Entrada, progresso, permanência e crescimento no Reino da Divina Vontade

Iniciação Vida na Divina VontadeLIVRO DO CÉU
Entrada, progresso, permanência e crescimento no Reino da Divina Vontade
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19-41 Julho 26, 1926 Quatro graus que há no Supremo Querer.

(1) Continuo o meu habitual abandono no Supremo Querer, e meu amável Jesus ao vir me disse:.

(2) “Minha filha, a luz do sol não é gozada por todos na mesma medida, não por parte do sol, porque minhas obras contendo o bem universal fazem o bem a todos, sem restrição alguma, mas por parte das criaturas. Suponha que uma pessoa esteja em seu quarto, esta não goza toda a vivacidade da luz, e se goza de uma luz fraca, não goza seu calor; em troca outra pessoa está fora da cidade, esta goza mais luz, sente o calor do sol; o calor purifica, desinfecta o ar pútrido, e ao gozar o ar purificado se revigora e se sente mais sã, assim que a segunda goza de mais os bens que leva o sol à terra. Mas segue adiante, uma terceira pessoa vai se meter naquele ponto onde os raios solares golpeiam com mais força a superfície da terra, esta se sente investida por seus raios, se sente queimar pelo calor do sol, a vivacidade de sua luz é tanta, que enchendo o olho dela dificilmente pode olhar a terra, parece como transfundida na mesma luz, mas como apóia os pés sobre a terra, muito pouco sente dela, de si mesma, mas vive toda para o sol. Veja que grande diferença há entre a primeira, a segunda e a terceira, mas segue adiante ainda, uma quarta empreende o vôo nos raios solares, eleva-se até o centro de sua esfera, esta fica queimada pela intensidade do calor que o sol contém em seu centro, a intensidade da luz a eclipsa totalmente de modo que fica perdida, consumida no mesmo sol, esta quarta pessoa não pode olhar mais a terra, nem pensar em si mesma, e se olhar, olhará luz, sentirá fogo, assim que para ela todas as coisas terminaram, a luz e o calor substituíram-se a sua vida; que grande diferença entre a terceira e a quarta! Mas toda esta diversidade não é por parte do sol, mas por parte das criaturas, dependendo de como se exponham à luz do sol. Agora, o sol é a imagem de minha Vontade, que mais do que sol, como dardos envia seus raios para converter aqueles que querem viver em seu Reino em luz e amor. A imagem destas pessoas são os quatro graus de viver em minha Vontade:

A primeira pode-se dizer que não vive em seu Reino, senão somente à luz que de meu Reino expande a todos o Sol de meu Querer, pode-se dizer que está fora de seus confins, e se goza de uma pouca luz é pela natureza da luz que se expande onde quer que ela esteja; a natureza desta criatura, as suas fraquezas e paixões, formam-na como um quarto ao seu redor e formam o ar infectado e pútrido, o qual, ao respirá-lo, a faz viver enferma e sem vivacidade de força no fazer o bem, mas com tudo e isto está resignada, suporta mais ou menos os encontros da vida, porque a luz da minha Vontade, por quanto escassa seja, leva sempre o seu bem. A segunda é a imagem de quem entrou nos primeiros passos dos confins do Reino do Supremo Querer, esta goza não só mais luz, mas goza também o calor, portanto o ar que respira é puro, e respirá-lo se sente morrer as paixões, é 90 91 constante no bem, suporta as cruzes não só com paciência, mas com amor, mas como está nos primeiros passos dos confins, olha a terra, sente o peso da natureza humana. Ao contrário a terceira, sendo a imagem de quem se adentrou nos confins deste Reino, é tal e tanta a luz que lhe faz esquecer tudo, não sente mais nada de si mesma, o bem, as virtudes, as cruzes, se mudam em natureza; a luz a eclipsa, a transforma e apenas lhe deixa olhar de longe o que a ela não pertence mais. A quarta é a mais feliz, porque é a imagem de quem não só vive em meu Reino, senão de quem fez aquisição dele, esta sofre a consumação total no Sol Supremo de meu Querer, o eclipse que lhe faz a luz é tão denso que ela mesma se torna luz e calor, não pode olhar outra coisa que luz e fogo, e todas as coisas se convertem para ela em luz e amor. Assim, haverá uma diferença de graus no reino da minha Vontade, de acordo com o qual as criaturas vão querer tomar de seus bens, mas os primeiros graus serão empurrões e caminhos para chegar ao último. “Agora, para ti que o deves fazer conhecer, é totalmente necessário que vivas no último grau.¨

19-40 Julho 23, 1926 Temores de ser deixada por Jesus. Quem vive no Querer Divino perde toda via de saída, nem Jesus pode deixá-la nem ela pode deixá-lo. A Criação é espelho, a Vontade Divina é Vida.

(1) Tendo esperado e suspirado muito a vinda de meu doce Jesus, pensava entre mim: “Como farei, se quem forma minha vida me deixa só e abandonada, poderia eu viver? E se eu vivo, porque agora entendo que não são as penas que fazem morrer, pois se assim fosse, depois de tantas privações suas estaria morta, as penas ao mais fazem sentir a morte, mas não a sabem dar, fazem viver esmagada e esmagada como debaixo de uma prensa, mas o poder da morte pertence apenas ao Querer Supremo”. Enquanto eu pensava assim, o meu adorável Jesus mexeu-se dentro de mim, e fez-se ver que tinha uma corrente de ouro nas mãos e se deleitava em fazê-la passar entre mim e Ele, de modo que ficávamos atados juntos, e com um amor e bondade toda paterna me disse:.

(2) “Minha filha, por que teme que te deixe? Escuta, Eu não posso tolerar este temor em ti, tu deves saber que nas condições em que te pus, o mar de meu Querer que dentro e fora de ti corre, no qual tu voluntariamente, não forçada, te ofereceste nele, tem ampliado tanto seus confins, que nem eu nem tu encontraremos o caminho para sair. Então, se você quiser me deixar, não encontrará o caminho, e por quanto queiras girar, girarás sempre nos confins intermináveis de minha Vontade, muito mais que teus atos feitos nela te fecharam todo caminho de saída. E se eu quisesse deixar-te, não o poderia fazer, porque não saberia para onde ir para me afastar dos confins da minha Vontade, ela está em todo o lado, e para onde quer que vá, encontrar-me-ia sempre contigo. Quanto mais eu faço com você como uma pessoa que possui um quarto grande, e amando a outra pessoa inferior a ela, de mútuo acordo a toma e a outra vai, mas como a casa é grande, se esta se afasta e gira em sua casa, aquela a perde de vista e se lamenta, mas sem razão, pois se a casa é sua, poderá deixá-la? As coisas próprias não são deixados, portanto, ou ele vai voltar para casa em breve, ou talvez ele está em algum quarto de sua própria casa. Por isso, se te dei a minha Vontade para tua habitação, como posso deixar-te e separar-me d‟Ela? Por quanto sou potente, nisto sou impotente, porque sou inseparável de meu Querer, por isso ao máximo me afasto em meus confins e você me perde de vista, mas não é que te deixe, e se você girasse em nossos confins logo me encontraria, por isso em lugar de temer, me espere, e quando menos pensares, vais encontrar-me todo apertado a ti”.
(3) Depois disto estava fazendo meus acostumados atos no Supremo Querer, e diante de minha mente se fazia presente toda a ordem que convém ter na Divina Vontade, o que se deve fazer e até onde se pode chegar, em suma, tudo o que Jesus mesmo me ensinou, e pensava entre mim:
“Como poderão fazer tudo isto as criaturas? Se eu que tomo da fonte me parece que não faço tudo, muitas coisas deixo para trás e não chego àquela altura que Jesus diz, o que será daqueles que tomarão de minha pequena força?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:.

(4) “Minha filha, muitas coisas que criei na Criação, nem todas te servem a ti, nem as gozas, muitas outras não as conheces, mas se não te servem a ti servem aos demais, se não as gozas e as conheces tu, gozam e conhecem os demais, e se as criaturas não tudo tomam, Todas servem à minha grande glória e para fazer conhecer minha força, minha majestade, meu grande amor, e a multiplicidade de tantas coisas criadas fazem conhecer a sabedoria, o valor do Artífice Divino, que é tão hábil que não há nada que não saiba fazer. Agora, se tantas coisas tirei fora na criação do mundo, que devia servir à natureza e que devia ser como espelho no qual o homem, olhando-se, devia reconhecer seu Criador, e todas as coisas criadas deviam ser caminhos para retornar ao seio paterno de onde tinha saído, muito mais é necessário fazer conhecer mais coisas do Reino de minha Vontade, que deve servir como vida da alma e como centro onde Deus deve ter seu trono.
Agora, a multiplicidade das coisas que te fiz conhecer serve para mostrar quem é esta Vontade Divina, como não há coisa mais importante, mais santa, mais imensa, mais potente, mais benéfica e que tem virtude de dar vida, que Ela. Todas as outras coisas, por quanto boas e santas, são sempre na ordem secundária, só Ela tem sempre o primeiro lugar, e onde não está Ela não pode haver vida. Por isso, os muitos conhecimentos sobre a minha Vontade servirão a minha própria Vontade como glória e triunfo, e servirão às criaturas como caminho para encontrar a vida e recebê-la, e a sua altura e imensidão servirão às criaturas para que jamais se detenham, mas que sempre caminhem para alcançá-la, por quanto possam, e a multiplicidade dos conhecimentos servirá à liberdade de cada uma para tomar aqueles que quiserem, porque cada conhecimento contém a Vida, e se se rompe o véu do conhecimento encontrarão dentro, como rainha, a Vida da minha Vontade; portanto, conforme tomam e fazem, Tanto mais crescerá a Vida da Minha Vontade neles. Por isso se atenta em manifestar os méritos, as riquezas infinitas que possui, a fim de que o Céu de meu Querer seja mais belo, mais atrativo, mais majestoso, como o é, que o céu da Criação, a fim de que arrebatados por sua beleza, pelos bens que contém, possam todos suspirar o vir a viver no Reino da minha Vontade”.

19-38 Julho 18, 1926 Por que o Nosso Senhor, ao vir à terra, não manifestou o Reino do seu Querer.
(1) Minha pobre mente estava pensando no que está escrito aqui em cima, e meu doce Jesus continuou sobre o mesmo argumento dizendo-me:.
(2) “Minha filha, olha então o por que ao vir à terra não dei o Reino de meu Querer nem o fiz conhecer, pois havia uma necessidade, quis submeter a uma nova prova à criatura, quis dar-lhe coisas menores daquelas que lhe dei na Criação, remédios e bens para curá-la, porque, criando-o, o homem não estava doente, mas são e santo, portanto podia muito bem viver no Reino do meu Querer, mas subtraindo-se do Querer Supremo adoeceu, e Eu vim à terra como médico celestial para ver se aceitava os remédios, os medicamentos para a sua doença, e depois de tê-lo experimentado nisso, então lhe teria dado a surpresa de manifestar o Reino de minha Vontade, que em minha Humanidade tinha preparado para ele.
85 (3) Enganam-se aqueles que pensam que nossa suma bondade e sabedoria infinita teriam deixado ao homem só com os bens da Redenção, sem levantá-lo de novo ao estado primeiro criado por nós; se assim fosse, nossa Criação teria ficado sem sua finalidade e portanto sem seu pleno efeito, o que não pode ser nas obras de um Deus, no máximo faremos passar e girar os séculos, dando agora uma surpresa, agora uma outra, agora confiando-lhe um pequeno bem, agora outro maior;
faremos como um pai que quer herdar a seus filhos, mas estes filhos muito têm desperdiçado os bens do pai, mas contudo e isto está decidido a herdar a propriedade a seus filhos, assim que pensa em outra estratégia, não dá já a seus filhos as somas grandes senão pouco a pouco, peso a peso, e conforme vê que os filhos conservam o pouco assim vai aumentando as pequenas somas.
Com isto os filhos vêm a reconhecer o amor do pai e a apreciar os bens que lhes confia, o que não faziam antes quando tinham as somas grandes, isto serve para os reafirmar e para lhes ensinar a saber conservar os bens recebidos; então o pai, quando os formou, confirma sua decisão e dá suas propriedades a seus filhos. Agora, assim está fazendo a paterna bondade, na Criação pôs o homem na opulência dos bens, sem restrição alguma, mas somente porque quis prová-lo colocou uma só restrição, que a ele não teria custado grande coisa, mas com um ato de sua vontade contrária à minha desperdiçou todos estes bens, mas meu amor não se deteve, comecei, mais que pai, a dar-lhe pouco a pouco, e primeiro a curá-lo.

Com o pouco muitas vezes se usa mais atenção que quando se possuem as coisas grandes, porque se possuem grandes propriedades e se se esbanja, há sempre de onde tomar, mas se esbanja o pouco fica em jejum; mas a decisão de dar o Reino da minha Vontade ao homem não a mudei, o homem muda, Deus não se muda. Agora a coisa é mais fácil, porque os bens da Redenção fizeram o caminho, fizeram conhecer muitas surpresas do meu amor pelo homem, como os amei, não só com o Fiat mas com dar-lhe a minha própria Vida, se bem que meu Fiat me custe mais que minha própria humanidade, porque o Fiat é Divino, Imenso e Eterno, minha humanidade é humana, limitada e no tempo tem seu princípio, mas a mente humana não conhecendo a fundo o que significa o Fiat, seu valor, sua potência, e o que pode fazer, se deixam impressionar mais por tudo o que fiz e sofri ao vir redimi-los, sem saber que sob minhas penas e minha morte estava escondido meu Fiat, que dava vida a minhas penas.
Agora, se eu quisesse manifestar o Reino da minha Vontade, tanto quando vim à terra, como antes de que os bens da Redenção fossem conhecidos e em grande parte possuídos pelas criaturas, meus maiores santos teriam ficado atemorizados, todos teriam pensado e dito: Adam inocente e santo não soube viver, nem perseverou neste Reino de luz interminável e de santidade divina, como podemos nós fazê-lo? E tu, quantas vezes não te assustaste? E tremendo diante dos bens imensos e da santidade toda divina do Reino do Fiat Supremo querias retirar-te dizendo-me: Jesus, pensa em qualquer outra criatura, eu sou incapaz’. Não te espantou tanto o sofrer, ao contrário, 86 muitas vezes me rogaste, incitando a que te fizesse sofrer, e por isso minha mais que paterna bondade, como a uma segunda mãe minha, à qual ocultei que ia conceber-me em seu seio, primeiro a preparei, a formei, para não fazê-la espantar, e quando chegou o tempo oportuno, no mesmo momento em que Eu devia conceber-me, então o fiz saber por meio do anjo, e se no primeiro momento tremeu e se conturbou, mas logo se serenou, porque estava habituada a viver junto com seu Deus, em meio a sua luz e diante de sua santidade. Assim te fiz, por tantos anos e anos te ocultei que queria formar em ti este Reino supremo, te preparei, te formei, me encerrei em ti, no fundo de tua alma para formá-lo, e quando tudo estava feito te manifestei o segredo, te falei de tua missão especial, pedi-te em modo formal se querias aceitar o viver em minha Vontade, e enquanto tu temias e tremias, Eu te alentava e te tranquilizava dizendo-te: Por que te perturbas?

Talvez não tenha vivido até agora junto Comigo no Reino de meu Querer? ‘ E você se acalmando tomava mais prática em viver nele e Eu me deleitava em ampliar sempre mais os confins de meu Reino, porque está estabelecido até onde a criatura deve tomar posse neste Reino, posto que são intermináveis seus confins, e a criatura é incapaz de poder abraçá-los todos, porque é limitada”..
(4) E eu: “Meu amor, não obstante meus temores não cessaram de todo, e às vezes me espanto tanto, que temo chegar a ser um segundo Adão”.

(5) E Jesus: “Minha filha, não temas, tu tens mais ajuda que a que tinha Adão, tens a ajuda de um Deus Humanado e todas as suas obras e penas para tua defesa, para teu sustento, para teu cortejo, o que ele não tinha, por que então queres temer? Mas fica atenta à santidade que convém para viver neste Reino celestial, à tua felicidade e fortuna, pois vivendo nele te basta um olhar, ouvir uma só palavra minha para compreender seus bens, enquanto que quem está fora, se pode dizer que entendem só que existe o Reino de minha Vontade, mas do que está dentro, e o que se necessita para fazê-lo compreender, apenas o alfabeto de minha Vontade podem entender”

19-37 Julho 14, 1926 Como Jesus tinha preparado o Reino de sua Vontade em sua Humanidade, para dá-lo de novo às criaturas. Todos os interesses, divinos e humanos estão em perigo se não se vive na Divina Vontade.

(1) Continuo a encontrar-me no Santo Querer, meu doce Jesus muitas vezes acompanha-me na repetição destes atos, outras vezes só está para ver se alguma coisa me escapa de tudo o que fez, seja na Criação como na Redenção, e se isto acontecer, Ele com toda a bondade me faz presente a fim de que eu ponha nisso ainda que seja um pequeno “amo-te”, um obrigado, uma adoração, dizendo-me que é necessário reconhecer até onde sua Vontade estendeu os confins do Reino de seu Querer por amor da criatura, a fim de que ela gire neste Reino para gozá-lo, e com seu amor se torne mais estável sua possessão, e vendo-a sempre nele, todos, Céu e terra possam reconhecer que o Reino de minha Vontade já tem sua herdeira, e que o ama e é feliz por possuí-lo.
(2) Agora, enquanto me sentia abismada neste Eterno Querer, meu amável Jesus se fazia ver com seu coração aberto, e a cada batimento seu saía um raio de luz, em cuja ponta se via impresso um Fiat, e assim como o batimento do coração é contínuo, Enquanto saía um raio outro o seguia e depois outros mais não terminavam jamais de sair. Estes raios invadiam o Céu e a Terra, mas todos tinham impresso o Fiat, e não somente de seu coração saíam estes raios, mas também de seus olhos, conforme saíam raios, conforme falava, quando movia suas mãos e pés saíam raios levando todos como glória e triunfo o Fiat Supremo. Ver a Jesus era um encanto, belo, todo transfundido nestes raios de luz que saíam de sua adorável pessoa, mas o que punha a suntuosidade, a majestade, a magnificência, a glória, a beleza, era o Fiat. Sua luz me eclipsava e eu teria permanecido séculos diante de Jesus sem lhe dizer nada se Ele mesmo não tivesse rompido o silêncio dizendo-me:.

(3) “Minha filha, a perfeita glória e a honra completa a minha Vontade o deu minha humanidade, foi propriamente em meu interior, no centro deste coração, onde formei o Reino do Querer Supremo; e como o homem o havia perdido não havia esperança de poder readquirir-lo, minha Humanidade o 83 readquiriu com penas íntimas e inauditas, dando-lhe todas as honras devidas e a glória que lhe havia sido tirada pela criatura, para dá-lo de novo a ela. Assim que o Reino de minha Vontade foi formado dentro de minha humanidade, por isso tudo o que era formado em minha Humanidade e saía fora, levava a marca do Fiat, cada pensamento, olhar, respiro, batimento, cada gota de meu sangue, tudo, levava o selo do Fiat de meu Reino supremo; isto me dava tanta glória e me embelezava tanto, que Céu e terra ficavam por debaixo e como obscurecidos diante de Mim, porque minha Vontade Divina é superior a tudo e tudo fica por debaixo dela como seu escabelo.
Agora, no decorrer dos séculos Eu olhava a quem devia confiar este Reino, e tenho estado como uma mãe grávida, que sofre, que se magoa porque queria dar à luz seu parto e não podia; pobre mãe, quanto sofre porque não pode gozar-se o fruto de suas entranhas, muito mais que tendo amadurecido este parto e não saindo, sua existência está sempre em perigo.

Assim Eu, mais que mãe grávida estive por tantos séculos, quanto sofri, como penalizei ao ver em perigo os interesses de minha glória, tanto da Criação como da Redenção, muito mais que este reino o tinha como em secreto e escondido em meu coração, sem ter nem sequer o desabafo de o manifestar, e isto me fazia sofrer de mais, porque não vendo nas criaturas as verdadeiras disposições para poder dar este meu parto, e não tendo eles tomado todos os bens que há no reino da redenção, não podia arriscar-me a dar-lhes o reino da minha vontade, que contém bens maiores, muito mais que os bens da Redenção servirão como traje, como antídoto, para fazer que entrando no Reino de minha Vontade não possam repetir uma segunda queda, como fez Adão. Assim, se nem todos estes bens foram tomados, mas sim menosprezados e pisoteados, como poderia sair de dentro da minha Humanidade este nascimento do meu Reino? Por isso tive que me contentar com penar, com sofrer e esperar mais que uma mãe para não pôr em perigo meu amado parto do meu Reino;
sofrendo porque queria pô-lo fora para fazer dom dele à criatura e pôr ao seguro os interesses da Criação e Redenção, pois estão todos em perigo, porque até que o homem não retorne ao Reino do Supremo Querer, nossos interesses e os seus estarão sempre em perigo. O homem fora de nossa Vontade é sempre uma desordem em nossa obra Criadora, uma nota discordante que tira a perfeita harmonia à santidade de nossas obras, e por isso Eu olhava através dos séculos, esperando a minha pequena recém-nascida no Reino de minha Vontade, pondo-lhe em torno todos os bens da Redenção para segurança do Reino de minha Vontade, e mais que mãe sofredora que tanto sofreu, confio a ti este meu parto e a sorte deste meu Reino.

E não é só a minha Humanidade que quer dar à luz este parto que me custa tanto, mas toda a Criação está grávida da minha Vontade, e sofre porque quer dá-la à luz às criaturas para restabelecer o Reino do seu Deus no meio delas, portanto a Criação é como um véu que esconde como um parto à minha Vontade e as criaturas tomam o véu e rejeitam o parto que há dentro; prenhe da minha 84 Vontade está o sol, e enquanto tomam os efeitos da luz, que como véu esconde à minha Vontade, os bens que produz, rejeitam depois minha Vontade, não a reconhecem nem se fazem dominar por Ela, assim que tomam os bens naturais que há no sol, mas os bens da alma, o Reino de meu Querer que reina no sol e que quer dar-se a eles o rechaçam; oh, como sofre minha Vontade no sol, a qual quer ser dada à luz desde a altura da esfera para reinar no meio das criaturas; grávida da minha Vontade está o céu, que olha com os seus olhos de luz, como são as estrelas, para as criaturas, para ver se querem receber a minha Vontade para que reine no meio delas; Com as suas ondas fragorosas se faz ouvir e as águas como véu escondem a minha Vontade, mas o homem se serve do mar, toma seus peixes, mas não tem cuidado de minha Vontade e a faz sofrer como parto reprimido nas entranhas das águas. Portanto, todos os elementos estão prenhes da minha vontade: o vento, o fogo, a flor, toda a terra são todos véus que a escondem. Agora, quem dará este alívio e alívio à minha humanidade? Quem romperá estes véus de tantas coisas criadas que a escondem? Quem reconhecerá em todas as coisas o portador de minha Vontade e fazendo-lhe as devidas honras a faça reinar em sua alma, dando-lhe o domínio e a sua submissão? Por isso minha filha, fica atenta, dá esta alegria a teu Jesus que até agora tem estado sofrendo por pôr fora este parto de meu Reino supremo, e junto Comigo toda a Criação, como um ato só romperá os véus e depositará em ti o parto de minha Vontade que escondem”..

19-44 Agosto 4, 1926 Quem está na Divina Vontade, onde quer que se encontre está seguro, porque nela há quatro planos.

95 (1) Os meus dias, as minhas horas estão sempre sob a opressão de duríssimas privações do meu doce Jesus. Oh! como é doloroso passar da luz para as trevas, e enquanto se crê dever gozar da luz, como relâmpago foge e fica mais escuro do que antes. Agora, enquanto me encontrava sob a dura pena da privação da luz de meu doce Jesus, e sentindo que não podia mais, minha amada Vida, meu sumo bem se moveu em meu interior, e eu sentindo-o lhe disse: “Jesus, como me deixas! Sem Ti eu não sei onde me encontro”. E Ele todo bondade me disse:.
(2) “Minha filha, como, não sabes onde te encontras? Não estás na minha Vontade? A casa da minha vontade é grande; se não estiveres num andar, estarás noutro; porque ela contém quatro planos; o primeiro é o subsolo da terra, isto é: o mar, a terra, as plantas, as flores, os montes, e todo o resto que existe no submundo do universo; Onde quer que ela domine e governe, a sua posição é sempre de Rainha e tudo está nas suas mãos. O segundo plano é o sol, as estrelas, as esferas celestes. O terceiro é o céu azul. O quarto é a minha pátria e a dos santos. Em todos estes planos minha Vontade é Rainha, ocupa o primeiro lugar de honra, assim que em qualquer destes planos em que se encontre, está segura de que sempre estará em minha Vontade. Se você gira no baixo do universo, a encontrará que te espera no mar, a fim de que se una com Ela para fazer o que Ela faz, como desenvolve seu amor, sua glória, sua potência; te espera sobre os montes, no baixo dos vales, nos prados floridos, Espera-te em todas as coisas a fim de que lhe faças companhia para fazer que nada omitas, é mais, serás a repetidora de seus atos. Quando tiveres girado pelo primeiro plano passa ao segundo, e a encontrarás que te espera com majestade no sol, a fim de que sua luz, seu calor, te transformem, te façam perder teu ser e saiba amar e glorificar como sabe amar e glorificar uma Vontade Divina. Por isso gira em nossa casa, nas obras de teu Criador, porque onde quer que te espere a fim de que tu aprendas seus modos, repitas o que faz minha Vontade em todas as coisas criadas, assim estarás segura de encontrar-te sempre no Supremo Querer, e não só isto, mas vais encontrar-te sempre comigo, e se bem nem sempre me vês, tu deves saber que sou inseparável da minha Vontade e das minhas obras, por isso estando Ela em Mim, Eu estarei contigo e tu estarás Comigo”..

(3) Dito isto desapareceu como um relâmpago, e eu fiquei mais no escuro do que antes, continuando meus atos no Supremo Querer, mas enquanto isso fazia lhe rogava que retornasse a sua pequena filha dizendo: “Meu Jesus, te rogo em virtude de tua mesma Vontade, e como Ela se encontra espalhada em toda a Criação, enchendo-a toda, por isso tua mesma Vontade te roga no sol que retorne a tua pequena recém-nascida, te roga em cada estrela, Roga-te no céu azul que te apresses a vir a quem não pode viver sem Ti, suplica-te no mar, em suas ondas fragorosas, em seu doce murmúrio, que logo venhas a tua pequena exilada. Não escutas meu amor minha voz em 96 tua Vontade que ressoa em todas as coisas criadas, e toda a Criação roga, suplica, suspira, chora por que regresses à pequena de tua Vontade? Como é que tantas vozes não te comovem? Como é que tantos suspiros não te empurram, não te fazem embarcar no vôo? Não sabes! Jesus que é a tua vontade a que te roga, E se você não ouvir Ela ficaria por baixo? E eu acho que você não pode fazer menos do que ouvi-la”. Mas enquanto isto e outras coisas mais dizia, meu doce Jesus moveu-se em meu interior, transformando-me toda nele e participando-me de suas amarguras, que já eram demasiadas, ó Deus, quantas coisas tristes fazia ver, e seu coração era traspassado por elas! Depois, como se quisesse aliviar me disse, fazendo-se ver com sua habitual caneta de luz na mão:.
(4) “Minha filha, façamos tudo a um lado, falemos do reino do Supremo Querer que tanto me interessa, não vês como estou sempre em ato de escrever no fundo de tua alma seus méritos, suas leis celestiais, sua potência, seus prodígios divinos, sua beleza encantadora, suas alegrias infinitas, a ordem e a harmonia perfeita que reina neste Reino do Fiat Divino? Primeiro faço os preparativos, formo em ti todas as propriedades Dele e depois te falo, a fim de que sentindo em ti suas propriedades, poderás ser a porta-voz de minha Vontade, o seu pregador, o seu telégrafo e o trompete que com som ressonante chame a atenção das pessoas para ouvi-la. Os ensinamentos que te dou sobre o Reino de meu Querer serão como tantos fios elétricos, que quando estão feitas as justas comunicações, os preparativos necessários, basta um só fio para dar luz a cidades e a províncias inteiras.

A força da eletricidade, com uma rapidez mais que a do vento, dá luz a lugares públicos e privados. Os ensinamentos sobre minha Vontade serão os fios, a força da eletricidade será o mesmo Fiat, que com uma rapidez encantadora formará a luz que afastará a noite da vontade humana, as trevas das paixões. Oh, como será bela a luz da minha vontade! Ao vê-la se disporão os equipamentos nas almas para unir a elas os fios dos ensinamentos, para gozar e receber a força da luz que contém a eletricidade de meu Querer Supremo. Queres ver como vai acontecer? Olhe, Eu tomo um fio de meus ensinamentos amarrado a sua alma, e você emite sua voz dentro do fio, diga, eu te amo’, Eu te adoro’, te bendigo’, o que você quiser dizer, e fique atenta a olhar”..
(5) Eu disse eu te amo e aquele te amo mudou em caracteres de luz, e a força elétrica do Supremo Querer o multiplicava, De modo que aquele amor te amava’ de luz percorria toda a abóbada dos céus, fixava-se no sol, em cada estrela, penetrava nos Céus, fixava-se em cada um dos bem-aventurados, formava sua coroa de luz aos pés do trono divino e entrava até no seio da Majestade Suprema, em suma onde se encontrava a Divina Vontade, e por toda parte formava sua luz elétrica. E Jesus, retomando a palavra, disse-me:.

(6) “Minha filha, viste que força tem a eletricidade do Fiat Supremo e como chega a todas as partes? A eletricidade da terra se difunde no mais baixo, não tem a força de chegar até as estrelas, mas a força de minha eletricidade se difunde no baixo, no alto, nos corações, onde quer que seja, e quando se disponham os fios, com que rapidez encantadora fará seu caminho entre as estrelas.¨

19-45 Agosto 8, 1926 Quanto mais a alma está fundida com Deus, tanto mais pode dar-lhe, e tanto mais ela pode tomar. Exemplo do mar e do riacho.

(1) Encontrando-me em meu estado habitual, sentia-me toda abandonada nos braços de Jesus, e Ele, movendo-se em meu interior me disse:.
(2) “Minha filha, quanto mais a alma está fundida Comigo, quanto mais eu lhe posso dar e ela pode tirar de mim. Acontece como entre o mar e o riacho, separado este do mar só por uma parede;
estão tão perto, que se se tirasse esta parede, o mar e o riacho se tornariam um só mar. Agora, se o mar transbordasse, o riacho estando perto, recebe as águas do mar; se as ondas fragorosas se levantam, ao descer descarregam no riacho; a água do mar se filtra através das fissuras da parede, assim que o pequeno riacho recebe sempre do mar, e como ele é pequeno enche-se sempre mais com esta água que recebe do mar e dá novamente ao mar a água recebida, para recebê-la de novo. Mas isto acontece porque o riacho está próximo do mar, se estivesse distante, nem o mar poderia dar nem ele poderia receber, a distância o colocaria em tal condição que nem sequer poderia conhecer o mar”..
(3) Mas enquanto dizia isto, punha diante da minha mente a imagem do mar e do pequeno riacho e então voltou a dizer:.

(4) “Minha filha, o mar é Deus, o pequeno riacho é a alma, a parede que divide um do outro é a natureza humana que faz distinguir Deus e a criatura; os transbordamentos, as ondas que continuamente se levantam para descarregar no riacho são minha Divina Vontade que quer dar tanto à criatura, para fazer com que o pequeno riacho, enchendo-se e inchando, transborda, forme suas ondas levantadas pelo vento da Suprema Vontade e se derramem no mar divino para encher-se novamente, de modo que pode dizer: Faço a vida do mar, e se bem sou pequeno, também eu faço o que ele faz, transborda, formo minhas ondas, Levanto-me e procuro dar ao mar o que ele me dá. Então a alma que está fundida Comigo e se faz dominar por Minha Vontade, é a repetidora dos atos divinos; seu amor, suas adorações, suas orações e tudo o que faz é o desabafo do que tem recebido de Deus para poder dizer-lhe: são as tuas adorações que te adoram, são as tuas orações que te suplicam, é a tua Vontade que, investindo-me, me faz fazer o que Tu fazes, para dá-las novamente como coisas tua”..

(5) Jesus fez silêncio, mas depois, como tomado por uma ênfase irresistível de amor acrescentou:.

(6) “Oh! Poder da minha Vontade, como és grande, Tu sozinha juntas ao ser maior, mais alto, com o ser menor e mais baixo e deles forma um só. Você sozinha tem a virtude de esvaziar a criatura de tudo o que não te pertence, para poder com seus reflexos formar nela aquele Sol Eterno, que com seus raios, enchendo o Céu e a terra, vai confundir-se com o Sol da Majestade Suprema.
Você sozinha tem esta virtude de comunicar a Força Suprema, de tal modo que possa com sua força elevar-se a criatura àquele ato único do Deus Criador. ¡

Ah! minha filha, a criatura quando não vive na unidade de minha Vontade, perde a força única e fica como desunida daquela força que enche Céu e terra e sustenta a todo o universo como se fosse a menor pena. Agora, quando a alma não se faz dominar por minha Vontade, perde a força única em todas suas ações, portanto não saindo de uma só força, todos seus atos ficam divididos entre eles, dividido o amor, separada a ação, desunida a oração, Assim que todos os atos da criatura, estando divididos, são pobres, mesquinhos, sem luz, assim que a paciência é pobre, a caridade é débil, a obediência é imperfeita, a humildade é cega, a oração é muda, o sacrifício é sem vida, sem vigor, porque faltando minha Vontade falta a força única que unindo tudo, dá a mesma força a cada um dos atos das criaturas, e por isso não só ficam divididos entre eles, senão que ficam viciados pela vontade humana, e por isso fica cada um com seu defeito. Isto aconteceu a Adão, ao subtrair-se da Vontade Suprema perdeu a força única de seu Criador, e ficando com sua força humana limitada, sentia o cansaço em seu agir, muito mais, pois a força que usava para cumprir uma ação o debilitava, E, tendo de fazer outra ação, não sentia a força, e assim tocou com a mão a pobreza de suas ações, que não tendo a mesma força, não só estavam divididas, mas cada uma tinha seu defeito. Aconteceu como a um rico senhor que possui propriedades vastíssimas, enquanto estas são de um só proprietário, ele faz alarde, faz grandes gastos, quem sabe quantos servos mantém e com os grandes rendimentos que recebe faz sempre novas aquisições. Mas suponha que esta propriedade fosse dividida com outros herdeiros, eis que já está perdida sua grande força, não pode fazer alarde como antes nem fazer novas aquisições, deve-se limitar nos gastos, seus servos são poucos, assim que sua grandeza, seu senhorio desapareceu, Mal lhe resta o rasto. Assim sucedeu a Adão, ao subtrair-se de minha Vontade perdeu a força única de seu Criador, e com isto perdeu seu domínio, não sentiu mais a força de fazer alarde no bem. “Assim acontece para quem não está de todo abandonado nos braços da minha Vontade, porque com Ela a força do bem se converte em natureza e a pobreza não existe”..

(13) Depois disto vi pessoas que acreditavam em algo mais do que os outros, e o bendito Jesus disse: (14) “Minha filha, que diante de Mim e diante dos homens se crê alguma coisa, nada vale; e quem se crê nada vale tudo. Primeiro diante de mim, porque se faz alguma coisa, não acredita que a faz porque pode fazê-la, porque tem a força, a capacidade, mas fá-la porque recebe de Deus a graça, as ajudas, as luzes, portanto pode-se dizer que a faz em virtude do poder divino, e quem tem consigo o poder divino, já vale tudo. Segundo, diante dos homens, este agir em virtude do poder divino, fá-la agir tudo diferente, e não faz outra coisa que transmitir luz do poder divino que em si contém, de modo que os mais perversos, sem querer, sentem a força desta luz e se submetem a seu querer, e eis que também diante dos homens vale tudo. Ao contrário, quem acredita em alguma coisa, além de não valer nada, me é abominável, e pelos modos ostentosos e refinados que têm, acreditando-se eles alguma coisa, zombando dos demais, os homens os têm assinalados com o dedo como sujeitos de escárnio e de perseguição”.

16-22 Setembro 21, 1923 Provas da alma. Justiça que faz nela Nosso Senhor.

(1) Sentia-me muito amarga pela privação do meu doce Jesus; parecia-me que tudo havia termina-do, quase sem mais esperança de que voltasse a sua pequena e pobre exilada. O coração sentía -o ser desfeito pela dor, pensando que não poderia ver mais Aquele que havendo vivido junto comi-go, formava minha mesma vida, e agora minha vida esta desaparecida e dividida em mim. Meu Jesus, como é que tão brutalmente me matas, sem Ti sinto as penas do inferno, que enquanto eu morro eu sou forçada a viver. Agora, enquanto eu estava neste estado tão doloroso, meu sempre amável Jesus se moveu em meu interior e tirando um braço me tem abraçado para me dar a vida e me disse:

(2) “Minha filha, o meu Querer quis fazer justiça por ti; isto era necessário para provar a tua fideli-dade, porque em todas as minhas obras concorrem todos os meus atributos, e quando as gerações vejam tudo o que fiz em ti, surpreendidas dirão: Como não devia fazer tudo isto se tanto lhe deu?
Minha justiça fará ver as provas que te fez sofrer, e lhes dirá a eles: a fiz passar através do fogo de minha justiça e a encontrei fiel, por isso meu amor tem continuado seu curso”. Além disso, saiba que o primeiro a fazer justiça de você foi o meu amor, quantas provas não te fez sofrer para estar seguro do teu amor?

A segunda foi a cruz, que fez severa justiça de você, tanto, que meu Querer atraído por meu amor e por minha cruz quis descer em ti e fazer-te viver nele, mas também o meu Querer não quis ser menos que o meu amor e que minha cruz, e para estar seguro, ciumento se tem subtraído, fazendo-te justiça para ver se continuaste os teus voos no meu Querer sem Mim”.
(3) Quando ouvi isto, disse: “Ah! Como podia eu seguir esses voos sem Ti? Faltava-me a luz, e se começava não terminava, porque não estava comigo aquele que me fazendo tudo presente me fazia agir por todos, fazendo-me ligar todas as relações entre o Criador e toda a Criação, a minha mente nadava no vazio sem encontrar ninguém; como podia fazê-los?” (4) E Jesus: “Seu começo era fazer, e a dor de não poder terminar era cumprir. Por isso, ânimo e fidelidade são necessários; com um pouco de prova é sempre mais verdadeiro e seguro, e além disso, se não foi isentada nem sequer minha Rainha Mãe destas provas, você gostaria de ser você isentada?”

17-25 Dezembro 8, 1924 Acerca da Imaculada Conceição. Prova à qual foi submetida a Virgem.

38 (1) Estava pensando sobre a Imaculada Conceição de minha Soberana Rainha Mãe, a minha mente afluíam os méritos, as belezas e os prodígios de sua Imaculada Conceição, prodígio que supera todos os demais prodígios feitos por Deus em toda a Criação. Agora, enquanto pensava isto, dizia entre mim: “Grande é o prodígio da Imaculada Conceição, mas minha Mãe Celestial não teve nenhuma prova em sua Conceição, tudo lhe foi propício, tanto da parte de Deus como da parte de sua natureza criada por Deus tão feliz, tão santa, tão privilegiada; então, Qual foi seu heroísmo e sua prova? Se da prova não foi excluído o anjo no Céu, nem Adão no Éden, acaso só a Rainha de todos devia ser excluída da auréola mais bela, que a prova devia colocar sobre sua cabeça augusta de Rainha e de Mãe do Filho de Deus?” Enquanto pensava nisto, o meu amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, ninguém pode ser aceitável a Mim sem a prova. Se não tivesse havido a prova teria tido uma Mãe escrava, não livre, e a escravidão não entra em nossas relações nem em nossas obras, nem pode tomar parte em nosso livre amor. Minha Mãe teve sua primeira prova desde o primeiro instante de sua Concepção, assim que teve seu primeiro ato de razão, conheceu sua vontade humana por um lado e a Vontade Divina por outro, e foi deixada livre para escolher a qual das vontades devia aderir, e Ela, sem perder um instante e conhecendo toda a magnitude do sacrifício que fazia, nos doou sua vontade sem querer conhecê-la mais, e Nós lhe fizemos dom da nossa, e nesta troca de doação de vontades por ambas as partes, concorreram todos os méritos, as belezas, os prodígios, os mares imensos de graça na Imaculada Conceição da mais privilegiada de todas as criaturas.

(3) É sempre a vontade que tenho costume de provar; todos os sacrifícios, mesmo a morte, sem a vontade me dariam asco e não atrairiam nem sequer um de meus olhares. Mas queres saber tu qual foi o maior prodígio operado por Nós nesta criatura tão santa, e o maior heroísmo que ninguém, ninguém poderá jamais igualar de tão bela criatura?

A sua vida começou com a nossa Vontade, seguiu-a e cumpriu-a, assim que se pode dizer que cumpriu desde que começou, e começou desde que cumpriu; e o nosso maior prodígio foi que em cada pensamento seu, palavra, respiro, bater, movimento e passo, nosso Querer desabafava sobre Ela e Ela nos oferecia o heroísmo de um pensamento, de uma palavra, de um respiro, de um palpitar divino e eterno obrante Nela, isto a elevava tanto, que o que Nós éramos por natureza, Ela o era por graça; todas as suas outras prerrogativas, os seus privilégios, a sua própria Imaculada Conceição, teriam sido um belo nada em comparação com este grande prodígio; pelo contrário, foi isto que a confirmou e a tornou estável e forte durante toda a sua vida. Minha Vontade continua, transbordante sobre Ela, lhe participava a Natureza Divina, e seu contínuo recebê-la a fez forte no amor, forte na dor, distinta entre todos. Foi esta nossa Vontade que operou n’Ela que atraiu o Verbo à terra, que formou a 39 semente da fecundidade divina para poder conceber um Homem e Deus sem obra humana, e a fez digna de ser Mãe do seu próprio Criador. Por isso Eu insisto sempre sobre minha Vontade, porque conserva a alma bela como saiu de nossas mãos, a faz crescer como cópia original de seu Criador;
e por quantas obras grandes e sacrifícios um possa fazer, se minha Vontade não entra dentro, Eu os rechaço, não os reconheço, não é alimento para Mim; e as obras mais belas sem Minha Vontade chegam a ser alimento da vontade humana, da própria estima e da avidez da criatura.

19-38 Julho 18, 1926 Por que o Nosso Senhor, ao vir à terra, não manifestou o Reino do seu Querer.

(1) Minha pobre mente estava pensando no que está escrito aqui em cima, e meu doce Jesus continuou sobre o mesmo argumento dizendo-me:.

(2) “Minha filha, olha então o por que ao vir à terra não dei o Reino de meu Querer nem o fiz conhecer, pois havia uma necessidade, quis submeter a uma nova prova à criatura, quis dar-lhe coisas menores daquelas que lhe dei na Criação, remédios e bens para curá-la, porque, criando-o, o homem não estava doente, mas são e santo, portanto podia muito bem viver no Reino do meu Querer, mas subtraindo-se do Querer Supremo adoeceu, e Eu vim à terra como médico celestial para ver se aceitava os remédios, os medicamentos para a sua doença, e depois de tê-lo experimentado nisso, então lhe teria dado a surpresa de manifestar o Reino de minha Vontade, que em minha Humanidade tinha preparado para ele.

85 (3) Enganam-se aqueles que pensam que nossa suma bondade e sabedoria infinita teriam deixado ao homem só com os bens da Redenção, sem levantá-lo de novo ao estado primeiro criado por nós; se assim fosse, nossa Criação teria ficado sem sua finalidade e portanto sem seu pleno efeito, o que não pode ser nas obras de um Deus, no máximo faremos passar e girar os séculos, dando agora uma surpresa, agora uma outra, agora confiando-lhe um pequeno bem, agora outro maior;

faremos como um pai que quer herdar a seus filhos, mas estes filhos muito têm desperdiçado os bens do pai, mas contudo e isto está decidido a herdar a propriedade a seus filhos, assim que pensa em outra estratégia, não dá já a seus filhos as somas grandes senão pouco a pouco, peso a peso, e conforme vê que os filhos conservam o pouco assim vai aumentando as pequenas somas.
Com isto os filhos vêm a reconhecer o amor do pai e a apreciar os bens que lhes confia, o que não faziam antes quando tinham as somas grandes, isto serve para os reafirmar e para lhes ensinar a saber conservar os bens recebidos; então o pai, quando os formou, confirma sua decisão e dá suas propriedades a seus filhos.

Agora, assim está fazendo a paterna bondade, na Criação pôs o homem na opulência dos bens, sem restrição alguma, mas somente porque quis prová-lo colocou uma só restrição, que a ele não teria custado grande coisa, mas com um ato de sua vontade contrária à minha desperdiçou todos estes bens, mas meu amor não se deteve, comecei, mais que pai, a dar-lhe pouco a pouco, e primeiro a curá-lo. Com o pouco muitas vezes se usa mais atenção que quando se possuem as coisas grandes, porque se possuem grandes propriedades e se se esbanja, há sempre de onde tomar, mas se esbanja o pouco fica em jejum; mas a decisão de dar o Reino da minha Vontade ao homem não a mudei, o homem muda, Deus não se muda. Agora a coisa é mais fácil, porque os bens da Redenção fizeram o caminho, fizeram conhecer muitas surpresas do meu amor pelo homem, como os amei, não só com o Fiat mas com dar-lhe a minha própria Vida, se bem que meu Fiat me custe mais que minha própria humanidade, porque o Fiat é Divino, Imenso e Eterno, minha humanidade é humana, limitada e no tempo tem seu princípio, mas a mente humana não conhecendo a fundo o que significa o Fiat, seu valor, sua potência, e o que pode fazer, se deixam impressionar mais por tudo o que fiz e sofri ao vir redimi-los, sem saber que sob minhas penas e minha morte estava escondido meu Fiat, que dava vida a minhas penas.
Agora, se eu quisesse manifestar o Reino da minha Vontade, tanto quando vim à terra, como antes de que os bens da Redenção fossem conhecidos e em grande parte possuídos pelas criaturas, meus maiores santos teriam ficado atemorizados, todos teriam pensado e dito: Adam inocente e santo não soube viver, nem perseverou neste Reino de luz interminável e de santidade divina…

24-3 Abril 1, 1928 Necessidade da prova. Qual será a prova dos filhos do Reino Divino.

(1) Meu abandono no Querer Divino é contínuo, mas enquanto estava toda abandonada nele pensava em mim: Qual será a prova que Jesus quererá para aqueles que viverão no reino da Divina Vontade? Se Jesus quer de todos uma prova de fidelidade para confirmar o estado para o qual o chama e para estar seguro de poder confiar à criatura os bens que quer dar-lhe, muito mais a estes filhos de seu reino, que será o estado mais sublime que possa existir, lhes pedirá esta prova”. Mas enquanto pensava isso, meu sempre amável Jesus se moveu em meu interior e me disse:

(2) “Minha filha, certo que não há segurança sem uma prova, e quando a alma resiste à prova recebe a confirmação de meus desígnios e tudo o que lhe é de necessidade e convém para desenvolver o estado ao qual é chamada por Mim.

Por isso quis provar a Adão, para confirmar seu estado feliz e o direito de rei sobre toda a Criação, mas como não foi fiel na prova, por justiça não podia receber a confirmação dos bens que queria dar-lhe seu Criador, Porque na prova o homem adquire o selo da fidelidade, que o põe em direito de receber os bens que Deus tinha estabelecido dar-lhe no estado ao qual a alma era chamada por Ele. Quem não é provado, pode-se dizer que não tem nenhum valor, nem diante de Deus, nem diante dos homens, nem sequer diante de si mesmo; Deus não pode confiar num homem sem prova, ele mesmo, isto é, o homem, não sabe que força tem. Então, se Adão tivesse resistido à prova, todas as gerações humanas teriam sido Volume 24 10 confirmadas no seu estado feliz e de realeza. Agora, Eu, amando com amor todo especial a estes filhos de meu Querer Divino, quis Eu mesmo sustentar a prova por todos eles em minha Humanidade, reservando para eles só a prova de não fazê-los fazer jamais sua vontade, senão só e sempre a minha, para lhes reconfirmar todos os bens que são necessários para viver no reino do meu Fiat Divino; com isto lhes fechei todas as portas de saída, ungia-os de uma força invencível, de maneira que ninguém poderá entrar nos recintos altíssimos do meu reino, Porque quando eu mando que esta coisa não se faça, é uma porta que deixo por onde o querer humano pode fazer sua saída, é uma ocasião que a criatura tem sempre, para poder sair de dentro de minha Vontade, mas quando digo: ‘Daqui não se sai’, todas as portas ficam fechadas, a debilidade vem fortificada, e só lhe resta a decisão de entrar para não sair mais, ou bem, de fato não entrar. Portanto, para viver no reino de meu Querer estará só a decisão, e a decisão levará o ato cumprido. Não estou fazendo assim com você? Não grito sempre do fundo de teu coração que nada ouse entrar nele, senão somente minha Vontade? Ela, como centro de vida, com sua força onipotente, com sua luz deslumbrante, tem tudo fora de você, e eclipsando tudo faz correr seu primeiro movimento de vida em todos seus atos, e domina e reina como Rainha.¨

30-26 Abril 13, 1932 A natureza humana que se faz dominar pela Divina Vontade, é campo de sua ação, e terra florida. A Divina Vontade possui a inseparabilidade.

(1) Estou sempre nos braços da Divina Vontade, como uma menina estreitada entre os braços da mãe, a qual me tem tão apertada entre seus braços de luz, que não me deixa ver, sentir ou tocar outra coisa que a Divina Vontade. E eu pensava entre mim: “Oh! Se eu estivesse livre da prisão do meu corpo, meus voos seriam mais rápidos no Fiat, teria conhecido mais, de fato seria um só ato com Ela, mas minha natureza parece que me leva a fazer interrupções, como se me pusesse obstáculos e me fizesse sentir fadiga para correr sempre na Divina Vontade”. Mas enquanto isso pensava, meu divino Mestre Jesus, visitando minha pequena alma me disse:

(2) “Filha bendita, você deve saber que para quem vive em minha Divina Vontade, Ela tem virtude de ter ordenada a natureza da criatura, e em vez de ser obstáculo, lhe é de ajuda para poder fazer mais atos de Vontade Divina, mais bem serve como terra às flores, que se presta a formar as belas flores, as que quase a escondem e a cobrem com a variedade de suas belezas, às quais o sol lhes comunica a variedade das mais belas cores e as vai lustrando com sua luz. Se não fosse pela terra, faltaria às flores o lugar para formar-se a vida para poder nascer e fazer sua bela aparição, e o sol não encontraria a quem comunicar o desabafo de suas belas cores e de suas puras doçuras.

Assim é a natureza humana para a alma que vive em minha Divina Vontade, é como terra fecunda e pura, que se presta para dar o campo de ação e fazê-la formar não só as belas flores, mas para fazer aparecer tantos sóis por quantos atos vai fazendo. Minha filha, é um encanto de beleza ver a natureza humana que vive em minha Divina Vontade, coberta e escondida como debaixo de um prado florido, todo investido de luz fulgidíssima, a alma por si só não teria podido formar tantas variedades de beleza, enquanto unida encontra as pequenas cruzes, as necessidades da vida, as variedades das circunstâncias, hora dolorosas, hora alegres, que como sementes se serve delas para semeá-las na terra da natureza humana para formar seu campo florido. A alma não tem terra e não poderia produzir nenhuma floração; ao contrário, unida com o corpo, oh! Quanto mais belas coisas pode fazer, muito mais que esta natureza humana foi formada por Mim, a modelei parte por parte, dando-lhe a mais bela forma, posso dizer que fiz de artífice divino e coloquei nela tal maestria, que nenhum outro pode alcançar. Assim que a amei, vejo ainda o toque de minhas mãos criadoras impresso sobre a natureza humana, por isso ela também é minha, me pertence. O todo está no acordo completo: Natureza, alma, vontade humana, e Divina; quando está isto, que a natureza se presta como terra, a vontade humana está em ato de receber a Vida da Vontade Divina em seus atos, faz-se dominar em tudo, não conhece outra coisa em todas suas coisas senão só minha Vontade, como vida, atriz, portadora, conservadora de tudo, oh! Então tudo é santo, tudo é puro e belo, meu Fiat está sobre ela com seu pincel de luz para aperfeiçoá-la, divinizá-la, espiritualizá-la. Por isso tua natureza não pode ser obstáculo aos voos em minha Vontade, mas pode servir de obstáculo teu querer, ao qual deves ter sempre na mira para não dar-lhe vida, que de tua terra não há que temer, aquela, se tem recebe, e dá o que tem recebido, e mais, dá de mais e muda as sementes em flores, em plantas, em frutos, e se não tem se está em seu mudo silêncio e fica como terra estéril”.

(3) Depois agradecia a Jesus por sua bela lição e me sentia contente de que minha natureza humana não podia me prejudicar, mas bem podia me ajudar a fazer crescer a Vida da Divina Vontade em minha alma, e continuava minhas voltas e voos em seus atos, e meu doce Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, a minha Divina Vontade possui a inseparabilidade de todos os seus atos e efeitos, quer atue sozinha em Si mesma e fora de Si mesma, quer atue na criatura ou a criatura Nela, quer para levar a cabo o que quer a minha Divina Vontade. Neste modo de agir põe do seu e o retém como ato e propriedade seus, inseparáveis dela.

Agora, se a criatura vive em minha Divina Vontade, estes atos se tornam propriedade comum de uma e da outra; se depois se sai, perde seus direitos, primeiro porque foram feitos em nossa casa, e depois a substância, a vida do ato, a santidade, a beleza, as prerrogativas que se requerem para poder formar um ato nosso, foram postos por nosso Querer Divino, a criatura não fez outra coisa que assistir e coincidir com sua vontade de agir junto com a nossa, mas de substância nada pôs do seu. Por isso se persiste em viver em nosso Querer, domina junto; se sai, com justiça nada lhe toca, mas se voltar a entrar adquire de novo o direito de governar. Mas há grande diferença entre quem vive em minha Divina Vontade e age junto, e quem não vivendo nela segue e cumpre nas circunstâncias o que quer meu Fiat, esta toma em seu ato minha Vontade limitada, e assim que termina o ato assim fica, não segue mais adiante, e se bem também estes atos são inseparáveis dela, mas se vê nestes atos que não têm o agir contínuo; limitada tomaram minha Divina Vontade, e limitada ficou; em troca quem vive nela e age, seu ato adquire o ato incessante de agir continuamente, estes estarão sempre agindo em meu Fiat, não perderão jamais a atitude, qual é o agir de meu Querer, que não cessa jamais, assim se fazem os atos da criatura. Por isso sempre no meu Fiat te quero, se queres tomá-lo não limitado e como a gotas, senão como mares, de maneira de ficar tão cheia, que não tocarás nem verás outra coisa que minha Divina Vontade.¨

30-35 Junho 26, 1932 Sublimidade e poder do sacrifício. Como Deus quando quer dar um grande bem, pede o sacrifício da criatura; exemplo de Noé e de Abraão.

(1) Estava fazendo meu giro na Divina Vontade para encontrar tudo o que tem feito, para fazer meus seus atos para poder dizer: “Eu estava e estou contigo, e faço o que tu fazes, por isso o que é meu é teu, e o que os santos fizeram por ti também é meu, porque tu és a fonte que se derrama por todas as partes e produz todos os bens. E enquanto girava, cheguei ao ponto da história do mundo quando Deus pedia de Noé o sacrifício de fabricar a arca. E eu oferecia aquele sacrifício como se fosse meu, para pedir o reino da Divina Vontade sobre a terra, mas enquanto isso fazia, o bendito Jesus detendo-me naquele ponto da história me disse:
(2) “Minha filha, todo o bem da história do mundo está fundado no sacrifício querido para as criaturas por minha Vontade suprema, e quanto maior é o sacrifício que pedimos dela, mais bem encerramos dentro. E estes grandes sacrifícios nós os pedimos quando com seus pecados merecem que o mundo seja destruído, fazendo sair de dentro do sacrifício, em vez da destruição, a nova vida das criaturas. Agora, você deve saber que neste ponto da história do mundo, merecia que as criaturas não existissem mais, todos deviam perecer. Noé aceitando nosso mandato e dispondo-se ao grande sacrifício, e por tão longos anos, de fabricar a arca, recompensou o mundo e todas as futuras gerações; conforme se sacrificava em um tempo tão longo, de esforços, de trabalhos, de suores, assim desembolsava as moedas, não de ouro ou de prata, mas de todo seu ser em ato de seguir nosso Querer, assim punha bastantes moedas para recomprar o que estava por destruir-se. Então, se o mundo existe até agora, eles devem isso a Noé, que com seus sacrifícios e fazendo nossa Vontade como Nós queríamos que a fizesse, salvou o homem e tudo o Volume 30 88 que devia servir ao homem, um sacrifício profícuo, querido por Deus, diz coisas grandes, bens universais, doce cadeia que ata Deus aos homens. Nós mesmos não queremos fugir do labirinto desta cadeia tão longa que a criatura nos forma com um sacrifício profícuo, mas sim, nos é tão doce e querida que nos fazemos amarrar por ela mesma como lhe parece e goste. Agora, Noé com seu sacrifício proficuo recompensou a continuação das gerações humanas.
(3) Após um outro período de tempo da história do mundo, veio Abraham, e nosso Querer comandou-o sacrificar seu filho.

Era um sacrifício duro para um pobre pai, pode-se dizer que Deus punha à prova o homem, e exigia uma prova desumana e quase impossível de cumprir, mas Deus tem o direito de pedir o que quiser, e qualquer sacrifício que queira. Pobre Abraão, foi posto em tais apertos que lhe sangrava o coração e sentia em si mesmo a morte, o golpe fatal que devia vibrar sobre seu único filho; o sacrifício era exuberante, tanto que nossa bondade paterna não quis a execução, mas o cumprimento, sabendo que ele não teria podido viver, teria morrido pela dor depois de um ato tão dilacerante, de matar seu próprio filho, porque era um ato que superava as forças da natureza humana, mas Abraão aceitou tudo, não deu atenção a nada, nem ao filho, nem a si mesmo, que se sentia consumir de dor no próprio filho. Se nosso Querer, assim como o mandou, não tivesse impedido o ato fatal, apesar de ter morrido junto com seu amado filho, já teria feito o sacrifício querido por Nós. Agora, este sacrifício foi grande, exuberante e único, querido por Nós na história do mundo. E bem, este sacrifício o elevou tanto, que foi constituído por Nós cabeça e pai das gerações humanas, e com o sacrifício de sacrificar a seu filho, desembolsou moedas de sangue e de dor intensa para recomprar ao futuro Messias para o povo hebreu e para todos. Com efeito, depois do sacrifício de Abraão, o que não fazíamos antes, fazíamos ouvir-nos frequentemente no meio das criaturas; o sacrifício tem virtude de nos aproximarmos delas, formamos os profetas, até que veio o suspirado Messias.

(4) Agora, depois de outro tempo longuíssimo, querendo dar o reino de nossa Vontade, queríamos o sacrifício onde apoiá-lo, e que enquanto a terra está inundada pelos pecados e merece ser destruída, o sacrifício da criatura a recompra, e com o seu e em seu sacrifício volta a chamar a Divina Vontade a reinar, e faz renascer no mundo a Vida nova de meu Querer em meio às criaturas. Eis por que peço o sacrifício profícuo de tua vida sacrificada dentro de um leito, e isto era nada, porque outras almas estiveram dentro de um leito de dor, era a nova cruz que não pedi nem dei a nenhum, a que devia formar teu martírio diário, e tu sabes qual é, que tantas vezes te lamentaste comigo.

Filha, quando quero dar um bem grande, um bem novo às criaturas, dou cruzes novas e quero sacrifício novo e único, cruzes que o humano não sabe dar razão, mas há minha razão divina, a qual o homem é obrigado a não investigá-la e a inclinar sua testa e adorá-la.
E além disso se tratava do reino de minha Vontade, e meu amor devia inventar e querer cruzes Volume 30 89 novas e sacrifícios jamais recebidos para poder encontrar pretextos, apoio, força, moedas suficientes e cadeia longuíssima para se fazer atar pela criatura. E o sinal certo quando queremos dar um bem grande e universal ao mundo, é pedir de uma criatura um grande sacrifício, e o êxito nele são garantias e certezas do bem que queremos dar, e quando encontramos quem aceita, o fazemos um portento de Graça, e em seu sacrifício formamos a vida daquele bem que queremos dar. Assim, a minha vontade quer formar o seu reino no sacrifício das criaturas, circundar-se dele para estar seguro, e com seu sacrifício desfazer a vontade humana e erguer a sua, e com isto vem a formar tantas moedas de luz divina ante nossa Divindade para recomprar o reino de nossa Divina Vontade e dá-lo às gerações humanas. Por isso não te admires de teu longo sacrifício, nem do que temos disposto e fazemos em ti, era necessário a nossa Vontade, e não estejas pensativa porque não vês nem sentes nos outros os efeitos de teu sacrifício, é necessário que com seu sacrifício faça a compra com nossa Divindade, e quando tiver contratado com Deus, a compra é segura, a seu tempo com certeza terá a vida o reino do Querer Divino, porque a compra foi feita com o sacrifício de uma pertencente à família humana”.

(3) Depois minha mente continua se perdendo naquele Fiat que quer sempre dar-se à criatura, e que enquanto dá não acaba jamais de dar. E o meu doce Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, a vontade humana é a fonte e a substância da vida da criatura, dela tira a vida das suas obras, os pensamentos da sua mente, a variedade e a multiplicidade das suas palavras. Se a vida humana não tivesse uma vontade livre, seria uma vida sem fonte e sem substância, assim perderia todo o belo, a perfeição, o entrelaçamento admirável que pode tecer a vida humana.
Assim a Divina Vontade onde reina se faz fonte, substância e vida dos atos feitos nela, por isso, Volume 30 91 enquanto pensa, fala, age, caminha, esta fonte se difunde nos atos da criatura, e põe neles a substância divina, e oh! A variedade destes atos distintos entre eles em santidade, beleza, luz, amor, quando esta fonte se difunde nos atos dela, faz sempre atos novos e forma a harmonia do agir divino na criatura. Agora, você deve saber que toda nossa pressa é por estes atos, porque neles se forma a geração de nossos atos divinos no fundo da criatura, e oh! Nosso contentamento é porque nós podemos continuar a geração de nossos atos, e nesta geração nós sentimos Deus constante, não o Deus atado que não podemos desenvolver a geração de nossos atos, porque nela não está nossa Vontade.

Por isso à nossa pressa se acrescenta nossa custódia e zelo destes atos, teu Jesus se está dentro e em torno da criatura para guardá-la, meu zelo tem o olhar fixo para olhá-los, para felicitar-me e tomar todo o gosto que possui a geração de seus atos constantes nela.
Por outra parte nossa Vontade possui um valor infinito, e não guardar um só ato dela seria ir contra Nós mesmos. É mais, você deve saber que sendo fonte e substância de nosso Ser Supremo, nossa potência, santidade, bondade e todos nossos atributos se fazem coroa em torno de nossa Vontade e a todos seus atos, para depender Dela e lhe fazer homenagem e guarda de todos seus atos que faz, tanto em Nós como na criatura. Por isso seja atenta e deixa-te dominar por meu Querer se não queres jamais perder a teu Jesus que tanto suspiras, amas e queres”.

30-37 Julho 9, 1932 Fome que produz a Divina Vontade. Prisão do amor. Deus forma a perseguição do amor à criatura.

(1) Sinto-me sob o império da Divina Vontade, e se algum minuto não sinto seu império, sinto-me sem vida, sem alimento, sem calor, sinto que a Vida Divina termina, porque não está nem quem a forma, nem quem a alimenta, e em minha dor vou repetindo: “Jesus, ajuda-me, sem o teu Querer eu morro de fome, ah! Me faça sentir seu doce império, a fim de que me alimentando sua Vida viva em mim e eu viva de Ti”. E o meu amado Jesus, tendo piedade de mim, com todo o amor e ternura me abraçou e me disse:

(2) “Minha pequena filha de meu Querer, ânimo, não se abata, a Vida Divina formada e alimentada por meu Querer não pode morrer, e se sente fome, é melhor que nem sempre escuta meu dizer sobre as outras maravilhas e novidades que possui minha Vontade, este meu dizer interrompido te Volume 30 92 faz sentir a fome do alimento sempre novo que Ela possui, mas isto te prepara a receber o novo alimento de seus conhecimentos, para te fazer crescer e alimentar só de Querer Divino, nem tu te sujeitarias a tomar outro alimento, sentirias repugnância e te contentarias com morrer de fome, porque quem o gostou tantas vezes, não se sabe adaptar a tomar outros alimentos. Mas esta fome é também uma fortuna, porque pode te servir como meio para chegar à pátria celestial, e você deve saber que o único alimento destas divinas regiões é o ato novo, jamais interrompido da minha Divina Vontade. Este alimento possui todos os gostos, todas as delícias, é o alimento diário e de todos os instantes da celestial Jerusalém. E além disso, o sentir fome diz vida, não morte, por isso espera com paciência invicta o alimento da minha Vontade, que te refará da fome sofrida, com tal abundância, que não serias capaz de tomar tudo”.

(3) E eu interrompendo o falar de Jesus, disse: “Meu amor, o meu coração sangra-me ao dizer-te, mas bem me parece que já não tens aquele amor contínuo por mim, que te fazia sempre dizer, e fazendo-me tantas novas surpresas encantadoras do teu Ser e do teu Querer, eu sentia e tocava com a mão o teu amor palpitante por mim, tanto que era obrigada a dizer: ‘Quanto Jesus me ama.’ Agora, por este teu dizer interrompido parece-me que não sou sempre amada por ti, e passar de um amor contínuo a um amor interrompido é o mais cru dos tormentos, e vou repetindo: Não sou amada, não sou amada por Aquele que tanto amo!” E Jesus, interrompendo-me acrescentou:
(4) “Minha filha, que dizes? Você deve saber que quando a criatura nos ama, se não a amássemos, agiríamos contra a natureza de nosso Ser Divino, ser amado e não amar não é do Ente Supremo, e se isto se pudesse dar, e fôssemos capazes de pena, o amor da criatura nos colocaria em uma prisão de tormentos, e se tornaria nosso perseguidor, não nos daria paz até que fundidos juntos, o amor de um e do outro se beijassem e repousassem juntos. Ah! Tu não sabes o que significa amar e não ser amado por aquele ou aquela que se ama, toda a pena, a inquietação é levada por quem não ama, porque quem ama está em seu posto, cumpre o mais sacrossanto dos deveres. Em tal estado se encontra nosso Ser Divino, porque amamos muito e o homem não nos ama, nosso amor persegue aquele que amamos, o coloca na prisão, o atormenta, não lhe dá paz, a inquietude é o sinal certo de que a criatura foi posta na mira de nosso amor, que quer vencer por perseguir o amor da criatura.

Por isso te tranquilize, se você nos ama, nosso amor te ama primeiro a ti, e é tanta inseparabilidade do nosso amor e do teu, que o teu forma o pequeno calor, e o nosso, alimentando ao teu, forma a imensidão da luz, de maneira que um e o outro perdem a virtude de separar-se, e como se fossem uma só natureza vivem sempre juntos para formar uma vida da outra. Por isso se meu dizer não é contínuo, não significa amor interrompido, não, seria interrompido se não sentisse o querer fazer ainda a custo de sua vida minha Vontade, isto seria não tê-la mais em seu poder, e se minha bondade chegou a tanto, de dá-la em seu poder, isto te Volume 30 93 assegura que meu amor é contínuo por ti, porque tu deves saber que quem faz e vive em meu Querer Divino, não é outra coisa que a Vida constante de Deus mesmo na criatura. Nosso amor é tanto por quem se faz dominar por nosso Querer Divino, que se faz doce prisioneiro dela; se restringe, se diminui e toma um sumo prazer: Amar, agir em sua alma. Mas enquanto se restringe fica imenso e age com modos infinitos, como amamos e agimos em Nós mesmos, porque nossa natureza é aquela, a imensidão, a infinitude, e tudo o que fazemos fica imenso e infinito como somos, e oh! Nosso contentamento que enquanto nos restringimos em sua pequenez, damos curso ao amor e a nossas obras, e ela fica cheia, derrama fora, enche Céu e terra e Nós temos a grande glória e honra de amar e agir como Deus em sua pequenez, e se você soubesse o que significa um só ato de amor, uma só obra feita por Nós em você, você morreria de alegria, e não te bastaria toda a eternidade para nos agradecer por tanto bem. Por isso deixa-me fazer, faz-me fazer o que quero de ti, e está segura que ficaremos contentes você e Eu.¨

30-38 Julho 14, 1932 Atmosfera celestial, Jesus se põe em guarda do ato da criatura; trabalho de um e do outro. Os atos feitos na Divina Vontade olham e abraçam os séculos, e são os cuidadores e os sentinelas das criaturas.
(1) Estou sempre ocupada do e no Querer Divino, nele há sempre que trabalhar, mas não é um trabalho que cansa, não, mas dá força, faz crescer a Vida Divina, e inunda de alegria, de paz, sente-se uma atmosfera celestial dentro e fora. Mas enquanto nadava nas ondas eternas do Divino
Querer, meu sumo Bem Jesus, visitando minha pequena alma me disse:

(2) “Filha bendita, sou Eu quem forma a atmosfera celestial dentro e fora da criatura, porque assim que ela entra em meu Querer Divino, Eu me ponho em guarda do ato que vai fazendo, e ela forma o terreno com seus atos, e Eu formo a semente divina para jogá-la no ato da criatura. Então suas ações servem como terra, e Eu, Agricultor Celestial, para preenchê-la com minhas sementes, me sirvo disso para colher a colheita dos trabalhos que se fazem em minha Vontade. Vê então para que serve a continuação dos atos feitos na Divina Vontade? Servem para dar-me o trabalho e a ocasião de não deixar jamais a criatura, porque me dá sempre o que fazer, e Eu não quero, nem posso deixar vazio um terreno tão precioso, formado em minha Vontade, e exposto aos raios  vivificantes do Sol Divino. É por isso que Ela te chama para o trabalho no meu Querer, e você Me chama, e oh! Como é doce trabalhar juntos no meu Fiat, é um trabalho que não cansa; antes é portador de repouso e das mais belas conquistas”.

(3) Depois acrescentou: “Minha filha, tu deves saber que nossos atos que fazemos na criatura contêm três atos em um, o ato conservante, o ato que alimenta e o primeiro ato criador. Com estes três atos em um damos a vida perene a nossos atos, e a criatura que os possui sente em si a força criadora, a qual lhe tira todas as debilidades da natureza humana; o alimentador mantém-na sempre ocupada ao dar-lhe o seu alimento para impedir que tome outro alimento, e preserva-a de todos os males, este alimento é como o embalsamamento que impede a corrupção; e o ato conservante reafirma e conserva o bem puro e belo. Estes três atos nossos em um, são como fortalezas irrefutáveis que damos à criatura que faz reinar a nossa Vontade nela, que a tornam de tal maneira fortificada, que ninguém a pode prejudicar”.
(4) Depois disto minha pequena mente continuava meu giro na Divina Vontade, buscando seus atos para encerrar meus atos nos seus e fazer deles um só, e tudo isto é a alegria de meu longo exílio, poder agir junto com o Querer Supremo, fazer desaparecer os meus atos nos seus, sinto que tomo como um punho o Céu, correr neles as bem-aventuranças eternas, de modo que não me sinto nem distante nem estranha da minha amada pátria celestial. Então, enquanto minha mente estava cheia de pensamentos sobre a Divina Vontade, meu Sumo Bem Jesus, repetindo sua breve visita me disse:
(5) “Minha pequena filha de Minha Vontade, quero que saiba que por cada ato seu nela, tantas vezes regenera e cresce de modo todo novo em nosso Fiat, assim que você sente o Céu, e o Ente Supremo tem o grande prazer de regenerar no ato da criatura. Formar nossa Vida no ato dela é nossa festa, nossos suspiros, unimos todas nossas estratagemas de amor e recebemos a completa glória que a criatura pode nos dar. Agora, você deve saber que o sacrifício com vozes potentes chama a Deus, e o fazer nossa Vontade o faz descer na alma para fazê-lo atuar como o Deus que é”.
(6) E eu: “Meu amor, apesar de tentar trabalhar sempre no teu Querer, e rezo e volto para rogar que venha seu reino sobre a terra, nada se vê ainda”.
(7) E Jesus: “Filha boa, isto diz nada, porque tu deves saber que as orações, os atos feitos em nosso Querer, enquanto entram em nosso ato divino têm tal potência que devem levar às criaturas o bem que contêm. Eles se põem em guarda dos séculos, e os veem com muito amor, e com paciência invicta esperam e esperam, e com a luz que possuem batem à porta dos corações, fazem-se luz às mentes e sem jamais cansar-se, porque não estão sujeitos nem a cansaço, nem a diminuir de potência, fazem como os vigilantes, os fiéis sentinelas que não se afastam senão quando deram o bem que possuem. Estes atos são os possuidores de meu Querer, e de modo absoluto o querem dar às criaturas, e se uma lhes foge, a outra a tomam na mira; se um século não os recebe, eles não se detêm, nem se vão, porque lhes demos os séculos em seu poder e formam e formarão nosso exército divino em meio às gerações humanas para formar o reino de nossa Vontade.

Nestes atos está o humano coroado pela potência divina, e dão o direito às criaturas de possuir este reino; nestes atos está nossa Vontade constante, e dá o direito a Deus de reinar e dominar com nosso Fiat Onipotente na criatura; eles são como adiantamento e capital que pagam a Deus pelas criaturas, e têm direito de dar às gerações humanas o que pagaram, e como sol que nem se retira, nem se cansa jamais de golpear a terra com sua luz para dar os bens que possui, assim eles, mais que sóis giram por cada coração, giram os séculos, estão sempre em movimento, não se dão jamais por vencidos até que não tenham dado minha Vontade constante que possuem, muito mais que sabem com certeza que obterão a tentativa e a vitória. Por isso se nada vês, não te preocupes, tu continua tua vida e teus atos em minha Vontade, isto é o mais necessário de tudo, formar a moeda para pagar por teus irmãos um reino tão santo. E além disso, você deve saber que a minha própria Vida passada sobre a terra, e as minhas próprias ações, estão nas mesmas condições, Eu paguei por todos, e minha Vida e o que fiz está à disposição de todos, e querem dar a todos para dar o bem que possuem. E, embora parti para o Céu, parti e fiquei para girar nos corações, nos séculos, para dar a todos o bem da minha Redenção. São cerca de vinte séculos, e minha Vida e minhas ações continuam girando, mas nem todos foram tomados pelas criaturas, tanto, que várias regiões ainda não me reconhecem, assim que minha Vida, a plenitude de meus bens e de minhas ações, não se retiram, correm e giram sempre, abraçam os séculos como um só para dar a todos o bem que possuem. Por isso é necessário fazer, pagar, formar o capital, o resto virá por si. Por isso seja atenta, e seu voo em meu Fiat seja contínuo”.

7-20 Junho 15, 1906 Toda a Vida Divina recebe vida do amor.

(1) Depois de ter esperado muito, meu bendito Jesus veio como relâmpago e me disse: (2) “Minha filha, toda a Vida Divina, pode-se dizer que recebe vida do amor: O amor a faz gerar, o amor a faz produzir, o amor a faz criar, o amor a faz conservar e dá contínua vida a todas suas operações, assim se não tivesse amor, não agiria e não teria vida. Agora, as criaturas não são outra coisa que faíscas saídas do grande fogo de amor Deus, e sua vida recebe vida e atitude de obrar desta faísca, assim que também a vida humana recebe vida do amor; mas nem todos se servem dela para amar, para obrar o belo, o bom, para todo o seu agir, mas transformando esta faísca usam-na: Quem para amar a si mesmo, quem às criaturas, quem às riquezas, e quem até às bestas, tudo isto com grande desagrado do seu Criador, que tendo feito sair estas faíscas de seu grande fogo, anela recebê-las todas de novo em Si, mas mais engrandecidas, como tantas outras imagens de sua Vida Divina. Poucos são aqueles que correspondem à imitação de seu Criador. Por isso amada minha ame-me e faça que também sua respiração seja um contínuo ato de amor para Mim, para fazer que desta faísca se possa formar um pequeno incêndio, e assim desafogar ao amor de seu Criador”.

19-40 Julho 23, 1926 Temores de ser deixada por Jesus. Quem vive no Querer Divino perde toda via de saída, nem Jesus pode deixá-la nem ela pode deixá-lo. A Criação é espelho, a Vontade Divina é Vida.
(1) Tendo esperado e suspirado muito a vinda de meu doce Jesus, pensava entre mim: “Como farei, se quem forma minha vida me deixa só e abandonada, poderia eu viver? E se eu vivo, porque agora entendo que não são as penas que fazem morrer, pois se assim fosse, depois de tantas privações suas estaria morta, as penas ao mais fazem sentir a morte, mas não a sabem dar, fazem viver esmagada e esmagada como debaixo de uma prensa, mas o poder da morte pertence apenas ao Querer Supremo”. Enquanto eu pensava assim, o meu adorável Jesus mexeu-se dentro de mim, e fez-se ver que tinha uma corrente de ouro nas mãos e se deleitava em fazê-la passar entre mim e Ele, de modo que ficávamos atados juntos, e com um amor e bondade toda paterna me disse:.
(2) “Minha filha, por que teme que te deixe? Escuta, Eu não posso tolerar este temor em ti, tu deves saber que nas condições em que te pus, o mar de meu Querer que dentro e fora de ti corre, no qual tu voluntariamente, não forçada, te ofereceste nele, tem ampliado tanto seus confins, que nem eu nem tu encontraremos o caminho para sair. Então, se você quiser me deixar, não encontrará o caminho, e por quanto queiras girar, girarás sempre nos confins intermináveis de minha Vontade, muito mais que teus atos feitos nela te fecharam todo caminho de saída. E se eu quisesse deixar-te, não o poderia fazer, porque não saberia para onde ir para me afastar dos confins da minha Vontade, ela está em todo o lado, e para onde quer que vá, encontrar-me-ia sempre contigo. Quanto mais eu faço com você como uma pessoa que possui um quarto grande, e amando a outra pessoa inferior a ela, de mútuo acordo a toma e a outra vai, mas como a casa é grande, se esta se afasta e gira em sua casa, aquela a perde de vista e se lamenta, mas sem razão, pois se a casa é sua, poderá deixá-la? As coisas próprias não são deixados, portanto, ou ele vai voltar para casa em breve, ou talvez ele está em algum quarto de sua própria casa. Por isso, se te dei a minha Vontade para tua habitação, como posso deixar-te e separar-me d‟Ela? Por quanto sou potente, nisto sou impotente, porque sou inseparável de meu Querer, por isso ao máximo me afasto em meus confins e você me perde de vista, mas não é que te deixe, e se você girasse em nossos confins logo me encontraria, por isso em lugar de temer, me espere, e quando menos pensares, vais encontrar-me todo apertado a ti”.

(3) Depois disto estava fazendo meus acostumados atos no Supremo Querer, e diante de minha mente se fazia presente toda a ordem que convém ter na Divina Vontade, o que se deve fazer e até onde se pode chegar, em suma, tudo o que Jesus mesmo me ensinou, e pensava entre mim:
“Como poderão fazer tudo isto as criaturas? Se eu que tomo da fonte me parece que não faço tudo, muitas coisas deixo para trás e não chego àquela altura que Jesus diz, o que será daqueles que tomarão de minha pequena força?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:.
(4) “Minha filha, muitas coisas que criei na Criação, nem todas te servem a ti, nem as gozas, muitas outras não as conheces, mas se não te servem a ti servem aos demais, se não as gozas e as conheces tu, gozam e conhecem os demais, e se as criaturas não tudo tomam, Todas servem à minha grande glória e para fazer conhecer minha força, minha majestade, meu grande amor, e a multiplicidade de tantas coisas criadas fazem conhecer a sabedoria, o valor do Artífice Divino, que é tão hábil que não há nada que não saiba fazer. Agora, se tantas coisas tirei fora na criação do mundo, que devia servir à natureza e que devia ser como espelho no qual o homem, olhando-se, devia reconhecer seu Criador, e todas as coisas criadas deviam ser caminhos para retornar ao seio paterno de onde tinha saído, muito mais é necessário fazer conhecer mais coisas do Reino de minha Vontade, que deve servir como vida da alma e como centro onde Deus deve ter seu trono.
Agora, a multiplicidade das coisas que te fiz conhecer serve para mostrar quem é esta Vontade Divina, como não há coisa mais importante, mais santa, mais imensa, mais potente, mais benéfica e que tem virtude de dar vida, que Ela. Todas as outras coisas, por quanto boas e santas, são sempre na ordem secundária, só Ela tem sempre o primeiro lugar, e onde não está Ela não pode haver vida. Por isso, os muitos conhecimentos sobre a minha Vontade servirão a minha própria Vontade como glória e triunfo, e servirão às criaturas como caminho para encontrar a vida e recebê-la, e a sua altura e imensidão servirão às criaturas para que jamais se detenham, mas que sempre caminhem para alcançá-la, por quanto possam, e a multiplicidade dos conhecimentos servirá à liberdade de cada uma para tomar aqueles que quiserem, porque cada conhecimento contém a Vida, e se se rompe o véu do conhecimento encontrarão dentro, como rainha, a Vida da minha Vontade; portanto, conforme tomam e fazem, Tanto mais crescerá a Vida da Minha Vontade neles. Por isso se atenta em manifestar os méritos, as riquezas infinitas que possui, a fim de que o Céu de meu Querer seja mais belo, mais atrativo, mais majestoso, como o é, que o céu da Criação, a fim de que arrebatados por sua beleza, pelos bens que contém, possam todos suspirar o vir a viver no Reino da minha Vontade”..

+ + + + 19-41  29-38 Setembro 21, 1931 Como a Divina Vontade forma o dia no ato da criatura, e como com fazer sua vontade se forma o caminho para sair; os passos dolorosos, a noite das vigílias.
(1) Estava seguindo meus atos no Querer Divino e rogava a meu sumo Bem Jesus que fizesse surgir em cada ato meu o Sol da Divina Vontade, a fim de que pudesse lhe dar em cada ato meu o amor, a homenagem, a glória, como se o formasse em cada ato meu um dia de luz divina, de amor, de adoração profunda, comunicado a mim, em meu ato, por sua própria Vontade. Oh! Como gostaria de dizer em cada ato meu, grande ou pequeno: “Faço um dia a Jesus para amá-lo mais”.
Mas enquanto isso pensava, meu amado Jesus me disse ao repetir sua habitual visita à minha alma:

(2) “Minha filha, minha Divina Vontade é o verdadeiro dia para a criatura, mas para formar este dia quer ser chamada no ato dela, porque assim que é chamada se encerra no ato para fazer surgir seu dia divino, tem virtude de mudar o ato, a palavra, o passo, as alegrias e as penas, em dias esplendidos e encantadores. Assim que minha Vontade está esperando, assim que a criatura surge de seu repouso noturno, para ser chamada a formar sua jornada de ação nela, e como é luz puríssima não se adapta a trabalhar no ato obscuro da vontade humana, senão que com sua luz muda o ato em dia, e nele forma a sua esplêndida jornada cheia de ações heróicas e divinas, com tal ordem e beleza, digna só da sua virtude restauradora e operadora. Pode-se dizer que está esperando atrás das portas do ato da criatura, assim como o sol atrás das janelas dos quartos, em que apesar de que fora há muita luz, os quartos estão às escuras, porque ainda não se abrem as portas; assim minha Divina Vontade, embora seja luz que tudo enche, o ato humano está sempre escuro se não for chamado a surgir nele. Por isso chama-a a surgir em cada ato teu se queres que forme em ti sua bela jornada, e Eu possa encontrar em ti e em cada ato teu meus dias de amor que me circundem de alegria e de delícias, que me farão repetir:

‘Minhas delícias são o estar com os filhos de minha Divina Vontade’. Passarei em ti os meus dias felizes, não na infeliz noite da tua vontade humana, mas na plena permanência da minha luz e da paz perene da minha Pátria Celestial. Ah! Sim, repetirei: ‘Sou feliz nesta criatura, nela ouço o eco da minha jornada passada aqui em baixo sobre a terra, e o eco da minha jornada que faço na minha prisão no Sacramento de amor, jornada toda cheia da minha Divina Vontade’. Portanto, se queres fazer-me feliz, faz com que encontre em ti a virtude operosa da minha Divina Vontade, que me sabe formar os meus belos dias de luz fulgidíssima, todos embebidos de alegrias inefáveis e de felicidade celestial.
(3) Muito mais que a criatura desde o princípio de sua criação foi posta por Deus no dia feliz e pacífico de nossa Vontade Divina, dentro e fora dela tudo era luz, melhor dito pleno meio dia, dentro de seu coração, ante seus olhos, sobre sua cabeça, e até abaixo de seus passos via e sentia a Vida palpitante do meu Santo Querer, que, enquanto a tinha imersa na plenitude da luz e da felicidade, lhe fechava todos os caminhos e os passos da infelicidade humana. E a criatura com a sua vontade humana formou-se as saídas, os caminhos infelizes, os passos dolorosos, as densas obscuridades, nas quais ela mesma se formava a infelicidade, as torturas, a dor, a noite oprimida, não de repouso, mas de desvelos, de paixões, de agitações e de tormentos, e isto em minha mesma Vontade Divina, e isto porque tendo sido criada a criatura só por Ela e para viver dela e nela, não há lugar para a criatura, nem na terra nem no céu, nem no mesmo inferno, fora de meu Fiat Divino. Então quem procura viver em minha Vontade Divina fecha estas saídas, cada ato seu nela suprime os caminhos infelizes que se formou, faz desaparecer os passos dolorosos, sufoca a noite, surge o repouso e põe fim a todos seus males. Além disso, o Querer, quando vê que quer viver Nele, acaricia-a, põe-na em festa e ajuda-a a suprimir as saídas, fecha as portas aos seus males, porque não queremos, nem amamos a criatura infeliz, isto nos desonra e forma a nossa dor e a sua, por isso a queremos ver feliz e de nossa mesma felicidade. Oh! Como é doloroso para o nosso coração paterno possuir imensas riquezas, alegrias infinitas, e ver os nossos filhos na nossa própria casa, isto é, na nossa mesma Vontade, pobres, em jejum, e infelizes.¨

Se Adão inocente não pôde nem teve a constância de viver na santidade deste Reino, tanto que se precipitou ele mesmo e a todas as gerações nas misérias, nas paixões e em males irreparáveis, como podemos nós, culpados, viver num Reino tão santo?

Bonito, sim, mas podemos dizer que não é para nós’. E não somente isto, senão que minha Vontade sendo o ponto mais alto, necessitava-se os caminhos, os meios de transporte, as escadas, os vestidos decentes, os alimentos adequados para poder morar neste Reino. Minha vinda à terra serviu para formar tudo isto, assim que cada palavra minha, cada obra, pena, oração, exemplo, Sacramentos instituídos, eram caminhos que formava, meios de transporte para fazê-los chegar mais rapidamente, escadas para fazê-los subir, pode-se dizer que lhes dei as vestes da minha humanidade tingidas de púrpura com meu sangue, para fazê-los estar decentemente vestidos neste reino tão santo de meu Querer, que a Sabedoria Incriada havia estabelecido na Criação dá-lo como herança do homem. Portanto, se falei pouco sobre isto, foi porque quando eu falo, falo a tempo e a circunstância, na qual deve estar encerrada em minha palavra a necessidade e a utilidade do bem que contém; assim em vez de falar fiz os fatos e reservei-me falar a você sobre o Reino de minha Vontade. Agora, como poderiam possuí-lo se não tinham um pleno conhecimento d‟Ele? Por outro lado, tu deves saber que todas as manifestações que te fiz sobre Ele, seus prodígios, seus bens, o que convém que faça a alma para poder estabelecer-se neste Reino, minha mesma Vontade expressa que quero que o homem retorne ao meu Reino, e como tudo o fiz, a Criação, a Redenção, para que entrasse em posse de meu Reino perdido, são vínculos de transmissão, são portas para fazê-lo entrar, são doações que faço, são leis, instruções de como viver nele, inteligência para fazê-los compreender e apreciar o bem que possuem; Se tudo isso faltava, como poderiam possuir este Reino da minha Vontade? Seria como se um indivíduo quisesse passar a viver em outro Reino sem passaporte, sem conhecer nem as leis, nem os modos, nem o dialeto, pobrezinho, seria inacessível sua entrada, e se como intruso entrasse, se encontraria tão incômodo que ele mesmo desejaria sair deste Reino do qual nada conhece..

(3) Agora você deve saber minha filha, que o passaporte para entrar em meu reino é a vontade decidida de não fazer jamais a própria vontade, inclusive a custo da própria vida e qualquer sacrifício. Este ato decidido e verdadeiro, é como a assinatura que põe sobre o passaporte para partir ao reino de minha Divina Vontade, e enquanto a criatura assina para partir, Deus assina para recebê-la; esta última terá tanto valor que todo o Céu irá a seu encontro para recebê-la no reino do Fiat Divino no qual eles vivem, e serão todo olho sobre esta criatura que desde a terra tem por vida e por reino a mesma Vontade que eles têm no Céu. Mas não basta o passaporte, mas deve-se estudar a língua, os modos, os costumes deste reino divino, e estes são os conhecimentos, as prerrogativas, as belezas, o valor que contém minha Vontade, de outra maneira estaria como estrangeira, não tomaria amor nem seria amada; se não se sacrifica em estudar para poder falar com esta mesma linguagem, e não se adapta aos costumes daqueles que vivem neste reino tão santo, viverá isolada, porque não entendendo o afastamento, e o isolamento não faz feliz a nenhum. Além disso, é preciso passar do estudo à prática do que se aprendeu, e depois de uma longa prática, ao final vem declarada cidadã do reino de minha Divina Vontade, e então desfrutará todas as felicidades que há em um reino tão santo, aliás, serão sua propriedade, e adquirirá o direito de viver nele como em sua pátria”.

 Agora, esses atos não podem ficar sem produzir uma grande glória divina a nossa Majestade Suprema e um bem imenso às criaturas, e como são atos feitos junto com a criatura, agem como Deus e atam a Deus e à criatura, a Deus para dar e à criatura para receber, são como pretextos a nosso amor, o que nos diz:

¨A criatura nos deu lugar em seu ato, nos deu a liberdade de fazer o que queremos’. Por isso nosso amor se impõe sobre Nós para fazer-nos dar o que somos, também para honrar a Nós mesmos e por honra de nossa Vontade obrante. Nosso amor chega a tais pretextos e delirios de amor, que não quer que jamais terminemos de dar, e nos põe diante de nossa imensidão que não termina, nossa potência que tudo pode dar, nossa sabedoria que tudo pode dispor; estes atos são atos divinos e podem formar o passaporte às demais criaturas para fazê-las entrar no reino de nosso Querer, estes atos darão filhos a nosso reino, assim que por quantos mais atos sejam feitos n‟Ele, mais será povoado, e todo o bem redundará naqueles que foram os primeiros a dar vida a minha Vontade em seus atos. Agora, tu deves saber que os primeiros passaportes foram formados por Mim e por minha Mãe Celestial aos primeiros filhos de meu Querer, os quais contêm minha assinatura escrita com meu sangue e com as dores da Virgem Santíssima; em todos os outros passaportes também corre minha assinatura, de outra forma não seriam reconhecidos. Por isso quem vive em meu Querer tem por princípio minha Vida, por batimento meu amor, por dote minhas obras e passos, por palavra minha mesma Vontade, sinto-me a Mim mesmo nela, e oh! como a amo e me sinto correspondido com meu mesmo amor, e a alma sente tal alegria e contentamento porque me ama não mais com seu pequeno amor, senão com meu eterno amor, me abraça com minhas obras, corre a meu lado com meus passos, sente que sua vida sou Eu, tudo encontra em Mim, e Eu encontro tudo nela. Por isso seja atenta minha filha se queres fazer-te e fazer-me feliz”.

+ + + + 13-14 Agosto 25, 1921 Quanto mais conhecimento se tem do Divino Querer, tanto mais valor adquirem os atos.
(1) Estava toda fundindo-me no Santo Querer Divino, e meu Jesus me disse:
(2) “Filha de meu Querer, quantas vezes mais te submerges em meu Querer, tanto mais se amplia o círculo de tua vontade na minha. É verdade que os atos feitos em meu Querer enchem tudo, como a luz do sol enche a terra, mas com o repetir os atos em meu Querer alarga-se a  circunferência do mesmo sol, e a alma adquire maior intensidade de luz e de calor; e conforme repete seus atos em meu Querer, tantas vezes fica atada sua vontade à minha, e estes nós fazem correr tantos rios divinos sobre toda a terra, que impedem o livre curso à justiça”.

(3) E eu: “Mas, ó meu Jesus, muitos flagelos enchem a terra, tanto de fazer estremecer”.
(4) E Ele: “Ah, minha filha, no entanto pode-se dizer que ainda não é nada! E se não fosse por estes rios, por estes nós da vontade humana feitos na Vontade Divina, Eu olharia a terra como se não me pertencesse mais, e então faria abrir redemoinhos por toda parte para engoli-la. Oh, como me pesa a terra!” (5) Mas o dizia com tal amargura de fazer chorar as pedras. Depois acrescentou:
(6) “Cada vez que te falo de meu Querer e você adquire novos conhecimentos, tanto mais valor tem seu ato em meu Querer e mais riquezas imensas adquire. Acontece como com alguém que tem uma jóia e sabe que esta tem um valor de um centavo; ele é rico em um centavo. Agora, acontece que ele mostra sua jóia por um especialista, e ele lhe diz que sua jóia vale cinco mil liras; então ele já não possui um centavo, mas é rico em cinco mil liras. Depois de algum tempo tem ocasião de fazer ver sua jóia por outro perito mais experiente, e ele lhe assegura que sua jóia tem um valor de cem mil liras e que está disposto a comprá-la se é que a quer vender; agora é rico em cem mil liras.Depois de algum tempo tem ocasião de fazer ver sua jóia por outro perito mais experiente, e ele lhe assegura que sua jóia tem um valor de cem mil liras e que está disposto a comprá-la se é que a quer vender; agora é rico em cem mil liras. Conforme conhece o valor de sua jóia, assim se faz mais rico e sente maior amor e estima por sua jóia; a tem guardada com maior cuidado sabendo que é toda sua fortuna, enquanto antes a tinha como uma coisa de nada.

Não obstante a jóia não mudou, ficou tal como era, a mudança foi feita nele com saber o valor que a jóia contém. Assim acontece da minha Vontade, como também das virtudes, segundo a alma compreende seu valor, adquire maior conhecimento sobre ela, assim vem a adquirir novos valores e novas riquezas em seus atos. Por isso, quanto mais souberes da minha Vontade, tanto mais o teu ato adquirirá o seu valor. ¡ Oh, se soubesse que mares de graças eu abro entre você e eu cada vez que te falo dos efeitos do meu Querer, morreria de felicidade e faria festa como se tivesse adquirido novos reinos para dominar!”

13-15 Setembro 2, 1921 Quem sai do Divino Querer vai ao encontro de todas as misérias. Um conhecimento de mais prepara a alma a um conhecimento maior.
(1) Estava me lamentando com meu doce Jesus por estes benditos escritos que querem divulgar, e me sentia como se quisesse me subtrair de seu Querer, e meu doce Jesus me disse:

(2) “Minha filha, como? Queres fugir ao meu Querer? Tarde demais, depois de te teres amarrado na minha Vontade, ela para te ter mais segura amarrou-te com correntes duplas.
Viveste como Rainha na minha Vontade, habituaste-te a viver com alimentos delicadíssimos e substanciais, não dominada por nenhum, mas dominadora de tudo, até de ti mesma; estás habituada a viver com todas as comodidades, imersa em imensas riquezas. Se tu saíres da minha Vontade, de imediato sentirias a miséria, o frio, o domínio perdido, todos os bens te desaparecerão e de rainha te converterás em vilíssima serva. Assim que você mesma, advertindo o grande contraste que há entre viver em meu Querer e sair dele, te jogaria mais ao fundo de minha Vontade, por isso te digo: “Muito tarde”.

Além disso me tirarias um grande contentamento; tu deves saber que Eu te fiz como um rei que quer amar a um amigo muito ao contrário dele na condição, mas é tanto seu amor, que decidiu fazê-lo semelhante a ele.Agora, este rei não pode fazer tudo de um só golpe e fazer do amigo rei como ele mesmo, senão que o faz pouco a pouco, primeiro lhe prepara a morada real semelhante à sua, depois lhe manda os ornamentos para adornar o palácio, lhe forma um pequeno exército, A seguir dá-lhe metade do reino, de modo que pode dizer: “O que possuis eu possuo eu, rei sou eu, rei és tu”. Mas cada vez que o rei lhe dava seus dons, via sua fidelidade, e dar-lhe o dom era-lhe ocasião de novo contente, de maior glória e honra, e de uma nova festa. Se o rei tivesse querido dar ao amigo de um só golpe tudo o que lhe deu pouco a pouco, teria incomodado e perturbado o amigo porque não estava adestrado a saber dominar, mas pouco a pouco, com sua fidelidade, veio instruindo-se e tudo lhe resulta fácil.

(3) Assim fiz contigo. Tendo-te escolhido de modo especial a viver na altura da minha Vontade, pouco a pouco te instruí fazendo-te conhecer, e conforme te fazia conhecer alargava a tua capacidade e a preparava para um conhecimento maior, e cada vez que te manifesto um valor, um efeito do meu Querer, Eu sinto por isso um contente maior e junto com o Céu faço festa. Agora, conforme saem estas minhas verdades, você duplica minhas contentes e minhas festas, por isso me deixe fazer a Mim, você profunde-se mais em meu Querer”.

13-17 Setembro 14, 1921 Cada vez que a alma faz seus atos na Divina Vontade, assim cresce sempre mais em santidade.
(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, cada vez que a alma faz seus atos em minha Vontade, cresce sempre mais  ante Mim em sabedoria, em bondade, poder e beleza, porque conforme vai repetindo os atos em minha Vontade, tantos bocados toma de sabedoria, de bondade, etc., e a alma cresce daquele alimento do qual se alimenta, por isso de Mim está escrito no santo Evangelho que crescia em sabedoria diante de Deus e diante dos homens; como Deus não podia nem crescer nem decrescer, o meu crescer não era outra coisa que a minha humanidade, que conforme crescia nos anos vinha a multiplicar meus atos no Querer Supremo, e um ato de mais que fazia era um crescer de mais na Sabedoria de meu Pai Celestial, e era tão verdadeiro este meu crescimento, que até as criaturas o notavam.

Cada ato meu corria no mar imenso da Vontade Divina, e conforme operava me nutria deste alimento celestial; seria demasiado extenso dizer-te os mares de sabedoria, de bondade, de beleza, de potência que recebia minha Humanidade em cada ato de mais que fazia, Assim acontece com a alma. Minha filha, a santidade em minha Vontade cresce a cada instante, não há nada que se escape do crescer e que a alma não possa fazer correr no mar infinito de minha Vontade; as coisas mais indiferentes, o sono, o alimento, o trabalho, etc., podem entrar em meu Querer e tomar nele seu posto de honra como obras de meu Querer; só que a alma o queira, e todas as coisas, desde as maiores até as menores podem ser ocasiões para entrar em meu Querer, o que não acontece com as virtudes, Porque as virtudes, se se quiser exercitar, muitas vezes falta a ocasião, se se quiser exercitar a obediência, necessita-se de alguém que dê ordens, e pode acontecer que por dias e por semanas falte quem dê novas ordens para fazê-la obedecer, e então, por quanto boa vontade tenha de obedecer, a pobre obediência ficará ociosa; assim da paciência, da humildade e de todas as outras virtudes, pois como são virtudes deste submundo, são necessárias as outras criaturas para exercitá-las, em troca minha Vontade é virtude de Céu, e Eu só basto para tê-la a cada instante em contínuo exercício, para Mim é fácil mantê-la tão elevada, assim de noite ou de dia, para tê-la exercitada em meu Querer”.

O conhecimento é o olho da alma, a alma que não conhece está como cega àquele bem, àquelas verdades. Em minha Vontade não há almas cegas, aliás, cada conhecimento lhes dá um alcance maior de vista, por isso entra freqüentemente em meu Querer, alarga teus confins em minha Vontade, e Eu, assim que veja isto, voltarei a te dizer coisas mais surpreendentes de minha Vontade.

E Ele: “Estou trabalhando e alargando a tua alma na minha Vontade. Além disso, não devo dar-te conta do que faço, porque tendo-te dado toda a Mim, perdeste os teus direitos, agora todos os direitos são meus. Sabes qual é o teu único direito? Que a minha Vontade seja tua e te forneça tudo o que pode fazer-te feliz no tempo e na eternidade.

“Minha filha, Adão enquanto esteve no Éden Terreno e viveu no Reino do Supremo Querer, conheceu todos os conhecimentos, quanto a criatura é possível, do que pertencia ao Reino que possuía, mas assim que saiu dele sua inteligência se escureceu, perdeu a luz de seu Reino, e não encontrava as palavras adequadas para manifestar os conhecimentos que tinha adquirido sobre a Suprema Vontade, porque faltava nele o mesmo Querer Divino que lhe proporcionasse as palavras necessárias para manifestar aos demais o que ele tinha conhecido. Isto por sua parte, e muito mais que cada vez que recordava sua subtração de minha Vontade, o sumo bem que tinha perdido, sentia tal intensidade de dor de o tornar taciturno, porque estava imerso na dor da perda de um Reino tão grande e pelos males irreparáveis causados por isso, e porque quanto Adão pudesse fazer, não lhe era dado reparar, mas necessitava-se daquele mesmo Deus que tinha ofendido para pôr remédio. Por parte de seu Criador não tinha nenhuma ordem, e por isso não lhe dava capacidade suficiente para manifestá-lo, porque, em que aproveitaria manifestar um conhecimento quando não devia dar-lhes o bem que continha?

Eu só faço conhecer um bem quando o quero dar.
Mas embora Adão não tenha falado muito sobre o Reino da Minha Vontade, ele ensinou muitas coisas importantes sobre o que lhe pertencia, tão verdade, que nos primeiros tempos da história do mundo, até Noé, as gerações não tiveram necessidade de leis, nem houve idolatrias (não diversidade de línguas), mas sim todos reconheciam um só Deus (uma só linguagem), porque tinham um alto conceito de minha Vontade. Ao contrário, quanto mais se afastaram d‟Ela, surgiram as idolatrias e pioraram em males, e por isso Deus viu a necessidade de dar suas leis como preservativo às gerações humanas. E por isso, quem faz minha Vontade não tem necessidade de leis, porque Ela é vida, é lei, e é tudo para o homem.

A importância do Reino do Fiat Supremo é grandíssima, e Eu o amo tanto, que estou fazendo mais que nova Criação e Redenção, porque na Criação apenas seis vezes foi pronunciado meu Fiat Onipotente para dispô-la e tirá-la toda ordenada; na Redenção falei, mas como não falei do Reino de meu Querer que contém infinitos conhecimentos e bens imensos, portanto não tinha uma grande quantidade de palavras que dizer, porque tudo o que ensinei era de natureza limitada, e com poucas palavras se fazia conhecer. Em troca para fazer conhecer minha Vontade, se necessita muito filha minha, sua história é longuíssima, encerra uma eternidade sem princípio e sem fim, por isso por quanto digo tenho sempre que dizer, e por isso estou dizendo, oh! quanto mais, pois sendo mais importante que tudo Volume 20 7 contém mais conhecimentos, mais luz, mais grandeza, mais prodígios, por isso são necessárias mais palavras. Muito mais, que por quanto mais faço conhecer, tanto mais alarga os confins do meu Reino para o dar aos filhos que o possuirão. Por isso cada coisa que manifesto de minha Vontade é uma nova criação que faço em meu Reino, para fazê-la gozar e possuir por aqueles que terão o bem de conhecê-lo. Por isso se requer de sua parte grande atenção em manifestá-las.

35-4 Agosto 23, 1937 A Divina Vontade quer crescer e formar sua plenitude na criatura. Quem vive n’Ela está a par de todas as obras do seu Criador, o Qual a torna possuidora de todas as obras divinas.
(1) Sinto-me nas ondas do Querer Divino, que investindo-me querem penetrar até o fundo de minha alma para fazer-me conhecer e fazer-me sentir sua Vida, suas alegrias celestiais, os bens imensos que quer dar a quem quer viver junto com Ele. E o meu amado Jesus, que parece ansioso por voltar a falar sobre o seu Fiat Divino, todo bondade me disse:

(2) “Minha filha bendita, como estou contente quando vejo a alma disposta, que quer ouvir-me e receber o grande dom do qual a minha palavra é portadora. Eu não falo jamais se não vejo a alma disposta, porque se não está disposta minha palavra não pode lhe entregar o dom do qual é  geradora. Agora, você deve saber que quanto mais a criatura busca minha Vontade, a quer conhecer, a ama, não a deixa escapar de nenhum de seus atos, mais cresce sua plenitude nela;
para fazê-la crescer basta uma atenção de mais, um suspiro, um desejo de querer sua Vida e, oh!
como cresce admiravelmente e a eleva tão alto, até chegar às alturas das esferas divinas e conhecer os mais altos e íntimos segredos.

Minha Vontade é vida, e como vida não quer deter-se mas quer sempre crescer, e para crescer espera o menor ato, um convite amoroso da criatura, muito mais que não quer crescer pela força, mas quer que também a criatura queira que sempre cresça minha Vontade e forme sua plenitude nela. Agora, conforme cresce sua plenitude assim cresce a força divina na alma, a santidade, a beleza, a felicidade, o conhecimento, a plenitude dos bens inumeráveis que possui o meu Fiat Divino. Veja então o que significa um ato de mais, um suspiro, um querer, um chamá-la: É adquirir mais força divina, embelezar-se de mais, mas tanto, que Nós mesmos ficamos cobertos, olhamos, voltamos a olhá-la e reconhecemos nela nossa força, nossa beleza e, oh! como a amamos, nos sentimos mais felizes porque ela é para Nós a portadora de nossas alegrias, de nossos bens. Diante desta criatura nosso amor se alarga, transborda de Nós e se derrama tanto nela, que a enche toda, até formar em torno e dentro dela nosso labirinto de amor, o qual lhe dá as ânsias, os desejos ardentes de fazer crescer a plenitude da nossa Vontade. Minha filha, há grande diferença entre quem é toda atenção, todo olho, todo coração porque quer minha Vontade, e entre quem a quer mas sem grande atenção, que parece que não têm olho para olhá-la em todas as coisas, coração para amá-la, voz para chamá-la, talvez estes possuem minha Vontade em pequena parte, mas sua plenitude está longe deles”.

(3) Jesus fez silêncio, e eu fiquei nas ondas eternas do Divino Querer, tanto, que minha pobre mente não sabia sair dele e eu dizia: “Jesus, basta por agora, minha mente não pode conter mais o que Você quer me dizer”. E o doce Jesus pôs-me a mão na testa, e continuou:

(4) “Minha filha, escuta até onde pode chegar a alma que vive em nossa Vontade, Ela a põe em dia em todas nossas obras, nosso Ente Supremo tem sempre em ato contínuo todas suas obras, para Nós o passado e o futuro não existem, assim que o Pai Celestial Gera continuamente a seu Filho, e entre o Pai e o Filho Procede o Espírito Santo; isto é vida em Nós e é como o batimento e o respiro que forma nossa Vida: „Gerar e Proceder continuamente’. Nos faltaria a vida se isto não fosse, como faltaria a vida à criatura se não tivesse um batimento cardíaco e um respiro contínuo. Agora, neste Gerar e Proceder continuamente, vêm formadas alegrias imensas, felicidade e contentos tais, que não os podendo conter dentro de Nós transbordam fora e formam as alegrias e a felicidade de todo o Céu. Dos bens imensos que produz a Geração contínua do Verbo e o Proceder do Espírito Santo, transbordou fora a suntuosidade e magnificência da máquina de toda a Criação;
a criação do homem, a concepção da Virgem Imaculada e o descer do Verbo à terra, tudo isso e outras coisas mais estão sempre em ação em nosso Ser Divino, como está sempre em ato que o Pai Gera seu Filho e o Proceder do Espírito Santo. Agora, quem vive em nossa Vontade é espectador destes prodígios divinos, e sente tornar a dar-se do Pai o Filho que sempre Gera, o Espírito Santo que sempre Procede, e oh! as alegrias, o amor, as graças que recebe, e nos dá a glória que sempre Geramos. Em nosso Querer encontra em ato a Criação, e lhe damos com direito todos os bens dela, e é a primeira glorificadora por tantas coisas que criamos; encontra em ato a Virgem concebida, seus mares de amor, toda sua vida, e a Virgem a faz possuidora de tudo, e ela toma e glorifica-nos pelo grande bem que fizemos ao criar esta Celestial Criatura; encontra em ato o descendimento do Verbo, seu Nascimento, suas lágrimas, sua Vida palpitante, também suas penas e a fazemos possuidora de tudo, e ela toma tudo, nos glorifica, ama-nos por todos e por tudo. No nosso Querer, a criatura pode dizer:

¨Tudo é meu, mesmo o mesmo Deus, como é minha a Divina Vontade’. Por isso ela sente o dever de glorificar-nos e amar-nos em cada coisa e por todos. Não dar o que fizemos e fazemos a quem vive em nosso Querer nos resulta impossível, nosso amor não o suportaria, nos causaria pena, muito mais que Nós nada perdemos com dar, mas bem nos sentimos mais glorificados, mais felizes com que as criaturas vivam Conosco, estejam em dia em nossas obras e delas sejam possuidoras. Poder dizer: „O que é nosso é teu’, é a nossa maior felicidade, as desuniões não trazem jamais o bem, o „seu’ e o „meu’ rompem o amor e produzem a infelicidade; em nossa Vontade não existe a desunião, nem o „seu’ nem o „meu‟, mas sim „tudo é nosso’ e tudo está em total acordo”.
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35-5 Agosto 29, 1937 Como Deus quer ver sua Vida em quem vive em sua Vontade, chega a fazer-se seu modelo. Dons que Deus dá à criatura. O espaço do querer humano é a estadia divina das maravilhas de Deus.

(1) Meu voo no Querer Divino continua, seus atrativos, seus modos fascinantes se fazem mais insistentes, seu querer viver na alma é tanto, que se põe em atitude hora de pedir, hora de súplica, hora de promessa, até lhe prometer novos dons mais belos e insuspeitos, desde que o faça reinar, e só quem é ingrato pode resistir a tantas urgencias. Mas enquanto minha mente era oprimida por tantas súplicas e suspiros do Fiat Divino, meu doce Jesus, minha amada vida, repetindo-me sua  breve visita, todo bondade, como se quisesse dar alívio ao seu amor me disse:

(2) “Filha bendita de minha Vontade, se você soubesse em que labirinto de amor nos põe quem não vive em nosso Querer, posso dizer que em cada ato que faz, em cada palavra, pensamento, batimento e respiro em que não vemos correr a Vida de nosso Querer, nosso amor fica reprimido, sente uma dor, dá em soluços e em pranto, geme e suspira porque não encontra na criatura sua Vida, seu ato, seu batimento, sua palavra, a santidade de nossa Inteligência, e ao ver que é posto fora de tudo o que a criatura faz, sente seu amor apagado, sente que lhe atam os braços, sente que não pode desenvolver o seu trabalho nela. Minha filha, que dor! Poder dar vida e não dá-la, poder falar na palavra humana e reduzir-se ao silêncio porque a criatura não lhe dá o lugar em sua palavra, poder amar com nosso amor em seu coração e não encontrar o lugar onde colocá-lo, oh!
como o nosso amor fica obstruído e como sem vida por quem não vive na nossa Vontade.

(3) Agora, você deve saber que quando a alma faz um ato em nossa Vontade Divina, Deus se faz modelo, e o ato se torna matéria para receber o modelo divino, assim que nossa mais que paterna bondade é toda atenção para ver tudo o que faz quem vive em nosso Querer, e quando está para pensar, para falar, para agir, assim vai imprimindo nela o modelo da sua sabedoria, o modelo da sua palavra criadora, e a santidade das suas obras; é tanto o nosso amor, que queremos fazer-nos vida da sua vida, bater do seu coração, amor do seu amor. É tanto nosso delírio de amor, que queremos fazer nossas artes, e só em quem vive em nosso Querer podemos obter nossa tentativa, porque nele não nos faltaria a matéria adaptável para receber nosso modelo”.

(4) Depois disto acrescentou com maior ênfase:
(5) “Minha filha, é tanto o nosso amor, que não fazemos outra coisa que dar contínuos dons à criatura: O primeiro dom foi toda a Criação, depois veio a criação do homem e, quantos dons não lhe demos? Dom de inteligência, no qual pusemos o modelo, o espelho de nossa Trindade Sacrossanta; o olho, o ouvido, a palavra, todos eram dons que lhe fazíamos, e não só lhe dávamos os dons, mas tomávamos a nossa parte conservante e criadora para lhe guardar estes dons e estar em ato de sempre dá-los; é tanto o nosso amor ao dar os nossos dons, que não nos separamos do dom que damos, mas permanecemos no dom que demos para o ter mais seguro e guardado.

Oh! como é exuberante nosso amor, como nos ata por todas partes, e enquanto nos faz dar não deixa o dom em poder da criatura, porque esta não teria virtude de conservá-lo, e por isso nos oferecemos Nós mesmos para guardá-los, e para amar mais a esta criatura nos colocamos em ato de dá-los continuamente. O que te dizer além disso minha filha do grande dom que lhe fizemos ao criar a vontade humana na criatura? Nós, como primeira coisa criamos o espaço e depois criamos o céu, as estrelas, o sol, o ar, o vento, e assim por diante, assim que o espaço devia servir para poder criar nossas outras obras, criá-las e não ter onde colocá-las não seria obra digna de nossa Volume 35 12 sabedoria. De igual modo, ao criarmos a vontade humana, criamos o espaço, o lugar onde podemos pôr o grande dom que fazíamos ao homem da nossa Santíssima Vontade, este espaço devia servir a nossa Vontade que age para pôr nele céus mais extensos, sóis mais resplandecentes, e não só um, mas um por cada vez que agisse. Por isso, a Criação devia servir ao homem, e este espaço da vontade humana devia servir a seu Deus para formar nele suas delícias, para poder sempre agir e formar-se seu apoio, seu trono, sua estadia divina. Fazia-lhe este dom, formava-lhe este espaço para poder ter um lugar para conversar com ele e estar a tu por tu em doce companhia, queria ter meu armário secreto, meu amor queria lhe dizer tantas coisas, mas queria o quarto onde poder lhe falar, e meu amor chegava a tanto, até se dar em poder do homem e do homem em poder de Deus. Por isso amo tanto que a criatura viva em minha Vontade, porque quero o que criei só para Mim, reclamo meu apoio, meu trono, minha estadia divina. Por isso, até que o homem não retorne em minha Vontade Divina e me dê meu posto real na sua, Eu não posso concluir a Criação, temos tantas outras coisas belas que fazer em nosso espaço do querer humano, tantas outras coisas que dizer, mas não podemos nem fazer nem dizer, porque faltando nossa Vontade encontramos nosso espaço dificultado, e é por isso que não temos onde colocar nossas obras, e se queremos falar não nos compreenderá nem terá ouvidos para nos escutar, por isso faremos prodígios jamais ouvidos para readquirir o que é nosso, o espaço e nossa estadia divina. Vós, rezai e sofreis para que eu readquira o que é meu, e nunca me recuses o espaço do vosso querer humano, a fim de que o meu amor possa desabafar e as minhas obras possam continuar a obra da Criação”.

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