Estudo 49 – Livro do Céu Vol. 21 ao 28 – Escola da Divina Vontade

Os Três Fiat
Estudo 49 – Livro do Céu Vol. 21 ao 28 – Escola da Divina Vontade
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21-3
Março 3, 1927
Onde reina o Divino Querer chama a Deus junto com seu agir.
O oferecimento a Deus das próprias ações as purifica e as desinfeta.

(1) Estava oferecendo meus pequenos atos como homenagem de adoração e de amor ao
Supremo Querer, e pensava entre mim: “Mas será certo que o que faz a alma que faz a Divina
Vontade, o faz o mesmo Deus? Que glória pode ele receber, se eu lhe oferecesse o meu pequeno
trabalho e tudo o que posso fazer, o viesse fazer comigo?” E o meu doce Jesus a mover-se dentro
de mim disse-me:
(2) “Minha filha, não me sentes em ti que estou a seguir os teus atos? Porque onde reina minha
Vontade, todas as coisas, até as mais pequenas e naturais se convertem em deleite para Mim e
para a criatura, porque são efeito de uma Vontade Divina reinante nela, que não sabe fazer sair de
Si nem sequer a sombra de alguma infelicidade. Além disso, você deve saber que na Criação
nosso Fiat Supremo estabeleceu todos os atos humanos, investindo-os de deleite, de alegria e de
felicidade, assim que o mesmo trabalho não devia provocar nenhum peso ao homem, nem causar-
lhe a mínima sombra de cansaço, porque possuindo meu Querer possuía a força que jamais se
cansa nem diminui. Olhe, também as coisas criadas são símbolo disto, cansa-se talvez o sol de dar
sempre a sua luz? Certamente que não; cansa-se o mar de murmurar continuamente, de formar as
suas ondas, de nutrir e de multiplicar os seus peixes? Certamente que não; cansa-se o céu de
estar sempre estendido, a terra de florescer?

Não. Mas por que não se cansam? Porque está dentro deles o poder do Fiat Divino, que tem
a força que não se esgota jamais. Então todos os atos humanos entram na ordem de todas as coisas
criadas e todos recebem a marca da felicidade: o trabalho, o alimento, o sono, a palavra, o olhar, o passo, tudo.
Agora, até que o homem se mantenha em nosso Querer, se mantém santo e são, cheio de vigor e de energia incansável, capaz
de saborear a felicidade de seus atos e de fazer feliz Aquele que lhe dava tanta felicidade; mas
assim que se subtraiu, adoeceu e perdeu a felicidade, a força incansável, a capacidade e o gosto
de saborear a felicidade de seus atos que o Divino Querer com tanto amor havia investido. Isto
acontece também entre quem está são e entre quem está doente: O primeiro saboreia o alimento,
trabalha com mais energia, toma prazer em divertir-se, em passear, em conversar; o enfermo se
desagrada do alimento, não sente força para trabalhar, se aborrece das diversões, estragam lhe
as conversas, tudo lhe faz mal; A doença mudou sua natureza, seus atos em dor. Agora supõe que
o enfermo voltasse ao vigor de sua saúde, se restabeleceria nas forças, no gosto, em tudo. Assim,
a causa de sua enfermidade tem sido o sair de minha Vontade; o retornar e fazê-la reinar será
causa de que volte a ordem da felicidade nos atos humanos, e fazer que minha Vontade tome sua
atitude nos atos da criatura.

E enquanto oferece seu trabalho, o alimento que toma, e tudo o que
faz, desde dentro daqueles atos humanos brota a felicidade colocada por meu Querer nesses atos
e sobe a seu Criador para dar-lhe a glória de sua felicidade. Eis por que onde reina minha Vontade,
não só me chama junto com Ela a agir, mas dá-me a honra, a glória daquela felicidade com a qual
investimos os atos humanos, e ainda que a criatura não possua toda a plenitude da unidade da luz
da minha Vontade, desde que ofereça todos os seus atos ao seu Criador como homenagem e
adoração, como a doente é ela, não Deus, Deus recebe a glória da felicidade de seus atos
humanos. Suponha um enfermo que fizesse um trabalho, ou que preparasse um alimento e o
desse a outro que está são, este que goza a plenitude da saúde não percebe nada, nem do
cansaço daquele trabalho, nem da fadiga que o enfermo sentiu ao fazê-lo, nem o desgosto desse
alimento que teria sentido se o tivesse tomado o enfermo, mas sim goza na plenitude de sua saúde
do bem, da glória e da felicidade que lhe levará aquele trabalho e gosta do alimento que lhe foi
oferecido. Assim o oferecimento das próprias ações purifica, desinfeta as ações humanas e Deus
recebe a glória devida a Ele, e por correspondência faz descer novas graças sobre aquela que
oferece a Ele suas ações”.

22-2
Junho 8, 1927
Para quem faz a Divina Vontade, todos os tempos e lugares são os seus, como toma em um
punho a eternidade. Como Deus não perde nada porque é perfeito no amar.

(1) Estava seguindo a Divina Vontade em seus atos de tudo o que havia feito na ordem de toda a
Criação, desde o princípio do mundo até o presente; mas enquanto isso fazia pensava para mim:
“O que aconteceu não está em meu poder, portanto me parece uma perda de tempo ir buscando o
que aconteceu”. Enquanto pensava assim, o meu doce Jesus moveu-se dentro de mim, dizendo-me:

(2) “Minha filha, que faz e vive na minha vontade, todos os tempos e todos os lugares são seus.
Minha Vontade Suprema não perde nada do que faz, e com sua potência faz o ato e o conserva
em si íntegro e belo como o fez. Assim, para quem vive no meu Supremo Querer, encontra n’Ele a
ordem de todos os seus atos, como se naquele instante os estivesse fazendo, e a alma unindo-se
com Ele, faz o que meu Querer está fazendo.

(3) Este é todo o gozo, a complacência, a glória de meu Querer, que enquanto seus atos são
eternos, a pequenez da criatura que vive nele toma a eternidade em um punho e encontrando
como em ato os atos de seu Criador, os repete junto com Ele, ama, glorifica a interminabilidade dos
atos d’Aquele que a criou, formando-se uma competência de obras, competência de amor e de
glória. Portanto, à sua disposição estão os tempos da Criação, como o lugar do Éden terreno, tem
os tempos da minha Encarnação, da minha Paixão, e Belém, Nazaré, o Calvário, não estão
distantes dela; para ela não existe o passado, a distância, mas tudo está presente e próximo. É
mais, tu deves saber que minha Vontade dá a unidade de tudo à alma, e assim como Ela enquanto
é uma faz tudo, assim a alma com a unidade Divina encerra em si, como se fosse um só, os
pensamentos de todos, as palavras, obras, passos e batidas de todos, de modo que meu Querer
encontra nela todas as gerações e cada um dos atos de cada um como os encontra em Si mesmo.

Oh! como se conhecem os passos desta criatura eleita, como são doces seus passos, põe-se na
presença de seu Deus, mas não vai jamais sozinha, senão que leva em seus passos o som dos
passos de todos, sua voz contém as notas de todas as vozes humanas e, oh! que bela harmonia
forma em nossa Vontade, seu batido desprende chamas por quantas criaturas saíram à vida. Oh!
como nos felicita, nos entretemos juntos, é nossa querida Joia, o reflexo de nossas obras, a
imagem de nossa Vida. Por isso quero que reine minha Vontade na criatura, para enchê-la de
todos seus atos, porque quando Ela não reina se forma o vazio de seus atos nelas e oh! Como é
terrível o vazio de uma Vontade Divina na criatura, é como uma terra árida, pedregosa, sem sol e
sem água, que dá terror ao vê-la. E quantos destes vazios há na criatura, e quando encontro quem
vive em minha Vontade faço festa, porque posso enchê-la de todos os atos de minha Vontade”.

(4) Depois estava pensando no que está escrito acima, e meu Jesus adicionou:
(5) “Minha filha, nosso amor é perfeito em todas as nossas obras, e como é perfeito nada
perdemos do que fazemos e por isso nossas obras servem como triunfo, glória e coroa imperecível
de nosso Ser Divino, e o que vem feito na perfeição de nosso amor perfeito não está sujeito nem a
perder-se, nem a perder sua integridade e beleza. Como é diferente o agir da criatura porque lhe
falta o perfeito amor a suas obras, age e as põe fora, não tem virtude nem espaço para conservá-
las em si mesma e por isso muitas obras perde de si mesma e faltando a vida, o amor de quem as
formou, as obras humanas não têm virtude de manter-se belas, íntegras e sempre novas como
foram feitas.

(6) Portanto à alma que vive em nossa Vontade Divina, Nós nos deleitamos em fazer-lhe ver todos
nossos atos, os quais, todos estão como presentes e em ato de fazê-los e dizemos à alma: repita
nosso ato a fim de que o que fazemos Nós, Faça-o também você, para pôr em comum o ato do
Criador com a criatura’.

Acontece como a uma pessoa que tem tantas coisas belas, mas as tem
guardadas sob chave em um quarto à parte, ninguém sabe que tem tantas coisas de tão variadas
belezas; agora, outra pessoa entra na graça da primeira, mostra-se fiel, não é capaz de tirar uma
vírgula de sua vontade; isto lhe arrebata o coração à primeira e o sente quebrado, porque o amor
por ela a leva com uma força irresistível a fazê-la ver os bens que possui, a variedade e raridade
das tantas coisas preciosas, e por isso abre o quarto secreto e lhe diz: ‘Me sinto dividido no amor
se não te digo meus segredos, se não te faço ver o que possuo, para que o possamos gozar e
possuir juntos”. Para a segunda parecem coisas novas, porque ela jamais tinha visto tais coisas,
mas para a primeira eram coisas antigas. Assim acontece para quem vem viver em nossa Vontade,
se abrem as portas, se revelam nossos segredos, se põe em dia de todas nossas obras mais
belas. Ter segredos com ela, esconder nossas ações, nos pesaria no coração, seria tê-la como
uma estranha. Oh! como nos afligiria, porque o verdadeiro e perfeito amor não admite nem
segredos, nem divisão de obras e de bens, senão o que é meu é teu, o que conheço eu conheço
tu. Mas você deve saber que minha Vontade forma o eco de suas obras, de seu amor, de sua
palavra na alma onde Ela reina, de modo que ouvindo seu eco, Ela repete a obra, o amor, a
palavra do Fiat Divino”.

23-2
Setembro 21, 1927
Como a alma que vive no Querer Divino põe em exercício os atos Dele. Como a verdade é 
vida perene e milagre contínuo.

(1) Estava girando por toda a Criação e pedia em cada coisa criada o reino do Fiat Supremo, e
meu adorado Jesus movendo-se em meu interior me disse:

(2) “Minha filha, como todas as coisas criadas estão fixas em Deus, conforme você em cada uma
delas pede o reino de minha Divina Vontade, assim as coisas criadas se movem em Deus e pedem
meu reino, cada uma delas forma sua onda suplicante, o movimento incessante para pedir o que
você quer, e como as coisas criadas não são outra coisa que atos saídos de minha Divina Vontade,
dando a cada ato um ofício, assim você, conforme pede meu reino em cada coisa criada, põe em
exercício todos os ofícios dos atos de meu Supremo Querer em torno do Ente Divino, e fazes que
nossa bondade, nosso poder, nossa justiça e misericórdia, nosso amor, nossa sabedoria, peçam o
reino de nossa Vontade, porque cada coisa criada contém, cada uma, uma qualidade nossa, e Nós
sentimos que nos chegam uma após a outra, ondas de bondade, de potência, de justiça, de
misericórdia, de amor, de sabedoria, que com modos divinos suplicam, rogam, pedem o reino do
Fiat Divino no meio das criaturas, e Nós ao nos vermos tão assediados pelos mesmos atos de
nosso Querer Divino, nos perguntamos: Quem é aquela que move uma Vontade tão grande, com
todos seus inumeráveis atos, a pedir-nos que demos o nosso reino às criaturas? E as nossas
ações respondem-nos: que com tanto amor move nossos atos a pedir o que todos queremos’. E no
excesso do nosso amor dizemos: Ah, é a pequena filha do nosso Querer, deixem-na fazer, a ela é
dado o penetrar em qualquer lugar, deem-lhe livre passagem, porque ela não fará outra coisa, nem
pedirá senão o que Nós queremos”.

(3) Depois disto estava pensando em tudo o que meu adorado Jesus me havia dito a respeito de
sua Divina Vontade, e como se quisesse outras provas mais certas de que era Jesus que me
falava. Então Jesus, saindo do meu íntimo, me disse:

(4) “Minha filha, não há outra prova mais certa e segura, e que possa fazer tanto a ti como aos
outros, do que ter-te manifestado tantas verdades; a verdade é mais que o milagre, ela leva
consigo a Vida Divina permanente, e aonde chega, se há alguém que a escute, situa a verdade
junto com sua Vida para dar-se a quem a queira. Portanto minhas verdades são luz perene, não
sujeita a se apagar, e Vida que jamais morre. Que bem não pode produzir uma verdade minha?
Pode formar santos, pode converter as almas, pode pôr em fuga as trevas e tem virtude de renovar
todo o mundo, por isso é que faço um milagre maior quando manifesto uma verdade, que quando
dou outras provas de que sou Eu quem vai à alma, ou que se fizesse outras coisas milagrosas,
porque estas são sombra do meu poder, são luz passageira, e como é passageira não leva a todos
a virtude milagrosa, mas reduz-se ao indivíduo que recebeu o milagre, e muitas vezes quem
recebeu o milagre nem sequer se faz santo. Ao contrário, a verdade contém a vida, e como vida
leva a sua virtude a quem a queira.

Tenha por certo, minha filha, que se eu, ao vir à terra, não
tivesse dito tantas verdades no Evangelho, ainda que tivesse feito milagres, a Redenção teria sido
impedida, sem desenvolvimento, porque as nações não encontrariam nada, nem ensinamentos,
nem luz de verdade para aprender os remédios, para encontrar o caminho que conduz ao Céu.
Assim seria de ti se não te tivesse dito tantas verdades, especialmente sobre a minha adorável
Vontade, que foi o maior milagre que fiz nestes tempos, que bem traria a tua missão tão grande,
confiada a ti, de fazer conhecer o reino do Fiat Supremo? Ao contrário, ao ter-te dito tantas
verdades sobre Ele, pode-se conhecer minha Divina Vontade no mundo, pode-se restituir a ordem,
a paz, a luz, a felicidade perdidas; todas estas verdades levarão o homem em seu regaço a seu
Criador, para dar o primeiro beijo da Criação, e ser restituída nela a imagem d’Aquele que a criou;
se tu soubesses o grande bem que levarão às criaturas todas as verdades que te disse, estouraria
o coração de alegria, além disso não podes temer que o inimigo infernal pudesse ousar manifestar-
te uma só verdade acerca da Divina Vontade, porque ele ante a luz dela treme, foge, e cada
verdade sobre minha Vontade é para ele um inferno demais, e, como não quis amá-la nem fazê-la,
transformou-se em tormentos para ele que não terão fim; ele, somente diante da palavra Vontade
de Deus, sente-se de tal maneira queimar, que monta em furor e odeia aquela Santa Vontade que
o atormenta mais que o inferno. Por isso, podeis estar certa de que a Vontade de Deus e o inimigo
infernal nunca estão de acordo, nem juntos, nem perto, sua luz o eclipsa e o precipita nas
profundezas do inferno. Portanto, o que eu recomendo é que nenhuma verdade ou simples palavra
sobre o meu Querer Divino a deixe perder, porque tudo deve servir para cumprir a cadeia dos
milagres perenes, para fazer conhecer o reino d’Ele e para restituir a felicidade perdida às
criaturas”.

24-2
Março 25, 1928
Os conhecimentos sobre o Divino Querer são tantos passos que Ele tem feito para retornar
no meio das criaturas. Estes passos levarão vida, luz, santidade. Suspiros de Jesus para torná-los conhecidos.

(1) Minha pobre mente, enquanto seguia o Fiat Divino para acompanhar seus atos, ia pensando
nas tantas verdades que meu amado Jesus me havia dito sobre a Divina Vontade, e com quanto
amor e interesse me havia manifestado. Então pensava em mim: “As primeiras verdades que Ele
me disse, pareciam flashes de luz que saíam de dentro de uma luz interminável, depois, pouco a
pouco, não mais flashes senão fontes de luz, e minha pobre alma ficava sob o contínuo fluxo
destas fontes de luz, finalmente me parecem mares de luz, de verdades, nas quais eu ficava tão
submersa, que minha pequena capacidade não podia tomar tudo e deixava muitas verdades
naquele mesmo mar no qual eu me sentia imersa, mas não me era dado o restringir em mim toda
aquela luz interminável, que convertendo-se em palavras me manifestavam a harmonia, a beleza, a
potência do Supremo Querer. Agora me parece que estou na luz, mas a luz não fala e eu,
enquanto bebo mares de luz, não sei dizer nada”. Enquanto pensava assim, o meu sempre amável
Jesus mexeu-se dentro de mim e todo amor me disse:

(2) “Minha filha, tu deves saber que a nossa paterna bondade assim que o homem se separou da
nossa Vontade, retirou a vida obrante d’Ela que age no meio das criaturas, por isso pouquíssimos
souberam dizer dela, porque não corria neles, como vida, o mar da luz de meu Fiat Divino que age,
porque eles mesmos, ingratamente o haviam rejeitado, e por suma bondade nossa lhes deixamos
o bem de poder seguir as ordens de nosso Querer, não a Vida, com a qual podiam esperar sua
salvação, porque sem Ela não há nem salvação nem santidade; mas nossa paterna bondade,
nosso Querer e nosso amor desejavam, suspiravam, ansiavam fortemente pelo retorno como Vida
que age no meio das criaturas, viam que elas não podiam alcançar a finalidade perfeita da Criação,
nem formar a imagem querida por Nós, toda a nossa semelhança, como foi criada por Nós sem a
Vida de nosso Fiat que age, porque Ele, sendo ato primeiro da criatura, faltando Ele a criatura fica
desordenada, contrafeita, porque lhe falta o primeiro ato de sua existência. Agora, você deve saber
que nosso Ser Supremo, depois de tantos séculos de suspiros escondidos, transbordou mais forte
em amor, mais que na própria Criação e Redenção, sentimos a necessidade de amor, porque este
amor regurgitando transbordava fora de Nós para fazer os primeiros passos para a criatura, e
assim que eu comecei a te manifestar as primeiras verdades sobre meu querer divino, assim o
atraía a fazer os primeiros passos entre as criaturas, e estes passos os concentrava em ti por meio
de seus conhecimentos, e conforme via que tu punhas teus passos nos do Fiat Divino, Eu me
alegrava, fazia festa e manifestava-te outras verdades sobre Ele, atraía-o a fazer outros passos,
assim que por quantas verdades te disse acerca de minha Vontade, tantos passos fiz meu Fiat
para fazê-lo voltar como vida que age no meio das criaturas.

Por isso te disse tanto sobre Ele, que se pode dizer que Céu e terra estão cheios dos passos dos conhecimentos de meu Querer, que
unindo-se juntos formam o mar de luz em tua alma, que querendo transbordar de dentro de ti quer
fazer seu caminho no meio das criaturas, e estes passos serão multiplicados à medida que forem
conhecidas as verdades sobre minha Vontade, porque Eu não manifesto jamais uma verdade,
senão quando quero fazer dom dela, dando a vida e o bem que essa verdade contém. Por isso, até
que minha Vontade Divina não seja conhecida com todos seus conhecimentos, seus passos
estarão obstruídos e suspenso o bem que quer fazer às criaturas. Se você soubesse como é
doloroso poder fazer o bem, pôr-se em ato de fazê-lo, e porque não se conhece tê-lo suspenso, e
esperar e voltar a esperar, e suspirar por quem o faça conhecer para aliviar-se do peso do bem que
quer dar, oh! como te apressarias para fazer conhecer todos os passos de meu Fiat, muito mais
porque eles são passos que levarão, não remédios, ajudas, medicamentos, senão plenitude de
vida, de luz, de santidade e totalidade de bens, e meu amor regurgitando e inundando a todo o
mundo, restabelecerá a ordem da Criação e o domínio do meu Querer no meio da família humana”.
(3) Depois disto meu doce Jesus fazia ver que de dentro de seu coração divino saíam muitos raios
de luz, no ponto de onde partiam estava impresso cada um dos conhecimentos sobre a Divina
Vontade, de modo que formavam a mais bela coroa de luz em torno daquele coração divino, e meu
amado Jesus adicionou:

(4) “Minha filha, olha que bela coroa de glória e de luz possui meu coração divino, coroa mais bela
e resplandecente não podia possuir, estes raios são todos os conhecimentos sobre minha Vontade,
porém estes raios estão obstruídos, eles não podem se espalhar porque seus conhecimentos não
são conhecidos, por isso não podem se espalhar e ampliar para encher de luz toda a terra.
Acontece como aconteceria ao sol se lhe fosse impedido que seus raios, saindo do centro de sua
esfera, ficassem no ar sem poder se estender para tocar a terra e investi-la com sua luz e com seu
calor, e assim, o sol não podendo estender seus raios, não poderia dar os efeitos que a luz contém,
nem a terra poderia recebê-los, haveria alguma distância entre a terra e a luz solar, e este
afastamento impediria o sol de fazer o bem à terra, e seria estéril e infecunda. Assim são os
conhecimentos sobre meu Fiat, se não se fazem conhecer, seus raios não se podem estender e
tomar como da mão às almas para aquecê-las, para lhes tirar o entorpecimento do querer humano,
plasmá-las de novo para transformá-las na Vida que meu Fiat quer infundir-lhes, porque estes
conhecimentos são e contêm a nova criação, de transformar a criatura em como saiu de nossas
mãos criadoras”.

25-2
Outubro 10, 1928

Quarenta anos e mais de exílio, virtude e força de um sacrifício prolongado. Recolha de
materiais para ordenar. Felicidade de Jesus ao abençoar a sua pequena filha prisioneira,
beijos no Querer Divino. Decisão dos sacerdotes de preparar os escritos para a publicação.
Graças surpreendentes que Jesus dará aos sacerdotes.

(1) A minha vida desenrola-se diante do meu Sacramentado Jesus, e oh! quantos pensamentos se
acumulam na minha mente. Pensava em mim mesma: “Depois de quarenta anos e meses que não
tinha visto o tabernáculo, que não me era dado estar diante de sua adorável presença
Sacramental, quarenta anos não só de prisão mas de exílio, e depois de tão longo exílio finalmente
voltei, se bem prisioneira, mas não mais exilada, como na pátria, perto do meu Sacramentado
Jesus, e não uma vez por dia como o fazia antes que Jesus me fizesse prisioneira, mas sempre,
sempre. Meu pobre coração, embora o tenha no peito, sente-se consumido ante tanto amor de
Jesus.” Mas enquanto isso e outras coisas pensava, meu Sumo Bem Jesus, movendo-se em meu
interior me disse:

(2) “Minha filha, achas que é irrelevante ter-te mantido prisioneira durante quarenta anos e mais,
sem um grande desígnio meu? Não, não! O número quarenta sempre foi significativo e preparativo
para grandes obras. Quarenta anos os hebreus caminharam pelo deserto sem poderem alcançar a
terra prometida, sua pátria, mas depois de quarenta anos de sacrifícios tiveram o bem de tomar
posse dela, mas quantos milagres, quantas graças, até chegar a alimentá-los com o maná celestial
em tal tempo; um sacrifício prolongado tem virtude e força de obter coisas grandes de Deus. Eu
mesmo em minha vida aqui embaixo quis estar quarenta dias no deserto, separado de todos, até
de minha Mãe, para sair em público a anunciar o Evangelho que devia formar a vida de minha
Igreja, isto é, o Reino da Redenção; quarenta dias desejei permanecer ressuscitado para confirmar
a minha Ressurreição e por o celo de todos os bens da Redenção. Assim quis para ti, minha filha,
para manifestar o reino da minha Divina Vontade quis quarenta anos de sacrifícios, mas quantas
graças não te fiz, quantas manifestações, posso dizer que nesta extensão de tempo pus em ti todo
o capital do reino do meu Querer e tudo o que é necessário para fazê-lo compreender as criaturas.
Assim, a tua longa prisão tem sido a arma contínua, sempre em ato de combater com o teu próprio
Criador, para fazer que te manifestasse o meu reino.

(3) Agora, tu deves saber que tudo o que manifestei a tua alma, as graças que te fiz, as tantas
verdades que escreveste acerca da minha Divina Vontade, suas penas e tudo o que tem feito, não
foi outra coisa que uma compilação de materiais para edificar, e agora é necessário ordená-los e
pôr tudo em ordem. E assim como não te deixei sozinha em reunir as coisas necessárias que
devem servir a meu reino, mas sim que estive sempre contigo, assim não te deixarei sozinha para
colocá-las em ordem e fazer ver o grande edifício que por tantos anos tenho preparado junto
contigo, por isso nosso sacrifício e trabalho não terminou, devemos seguir adiante até que esteja
terminada a obra”.
(4) Depois, estando perto de meu Sacramentado Jesus, cada manhã se dá a bênção com o
Santíssimo, e enquanto rezava, meu doce Jesus que me abençoava, movendo-se em meu interior
me disse:
(5) “Minha filha, de todo coração te abençoo, mas bem abençoo a minha mesma Vontade em ti,
bendigo teus pensamentos, respiros e batimentos, a fim de que penses sempre em meu Querer, o
respires continuamente e seja teu pulsar só minha Vontade, e por amor teu bendigo a todas as
vontades humanas, a fim de que se disponham a receber a Vida de meu Eterno Querer. Minha filha
amadíssima, se você soubesse como é doce, como me sinto feliz de abençoar a pequena filha de
meu Querer; meu coração exulta ao abençoar aquela que possui a origem, a Vida de nosso Fiat,
que levará o início, o princípio do reino de minha Divina Vontade. E enquanto te abençoo, derramo
em ti o orvalho benéfico da luz do meu Querer Divino, que te adornando toda, te fará parecer mais
bela aos meus olhares sacramentais, e Eu me sentirei mais feliz nesta custódia ao olhar a minha
pequena filha prisioneira, investida e atada pelas doces correntes de minha Vontade. E cada vez
que te abençoar, farei crescer a Vida do meu Querer Divino em ti. Como é bela a companhia de
quem faz minha Divina Vontade, Ela põe o eco no fundo da alma, de tudo o que faço nesta hóstia
santa, e Eu não me sinto só em meus atos, sinto que reza junto Comigo, e unindo-se juntas nossas
súplicas, nossos suspiros, pedimos uma só coisa: que a Divina Vontade seja conhecida e que logo
venha seu reino”.

(6) Depois, desenvolvendo minha vida perto do meu prisioneiro Jesus, cada vez que se abre a
porta da capela, o que acontece frequentemente, mando três beijos ou cinco ao meu
Sacramentado Jesus, ou bem uma pequena visita, e Ele movendo-se dentro de mim me disse:

(7) “Minha filha, como me são agradáveis teus beijos, sinto beijar-me por ti com os beijos de meu
mesmo Querer, sinto dar-lhes sobre meus lábios, sobre meu rosto, em minhas mãos e coração,
meus mesmos beijos divinos, tudo é divino na alma onde reina minha Divina Vontade, e eu sinto
em teus atos meu amor que me refrigera, a frescura, a suavidade de minha mesma Vontade Divina
que me abraça, me beija e me ama. Oh, como me é agradável minha Divina Vontade que age na
criatura, sinto que bilocando nela me dá e põe diante de mim toda a beleza e santidade de meus
atos, por isso tanto suspiro que minha Vontade seja conhecida, para poder encontrar nas criaturas
todos os meus atos divinos e dignos de Mim”.

(8) Agora passo a dizer que meu doce Jesus parece que me esperava aqui, nesta casa, perto de
seu tabernáculo de amor, para dar início a que os sacerdotes se decidissem a preparar os escritos
para a publicação, e enquanto se aconselhavam entre eles o modo como fazê-lo, liam os nove
excessos que Jesus teve na encarnação, que estão narrados no primeiro volume de meus escritos.
Agora, enquanto liam, Jesus dentro de mim era todo atenção para ouvir, e parecia-me que o
mesmo fazia Jesus no tabernáculo. Em cada palavra que ouvia, seu coração batia mais forte, e em
cada excesso de seu amor tinha um sobressalto mais forte ainda, como se a força de seu amor o
fizesse repetir todos aqueles excessos que teve na encarnação, e como se não pudesse conter
suas chamas me disse:

(9) “Minha filha, tudo o que te disse, tanto sobre minha Encarnação como sobre minha Divina
Vontade e outras coisas, não foram outra coisa que desabafos de meu amor contido, mas depois
de haver desabafado contigo, meu amor continuou sendo reprimido, porque queria elevar mais as
suas chamas para investir todos os corações e fazer conhecer o que fiz e quero fazer pelas
criaturas. E como tudo o que te disse está no anonimato, eu sinto uma opressão sobre o meu
coração que me comprime e impede que as minhas chamas se elevem e façam o seu caminho.
Por isso enquanto ouvia ler e tomar a decisão de ocupar-me para publicá-los, sentia-me remover o
peso que comprimem as chamas de meu coração, por isso batia mais forte e exultava e fazia-te
sentir a repetição de todos aqueles excessos de amor, muito mais que o que Eu faço uma vez o
repito sempre. Meu amor reprimido é uma pena para Mim das maiores, que me torna taciturno e
triste, porque não tendo vida minhas primeiras chamas, não posso tirar fora as outras que me
devoram e me consomem; e é por isso que para aqueles sacerdotes que querem se ocupar em
tirar-me este peso de fazer conhecer meus tantos segredos com publicá-los, Eu lhes darei tanta
graça surpreendente, força para fazê-lo e luz para conhecer, eles por primeiros, o que farão
conhecer aos demais. Eu estarei no meio deles e guiarei tudo”.

(10) Agora me parece que cada vez que os reverendos sacerdotes se ocupam em revisar os
escritos para prepará-los, meu doce Jesus fica atento para ver o que fazem e como o fazem. Eu
não faço outra coisa senão admirar a bondade, o amor do meu amado Jesus, que enquanto se põe
atento em meu coração, faz eco no tabernáculo e dali dentro, naquela custódia, faz o que faz em
meu coração. Eu fico confusa ao ver isto e lhe agradeço com todo o coração”.

26-2
Abril 12, 1929

A Criação, ato de adoração profunda da Divina Trindade.

(1) Estava toda abandonada no Fiat Divino, sua luz eclipsava minha pequenez e me transportava
para cima, até o seio do Eterno, onde não se via outra coisa que luz, santidade, beleza, que
infundia adoração profunda, tanto de sentir a minha pequena existência transformada num único
ato de adoração àquele Deus que tanto me amou e me ama. Então, enquanto minha mente se
perdia na luz do Divino Querer, meu amável Jesus se moveu em meu interior e me disse:

(2) “Minha filha, a santidade de nosso Ser Divino; a potência única de nossa Vontade da qual
estamos investidos, de modo que somos distintos nas Pessoas, mas nossa Vontade é sempre uma
que age em Nós, que domina, que rege; nosso amor igual, recíproco e incessante, produz em Nós
a mais profunda adoração entre as Divinas Pessoas, assim que tudo o que sai de Nós não é outra
coisa que atos de adoração profunda de todo nosso Ser Divino. Por isso, quando nosso Fiat Divino
quis por em campo toda a Criação com sua potência criadora, trabalhadora e vivificadora,
enquanto nosso Fiat se pronunciava, assim saíam de nós atos de adoração profunda, então o céu
não é nada mais que um ato de adoração profunda da vastidão do nosso Ser Divino, e por isso por
toda parte se vê céu, de noite e de dia, a imensidão de nosso Ser fazia sair de nosso seio a
imensidão de nossa adoração e estendia sobre o universo o azul céu para chamar a todos aqueles
que teriam habitado a terra em nossa única Vontade, para unificá-los na vastidão da nossa
adoração, de modo que em virtude do nosso Fiat, o homem devia se estender na imensidão do seu
Criador para formar o seu céu de adoração profunda Àquele que o tinha criado.

O sol é um ato de adoração de nossa luz interminável, que é tal e tanto o ímpeto de sua adoração profunda, que não
se contenta em fazer-se ver no alto, sob a abóbada do céu, mas sim do centro de sua esfera faz
descer seus raios de luz até o baixo da terra, plasmando e tocando tudo com suas mãos de luz,
investe tudo e a todos com sua adoração de luz, e chama a plantas, flores, árvores, pássaros e
criaturas a formar uma só adoração na Vontade de quem as criou. O mar, o ar, o vento, e todas as
coisas criadas, não são outra coisa que atos de adoração profunda de nosso Ser Divino, que,
quem de longe e quem de perto chamam a criatura na unidade de nosso Fiat a repetir os atos
profundos de nossa adoração, e fazendo seu o que é nosso, pode nos dar o sol, o vento, o mar, a
terra florida, como adorações profundas que sabe e pode produzir nossa Vontade única na criatura.
O que nosso Fiat não pode fazer? Com sua força única pode tudo, une tudo, tem em ato tudo, e
une Céu e terra, Criador e criatura, e deles forma um só”.

(3) Dito isto, retirou-se nas profundezas da sua luz e fez silêncio. Então eu segui meu giro na
Criação, para seguir aquela adoração profunda do meu Criador em todas as coisas criadas. Oh!
Como se sentia em cada coisa o perfume da adoração divina, tocava-se com a mão seu alento
adorado, sentia-se no vento a adoração penetrante, imperante de nosso Criador, que investindo
toda a terra, hora como sopro leve, hora com ondas impetuosas, hora com encorajamento
acariciador, nos investe e nos chama à adoração que o vento possui de seu Criador; quem pode
dizer a força do vento? Ele em poucos minutos percorre todo o mundo, e hora com império, hora
com gemidos, hora com vozes fracas e hora fortes, nos investe e nos chama a unir-nos àquela
adoração divina que dá a seu Criador. E seguindo o meu caminho via o mar, naquelas águas
cristalinas, naquele murmúrio contínuo, nas suas ondas altíssimas, Jesus dizia que aquele mar não
era outra coisa que um ato de profunda adoração da pureza divina, adoração de seu amor que
murmura continuamente, e nas ondas a adoração da força divina que move como leve palha a tudo
e a todos. Oh! Se o Fiat Divino reinasse nas criaturas, a todos faria ler em cada coisa criada a
adoração distinta que cada coisa possui de nosso Criador, e unindo-nos com toda a Criação, uma
devia ser a adoração, um o amor, uma a glória ao Ente Supremo. Oh Vontade Divina, venha reinar
e faça que uma seja a Vontade de todos…

27-2
Setembro 28, 1929

Primeiro beijo, desabafo entre Mãe e Filho. Como todas as coisas criadas contêm cada uma
sua libertação. Quem vive no Fiat é criação contínua. Contento divino.

(1) Estava a fazer a meu giro na Criação e Redenção, e a minha pequena inteligência parou
quando o meu querido menino, no ato de sair do ventre materno, saltou para os braços da Mãe
Celestial, e sentiu a necessidade de fazer o seu primeiro desabafo de amor, apertou com seus
pequenos braços o pescoço de sua Mãe e a beijou. Também a Divina Rainha sentiu a necessidade
de fazer seu primeiro desabafo de amor para com o infante divino, e lhe correspondeu o beijo
materno com tal afeto, de sentir que lhe saía o coração do peito; eram os primeiros desabafos que
faziam Mãe e Filho. E eu pensava em mim: “Quem sabe quantos bens encerravam neste
desabafo?” E meu doce Jesus fazendo-se ver como pequeno menino em ato de beijar a sua mãe,
me disse:

(2) “Minha filha, como senti a necessidade de fazer este desabafo com minha Mãe, porque tudo o
que foi feito por nosso Ser Supremo não foi outra coisa que um desabafo de amor, e Eu
concentrava na Virgem Rainha todo nosso desabafo de amor que tivemos na Criação, porque
estando nela a minha Divina Vontade, era capaz de receber com o meu beijo este nosso alívio tão
grande, e de me poder retribuir, porque só quem vive da minha Vontade Divina concentra em si o
ato contínuo de toda a Criação, e a atitude de voltar a coloca-la em Deus. A quem possui minha
Divina Vontade tudo posso dar, e tudo pode dar-me, muito mais que a Criação, tendo-a tirado em
um desabafo de amor para dá-la à criatura, dura e durará sempre, e quem está em minha Divina
Vontade está como em nossa casa, recebendo a continuidade deste nosso desabafo com o ato de
toda a Criação, porque ao conservá-la como a fizemos, é como se estivéssemos em ato de criá-la
e de dizer à criatura: Este nosso desabafo de ter criado tantas coisas te diz: ‘Te amei, te amo e te
amarei sempre’. E a alma que se faz dominar por nosso Querer Divino, não podendo conter este
nosso desabafo de amor tão grande, sobre as asas dele desabafa também ela e nos diz e repete
nosso refrão: ‘Em teu Querer te amei, te amo e te amarei sempre, sempre’. Com efeito, não são
todas as coisas criadas desabafos de amor que o nosso Fiat, como primeiro ator fazia à criatura?
Desabafar de amor é o céu azul, e ao estar sempre estendido, adornado de estrelas, sem jamais
descolorar-se nem mudar-se, faz brotar nosso desabafo contínuo para a criatura. Desabafar de
amor é o sol, e desabafar o nosso amor contínuo de encher de luz toda a terra, e todos os efeitos
que produz, que são inumeráveis, são contínuos e repetidos desabafos que faz à criatura.

Desabafo do nosso amor é o mar, e conforme murmura repete suas ondas altíssimas, hora
plácidas, hora tempestuosas, e conforme produz os tantos peixes, estes não são outra coisa que
contínuos desabafos de nosso amor. Desabafar o nosso amor é a terra, e conforme se abre para
produzir flores, plantas, árvores e frutos, assim nosso amor empreende novamente seu desabafo
ardente. Em suma, não há coisa criada por Nós onde não esteja o desabafo contínuo de nosso
amor. Mas quem está ao dia de tantos nossos desabafos? Quem se sente investido por nossa
Força criadora, e toca com a mão nossas chamas inextinguíveis, até sentir a necessidade de
corresponder com seus desabafos amorosos a seu Criador? Que vive em nosso Fiat Divino. Para
ela é contínua criação, sente a Potência de nossa Força criadora, que agindo nela o faz tocar com
a mão que seu Criador está em ato de criar continuamente por seu amor, fazendo-o sentir seus
desabafos jamais interrompidos para receber sua correspondência. Mas quem pode te dizer nosso
contento quando vemos que a criatura, possuindo nosso Fiat Divino recebe e reconhece estes
nossos desabafos, e ela não podendo conter o grande excesso de amor de nossos desabafos
divinos, em nosso mesmo desabafo de amor forma seu desabafo para com seu Criador. Então nos
sentimos como correspondidos por tudo o que fizemos na Criação; ouvimos que nos diz em seu
delírio de amor:
‘Majestade adorável, se estivesse em meu poder gostaria também eu criar um céu,
um sol, um mar, e tudo o que Você criou, para te dizer que te amo com teu mesmo amor e com
tuas mesmas obras, porque o amor que não age não se pode chamar amor, mas como teu Querer
Divino me fez dom de tudo o que criaste, eu te dou novamente para te dizer que te amo, te amo.’
Então a harmonia, o intercâmbio dos dons, a ordem, retornam entre Criador e criatura, como foi
estabelecido por Deus na Criação. Agora você deve saber que o homem ao fazer sua vontade
perdeu a ordem, a harmonia, e perdeu os direitos do dom da Criação, porque só em quem reina
minha Divina Vontade, sendo Ela a criadora de toda a Criação, onde Ela reina, sendo coisa sua,
faz dom com direito à criatura, mas onde não reina pode-se chamar uma intrusa em suas obras, e
por isso não pode fazê-la de dona, nem dar a Deus o que não é seu, nem pode sentir todos nossos
desabafos de amor que existem na Criação, porque não tem nossa Divina Vontade em sua posse
que lhe diga nossa história de amor; sem nosso Querer Divino o homem é o verdadeiro ignorante
de seu Criador, e como o pequeno discípulo sem o mestre.

Oh, como é doloroso ver o homem sem o nosso Fiat! Muito mais que nossa Criação é nossa porta-voz,
é a portadora de nossos beijos amorosos, de nossos abraços afetuosos. Oh! como sentia tudo isso minha humanidade estando
sobre a terra, conforme saía ao exterior, o sol me dava o beijo que minha mesma Vontade havia
depositado em sua luz para dá-lo às criaturas; o vento me dava as carícias, os abraços que
continha em depósito de minha mesma Divina Vontade; toda a Criação está prenha de carismas
divinos para dá-los às criaturas, e minha Humanidade tudo recebia, correspondendo-os para dar
desabafo a tantos beijos reprimidos, abraços rejeitados e amor não reconhecido por tantos séculos,
porque não reinando meu Querer Divino, o homem era incapaz de receber o que de bem tinha
posto minha mesma Vontade em toda a Criação, e minha Humanidade possuindo minha mesma
Vontade Divina, dava o primeiro alívio e recebia e dava a correspondência a tudo o que minha
mesma Vontade Divina tinha posto em toda a Criação; por isso, assim que Eu saía todas as coisas
criadas faziam festa, e em competição me davam o que possuíam. Por isso, esteja atenta, e o que
mais te importa é viver na minha Divina Vontade se queres sentir ao vivo o que teu Jesus te diz do
meu Fiat Supremo”.

28-2
Fevereiro 26, 1930

Como é necessário desejar um bem. Se não se forma o povo à Divina Vontade, não pode ter
seu reino. Quem vive no Fiat é dono e senhor, quem faz seu querer é servo.

(1) Estava pensando no grande interesse que meu sempre amável Jesus tem de fazer conhecer
sua Santa Vontade, e dizia em mim: “Ama, suspira, quer que venha seu reino, e depois demora em
fazê-lo surgir em meio às criaturas; se quiser, tudo pode, potência não lhe falta, em um momento
pode atropelar céu e terra, quem pode resistir a seu poder? Ninguém. Muito mais que em Jesus,
querer e poder é o mesmo, por que então demora até agora?” Mas enquanto pensava assim, o
meu doce Jesus, movendo-se e fazendo-se sentir dentro de mim, disse-me:
(2) “Minha filha, suspirar, desejar e querer um bem, é dispor-se a recebê-lo, e quando se recebe
um bem que tanto se suspirou, se ama, se aprecia, se conserva, se considera bem-vindo por ser o
portador do bem que suspirava. Não só isso, mas também isto é outro excesso de nosso amor, que
fazemos suspirar o bem que queremos dar, porque queremos que a criatura ponha algo do seu, ao
menos seus suspiros, suas orações, sua vontade de querer o bem, para poder dizer-lhe: ‘Olha,
mereceste-o, porque por parte tua fizeste o que pudeste por obtê-lo, e Nós, com todo o coração te
damos’, enquanto que tudo é efeito de nossa bondade. E é esta a causa pela qual fazemos saber
antes às criaturas o que queremos dar; pode-se dizer que nos pomos em correspondência
enviando nossas cartas de aviso, enviamos nossos mensageiros fazendo-os dizer o que queremos
dar, e tudo isto para as dispor, para as fazer suspirar o grande dom que queremos dar. Não
fizemos o mesmo para o reino da Redenção? Foram quatro mil anos de espera, e quanto mais se
aproximava o tempo, mais urgentes eram os avisos, mais frequentes as cartas, e tudo para dispô-
los. Assim é para o reino da minha Divina Vontade, tardo porque quero que o saibam, que roguem,
que suspirem que venha a reinar, que compreendam o grande dom dela, e assim podereis dizer-
lhes: ‘Ordenastes, merecestes, e Ela já vem reinar no meio de vós; ao conhecê-la, pedi-la e
suspirá-la, formastes seu povo eleito onde possa dominar e reinar.’ Sem povo não se pode formar
um reino, e eis a outra causa pela qual quero que se saiba que minha Vontade Divina quer reinar
sobre a terra: ‘Que peçam, que a suspirem, que se disponham para formar seu povo onde desça
no meio a eles e formar sua morada real, sua sede, seu trono.’ Por isso não te deve surpreender
que enquanto vês tanto interesse por minha parte que quero que minha Vontade reine, depois vês
que demora, são as disposições de nossa sabedoria inalcançável que tudo dispõe com ordem, e o
atraso serve para pôr em caminho seus conhecimentos que farão de cartas, de telégrafos, de
telefone, de mensageiros, para formar o povo à minha Divina Vontade. Por isso roga e teu voo nela
seja contínuo”.

(3) Depois disto seguia meu giro no Fiat Divino, e chegando ao Éden me detive a pensar no amor
que se trocava entre Deus e Adão inocente, como a Divindade não encontrando nenhum obstáculo
por parte do homem, se vertia torrentes sobre ele, com seu amor o arrebatava a Si com doces
atrativos, fazendo-lhe ouvir sua voz toda suavidade que lhe dizia: “Filho, te amo, te amo muito”. E
Adão, ferido e arrebatado pelo eterno amor repetia seu refrão: “Te amo, te amo”. E lançando-se
nos braços de seu Criador se estreitava tanto, que não sabia separar-se, como do único amor que
conhecia e que vivia só para amá-lo. Mas enquanto minha mente se perdia neste amor recíproco
de Deus e a criatura, meu doce Jesus, todo bondade me disse:

(4) “Minha filha, que doce lembrança é a criação do homem. Ele era feliz e nós também, sentíamos
o fruto da felicidade de nossa obra, sentíamos muito gosto em amá-lo e em ser amados. Nossa
Vontade Divina o conservava fresco e belo, e levando-o entre seus braços de luz nos fazia
contemplar como era bela a obra criada por Nós, nosso amado filho, e como filho o tínhamos em
nossa casa, em nossos bens intermináveis, e por consequência, como era filho, atuava como dono.
Teria sido contra a natureza de nosso amor não fazer senhor a quem tanto amávamos e nos
amava; no verdadeiro amor não há teu e meu, mas sim tudo é em comum. E além disso, ao fazê-lo
dono nada nos vinha de mal, nos alegrava, nos fazia sorrir, nos divertia, nos dava as belas
surpresas de nossos mesmos bens, e além disso como não deveria ser dono se possuía nossa
Vontade Divina que senhoria tudo e domina tudo?

Para não torná-lo dono devíamos pôr em servidão a nossa Vontade, o que não podia ser,
onde Ela reina não existe servidão, mas sim tudo é
domínio. Por isso, até que o homem viveu em nosso Fiat Divino, não conheceu servidão; enquanto
pecou, subtraindo-se de nosso Querer Divino, perdeu o senhorio e se reduziu à escravidão. Que
mudança, de filho para servo! Perdeu o comando sobre as coisas criadas, tornou-se o servo de
todos. O homem que se retirou de nosso Fiat Divino sentiu-se abalado até no mais profundo, e sua
própria pessoa a sentiu vacilante, sentiu o que é debilidade, e se sentiu servo de paixões que o
faziam envergonhar-se de si mesmo, e chegou a perder seu domínio. Assim não estava mais em
seu poder, como antes, a força, a luz, a graça, a paz, mas a devia mendigar de seu Criador com
lágrimas e orações. Vê então o que significa viver em meu Querer Divino? Ser dona; quem faz sua
vontade é servo”.

(5) E eu surpreendida pelo que Jesus dizia lhe disse: “Meu amor, por quanto consolador é te ouvir
falar de teu Querer Divino, outro tanto é doloroso ouvir os males da vontade humana”. E Jesus
acrescentou:

(6) “Minha filha, se é necessário falar-te do meu Fiat Divino que servirá como convite, aliciantes,
vozes suaves, doces e fortes para chamar a todos a viver na morada régia da minha Divina
Vontade, a fim de que não sejam mais servos mas donos, assim é necessário falar-te dos males da
vontade humana, porque Eu não tirarei jamais o livre arbítrio ao homem, por isso é necessário que
no reino de minha Vontade Divina faça montar as guardas, as nobres sentinelas que tenham em
guarda as criaturas, fazendo-lhes conhecer o grande mal do querer humano, a fim de que estejam
muito atentos, e aborrecendo-o, amem a felicidade e o senhorio que lhes dá minha Divina
Vontade”.

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