e se parece que tem
algum bem, é aparente e acaba de a torturar. Em vez disso, cada vez que com toda a firmeza
decide fazer a minha Vontade Divina, joga-se o querer humano, as misérias, as paixões, joga-se
todos os males, os miseráveis trapos, as vestes sujas que lhe formara a vontade humana; que feliz
perda, perder os males, as misérias, é glória, é vitória, é honra, mas perder os bens é vileza e
desonra. Agora olhe, se a criatura quer pode refazer-se da grande perda que fez de minha Vontade
fazendo a sua, muito mais que terá em sua ajuda nossa potência, nosso amor e nossa mesma
Vontade. Com adquirir de novo os direitos de todos os bens, todos a defenderão para refazer-se do
jogo perdido”.

36-6
Maio 6, 1938

Para viver no Querer Divino é necessário querê-lo e fazer os primeiros passos. A Divina
Vontade possui a virtude gerativa, e onde reina gera sem deter-se jamais. Inseparabilidade 
das obras de Nosso Senhor de quem vive em seu Querer.

(1) Minha pobre mente está sob uma multidão de pensamentos concernentes ao Querer Divino,
parecem-me tantos mensageiros que trazem tantas notícias deste Querer tão santo. Eu me sentia
surpreendida, e meu doce Jesus retornando à sua pequena filha, todo bondade me disse:
(2) “Minha filha boa, para entrar em minha Vontade o modo é simplíssimo, porque teu Jesus não
ensina jamais coisas difíceis, meu amor me faz adaptar muito à capacidade humana, a fim de que
a criatura sem dificuldade possa fazer o que Eu lhe ensino e quero. Agora, você deve saber que
para entrar em meu Fiat, a primeira coisa indispensável é querer, suspirar com toda firmeza o
querer viver n’Ele. A segunda coisa é fazer o primeiro passo; feito o primeiro, minha Divina Vontade
a circunda de luz e de tais atrativos, que a criatura perde o desejo de fazer sua vontade, porque
apenas deu um passo e se sente dominadora, a noite das paixões, das fraquezas, das misérias,
transformou-se em dia, em força divina, portanto sente a extrema necessidade de fazer o segundo
passo, o qual chama ao terceiro passo, depois ao quarto, ao quinto, e assim passo a passo. Estes
passos são passos de luz, a qual embeleza a criatura, santifica-a, felicita-a, facilita-lhe o caminho e
participa-lhe a semelhança de seu Criador, mas tanto, que não só sente a extrema necessidade de
viver em meu Querer, mas também o sente como vida própria, da qual não se pode desfazer. Vê
então como é fácil, mas é necessário amá-lo como o quer minha paterna bondade. Eu rodeio
aquela vontade de graça, de amor, de bondade, e como também Eu o quero, ponho do meu, e se
for necessário, minha própria Vida para dar-lhe todas as ajudas, os meios, e também minha Vida
como sua vida para fazê-la viver em meu Querer Divino, Eu não poupo nada quando se trata de
fazer viver a criatura em meu Querer.

(3) Agora minha filha, é tanto nosso amor, que fixamos diversos graus de santidade e diversos
modos de santidade e de beleza para adornar a alma em nossa Divina Vontade. Delas faremos
uma diferente da outra, distintas na beleza, na santidade, no amor, todas belas, mas distintas entre
elas; algumas ficarão no oceano da luz e gozarão os bens que possui meu Querer, outras ficarão
sob a ação de minha luz trabalhadora, e estas serão as mais belas, usaremos toda nossa arte
criadora, nosso ato trabalhador; encontrando a criatura em nosso Querer poderemos fazer o que
queremos, se prestará a receber nossa potência criadora, e nos deleitaremos em criar belezas
novas, santidades jamais vistas, amor que jamais demos à criatura porque faltava nela a Vida, a
luz, a força de nosso Querer para poder recebê-lo, sentiremos nela o nosso eco, a força gerativa
que sempre gera amor, glória, repetição contínua de nossos atos e de nossa própria Vida. A Vida
de nosso Fiat é propriamente este gerar, e onde Ele reina continuamente sem terminar jamais:
Gera em Nós e conserva a Vida, a virtude gerativa da Trindade Sacrossanta; gera na criatura onde
reina, e gera imagens nossas, amor, santidade. É por isso que temos ainda muito que fazer na
obra da Criação, temos que reproduzir nossos atos, nossas obras, que servirão como o mais belo
adorno de nossa pátria celestial”.

(4) Depois disso, minha mente se perdia no mar do Fiat, o qual tudo me fazia presente, e tudo me
parecia que fosse meu, como tudo era de Deus. E o meu amado Jesus, como que sufocado nas
suas chamas de amor, acrescentou:

(5) “Minha filha bendita, quem vive em minha Vontade tem sido sempre inseparável de seu Criador,
desde a eternidade estava já conosco, a esta criatura nosso Querer Divino nos levava nos braços a
nosso seio e nos fazia amar, cortejar e gozá-la, e desde então sentíamos seu amor palpitante em
Nós, e nos chamava ao trabalho de nossas mãos criadoras para fazer dela uma das mais belas
imagens nossas. Oh, como gozávamos ao encontrar em nossa Vontade a criatura na qual
podíamos desenvolver nossa obra criadora! Agora, você deve saber que estas almas que vivem ou
viverão em meu Fiat, sendo inseparáveis de Nós, quando Eu, Verbo Eterno, no excesso de meu
amor descia do Céu à terra, elas desciam junto Comigo, e com a Celestial Rainha à cabeça
formavam meu povo, meu exército fiel, minha morada real viva na qual Eu me constituía verdadeiro
Rei destes filhos de meu Querer Divino; descer do Céu sem o cortejo de meu povo, sem reino onde
não pudesse dominar com minhas leis de amor, não o teria feito jamais. Para Nós todos os séculos
são como um único ponto, no qual tudo é nosso, tudo encontramos como em ato, por isso Eu
descia do Céu como dominador e Rei de meus filhos, me via cortejado e amado como sabemos
amar Nós mesmos, e foi tanto meu amor que os fiz ficar concebidos junto Comigo, estar sem eles
me era impossível, não encontrar os meus filhos que me amassem não o poderia tolerar, por isso
fizeram vida junto Comigo no seio de minha Mãe Soberana, nasceram junto Comigo, choravam
junto, o que fazia Eu faziam eles: Se caminhava, se operava, se rezava, se sofria, eles o faziam
junto Comigo, e posso dizer que, mesmo sobre a cruz, estavam Comigo para morrer e ressuscitar
para a nova vida que Eu vim trazer para as gerações humanas.

Por isso o reino de nossa Vontade já está estabelecido, sabemos seu número, sabemos quem são, seu nome, já nossa Vontade nos
faz sentir palpitantes, ardentes de amor, oh! como os amamos e suspiramos por que chegue o
tempo de fazê-los sair à luz do dia em nossa própria Vontade sobre a terra. Portanto os filhos do
meu Querer terão em seu poder a minha concepção, o meu nascimento, os meus passos, as
minhas penas, as minhas lágrimas, e quantas vezes quiserem ser concebidos, ressuscitados,
tantas vezes o poderão fazer; sentirão os meus passos, as minhas penas nas deles, porque na
minha vontade, minha Vida, meu nascimento, se repetem, se renovam a cada instante e por isso
podem tomá-los para eles e podem dá-los aos demais. Farei o que eles quiserem, sabendo que
eles não farão jamais o que Eu não quero. Estes nossos filhos renascidos, crescidos, formados,
alimentados por nosso Querer, serão a verdadeira glória de nossa Criação, coroarão nossa obra
criadora e porão o selo de seu amor em cada coisa criada para Aquele que tudo fez por eles, e que
tanto os amou”.

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