3º Estudo Livro do Céu Vol. 01 ao 12

Escola da Divina Vontade
3º Estudo Livro do Céu Vol. 01 ao 12
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1-2 Ensina-lhe o desapego. Desapego do mundo exterior.

(15) Depois o Divino Mestre dá início, põe sua mão para desapegar meu coração de todas as criaturas, e com voz interior me dizia:
(16) “Eu sou o único que merece ser amado; olha, se você não tirar este pequeno mundo que o rodeia, isto é, pensamentos de criaturas, imaginações, Eu não posso entrar livremente em seu coração, este murmúrio em sua mente é impedimento para te deixar ouvir mais clara minha voz, para derramar as minhas graças e para te fazer apaixonar verdadeiramente por Mim. Prometa ser toda minha e eu mesmo porei mãos à obra. Tu tens razão em que não podes nada, não temas, Eu farei tudo, dá-me a tua vontade e isso me basta”.

(17) E isto acontecia mais freqüentemente na Comunhão; então lhe prometia ser toda sua, pedia perdão por que até aquele momento não o havia sido, lhe dizia que verdadeiramente o queria amar e lhe rogava que não me deixasse nunca mais só sem Ele. E a voz continuava:

(18) “Não, não, virei contigo para observar todas as tuas ações, movimentos e desejos”.

(19) Todo o dia o sentia sobre mim, me repreendia de tudo, como por exemplo se me entretinha demasiado falando com a família de coisas indiferentes, não necessárias, a voz interna me dizia:
(20) “Estas conversas enchem-te a mente de coisas que não me pertencem a Mim, circundam-te o coração de pó, de modo que te faz sentir débil minha Graça, não mais viva. ¡ Ah! Me imite quando estava na casa de Nazaré, minha mente não se ocupava de outra coisa que da glória do Pai e da salvação das almas, minha boca não dizia outra coisa que discursos santos, com minhas palavras buscava reparar as ofensas ao Pai, tratava de assar os corações e atraí-los ao meu Amor, e
primariamente a minha Mãe e a São José, em uma palavra, tudo nomeava a Deus, tudo era feito por Deus e tudo a Ele se referia. Por que você não poderia fazer o mesmo?”
(21) Eu ficava muda, toda confusa, tratava por quanto mais podia de estar sozinha, confessava-lhe minha debilidade, pedia-lhe ajuda e graça para poder fazer o que Ele queria, porque por mim só não sabia fazer outra coisa que mal. Se durante o dia minha mente se ocupava em pensar em pessoas às quais eu queria, em seguida me repreendia dizendo-me:
(22) “Isto é o bem que me queres? Quem te amou como Eu? Olhe, se você não acabar com isso Eu te deixo”.
(23) Às vezes eu me sentia dando tais e tantas reprovações amargas, que não fazia outra coisa que chorar. Especialmente uma manhã, depois da Comunhão, deu-me uma luz tão clara sobre o grande amor que Ele me dava e sobre a volubilidade e inconstância das criaturas, que o meu
coração ficou tão convencido, que daí em diante já não foi capaz de amar a nenhuma pessoa.

Ensinou-me a amar as pessoas sem me separar Dele, isto é, a olhar para as criaturas como imagem de Deus, de modo que se recebia o bem das criaturas, devia pensar que só Deus era o primeiro autor daquele bem e que se tinha servido da criatura para me dar, então meu coração se unia mais a Deus. Se recebia mortificações, devia vê-las também como instrumentos nas mãos de Deus para a minha santificação, por isso meu coração não ficava ressentido com meu próximo.

Então por este modo acontecia que eu olhava as criaturas todas em Deus, por qualquer falta que visse nelas jamais lhes perdia a estima, se zombavam de mim me sentia obrigada com elas pensando que me faziam fazer novas Aquisições para minha alma, se me louvavam, recebia com desprezo estes louvores dizendo: “Hoje isto, amanhã podem me odiar, pensando em sua inconstância”. Em suma, meu coração adquiriu uma liberdade que eu mesma não sei explicar.

2-1

(16) Agora, enquanto me encontro fora de mim mesma e encontrando-me no alto dos céus pareceu-me ver Deus dentro de uma luz e Ele mesmo parecia também luz e nesta luz encontrava-se beleza, força, sabedoria, imensidão, altura, profundidade sem limites nem confins, Assim, também no ar que respiramos é o próprio Deus que se respira, assim que cada um pode fazê-lo como vida própria, como de fato é. Então, nada lhe escapa e nenhuma lhe pode escapar. Esta luz parece ser toda voz sem que fale, toda obrante enquanto sempre repousa; encontra-se por toda parte sem estorvar em nada, e enquanto se encontra em toda parte, tem também seu centro. ¡ Oh Deus, como Sois incompreensível! Vejo-te, sinto-te, és a minha Vida, restringes-te em mim, enquanto ficas sempre imenso e nada perdes de Ti, no entanto sinto-me balbuciante e me parece não saber nem dizer nada.

(17) Para me poder explicar melhor segundo a nossa linguagem humana, direi que vejo uma sombra de Deus em tudo o que foi criado, porque em tudo o que foi criado, onde lançou a sombra da sua beleza, onde os seus perfumes, onde a sua luz, como no sol, onde vejo uma sombra especial de Deus, Vejo-o como delineado neste astro, que é como o rei dos planetas. O que é o sol? Não é outra coisa que um globo de fogo, um é o globo, mas muitos são os raios,
de modo que então podemos compreender facilmente:

(18) 1° O globo é Deus, os raios os imensos atributos de Deus.
(19) 2°. O sol é fogo, mas ao mesmo tempo é luz e é calor, assim que a Santíssima Trindade está representada no sol: O fogo é o Pai, a luz é o Filho, o calor é o Espírito Santo, mas um é o sol, e assim como não se pode dividir o fogo da luz e do calor, assim uma é a potência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que entre eles não se podem realmente separar. E assim como o fogo produz luz e calor ao mesmo tempo, assim não se pode conceber o fogo sem se conceber
também a luz e o calor, assim não se pode conceber o Pai antes do Filho e do Espírito Santo e assim reciprocamente, têm os Três o mesmo princípio eterno.

(20) Acrescento que a luz do sol se expande por toda parte; assim Deus, com sua imensidão onde quer penetra, porém recordemos que não é mais que uma sombra, porque o sol não chegaria onde não pode penetrar com sua luz, mas Deus penetra onde quer que fosse. Deus é Espírito puríssimo e nós o podemos simbolizar no sol que faz penetrar seus raios em qualquer lugar, sem que ninguém os possa tomar entre as mãos, Deus olha tudo, as iniquidades, as infâmias dos homens e Ele fica sempre o que é, puro, santo, imaculado. Sombra de Deus é o sol que manda sua luz sobre as imundícias e fica imaculado, expande sua luz no fogo e não se queima, no mar, nos rios e não se afoga, dá luz a todos, fecunda tudo, dá vida a tudo com seu calor e não empobrece de luz, nem perde nada de seu calor e muito mais, enquanto faz tanto bem a todos, ele de nenhum tem necessidade e fica sempre o que é, majestoso, resplandecente, sem jamais mudar-se. ¡Oh! Como se representam bem no sol as qualidades divinas, Deus, com sua imensidão se encontra no fogo e não arde, no mar e não se afoga, sob nossos passos e não o pisamos, dá a todos e não empobrece e de ninguém tem necessidade, vê tudo, mas é todo olhos e não há coisa que não sinta, está ao dia de cada fibra de nosso coração, de cada pensamento de nossa mente, e sendo Espírito puríssimo não tem nem ouvidos, nem olhos, e aconteça o que acontecer não muda jamais. O sol, investindo o mundo
com a sua luz, não se cansa, assim Deus, dando vida a todos, ajudando e regendo o mundo, não se cansa. Para não gozar mais a luz do sol e seus benéficos efeitos, o homem pode esconder-se, pode pôr obstáculos, mas ao sol nada lhe faz, permanece como é, o mal cairá todo sobre o homem. Assim o pecador, com o pecado pode afastar-se de Deus e não gozar mais de suas benéficas influências, mas a Deus nada lhe faz, todo o mal é seu.

(21) Também o arredondamento do sol me simboliza a eternidade de Deus, que não tem nem princípio nem fim. A mesma luz penetrante do sol, que ninguém pode conter em seu olho, e que se alguém quisesse olhá-lo fixamente em pleno meio-dia ficaria ofuscado, e se o sol se quisesse aproximar do homem, este ficaria reduzido a cinzas. Assim do Sol Divino, nenhuma mente criada pode restringi-lo em sua pequena mente para compreendê-lo em tudo o que é, e
se quisesse esforçar-se ficaria deslumbrada e confusa, e se este Sol Divino quisesse fazer ostentação de todo seu amor, fazendo-o sentir ao homem enquanto ainda está em carne
mortal, o homem ficaria incinerado. Portanto, Deus tem posto uma sombra de Si e de suas perfeições em tudo o que criou, assim parece que o vemos e o tocamos e por Ele ficamos
tocados continuamente.

(22) Além disso, depois de o Senhor ter dito aquelas palavras: “A fé é Deus”. Eu disse-lhe:
“Jesus, tu amas-me?”
(23) E Ele acrescentou: “E tu, queres-Me?”
(24) Eu imediatamente disse: “Sim, Jesus, e Tu sabes disso, que sem Ti sinto que me falta a vida”.
(25) “Pois bem”. Jesus acrescentou. “Tu me queres, Eu também, portanto, amemo-nos e estejamos sempre juntos”.
(26) Assim terminou por esta manhã. Agora, quem pode dizer o quanto minha mente entendeu este Sol Divino? Parece-me vê-lo e tocá-lo por toda parte, aliás, sinto-me revestida por Ele
dentro e fora de mim mesma, mas minha capacidade é pequena, pequena, que enquanto parece que compreende alguma coisa de Deus, ao vê-lo parece que não entendi nada, Espero que Jesus me perdoe.

3-1
Novembro 1, 1899

Purificação da Igreja. As almas vítimas são o seu sustento

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, encontrei-me fora de mim mesma, dentro de uma igreja, e ali estava um sacerdote que celebrava o divino sacrifício, e enquanto isso fazia chorava amargamente e dizia: “A coluna da minha Igreja não tem onde apoiar-se”.

(2) No momento em que dizia isto vi uma coluna, cujo cume tocava o céu, e abaixo desta coluna estavam sacerdotes, bispos, cardeais e todas as outras dignidades que sustentavam essa coluna, mas com minha surpresa, ao olhar vi que destas pessoas, quem era muito fraco, quem era meio
acabado, quem era doente, quem era cheio de lama; escassíssimo era o número daqueles que se encontravam em estado de sustentá-la, assim que esta pobre coluna, tantas eram as sacudidas que recebia por baixo, que cambaleava sem poder estar firme. Até acima desta coluna estava o
Santo Padre, que com correntes de ouro e com os raios que despedia de toda sua pessoa, fazia quanto mais podia para sustentá-la, para acorrentar e iluminar as pessoas que moravam na parte baixa, Embora alguma escapasse para ter mais oportunidade de degradar-se e enlamear-se , e não só a estas pessoas mas que tratava de atar e iluminar a todo o mundo.

(3) Enquanto eu via isto, aquele sacerdote que celebrava a missa (embora tenha dúvidas se e sacerdote ou Nosso Senhor, parece-me que era Ele, mas não sei dizer com certeza), chamou-me junto a Ele e disse-me:

(4) “Minha filha, olha em que estado lamentável se encontra minha Igreja, as mesmas pessoas que deviam sustentá-la, desfalecem, e com suas obras a abatem, golpeiam-na, e chegam a denegri-la.
O único remédio é que faça derramar tanto sangue, até formar um banho para poder lavar esse purulento lodo e curar suas profundas chagas, para que sanadas, reforçadas, embelezadas por esse sangue, possam ser instrumentos hábeis para mantê-la estável e firme”. Depois acrescentou:
“Chamei-te para te dizer: Queres tu ser vítima e assim ser como uma escora para segurar esta coluna em tempos tão incorrigíveis?”.

(5) Eu, em princípio, senti um arrepio correr por medo, e porque possivelmente não teria a força, mas logo me ofereci e pronunciei o Fiat. Enquanto estava nisto, encontrei-me rodeada por muitos santos, anjos e almas purgantes que com flagelos e outros instrumentos me atormentavam; e eu,
embora no princípio sentisse temor, mas depois, quanto mais sofria, tanto mais me vinha o desejo de sofrer e saboreava o sofrer, como um dulcíssimo néctar. E muito mais porque me veio um pensamento: “Quem sabe se essas penas pudessem ser meios para consumir a vida, e assim poder empreender o último vôo para meu sumo e único Bem”. Mas com muita pena, depois de ter sofrido acerbas penas, vi que essas penas não me consumiam a vida.  Ó Deus, que pena, que
esta frágil carne me impeça de unir-me com meu Bem Eterno!

(6) Depois disto, vi o massacre sangrento que se fazia daquelas pessoas que estavam debaixo da coluna. Que horrível catástrofe!
Escassíssimo era o número dos que não caíam vítimas, chegavam a tal atrevimento, que tentavam matar o Santo Padre. Mas depois parecia que aquele sangue derramado, aquelas sangrentas vítimas destroçadas, eram meios para fazer fortes aqueles que ficavam, de modo que sustentavam a coluna sem fazê-la balançar mais. ” Oh, que dias felizes!. Depois disso despontavam dias de triunfos e de paz, a face da terra parecia renovada, a coluna adquiria seu primeiro brilho e esplendor. ¡ Oh dias felizes, de longe eu vos saúdo, pois tanta glória dareis à Igreja e tanto honra a Deus que é sua Cabeça!

4-2
Setembro 6, 1900

Estado de vítima.

(1) Continua vindo meu dulcíssimo Jesus. Esta manhã, quando veio, quis derramar um pouco de amargura em mim, e depois disse-me:
(2) “Minha filha, Eu quero dormir um pouco, tu fazes o meu ofício de sofrer, rogar e aplacar a justiça”.
(3) Assim Ele adormeceu, e eu pus-me a rezar junto a Jesus. depois, acordando, viramos um pouco entre as pessoas, e me fez ver diversos planos que estão idealizando para fazer revoluções, e especialmente via que estavam maquinando um ataque de improviso para ter melhor resultado em seu propósito, e para fazer com que nenhum se possa defender ou prevenir contra o inimigo.

Quantos espetáculos funestos! Mas parece que o Senhor ainda não lhes dá liberdade para fazer isso, e não sabendo eles a razão se roem de raiva, porque apesar de sua perversa vontade se vêm impotentes para realizá-lo. Não é preciso outra coisa senão que o Senhor lhes conceda esta
liberdade, porque tudo está preparado. Depois disso voltamos, e Jesus se mostrava todo chagado.

(4) “Olhe quantas chagas me abriram e a necessidade do estado contínuo de vítima, de seus sofrimentos, porque não há momento em que deixem de me ofender, e sendo contínuas as ofensas, contínuos devem ser os sofrimentos e as orações para me aliviar em algo; e se você se vê suspenso sofre, treme e teme, porque não me vendo aliviado em minhas penas, não vá a conceder aos inimigos essa liberdade tão desejada por eles”.

(5) Ao ouvir isto, pus-me a rogar-lhe que me fizesse sofrer a mim, e enquanto estava nisto via o confessor que com suas intenções forçava a Jesus a me fazer sofrer. Então o bendito Senhor me participou tais e tantas penas, que eu mesma não sei como fiquei viva, mas o Senhor em minhas penas não me deixou só, mas bem parecia que não resistia se seu coração me deixasse, e passei alguns dias junto com Jesus, e me comunicou tantas graças e me fez compreender muitas coisas; mas, parte pelo estado de sofrimento, e parte porque não sei me expressar, passo adiante e faço silêncio.

5-3
Março 20, 1903

Jesus e São José consolam o pai nas suas dificuldades.

(1) Encontrando-me fora de mim mesma, via o pai com dificuldades a respeito da graça que quer, e Jesus bendito outra vez com São José lhe diziam:

(2) “Se te puseres a obra, todas as tuas dificuldades desaparecerão, e cairão como escamas de peixe.

6-2
Novembro 8, 1903

Jesus diz como deve ser o amor do próximo.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, estava a implorar por certas necessidades do próximo, e o bendito Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:
(2) “Com que fim rezas por estas pessoas?”
(3) E eu: “Senhor, e Tu por qual fim nos amaste?”
(4) E Ele: “Amo-vos porque sois coisa minha, e quando o objeto é próprio, sente-se como obrigado, é como uma necessidade amá-lo”.
(5) E eu: “Senhor, estou rezando por estas pessoas porque são coisa tua, de outra maneira não me teria interessado”. E Ele, pondo a mão na minha testa, quase a apertando, acrescentou:
(6) “Ah! Então é porque são coisa minha? Assim está bem o amor do próximo”.

7-1
Janeiro 30, 1906

A constância ordena tudo.

(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, como é necessário que a alma seja constante em fazer o bem que começou, porque se bem tem princípio, mas não terá fim, e não tendo fim é necessário que
uniforme-se aos modos do Eterno Deus. Deus é justo, é santo, é misericordioso, é Aquele que contém tudo, mas talvez por um só dia? Não, sempre, sempre, assim a alma não deve ser um dia paciente, humilde, obediente, e outro dia impaciente, soberba, caprichosa. Estas são virtudes quebradas, é um misto negro e branco, luz e trevas, tudo é desordem, tudo é confusão, modos todos diferentes dos de seu Criador. Em tais almas há guerra contínua, porque as paixões lhe fazem guerra, porque vendo-se nutridas freqüentemente esperam que a vitória seja delas; guerra por parte dos demônios, das criaturas e ainda por parte das
mesmas virtudes, as que vendo-se desiludidas lhe fazem guerra encarniçada e terminam com nauseara, e se se salvam estas almas, oh! quanto terá de trabalhar o fogo do
purgatório.

Ao contrário, para a alma constante tudo é paz, já a simples constância faz com que tudo esteja em seu posto, as paixões se sentem morrer, e quem é aquele que estando próximo a morrer pensa em fazer guerra a alguém? A constância é espada que põe tudo em fuga, é cadeia que ata todas as virtudes, de modo que se sente acariciada continuamente
por elas, e o fogo do purgatório não trabalhará nada porque a constância ordenou tudo e a fez similar aos modos do Criador”.

8-2
Junho 25, 1907

A alma parada ou caminhando, deve estar sempre na Divina Vontade.

(1) Esta manhã estava pensando em que me sentia como detida, sem ir nem para frente nem para trás, e dizia: “Senhor, eu mesma não sei dizer o que sinto, se estou atrás, ou detida, ou adiante, mas do resto não me aflijo, pois desde que esteja em tua Vontade estou sempre bem, em qualquer ponto ou em qualquer modo que possa estar, tua Vontade é sempre santa e eu em qualquer modo que esteja, estarei sempre bem”.

(2) Naquele momento o bendito Jesus veio por pouco tempo e me disse:

(3) “Minha filha, ânimo, não temas se te sentes detida, mas está atenta a que essas detidas faça-as em minha Vontade, sem sair em nada do meu Querer. Também Eu me detenho, mas num abrir e fechar de olhos faço mais do que não tenho feito por anos e anos; olha, para o mundo parece que Eu estava detido, porque merecendo ser severamente castigado e não fazendo isso, parece que não estou caminhando, mas se tomo a vara em minhas mãos, Vou refazer todas as minhas paradas. Assim tu, estando sempre em minha Vontade, se vês que minha Vontade te quer detida, detém-te então e goza de minha Vontade; se vês que minha Vontade quer que caminhes, caminha pois, mas caminha sempre em meu Querer, porque caminhando em minha Vontade caminharás Comigo mesmo e terás a mesma Vontade de meu caminhar, por isso esteja sempre em minha Vontade, detida ou em caminho, e estará sempre bem”.

9-2
Abril 1, 1909

Jesus adorna a alma com as gemas que produz a dor.

(1) Sentia-me muito sofrida, a ponto de não poder me mover, e estava oferecendo meus pequenos sofrimentos junto com os de Jesus e com a intensidade de amor com a qual Ele queria glorificar o Pai, reparar as nossas culpas e obter todos os bens que nos alcançou com os seus sofrimentos, e
dizia entre mim: “Faço de conta que estes meus sofrimentos sejam meu martírio, que as dores sejam os verdugos, que a cama é o lugar de tortura, que a imobilidade é a corda que me tem atada para fazer que chegue a ser mais amada e amante de meu sumo bem; mas verdugos eu não vejo, então quem é meu carrasco, que não só no exterior do corpo, mas também nas partes mais internas, até no fundo de minha alma me lacera, me despedaça, tanto que o cerco da vida me parece que quisesse romper-se? Ah, meu carrasco é propriamente Jesus bendito!” E nesse momento, quase como dentro de um relâmpago me disse:

(2) “Minha filha, é demasiada honra para ti ser Eu teu carrasco. Eu não faço outra coisa que como alguém que deve desposar a noiva e fazê-la aparecer em público, para fazer que tenha uma bela apresentação e para fazê-la digna dele, não confia em ninguém, nem sequer nela mesma, senão
que ele mesmo a quer limpar, pentear, vestir, adornar com pedras preciosas, com brilhantes. Esta é uma grande honra para a esposa, e além disso não terá nenhum pensamento sobre se agradará ao seu marido ou não, se lhe agradará como se adornou ou a tomará por uma tola ao não ter
sabido adivinhar o modo para lhe agradar mais.

Assim faço Eu com minhas esposas amadas, é tanto o amor que lhes tenho que não confio em ninguém, me vejo obrigado a fazer-me de verdugo, mas verdugo amoroso. E ora a lavo, ora a penteio, ora a visto com o vestido mais bonito, agora a jóias, mas não com jóias saídas da terra, que são coisas superficiais, senão com jóias que faço sair do fundo da alma, das partes mais profundas, que se formam com o toque de meus dedos que criam a dor, e da dor saem as jóias; converte a vontade em ouro e esta vontade convertida em ouro por minhas próprias mãos, fará sair jóias preciosas de todas as cores e as coroas mais belas, os vestidos mais magníficos e as flores mais perfumadas, as músicas mais agradáveis; e Eu com minhas mesmas mãos, à medida que a faço produzir, assim irei arrumando tudo para adorná-la sempre mais. Tudo isto passa com as almas sofredoras, assim que, não tenho talvez razão em te dizer que é uma grande honra para ti?

verdugo

10-3
Novembro 23, 1910

O amor basta para tudo, e muda as virtudes naturais em divinas.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava pensando na pureza, e em como eu a esta bela virtude não dedico nem um pensamento, nem a favor nem contra; me parece que neste ponto da pureza, nem ela me incomoda, nem eu me dou um pensamento dela. E dizia entre mim: “Eu
mesma não sei como me encontro em relação a esta virtude, mas não quero intrometer-me nisso, basta-me o amor para tudo”. E Jesus, retomando as minhas palavras, disse-me:

(2) “Minha filha, o amor prende tudo, acorrenta tudo, dá vida a tudo, sobretudo triunfa, tudo embeleza, tudo enriquece. A pureza se contenta em não fazer nenhum ato, olhar, pensamento, palavra, que não seja honesto, o resto tolera, com isto não se reduz a outra coisa que a adquirir a pureza natural; o amor é zeloso de tudo, mesmo do pensamento, do respiro, ainda que fossem honestos, tudo quer para si, e com isto dá à alma a pureza não natural mas divina, e assim de
todas as outras virtudes. Assim que o amor pode dizer-se que é paciência, o amor é obediência, é doçura, é força, é paz, é tudo, assim que todas as virtudes, se não têm vida do amor, no máximo se podem chamar virtudes naturais, mas o amor as muda em virtudes divinas. Oh! que  diferença entre umas e as outras, as virtudes naturais são servas e as divinas rainhas, por isso para tudo te basta o amor”.

11-4
Fevereiro, 1912

Oferta de uma vítima.

(1) Continuando o meu estado habitual, o meu adorável Jesus fazia-se ver crucificado e com uma alma junto a Ele, a qual se oferecia vítima a Jesus, e Jesus disse-lhe:

(2) “Minha filha, aceito-te como vítima da dor. Tudo o que podes sofrer sofrerás como se estivesses Comigo na cruz, e com teus sofrimentos me consolarás; muitas vezes te escapa isto de consolar-me com teus sofrimentos, deves saber que Eu fui vítima e hóstia pacífica e assim também tu, não te quero vítima oprimida, mas pacífica e alegre, serás como um cordeirinho dócil e o teu balir, isto é as tuas orações, os teus sofrimentos, as tuas obras, servirão para adoçar as
minhas amargas chagas”.

 

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