Livro do Céu Volume 1-61
“Minha filha, do amor devorador passa a olhar meu Amor operante. Cada alma concebida me trouxe o fardo de seus pecados, de suas fraquezas e paixões, e meu Amor me ordenou tomar o fardo de cada uma, e não só concebi as almas, mas as penas de cada uma, as satisfações que cada uma delas devia dar a meu Pai Celestial. Então minha Paixão foi concebida Comigo”.
56 Além de ser esta Novena de Natal uma prática tradicional generalizada de piedade popular, trata-se da expressão de um mistério profundo, de uma verdade teológica: Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, desde no primeiro momento de sua Encarnação realizou sua obra de Redentor, além da de Primogênito entre todas as criaturas, no pleno uso da razão e da vontade, não só da Divindade, mas também da mais perfeita Humanidade.
Olha-me bem no seio da minha Mamãe Celeste. Oh! Como minha pequena Humanidade era dilacerada! Veja bem como minha pequena cabeça está cercada por uma coroa de espinhos que, cingindo-me forte as têmporas, me faz derramar rios de lágrimas dos olhos, e não posso me mover para secá-las. Ah, move-te de compaixão por Mim, seca-me os olhos de tanto pranto, tu que tens os braços livres para poder fazer isso! Esses espinhos são a coroa dos tantos pensamentos maus que se amontoam nas mentes humanas. Oh, como me espetam mais esses pensamentos do que os espinhos que produz a Terra, mas olha que longa crucificação de nove meses: não podia mover nem um dedo, nem uma mão, nem um pé, estava aqui sempre imóvel, não havia lugar para poder me mover um pouquinho, que longa e dura crucificação, com o acréscimo de que todas as obras más, tomando a forma de pregos, trespassavam-me as mãos e pés repetidamente”.
E assim continuava a me contar pena por pena todos os martírios de sua pequena Humanidade, e que querer dizê-las todas seria muito extenso. Então eu me abandonava ao pranto, e ouvia dizer em meu interior: “Minha filha, gostaria de te abraçar mas não posso, não há espaço, estou imóvel, não posso fazê-lo; queria ir a ti mas não posso caminhar. Por agora me abraça e dirige-te a Mim, depois quando sair do seio materno irei Eu a ti”57.
Mas, enquanto com minha imaginação o abraçava, o estreitava fortemente a meu coração, uma voz interior me dizia: “Basta por agora minha filha, e passa a considerar o quinto excesso do meu Amor”.
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