Volume 11
O REINO DA DIVINA VONTADE ENTRE AS CRIATURAS
LIVRO DO CÉU
A chamada às criaturas à ordem, ao seu posto e à finalidade para a qual foram criadas por Deus.
Este livro foi traduzido pelo site www.divinavontadenobrasil.com para distribuição gratuita
Volume 11
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NIHIL OBSTAT
Beato Annibale M. Di Francia. 12 Outubros de 1926
Imprima-se
Arcebispado de Guadalajara Jal., 23 de novembro de 2010
Mons. J. Gpe Ramiro Valdés Sánchez Vigario Geral
Volume 11
IMPRIMATUR
Exmo. Sr. Giuseppe M. Leo,
Arcebispo da Diocese de Trani- Barletta – Bisceglie Italia 16 Outubro 1926
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Volume 11
Queremos consagrar este livro e os frutos que possam resultar de sua leitura, à nossa Mãe Santíssima,
a Rainha do reino da Divina Vontade
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Volume 11
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- M. I. Viva Jesus. Viva Maria. 11-1 A tarde do adeus a Jesus Sacramentado.
(1) Oh Jesus meu! Prisioneiro celestial, já o sol está no ocaso e as trevas invadem a terra, e Tu ficas sozinho no tabernáculo de amor. Parece-me ver-te triste pela solidão da noite, não tendo em torno de ti a coroa de teus filhos e de tuas ternas esposas, pelo menos em teu voluntário cativeiro.
(2) Oh meu prisioneiro divino, também eu sinto que o coração me oprime por ter que afastar-me de Ti, e me vejo forçada a te dizer adeus, mas que digo, oh Jesus! Nunca, jamais adeus, não tenho ânimo de te deixar sozinho, adeus te digo com os lábios, mas não com o coração, mas sim meu coração o deixo junto Contigo no sacrário, contarei teus batimentos e te corresponderei, por cada um, com um palpitar de amor numerarei teus afanosos suspiros, E, para te consolar, te farei repousar nos meus braços; serei a tua sentinela, e estarei atenta para ver se alguma coisa te aflige ou te dá dor, não só para nunca te deixar sozinho, mas para tomar parte em todas as tuas penas.
(3) Oh, coração do meu coração! Oh amor do meu amor! Deixa esse ar de tristeza e acorda, não resisto ver-te aflito. Enquanto com os lábios te digo adeus, te deixo meus respiros, meus afetos, meus pensamentos, meus desejos e todos meus movimentos, que conectando entre eles contínuos atos de amor, unidos aos teus te formarão uma coroa, te amarão por todos. Não está contente, oh! Jesus. Parece que me diz que sim, não é verdade?
(4) Adeus, oh! amante prisioneiro, mas ainda não terminei, antes de ir quero deixar também meu corpo ante Ti, intento fazer de minha carne, de meus ossos, tantos diminutos pedaços para formar tantas lâmpadas por quantos sacrários existem no mundo, e do meu sangue fazer tantas chagas para acender estas lâmpadas, e em cada sacrário quero pôr a minha lâmpada, que unindo-se à lâmpada do sacrário que te ilumina a noite, te dirá: “Te amo, te adoro, te bendigo, te ofereço reparação e te agradeço por mim e por todos”.
(5) Adeus, oh! Jesus, mas escuta uma última coisa: “Façamos um pacto, e o pacto seja que nos amemos mais; Tu me darás mais amor, me encerrarás em teu amor, me farás viver de amor e me sepultarás em teu amor; estreitaremos mais fortemente o vínculo do amor”. Só ficarei contente se me deres o teu amor para poder amar-te de verdade.
(6) Adeus! Jesus, abençoa-me, abençoa a todos, prova-me ao teu coração, aprisiona-me no teu amor, e dando-te um beijo no coração te deixo, adeus, adeus.
1 Este livro foi traduzido da tradução em espanhol
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11-2
Bom dia para Jesus.
(1) Oh, meu Jesus! Doce prisioneiro de amor, estou aqui contigo de novo, deixei-te dizer “adeus”, e agora volto a Ti dizendo: “Bom dia”. Me consumia a ânsia de voltar a te ver nesta prisão de amor para te dar minhas amorosas saudações, meus batimentos afetuosos, meus respiros acesos, meus desejos ardentes, e toda eu mesma para infundir-me toda em Ti e deixar-me toda em Ti em perpétua lembrança e penhor do meu amor constante por Ti.
(2) Oh, meu sempre adorável amor Sacramentado! , sabe? Enquanto venho para entregar-me toda eu mesma a Ti, vim também para receber de Ti todo Tu mesmo, eu não posso estar sem uma vida para viver, e por isso quero a tua, pois a quem tudo dá tudo se dá, não é certo, oh! Jesus? Assim, hoje amarei com o teu coração de amante apaixonado, respirarei com o teu afável fôlego em busca de almas, desejarei com os teus desejos incomensuráveis a tua glória e o bem das almas no teu pulsar divino correrão todos os batimentos das criaturas, tomá-las-emos todas, salvá-las-emos, não deixaremos escapar nenhuma, mesmo que custe qualquer sacrifício, ainda que eu tenha que sofrer todas as suas penas. Se Tu me expulsares da tua presença, eu me lançarei ainda mais para dentro, gritarei mais alto para suplicar junto de Ti a salvação dos teus filhos e irmãos meus.
(3) O meu Jesus! Minha vida e meu tudo, quantas coisas me diz este voluntário cativeiro teu, mas o emblema com o qual te vejo todo marcado é o emblema das almas, e as correntes que tão forte te atam são o amor. As palavras almas e amor parecem que te fazem sorrir, te enfraquecem e te obrigam a ceder em tudo, e eu, valorizando bem estes teus excessos amorosos, estarei sempre em torno de Ti, e junto Contigo, com meu refrão de sempre: “Almas e amor”. Por isso neste dia quero a Ti, sempre junto comigo, na oração, no trabalho, nos gostos e nos desgostos, no alimento, em cada passo, no sonho, em tudo, e estou segura que não podendo obter nada por mim mesma, Contigo obterei tudo, E tudo o que vamos fazer vai aliviar te de toda a dor, adoçar-te de toda a amargura, reparar-te qualquer ofensa, compensar-te por tudo e conseguir qualquer conversão, mesmo que seja difícil e desesperada. Iremos mendigando a todos os corações um pouco de amor para te fazer mais contente e mais feliz, não está bem assim, oh! Jesus?
(4) Oh amado prisioneiro de amor, ata-me com suas correntes, seja-me com seu amor! Ah! mostre-me seu belo rosto. Oh Jesus, que formoso é! Os teus cabelos loiros atam e santificam todos os meus pensamentos; a tua fronte calma e serena no meio de tantas afrontas, dá-me paz e deixa-me na mais perfeita tranquilidade, mesmo no meio das maiores tempestades, no meio
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das tuas próprias privações, e dos teus caprichos que me custam à vida. Ah! Você sabe, mas eu vou em frente, isso é dito pelo coração que sabe dizer melhor do que eu. Oh amor! seus belos olhos azuis, cintilantes de luz divina me raptam ao Céu e me fazem esquecer a terra, mas, ai de mim! com grande dor minha se prolonga meu desterro ainda. Pronto, pronto, ó Jesus! Sim, és belo, ó Jesus, parece-me ver-te naquele tabernáculo de amor, a beleza e majestade do teu rosto me apaixona e me faz viver no Céu; ali, tua boca graciosa me dá seus beijos em cada momento; tua voz suave me chama e convida a te amar em cada momento, teus joelhos me sustentam, Teus braços me estreitam com vínculo indissolúvel, e eu mil e mil vezes porei meus beijos ardentes sobre teu rosto adorável. Jesus, Jesus, seja um nosso querer, um o amor, única nossa alegria, não me deixe nunca só que sou nada, e o nada não pode estar sem o Tudo, promete me, oh! Jesus? Parece que me diz que sim. E agora me abençoa, abençoa a todos, e na companhia dos anjos, dos santos, da doce mãe e de todas as criaturas te digo: “Bom dia, oh Jesus, bom dia”.
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(5) Agora, depois de ter escrito as orações anteriores sob a influência de Jesus, na noite ao vir Jesus fazia-me ver que o adeus e o bom dia os tinham conservados em seu coração, e me disse:
(6) “Minha filha, estas orações saíram do fundo de meu coração, e quem as reza com a intenção de estar Comigo, como está expresso nelas, Eu o terei Comigo e em Mim fazendo o que faço Eu, e não somente os encherei de fervor em meu Amor, mas cada vez que o fizer aumentarei meu amor à alma, admitindo-a a união da vida divina e de meus mesmos desejos de salvar a todas as almas”.
(7) Gostaria de Jesus na mente, de Jesus nos lábios, de Jesus no coração, de só olhar para Jesus, de só ouvir Jesus, de me estreitar só com Jesus, de fazer tudo com Jesus, de amar com Jesus, de sofrer com Jesus, de brincar com Jesus, de chorar com Jesus, escrever com Jesus, e sem Jesus não quero nem sequer respirar, estarei como uma bebezinha chorona sem fazer nada, a fim de que Jesus venha fazer tudo junto comigo, contentando-me em ser seu brinquedo, abandonando-me ao seu Amor, a seus castigos, a suas cruzes e a seus amorosos caprichos sempre e quando tudo faça junto com Jesus. Você sabe, oh! meu Jesus? Esta é a minha vontade e eu não vou mudar, você ouviu? Então agora venha escrever comigo.
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11-3
Fevereiro 14,1912
Jesus diz que em sua Vontade, todas as coisas têm o mesmo valor e fala de sua Vontade.
(1) Continuando o meu estado habitual, o meu sempre amável Jesus veio e eu disse-lhe: “Diz me, oh! Jesus, como é que depois de ter disposto a alma a sofrer, e de que ela conhecendo o bem que há no sofrer, ama o sofrer e sofre quase com paixão, e quando crê que seu patrimônio é o sofrer, no mais belo Você lhe tira este tesouro?”
(2) E Jesus: “Minha filha, meu Amor é grande, meu regime é insuperável, meus ensinamentos são sublimes, minhas instruções são divinas, criadoras e inimitáveis; então, para fazer que todas as coisas, sejam grandes ou pequenas, sofrer ou gozar, naturais ou espirituais, adquiram uma só cor e tenham um só valor, permito que quando a alma se treinou a sofrer e chega a amá-lo, Eu lhe faço passar o sofrer como propriedade na vontade, assim que cada vez que Eu lhe mande o sofrer, tendo a propriedade, as disposições na vontade, se encontrará sempre disposta a sofrer e a amar o sofrimento. Assim que eu olho as coisas na vontade, e então é para a alma como se sempre sofresse, apesar de que não sofra; e a fim de que o gozo tenha o mesmo valor que o sofrer, e o rezar, o obrar, o comer, o dormir, em suma, tudo, porque o todo está em si as coisas são de minha Vontade; para fazer que quaisquer que sejam as coisas tenham um só valor, permito que a alma se eduque a todas as coisas em minha Vontade com santa indiferença. Assim, para a alma parece que enquanto Eu lhe dou uma coisa, logo a tiro, mas não é verdade, mais bem é que em um princípio, quando a alma não está bem adestrada, sente a sensibilidade no sofrer, no rezar, no amar, mas quando com o adestramento passam como propriedade na vontade, cessa a sensibilidade, mas ao chegar-lhe a ocasião de ter necessidade de servir-se destas propriedades divinas que lhe fiz adquirir, Com passo firme e com ânimo imperturbável põe-se a exercitar-se na ocasião que se apresenta, como por exemplo: Apresenta-se o sofrer? Então encontra nela a força, a vida do sofrer; deve rezar? Encontra nela a vida da oração, e assim de tudo o resto”.
(3) Segundo o que Jesus diz a mim me parece assim: Suponhamos que eu tenha recebido um dom; enquanto não me decida onde devo guardar e conservar esse dom, o olho, o aprecio e sinto uma certa sensibilidade em amar esse dom; mas se o conservo sob chave, Não vendo mais a sensibilidade cessa, mas não por isso posso dizer que o dom já não é meu, ao contrário,
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certamente é mais meu porque o tenho sob chave, enquanto ao princípio estava em perigo de que me roubassem.
(4) Jesus tem continuado: “Em minha Vontade todas as coisas se dão a mão entre elas, todas se assemelham, todas estão em sumo acordo, assim que o sofrer dá seu lugar ao gozar e diz: “Fiz minha parte na Vontade de Deus, faz agora a tua, e só quando Jesus quiser me porei de novo a trabalhar”. O fervor diz à frieza: “Tu serás mais ardente que eu se te contentares em estar na Vontade do meu eterno Amor”. E assim a oração ao trabalho, o sono à vigília, a enfermidade à saúde, todas, todas as coisas entre elas, parece que uma cede seu posto à outra para estar em ato, mas todas têm seu posto distinto. Além disso, quem vive em minha Vontade não é necessário que faça o caminho para pôr-se em atitude de fazer o que Eu quero, senão que como cabo elétrico se encontra já em Mim fazendo o que Eu quero”.
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11-4
Fevereiro, 1912
Oferta de uma vítima.
(1) Continuando o meu estado habitual, o meu adorável Jesus fazia-se ver crucificado e com uma alma junto a Ele, a qual se oferecia vítima a Jesus, e Jesus disse-lhe: (2) “Minha filha, aceito-te como vítima da dor. Tudo o que podes sofrer sofrerás como se estivesses Comigo na cruz, e com teus sofrimentos me consolarás; muitas vezes te escapa isto de consolar-me com teus sofrimentos, deves saber que Eu fui vítima e hóstia pacífica e assim também tu, não te quero vítima oprimida, mas pacífica e alegre, serás como um cordeirinho dócil e o teu balir, isto é as tuas orações, os teus sofrimentos, as tuas obras, servirão para adoçar as minhas amargas chagas”.
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11-5
Fevereiro 18,1912
Como quem vive da vida de Jesus, pode dizer que sua vida acabou.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre e todo amável Jesus veio e me disse: (2) “Minha filha, tudo o que fazes por Mim, ainda um respiro, entra em Mim como penhor de teu amor por Mim, e Eu em correspondência te dou minhas prendas de amor, assim que a alma pode dizer: “Eu vivo das prendas que me dá meu amado Jesus”.
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(3) Depois acrescentou:
(4) “Filha amada minha, vivendo tu da minha Vida, pode-se dizer que a tua vida acabou, que não vives mais, assim não vivendo mais tu, senão Eu em ti, tudo o que te fazem, agradável ou desagradável, Eu o recebo como feito propriamente a Mim; E isto você pode entender porque diante disso que te fazem, agradável ou desagradável, você não sente nada, isto significa que deve ser outro quem sente esse gosto ou esse desgosto, e quem outro o pode sentir senão Eu que vivo em ti e que te amo tanto, tanto?”
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11-6
Fevereiro 24,1912
A alma que faz a Divina Vontade perde seu temperamento,
e adquire o temperamento de Jesus. Sorriso de Jesus.
(1) Tendo visto várias almas ao redor de Jesus, especialmente uma muito sensível, Jesus me disse:
(2) “Minha filha, as almas de temperamento sensível, se se põem ao bem, fazem mais progresso que as outras, porque sua sensibilidade às leva a empreendimentos grandes e árduos”. (3) Eu lhe roguei que lhe tirasse esse resto de sensibilidade humana que lhe restava, que a apertasse mais a Ele, que lhe dissesse que a amava, pois ao ouvir-se dizer que a amava a conquistaria de tudo; verás que o alcançarás, não me venceste assim, dizendo-me que me amavas tanto, tanto?
(4) E Jesus: “Sim, sim, fá-lo-ei, mas preciso da sua cooperação, preciso que fuja o mais possível das pessoas que lhe estimulam a sensibilidade”.
(5) Então eu acrescentei: “Meu amor, me diga, e meu temperamento, qual é”? (6) E Jesus: “Quem vive na minha Vontade perde o seu temperamento e adquire o meu. Assim que na alma que faz minha Vontade se descobre um temperamento afável, atrativo, penetrante, digno e ao mesmo tempo simples, de uma simplicidade infantil, em suma, me assemelha em tudo. Antes, mais ainda, tem em seu poder o temperamento como o quer e como se necessita, pois como vive em minha Vontade toma parte em minha Potência, portanto tem as coisas e a si mesma a sua disposição, assim que segundo as circunstâncias e as pessoas com as que tratam, toma meu temperamento e o desenvolve”.
(7) E eu: “Diz-me, dás-me um primeiro lugar no teu Querer?”
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(8) Jesus sorrindo: “Sim, sim, prometo-te, da minha Vontade não te farei sair jamais, e tomarás e farás o que queiras”.
(9) E eu: “Jesus, quero ser pobre, pobre e pequena, pequena de tuas mesmas coisas não quero nada, melhor que as tenhas Tu mesmo, eu só te quero a Ti, e conforme necessite as coisas Tu me as darás, não é verdade, oh! Jesus?”
(10) E Jesus: “Bravo, bravo a minha filha, finalmente encontrei uma que não quer nada. Todos querem alguma coisa de Mim, mas não o Todo, isto é, a Mim mesmo em troca tu, com não querer nada quiseste tudo, e aqui está toda a fineza e a astúcia do verdadeiro amor”. (11) Eu sorri e Jesus desapareceu.
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Fevereiro 26,1912
O mendigo de amor. A criatura é feita só de amor.
(1) Retornando meu tudo e sempre amável Jesus, me disse:
(2) “Minha filha, Eu sou Amor, e fiz às criaturas todo amor: os nervos, os ossos, as carnes, são tecidos de amor; e depois de havê-las tecido de amor fiz correr em todas as suas partículas, como as cobrindo com um vestido, o sangue, para dar-lhes vida de amor, Assim que a criatura não é outra coisa que um complexo de amor, e não se move por nenhuma outra coisa senão só por amor; no máximo pode haver diversidade de amores, mas sempre por amor se move, pode haver amor divino, amor de si mesma, amor de criaturas, amor perverso, mas sempre amor, não
pude fazer de outra maneira porque sua vida é amor, criada pelo Amor Eterno, portanto, levada por uma força irresistível ao amor, assim que a criatura, ainda no mal, no pecado, no fundo deve ter um amor que a empurra a fazer esse mal. ¡Ah, minha filha! qual não será a minha dor ao ver nas criaturas a propriedade de meu Amor que pus nelas, profanado, contaminado em outro uso?
Eu, para guardar este amor saído de Mim e dado às criaturas, estou em torno delas como um pobre mendigo, e conforme a criatura se move, palpita, respira, obra, fala, caminha, vou mendigando-lhe tudo, e lhe peço, suplico-lhe e rogo-lhe que me dê tudo a Mim dizendo: “Filha, não te peço senão o que te dei, é para teu bem, não me roubes o que é meu: O respiro é meu, respira só para Mim; o batimento, o movimento é meu, bate e move-te só por Mim, e assim de todo o resto”. Mas com grande dor sou obrigado a ver que o bater do coração toma um caminho, o respiro outro caminho, e Eu, o pobre mendigo, fico em jejum, enquanto o amor de si mesma,
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das criaturas, das mesmas paixões, ficam saciados; pode haver injustiça maior que esta? Minha filha quero desabafar contigo meu Amor e minha dor, pois só quem me ama pode compadecer me”.
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Fevereiro 28,1912
Sinais para saber se só se ama o Senhor.
(1) Esta manhã, ao ver o meu adorável Jesus, disse-lhe: “Oh! meu coração, vida minha e meu tudo, como se pode conhecer se se ama só a Ti, ou se ama outras coisas ou pessoas?” (2) E Ele: “Minha filha, se a alma está toda cheia de Mim até a borda, até derramar-se fora, isto é, não pensa, não procura, não fala, não ama senão a Mim só, e todo o resto parece que não exista para ela, ou melhor, todo o resto a aborrece, a escória e o último lugar ao que não é Deus, como por exemplo, um pensamento, uma palavra, um ato para uma coisa necessária da vida natural, isto não é outra coisa que dar a escória à natureza, isto fizeram os santos, Fiz isso também Eu Comigo, com os apóstolos dando algumas disposições, onde se devia pernoitar, o que comer, etc. então dar isto à natureza não prejudica nem o amor nem a santidade verdadeira, e isto é sinal de que me ama só a Mim. Ao contrário, se a alma está misturada de várias coisas, agora pensa em Mim, agora em outra coisa; agora fala de Mim e depois fala longamente de outras coisas, e assim do resto, é sinal de que não me ama só a Mim e Eu não estou contente, enfim, se o último pensamento, a última palavra, um último ato não é só para Mim, é sinal de que não me ama, e se me dá alguma coisa não é mais que a escória que me dá, e entretanto isto é o que faz a maioria das criaturas. ¡ Ah minha filha! Os que me amam estão unidos Comigo como os ramos estão ligados ao tronco da árvore, pode haver separação, esquecimento, alimento diferente entre os ramos e o tronco? Uma é a vida, uma sua finalidade, de ambos os frutos; aliás, o tronco é a vida dos ramos, e os ramos são a glória do tronco, outros são a mesma coisa. Assim são Comigo as almas que me amam”.
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Março 3,1912
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O temperamento de Jesus forma sua Vontade, e a alma que faz a Vontade de Deus toma parte em todas as qualidades de seu temperamento.
(1) Continuando meu habitual estado, veio meu adorável Jesus e me disse: (2) “Minha filha, quem faz minha Vontade perde seu temperamento e toma o meu, e como em meu temperamento há tantas músicas que formam o paraíso dos bem-aventurados, isto é: música é meu temperamento doce, música é a Bondade, música a Santidade, música a Beleza, a Potência, A Sabedoria, a Imensidão, e assim de tudo o resto de meu Ser, então a alma tomando parte em todas as qualidades de meu temperamento, recebe nela todas as variedades destas músicas, e conforme vai fazendo ainda as menores ações, me faz uma música e Eu ao ouvi-la conheço imediatamente que é música que a alma tomou de minha Vontade, isto é de meu temperamento, e corro e vou ouvi-la, e me agrada tanto que fico recriado e ressarcido por todas as afrontas que me fazem todas as demais criaturas. Minha filha, o que será quando estas músicas passarem para o céu? A alma a porei diante de Mim, Eu farei minha música e ela a sua, nos flecharemos reciprocamente, o som de um será o eco do som da outra, as harmonias se confundirão, e com toda a clareza se conhecerá por todos os bem-aventurados que esta alma não é outra coisa senão fruto do meu Querer, portento da minha Vontade, e todo o Céu por ela gozará de um paraíso a mais. Estas são as almas às quais vou repetindo: “Se não tivesse criado o Céu, por ti só o criaria”. Distendendo o céu de meu Querer nelas, e nelas faço minhas verdadeiras imagens, nestes céus vou-me espalhando, divertindo-me e entretendo-me com elas; a estes céus repito: “Se não tivesse ficado no Sacramento, por vocês eu ficaria”. Porque elas são as minhas verdadeiras hóstias, e eu, assim como não poderia viver sem um Querer, assim também não posso viver sem estes céus da minha vontade; aliás, não são só as minhas verdadeiras hóstias, mas o meu calvário e a minha própria Vida. Estes céus de meu Querer são me mais queridos e são mais privilegiados que os tabernáculos e que as mesmas hóstias consagradas, porque na hóstia, com o consumir-se as espécies minha Vida termina, em troca nestes céus de meu Querer minha Vida não termina jamais, antes me servem de hóstias na terra e serão hóstias eternas no Céu. A estes céus do meu Querer acrescento: “Se não tivesse encarnado no seio da minha Mãe, por estas almas ter-me-ia encarnado, por estas teria sofrido a Paixão”. Porque nelas encontro o verdadeiro fruto completo da minha Encarnação e da minha Paixão”.
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Março 8,1912
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O que significa vítima.
(1) Esta manhã o Padre G. ofereceu-se vítima a Nosso Senhor, e eu estava pedindo e oferecendo-o para que o aceitasse, e meu amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, eu aceito de bom grado, diga-lhe que sua vida não será mais a sua, mas a minha; aliás, escolho-o vítima da minha Vida oculta. Minha Vida oculta foi vítima de todo o interior do homem, assim que deu satisfação pelos pensamentos, desejos, tendências, afetos maus. Tudo o que o homem faz exteriormente, não é outra coisa que o desabafo de seu interior, e se tanto mal se vê no exterior, o que será do interior? Assim, muito me custou refazer o interior do homem, basta dizer que nisso empreguei a prolixidade de trinta anos; o meu pensamento, o bater do meu coração, o respiro, os desejos, estavam sempre dedicados a correr para o pensamento, o bater do coração, o respiro, o desejo do homem para repará-los, para santificá
los e para dar satisfação por eles; é assim como o escolho a ele vítima para este ponto de minha Vida oculta, Então eu quero todo o seu interior unido Comigo e oferecido a Mim para me dar satisfação pelo interior malvado das outras criaturas; e muito a propósito o escolho para isto, pois sendo ele sacerdote conhece mais que os demais o interior das almas, a lama, a podridão que há dentro delas, e por isso pode conhecer melhor quanto me custou este meu estado de vítima, no qual quero que tome parte, e não só ele, mas também os demais que ele conhece e trata. Minha filha, diga-lhe que lhe faço uma grande graça aceitando-o como vítima, porque fazer-se vítima não é outra coisa que um segundo batismo, mas sim, mais que o batismo, porque se trata de ressurgir em minha própria Vida, e devendo a vítima viver Comigo e de Mim, me é necessário lavar de toda mancha, dando-lhe um novo batismo e reafirmá-la na graça para poder admiti-la a viver Comigo, assim que de agora em diante tudo o que ele faça não dirá que é coisa sua, senão minha, assim que se reza, se fala, se obra, dirá que são coisas minhas”.
(3) Depois disto parecia que Jesus olhava em torno de mim, e lhe disse: “Que vês, ó! Jesus? Não estamos sozinhos?”
(4) E Ele: “Não, há outras pessoas, eu as atraio em torno de você para tê-las mais estreitas Comigo”.
(5) E eu: “Você as ama muito?”
(6) E Ele: “Sim, mas gostaria mais desenvoltas, mais confiantes, mais audazes e mais íntimas Comigo, sem nenhum pensamento delas mesmas, porque devem saber que as vítimas não são mais donas delas mesmas, de outra maneira anulam o estado de vítima”.
(7) Então eu, tendo um pouco de tosse, disse-lhe: “Jesus, faz-me morrer de tuberculose, em breve, faz-me ir, leva-me contigo”.
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(8) E Jesus: “Não me faça ver que fica descontente, pois assim Eu sofro. Sim, vais morrer de tuberculose, mas ainda falta um pouco, e se não morreres de tuberculose corporal vais morrer de tuberculose. Ah! não saias da minha Vontade, porque a minha Vontade será o teu paraíso, antes o paraíso do meu Querer; por quantos dias estiverem na terra, outros tantos paraísos te darei no Céu”.
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Março 13,1912
Efeitos do estado da vítima. Jesus continua falando sobre o estado de vítima e me disse:
(1) “Minha filha, o batismo do nascimento é de água, por isso tem virtude de purificar, mas não de tirar as tendências, as paixões; em troca o batismo de vítima é batismo de fogo, por isso tem virtude não só de purificar, mas de consumir qualquer paixão e tendência má; Aliás, eu mesmo a batizo em parte: o meu pensamento batiza o pensamento da alma, o bater do seu coração com meu batido, o meu desejo pelo seu desejo e assim por diante. Este batismo se desenvolve entre Eu e a alma à medida que ela se dá a Mim e não volta a tomar o que me deu, eis porque minha filha não adverte más tendências nem outras coisas, isto te acontece pelo estado de vítima, e te digo para teu consolo, por isso diz ao padre G. que esteja bem atento, que esta é a missão das missões e o apostolado dos apostolados, diz-lhe que sempre comigo o quero e todo atento a Mim”.
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11-12
Março 15,1912
Quem faz a Vontade de Deus opera ao Divino. A Divina Vontade é a Santidade das santidades.
(1) Continuando meu estado habitual, eu sentia um grande desejo de fazer a Vontade Santíssima de Jesus bendito, e Ele ao vir me disse:
(2) “Minha filha, minha Vontade é a Santidade das santidades, assim que a alma que faz minha Vontade, por quanto fosse pequena, ignorante, ignorada, deixa atrás a todos os demais santos, apesar dos portentos, das conversões estrepitosas, dos milagres que tenham feito, é mais, confrontando-os, as almas que fazem minha Vontade são rainhas, e todas as demais estão como a seu serviço. A alma que faz minha Vontade parece que não faz nada, mas faz tudo, porque estando em minha Vontade obram ao divino, ocultamente e em modo surpreendente,
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assim que é luz que ilumina, são ventos que purificam, são fogo que queima, são milagres que fazem fazer os milagres, e quem os faz são apenas os canais, porque é nelas que reside o poder para fazê-los, assim que é o pé do missionário, a língua dos pregadores, a força dos fracos, a paciência dos enfermos, o regime dos superiores, a obediência dos súditos, a tolerância dos caluniados, a firmeza nos perigos, o heroísmo dos heróis, o valor dos mártires, a santidade dos santos, e assim por diante, porque estando na minha Vontade concorrem a todo o bem que pode haver no Céu e na terra. Eis porque posso dizer que são minhas verdadeiras hóstias, mas hóstias vivas, não mortas, porque os acidentes que formam a hóstia não estão cheios de vida nem fluem em minha Vida, em troca a alma está cheia de vida, e fazendo minha Vontade flui e concorre a tudo o que faço Eu, Eis por que me são mais queridas estas hóstias consagradas por minha Vontade do que as mesmas hóstias sacramentais, e se tenho alguma razão de existir nestas, é para formar as hóstias sacramentais da minha Vontade. Minha filha é tanto o prazer que tomo de minha Vontade, que ao só ouvir falar dela me estremeço de alegria e chamo a todo o Céu a fazer festa; imagine você mesma o que será daquelas almas que a fazem. Eu encontro todos os contentes nelas e dou todos os contentes a elas, sua vida é a vida dos bem aventurados, somente duas coisas lhes interessam, desejam, anseiam: Minha Vontade. o Amor. Pouco têm que fazer, enquanto fazem tudo, as mesmas virtudes ficam absorvidas em minha Vontade e no Amor, assim que não têm mais o que fazer com elas, porque minha Vontade contém, possui, absorve tudo, mas em modo divino, imenso e interminável; esta é a vida dos bem-aventurados”.
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11-13
Março 20,1912
O todo está em dar tudo a Jesus e fazer em tudo e sempre o seu Querer.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus fazia-se ver todo sofredor e me disse:
(2) “Minha filha, não querem entender, que o todo está em dar tudo a Mim e fazer em tudo e sempre o meu Querer; quando Eu obtiver isto, Eu mesmo vou empurrando as almas dizendo a cada uma: “Minha filha, toma este gosto, este conforto, este consolo, este descanso”, com esta diferença, que antes de dar-se toda a Mim e de fazer em tudo e sempre minha Vontade, se os tomava eram humanos, em troca depois são divinos, e Eu, sendo coisas minhas, já não me dão ciúmes e digo entre Mim: “Se toma o lícito prazer toma-o porquê o quero Eu, se trata com
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pessoas, se licitamente conversa, é porque o quero Eu, e se Eu não o quisesse ela está disposta e pronta a deixar tudo”, e por isso Eu ponho as coisas a sua disposição, porque tudo o que faz é todo o efeito do meu Querer, não mais do seu. Diz-me! Minha filha, o que te faltou desde que me deste tudo? Dei-te os meus gostos, os meus prazeres e todo o Eu mesmo para tua satisfação, isto na ordem sobrenatural, e na ordem natural também não te fiz faltar nada, confessores, comunhões, e todo o resto, aliás, tu querendo só a Mim não querias aos confessores tão frequentemente, Mas eu, desejando que abundasse de tudo quem de tudo se queria privar por Mim, não te prestei atenção. Filha, que dor sinto em meu coração ao ver que as almas não o querem compreender, nem mesmo as almas que se dizem as melhores!”.
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11-14
Abril 4,1912
A Divina Vontade deve ser o centro de tudo.
(1) Esta manhã o meu sempre amável Jesus veio e me disse:
(2) “Minha filha, a minha Vontade é o centro, as outras virtudes são a circunferência. Imagine uma roda na qual no centro estão concentrados todos os raios, se um destes raios quisesse separar-se do centro, o que seria dele? Primeiro que faria ridículo, e segundo ficaria inoperante, porque não estando mais unido ao centro não receberia mais vida e ficaria morto, e a roda ao rolar se desfaria dele, assim é para a alma minha Vontade, minha Vontade é o centro, qualquer coisa, ainda santa, virtudes, obras boas que não são feitas em minha Vontade e só para cumprir meu Querer, são como raios separados do centro da roda, e são obras e virtudes sem vida, portanto jamais podem me agradar, mas bem faço de tudo para me desfazer delas e castigá-las”.
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11-15
Abril 10,1912
As almas que têm mais confiança são o desabafo e o entretenimento do Amor de Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse: (2) “Minha filha, as almas que mais resplandecerão como cintilantes gemas na coroa de minha Misericórdia, são as almas que têm mais confiança, porque quanto mais confiança tem, tanto mais dão campo ao atributo de minha Misericórdia para derramar qualquer graça que essas
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almas queiram; em vez de quem não tem verdadeira confiança, ela mesma me encerra as graças dentro de Mim e permanece sempre pobre e desprovida, e meu Amor fica contido em Mim e sofro grandemente, e para não sofrer tanto e para poder mais livremente desabafar meu Amor, trato mais com as almas que têm confiança que com as outras, porque com estas posso desafogar meu Amor, posso jogar, posso tomar amorosos contrastes, porque não tenho que temer que se zangue, que se deixem levar pelo temor, Elas ficam mais atrevidas e em tudo encontram como me amar mais. Assim que as almas com confiança são o desabafo e o entretenimento do meu Amor, são as mais graciosas e as mais ricas”.
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11-16
Abril 20,1912
A natureza tende à felicidade.
(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse: (2) “Minha filha, a natureza é levada por uma força irresistível para a felicidade, e isto com razão, pois foi feita para ser feliz, e de uma felicidade divina e eterna, mas com grande dano seu se vai apegando, quem a um gosto, quem a dois, quem a três e quem a quatro, e o resto da natureza fica, ou vazia e sem gosto, ou bem amarga, aborrecida e nauseada, porque os gostos humanos e ainda os gostos santos estão misturados com um pouco de humano, não têm a força de absorver toda a natureza e de envolvê-la toda no gosto, muito mais do que Eu vou amargando estes gostos para poder dar-lhe todos os meus gostos, porque sendo eles inumeráveis têm força para absorver toda a natureza no gosto. Pode-se dar amor maior, que para dar o mais lhes tiro o pouco, e para dar o tudo lhes tiro o nada? No entanto, este meu trabalho é levado a mal pelas criaturas”.
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11-17
Abril 23,1912
Como em todas as coisas Jesus nos demonstra seu Amor. A verdadeira santidade está em fazer a Divina Vontade, e em reordenar todas as coisas em Jesus.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, brevemente o bendito Jesus veio e me disse: (2) “Minha filha, algumas vezes permito a culpa em alguma alma que me ama para estreitá-la mais fortemente a Mim e para obrigá-la a fazer coisas maiores para minha glória, porque por quanto mais lhe dou, permitindo² a mesma culpa para me enternecer mais de suas misérias e
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para amá-la principalmente enchendo-a de meus carismas, tanto mais a forço a fazer coisas grandes por Mim; estes são os excessos de meu Amor. Minha filha, meu Amor pela criatura é grande, olhe como a luz do sol invade a terra, se você pudesse desfazer essa luz em tantos átomos, naqueles átomos de luz ouviria minha voz melodiosa, que te repetiriam um após outro: “Te amo, te amo, te amo”. De modo que não lhe dariam tempo para numera-los, ficaria afogada no amor. E em realidade te amo: amo-te na luz que enche teus olhos, te amo no ar que respiras, te amo no murmúrio do vento que chega a teus ouvidos, te amo no calor e no frio que sente teu corpo, te amo no sangue que corre em tuas veias, Te amo no batimento de seu coração te diz meu batimento, amo te repito em cada pensamento de sua mente, te amo em cada movimento das tuas mãos, amo-te em cada passo dos teus pés, amo-te em cada palavra, porque nada acontece dentro e fora de ti se não houver um ato meu de amor para contigo, assim que um te amo meu não espera o outro, e dos teus te amo, quantos são para Mim?”
(3) Eu fiquei confusa, me sentia ensurdecida dentro e fora de mim pelo te amo, a plenos coros do meu doce Jesus e meus te amo eram tão escassos, tão limitados que disse: “Oh, meu amante Jesus, quem poderá jamais te igualar?” Mas apesar de tudo o que disse, parece que não disse nada do que Jesus me fazia compreender.
(4) Depois acrescentou: “A verdadeira santidade está em fazer minha Vontade e em reordenar todas as coisas em Mim assim como Eu tenho tudo ordenado para a criatura, assim a criatura deveria ordenar todas as coisas para Mim e em Mim, minha Vontade faz estarem em ordem todas as coisas”.
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11-18
Maio 9,1912
Como nos podemos consumir no amor.
(1) Esta manhã, encontrando-me no meu estado habitual, estava pensando como podemos nos consumar no amor, e o bendito Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, se a vontade não quer outra coisa que a Mim só, se a inteligência não se ocupa de outra coisa que de me conhecer a Mim, se a memória não se recorda de outra coisa senão só de Mim, aqui consumadas as três potências da alma no amor.” Assim também dos sentidos: Se fala só de Mim, se escuta só o que se refere a Mim, se se gostam somente das coisas minhas, se se obra e se caminha só por Mim, se o coração me ama só a Mim, se os desejos me desejam só a Mim, eis a consumação do amor formada nos sentidos. Minha filha, o amor tem um doce encanto
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2 Nos manuscritos de Luisa encontram-se múltiplas correções e adições de Annibale di Francia, para amostra estão o volume 01, cuja tradução consta de mais de 120 páginas no editado por Annibale, e apenas 77 na tradução do manuscrito. O outro é o volume 17, onde foram omitidas páginas e às vezes capítulos inteiros. Na presente tradução nós tivemos um cuidado extremo para pôr somente o que Luisa escreveu, e tal como o escreveu, com uma única exceção, que é esta: A palavra que estava originalmente onde Annibale colocou “permitindo”foi riscada de tal modo que se torna impossível saber o que dizia originalmente, e por isso deixamos a que acrescentou o beato Annibale di Francia. Deus queira e com o tempo se possa decifrar essa palavra.
quem ama, qualquer coisa que a vontade encontra, se é amor, se torna toda olho, se não, se volta cega, tola e não compreende nada; assim a língua, se deve falar de amor sente-se correr em sua palavra tantos olhos de luz e se faz eloquente, se não, torna-se balbuciante e termina por emudecer; e assim de todo o resto”.
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11-19
Maio 22,1912
O verdadeiro amor não está sujeito a descontentamento.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, brevemente veio o bendito Jesus, e sentindo em mim um certo descontentamento me disse:
(2) “Minha filha, o verdadeiro amor não está sujeito a descontentamentos, mas sim, dos mesmos descontentamentos toma ocasião para mudá-los nos mais belos contentamentos por virtude do amor, muito mais, que sendo Eu o contente dos contentes, não posso tolerar algum descontentamento na alma que me ama, pois sentindo Eu seu descontentamento como se fosse mais meu que seu, sou obrigado a dar-lhe a coisa que a faz feliz para tê-la toda uniforme a Mim, de outra maneira haveria algumas fibras, batimentos, pensamentos discordantes, dessemelhantes, que fariam com que se perdesse o mais belo de nossa harmonia, e Eu não posso tolerar tudo isto em quem verdadeiramente me ama. Além disso, o verdadeiro amor por amor obra e por amor não obra, por amor pede e por amor cede, assim que o verdadeiro amor faz terminar tudo no amor, por amor morre e por amor ressurge”.
(3) E eu: “Jesus, parece que queres evitar-me com este falar, mas deves saber que eu não cedo; por agora por amor cede Tu a mim, faz-me um ato de amor e cede ao que me é tão necessário e que a tanto estou obrigada, do resto cedo tudo diante de Ti, de outra maneira ficaria descontente”.
(4) E Jesus: “Queres vencer por caminhos de descontentamentos”.
(5) Sorriu e desapareceu.
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11-20
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Maio 25,1912
A alma na Vontade de Deus é um objeto moldável.
(1) Esta manhã, o meu sempre amável Jesus, vendo-me muito oprimida, fez-me beber do seu coração e depois disse-me:
(2) “Minha filha, se um objeto é duro e se lhe quer fazer um buraco ou lhe dar outra forma, se arruina ou fica feito em pedaços, em troca, se é macio ou de algum material moldável se pode fazer o buraco, pode dar-lhe a forma que se quer sem temor que se possa romper, e se se quisesse dar de novo sua forma original, sem nenhuma dificuldade o objeto se prestaria a tudo; assim é a alma em minha Vontade, é um objeto moldável, e Eu faço dela o que quero: Agora a firo, agora a embelezarei, agora a engrandeço e em um instante a refaço de novo, e a alma se presta a tudo, não se opõe a nada e Eu a levo sempre em minhas mãos e me agrado dela continuamente”.
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11-21
Maio 30,1912
Para a alma que verdadeiramente ama a Jesus, não pode haver separação Dele.
(1) Continuando o meu estado habitual, sentia-me oprimida pela privação de meu sempre amável Jesus, e vindo me disse:
(2) “Minha filha, quando estiveres privada de Mim serve-te de minha mesma privação para duplicar, triplicar, centuplicar os atos de amor para Mim, de maneira a formar-te um ambiente, dentro e fora de ti, todo de amor, de maneira que neste ambiente me encontrarás mais belo e como renascido a nova vida, porque onde há amor ali estou Eu, e por isso para a alma que verdadeiramente me ama não pode haver separação, mas sim formamos uma mesma coisa, porque o amor parece que me cria, me dá vida, me alimenta, me faz crescer; no amor encontro meu centro e me sinto recriado, renascido, enquanto sou eterno, sem princípio e sem fim, mas isto é por causa da alma que me ama; me agrada tanto o amor que me sinto como refeito. Além disso, neste amor Eu encontro o meu verdadeiro repouso, repousa a minha inteligência na inteligência que me ama, repousa o meu coração, o meu desejo, as minhas mãos, os meus pés, no coração que me ama, no desejo que me ama e deseja só a Mim, nas mãos que agem por Mim, nos pés que caminham só por Mim, assim que parte por parte Eu vou repousando na alma que me ama, e a alma com seu amor me encontra em tudo e por toda parte, e se repousa toda em Mim, e em meu Amor fica renascida, embelezada e cresce em modo admirável em meu mesmo Amor”.
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11-22
Junho 2,1912
Só as coisas estranhas a Jesus nos podem separar dele.
(1) Continuando meu habitual estado me lamentava com Jesus de suas privações, e Ele me disse:
(2) “Minha filha, quando na alma não há nada estranho a Mim ou que não me pertença, não pode haver separação entre Eu e a alma; melhor te digo que se não há nenhum pensamento, afeto, desejo, palpitar de coração que não sejam meus, Eu tenho a alma Comigo no Céu, Ou fico com ela na Terra. Somente isto pode me dividir da alma, se há coisas estranhas a Mim, e se isto não o adverte em você, por que teme que me separe de você?”
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Junho 9,1912
Para a alma que faz a Divina Vontade e vive do Querer Divino não há mortes.
(1) Sentindo-me um pouco sofredor estava dizendo a meu sempre amável Jesus: “Quando me levarás Contigo?¡ Ah, logo Jesus, faça que a morte me tire esta vida e me reúna Contigo no Céu!”
(2) E Jesus: “Minha filha, para a alma que faz minha Vontade e vive em meu Querer não há nem existem mortes. A morte está para quem não faz a minha vontade, porque deve morrer a tantas coisas: a si mesmo, às paixões, à terra; mas quem faz a minha vontade não tem a que coisa morrer, já está habituado a viver do Céu, não é outra coisa que deixar seus trapos, como um que deixasse os vestidos de pobre para vestir-se com as vestes de rei para deixar o exílio e chegar à pátria, porque a alma que faz minha Vontade não está sujeita à morte, não tem juízo, sua vida é eterna, O que a morte devia fazer, o amor o fez antecipadamente, e o meu Querer reordenou tudo em Mim, de maneira que não tenho do que julgá-la. Por isso esteja em minha Vontade, e quando menos pensar te encontrarás em minha Vontade no Céu”.
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11-24
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Junho 28,1912
No céu que é a alma, o Sol é Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, meu bendito Jesus veio e me disse: (2) “Minha filha, a alma que faz minha Vontade é céu, mas céu sem sol e estrelas, porque o Sol sou Eu e as estrelas que embelezam este céu são minhas mesmas virtudes. ¡¡ Que belo é este céu, de fazer apaixonar qualquer um que o possa conhecer! E muito mais fico Eu apaixonado, porque como Sol me ponho no centro deste céu e vou tirando-o continuamente de nova luz, de novo amor, de novas graças. Belo este céu ao ver se resplandece o Sol, isto é quando me manifesto e acaricio a alma e o cúmulo dos meus carismas, a abraço, e tocado por seu amor desfaço e me repouso nela, Todos os santos vêm em torno de Mim enquanto descanso e ficam surpresos ao olhar este céu onde Eu sou o Sol, e ficam extasiados por este portento prodigioso, que nem na terra nem no Céu se pode encontrar coisa mais bela, mais agradável para Mim e para todos. Belo este céu se o Sol se esconde, isto é se a privo de Mim, oh! Como se admira então a harmonia das estrelas, porque o ar deste céu não está sujeito a nuvens, a temporais, a tempestades, porque o Sol escondido está escondido no centro da alma, e seu calor é tão ardente que destrói as nuvens, temporais e tempestades. O ar deste céu é sempre tranquilo, sereno, aromático, as estrelas que mais resplandecem são paz perene e amor sem termo. Escondida, ou ela no Sol, e desaparecem as estrelas; ou o Sol nela, e então vê-se a harmonia das estrelas. Belo de qualquer maneira, este céu é a minha alegria, o meu repouso, o meu amor, o meu paraíso”.
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11-25
Julho 4,1912
A Divina Vontade deve ser o sepulcro da alma.
(1) Esta manhã, depois da comunhão, estava a dizer ao meu sempre amável Jesus: “A que estive reduzido, parece que tudo me foge, sofrimentos, virtudes, tudo!”
(2) Então Jesus: “Minha filha, o que tens? Queres perder tempo? Queres sair do teu nada? Põe te no teu lugar, no teu nada, para que o Todo possa ter o seu lugar em ti. Tens que saber que toda tu deves morrer em minha Vontade, o sofrer, as virtudes, tudo; meu Querer deve ser o túmulo da alma e assim como no túmulo a natureza se consome até em realidade desaparecer, e dessa mesma consumação ressurgirá a vida mais bela e nova, assim a alma sepultada em
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minha Vontade como dentro de uma tumba, morrerá ao sofrer, a suas virtudes, a seus bens espirituais e ressurgirá em tudo à Vida Divina.
(3) Ah! minha filha, parece que queres imitar os mundanos que são levados ao que está no tempo e termina, e ao que é eterno não o tomam em conta. Amada minha, por que não queres aprender a viver só do meu Querer? Por que não queres viver só da vida do Céu, mesmo estando na terra? Meu Querer é o Amor, o que não morre jamais, assim que para ti o sepulcro deve ser minha Vontade, a lápide que te deve fechar, apedrejar, sem te dar a esperança de sair é o amor. E além disso, cada pensamento que se refere a si mesmo, mesmo sobre as mesmas virtudes, é sempre um ganhar para si mesmo e fugir da Vida Divina; em troca, se a alma pensa só em Mim, me vê só a Mim, toma nela a Vida Divina, e tomando a Vida Divina foge a humana e toma todos os bens possíveis. Será que nos entendemos?”
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11-26
Julho 19,1912
O verdadeiro amor deve ser só.
(1) Esta manhã, encontrando-me no meu estado habitual, assim que veio o bendito Jesus disse me:
(2) “Minha filha, sinto teu alento e recebo consolo, e não só quando estou junto a ti teu alento me dá consolo, mas também quando os demais falam de ti e das coisas ditas por Mim para seu bem, sinto por meio deles teu alento e me agrado, e meu consolo se duplica e digo: “Também por meio dos outros minha filha me envia seu consolo, porque se não tivesse estado atenta em me escutar, jamais teria podido fazer o bem aos demais, por isso é sempre ela que me dá este consolo”. Por isso te amo mais e me sinto inclinado a vir a conversar contigo”.
(3) Depois ele adicionou: “O verdadeiro amor deve ser só; ao contrário, quando está apoiado em algum outro, ainda que seja santo, ainda que seja pessoa espiritual, me dá náuseas e em lugar de contente me dá amargura e aborrecimento, porque o amor só quando é só me dá completo domínio e posso fazer o que quero do alma; Além disso, o ser só é da natureza do verdadeiro amor. Ao contrário, quando não é só, uma coisa se pode fazer, mas outra não; é um domínio restrito que não me dá plena liberdade, e portanto o amor se encontra a desgosto e restringido”.
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11-27
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Volume 11
Julho 23,1912
O coração deve estar vazio de tudo.
(1) Encontrando-me com meu sempre amável Jesus, lamentava com Ele que além de suas privações sentia meu pobre coração insensível, frio, indiferente a tudo e como se já não tivesse vida. Que estado lamentável é o meu! Não obstante eu mesma não sei chorar minha desventura, e já que eu mesma não sei ter compaixão de mim mesma, tenha Tu compaixão deste coração, que tem amado tanto e que tanto te prometia receber.
(2) E Jesus: “Minha filha, não te aflijas por coisas que não merecem nenhuma aflição, e Eu em vez de ter compaixão destes lamentos e de teu coração, me deleito neles e te digo: Alegra-te comigo porque fiz perfeita aquisição de teu coração, e não sentindo mais nada de suas mesmas alegrias e da vida de seu coração, venho eu mesmo a gozar de sua felicidade e de sua própria vida. Então, deves saber que quando não sentes nada do teu coração, eu ponho o teu coração no meu coração e o tenho repousando em doce sono e vou gozando-o se depois o sentes, então a alegria é entre os dois juntos. Se tu me deixares fazer, Eu, depois de te haver dado repouso em meu coração e gozado de ti, virei repousar em ti e te farei gozar dos contentamentos de meu coração. Ah! minha filha, este estado é necessário para você, para Mim e para o mundo.
(3) Para você: Se você estivesse acordada teria sofrido muito ao ver os castigos que estou mandando e os outros que mandarei, por isso é necessário te adormecer para não te fazer sofrer tanto.
(4) É necessário para Mim: Quanto teria sofrido se não te contentasse, se não tivesse condescendido com o que você quer, e você não me tivesse permitido que Eu mandasse os castigos, então era necessário te anestesiar. Em certos tempos tristes e de necessidade de castigos, é necessário escolher o caminho intermédio para nos fazer menos infelizes.
(5) É necessário para o mundo: Se Eu quisesse desabafar contigo e fazer-te sofrer como o fazia anteriormente, e por isso contentar-te não dando ao mundo os castigos, a fé, a religião, a salvação, teriam quase desaparecido do mundo, especialmente como os ânimos são dispostos nestes tempos.
(6) Ah! minha filha, deixa-me fazer a Mim, quando te deva manter desperta e quando adormecida; não me disseste que faça de ti o que Eu quero? Acaso queres retirar a tua palavra?” (7) E eu: “Jamais! Jesus, mas temo que eu me tenha feito mal e por isso me sinto neste estado”. (8) E Jesus: “Escuta, minha filha, acaso entrou em ti algum pensamento, afeto, desejo, que não seja para Mim? Se alguma coisa disto tivesse entrado, deverias ter medo, mas se nada disto existe, é sinal de que o teu coração está em Mim e o faço dormir. Virá, virá o tempo em que o
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farei despertar, e então verás que tomarás a atividade de antes, e como tens estado em repouso a atividade será maior”.
(9) Depois acrescentou: “Eu faço de todos os modos, faço as adormecidas de amor, as ignorantes de amor, as loucas de amor, as doutas de amor, mas de tudo isto sabes qual é a coisa que mais me importa? Que tudo seja amor, tudo o resto que não é amor nem sequer é digno de um olhar”.
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11-28
Agosto 12,1912
O Amor de Deus simbolizado pelo sol.
(1) Esta manhã, quando veio o meu sempre amável Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, meu Amor está simbolizado pelo sol: O sol surge majestoso, mas enquanto parece que surge, ele está sempre fixo e não surge nunca, com sua luz invade toda a terra, com seu calor fecunda todas as plantas, não há olho que dele não goze, Poder-se-ia dizer que quase não há bem na terra que não venha de sua benéfica influência, quantas coisas não teriam vida sem ele? Não obstante faz tudo sem estrondo, sem dizer nem sequer uma palavra, sem pretender nada, não dá incômodo a nenhum, é mais, não ocupa espaço algum da mesma terra que invade com sua luz; o homem pode fazer o que quiser com ela, Além disso, enquanto gozam do bem do sol não lhe dão atenção nenhuma e o têm não observado no meio deles. Assim é meu Amor simbolizado pelo sol: Como sol majestoso surge no meio a todos, não há mente que não esteja iluminada com minha luz, não há coração que não sinta meu calor, não há alma que não esteja abraçada por meu Amor. Mais do que o sol, estou no meio de todos, mas! , como poucos me prestam atenção, estou quase inobservado no meio deles, não sou correspondido e continuo dando luz, calor, amor; mas se alguma alma me presta atenção, então Eu fico louco, mas sem estrondos, porque meu Amor, sendo sólido, fixo, veraz, não está sujeito a fraquezas. Assim queria teu amor para Mim, e se assim fosse viria a ser também sol para Mim e para todos, porque o verdadeiro amor tem todas as qualidades do sol, em troca o amor não sólido, não fixo, não verdadeiro, é símbolo do fogo daqui abaixo, sujeito a variedade, sua luz não é capaz de iluminar a todos, e é uma luz muito fraca, misturada com fumaça, seu calor é limitado, e se não se alimenta com a lenha se apaga e se transforma em cinzas, e se a lenha é verde faz estrondo e fumaça. Assim são as almas que não são todas para Mim, nem meus verdadeiros amantes, se fazem um pouco de bem é mais o estrondo que fazem e mais o fumo que sai de suas ações que a luz, e se não são alimentadas com algum afã humano, mesmo sob aspecto de santidade, de
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consciência, se apagam e se tornam frias, mais que cinzas, sua característica é a inconstância: agora fogo, agora cinzas”.
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Agosto 14,1912
Com sua vida oculta, Jesus santificou e divinizou todas as ações humanas.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus me disse: (2) “Minha filha, para que a alma possa esquecer-se de si mesma, deve fazer de maneira que tudo o que faz e que lhe é necessário, o faça como se Eu quisesse fazer nela: Se reza deve dizer, é Jesus que quer rezar, e eu rezo juntamente com ela; se deve trabalhar, é Jesus que quer trabalhar, é Jesus que quer caminhar, é Jesus que quer tomar alimento, que quer dormir, que quer levantar-se, que quer divertir-se, e assim de tudo o resto da vida. Só assim pode a alma esquecer-se de si mesma, porque não só fará tudo porque o quero Eu, senão que, porque o quero fazer Eu, necessita propriamente a Mim”.
(3) Agora, um dia estava trabalhando e pensava: “Como pode ser que enquanto eu trabalho é Jesus que trabalha em mim, e que seja Ele mesmo quem quer fazer este trabalho?” E Jesus: (4) “Precisamente Eu, e os meus dedos que estão nos teus trabalham; minha filha, quando Eu estive na terra, não se abaixavam as minhas mãos para trabalhar a madeira, para martelar os pregos, para ajudar nos trabalhos de carpintaria a meu pai putativo José? E enquanto isso fazia, com essas mesmas mãos, com esses dedos, criava as almas, chamava outras à outra vida, divinizava todas as ações humanas, as santificava dando a cada uma um mérito divino, nos movimentos dos meus dedos chamava a resenha todos os movimentos dos teus dedos e dos de todas as demais criaturas, e se Eu via que os fariam por Mim ou porque Eu os queria fazer nelas, Eu continuava minha vida de Nazaré nelas e me sentia como pago por parte delas pelos sacrifícios, as humilhações de minha vida oculta, dando a elas o mérito de minha própria Vida. Filha, a vida oculta que vivi em Nazaré não é valorizada pelos homens, porém não podia ter-lhes feito mais bem que com essa vida, depois da Paixão, porque me abaixando Eu a todos aqueles atos pequenos e baixos, àqueles atos que os homens fazem em sua vida diária, como o comer, o dormir, o beber, o trabalhar, o acender fogo, o varrer, etc., atos todos que ninguém pode deixar de fazer, Eu fazia correr em suas mãos uma moeda divina e de preço incalculável. Assim, se a Paixão os redimiu, minha vida oculta cortejava cada ação humana, ainda a mais indiferente, com mérito divino e de preço infinito.
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(5) Olha, enquanto você trabalha, trabalhando porque eu quero trabalhar, meus dedos correm nos seus, e enquanto trabalho em você, no mesmo instante com minhas mãos criadoras, quantos estou trazendo à luz deste mundo? A quantos outros eu chamo? A quantos outros santifico, a outros corrijo, a outros castigo, etc.? Então, você está também junto Comigo criando, chamando, corrigindo e demais, e assim como você não está sozinha obrando, tampouco o estou Eu em meu obrar. Poderia dar-lhe uma maior honra?”
(6) Mas quem pode dizer o que compreendia, o bem que se pode fazer tanto a nós como a todos os demais fazendo as coisas porque Jesus as quer fazer em nós? A minha mente está a perder se e é por isso que estou a acabar.
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11-30
Agosto 16,1912
O pensar em si mesmo cega a mente; o pensar só em Deus é luz à mente.
(1) Esta manhã, meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, o pensar em vós mesmos cega a mente e vos forma uma espécie de encanto humano, e este encanto humano forma uma rede em torno do homem; esta rede está formada de debilidade, de opressões, de melancolias, de temores e de tudo o que de mal contém a natureza humana, e quanto mais se pensa em si mesmo, mesmo sob o aspecto de bem, mais densa se torna a rede e mais cega fica a alma. Ao contrário, o não pensar em si mesmo, mas pensar só em Mim, só em me amar, quaisquer que sejam as coisas, é luz à mente e nela se forma um doce encanto divino, e este encanto divino também tece na mente sua rede, e esta rede está formada toda de luz, de fortaleza, de gozo, de confiança, em suma, de todos os bens que possuo Eu mesmo, e quanto menos se pensa em si mesmo, mais densa se forma esta rede, assim que não se reconhece mais. ¡ Como é belo ver a alma envolta nesta rede que nela teceu o encanto divino, como é agradável, graciosa e amada por todo o Céu! o oposto para a alma que pensa em si mesma”.
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11-31
Agosto 17,1912
O pensamento de si mesmo diminui a alma.
(1) Orando, meu bendito Jesus me disse:
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(2) “Minha filha, o pensamento de si mesmo diminui a alma, e desde sua pequenez mede minha grandeza, e quase gostaria de me restringir, ao contrário quem não pensa em si mesmo, pensando em Mim se engrandece em minha imensidão e me dá a honra devida a Mim”.
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11-32
Agosto 20,1912
Deve-se chamar Jesus em tudo para obrar junto com Ele. O homem propõe e Deus dispõe.
(1) Continuando, meu sempre amável Jesus mal se fez ouvir e me disse:
(2) “Minha filha, quanto me desagrada ver a alma encolhida em si mesma, vê-la atuar sozinha, enquanto eu, ao lado dela, olho para ela, e vendo-a muitas vezes que não sabe fazer bem o que faz, Eu estou esperando que me chame e me diga: “Quero fazer esta coisa e não sei fazê-la, Venha você fazê-la junto comigo, e tudo saberei fazer bem”. Por exemplo: “Quero amar, vem comigo amar; quero rezar, vem Tu rezar junto comigo; quero fazer este sacrifício, vem Tu a dar
me tua força pois eu me sinto fraco”. E assim de tudo o resto, e Eu com muito prazer, com grande prazer meu me prestaria a tudo. Eu sou como um mestre que tendo dado o tema a um aluno seu, está ao lado dele para ver o que faz seu discípulo, e o aluno não sabendo fazer bem se zanga, se afana, se turba, talvez chora, mas não diz: “Mestre, me ensina como devo fazer isto”. Qual não será a mortificação do mestre vendo-se tratado pelo aluno como um nada? Tal é minha condição”.
(3) Depois acrescentou: “Diz-se: “O homem propõe e Deus dispõe”. Enquanto a alma se propõe a fazer um bem, ser santa, Eu imediatamente disponho ao seu redor as coisas que são necessárias: Luz, graças, conhecimento de Mim, desapegos, e se com isso não conseguir, então por mortificações nada lhe faço faltar para lhe dar a coisa que a alma se propôs, mas, oh, quantas pela força se saem deste trabalho que meu Amor lhes teceu ao redor! Poucas são as que resistem e me fazem cumprir meu trabalho”.
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11-33
Agosto 28,1912
O amor é o que transforma a alma em Deus, e quer encontrar as almas desocupadas de tudo.
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(1) Continuando o meu estado habitual, assim que veio o meu sempre amável Jesus disse-me: (2) “Minha filha, as outras virtudes, por quanto altas e sublimes sejam, fazem sempre distinguir a criatura e o Criador, só o amor é o que transforma a alma em Deus e a forma uma só coisa com Ele. Assim, só o amor é o que triunfa sobre todas as imperfeições humanas, o único que consome o que impede que a alma chegue a tomar Vida Divina em Deus. Mas não pode haver verdadeiro amor se não receber vida, alimento de minha Vontade, assim que minha Vontade unida ao amor é a que forma a verdadeira transformação Comigo, pois a alma está em contínuo contato com minha Potência, com minha Santidade e com tudo o que Eu sou, Então pode dizer que é outro Eu. Tudo é precioso, tudo é santidade para aquela alma; pode-se dizer que seu respiro, o contato com a terra que pisa é precioso, é santo, porque não são outra coisa que efeitos de meu querer”.
(3) Depois acrescentou: “Oh! Se todos conhecessem meu Amor e meu Querer, deixariam de se apoiar em si mesmos, e muito mais nos demais, os apoios humanos terminariam. Oh! como os encontrariam insignificantes, dolorosos, incômodos, todos se apoiariam somente em meu Amor, porque sendo espírito puríssimo, não contendo matéria, se encontrariam muito a gosto apoiados em Mim, e os efeitos queridos por eles.
(4) Minha filha, o Amor quer encontrar as almas libertadas de tudo, de outra maneira não pode vesti-las com o vestido do amor, sucederia como a alguém que querendo colocar um vestido o encontre cheio de estorvos por dentro, portanto não o pode pôr, quer tirar um braço e encontra um estorvo, assim que o pobrezinho, ou deve deixar de tentar ou faz o ridículo. Assim o Amor, quando quer vestir a alma de Si, se não encontra a alma desterrada de todo, amargado se retira”.
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11-34
Agosto 31,1912
O Amor simbolizado pelo sol deslumbrante.
(1) Rezando por uma pessoa, o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, ao Amor, simbolizando pelo sol, lhe acontece como aquelas pessoas que enquanto têm os olhos dirigidos ao baixo, a luz do sol desce suavemente sobre seus olhos, por isso podem fazer muito bem suas ações, mas se querem fixar os olhos no sol, especialmente se é meio-dia, a vista fica deslumbrada e se vêem obrigados a baixá-los, de outra maneira estariam obrigados a cessar em suas ações, e o dano seria para eles, ao sol não fariam nenhum mal, continuaria com majestade seu curso. Assim é minha filha para quem me ama de verdade, o
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amor para eles é mais que sol majestoso, imponente; as pessoas, se o olham de longe, a luz do amor desce suave sobre seus olhos, por isso podem fazer projetos, tramar insidias, falar mal deles, Mas se o fizerem para se aproximarem dele, fixá-lo, a luz do amor brilhará nos seus olhos e acabarão por se afastar e por não pensar mais nele, e a alma amante continuará o seu caminho sem sequer pensar se a olham ou não a olham, porque sabe que o amor a defenderá de tudo e a terá ao seguro”.
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11-35
Setembro 2,1912
As reflexões, as preocupações sobre si mesmo, mesmo sobre o bem, para quem ama a Deus são tantos vazios que formam o amor.
(1) Estava dizendo a meu sempre amável Jesus: “Meu único temor é que Você pudesse me deixar, retirando-se de mim”.
(2) E Jesus: “Minha filha, não posso deixar-te porque tu não fazes nenhuma reflexão sobre ti mesma, nem tomas nenhum cuidado de ti; as reflexões, os cuidados pessoais mesmo sobre o bem, para quem me ama de verdade são tantos vazios que forma o amor, portanto minha Vida não enche toda, toda a alma, estou como que à margem, num canto e dão-me assim ocasião de me dar as minhas escapadas; em vez disso quem não é levado às reflexões dos cuidados próprios, e pensa só em me amar, e toma cuidado só de Mim, Eu o encho tudo, Não há ponto em sua vida em que não encontre a minha, e querendo me dar minhas escapadas deveria me destruir a Mim mesmo, o que não pode ser jamais.
(3) Minha filha, se as almas soubessem o mal que fazem as reflexões próprias, curvam a alma, abaixam-na, fazem-na ter o rosto voltado para si mesmas, e quanto mais se olham mais humanas se tornam, mais refletem, mais sentem as misérias e mais empobrecem, em vez disso, o único pensamento de Mim, em me amar, em estar toda abandonada em Mim, faz reta a alma, e em ter o rosto dirigido a me olhar só a Mim, se elevam e crescem; mais me olham mais divinas se fazem, quanto mais refletem sobre Mim mais se sentem ricas, fortes e corajosas”.
(4) Depois acrescentou: “Minha filha, as almas que estão unidas com meu Querer e que me fazem fazer minha Vida nelas e pensam só em me amar, estão unidas Comigo como os raios ao sol; quem forma os raios? Quem lhes dá vida? O sol; se o sol não pudesse formar os raios não poderia estender sua luz nem seu calor, assim que os raios ajudam ao sol a fazer seu curso e o embelezam demais. Assim eu, somente por meio destes raios que formam uma só coisa
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Comigo, me estendo sobre todas as regiões e dou luz, graça, calor, e me sinto mais embelezado que se não os tivesse.
(5) Poderia perguntar-se agora a um raio de sol quantos caminhos fez, quanta luz, quanto calor deu? Se tivesse razão responderia: “Não quero me ocupar disto, sabe-o o sol e basta; mas se houvesse outras terras às quais dar luz e calor os daria, porque o sol que me dá vida, a tudo pode chegar”. E se o raio quisesse refletir, voltar atrás ao que fez, perderia seu curso e se escureceria. Assim são minhas almas amantes, são meus raios viventes, não refletem sobre o que fazem, estar no Sol Divino é toda sua intenção, e se quisessem refletir lhes sucederia como ao raio do sol e muito perderiam”.
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11-36
Setembro 6,1912
Para receber os benefícios da presença de Jesus, é preciso aproximar-se dEle com a vontade.
(1) Continuando meu estado habitual, enquanto o bendito Jesus veio me disse: (2) “Minha filha, Eu estou com as almas, dentro e fora, mas quem experimenta os efeitos? Quem se aproxima com sua vontade à minha, quem me chama, quem reza, quem conhece meu Poder e o bem que posso lhe fazer, de outra maneira acontece como aquele que tem água em sua casa mas não se aproxima para tomá-la e beber, apesar de que está a água não goza do benefício da água e arde pela sede; assim se sente frio, e apesar de que há fogo não se aproxima dele para esquentar, não desfrutará o benefício do calor, e assim de todo o resto. ¡ O que não é meu desagrado, que enquanto eu quero dar não há quem tome meus benefícios!”
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11-37
Setembro 29,1912
A alma preferida de Jesus.
(1) Escrevo coisas passadas. Estava pensando entre mim: “O Senhor, a quem falou de sua Paixão, a quem de seu coração, a quem da cruz e muitas outras coisas; eu gostaria de saber quem foi a mais preferida de Jesus”. E o meu amável Jesus, ao vir, disse-me:
(2) “Minha filha, sabes quem foi a mais preferida por Mim? A alma à qual manifestei os prodígios, o poder do meu Santíssimo Querer. Todas as demais coisas são parte de Mim, ao
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contrário minha Vontade é o centro e a vida, a reitora de tudo; assim que minha Vontade dirigiu a Paixão, deu vida a meu coração, sublimou a cruz, minha Vontade abarca e compreende tudo, aferra tudo e dá efeito a tudo, Assim, minha Vontade é mais do que tudo, conseqüentemente a quem tenho falado de meu Querer, ela tem sido a preferida de todos e sobretudo. ¡ Quanto deveria me agradecer por ter te admitido nos segredos do meu Querer! Muito mais, quem está em minha Vontade é minha Paixão, é meu coração, é minha cruz, e é minha mesma Redenção, não há coisas divisíveis entre Eu e ela, por isso toda em minha Vontade te quero se é que queres tomar parte em todos meus bens”.
Para quem atua na Divina Vontade, Jesus dispõe as intenções.
(3) Outra vez estava pensando como seria melhor oferecer nossas ações, orações, etc., se como reparos, como adorações, etc. E meu sempre benigno Jesus me disse:
(4) “Minha filha, quem está em minha Vontade e faz suas coisas porque as quero Eu, não é necessário que ela disponha suas intenções, estando em minha Vontade, conforme obra, reza, sofre, assim Eu mesmo as disponho como mais me agrada, me agrada a reparação? Tomo-as por reparação; agrada-me por amor? Tomo-o como amor. Sendo Eu o dono faço com elas o que quero; não assim com quem não está em Minha Vontade, dispõem eles e Eu fico à vontade deles”.
Uso dos bens naturais na Divina Vontade.
(5) Outro dia, tendo lido em um livro de uma santa, que primeiro quase não tinha necessidade de alimento e depois tinha que comer freqüentemente e era tanta a necessidade que chegava a chorar se nada lhe davam, eu fiquei pensativa meditando em meu estado, Porque antes tomava pouquíssimo alimento e era obrigada a devolvê-lo, mas agora tomo mais e não o devolvo, e dizia para mim: “Jesus bendito, como é isso? Isto para mim é como falta de mortificação e é a minha maldade que me leva a estas misérias”. E Jesus abençoado, ao vir, disse-me:
(6) “Minha filha, queres saber porquê? Eis-me aqui para te alegrar. Primeiro, à alma para a fazer toda minha, para a esvaziar de todo o sensível e colocar tudo o que é celestial, o divino, afasto-a até da necessidade do alimento, de modo que quase não tem necessidade deste, por isso, encontrando-se nestas condições, toca com a mão que só Jesus basta, que nada mais lhe é necessário, e a alma se eleva ao alto, despreza tudo, não se preocupa com nada, sua vida é celestial. Depois de haver fundado bem por anos e anos, não tendo Eu mais temor de que o
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sensível leve a sombra das impressões, porque depois de ter gostado do celestial é quase impossível que a alma goste dos resíduos, o esterco, então eu a restituo à vida ordinária, porque quero que meus filhos tomem parte nas coisas criadas por Mim por amor deles segundo minha Vontade, não segundo a deles, e é só por amor destes filhos que sou obrigado a alimentar os outros; e não só isto, senão que é para Mim a mais bela reparação por todos aqueles que não usam das coisas naturais segundo minha Vontade, ver estes filhos celestiais tomar as coisas necessárias com sacrifício, com desapego e segundo minha Vontade. Como queres dizer que é por isso que há maldade em ti? Nada em absoluto, que mal há em tomar um pouco de mais ou de menos em minha Vontade do que não é senão escória? Nada, nada. Na minha Vontade nada pode haver de mal, senão sempre bem, até nas coisas mais indiferentes”.
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Outubro 14,1912
O que Jesus opera nas almas é eterno.
(1) Encontrando-me em meu estado habitual, lamentava-me com Jesus bendito de meu pobre estado, e dizia: “De que me serve que no passado me tenha feito tantas graças, tendo chegado até me crucificar Contigo, se agora tudo terminou?” E Jesus:
(2) “Minha filha, que dizes? Como, nada te serve? Tudo acabou? Falso, enganas-te, nada acabou e tudo te é útil. Tu deves saber que tudo o que faço à alma está selado com o selo do eterno, e não há poder que possa tirar à alma o que minha graça tem feito. Portanto, tudo o que fiz à tua alma, tudo existe e tem vida em ti, e dá-te alimento contínuo, por isso, se te crucifiquei, a crucificação existe e existe por quantas vezes te crucifiquei. Muitas vezes me deleito em operar nas almas e pôr tudo em depósito nelas, e depois renovo meu agir sem tirar o que fiz antes. Então, como podes dizer que nada te serve e que tudo acabou? Ah, minha filha, os tempos são tão tristes que minha Justiça chega a rejeitar as almas que tomam os castigos sobre elas e os impedem de cair sobre o mundo! Estas são minhas mais queridas vítimas de meu coração, e o mundo me empurra a tê-las quase inativas, mas não é inatividade a sua, porque estando em minha Vontade, enquanto parece que não fazem nada fazem tudo, mas bem abraçam o imenso, o eterno, só que o mundo por sua maldade não goza todos os efeitos”.
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Outubro 18,1912
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Jesus e Luisa choram juntos.
(1) Esta manhã, quando veio o meu sempre amável Jesus, todo aflito e choroso, eu chorei junto com Ele, e depois me disse:
(2) “Minha filha, o que é que nos faz chorar e nos oprime tanto? A causa do mundo não é verdade?”
(3) E eu: “Sim”.
(4) E Ele: “É por uma causa tão santa e tão desinteressada que nós choramos, porém, quem é o que leva em conta? Em vez disso, eles zombam da aflição que sentimos por causa deles. Ai, as coisas ainda estão no início! Purificarei a face da terra com o sangue deles mesmos”. (5) E eu via espalhar-se tanto sangue humano que disse: “Ah! Jesus, que fazes? Jesus, o que está fazendo?”
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Novembro 1,1912
Quem pensa em si mesmo empobrece, e sente necessidade de tudo.
(1) Estando muito afligida pela privação de meu adorável Jesus, estava rezando e reparando por todos, e em minha extrema amargura dirigi o pensamento para mim e disse: “Piedade de mim, Jesus perdoa a esta alma, teu sangue, tuas penas não são também minhas? Acaso valem menos para mim?” E enquanto isso dizia, meu amável Jesus de dentro me disse:
(2) “Ah! Minha filha, o que faz pensando em você? Tu assim desces e de dona te reduzes à mísera condição de pedir, pobre filha, com pensar em ti mesma te empobreces, pois estando em minha Vontade tu és dona e por ti mesma podes tomar o que queiras; se há algo que fazer em minha Vontade é rezar, reparar pelos demais”.
(3) E eu: “Dulcíssimo Jesus, Tu amas tanto que quem está em tua Vontade não pense em si mesmo, e Tu pensas em ti mesmo?” (Que pergunta tão disparatada)
(4) E Jesus: “Não, não penso em Mim mesmo, pensa em si mesmo quem tem necessidade de alguma coisa, Eu não tenho necessidade de nada, Eu sou a mesma santidade, a mesma felicidade, a mesma imensidão, altura, profundidade, nada, nada me falta, meu Ser contém em Si mesmo todos os bens possíveis e imagináveis. Se algum pensamento me pudesse ocupar é o pensamento do gênero humano, que tendo-o tirado de Mim quero que volte a Mim, e em tais condições ponho às almas que querem verdadeiramente fazer minha Vontade, são uma só coisa Comigo, as torno donas de meus bens, porque na minha Vontade não há escravidão, o que é
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meu é delas, e o que eu quero Eu quero elas. Então, se alguém sente necessidade de alguma coisa, significa que não está na verdade em minha Vontade, ou bem que se dá suas escapadas, como você está fazendo agora, nem mais nem menos. Não te parece estranho que quem formou uma só coisa, um só querer Comigo, me peça piedade, perdão, meu sangue, minhas penas, enquanto a constituí dona junto Comigo? Eu não sei que piedade, que perdão dar-lhe, pois dei tudo, no máximo deveria ter piedade, perdoar-me a Mim mesmo de alguma falha, o que não pode ser jamais. Portanto te recomendo que não saia de minha Vontade, e que continue não pensando em você mesma mas nos demais, como tem feito até agora, de outra maneira viria a empobrecer e a sentir necessidade de tudo”.
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Novembro 2,1912
Devemos nos reconhecer somente em Deus.
(1) Continuando minha aflição dizia entre mim: “Não me reconheço mais, doce vida minha, onde está? O que devo fazer para te reencontrar? Faltando Tu, meu amor, não encontro a beleza que me embeleza, a fortaleza que me fortalece, a vida que me vivifica, falta-me tudo, tudo é morte para mim, e a mesma vida sem Ti é mais dilacerante que qualquer morte, ah, é sempre morrer! Vem Jesus, eu não posso mais. Oh luz suprema, venha, não me faça esperar mais! Me faz sentir os toques de suas mãos, e enquanto faço por te agarrar me foge; me faz ver sua sombra, e enquanto faço por olhar dentro da sombra a majestade, a beleza de meu Sol Jesus, perco sombra e Sol. ¡ Ah, piedade, meu coração está atormentado, está dilacerado em pedaços, não posso viver mais! Ah, se pudesse morrer ao menos!” Enquanto dizia isto, assim que veio o meu sempre amável Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, estou aqui dentro de ti, se queres reconhecer-te em Mim, e dentro de Mim vem reconhecer-te; se vens em Mim para te reconheceres, te porás em ordem, porque em Mim encontrarás tua imagem feita por Mim e semelhante a Mim, encontrarás tudo o que é necessário para conservar e embelezar esta imagem, e vindo a reconhecer-te em Mim, reconhecerás também ao próximo em Mim, e vendo como te amo a ti e como amo ao próximo, elevar-te-ás ao grau do verdadeiro amor divino, e tudo, dentro e fora de ti, As coisas tomarão a verdadeira ordem, que é a ordem divina. Mas se te queres reconhecer dentro de ti, em primeiro lugar não te reconhecerás verdadeiramente, pois te faltará a luz divina em segundo lugar, todas as coisas as encontrarás em desordem e contendem entre elas : a miséria, a debilidade, as trevas, as paixões e tudo o mais, será a desordem que encontrarás dentro e fora de ti, que não só farão a guerra a ti, mas também entre elas para ver qual te faz mais mal, e imagina-te tu mesma em que ordem te
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porão ao próximo. E não só quero que te reconheças em Mim, senão que se queres recordar-te de ti deves vir a fazê-lo em Mim, de outra maneira se queres recordar-te de ti sem Mim, farás mais mal que bem”.
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Novembro 25,1912
As ações das almas que fazem sua vida na Vida de Jesus, são todas de ouro e de preço incalculável porque são divinas.
(1) Esta manhã meu sempre amável Jesus parece que veio segundo o costume de antes, se bem que me pareceu como se fosse só de passagem, e tinha ânsia de me ver e de entreter-se comigo ao familiar. Eu, vendo-o tão bom, doce e benigno esqueci todos os seus contrastes, as privações, e vendo-o com uma coroa de espinhos grande e muito tupida lhe disse: “Doce amor meu e vida minha, faze-me ver que continuas a amar-me, esta coroa que te cinge a cabeça que te prende a Ti e a mim com as mesmas mãos”. E o amável Jesus imediatamente a tirou e com as suas próprias mãos a colocou e oprimiu em minha cabeça. ¡ Oh, como me sentia feliz com os espinhos de Jesus, perfurantes, sim, mas doces! Ele me olhava com amorosa ternura, e eu, vendo-me tão ternamente olhar, tomando ânimo acrescentei: “Jesus, meu coração, não me bastam os espinhos para estar segura que me ama como antes, não tem os cravos para crucificar-me? Em breve, ó! Jesus, não me tenhas mais em dúvida, pois a única dúvida de não ser sempre mais amada por Ti, dá-me morte contínua, crucifica-me!”
(2) E Ele: “Minha filha, não encontro pregos, mas para te contentar te trespassarei com uma lança”.
(3) E assim, tomando minhas mãos as rasgou, e depois os pés; eu sofria, sim, sentia que nadava em um mar de dor, mas também de amor e doçura ao mesmo tempo, e parecia que Jesus não podia separar de mim seus ternos e amorosos olhares, e, pondo-me e cobrindo-me toda com o seu manto real, disse-me:
(4) “Doce filha minha, deixa já toda dúvida sobre meu Amor por ti; é mais, te digo para te dar ânimo, que em qualquer modo em que me mostre, seja que me veja irado, ou que me veja como relâmpago, ou que não te fale, recorda que bastará só com uma renovação de espinhos, de cravos que te faça, para nos pormos de novo nas estreitas amorosas e intimidades mais ainda que antes, por isso fique contente, e Eu continuarei com os flagelos no mundo”.
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(5) Disse-me outras coisas, mas a força das dores não me deixa recordá-las bem. Então fiquei de novo sozinha, sem Jesus e desabafei com minha doce Mãe chorando e pedindo-lhe que fizesse voltar Jesus, e minha Mãe me disse:
(6) “Doce filha minha, não chores, deves agradecer a Jesus como se comporta contigo e a graça que te dá, que nestes tempos de flagelos não te faz separar da sua Santíssima Vontade, graça maior não te poderia dar”.
(7) Depois voltou Jesus e, vendo-me que tinha chorado, disse-me:
(8) “Por que choraste?”
(9) E eu: “Chorei com a minha mãe, não é que tenha chorado com outra pessoa, e chorei porque tu não estavas”. E Jesus tomando minhas mãos nas suas parecia que me aliviava as dores, e logo me fez ver duas escadas altas da terra ao Céu, em uma havia muita gente e na outra pouquíssima. Na qual havia poucos era de ouro maciço e os poucos que subiam por ela parecia que eram outros tantos Jesus, assim que cada um deles era um Jesus; na outra, onde havia mais gente, parecia de madeira, e se distinguia quem eram as pessoas, quase todas baixas e sem grande desenvolvimento. E Jesus me disse:
(10) “Minha filha, na escada de ouro sobem aqueles que fazem sua vida em minha Vida, assim que posso dizer: “São meus pés, minhas mãos, meu coração, todo eu mesmo”. Como você vê, porque são outros Eu eles são todos para Mim e Eu sou vida deles, suas ações são todas de ouro e de preço incalculável, porque são divinas, sua altura ninguém poderá alcançá-la jamais, porque são minha mesma vida, quase ninguém os conhece porque vivem escondidos em Mim, só no Céu se terá perfeito conhecimento deles. A escada de madeira na qual há mais gente, são as almas que caminham pelo caminho das virtudes, sim, mas não com a união de minha Vida e com a conexão contínua com minha Vontade, suas ações são de madeira, porque unicamente a união Comigo forma a ação de ouro, portanto são de preço mínimo, são baixas de altura, quase raquíticas, porque em suas ações boas muitos fins humanos misturam, e os fins humanos não dão crescimento; são conhecidas por todos porque não vivem escondidas em Mim, mas vivem nelas mesmas, Portanto, ninguém as cobre, e ao Céu não farão nenhuma surpresa, pois eram conhecidas até na Terra. Por isso minha filha toda em minha Vida te quero, nada na tua, e te recomendo aos que tu sabes e vês, que se mantenham fortes e constantes na escada de minha Vida”.
(11) E apontava-me a alguns que eu conheço, e desapareceu.
(12) Seja tudo para sua glória.
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Dezembro 14,1912
Quem está na Divina Vontade abraçando tudo, rezando e reparando por todos, toma para si só o Amor que Deus tem para todos. Quem está de todo na Divina Vontade não está sujeito a tentações.
(1) Esta manhã meu sempre amável Jesus ao vir me amarrava com um fio de ouro dizendo-me: (2) “Minha filha, não te quero atar com cordas e correntes; com os rebeldes se usam cordas e correntes de ferro, mas com os dóceis, com quem não querem outra vida que minha Vontade e não tomam outro alimento que meu Amor, apenas um fio se necessita para tê-los unidos Comigo, e muitas vezes nem sequer me sirvo deste fio, pois estão tão adentrados em Mim que formam uma só coisa Comigo, e se o uso é quase para entreter-me em torno deles”. (3) Então, enquanto Jesus me atava eu me encontrei no mar interminável da Vontade do meu doce Jesus, e por conseqüência em todas as criaturas, e ia me estendendo na mente de Jesus, nos olhos de Jesus, na boca, no coração, e assim, na mente, nos olhos e em tudo o resto das criaturas e fazia tudo o que Jesus fazia. Oh! como com Jesus se abraça tudo, não fica excluído nenhum. Depois Jesus adicionou:
(4) “Quem está em minha Vontade abraçando tudo, rezando e reparando por todos, toma em si só o amor que tenho por todos, assim que o amor que tenho por todos o encerra sozinha, e por quanto a amo, outro tanto me é querida, outro tanto bela, assim que tudo deixa atrás dela”. (5) Então eu, tendo lido que quem não é tentado não é agradável a Deus, e parecendo-me que há muito tempo não sei o que é tentação, tenho dito a Jesus e Ele me disse: (6) “Minha filha, quem está de todo em minha Vontade não está sujeito a tentações, porque o demônio não tem o poder de entrar em minha Vontade, e não só isto, senão que o demônio mesmo não quer entrar, porque minha Vontade é luz, e a alma ante esta luz conheceria muito bem suas astúcias, Portanto, zombaria do inimigo, que não tolera tais zombarias e que são mais terríveis do que o próprio inferno, e com todas as suas forças as evita. Tenta sair da minha Vontade e verás quantos inimigos te choverão em cima. Quem está em minha Vontade leva sempre em alto a bandeira da vitória, e dos inimigos nenhum ousa fazer frente a esta bandeira inexpugnável”.
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11-44
Dezembro 20,1912
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Por quanto mais substância de Divina Vontade contém a alma, tanto mais amor produz.
(1) Nestes últimos dias parecia que meu sempre amável Jesus tinha vontade de falar de seu Santo Querer, vinha, dizia duas palavras e fugia. Lembro-me que uma vez me disse: (2) “Minha filha, com quem faz a minha Vontade sinto-me no dever de lhe dar as minhas virtudes, a minha beleza, a minha força, numa palavra, tudo o que Eu sou, e se não o desse, negaria a Mim mesmo”.
(3) Noutra ocasião, lendo acerca do terrível do juízo, e ficando muito entristecida, o meu doce Jesus disse-me:
(4) “Minha filha, por que queres entristecer-me?”
(5) E eu: “Não tento entristecer-te a Ti, mas a mim”.
(6) E Ele: “Ah! , não queres compreender, que os desgostos, as tristezas e qualquer coisa que pudesse sofrer quem faz minha Vontade, recaem sobre Mim e as sinto como próprias, e posso dizer a quem faz minha Vontade: “As leis não são para ti, para ti não há julgamentos”. E se quisesse julgá-la seria como alguém que quisesse ir contra si mesmo, é mais, quem faz minha Vontade, em vez de ser julgada entra no direito de julgar aos demais”.
(7) Depois acrescentou: “A boa vontade da alma em fazer o bem é uma potência sobre meu coração, e esta potência me conduz tanto, que me obriga a dar-lhe o que quer”. (8) Depois estava pensando no que agradaria mais ao bendito Jesus, “o amor ou sua Vontade”. (9) E Jesus: “Minha filha, sobretudo deve ter a primazia meu Querer. Olhe um pouco você mesma, tem um corpo, uma alma, está composta de inteligência, de carne, de ossos, de nervos, mas não é de frio mármore, contem também um calor, assim que a alma, a inteligência, o corpo, a carne, os ossos, os nervos, devem ser minha Vontade, e o calor que contém, o amor. Olhe a chama, o fogo; a chama, o fogo, deve ser minha Vontade, e o calor que produz a chama e o fogo, o amor. Assim em todas as coisas a substância deve ser minha Vontade, os efeitos o amor; o um e a outra estão tão conectados juntos, que não pode estar um sem a outra, assim que quanto mais substância de minha Vontade a alma contém, mais amor produz”.
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11-45
Janeiro 22,1913
As Três Paixões de Jesus.
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(1) Estava pensando na Paixão de meu sempre amável Jesus, especialmente no que sofreu no jardim, então me encontrei toda imersa em Jesus e Ele me disse:
(2) “Minha filha, minha primeira Paixão foi o amor, porque o homem ao pecar, o primeiro passo que dá no mal é a falta de amor, portanto, faltando o amor precipita-se na culpa; por isso, o Amor para refazer-se em Mim desta falta de amor das criaturas, fez-me sofrer mais que todos, quase me triturou mais que sob uma prensa, deu-me tantas mortes por quantas criaturas recebem a vida.
(3) O segundo passo que acontece na culpa é defraudar a glória de Deus, e o Pai para refazer se da glória tirada pelas criaturas fez-me sofrer a Paixão do pecado, isto é, cada culpa me dava uma paixão especial; se a paixão foi uma, O pecado, ao contrário, deu-me tantas paixões por
todas as culpas que serão cometidas até ao fim do mundo; e assim recusou a glória do Pai. (4) O terceiro efeito que produz a culpa é a debilidade no homem, e por isso quis sofrer a Paixão pelas mãos dos judeus, esta é a minha terceira Paixão, para refazer o homem da força perdida. (5) Assim que com a Paixão do amor se recusou e se pôs em justo nível o Amor, com a Paixão do pecado se recusou e se pôs a nível a glória do Pai, com a Paixão dos judeus se pôs a nível e se recusou a força das criaturas. Tudo isto sofri no jardim, foi tal e tanto o sofrimento, as mortes que sofri, os espasmos atrozes, que teria morrido de verdade se a Vontade do Pai tivesse chegado a que Eu morresse”.
(6) Depois, continuei a meditar, quando o meu amável Jesus foi lançado pelos inimigos na torrente de Cedron. O bendito Jesus se fazia ver em um aspecto que movia a piedade, todo banhado com aquelas águas imundas e me disse:
(7) “Minha filha, ao criar a alma a vesti de um manto de luz e de beleza; o pecado tira este manto de luz e de beleza e a cobre com um manto de trevas e de feiúra, tornando-a repugnante e nauseante, e Eu para tirar este manto tão nauseante que o pecado põe a alma, permiti que os judeus me jogassem nesta torrente, onde fiquei como que coberto dentro e fora de mim, porque estas águas pútridas me entraram até as orelhas, nos narizes, na boca, tanto, que os judeus tinham asco de me tocar. ¡ Ah, quanto me custou o amor das criaturas, até me tornar nauseante a mim mesmo!”
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11-46
Fevereiro 5,1913
Quem não faz a Vontade de Deus tudo rouba.
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(1) Esta manhã, meu sempre amável Jesus veio e me disse:
(2) “Minha filha, quem não faz minha Vontade não tem razão de viver na terra, a vida se torna sem finalidade, sem meio e sem fim. É propriamente como uma árvore que não sabe e não pode produzir nenhum fruto, ou ao mais frutos venenosos, que envenenam sempre mais a ele mesmo, e envenenam a qualquer que imprudentemente os pudesse comer, esta árvore não faz outra coisa que roubar as pobres fadigas do agricultor, que com fadiga e suores está a seu redor agitando a terra. Assim a alma que não faz a minha vontade está em contínua atitude de me roubar, e os furtos que me faz os converte em veneno; assim que está ao meu redor só para me roubar, me rouba a obra da Criação, a da Redenção e a da Santificação em relação a ela; me rouba a luz do sol, o alimento que toma, o ar que respira, a água que lhe tira a sede, o fogo que a aquece, a terra que pisa, porque tudo isto é de quem faz a minha vontade, tudo o que é meu é deles; em troca quem não faz a minha vontade não tem nenhum direito, E é por isso que me sinto constantemente roubado. Portanto, quem não faz a minha Vontade deve ter-se como estrangeiro nocivo e fraudulento, e por isso é necessário acorrentá-lo e jogá-lo nas prisões mais profundas”.
(3) Dito isto, desapareceu como um relâmpago. Outro dia, ao vir me disse: (4) “Minha filha, queres saber qual é a diferença entre minha Vontade e o Amor? Minha Vontade é Sol, o amor é fogo. Minha Vontade como sol não tem necessidade de alimento, nem cresce nem decresce na luz e no calor, sempre, sempre igual a si mesmo, sempre puríssima sua luz. Em troca o fogo que simboliza o amor, tem necessidade de lenha para alimentar-se, e se falta a lenha chega até a apagar-se, cresce e decresce segundo a lenha que se põe, portanto está sujeito a instabilidade, e sua luz é sempre obscura, misturada com fumaça, especialmente se o amor não está regulado por minha Vontade”.
(5) Dito isto desapareceu e me ficou na mente uma luz na qual compreendia que a Vontade de Deus para a alma é como um sol, porque as ações que se fazem como amadas por Deus formam uma só coisa com a Vontade Divina, e assim se forma o sol, a lenha que mantém este sol é a ação humana e todo o próprio ser unido à ação e ao Ser Divino, assim que a alma se faz lenha ela mesma, fornecida pela Vontade Divina, e esta lenha não pode faltar, por isso este sol não tem necessidade de alimento, nem cresce nem decresce, é sempre igual a Si mesmo, é puríssima sua luz, porque toma parte em tudo, e o Ser Divino e a lenha divina nunca se acabam e não estão sujeitas a fumaça. Não explico mais porque acredito que o resto se compreende por si só, ou seja, o referente ao amor.
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11-47
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Volume 11
Fevereiro 19,1913
A Vontade de Deus é ópio que adormece o humano na alma.
(1) Continuando meu estado habitual, e tendo feito a Santa Comunhão, meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, minha Vontade é como o ópio ao corpo. Os pobres pacientes devem sofrer uma cirurgia, a amputação de uma perna, de um braço, adormecem-nos com o ópio, com isto não sentem a acuidade da dor, e depois, já despertos, encontram-se com os efeitos da operação feita; e se não sofreram tanto, A virtude foi somente do ópio. Tal é minha Vontade, é ópio da alma que entorpece a inteligência, o amor próprio, a própria estima, tudo o que é humano, e não deixa penetrar até o fundo um desgosto, a calúnia, o sofrimento, um estado de penas internas da alma, porque o ópio da minha Vontade a tem como adormecida, mas com tudo e isto se encontram os mesmos efeitos e os mesmos méritos, é mais, oh! quanto os supera, como se tivesse sentido muito bem aquele sofrimento, mas com esta diferença: Que o ópio para o corpo se compra e não se pode usar freqüentemente, nem todos os dias, e se se quisesse abusar ficaria a pessoa entontecida, especialmente se é de constituição débil; em troca o ópio de minha Vontade dou-o grátis e se pode tomar em todos os momentos, e quanto mais frequentemente o tomar, tanto mais luz de razão adquire, e se é fraca adquire a força divina”.
(3) Depois disso eu parecia ver várias pessoas ao meu redor e eu disse a Jesus: Quem são?” (4) E Jesus: “São as que te confiei há algum tempo, as recomendo, vigia sobre elas, por isso quero formar este nó de união entre você e elas, para tê-las sempre em torno de Mim”. (5) E indicou-me uma de modo especial. E eu: “Ah! Jesus, esqueceste-te da minha miséria e nulidade, e da minha extrema necessidade? O que farei?”
(6) E Jesus: “Minha filha, tu não farás nada, como nunca fizeste. Eu falarei e farei em ti, e falarei por meio da tua boca, basta que me deixes fazê-lo tu e que haja boa disposição nelas, e Eu me prestarei a tudo, e ainda que te tenha adormecida em minha Vontade, quando for necessário te despertarei e te farei falar a elas, E eu me deleitarei mais em ti ouvindo-te falar, seja na vigília ou no sonho da minha Vontade”.
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11-48
Março 16,1913
O fervor em rezar. O gelo na Vontade de Deus é fogo. Alimento das almas.
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Volume 11
(1) Escrevo pequenas coisas que o bendito Jesus me disse em todos estes dias passados. Lembro-me que me sentia indiferente, fria, mas apesar disso fazia o que é meu costume fazer, e pensava para mim: “Quem sabe quanta glória mais dava a Nosso Senhor quando me sentia ao contrário de como me sinto hoje?” E Jesus bendito me disse:
(2) “Minha filha, quando a alma reza com fervor é o incenso com fumaça, ao contrário quando reza fria, mas sem que tenha feito entrar nela alguma coisa estranha a Mim, é o incenso sem fumaça; assim que um ou o outro me são agradáveis, mas mais o incenso sem fumaça, porque a fumaça sempre dá algum desconforto aos olhos”.
(3) Sentindo-me igual, o amável Jesus me disse:
(4) “Minha filha, o gelo em minha Vontade é mais ardente que o fogo. O que te impressionaria mais, ver que o gelo tem a virtude de queimar e destruir qualquer coisa que o possa tocar, ou o fogo que converte as coisas em fogo? Certamente que o gelo. ” Ah! minha filha, em minha Vontade as coisas mudam natureza, assim que o gelo em minha Vontade tem virtude de destruir qualquer coisa que não seja digna de minha santidade, e volta a alma pura, nítida e santa, tal como gosto a Mim, não como gosta a ela. Esta é a cegueira das criaturas, e mesmo daquelas que se dizem boas, ao sentirem-se frias, miseráveis, débeis, oprimidas e demais, e quanto mais se sentem mal, tanto mais se agacham em sua vontade e se tecem um labirinto para envolver-se de mais em seus males, em vez de dar um salto à minha Vontade onde encontrariam o gelo fogo, a miséria riqueza, a debilidade força, a opressão alegria. Eu com toda intenção as faço sentir assim de mal, para dar em minha Vontade o contrário dos males que têm, mas as criaturas não querendo entendê-lo de uma vez por todas, lançam no vazio meus desígnios sobre elas. ¡¡ Que cegueira! Que cegueira!”
(5) Outro dia Jesus me disse:
(6) “Minha filha, vê de que se nutre quem faz a minha vontade”.
(7) Então eu via um sol que expandia inúmeros raios, tão esplêndido, que o nosso parecia apenas uma sombra, e poucas almas mergulhadas nesta luz, e estavam com a boca nestes raios como se fossem seios para mamar, alheios a todas as demais coisas, como se nada fizessem, E enquanto parecia que não faziam nada, delas saía todo o obrar divino. O meu sempre amável Jesus acrescentou:
(8) “Viste a felicidade de quem faz a minha Vontade, e como só destas almas sai a repetição das minhas obras? Assim que quem faz minha Vontade se nutre de luz, ou seja de Mim, e enquanto faz nada faz tudo, por isso pode estar segura que o que pensa, obra e diz é efeito do alimento que toma, ou seja, que tudo é fruto de meu Querer”.
43
Volume 11
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11-49
Março 21,1913
O abandono da alma na Vontade de Deus é ópio para Jesus. O ar das almas.
(1) Continuando meu habitual estado, estava dizendo ao doce Jesus que tivesse a bem me fazer participar em suas penas, e Ele me disse:
(2) “Minha filha, o ópio da alma é minha Vontade, meu ópio é a vontade da alma abandonada na minha, unida ao puro amor. Este ópio que a alma me dá tem a virtude de que os espinhos percam em Mim a virtude de picar, os cravos de perfurar, as chagas de dar dor, tudo me acalma e adormece, assim que você me deu o ópio, como queres que te faça parte de minhas penas? Se não as tenho para Mim menos para ti”.
(3) E eu: “Ah Jesus, como você sabe sair, parece que quer jogar e para não me contentar se safa com essas palavras”.
(4) E Ele: “Não, não, é verdade, é exatamente assim. Tenho necessidade de muito ópio, e te quero tão abandonada em Mim que não te sinta mais a ti mesma, assim que não reconhecerei mais quem és tu, senão que somente me reconhecerei a Mim em ti, assim que te direi que és minha alma, minha carne, meus ossos. Nestes tempos tenho necessidade de muito ópio, porque se eu acordar, em dilúvio farei cair os flagelos”.
(5) E desapareceu. Pouco depois voltou e acrescentou:
(6) “Minha filha, muitas vezes acontece às almas o que acontece no ar: O ar, pelos fedores que exala a terra se suja e se sente um ar pesado, oprimindo e nauseante, de modo que são necessários os ventos para limpar o ar, de maneira que purificado o ar se respira depois um ventinho finíssimo, que se estaria a boca aberta para respirar este ar purificado. Tudo isto acontece nas almas, muitas vezes a complacência, a estima própria, o eu e tudo o que é humano sujam o ar da alma, e Eu vejo-me obrigado a enviar-lhes o vento da frieza, o vento da tentação, da aridez, da calúnia, de modo que estes ventos limpam o ar da alma e a purificam, a reduzem a nada, e a nada abre a porta ao Tudo, a Deus, e o Tudo faz soprar tantos brisas perfumadas, de modo que a boca aberta toma este ar e a deixa toda santificada”.
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11-50
Março 24,1913
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Volume 11
Jesus é o contente dos contentes.
(1) Sentia um certo descontentamento pelas privações de meu sempre amável Jesus, e Ele assim que veio me disse:
(2) “Minha filha, o que faz? Eu sou o contente dos contentes; estando em ti e sentindo alguns descontentamentos venho a reconhecer que és tu, e portanto não me reconheço só em ti, porque os infelicidades são parte da natureza humana, não da divina, enquanto minha Vontade é que o humano não exista mais em ti, senão só minha Vida Divina”.
(3) Acrescento que pensava entre mim na doce Mãe, e Jesus disse-me:
(4) “Minha filha, à minha querida Mãe nunca lhe escapou o pensamento da minha Paixão, e à força de a repetir encheu-se toda, toda de Mim. Assim acontece à alma, à força de repetir o que Eu sofri vem a encher-se de Mim”.
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11-51
Abril 2,1913
A alma que faz a Vontade de Deus é seu respiro.
(1) Estando toda afligida pelas privações de meu doce Jesus, Ele veio por detrás de meus ombros e passando uma mão por diante de minha boca, afastou-me os lençóis que estavam tão perto de mim que me impediam respirar livremente, e depois me disse:
(2) “Minha filha, quem faz minha Vontade é meu fôlego, e contendo meu fôlego todos os respiros das criaturas, desde dentro da alma que faz minha Vontade dou o fôlego a todos, eis porque te afastei os lençóis, porque me sentia também Eu impedida a respiração”.
(3) E eu: “Ah! Jesus, o que dizes? Eu sinto mais que me deixaste e que te esqueceste de tantas promessas que me fizeste”.
(4) E Ele: “Minha filha, não me digas isso porque me ofendes e me forças a fazer-te provar em verdade o que significa deixar-te”.
(5) Depois acrescentou com toda doçura: “Quem faz minha Vontade representa ao vivo o período de minha Vida na terra, que enquanto externamente parecia homem, ao mesmo tempo era sempre o Filho amado de meu querido Pai. Assim a alma que faz minha Vontade, externamente tem a pele da humanidade, mas por dentro se encontra minha pessoa, inseparável como Eu no Amor e na Vontade da Trindade Sacrossanta, assim que a Divindade diz: Esta é outra filha que temos sobre a terra, por amor a ela sustentemos a terra, porque faz em tudo nossas vezes”.
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Volume 11
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11-52
Abril 10,1913
Efeitos do exercício das horas da Paixão.
(1) Esta manhã o meu sempre amável Jesus veio, e me apertando ao seu coração me disse: (2) “Minha filha, quem pensa sempre na minha Paixão forma no seu coração uma fonte, e quanto mais pensa nela, tanto mais esta fonte se alarga, e como as águas que brotam são águas comuns a todos, assim esta fonte da minha Paixão que se forma no coração serve para bem da alma, para minha glória e para o bem das criaturas”.
(3) E eu: “Dize-me bem meu, o que darás em recompensa àqueles que farão as horas da Paixão como Tu as me ensinaste?”
(4) E Ele: “Minha filha, estas horas não as considerarei como vossas coisas, mas como feitas por Mim, dar-vos-ei os mesmos méritos como se Eu estivesse sofrendo em ato minha Paixão e os mesmos efeitos segundo as disposições das almas, isto na terra, prêmio maior não poderia dar lhes logo no Céu a estas almas as porei de frente, flechando-as com flechas de amor e de alegrias por quantas vezes fizeram as horas de minha Paixão, e elas flecharam a Mim. Que doce encanto será isto para todos os bem-aventurados!”
(5) Depois ele adicionou: “Meu Amor é fogo, mas não como o fogo material que destrói as coisas e as converte em cinzas, meu fogo vivifica, aperfeiçoa, e se queima e consome o faz com tudo o que não é santo, os desejos, os afetos, os pensamentos que não são bons: esta é a virtude de meu fogo: Queima o mal e dá vida ao bem; assim que a alma não sente em si nenhuma tendência ao mal, pode estar segura de que está nela meu fogo, mas se sente em si fogo e mistura de mal, há muito que duvidar que seja meu verdadeiro fogo”.
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Maio 9,1913
Jesus e sua Mãe foram inseparáveis. Isto acontece também às almas quando estão verdadeiramente unidas com Jesus.
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Volume 11
(1) Enquanto rezava, estava pensando no momento em que Jesus se despediu da Mãe Santíssima para ir sofrer sua Paixão, e dizia entre mim: “Como é possível que Jesus se tenha separado da querida Mãe, e Ela de Jesus?” E o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, certamente que não podia haver separação entre Eu e minha doce Mamãe, a separação foi só aparentemente, Eu e Ela estávamos fundidos juntos, e era tal e tanta a fusão que Eu fiquei com Ela, e Ela veio Comigo, assim se pode dizer que houve uma espécie de bilocação. Isto acontece também às almas quando estão unidas verdadeiramente Comigo, e se rezando fazem entrar em suas almas como vida a oração, acontece uma espécie de fusão e de bilocação, Eu onde quer que me encontre as levo Comigo e Eu fico com elas.
(3) Minha filha, tu não podes compreender bem o que foi a minha querida Mãe para mim. Eu, vindo à terra não podia estar sem Céu, e meu Céu foi minha Mamãe. Entre Eu e Ela passava tal eletricidade, que nem sequer um pensamento houve nela que não o tomasse de minha mente, e este tomar de Mim a palavra, e a vontade, e o desejo, e a ação, e o passo, em suma, tudo, formava neste Céu o sol, as estrelas, a lua e todas as alegrias possíveis que a criatura pode me dar e que pode ela mesma gozar. ¡ Oh como me deleitava neste Céu, como me sentia consolado e refeito de tudo! Também os beijos que me dava minha Mãe encerravam o beijo de toda a humanidade e me restituíam o beijo de todas as criaturas; em tudo me sentia a minha doce Mamãe, me a sentia no respiro, e se era afanoso me aliviava; me a sentia no coração, E, se eu estava amargurado, adoçava-o; no caminho, e se estava cansado, dava-me alento e repouso; e quem pode dizer-te como me sentia na Paixão? Em cada flagelo, em cada espinho, em cada chaga, em cada gota de meu sangue, em tudo me sentia e me fazia o ofício de minha verdadeira Mãe. ¡ Ah, se as almas me correspondessem, se tudo tomassem de Mim, quantos céus e quantas mães teria sobre a terra!”
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Maio 21,1913
Como se forma a verdadeira consumação.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, Jesus sempre gentil me disse: (2) “Minha filha, Eu quero a verdadeira consumação em você, não fantástica, mas verdadeira, mas de modo simples e factível. Suponha que lhe viesse um pensamento que não é para Mim, você deve destruí-lo e substituí-lo com o divino, e assim terá feito a consumação do pensamento humano e terá adquirido a vida do pensamento divino; assim também se o olho quer olhar
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Volume 11
alguma coisa que me desagrada ou que não se refere a Mim, e a alma se mortifica, tem consumado o olho humano e tem adquirido o olho da Vida Divina, e assim o resto de seu ser. ¡ Oh! , como estas novas Vidas Divinas sinto-as correr em Mim e tomam parte em todo meu obrar, amo tanto estas vidas, que por amor delas cedo a tudo. Estas almas são as primeiras diante de Mim, e se as abençoo, através delas vêm abençoadas as demais; são as primeiras beneficiadas, amadas, e por meio delas vêm beneficiadas e amadas as demais”.
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11-55
Junho 12,1913
A Santíssima Trindade nas almas.
(1) Enquanto rezava, estava unindo minha mente à de Jesus, meus olhos aos de Jesus, e assim por diante, procurando fazer o que fazia Jesus com sua mente, com seus olhos, com sua boca, com seu coração, e assim por diante de tudo o resto, e como parecia que a mente de Jesus, Seus olhos, etc., se difundiam para bem de todos, assim parecia que eu unindo-me e ensimesmada em Jesus me difundia também para bem de todos. Então pensei entre mim: “Que meditação é essa? Que oração? Ah, não sou boa para nada, não sei nem sequer meditar nada!” Mas enquanto isso pensava, Jesus sempre me disse:
(2) “Minha filha, como é que te afliges por isso? Em vez de te afligir deverias alegrar-te, porque quando tu meditavas e tantas belas reflexões surgiam em tua mente, tu não fazias outra coisa que tomar de Mim parte de minhas qualidades e de minhas virtudes; agora, tendo ficado só o poder unir-te e ensimesmar te a Mim, tomas de Mim tudo, e não sendo boa para nada, Comigo és boa para tudo, porque Comigo queres o bem de todos, e só com o desejar, o querer o bem, produz na alma uma fortaleza que a faz crescer e a fixa na Vida Divina. Além disso, ao unir-se e ensimesmar-se Comigo, une-se com minha mente, e assim tantas vidas de pensamentos santos produz nas mentes das criaturas; conforme se une com meus olhos, assim produz nas criaturas tantas vidas de olhares santas; assim, se se unir à minha boca, dará vida às palavras; se se unir ao meu coração, aos meus desejos, às minhas mãos, aos meus passos, assim a cada batida dará uma vida, vida aos desejos, às ações, aos passos, mas vidas santas, porque contendo em Mim o poder criador, Junto comigo a alma cria e faz o que eu faço. Agora, esta união Comigo, parte por parte, mente por mente, coração por coração, etc., produz em ti, em grau mais alto, a Vida da minha Vontade e do meu Amor, e nesta Vontade vem formado o Pai, no Amor o Espírito Santo, e do obrar, das palavras, das obras, dos pensamentos e de tudo o mais que pode sair
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Volume 11
desta Vontade e deste Amor vem formado o Filho, e eis a Trindade nas almas, portanto, se devemos agir, é indiferente operar na Trindade no Céu ou na Trindade das almas na terra. Eis por que te vou tirar todo o resto, ainda que coisas boas e santas, para poder te dar o mais bom e o mais santo, que sou Eu mesmo, e poder fazer de ti outro Eu mesmo, quanto a criatura é possível. Creio que não te lamentarás mais, não é verdade?”
(3) E eu: “Ah, Jesus, Jesus! Eu, por outro lado, sinto que me tornei má, má, e o maior mal é que não sei encontrar esta minha maldade, porque encontrando-a, pelo menos faria o que posso para a tirar”.
(4) E Jesus: “Basta, basta, tu queres adentrar-te demasiado no pensamento de ti mesma, pensa em Mim e Eu pensarei na tua maldade, entendeste?”
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11-56
Junho 24,1913
(Sem título)
(1) A alma que não apetece o bem, sente como uma náusea e uma rejeição de dito bem, e por isso essas almas são a rejeição de Deus
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Agosto 20,1913
Para viver na Divina Vontade, a vida da própria vontade deve terminar.
(1) Enquanto rezava, via em mim Jesus, sempre amável, e outras almas à minha volta, que diziam: “Senhor, tudo puseste nesta alma”. E, estendendo as mãos para mim, diziam: “Já que Jesus está em ti, e com Ele todos os bens, toma e dá-nos”. Eu fiquei confusa, e o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, na minha Vontade estão todos os bens possíveis, e a alma que vive nela é necessário que esteja com confiança, trabalhando junto Comigo como dona. Tudo esperam as criaturas desta alma, e se não o têm sentem-se defraudadas; e como pode dar se não está com toda confiança operando junto Comigo? Por isso a alma que vive em minha Vontade é necessária a confiança para dar, a simplicidade para comunicar-se a todos, com o desinteresse de si para poder viver toda para Mim e para o próximo. Tal sou Eu”.
(3) Depois acrescentou: “Minha filha, a quem na verdade faz minha Vontade acontece como à árvore enxertada, que a força do enxerto tem virtude de fazer destruir a vida da árvore que
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Volume 11
recebe o enxerto, assim que não mais os frutos, as folhas da primeira árvore se vêem, senão os do enxerto, e se a primeira árvore dissesse ao enxerto, “quero reter para mim pelo menos um pequeno galho para poder dar também eu algum fruto para poder fazer conhecer a todos que eu existo ainda”, o enxerto lhe responderia: “Tu já não tens razão de existir, depois de que te submeteste a receber meu enxerto a vida será toda minha”. Assim a alma que faz minha vontade pode dizer: “Minha vida acabou, não mais minhas obras sairão de mim, meus pensamentos, minhas palavras, senão as obras, os pensamentos, as palavras daquele cuja Vontade é minha vida”. Assim eu digo a quem faz meu Querer: “Você é vida minha, sangue meu, ossos meus”. Então acontece a verdadeira, real, Sacramental transformação, não em virtude das palavras do sacerdote, mas em virtude da minha Vontade. Enquanto a alma se decide a viver em meu Querer, minha Vontade me cria a Mim mesmo na alma, e à medida que meu Querer corre na vontade, nas obras, nos passos da alma, tantas criações minhas recebe. Acontece propriamente como a um cálice cheio de partículas consagradas, por quantas partículas há, tantos Jesus estão, um em cada partícula. Assim a alma, em virtude de minha Vontade me contém em tudo e em cada parte de seu ser; quem faz minha Vontade faz a verdadeira comunhão eterna, e comunhão com fruto completo”.
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11-58
Agosto 27,1913
O inimigo por via indireta busca turbar a alma.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava me lamentando com meu sempre amável Jesus por meu pobre estado presente, e com toda a amargura de minha alma lhe dizia: “Vida de minha vida, não queres já ter compaixão de mim? Para que viver com isso? Não queres mais servir-te de mim, tudo terminou, é tal e tanta minha amargura que pela dor me sinto petrificada, mas o que é mais, que enquanto eu estou toda abandonada em teus braços, como se nem sequer desse um pensamento a minha grande desventura, Os outros, e tu sabes quem são, sussurram-me ao ouvido: “E, como? E por quê? Então você cometeu pecados? Você se distraiu”. E o que é pior, enquanto me dizem isto, eu sinto que não quero ouvi-los, pois é como se interrompessem o sonho que Você me faz fazer nos braços de sua Vontade. ¡ Ah! Jesus, talvez não tenha se dado conta de quão duro me é esta dor, pois de outra maneira viria me socorrer”. E outras muitas tolices lhe dizia. Então o bendito Jesus me disse:
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Volume 11
(2) “Minha filha, pobre filha minha, querem te afligir, não é verdade? ¡Ah, minha filha, faço tanto para te ter em paz e eles querem te perturbar! Não, não, deves saber que o primeiro a ficar chateado se tu te ofenderes seria Eu, e por isso seria o primeiro a dizer-te, e se nada te digo, não te preocupes. Mas, quer saber quem é a causa de tudo isto? É o demônio. Ele se corrói de raiva e cada vez que falas dos efeitos de minha Vontade a quem se aproxima, monta em furor, e não podendo ele aproximar-se a quem faz minha Vontade diretamente, dá a volta e vai a quem pode aproximar-te sob aspecto de bem, para ter pelo menos a mísera tentativa de perturbar o céu sereno da alma na qual me deleito em habitar, por isso de longe troveja e relampeja acreditando fazer com isto alguma coisa, mas pobrezinho, a força de minha Vontade rompe suas pernas e faz cair trovões e relâmpagos sobre ele mesmo, e fica mais enfurecido que antes. Além disso, não é verdade como você diz: Que vantagem tem o meu estado? Deves saber que na alma que faz em verdade minha Vontade, é tal e tanta a virtude de meu Querer, que no lugar onde esteja dita alma, se Eu me aproximo para mandar castigos, encontrando minha Vontade e meu mesmo Amor, não quero castigar a Mim mesmo nessa alma, é mais, por ela fico ferido e sem forças, e em lugar de castigar vou lançar-me nos braços dessa alma que contém meu Querer e meu Amor, me descanso e fico descansando. ¡ Ah, se tu soubesses em que aperto de amor me pões e quanto sofro quando te vejo minimamente descontente ou perturbada por minha causa, estarias mais contente e os outros deixariam de te causar incômodo!”.
(3) E eu: “Vês, ó! Jesus, quantos males faço, até te fazer sofrer tanto?” E Jesus imediatamente: (4) “Minha filha, não te perturbes por isso, os sofrimentos que me vêm do amor da alma contêm ao mesmo tempo grandes alegrias, porque o amor verdadeiro, porque leva sofrimentos, não está jamais separado de grande alegria e de indizíveis contentes”.
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11-59
Setembro 3,1913
Quando Jesus põe a alma em sua Vontade, e ela faz estável morada em seu Querer, a alma se põe nas mesmas condições de Jesus.
(1) Enquanto estava rezando, mas eu não sei explicar-me bem, pode ser também uma fina soberba minha, mas eu não penso nunca em mim mesma, em minhas grandes misérias, senão sempre em reparar, para consolar a Jesus, pelos pecadores, por todos, mas não é que o pense desde antes, Não, basta que comece a rezar e encontro-me nesse ponto. Agora, eu estava pensando sobre isso, e o meu sempre amável Jesus vindo me disse:
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Volume 11
(2) “Minha filha, como? Você se preocupa com isso? Tu deves saber que quando Eu ponho a alma em minha Vontade e ela faz morada estável em meu Querer, sendo que minha Vontade contém todos os bens possíveis e imagináveis, por isso a alma se sente que abunda de tudo e se põe em minhas mesmas condições, isto é, que sente necessidade de dar em vez de receber, sente que ela de nada tem necessidade, e se algo quer pode tomar o que quer, não pedir. E como a minha Vontade contém uma força irresistível de querer dar, só fica contente quando dá, e enquanto da fica mais sedenta de dar, e em que aperto se encontra quando quer dar e não encontra a quem dar! Filha, à alma que faz minha Vontade ponho-a em minhas mesmas condições, e lhe dou parte em minhas grandes alegrias e amarguras, e todo seu obrar está selado com o desinteresse de si mesma. ¡ Ah! sim, quem faz meu Querer é o verdadeiro sol que dá luz e calor a todos, e sente a necessidade de dar esta luz e calor; e enquanto dá a todos, o sol não toma nada de nenhum, porque ele é superior a tudo e não há sobre a terra que o possa igualar na luz e no grande fogo que contém. ¡ Ah! Se as criaturas pudessem ver uma alma que faz a minha Vontade, a veriam mais que sol majestoso em ato de fazer bem a todos, e o que é mais, descobririam neste sol a Mim mesmo. Assim, o sinal de que a alma chegou a fazer a minha Vontade, é se se sente em condições de dar. Compreendeste?”
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11-60
Setembro 6,1913
As horas da Paixão são as mesmas orações de Jesus.
(1) Estava pensando nas horas da Paixão escritas, e como estão sem indulgências, quem as faz não ganha nada, enquanto há tantas orações enriquecidas com tantas indulgências. Enquanto pensava assim, meu sempre amável Jesus, todo benignidade me disse:
(2) “Minha filha, com as orações indulgenciadas se ganha alguma coisa, em troca as horas de minha Paixão, que são minhas mesmas orações, meus reparos e todo amor, saíram propriamente do fundo de meu coração. Esqueceste quantas vezes me juntei a ti para fazê-las juntos e mudei os flagelos em agradecimento para toda a terra? Por isso é tal e tanta minha complacência, que em lugar da indulgência dou à alma um punhado de amor, que contém preço incalculável de infinito valor, e além disso, quando as coisas são feitas por puro amor, meu Amor encontra nisso seu desafogo, e não é indiferente que a criatura dê alívio e desabafo ao Amor de seu Criador”.
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Volume 11
11-61
Setembro 12,1913
O êxtase na Humanidade de Jesus e o êxtase da Divina Vontade.
(1) Estava pensando em como Jesus abençoado mudou as coisas, mesmo vindo Ele eu não fico petrificada como antes, senão que assim que se vai me sinto em estado natural; eu não sei o que me aconteceu, mas o que é mais, é que me dá incômodo se me vem o pensamento, Ou quem tem autoridade sobre mim quer saber as minhas coisas. Então o bom Jesus que me vigia cada pensamento, e nem sequer uma destas minhas coisas quer que minha mente esqueça, ao vir me disse:
(2) “Minha filha, quererias tu que Eu usasse cordas e correntes para te manter atada? Houve um tempo em que eram necessárias, e eu, com todo o amor, tinha-te amarrado e fingia-me surdo perante qualquer lamento teu, lembra-te disso. Mas agora não o vejo já necessário, faz já mais de dois anos que quis usar contigo correntes mais nobres, como é minha Vontade, por isso neste tempo te falei sempre de meu Querer e dos efeitos sublimes e indescritíveis que meu Querer contém e que a nenhum até agora tenho manifestado. Olhe quantos livros quiser e verá que em nenhum encontrará o que te disse a você de minha Vontade. Isto era necessário para dispor tua alma ao estado presente no qual te encontras; depois de haver tido sempre comigo, sabia-o muito bem, que tu não terias podido suportar o sofrer a falta de minha presença contínua se não a tivesse substituído com uma coisa toda minha, que invadindo toda tua alma deveria arrebatar te muito mais que o faria minha mesma presença, assim que minha Vontade é a que a substitui para ter-te arrebatado cada pensamento teu, afeto, desejo, palavra, tanto, que tua língua fala de minha Vontade com tal eloquência e entusiasmo, Porque foi raptada pelo meu Querer. Por isso sente incômodo quando se te pergunta como e porque Jesus não vem como antes, porque está arrebatada por minha Vontade, e sua alma sofre quando te querem romper o doce encanto de meu Querer”.
(3) E eu: “Jesus, que dizes? Deixa-me, deixa-me, vai-te, são as minhas maldades que me reduziram a este estado”. Jesus sorriu ao ouvir dizer: “Vai”, e me apertando mais a Ele me disse: (4) “Não posso ir, posso porventura separar-me da minha vontade? Se você tem minha Vontade devo estar sempre contigo, meu Querer e Eu somos um só, não somos dois, mas vamos aos fatos, diga-me, quais são suas maldades?”
(5) E eu: “Meu amor, não sei. Tu mesmo o disseste, que a tua Vontade me raptou, como posso conhecê-las? ”
(6) E Jesus: “Ah! Não as conheces?”
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(7) E eu: “Não posso conhecê-las, porque Tu me tens sempre acima e não me dás tempo para pensar em mim mesma, e no ato em que quero pensar em mim, Tu, ou me repreende severamente até me dizer que deveria envergonhar-me por fazê-lo, ou bem amorosamente atraindo-me a Ti com tal força, que me faz esquecer de mim mesma, como posso fazer isso?”
(8) E Jesus: “Se não podes fazê-lo significa que Eu me agrado mais em que não o faças, mantendo em ti minha Vontade em lugar de tudo e vendo-se tirada alguma coisa do seu, por isso está em cima de ti e te impede de pensar em ti mesma, sabendo que onde tem em todo o lugar meu Querer, Não pode haver maldades. Por isso, ciumento me mantenho vigilante”.
(9) E eu: “Jesus, zombas de mim?”
(10) E Jesus: “Minha filha, obrigas-me a falar para te fazer compreender como estão as coisas. Escuta, para te fazer chegar a um ponto tão nobre e divino, Eu fiz contigo como dois amantes que se amam até a loucura; jamais terias amado tanto minha Vontade se não me tivesses conhecido, por isso primeiro te dei o êxtase de minha Humanidade, a fim de que conhecendo quem sou Eu, você me amará, e para atrair todo seu amor usei contigo muitas estratagemas de amor, e você as recorda, não é necessário que as enumere. Agora, depois de te haver atraído bem, bem, a amar minha pessoa, tu foste tomada por minha Vontade, e a amas, e não podendo estar sem Mim depois de tanto tempo, como se tivéssemos vivido juntos, era necessário que o êxtase de minha Vontade tomasse o lugar de minha Humanidade, e tudo o que fiz antes foram graças para te dispor ao êxtase de minha Vontade, porque quando Eu disponho a uma alma a viver em modo mais alto em minha Vontade, sou obrigado a manifestar-me para infundir graças tão grandes”.
(11) E eu surpreendida disse: “Que dizes, ó Jesus! Como, a tua Vontade é êxtase?” (12) E Jesus: “Sim, verdadeiro e perfeito êxtase é o meu querer! E então você quebra esse êxtase quando quer pensar em você, mas eu não deixo você vencer. Portanto, os tempos que exigem grandes castigos virão, se bem você não acredita, mas acreditará você e quem te dirige quando ouvirem deles, por isso é necessário que o êxtase de minha Humanidade seja interrompido, mas não de todo, de outra maneira você me ataria por todos lados, então farei entrar o doce encanto do meu Querer para fazer-te sofrer menos ao ver os castigos”.
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Setembro 20,1913
Tudo o que acontece fora e dentro da alma, não é mais que o trabalho contínuo de Jesus para fazer cumprir e desenvolver nela a sua Vontade.
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(1) Estava pensando no meu estado presente em que pouco ou nada sofro, e Jesus rapidamente me disse:
(2) “Minha filha, tudo o que acontece em torno e dentro da alma, amarguras, prazeres, contrastes, mortes, privações, contentes e demais, não é mais que meu trabalho contínuo de fazer cumprir e desenvolver neles minha Vontade, quando obtenho isto tudo está feito, e por isso tudo lhe dá paz, mesmo o mesmo sofrer parece que quer estar longe desta alma, vendo que o Querer Divino é mais que ele, e que a alma o tem em lugar de tudo e supera tudo; parece que todos lhe façam reverência, e eu mesmo quando a alma chega a este ponto em que de tudo se serve para me fazer cumprir o trabalho de meu Querer, a disponho para o Céu”.
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Setembro 21,1913
Todas as coisas que a alma faz na Divina Vontade e junto com Jesus, adquirem suas mesmas qualidades. Todas as obras de Jesus estão sempre em ato.
(1) Esta manhã, meu sempre amável Jesus se fez ver com uma doçura e afabilidade indescritíveis, como se quisesse dizer uma coisa para Ele muito querida e para mim de grande surpresa. Então, abraçando-me e apertando-me a seu coração me disse:
(2) “Filha querida minha, todas as coisas que a alma faz em minha Vontade e junto Comigo, isto é, orações, ações, passos, etc., adquirem minhas mesmas qualidades, a mesma vida e o mesmo valor. Olha, tudo o que Eu fiz na terra, orações, sofrimentos, obras, estão todos em ação e estarão eternamente para bem de quem os queira. Meu agir difere do agir das criaturas, pois contendo em Mim a potência criadora, falo e creio, assim como um dia falei e criei o sol, e este sol está sempre cheio de luz e calor, e dá sempre luz e calor sem diminuir jamais, como se estivesse em ato de receber de Minha criação contínua. Tal foi o meu agir na terra, contendo em Mim a potência criadora, assim como o sol está em contínuo ato de dar luz, assim as orações que fiz, os passos, as obras, o sangue derramado, estão em contínuo ato de rezar, de agir, de caminhar, etc., assim que minhas orações continuam, meus passos estão sempre em ato de correr para as almas, e assim de tudo o resto, de outra maneira, que grande diferença haveria então entre meu obrar e o dos meus santos?
(3) Agora, escuta minha filha uma coisa muito bela, e ainda não compreendida pelas criaturas: Tudo o que a alma faz junto Comigo e em minha Vontade, tal como são minhas coisas assim
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ficam as suas, e devido à conexão com minha Vontade e pelo obrar junto Comigo, participa de minha mesma potência criadora”.
(4) Eu fiquei extática e com uma alegria tal que não podia conter, e lhe disse: “É possível, ó! Jesus tudo isto?”
(5) E Ele: “Quem não compreende isto pode dizer que não me conhece”.
(6) E desapareceu. Mas eu não sei dizer bem, nem sei explicar-me melhor, quem pode dizer o que Jesus me fazia compreender? Aliás, parece-me ter dito disparates.
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Setembro 25,1913
Os Sacramentos produzem seus frutos segundo as almas estejam submetidas à Divina Vontade, e segundo a conexão que tenham com o Divino Querer assim produzem os efeitos.
(1) Havendo dito ao confessor que Jesus me havia dito que a Vontade de Deus é o centro da alma, e que este centro está no fundo da alma, que como sol expandindo seus raios dá luz à mente, santidade às ações, força aos passos, vida ao coração, potência à palavra, a tudo; e não só isto, senão que este centro da Vontade de Deus, enquanto nos está dentro para fazer que nunca a possamos deixar, e para estar a nossa contínua disposição e nem sequer um minuto deixar-nos sós nem separados, está-nos à frente, à direita, à esquerda, por detrás e por toda a parte, e mesmo no Céu será o nosso centro, o confessor dizia ao contrário que o nosso centro é o Santíssimo Sacramento. Então, ao vir o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, Eu devia fazer de modo que a santidade devia ser fácil e acessível a todos, exceto para quem não a quisesse, e em todas as condições, em todas as circunstâncias e em todos os lugares. É verdade que o Santíssimo Sacramento é centro, mas quem o instituiu? Quem sujeitou a minha humanidade a fechar-se no breve giro de uma hóstia? Não foi a minha vontade? Portanto, a minha Vontade tem sempre a supremacia sobre tudo; e além disso, se o todo está na Eucaristia, os sacerdotes que me chamam do Céu em suas mãos e que estão mais do que todos em contato com a minha carne sacramental deveriam ser os mais santos, os mais bons, e em troca muitos são os mais maus. ¡ Pobre de mim, como me tratam no Santíssimo Sacramento! E tantas almas devotas que me recebem, talvez todos os dias, deveriam ser outras tantas santas se bastasse o centro da Eucaristia, e em troca, coisa de chorar, estão sempre no mesmo ponto: vaidosas, irascível, escrupulosas, etc., pobre centro do Santíssimo Sacramento,
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como ficou desonrado! Ao contrário, uma mãe de família que faz a minha Vontade e que pelas suas condições, não que não queira, não pode receber-me todos os dias, parece paciente, caritativa, leva em si o perfume das minhas virtudes eucarísticas; ah! É porventura o Sacramento, ou a minha Vontade, a que ela se submeteu, que a tem subjugada e que suplique o Santíssimo Sacramento? Aliás, digo-te que os mesmos Sacramentos produzem seus frutos segundo as almas estão sujeitas à minha Vontade, e segundo a conexão que têm com o meu Querer assim produzem seus efeitos, e se não houver conexão com o meu Querer , comungarão mas ficarão em jejum; confessarão, mas ficarão sempre sujas; virão a minha presença Sacramental, mas se os nossos quereres não se identificarem estarei para elas como morto, porque só a minha Vontade na alma que se faz subjugar por Ela produz todos os bens e dá vida aos mesmos Sacramentos, e quem isto não entende, significa que é criança na religião”.
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Outubro 2,1913
Quem faz a Vontade de Deus, pode dizer que sua vida acabou.
(1) Continuando meu habitual estado, o bendito Jesus se fazia ver dentro de mim, mas tão fundido comigo que via seus olhos nos meus, sua boca na minha, e assim de tudo o mais, e enquanto assim o via me disse:
(2) “Minha filha, olha a quem faz minha Vontade e como me fundo e me faço uma só coisa com ela, faço sua vida própria, porque minha Vontade está dentro e fora da alma, pode-se dizer que é como o ar que ela respira, que dá vida a tudo nela; como luz que faz ver tudo e faz compreender tudo; calor que aquece, que fecunda e faz crescer; coração que palpita; mãos que operam; pé que caminha, e quando a vontade humana se une ao meu Querer, forma-se a minha Vida na alma”.
(3) Depois, havendo recebido a comunhão, estava dizendo a Jesus: “Eu te amo”. E Ele me disse: (4) “Minha filha, queres amar-me na verdade? Dize: “Jesus, amo-te com a tua vontade”. E, como a minha vontade enche o céu e a terra, o teu amor me circundará por toda a parte, e o teu amo se repercute nos céus e até no fundo dos abismos; assim, se queres dizer te adoro, eu te abençoo, eu te louvo, tu o dirás unida com a minha vontade, e encherás os céus e a terra de adorações, bênçãos, louvores e agradecimentos. Em minha Vontade as coisas são simples, fáceis e imensas, minha Vontade é tudo, tanto, que meus mesmos atributos, o que são? Um ato simples de minha Vontade, assim que se a Justiça, a Bondade, a Sabedoria, a Fortaleza fizerem
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seu curso, minha Vontade os precede, os acompanha, os põe em atitude de agir, em suma, não se afastam um ponto de meu Querer. Por isso quem toma minha Vontade toma tudo, aliás, pode dizer que sua vida terminou, terminadas as fraquezas, as tentações, as paixões, as misérias, porque em quem faz meu Querer todas as coisas perdem seus direitos, porque o meu Querer tem o primado sobre tudo e direito a tudo”.
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Novembro 18,1913
Tanto bem pode produzir a cruz, por quanta conexão tem a alma com a Vontade de Deus.
(1) Estava pensando em meu pobre estado e como até a cruz se afastou de mim, e Jesus em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, quando duas vontades estão opostas entre elas, uma forma a cruz da outra; assim é entre Eu e as criaturas: Quando sua vontade está oposta à Minha, Eu formo a cruz delas e elas a cruz minha, assim que Eu sou a haste longa da cruz e elas a curta, que se cruzam formam a cruz. Agora, quando a vontade da alma se une com a Minha, as hastes não ficam mais cruzadas, senão unidas entre elas, e portanto a cruz não é mais cruz, entendeu? E além disso, Eu santifiquei a Cruz, não a Cruz a Mim, por isso não é a Cruz que santifica, é a resignação à minha Vontade que santifica a Cruz; portanto, também a Cruz pode fazer tanto bem quanto a conexão que tem com a minha Vontade, não só isto, a Cruz santifica, crucifica parte da pessoa, mas a minha Vontade não lhe escapa nada, santifica tudo e crucifica os pensamentos, os desejos, a vontade, os afetos, o coração, tudo, e sendo luz, minha Vontade faz ver à alma a necessidade desta santificação e crucificação completa, de modo que ela mesma me incita a querer cumprir o trabalho de minha Vontade nela. Assim que a cruz e todas as outras virtudes se contentam em ter alguma coisa, e se podem cravar à criatura com três pregos se alegram e cantam vitória; em troca minha Vontade, não sabendo fazer obras incompletas, não se contenta com três pregos, mas com tantos pregos por quantos atos de minha Vontade disponho sobre a criatura”.
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Novembro 27,1913
A Divina Vontade é o ponto mais alto que pode existir no Céu e na terra.
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(1) Meu sempre amável Jesus continua me falando de sua santíssima Vontade: (2) “Minha filha, por quantos atos completos de minha Vontade faz a criatura, tantas partes de Mim toma em si, e por quanto mais toma de minha Vontade, tanta luz adquire e dentro de si forma o sol, e como este sol se formou da luz que toma de minha Vontade, os raios deste sol estão concatenados com os raios do meu Sol Divino, assim que um se reflete no outro, um flecha ao outro e mutuamente se flecham, e enquanto isso fazem, o sol que minha Vontade formou na alma vai se engrandecendo sempre mais”.
(3) E eu: “Jesus, estamos sempre aqui, em tua Vontade, parece que não tens outra coisa que dizer”.
(4) E Jesus: “Minha Vontade é o ponto mais alto que pode existir no Céu e na terra, e quando a alma chegou a Ela, subjugou tudo e fez tudo, e não lhe resta mais que habitar no alto destas alturas, gozá-las e compreender sempre mais esta minha Vontade, ainda não bem compreendida nem no Céu nem na terra. É preciso tempo para estar conosco, porque pouco compreendeste e muito te falta compreender, a minha Vontade é tal, que quem a faz pode dizer
se deus da terra, e como a minha Vontade forma a beatitude do Céu, Assim estes deuses que fazem a minha Vontade formam a beatitude da terra e daqueles que estão com eles, e não há bem que sobre a terra exista, que não se deva atribuir a estes deuses da minha Vontade, ou como causa direta ou indireta, mas tudo a eles se deve. E assim como no Céu não há felicidade que de Mim não saia, assim na terra não há bem que exista que não venha deles”.
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Março 8,1914
Quem está na Divina Vontade, tudo o que Jesus faz, pode dizer é meu. Vivendo e morrendo no Divino Querer não há bem que a alma não se leve com ela.
(1) Continuando o meu estado habitual, o meu sempre amável Jesus não deixou de me falar continuamente da sua Santíssima Vontade; direi o pouco que recordo. Então, não estando bem, ao vir o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, que está em minha Vontade, tudo o que Eu faço, a alma pode dizer é meu, porque a vontade da alma está tão fundida com a minha, que o que faz minha Vontade faz ela, assim que vivendo e morrendo em meu Querer não há bem que com ela não leve, porque não há bem que a minha Vontade não contenha, e de todos os bens que fazem as criaturas a minha Vontade é a vida, então, morrendo a alma na minha Vontade leva consigo todas as missas que
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se celebram, as orações e as boas obras que se fazem, porque todas são frutos da minha vontade, e além disso, tudo isto é muito menos em comparação com o agir mesmo da minha vontade que a alma leva consigo como seu, basta um instante do agir da minha vontade para superar todo o agir de todas as criaturas passadas, presentes e futuras Assim que a alma morrendo em minha Vontade, não há beleza que a iguale, nem altura, nem riqueza, nem santidade, nem sabedoria, nem amor, nada, nada a pode igualar, assim que a alma que morre em minha Vontade, ao ingresso que fará na pátria celestial não somente se abrirão as portas do Céu, senão que todo o Céu se abaixará para fazê-la entrar na celestial morada, para fazer honra ao obrar de minha Vontade; que te dizer além disso, a festa, a surpresa de todos os bem aventurados ao ver esta alma toda selada pelo obrar da Vontade Divina; ao ver nesta alma que tudo tem feito em meu Querer, que tudo o que tem feito em vida, cada palavra, cada pensamento, obra, ação, etc., são tantos sóis que a adornam e um diverso do outro na luz e na beleza; ao ver nesta alma os tantos rios divinos que inundarão todos os bem-aventurados, e que não podendo contê-los o Céu correrão também na terra para bem dos viagantes.
(3) Ah! minha filha, a minha Vontade é o portento dos portentos, é o segredo para encontrar a luz, a santidade, as riquezas; é o segredo de todos os bens, e não é conhecido, e portanto nem apreciado nem amado. Pelo menos, o apraz e ama-o, e faze-o conhecer quantos quiseres”. (4) Outro dia, estando sofrendo sentia que não podia fazer nada e me sentia oprimida por isto, e Jesus me apertando toda me disse:
(5) “Minha filha, não te inquietes, busca somente o estar abandonada em minha Vontade, e Eu farei tudo por ti, porque é mais um só instante em minha Vontade, que tudo o que poderias fazer de bem em toda tua vida”.
(6) Recordo também que outro dia me disse:
(7) “Minha filha, que verdadeiramente faz a minha Vontade, pode dizer que tudo o que se desenvolve nela, tanto na alma como no corpo, o que sente, o que sofre, pode dizer: “Jesus sofre, Jesus está oprimido”. Porque tudo o que as criaturas me fazem chega-me até à alma na qual habito, porque faz a minha vontade, assim que se as friezas das criaturas me chegam, a minha vontade as sente, e sendo a minha Vontade vida dessa alma, por consequência acontece que também a alma as sente, assim, em vez de afligir-se por estas friezas como suas, deve estar ao redor de Mim para consolar-me e reparar-me pelas friezas que mandam as criaturas; assim se sente distrações, opressões e outras coisas, deve estar ao redor de Mim para aliviar-me e reparar-me, não como coisas suas mas como minhas, por isso a alma que vive de minha Vontade sentirá muito diversas penas, segundo as ofensas que me fazem as criaturas, mas as sentirá repentinamente e quase de sobressalto, como também sentirá gozos e contentamentos
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indescritíveis, e se nas penas deve ocupar-se em consolar-me e em reparar-me, nas alegrias e nos contentamentos deve ocupar-se em gozá-los, e então minha Vontade encontra sua compensação, de outra maneira ficará contristada e sem poder desenvolver o que contém o meu Querer”.
(8) Outro dia me disse: “Minha filha, que faz minha Vontade, absolutamente não pode ir ao purgatório, porque minha Vontade purga a alma de tudo, e tendo tido em vida tão zelosamente guardada em meu Querer, como poderei permitir que o fogo do purgatório a toque? Além disso, quando mais lhe poderá faltar algum adorno, e minha Vontade antes de lhe revelar a Divindade, vai adornando-a de tudo o que lhe falta e logo me revele”.
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Março 14,1914
A alma que faz a Vontade de Deus, toma a todo Jesus.
(1) Hoje eu estava me sentindo toda em Jesus, mas tanto, de sentir ao vivo e real a todo Jesus em mim, e enquanto o sentia me disse, mas em um modo tão terno e comovedor, que meu pobre coração me sentia quebrado:
(2) “Minha filha, é-me muito duro não contentar a quem faz minha Vontade. Como vês, não tenho mais mãos, nem pés, nem coração, nem olhos, nem boca, nada me resta; na minha vontade que tomaste, de tudo te possuíste, e a mim nada me fica. Eis por que diante dos tantos males que inundam a terra não chovem os flagelos merecidos, porque me é difícil não te contentar, e além disso como o posso fazer se não tenho mãos, e você não as cede. Se me tornarem absolutamente necessárias, serei obrigado a roubar-te, ou a convencer-te, de maneira que as cedas. Como é difícil para mim, como é difícil para mim desagradar a quem faz a minha Vontade! Eu odiaria a Mim mesmo”.
(3) Eu fiquei espantada por este falar de Jesus, e não só isso, senão que em verdade via que eu tinha as mãos, os pés, os olhos de Jesus, e lhe disse: “Jesus, faz-me ir já ao Céu”. (4) E Ele: “Dá-me outro pouco de vida em ti, e depois virás.
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Março 17,1914
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Quem faz a Vontade de Deus entra a tomar parte das ações ad intra das Divinas Pessoas, e se torna inseparável delas.
(1) Continuando meu habitual estado, meu amável Jesus continuava fazendo-se ver em toda mim, e que eu possuía todos os seus membros, e mostrava-se tão contente, que parecendo que não podia conter esta alegria me disse:
(2) “Minha filha, quem faz minha Vontade entra a tomar parte das ações “ad intra” das Divinas Pessoas; só para quem faz meu Querer está reservado este privilégio, não só de tomar parte em todas as nossas obras “ad extra”, senão que destas passa às obras “ad intra”. Eis porque me é difícil não contentar a quem vive de meu Querer, porque estando a alma em minha Vontade, está no íntimo de nossos corações, de nossos desejos, de nossos afetos, dos pensamentos; seu bater, seu respiro e o nosso são um só, assim que são tais e tantos os contentes que nos dá, as complacências, a glória, o amor, todos de modos e de natureza infinitos, nada ao contrário dos nossos, que assim como em nosso Amor eterno, Um rapta o Outro, o Um forma o contente do Outro, tanto, que não podendo muitas vezes conter este Amor e estes contentes saímos em obras “ad extra”, assim ficamos arrebatados e felicitados por esta alma que faz nosso Querer. Portanto, como deixar descontente a quem tanto nos agrada? Como não amar como nos amamos a nós mesmos, não como amamos as demais criaturas, a quem nos ama com nosso Amor? Com esta alma não há véus de segredos entre Nós e ela, não há nosso e teu, mas tudo é em comum, e o que Nós somos por natureza, impecáveis, santos, etc., à alma a fazemos por graça, a fim de que nenhuma disparidade haja entre ela e Nós. E assim como Nós não podendo conter nosso Amor saímos em obras “ad extra”, assim não podendo conter o amor de quem faz nosso Querer, a tiramos de Nós e a assinalamos ante os povos como nossa favorita, nossa amada, e que só por ela e pelas almas semelhantes fazemos descer os bens sobre a terra, e que só por amor a elas conservamos a terra; logo a essa alma encerramos dentro de nós para gozá-la, porque assim como as Divinas Pessoas somos inseparáveis, Assim se torna inseparável quem faz nosso Querer”.
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Março 19,1914
A alma na Divina Vontade é a Joia de Deus.
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(1) Parece que o bendito Jesus tem vontade de falar do seu Santíssimo Querer. Eu estava me difundindo em todo o interior Dele, em seus pensamentos, desejos, afetos, em sua Vontade, em seu Amor, em tudo, e Jesus com uma doçura infinita me disse:
(2) “Oh, se você soubesse a felicidade que me dá quem faz minha Vontade, seu coração explodiria de alegria! Veja, enquanto você se difundia em meus pensamentos, desejos, etc., assim formava o entretenimento de meus pensamentos, desejos, e meus desejos fundindo-se nos seus jogavam juntos; seus afetos unidos a sua vontade e a seu amor, correndo e voando em meus afetos, em meu Querer e Amor, se beijavam juntos, e derramando-se como rápidos rios no mar imenso do Eterno, se entretinham com as Divinas Pessoas, agora com o Pai, agora Comigo, e agora com o Espírito Santo, e agora, não querendo ceder o tempo um ao outro, Nos entretínhamos os Três juntos dela formávamos nossa joia, e esta joia nos é tão querida, que devemos formar nosso entretenimento temos zelosamente “ad intra”, no íntimo de nossa Vontade, e quando as criaturas nos amargam, nos ofendem, para nos serenarmos tomamos nossa Joia e nos entretemos juntos”.
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Março 21,1914
Irresistível necessidade de Jesus de fazer conhecer a alma como a ama, e todos os dons com os quais a vai enchendo.
(1) Jesus continua: “Minha filha, Eu amo tanto a quem faz a minha Vontade, que não posso manifestar tudo, nem todo o amor com que a amo, a graça com que a vou enriquecendo, a beleza com que a vou embelezando, nem todos os bens com que a vou enchendo; Se eu lhe manifestasse tudo junto a alma morreria de alegria, o coração lhe explodiria, de maneira que não poderia viver mais sobre a terra, e de repente tomaria o vôo para o Céu; no entanto Eu sinto uma irresistível necessidade de fazer conhecer o quanto a amo, É muito difícil amar, fazer o bem e não se fazer conhecer. Sinto o meu coração como se estivesse a partir, e não podendo resistir a tanto amor vou-lhe manifestando pouco a pouco como a amo, e todos os dons com os quais a vou preenchendo, e quando a alma se sentirá cheia até à borda, até não poder contê-los mais, Numa destas minhas manifestações desaparecerá da terra e desembocará no seio do Eterno”.
(2) E eu: “Jesus, minha vida, parece-me que exageras um pouco ao manifestar-me até onde pode chegar uma alma que faz a tua Vontade”. E Jesus, compadecendo-se da minha ignorância, sorrindo disse-me:
(3) “Não, não amada minha, não exagero, quem exagera parece que quer enganar; teu Jesus não sabe enganar-te, mas é nada o que te disse, receberás maiores surpresas quando rota a
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prisão de teu corpo e nadando em meu seio, abertamente será revelado até onde meu Querer te fez chegar”
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Março 24,1914
A Humanidade de Jesus é limitada, enquanto sua Vontade é interminável.
(1) Continuando meu habitual estado me lamentava com Jesus porque não vinha ainda, e vindo me disse:
(2) “Minha filha, minha Vontade esconde em Si a minha própria Humanidade, eis porque te falando de minha Vontade, alguma vez te escondo minha Humanidade e te sentes rodeada de luz, ouves a voz e não me vês, porque minha Vontade a absorve em Si, pois esta tem seus limites, enquanto minha Vontade é eterna e sem limites. De facto, a minha humanidade, estando na terra, não ocupou todos os lugares, todos os tempos e todas as circunstâncias, e aonde Ela não pôde chegar, suplantou e chegou a minha Vontade interminável; e quando encontro as almas que em tudo vivem do meu Querer, suplantam a minha humanidade, aos tempos, aos lugares e às circunstâncias e até aos sofrimentos, porque vivendo nelas o meu Querer, Eu me sirvo delas como me servi da minha Humanidade. Que coisa foi minha Humanidade senão um órgão de minha Vontade”. E tais são quem fazem minha Vontade”.
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Abril 5,1914
Tudo o que se faz na Vontade de Deus se torna luz.
(1) Continuando meu estado habitual, meu adorável Jesus se fazia ver dentro de uma imensidão de luz, e eu nadava nessa luz, assim que me sentia a correr nos ouvidos, nos olhos, na boca, em tudo, e então Jesus me disse:
(2) “Filha minha, que faz minha Vontade, se obra, a obra se torna luz, se fala, se pensa, se deseja, se caminha, etc., as palavras, os pensamentos, os desejos, os passos, se mudam todos em luz, mas luz tirada do meu Sol, assim que minha Vontade atrai com tanta força a quem faz meu Querer, que o faz girar sempre em torno desta luz, e à medida que gira, mais luz toma, luz que a tem como raptada em Mim”.
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11-75
Abril 10,1914
O centro de Jesus na terra é a alma que faz sua Vontade. A Divina Vontade é repouso perpétuo.
(1) Esta manhã o meu sempre amável Jesus veio crucificado e me participava das suas dores, e me atraiu para Ele no mar da sua Paixão, tanto, que quase passo a passo a seguia. Mas quem pode dizer tudo o que compreendia? É tanto que não sei por onde começar, só direi que ao vê-lo arrancar a coroa de espinhos, os espinhos mesmos obstruíam o passo ao sangue e não a deixavam sair de todo, mas, ao arrancar-lhe a coroa de espinhos, esse sangue jorrou fora por aquelas feridas e lhe jorrava a grandes rios sobre o rosto, sobre os cabelos e depois descia por toda a pessoa de Jesus.
(2) E Jesus: “Filha, estes espinhos que me atravessam a cabeça, perfurarão o orgulho, a soberba, as chagas mais ocultas das almas para fazê-los sair o pus que contêm, e os espinhos em meu sangue os curarão e lhes restituirão a coroa que o pecado lhes havia tirado”. (3) Logo Jesus me fazia passar a outros momentos da Paixão, mas eu me sentia trespassar o coração ao vê-lo sofrer tanto, e Ele quase para consolar-me continuou falando de seu Santo Querer:
(4) “Minha filha, meu centro sobre a terra é a alma que faz minha Vontade. Olhe, o sol sobre a terra expande sua luz por toda parte, mas ele tem seu centro. Eu no Céu sou vida de cada um dos bem-aventurados, mas tenho o meu centro, o meu trono; assim na terra encontro-me por toda a parte, mas o meu centro, o lugar onde erijo o meu trono para reinar, os meus carismas, as minhas complacências, os meus triunfos, e o meu coração palpitante, Todo eu mesmo, se encontra tudo como em seu próprio centro na alma que faz minha Santíssima Vontade. Tão fundida está Comigo essa alma, que se faz inseparável de Mim, e toda minha sabedoria e minha potência não sabem encontrar meios como separar-se minimamente dela”.
(5) Depois continuou: “O amor tem as suas ânsias, os seus desejos, os seus ardores, as suas inquietações; a minha Vontade é repouso perpétuo, e sabes porquê? Porque o amor contém o princípio, o meio e o fim da obra, portanto para chegar ao fim suscitam-se as ânsias, as inquietudes, e nestas muito de humano se mistura e de imperfeições, e se não se unem passo a passo a minha Vontade e o amor, pobre Amor, como fica desonrado, mesmo nas maiores e mais santas obras. Em troca minha Vontade opera em um ato simples, dando a alma toda a atitude da obra à minha Vontade, e enquanto minha Vontade obra a alma repousa, portanto, não obrando a
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alma mas minha Vontade nela, não há ânsias nem inquietudes, e está livre de qualquer imperfeição”.
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11-76
Maio 18,1914
As almas pacíficas são o apoio de Jesus.
(1) Sentindo-me oprimida, estava quase a ponto de ser surpreendida pelas venenosas ondas da turbação. O meu amável Jesus, minha sentinela fiel, depressa correu para impedir que a perturbação entrasse em mim, e gritando comigo disse:
(2) “Filha, o que fazes? É tal e tanto o amor e o interesse que tenho de manter a alma em paz, que sou obrigado a fazer milagres para conservar a alma em paz, e quem perturba estas almas gostaria de me fazer frente e impedir este meu milagre todo de amor, Portanto, recomendo que seja equilibrada em tudo. Meu Ser está em pleno equilíbrio em tudo, males vejo, sinto-os, amarguras não me faltam, porém não me desequilibro jamais; minha paz é perene, meus pensamentos são pacíficos, minhas palavras estão adoçadas com paz, o batimento de meu coração não é jamais agitado, mesmo no meio de imensas alegrias ou de intermináveis amarguras, até o próprio agir das minhas mãos no ato de flagelar corre na terra imerso em ondas de paz. Por isso, se não te mantiveres em paz, estando eu no teu coração, sinto-me desonrado, a minha maneira e a tua não vão mais de acordo, por isso, sentir-me-ia em ti impedido de desenvolver os meus modos em ti, e por isso far-me-ias infeliz. Só as almas pacíficas são meus bastões onde me apoio, e quando as muitas iniqüidades me arrancam os flagelos das mãos, apoiando-me nestes bastões faço sempre menos do que deveria fazer. ¡ Ah, jamais seja, se me faltassem estes bastões, faltando-me os apoios reduziria tudo a ruínas!
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11-77
Junho 29,1914
Como a criatura que vive no Querer Divino, entra a participar das ações “ad intra” das Divinas Pessoas.
(1) Havendo lido pessoas autorizadas o que está escrito em 17 de março, isto é, que quem faz a Vontade de Deus entra a participar das ações “ad intra” das Divinas Pessoas, etc., disseram que a coisa não estava bem, e que a criatura não entra nisto. Eu fiquei pensativa, mas calma e
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convencida de que Jesus faria conhecer a verdade. Depois, encontrando-me em meu habitual estado, ante minha mente vi um mar interminável, e dentro deste mar muitos objetos, alguns pequenos, alguns maiores, alguns ficavam na superfície do mar e ficavam só molhados, outros iam mais ao fundo e ficavam impregnados de água por dentro e por fora, e outros iam tão abaixo que ficavam perdidos no mar. Agora, enquanto isso via, veio meu sempre amável Jesus e me disse:
(2) “Querida minha filha, viste? O mar simboliza minha imensidão, e os objetos diferentes no tamanho, as almas que vivem em minha Vontade; os diferentes modos de estar nela, quem na superfície, quem mais dentro, e quem perdido em Mim, são segundo vivam em meu Querer, quem imperfeito, quem mais perfeito, e quem chega a tanto de perder-se de todo no meu Querer. Agora minha filha, meu “ad intra” que te disse é propriamente isto, que agora te tenho junto Comigo, com minha Humanidade, e tu tomas parte em minhas penas, nas obras e nas alegrias de minha Humanidade; e agora, atraindo-te dentro de Mim, faço-te perder-te em minha Divindade, Quantas vezes não te fiz nadar em Mim, e te tive tão dentro de Mim que não podias ver outra coisa senão a Mim dentro e fora de ti? Agora, tendo-te em Mim, tu tomaste parte nas alegrias, no amor e em todo o resto, sempre segundo a tua pequena capacidade, e embora as nossas obras “ad intra” sejam eternas, também as criaturas gozam dos efeitos dessas obras na sua vida segundo seja o seu amor. Agora, que maravilha se a vontade da alma é uma com a minha, pondo-a dentro de Mim e tornando-se indissolúvel, sempre, até que não se aparte de minha Vontade, disse que toma parte nas obras “ad intra”?E além disso, pelo modo como está desenvolvido o tema em conjunto, se tivessem querido conhecer a verdade, teriam podido muito bem conhecer o significado do meu “ad intra”, porque a verdade é luz à mente, e com a luz as coisas se vêem tal qual são, Ao contrário, se não se quer conhecer a verdade, a mente fica cega e as coisas não se vêem como são, portanto suscitam dúvidas e dificuldades e permanecem mais cegos do que antes. E além disso meu Ser está sempre em ato, não tem nem princípio nem fim, sou velho e novo, portanto nossas obras “ad intra” estiveram, estão e estarão, e sempre em ato, portanto a alma com a união íntima com nossa Vontade, já está dentro de nós, e por tanto admira, contempla, ama, goza, e por isso toma parte em nosso Amor, em nossas alegrias e em todo o resto. Por que então foi um desatino eu ter dito que quem faz minha Vontade toma parte nas ações “ad intra”?
(3) Agora, enquanto Jesus dizia isto, em minha mente me veio uma semelhança: Um homem que desposa uma mulher, destes nascem os filhos, estes são ricos, virtuosos e tão bons, que fariam feliz a quem pudesse viver com eles. Agora, uma pessoa atraída pela bondade destes esposos quer viver junto com eles, e não vem tomar parte nas riquezas, na felicidade deles, e
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viver junto não se sentirá infundir suas virtudes? Se isto pode ser feito humanamente, muito mais com o nosso amável Jesus.
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Agosto 15,1914
A alma mitiga as dores de Jesus.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus saindo do costume que tem comigo neste período de minha vida, que se vem por pouco e como de escapada, e quase com a total cessação dos sofrimentos que ao vir me comunicava; Só seu Santo Querer é o que me suplanta por tudo. Agora, esta manhã veio e permaneceu comigo várias horas, mas em um estado que fazia chorar até as pedras; todo Ele se doía e em todas as partes de sua Santíssima Humanidade queria ser confortado, parecia que se não fosse assim, ao mundo o reduziria a escombros; parecia que não queria ir embora para não ver os estragos e os graves espetáculos do mundo, que quase o obrigavam a mandar piores flagelos. Então eu o restringi, e, querendo aliviar-lhe, me fundai em sua inteligência, para poder encontrar-me em todas as inteligências das criaturas, e assim dar a cada pensamento mau meu pensamento bom, para reparar e aliviar todos os pensamentos ofendidos de Jesus; assim me fundi em seus desejos, para poder encontrar-me em todos os desejos maus das criaturas, para pôr meu desejo bom para aliviar os desejos ofendidos de Jesus; e assim de todo o resto. Depois, depois de lhe ter aliviado parte por parte, como se tivesse recuperado, deixou-me.
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Setembro 25,1914
Efeitos das orações feitas na Divina Vontade.
(1) Estava oferecendo minhas pobres orações ao bendito Jesus, e pensava entre mim a quem seria melhor que Jesus bendito as aplicasse. Então Ele benignamente me disse: (2) “Minha filha, as orações feitas junto Comigo e com minha mesma Vontade, podem ser dadas a todos, sem excluir a nenhum, e todos têm sua parte e seus efeitos como se fossem oferecidas para um só, mas agem segundo as disposições das criaturas, como a Comunhão ou minha Paixão, para cada um e para cada um Eu as dou, mas os efeitos são segundo as disposições
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deles, e se os recebem dez, não é menor o fruto do que se os recebem cinco. Tal é a oração feita junto Comigo e com minha Vontade”.
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Outubro,1914
Valor das horas da Paixão, e recompensa que dará àqueles que as farão.
(1) Estava escrevendo as horas da Paixão e pensava entre mim: “Quantos sacrifícios para escrever estas benditas horas da Paixão, especialmente por ter que pôr no papel certos atos internos que só entre eu e Jesus passaram, qual será a recompensa que Ele me dará por isto?” E Jesus, fazendo-me ouvir a sua voz terna e doce, disse-me:
(2) “Minha filha, como recompensa por teres escrito as horas da minha Paixão, por cada palavra que escreveste dar-te-ei um beijo, uma alma”.
(3) E eu: “Meu amor, isto é para mim e para aqueles que o fizerem, que lhes darás?” (4) E Jesus: “Se as fizerdes juntamente comigo e com a minha própria Vontade, por cada palavra que proferirdes, dar-vos-ei também uma alma, porque toda a maior ou menor eficácia destas horas da minha Paixão está na maior ou menor união que Comigo tendes, e fazendo-as com a Minha Vontade, A criatura se esconde em meu Querer, e agindo meu Querer posso fazer todos os bens que quero, mesmo por meio de uma só palavra, e isto cada vez que as façam”. (5) Em outra ocasião estava me lamentando com Jesus, porque depois de tantos sacrifícios para escrever as horas da Paixão, eram muito poucas as almas que as faziam, e então Ele me disse: (6) “Minha filha, não te lamentes, ainda que fosse só uma deverias estar contente, não teria Eu sofrido toda minha Paixão ainda que se devesse salvar uma só alma? Assim também tu, jamais se deve omitir o bem porque são poucos os que o aproveitam, todo o mal é para quem não o aproveita, e assim como minha Paixão fez adquirir o mérito a minha Humanidade como se todos se salvassem, apesar de que nem todos se salvam, Porque a minha vontade era salvar-vos a todos, então mereci segundo o que eu queria, e não segundo o proveito que as criaturas fariam; assim tu, segundo a tua vontade se tenha estabelecido com a minha vontade, de querer e de fazer o bem a todos, assim serás recompensada, todo o mal é daqueles que, podendo não as fazem, estas horas são as mais preciosas de todas, pois não são outra coisa que repetir o que Eu fiz no curso da minha Vida mortal, e o que continuo no Santíssimo Sacramento. Quando escuto estas horas de minha Paixão, escuto minha mesma voz, minhas mesmas orações, vejo minha Vontade nessa alma, a qual é de querer o bem de todos e de reparar por todos, e Eu me
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sinto transportado a morar nela para poder fazer nela o que faz ela mesma. ¡ Oh, quanto queria que embora fosse uma só por região fizesse estas horas de minha Paixão! Eu ouviria a mim mesmo em todos os lugares, e a minha Justiça nesses tempos tão indignada ficaria em parte aplacada”.
(7) Acrescento que um dia estava fazendo a hora quando a Mãe Celestial deu sepultura a Jesus, e eu a seguia para lhe fazer companhia em sua amarga desolação para compadecê-la. Não tinha o costume de fazer esta hora sempre, só algumas vezes, e estava indecisa se a devia fazer ou não, e Jesus bendito, todo amor e como se me rogasse isso me disse:
(8) “Minha filha, não quero que a negligencies, fá-la-ás por amor de mim em honra da minha mãe. Deve saber que cada vez que você a faz, minha Mãe se sente como se estivesse em pessoa na terra e repetir sua vida, e portanto recebe Ela a glória e o amor que me deu na terra, e Eu sinto como se estivesse de novo minha Mãe na terra, suas ternuras maternas, seu amor e toda a glória que Ela me deu, por isso te terei em consideração de mãe”.
(9) Então, abraçando-me, ouvia que me dizia fico, fico: “Mamãe minha, mamãe”. E me sugeria o que fez e sofreu nesta hora a doce Mamãe, e eu a seguia. Desde esse dia em diante não a negligenciei, ajudada por sua graça.
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Outubro 29,1914
Os atos unidos com a Vontade de Deus, são atos completos e perfeitos.
(1) Estava me lamentando com Jesus bendito por suas privações e meu pobre coração oprimido delirava, e desatinando disse: “Meu amor, como, esqueceste que sem Ti não sei nem posso estar? Ou Contigo na terra ou Contigo no Céu, acaso queres que te recorde? Queres estar em silêncio, dormir, zangado? Tudo bem, desde que você esteja comigo, mas eu sinto que você me colocou para fora do seu coração. Ah! Você teve coração para fazê-lo?” Mas enquanto dizia estes e outros desatinos, meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, acalma-te, estou aqui, e dizendo-me que te pus fora do meu coração é um insulto que me fazes, pois te tenho no fundo do meu coração, e tão estreita, que todo o meu Ser corre em ti e o teu em Mim, portanto esteja atenta a que deste Ser meu que corre em ti nada te escape, e que cada ato teu esteja unido com minha Vontade, porque minha Vontade contém atos cumpridos, basta um só ato de minha Vontade para criar milhares de mundos, e todos perfeitos e completos, Não tenho necessidade de atos posteriores, um só me basta por todos.
Então você, fazendo o ato mais simples unido com minha Vontade, me dará um ato completo de
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amor, de louvor, de reparação, de tudo, em suma, tudo encerrará neste ato, aliás, encerrará também a Mim mesmo e me dará a Mim mesmo. ¡ Ah! sim, somente estes atos unidos com minha Vontade podem estar em minha frente, porque para um Ser perfeito que não sabe fazer atos incompletos, são necessários atos completos e perfeitos para lhe dar honra e complacência, e a criatura só em minha Vontade encontrará estes atos completos e perfeitos; fora de minha Vontade, por quanto bons fossem seus atos, serão sempre imperfeitos e incompletos, porque a criatura tem necessidade de atos posteriores para completar e aperfeiçoar uma obra, se por acaso o conseguir; portanto, a tudo o que a criatura faz fora de minha Vontade Eu o vejo como um nada. Por isso minha Vontade seja tua vida, teu regime, teu tudo, e assim, encerrando minha Vontade tu estarás em Mim e Eu em ti, e te cuidarás muito bem de não dizer outra vez que te coloquei fora de meu coração”.
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Novembro 4,1914
Complacência de Jesus pelas horas da Paixão.
(1) Estava fazendo as horas da Paixão, e Jesus se comprazendo me disse: (2) “Minha filha, se tu soubesses a grande complacência que sinto ao ver-te repetir estas horas da minha Paixão, e sempre as repetir, e de novo as repetir, ficarias feliz. É verdade que os meus santos meditaram a minha Paixão e compreenderam quanto sofri e se desfazem em lágrimas de compaixão, tanto de sentir-se consumar de amor por minhas penas, mas não o fizeram assim de contínuo e sempre repetido com esta ordem, Então eu posso dizer que você é a primeira que me dá este gosto tão grande e especial, e ao ir rasgando em você hora por hora minha Vida e o que sofri, Eu me sinto tão atraído, que hora por hora te dou o alimento e como contigo o mesmo alimento, e faço contigo o que tu fazes. Deves saber que te recompensarei abundantemente com nova luz e novas graças, e mesmo depois de tua morte, cada vez que forem feitas pelas almas na terra estas horas de minha Paixão, Eu no Céu te cobrirei sempre de nova luz e glória”.
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Novembro 6,1914
Quem faz as horas da Paixão faz sua a Vida de Jesus, e toma o mesmo ofício dele.
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(1) Continuando as habituais horas da Paixão, meu amável Jesus me disse: (2) “Minha filha, o mundo está em contínuo ato de renovar minha Paixão, e como minha imensidão envolve a todos, dentro e fora das criaturas, por isso estou obrigado por seu contato a receber cravos, espinhos, flagelos, desprezos, cusparadas e todo o resto que sofri na Paixão, e ainda mais. Agora, quem faz estas horas de minha Paixão, a seu contato me sinto tirar os cravos, romper os espinhos, adoçar as chagas, tirar os cuspes, sinto-me mudar em bem o mal que me fazem os demais, e Eu, sentindo que seu contato não me faz mal, mas bem, eu me apoio sempre mais sobre ela”.
(3) Depois disto, voltando o bendito Jesus a falar destas horas da Paixão disse: (4) “Minha filha, saiba que ao fazer estas horas, a alma toma meus pensamentos e os faz seus, minhas reparações, as orações, os desejos, os afetos e até as profundezas do meu ser e as faz suas, e elevando-se entre o Céu e a terra faz meu mesmo ofício, E como a corredentora diz Comigo: “Ecce ego Mitte me”, quero reparar-te por todos, responder-te por todos e implorar o bem para todos”.
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Novembro 20,1914
Necessidade de escrever sobre os castigos. A Divina Vontade e o Amor formam na alma a Vida e Paixão de Jesus.
(1) Sentia-me muito afligida pelas privações de Jesus bendito, muito mais pelos flagelos que atualmente estão chovendo sobre a terra, e que Jesus há tantos anos, tantas vezes me havia dito. Parece-me que nos tantos que me tem na cama, dividíamos juntos o peso do mundo, sofríamos e trabalhávamos juntos em proveito de todas as criaturas. Parece-me que o estado de vítima em que o amável Jesus me tinha posto, concatenava juntas entre mim e Ele todas as criaturas, não havia nada que Jesus fizesse ou castigo que devesse mandar, que não me fizesse saber, e eu fazia tanto ante Ele, que ou diminuía o castigo ou o suprimia. Oh, como me aflige o pensamento de que Jesus se tenha retirado em Si todo o peso das criaturas, e que a mim como indigna de trabalhar juntamente com Ele me tenha deixado de lado. Mas outras aflições ainda, porque Jesus em suas escapadas que faz, continua me dizendo que as guerras e os flagelos que agora caem são nada ainda, enquanto que parecem que são demasiado, e outras nações se porão em guerra, e não só, senão que com o tempo desencadearão guerras contra a Igreja, atacarão pessoas sagradas e as matarão. ¡ Quantas igrejas serão profanadas! Eu, em verdade, tenho omitido por cerca de dois anos escrever acerca dos castigos que Jesus me tem
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manifestado freqüentemente, em parte porque são coisas repetidas, e em parte porque escrever acerca dos castigos me faz tanto mal que não posso continuar; Mas Jesus, numa tarde, enquanto escrevia o que me tinha dito sobre a sua Santíssima Vontade, e tendo ignorado o que me tinha dito sobre os castigos, repreendeu-me docemente e disse-me:
(2) “Por que não escreveste tudo?”
(3) E eu: “Meu amor, não me parecia necessário, além disso, Você sabe quanto sofro”. (4) E Jesus: “Minha filha, se não fosse necessário não te diria, além disso, estando seu estado de vítima unido com os eventos que minha providência dispõe sobre as criaturas, e vendo-se em seus escritos este entrelaçamento entre você e Eu e as criaturas, e entre seus sofrimentos para impedir os flagelos, agora vendo este vazio a coisa parecerá discordante e incompleta, e Eu coisas discordantes e incompletas não sei fazer”.
(5) E eu, encolhendo os ombros, disse: “É muito difícil para mim fazê-lo, e além disso, quem se lembrará de tudo?”
(6) E Jesus, sorrindo, acrescentou: “E se, depois da tua morte, eu te der uma pena de fogo nas mãos no Purgatório, que dirás?”
(7) Esta é a causa pela qual eu decidi escrever sobre os castigos, espero que Jesus perdoará minha omissão, e prometo ser atenta no futuro. (8) Agora, volto a dizer que estando muito aflita, Jesus ao vir, para me animar tomou em seus braços e me disse:
(8) Agora, volto a dizer que estando muito aflita, Jesus ao vir, para me animar tomou em seus braços e me disse:
(9) “Minha filha, anime-se, quem faz minha Vontade jamais fica sem minha companhia, mas bem está junto Comigo nas obras que faço, em meus desejos, em meu Amor, em tudo, e por toda parte está junto Comigo. Além disso posso dizer que como quero tudo para Mim, afetos, desejos, etc., de todas as criaturas, não tendo-os, Eu estou em atitude em torno das criaturas para fazer aquisição deles; agora, encontrando em quem faz minha Vontade o cumprimento de meus desejos, O meu desejo repousa nela, o meu Amor descansa no seu amor, e assim por diante”.
(10) Depois acrescentou: “Dei-te duas coisas grandíssimas, que se pode dizer que formavam a minha própria Vida; a minha Vida esteve encerrada nestes dois pontos: Vontade Divina e Amor. E esta Vontade desenvolveu em Mim minha Vida e cumpriu minha Paixão. Não quero outra coisa de ti, que minha Vontade seja tua vida, tua regra, e que nenhuma coisa, seja pequena ou grande, escape dela, e esta Vontade desenvolverá em ti minha Paixão, e por quanto mais estreita a minha Vontade estejas, tanto mais sentirás em ti minha Paixão. Se fizeres correr em ti como vida à minha vontade, Ela fará correr em ti a minha Paixão, assim que a sentirás correr em cada um dos teus pensamentos, na tua boca sentirás impregnada a língua e a tua
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palavra sairá quente do meu sangue e eloquentemente falarás das minhas penas; Teu coração estará cheio de minhas penas, e em cada batida que fará, a todo teu ser levará a marca de minha Paixão, e Eu te irei sempre repetindo: “Eis minha Vida, eis minha Vida”. E me deleitarei em te dar surpresas, te contando agora uma pena e agora outra, ainda não conhecida nem compreendida por ti. Não está contente?”
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Dezembro 17,1914
A Divina Vontade forma a verdadeira e perfeita consagração da Vida Divina na alma.
(1) Continuando meu habitual estado e estando muito afligida pelas privações de Jesus, depois de muito esperá-lo veio, fazendo-se ver em todo meu pobre ser, e eu, me parecia como se fora a vestidura de Jesus, e rompendo seu silêncio me disse:
(2) “Minha filha, também tu podes formar hóstias e consagrá-las. Vê o vestido que me cobre no Sacramento? São os acidentes do pão com os quais é formada a hóstia, a Vida que existe nesta hóstia é meu corpo, meu sangue e minha Divindade, a atitude que contém esta Vida é minha Suprema Vontade, e esta Vontade desenvolve o amor, a reparação, a imolação e todo o resto que faço no Sacramento, o qual não se separa nem um ponto de meu Querer; não há coisa que saia de Mim da qual meu Querer não vá adiante. E eis que também tu podes formar a hóstia: A hóstia é material e feita inteiramente humana; também tu tens um corpo material e uma vontade humana, este teu corpo e esta tua vontade, se os mantiveres puros, retos, afastados de qualquer sombra de pecado, são os acidentes, os véus para poder consagrar-me e viver escondido em ti. Mas isto não basta, seria como na hóstia sem a consagração, por isso se necessita minha Vida; minha Vida está composta de santidade, de amor, de sabedoria, de potência, etc., mas o motor de tudo é minha Vontade, por isso depois de que preparou a hóstia, deves fazer morrer tua vontade nessa hóstia, deves cozê-la bem, bem, para fazer que não renasça mais, e deves fazer entrar em todo teu ser a minha Vontade, e Esta, que contém toda minha Vida, formará a verdadeira e perfeita consagração. Assim não terá mais vida o pensamento humano, senão o pensamento de meu Querer, e esta consagração criará minha sabedoria em tua mente, não mais vida do humano, a debilidade, a inconstância, porque minha Vontade formará a consagração da Vida Divina, da força, da firmeza e de tudo o que Eu sou. Então, cada vez que fizer correr a sua vontade na minha, em seus desejos e em tudo o que é e pode fazer, Eu renovarei a consagração, e como em hóstia viva, não morta como são as hóstias sem Mim, Eu continuarei minha Vida em você. Mas isto não é tudo, nas hóstias consagradas, nos copões, nos Sacrários,
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tudo está morto, mudo, não há sensivelmente um batimento, um ímpeto de amor que possa responder a tanto amor meu. Se não fosse porque eu espero os corações para me dar a eles, Eu seria bem infeliz, ficaria desapontado em meu Amor e sem finalidade minha Vida Sacramental; e se eu tolerá-lo nos tabernáculos, eu não vou tolerar isso nas hóstias vivas. À vida é necessária a nutrição, e Eu no Sacramento quero ser alimentado, mas quero ser nutrido e alimentado com meu mesmo alimento, isto é, a alma fará sua minha Vontade, meu Amor, minhas orações, as reparações, os sacrifícios, e os dará a Mim como suas coisas, E eu vou me alimentar. A alma se unirá Comigo, escutará atenta para ouvir o que estou fazendo para fazê-lo junto Comigo, e conforme repita meus mesmos atos me dará seu alimento, e Eu por isso serei feliz, e só nestas hóstias viventes encontrarei a compensação da solidão, do jejum e do que sofro nos tabernáculos”.
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Dezembro 21,1914
Ter companhia nas penas é o maior consolo para Jesus.
(1) Estava no meu estado habitual, e o bendito Jesus vindo todo aflito me disse: (2) “Minha filha, não posso mais com o mundo, beija-me por todos, faz-me palpitar em teu coração, a fim de que, sentindo por meio de teu coração os batimentos de todos, os pecados não me cheguem diretos, senão indiretos por meio de teu coração, de outra maneira minha Justiça fará sair todos os castigos que nunca saíram”.
(3) E, no ato de dizer isto, ensimesmou seu coração ao meu e me fez sentir seu batimento cardíaco, mas quem pode dizer o que se sentia, os pecados como flechas ferem aquele coração, e enquanto eu tomava parte, Jesus tinha alívio. Logo, sentindo-me toda derretida nele, parecia que eu encerrava sua inteligência, suas mãos, seus pés, e assim por diante, e eu tomava parte em receber todas as ofensas de cada um dos sentidos das criaturas, mas quem pode dizer como acontecia isto? Então Jesus acrescentou:
(4) “Ter companhia nas penas é o maior alívio para Mim, eis porque meu Pai Divino depois da Encarnação não foi tão inexorável, senão mais benigno, porque as ofensas não as recebia diretas, senão indiretas, isto é, através de minha Humanidade, Que fazia reparos contínuos. Assim eu vou buscando almas que se coloquem entre Mim e as criaturas, de outra maneira reduziria o mundo a ruínas”.
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Volume 11
Fevereiro 8,1915
A união de Vontade forma toda a perfeição das Três Divinas Pessoas. (1) Passo-me afligida pelos modos que meu sempre amável Jesus tem comigo, mas resignada a seu Santíssimo Querer. Se eu lamento com Jesus por suas privações e por seu silêncio, Ele me diz:
(2) “Não é tempo de prestar atenção a isto, são ninharias e de almas muito débeis que prestam atenção a si mesmas e não a Mim, que pensam no que sentem e não no que lhes convém fazer, estas almas cheiram a humano e não posso confiar nelas. De ti não espero isto, quero o heroísmo das almas que esquecendo-se de si mesmas põem atenção só a Mim, e unidas Comigo se ocupam da salvação de meus filhos, porque o demônio usa de todas suas astúcias para arrancá-los de meus braços. Quero que se adapte aos tempos, ora dolorosos, ora deploráveis e ora trágicos, e junto Comigo reze e chore pela cegueira das criaturas; sua vida deve desaparecer fazendo entrar em você toda minha Vida. Fazendo assim, sentirei em ti o perfume da minha Divindade, confiarei em ti nestes tempos tão tristes, que no entanto não são mais que os prelúdios dos castigos, o que será quando as coisas avançarem mais? ¡ Pobres filhos, pobres filhos!”
(3) E parece que Jesus sofre tanto que fica sem palavras e se esconde mais dentro do meu coração, de modo que desaparece de todo. E quando cansada de meu estado doloroso renovo os lamentos, o chamo e lhe digo: “Jesus, não sabe as tragédias que estão acontecendo? Como é possível que seu piedoso coração possa suportar tais estragos em seus filhos?” E parece que Ele apenas se move em meu interior, como se não se quisesse fazer sentir, e sinto dentro de meu fôlego outro respiro afanoso, como se estivesse em agonia, é o respiro de Jesus, porque advirto que é doce, mas enquanto me consola tudo me faz sentir penas mortais, Porque naquele respiro sinto o respiro de todos, especialmente os de tantas vidas morrendo e que Jesus sofre com eles o estertor da agonia. Outras vezes parece que se dói tanto, que manda tristes lamentos, de mover a piedade os corações mais duros. Agora, continuando com meus lamentos, esta manhã ao vir me disse:
(4) “Minha filha, a união de nossos querer-lhes é tanta, que não se distingue qual seja o querer do Um e qual o do Outro; e esta união de Vontade, que forma toda a perfeição das Três Divinas Pessoas, porque como somos uniformes na Vontade, esta uniformidade leva uniformidade de santidade, de sabedoria, de beleza, de potência, de amor e de todo o resto do nosso Ser, assim que nos vemos como num espelho reciprocamente Um no Outro, e é tanta nossa complacência ao nos olhar, que nos torna plenamente felizes. Então Um reflete no Outro, e cada qualidade de
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nosso Ser, como tantos mares imensos diferentes em suas alegrias, um descarrega no outro, por isso, se alguma coisa fosse divisível entre nós, nosso Ser não poderia ser nem perfeito nem plenamente feliz. Agora, ao criar o homem infundimos nele nossa imagem e semelhança para poder arrolar ao homem em nossa felicidade, e nos refletir e nos fazer felizes nele, mas o homem rompeu o primeiro anel de conjunção, de vontade entre ele e o Criador, e por isso perdeu a verdadeira felicidade, aliás, caíram sobre ele todos os males, por isso nem podemos nos refletir nele nem nos fazer felizes, só na alma que faz em todo nosso Querer o fazemos e gozamos o fruto completo da Criação; porque mesmo naqueles que têm alguma virtude, que rezam, que frequentam os Sacramentos, mas se não são uniformes ao nosso Querer não podemos nos refletir neles, porque como está separada a vontade deles da nossa, todas as coisas estão desordenadas e revoltadas. ¡ Ah, minha filha, só nossa Vontade é aceita, porque reordena, faz feliz e leva consigo todos os bens! Por isso sempre e em tudo faça minha Vontade, não preste atenção em outra coisa”.
(5) E eu: “Meu amor e minha vida, como posso me uniformizar à Tua Vontade, aos tantos flagelos que estás mandando? É preciso muito para dizer “Fiat”, e além disso, quantas vezes me disseste que se eu fizesse o teu Querer, tu terias feito o meu? E agora, como você mudou”. (6) E Jesus: “Não fui Eu que mudei, é que a criatura se tornou insuportável. Aproxime-se e chupa de minha boca as ofensas que as criaturas me enviam, e se você pode engoli-las, Eu suspenderei os castigos”.
(7) Então me aproximei de sua boca e com avidez chupava, mas com grande dor minha me esforçava por engoli-lo e não podia, me sufocava, voltava a fazer novos esforços e não o conseguia, então Jesus com voz terna e soluçando me disse:
(8) “Viu? Você não pode passá-lo, arrastá-lo para a terra e cair sobre as criaturas”. (9) Então eu o lancei, e também Jesus o lançava de sua boca sobre a terra, dizendo: “É nada ainda, é nada ainda”.
(10) E desapareceu.
+ + + +
11-88
Março 6,1915
Jesus suspende em parte o estado de vítima de Luisa para dar curso à Justiça.
(1) Estando em meu habitual estado, meu sempre amável Jesus veio por pouco, e como o confessor não estava bem de saúde, e tendo interrompido meu estado, não como uma vez
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Volume 11
quando voltava em mim pelo chamado pela obediência, por isso disse a Jesus: “O que queres que faça? Devo ficar, ou então tentar voltar para mim quando eu me sinto livre?” (2) E Jesus: “Minha filha, queres tu que aja como antes, que não só te ordenava estar firme, mas que te amarrava de tal modo que não podias voltar em ti, senão somente com a obediência? Se o fizesse assim agora, meu Amor se encontraria em estreitos e minha Justiça encontraria um obstáculo para desafogar plenamente sobre as criaturas, e você poderia me dizer: “Como me tens atada como vítima de sofrimento por amor teu e pelas criaturas, assim te ato, em modo de deter a tua Justiça para que não se descarregue sobre as criaturas”. Assim, as guerras, os preparativos que outras nações estão fazendo para entrar em guerra terminariam todas em um jogo. ¡ Não posso, não posso! Na melhor das hipóteses, se quiseres estar lá ou se o confessor te quiser ter, se assim o fizerem terei alguma consideração por Corato, evitarei alguma coisa, mas entretanto as coisas vão avançando mais e minha Justiça quer que não estejas mais neste estado, para poder imediatamente mandar outros flagelos e fazer entrar a outras nações em guerra e humilhar a soberba das criaturas, porque onde acreditam que haverá vitórias encontrarão derrotas. ¡ Ah, meu amor o chora, mas minha Justiça exige sua satisfação! Minha filha, paciência”.
(3) E havendo dito isto desapareceu. Mas quem pode dizer como fiquei? Sentia-me a morrer, porque se saísse sozinha do meu estado, poderia pensar que eu teria sido a causa de fazer aumentar os flagelos, e portanto de fazer entrar outras nações em guerra, especialmente a Itália. ¡ Que dor, que pena! Sentia todo o peso da suspensão do meu estado por parte de Jesus e pensava entre mim: “Quem sabe, talvez Jesus não permita que o confessor esteja bem para pôr em guerra a Itália”. Quantas dúvidas e temores, e tendo saído por mim mesma de meu estado, passei uma jornada de lágrimas e de intensa amargura.
+ + + +
11-89
Março 7,1915
Castigos. Os filhos da Igreja serão seus mais ferozes inimigos.
(1) O pensamento dos flagelos e de que eu os pudesse fomentar por sair por mim do meu estado, trespassava-me o coração. O confessor continuava sem estar bem, e eu rezava e chorava, e não sabia decidir-me. O bendito Jesus vinha como relâmpago e fugia e me deixava livre. Finalmente, movido a compaixão veio e me compadecendo e me acariciando me disse:
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Volume 11
(2) “Minha filha, tua constância me vence. O amor e a oração me amarram e quase me fazem guerra, por isso vim entreter-me um pouco contigo, não podendo resistir mais; pobre filha, não chores, eis-me aqui todo para ti, paciência, ânimo, não te abatas. Se tu soubesses quanto sofro, mas a ingratidão das criaturas a isto obriga-me, os pecados enormes, a incredulidade, o querer quase desafiar-me, e tudo isto é o mínimo, se te dissesse da parte religiosa, quantos sacrilégios! Quantas rebeliões! segurem-se. Quantos que se fingem filhos meus e são meus mais encarniçados inimigos! Estes falsos filhos são usurpadores, interessados, incrédulos, seus corações são cloacas de vícios, e estes filhos serão os primeiros a desencadear a guerra contra a Igreja e buscarão matar a sua própria Mãe, oh, quantos já estão prontos para libertá-la! Por agora a guerra é entre governos, nações, mas dentro de pouco farão guerra à Igreja, e seus maiores inimigos serão seus próprios filhos. Meu coração está dilacerado pela dor, mas apesar disso tolero que passe esta borrasca e que a face da terra, as igrejas, sejam lavadas pelo sangue daqueles mesmos que a sujaram e poluíram. Também tu junta-te à minha dor, reza e tem paciência enquanto vês passar esta tempestade”.
(3) Mas quem pode dizer a minha dor? Sentia-me mais morta que viva. Seja sempre bendito Jesus e seja feito sempre seu Santo Querer.
+ + + +
11-90
Abril 3,1915
A Divina Vontade é como céu e sol da alma.
(1) Meu sempre amável Jesus continua a vir de vez em quando, mas sem mudar sua atitude de ameaças e de flagelos, e se demora em vir, vem com um aspecto que dá piedade, cansado, desfalecido, me atrai para Ele e me transforma Nele, logo entra em mim e se transforma em mim, quer que eu beije uma a uma as suas chagas, que as adore e repare. E depois de se ter feito aliviar a sua Santíssima Humanidade diz-me:
(2) “Minha filha, minha filha, é necessário que venha a ti de vez em quando para descansar, para me fazer aliviar, para desabafar, de outra maneira o mundo o faria devorar pelo fogo”. (3) E sem me dar tempo para lhe dizer nada foge. Agora, esta manhã, encontrando-me em meu habitual estado e demorando Ele em vir, pensava entre mim: “O que teria sido de mim nestas privações do meu doce Jesus se não fosse pelo Santo Querer Divino? Quem me daria vida, força, ajuda? Oh Santo Querer Divino, em Ti me encerro, em Ti me abandono, em Ti descanso! Ah, todos me fogem, também o sofrer, e também o mesmo Jesus que parecia que não sabia Volume 11
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estar sem mim! Só Tu não me foges, ó Querer Santo, rogo-te que quando vires que as minhas
fracas forças não podem mais, mostra-me o meu doce Jesus que se esconde de mim e que Tu
possuis!” Oh Querer Santo, te adoro, te beijo, te agradeço, mas não seja cruel comigo!” E
enquanto assim pensava e rezava, senti-me investido por uma luz puríssima, e o Querer Santo
revelando-me a Jesus disse-me:
(4) “Minha filha, a alma sem a minha vontade teria sido como a terra se não tivesse nem céu,
nem estrelas, nem sol, nem lua; a terra por si só não é outra coisa que precipícios, montanhas,
águas, trevas, se a terra não tivesse um céu, um sol acima dela para iluminar ao homem o
caminho para lhe fazer conhecer os diversos perigos que a terra contem, o homem iria ao
encontro, agora de precipitar-se, agora de afogar-se, etc., mas o céu lhe está em cima,
especialmente o sol, O qual, em sua linguagem muda, diz ao homem: “Olha, eu não tenho olhos,
nem mãos, nem pés, mas sou a luz do teu olho, a ação da tua mão, a passagem do teu pé, e
quando devo iluminar outras regiões, Deixo-te o brilho das estrelas e a claridade da lua para
continuar o meu ofício. Agora, tendo dado ao homem um céu para o bem da natureza, também à
alma, sendo esta mais nobre, dei-lhe o céu da minha Vontade, porque também a alma contém
precipícios, alturas e barrancos, quais são as paixões, as virtudes, as tendências e outras
coisas. Agora, se a alma se tirar de debaixo do céu de minha Vontade, não fará outra coisa que
precipitar-se de culpa em culpa, as paixões a afogarão e as alturas das virtudes se trocarão em
abismos. Assim como na terra sem o céu estaria tudo em desordem e infecundo, assim a alma
sem minha Vontade”.
+ + + +
11-91
Abril 24,1915
Como o que Jesus sofreu na coroa espinhos é incompreensível à mente criada. Muito
mais dolorosos que aqueles espinhos cravavam-se em sua mente todos os maus
pensamentos das criaturas.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava pensando quanto sofreu o bendito Jesus ao
ser coroado de espinhos, e Jesus fazendo-se ver me disse:
(2) “Minha filha, as dores que sofri são incompreensíveis à mente criada; mas muito mais
dolorosas que aqueles espinhos cravavam-se em minha mente todos os pensamentos maus das
criaturas, de modo que de todos estes pensamentos das criaturas nenhum me escapava, todos
os sentia em Mim, assim que não só sentia os espinhos, mas também o horror das culpas que
aqueles espinhos cravavam em Mim”.
Volume 11
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(3) Então, procurei ver o amável Jesus, e via a sua santíssima cabeça circundada como uma
coroa de espinhos que lhe saíam de dentro. Todos os pensamentos das criaturas estavam em
Jesus, e de Jesus passavam a elas e delas a Jesus e nEle ficavam como concatenados juntos. ¡
Oh, como Jesus sofria! Depois acrescentou:
(4) “Minha filha, só as almas que vivem em minha Vontade podem dar-me verdadeiras
reparações e adoçar-me espinhos tão pungentes, porque vivendo em minha Vontade, minha
Vontade se encontra em todas partes, e elas encontrando-se em Mim e em todos, descem nas
criaturas e sobem a Mim e me trazem todas as reparações e me adoçam, e fazem mudar nas
mentes as trevas em luz”.
+ + + +
11-92
Maio 2,1915
Penas de Jesus pelos castigos.
(1) Meus dias são sempre mais amargos. Esta manhã meu doce Jesus veio em um estado tão
sofredor que não se pode expressar, ao vê-lo tão sofredor, eu a qualquer custo teria querido dar-
lhe um alívio, mas não sabendo o que fazer o tenho estreitado ao coração e aproximando-me a
sua boca, com a minha procurava extrair parte de suas amarguras internas, mas o que? Por
quanto força fazia ao chupar não saía nada, voltava a tentá-lo com mais esforços, mas tudo era
inútil, Jesus chorava, eu chorava ao ver que em nada podia aliviar suas penas. ¡ Que suplício tão
cruel! Jesus chorava porque queria fazer sair tudo, mas sua Justiça o impedia, eu chorava ao vê-
lo chorar e porque não podia ajudá-lo; são penas que faltam as palavras para expressá-las. E
Jesus soluçando me disse:
(2) “Minha filha, os pecados arrancam de minhas mãos os flagelos, as guerras, Eu sou obrigado
a permiti-las, mas ao mesmo tempo choro e sofro com a criatura”.
(3) Eu me sentia morrendo pela dor, e Jesus querendo me distrair acrescentou:
(4) “Minha filha, não se abata, também isto está em minha Vontade, porque unicamente as almas
que vivem em minha Vontade são as que podem fazer frente a minha Justiça, só aquelas que
vivem de meu Querer têm livre acesso para participar dos decretos divinos, e defender a favor
dos seus irmãos. Aqueles que habitam em minha Vontade são os que possuem todos os frutos
de minha Humanidade, porque minha Humanidade tinha seus limites, enquanto minha Vontade
não tem limites, e minha Humanidade vivia em minha Vontade, coberta por Ela, por dentro e por
fora. Agora, as almas que vivem em minha Vontade são as mais imediatas à minha humanidade,
e fazendo-a delas, porque a elas as dei, podem apresentar-se investidas dela, como outro Eu
Volume 11
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mesmo diante da Divindade e desarmar a Justiça Divina e impetrar resgates de perdão para as
pervertidas criaturas. Elas, vivendo em Minha Vontade, vivem em Mim, e como Eu vivo em
todos, também elas vivem em todos e em favor de todos. Vivem livres no ar como sóis, e suas
orações, seus atos, as reparações e tudo o que fazem são como raios que descem delas em
favor de todos”.
+ + + +
11-93
Maio 18,1915
Castigos. Jesus terá cuidado das almas que vivem de seu Querer.
(1) Continuando meu pobre estado, minha pobre natureza me sentia sucumbir. Encontro-me em
estado de violência contínua, quero fazer violência ao meu amável Jesus, e Ele para não se
fazer violentar mais, esconde-se, e depois, quando vê que não estou em ato de lhe fazer
violência por seu ocultamento, de improviso se faz ver e rompe em pranto pelo que está sofrendo
e sofrerá a mísera humanidade. Outras vezes, com um sotaque comovente e quase suplicante
me diz:
(2) “Filha, não me violentes, já meu estado é violento por si só por causa dos graves males que
sofrem e sofrerão as criaturas, mas devo dar os direitos à Justiça”.
(3) E enquanto diz isto chora, e eu choro junto com Ele, e muitas vezes parece que
transformando-se tudo em mim, chora por meio de meus olhos, por isso, em minha mente
passam todas as tragédias, as carnes humanas mutiladas, os rios de sangue, os povos
destruídos, as igrejas profanadas que Jesus me fez ver há tantos anos. Meu pobre coração está
dilacerado pela dor, agora me sinto contorcido pelos espasmos, agora gelar, e enquanto sofro
isto, ouço a voz de Jesus que diz:
(4) “Como me dói, como me dói!” E começa a chorar, mas quem pode dizer tudo?
(5) Agora, estando neste estado, meu doce Jesus para acalmar de algum modo meus temores
me disse:
(6) “Minha filha, ânimo, é certo que grande será a tragédia, mas saiba que terei cuidado das
almas e dos lugares onde haja almas que vivam em meu Querer. Assim como os reis da terra
têm seus cortes, seus armários onde estão seguros entre os perigos e os inimigos mais ferozes,
porque é tanta a força que têm, que os mesmos inimigos, enquanto destroem outros pontos,
aquele ponto não o olham por temor de ser derrotados, assim também Eu, Rei do Céu, tenho
meus armários, meus cortes sobre a terra, e são as almas que vivem de meu Querer onde Eu
vivo nelas, e a corte do Céu está concentrada em torno delas, e a força de minha Vontade as
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tem ao seguro, tornando inofensivas as balas e rechaçando para trás os inimigos mais
ferozes. Minha filha, os mesmos bem-aventurados, por que estão seguros e são plenamente
felizes quando vêem que as criaturas sofrem e a terra está em chamas Precisamente porque
vivem de todo em minha Vontade. Então deves saber que Eu ponho nas mesmas condições dos
bem-aventurados as almas que na terra vivem de todo do meu Querer, por isso vive no meu
Querer e não temas de nada, mas quero que não só vivas na minha Vontade, mas que vivas
também no meio dos teus irmãos, entre Eu e eles nestes tempos de carnificina humana, e me
tenhas estreitado em Ti e defendido das ofensas que me mandam as criaturas, e te fazendo dom
da minha humanidade e do quanto sofri, enquanto me terás defendido, darás aos teus irmãos o
meu sangue, as minhas chagas, os espinhos, os meus méritos, para a sua salvação”.
+ + + +
11-94
Maio 25,1915
Os homens são obedientes aos governos que usam a força, mas não a Deus que usa o
amor.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus, assim que se fez ver
me disse:
(2) “Minha filha, o flagelo é grande, mas apesar disso os povos não se estremecem, antes
permanecem quase indiferentes, como se deveriam assistir a representação de uma cena trágica
e não a uma realidade; em lugar de vir todos humilhados a meus pés a chorar e a implorar
piedade, perdão, estão mais atentos a ouvir o que acontece. ¡ Ah, minha filha, que grande é a
perfídia humana! Veja como são obedientes aos governos; sacerdotes, leigos, não pretendem
nada, não recusam nenhum sacrifício e devem estar dispostos a dar a própria vida; ah, só para
Mim não há obediência nem sacrifícios, e se alguma coisa fazem, são mais as pretensões e os
interesses, e isto porque os governos usam a força, mas Eu uso o amor; para as criaturas este
amor é desconhecido e diante dele estão indiferentes, como se Eu não merecesse nada delas”.
(3) Mas, enquanto dizia, rompeu em pranto, que dor tão cruel ver chorar Jesus! Depois
continuou:
(4) “Mas o sangue e o fogo purificarão tudo e farão com que o homem se arrependa, mas quanto
mais tarde voltar, tanto mais sangue correrá e será tal a carnificina, que o homem jamais o teria
pensado”.
(5) E enquanto isso dizia me fazia ver esta carnificina humana. Que dor viver nestes tempos,
mas seja sempre feito o Querer Divino.
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11-95
Junho 6,1915
Na Vontade de Deus tudo se reduz em amor para Deus e para o próximo.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu sempre amável Jesus enquanto se mantém
oculto, me quer toda atenta a Ele e para advogar continuamente por meus irmãos, e enquanto
rezava e chorava pela salvação dos pobres combatentes, Querendo estreitar-me com Jesus para
lhe suplicar de tal maneira que nenhum deles se perdesse, chegava a lhe dizer desatinos, e
Jesus, embora aflito, parecia que gozava por minhas insistências e como que cedia ao que eu
lhe pedia, mas um pensamento voou em minha mente: “Que eu deveria pensar mais na minha
própria salvação”. E Jesus me disse:
(2) “Minha filha, enquanto pensava em ti produziu uma sensação humana, e a minha Vontade
toda Divina a notou. Em minha Vontade tudo se resolve em amor para Mim e para o próximo,
não há coisas próprias, porque contendo só minha Vontade, a alma contém para si todos os
bens possíveis, e se os contém, por que pedi-los? Não é justo que se preocupe em rezar por
quem não tem? Ah, se soubesse por que desgraças passará a mísera humanidade, seria mais
ativa em minha Vontade em favor dela”.
(3) E enquanto dizia isto, fazia-me ouvir todos os males que os maçons estão tramando contra a
humanidade.
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11-96
Junho 17,1915
Tudo deve terminar na Vontade de Deus.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava me lamentando com Jesus, dizendo-lhe:
“Minha vida Jesus, tudo acabou, não me resta nada, senão ao máximo suas visitas como de
relâmpago, sua sombra. E Jesus interrompendo o meu discurso disse-me:
(2) “Minha filha, tudo deve terminar em minha Vontade, e quando a alma chegou a isto, fez tudo,
e se tivesse feito muito e não o tivesse encerrado em minha Vontade, pode-se dizer que teria
feito nada, porque de tudo o que termina em minha Vontade eu tenho conta, pois só nela está
como que empenhada a minha própria Vida, e é justo que como coisa minha Eu tenha conta até
das mais pequenas coisas e até dos mesmos “nada” porque em cada pequeno ato que a criatura
faz unida com a minha Vontade, sinto que primeiro o toma de Mim e logo obra, Então, no mais
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pequeno ato, toda a minha Santidade, Minha Potência, Sabedoria, Amor e tudo o que eu sou, é
por isso que sinto nesse ato feito unido com minha Vontade repetir minha Vida, minhas obras,
minha palavra, meu pensamento e tudo mais. Então, se as tuas coisas acabaram no meu
Testamento, o que podes querer mais? Todas as coisas têm um só ponto final: O sol tem um só
ponto, que sua luz invada toda a terra; o agricultor semeia, peleja, trabalha a terra, sofre frio e
calor, mas tudo isso não é seu ponto final, não, mas seu ponto é o de recolher os frutos para
fazer deles seu alimento; e assim de tantas outras coisas, que são muitas, mas que se resolvem
dentro de um só ponto, e este é a vida do homem. Assim a alma tudo deve fazer terminar no
ponto só de minha Vontade, e Esta constituirá sua vida, e Eu dela farei meu alimento”.
(3) Depois ele adicionou: “Eu e tu nestes tristes tempos passaremos um período muito doloroso,
as coisas piorarão mais, mas deves saber que se te tirar minha cruz de madeira, te dou a cruz de
minha Vontade, que não tem altura nem largura, senão que é interminável, cruz mais nobre não
poderia te dar, não é de madeira mas de luz, e nesta luz, ardente mais que qualquer fogo,
sofreremos juntos em cada criatura, em suas agonias e torturas, e buscaremos ser vida de
todas”.
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11-97
Julho 9,1915
Quem em verdade faz a Divina Vontade, é posto nas mesmas condições da Humanidade
de Jesus.
(1) Encontrando-me em meu estado habitual, me sentia muito mal e meu sempre amável Jesus,
movendo-se a compaixão de meu pobre estado, veio por pouco tempo e me beijou me disse:
(2) “Pobre filha, mas não temas, não te deixo nem posso te deixar, porque quem faz minha
Vontade é meu ímã que obra potentemente sobre Mim, e me atrai para si com tal violência, que
não posso resistir. Demasiado é necessário para me separar de quem faz a minha Vontade,
deveria separar-me de Mim mesmo, o que não é possível”.
(3) Depois acrescentou: “Filha, quem faz de verdade minha Vontade é posto nas mesmas
condições em que foi posta minha Humanidade. Eu era Homem e Deus, como Deus continha em
Mim todas as felicidades, bem-aventuranças, belezas e todos os bens que possuo. Minha
humanidade, por um lado, tomava parte de minha Divindade, e portanto era bem-aventurada,
feliz, sua visão beatífica não se separava jamais; por outro lado, tendo minha humanidade
tomado sobre ela a satisfação das criaturas diante da Divina Justiça, era atormentada pela visão
clara de todas as culpas, e devia tomá-las sobre Ela para satisfazê-las, sentia o horrível de cada
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pecado com seu tormento especial, portanto, ao mesmo tempo sentia alegria e dor, sentia amor
por parte de minha Divindade, frieza por parte das criaturas; santidade por um lado, pecado por
outro, não havia coisa que me escapasse, nem mesmo a mais mínima das que as criaturas
faziam. Agora, minha Humanidade não é capaz já de sofrer, por isso em quem faz minha
Vontade Eu vivo nela, e ela me serve de humanidade, por isso a alma sente por uma parte amor,
paz, firmeza no bem, fortaleza e demais; e por outra parte friezas, moléstias, cansaço,
etc. Então, se a alma está de todo em minha Vontade e toma todas essas coisas não como
coisas suas, mas como coisas que sofro Eu, não se abaterá, senão me compadecerá e terá
como uma honra que a faça participar de minhas penas, porque ela não é outra coisa que um
véu que me cobre, e não sentirá mais que as moléstias dos espinhos, do gelo, mas é em Mim,
em meu coração que serão cravadas”.
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11-98
Julho 25,1915
Como Jesus é desventurado no amor. Jesus quer consolo.
(1) Continuando meu habitual estado me lamentava com Jesus por suas habituais privações, e
Ele sempre benigno me compadecia dizendo-me:
(2) “Minha filha, sê corajosa, sê me fiel nestes tempos de tragédias e carnificinas horrendas, e de
amarguras intensas para meu coração”.
(3) E quase soluçando acrescentou: “Minha filha, nestes tempos Eu me sinto como um
desventurado: Sinto-me desventurado com o ferido sobre o campo de batalha, desventurado por
aquele que morre em seu próprio sangue abandonado por todos, desventurado com o pobre que
sente o peso da fome, Sinto a desventura de tantas mães que lhes sangra o coração por seus
filhos na guerra, ah, todas as desventuras pesam sobre meu coração e por elas fico
trespassado! E diante de todas estas desventuras vejo a Divina Justiça que quer fazer sair em
campo o divino furor contra as criaturas, desgraçadamente rebeldes e ingratas, e além disso,
quem pode te dizer quanto desventurado sou no amor? ¡ Ah, as criaturas não me amam, e a
tanto amor meu sou correspondido com repetidas ofensas!
+ + + +
11-99
Julho 28,1915
A alma que vive na Divina Vontade forma um só coração com o de Jesus.
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(1) Repetia minhas lamentações com Jesus dizendo-lhe: “Como me deixaste? Prometeste-me
que todos os dias, pelo menos uma vez virias, e hoje já passou a manhã, o dia está a acabar e
ainda não vens. Jesus, que destroço é tua privação, que morte contínua, mas apesar de tudo
estou abandonada do todo em tua Vontade, é mais, te ofereço esta tua privação como Tu me
ensina, para dar a salvação a tantas outras almas por quantos instantes estou privada de Ti. As
penas que sofro enquanto estou privada de Ti, ponho-as como coroa em torno de teu coração,
para impedir que as ofensas das criaturas entrem em teu coração, e para impedir a Ti que
condenes a alguma alma ao inferno. Mas com tudo isto, ó! meu Jesus, a natureza me sinto
transtornada, e incessantemente te chamo, te busco, te suspiro. Enquanto eu estava a fazer isto,
o meu amável Jesus pôs-me os braços à volta do pescoço e, ao apertar-me, disse-me:
(2) “Minha filha, diz-me o que desejas, o que queres fazer, o que amas?”
(3) E eu: “Desejo a Ti, e que todas as almas sejam salvas; quero fazer a Tua Vontade e te amo
somente”.
(4) E Ele: “Então você deseja o que quero Eu, com isto você me tem em seu próprio punho, e Eu
a você, nem você pode se desunir de Mim, nem Eu de você. Como você diz então que eu te
deixei?”
(5) Então ele adicionou com sotaque terno: “Minha filha, quem faz minha Vontade está tão
fundido Comigo, que seu coração e o meu formam um só, e como todas as almas que se salvam
se salvam por meio deste coração, e conforme se forma o batimento assim tomam o vôo à
salvação saindo da boca deste coração, Então darei à alma o mérito daquelas almas salvas,
porque ela quis junto comigo a salvação daquelas almas e por me haver servido dela como vida
de meu próprio coração”.
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11-100
Agosto 12,1915
Ameaças de Jesus. Dureza dos povos e como querem ser tocados em sua própria pele
para render-se ante Deus.
(1) Encontrando-me no meu habitual estado, o meu sempre amável Jesus veio por pouco tempo
dizendo-me:
(2) “Minha filha, como são duros os povos. O flagelo da guerra não basta, a miséria não é em
doses suficientes para rende-los, assim que querem ser tocados em sua própria pele, de outra
maneira não se chega a fazê-los reagir. Não vê como a religião triunfa sobre o campo de
batalha? E por que? Porque são tocados em sua própria pele, eis a necessidade de que não
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haja povo que não seja tomado na rede, quem de um modo, quem de outro, mas quase todos
ficarão expostos a serem tocados em sua própria pele. Eu não quero fazê-lo, mas sua dureza me
obriga”.
(3) E ao dizer isto Jesus chorava, eu chorava junto com Ele e pedia-lhe que fizesse com que os
povos se rendessem sem derramamento de sangue e que todos se salvassem. E Jesus:
(4) “Minha filha, na união de nossos querer ficará tudo encerrado, tua vontade correrá junto com
a minha e impetrará graça suficiente para salvar às almas, teu amor correrá no meu, e teus
desejos, teu batimento, correrá no meu e pedirá com um batimento eterno, almas. Tudo isto
formará uma rede em torno de ti e de mim, e ficaremos como entrelaçados dentro, e isto servirá
como baluarte de defesa, que enquanto me defenderá a Mim, ficarás também tu defendida de
qualquer perigo. Como me é doce sentir em meu batimento uma batida de criatura que diz no
meu: “Almas, almas!” Sinto-me como acorrentado e vencido, e cedo”.
+ + + +
11-101
Agosto 14,1915
Tudo o que Jesus fez e sofreu, está em ação e serve de apoio às almas para salvar-se.
(1) Continuando meu estado habitual, Jesus veio, e estava tão cansado e extenuado, que Ele
mesmo me chamou a beijar suas chagas e secar o sangue que por toda parte de sua Santíssima
Humanidade lhe escorria. Depois de ter repassado todos os seus membros fazendo várias
adorações e reparos, meu doce Jesus aliviado e apoiando-se em mim me disse:
(2) “Minha filha, minha Paixão, minhas chagas, meu sangue, tudo o que fiz e sofri, está tudo em
meio às almas em contínuo ato, como se agora mesmo trabalhasse e sofresse, e me servem
como alicerces para me apoiar e como alicerces para que se apóiem as almas para não cair na
culpa e salvar-se. Agora, nestes tempos de flagelos Eu estou como uma pessoa que vive no ar,
que lhe falta o chão sob os pés e entre contínuos choques, a Justiça me golpeia desde o Céu, as
criaturas com a culpa desde a terra. Agora, quanto mais a alma está à minha volta a beijar-me as
chagas, a reparar-me, a oferecer-me o meu sangue, numa palavra, a refazer o que eu fiz no
curso da minha Vida e Paixão, tantos outros suportes forma para poder apoiar-me e não me
deixar cair, E mais se expande o círculo onde as almas encontram o apoio para não cair na culpa
e salvar-se. Não te canses minha filha de estar em torno de Mim, e de repetir, e repetir o teu
percurso pelas minhas chagas, Eu mesmo te fornecerei os pensamentos, os afetos, as palavras,
para te dar o campo de estar ao redor de Mim. Sê me fiel, os tempos pressionam, a Justiça quer
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desdobrar sua ira, as criaturas a irritam, é necessário que se multipliquem mais os suportes,
assim que não falhe nesta obra”.
+ + + +
11-102
Agosto 24,1915
A única coisa que faz que a criatura se assemelhe a Deus, é a Divina Vontade.
(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio meu sempre amável Jesus eu lhe dei um
beijo dizendo: “Meu Jesus, se me fosse possível gostaria de te dar o beijo de todas as criaturas,
assim contentaria a seu amor trazendo todas a Ti”. E Jesus:
(2) “Minha filha, se me queres dar o beijo de todos, beija-me na minha Vontade, porque a minha
Vontade, contendo a virtude criadora, contém o poder de multiplicar um ato em tantos atos por
quantos se queiram, e assim me darás o contentamento como se todos me beijassem, e tu terás
o mérito como se por todos me tivesses feito beijar, e todas as criaturas terão seus efeitos
segundo suas próprias disposições.
(3) Um ato em minha Vontade contém todos os bens possíveis e imagináveis. Uma imagem a
encontrará na luz do sol: A luz é uma, mas esta luz se multiplica em todos os olhares das
criaturas; a luz é sempre uma e um só ato, mas nem todos os olhares das criaturas gozam a
mesma luz, Alguns, de vista fraca têm necessidade de pôr a mão sobre os olhos para não se
sentirem cegados pela luz; outros, cegos, não a gozam em nada, mas isto não por defeito da luz,
senão por defeito da vista das criaturas. Assim minha filha, se tu desejas amar-me por todos, se
o fizeres na minha Vontade, o teu amor correrá nela, e enchendo da minha Vontade o Céu e a
terra me sentirei repetir o teu amo no Céu, em torno de Mim, dentro de Mim, na terra, e em todos
os pontos se multiplicará por quantos atos pode fazer minha Vontade. Portanto podes dar-me a
satisfação do amor de todos, porque a criatura é limitada e finita, em troca minha Vontade é
imensa e infinita.
(4) Como se podem explicar aquelas palavras ditas por Mim ao criar o homem: “Façamos o
homem à nossa imagem e semelhança?” Mas como podia a criatura, tão inábil, assemelhar-me e
ser a minha imagem? Só na minha Vontade poderia chegar a isto, porque fazendo-a sua vem a
operar ao divino, e com a repetição destes atos divinos vem a assemelhar-se a Mim, a tornar-se
minha perfeita imagem. Acontece como a criança que com repetir os atos que vê no mestre, se
assemelha ao mestre. Assim, a única coisa que faz a criatura se assemelhar a Mim, é minha
Vontade, por isso tenho tanto interesse em que a criatura, fazendo-a sua, cumpra a verdadeira
finalidade pela qual foi criada”.
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+ + + +
11-103
Agosto 27,1915
A alma que vive na Divina Vontade se enche das qualidades divinas.
(1) Estava a meditar na Santíssima Vontade de Jesus bendito, e enquanto isso fazia encontrei-
me em Jesus e disse-me:
(2) “Minha filha, quando uma alma se funde em minha Vontade acontece como com dois
recipientes cheios de diferentes líquidos, que um se derrama no outro, e um fica cheio do que
continha o outro, e este do que continha o primeiro. Assim a criatura fica cheia de Mim e Eu dela,
e como minha Vontade contém santidade, beleza, poder, amor, etc., assim a alma, enchendo-se
de Mim, fundindo-se e abandonando-se em minha Vontade, vem a encher-se de minha
Santidade, de meu Amor, de minha Beleza, etc., no modo mais perfeito que a criatura é dado, e
Eu me sinto cheio dela, e encontrando nela minha Santidade, minha Beleza, meu Amor, etc., as
olho como se fossem coisas suas, e me agrada tanto que me apaixono de tal maneira, que a
tenho zelosamente guardada no mais íntimo de Mim, e a vou continuamente enriquecendo e
embelezando com meus atributos divinos, para poder sempre mais me agradar e me apaixonar”.
+ + + +
11-104
Setembro 20,1915
A alma deve atar todos os seus atos ao Fiat.
(1) Continuando o meu habitual estado, meu amável Jesus fazia-se ver com os flagelos nas
mãos, que tocava e golpeava as criaturas, e parecia que os castigos se iam tornando cada vez
maiores; e entre tantas coisas parecia que se estava forjando uma conjura contra a Igreja, e
nomeavam a Roma. O bendito Jesus estava aflito e como que coberto por um manto negro e me
disse:
(2) “Minha filha, os flagelos farão ressurgir os povos, mas serão tantos, que todos os povos serão
cobertos de dor e de luto, e sendo as criaturas meus membros, por isso estou coberto por um
manto negro por causa delas”.
(3) Eu me consternava toda e lhe suplicava que se aplacasse, e Ele para consolar-me me disse:
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(4) “Minha filha, o Fiat deve ser o doce nó que une todos os teus atos, assim que minha Vontade
e a tua formarão o nó, e deves saber que cada pensamento, palavra, ato, atado com minha
Vontade, são outros tantos canais de comunicação que se abrem entre Eu e a criatura; Se todos
os teus atos forem entrelaçados com a minha Vontade, nenhum canal de comunicação divina
estará fechado entre Eu e tu”.
+ + + +
11-105
Outubro 2,1915
A alma tenta tomar parte nas amarguras de Jesus.
(1) Depois de ter sofrido muito pelas privações de meu sempre amável Jesus, Ele veio por
pouco, mas tão sofredor que aterrorizava. Eu fiz-me o ânimo e me aproximei a sua boca e tendo-
o beijado pus-me a chupar, quem sabe, talvez conseguisse aliviá-lo extraindo parte de suas
amarguras. Com minha surpresa, o que outras vezes não havia podido fazer, tive êxito em tirar-
lhe um pouco de amargura, mas Jesus estava tão sofredor que parecia que não o percebia, mas
depois que fiz isto, como se se estremecesse me olhou e me disse:
(2) “Minha filha, não posso mais, não posso mais, a criatura chegou ao cúmulo e me enche de tal
amargura, que minha Justiça estava a ponto de decretar a destruição geral, mas você chegou a
extrair-me um pouco de amargura, assim minha Justiça poderá esperar ainda, mas as punições
aumentarão ainda mais. Ah, o homem me incita, me dispõe a enchê-lo e quase a sufocá-lo de
dores e de castigos, de outra maneira não se converterá”.
(3) Então apressei-me a pedir-lhe que se aplacasse, e Ele com um sotaque comovente disse-me:
“Ah minha filha, ah minha filha!” E desapareceu.
+ + + +
11-106
Outubro 25,1915
Complacência de Jesus ao sentir repetir pela alma o que Ele fez.
(1) Continuando meu habitual estado entre privações e amarguras, estava pensando na Paixão
do meu amável Jesus, e Ele ia me repetindo:
(2) “Minha vida, minha vida. Minha mãe, minha mãe”.
(3) Eu surpreendida lhe disse: “O que isso significa?”
(4) E Jesus: “Minha filha, conforme sinto repetir em ti meus pensamentos, minhas palavras, amar
com meu amor, querer com minha Vontade, desejar com meus desejos e todo o resto, assim
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sinto correr minha Vida em ti e repetir os mesmos atos meus, e por isso é tanta minha
complacência que vou repetindo: “Vida minha, minha vida”. E quando penso no que sofreu
minha querida Mamãe que queria tomar todas minhas penas para sofrê-las Ela em meu lugar, e
como você busca imitá-la pedindo-me você sofrer as penas que as criaturas me dão, vou
repetindo: “Mamãe minha, mamãe minha mãe”. Em tantas amarguras de meu coração pelos
tantos membros dilacerados que sinto em minha Humanidade de tantas criaturas, meu único
alívio é sentir repetir minha Vida, assim sinto os membros das criaturas se consolidarem em
Mim”.
+ + + +
11-107
Outubro 28,1915
A Vida de Jesus é semente.
(1) Esta manhã, meu sempre amável Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, minha Vida sobre a terra não foi outra coisa que semente semeada, onde meus
filhos colherão sempre que estiverem no terreno onde semeei esta semente, e segundo sua
atitude de colher, minha semente reproduzirá seu fruto. Agora, esta semente são minhas obras,
palavras, pensamentos, também meus respiros, etc., então se a alma as colhe todas, fazendo-as
suas, se enriquecerá de tal maneira que poderá comprar o reino dos Céus, mas se não, esta
semente lhe servirá de condenação”.
+ + + +
11-108
Novembro 1,1915
Jesus quer desabafar no amor.
(1) Esta manhã meu doce Jesus não me fez esperar muito, veio, mas ansioso, inquieto, e
lançando-se nos meus braços me disse:
(2) “Minha filha, dá-me repouso, faz-me desabafar em amor. Se a Justiça quer seu desabafar
pode desabafar com todas as criaturas, meu Amor em troca pode desabafar somente com quem
me ama, com quem está ferido por meu mesmo Amor, e delirando vai buscando desabafar em
meu Amor, me pedindo mais amor, e se meu Amor não encontrasse uma criatura que me fizesse
desabafar, minha Justiça se acenderia principalmente e daria o último golpe para destruir as
pobres criaturas”.
(3) E enquanto isso dizia me beijava, voltava a me beijar e me dizia:
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(4) “Amo-te, mas com amor eterno; amo-te, mas com amor imenso; amo-te, mas com um amor
incompreensível para ti; amo-te, mas com um amor que jamais terá limites nem fim; amo-te com
um amor que nunca me poderás igualar”.
(5) Mas quem pode dizer todos os títulos que Jesus dizia do amor com que me ama? E a cada
modo dos que dizia esperava minha resposta, eu, não sabendo o que lhe dizer, nem tendo
movimento suficiente para poder igualá-lo lhe disse: “Vida minha, Tu sabes que não tenho nada
e que tudo o que faço o tomo de Ti, e logo o deixo em Ti de novo para fazer que minhas coisas,
estando em Ti, tenham contínua atitude e vida em Ti, e eu permaneço sempre nada, por isso
tomo teu amor e o faço meu e te digo: “Te amo com amor eterno, imenso, com um amor que não
tem limites nem fim e que é igual ao teu”. E beijava-o e voltava a beijá-lo, e à medida que repetia
“amo-te”, Jesus aquietava-se e tomava repouso e desapareceu. Depois, voltando, fazia ver sua
Santíssima Humanidade ferida, ferida, dilacerada, deslocada, todo sangue. Eu ante isso fiquei
horrorizada e Jesus me disse:
(6) “Minha filha, olha, tenho em Mim todos os pobres feridos que estão debaixo das balas e sofro
junto com eles, e quero que também você tome parte nestas penas para sua salvação”.
(7) E Jesus, transformando-se em mim, fazia-me sentir agora agonizante, agora sofredor, em
suma, sentia o que sentia Jesus.
+ + + +
11-109
Novembro 4,1915
Dor da Santíssima Virgem pelo flagelo da guerra.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual encontrava-me fora de mim mesma junto com a
Rainha Mãe, e pedia-lhe que se interpusesse diante de Jesus para fazer cessar o flagelo da
guerra, dizia-lhe: “Mamãe minha, piedade de tantas pobres vítimas, não vê quanto sangue,
quantos membros destroçados, quantos gemidos e lágrimas? És a Mãe de Jesus, mas também
nossa, portanto cabe a Ti pacificar os teus filhos”. E enquanto lhe implorava, Ela chorava, mas
apesar de chorar parecia inflexível. Eu chorava também e continuava rogando pela paz, e minha
querida Mamãe me disse:
(2) “Minha filha, a terra ainda não está purificada, os povos se mantêm endurecidos; e além
disso, se o flagelo termina, quem salvará os sacerdotes? Quem os converterá? A veste que em
muitos cobre suas vidas é tão deplorável, que os mesmos leigos têm repugnância de aproximar-
se deles. Vamos rezar, vamos rezar”.
+ + + +
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11-110
Novembro 11,1915
As almas que vivem na Divina Vontade são outros Cristos, e estes obtêm misericórdia.
(1) Nesta manhã, sentia tal compaixão pelas ofensas que Jesus recebe, e por tantas pobres
criaturas que têm a desventura de ofendê-lo, que quisera enfrentar qualquer pena para impedir a
culpa, e rezava e reparava de coração. Enquanto estava nisto, o bendito Jesus veio e parecia
que tinha as mesmas feridas do meu coração, mas oh! quanto maiores, e me disse:
(2) “Minha filha, minha Divindade ao fazer sair a criatura ficou como ferida por meu próprio Amor
por amor a ela, e esta ferida me fez descer do Céu à terra e chorar e derramar meu sangue, e
fazer tudo o que fiz. Agora, a alma que vive em minha Vontade sente ao vivo esta ferida minha
como se fora dela, e chora e reza e gostaria de sofrer tudo para pôr a salvo a pobre criatura, e
para que esta minha ferida de amor não seja recrudescida pelas ofensas das criaturas. ¡Ah!
minha filha, estas lágrimas, orações, penas, reparações, adoçam minha ferida e descem em meu
peito como joias fúlgidas, que me glorio de tê-las sobre meu peito para mostrá-las a meu Pai
para incliná-lo a piedade das criaturas. Assim que entre elas e Eu desce e ascende uma veia
divina que lhes vai consumindo o sangue humano, e quanto mais tomam parte em minha ferida,
em minha própria Vida, tanto mais esta veia divina se aumenta, se aumenta tanto de tornar-se
elas outros tantos Cristos, e eu vou repetindo ao Pai: “Eu estou no Céu, mas há outros Cristos
sobre a terra que estão feridos com minha mesma ferida, que choram como Eu, que sofrem, que
rezam, etc., portanto devemos derramar sobre a terra nossas misericórdias”. Ah sim, só estas
almas que vivem em meu Querer, que tomam parte em minha ferida, me assemelham na terra e
me assemelharão no Céu com tomar parte na mesma glória de minha Humanidade”.
+ + + +
11-111
Novembro 13,1915
Necessidade de Jesus de comungar a Si mesmo antes de dar-se aos outros. Como deve a
alma oferecer a Comunhão.
(1) Depois de ter recebido a Santa Comunhão, pensava para mim como deveria oferecê-la para
agradar a Jesus. E Ele, sempre benigno, disse-me:
Volume 11
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(2) “Minha filha, se queres agradar-me, oferece-a como a minha própria humanidade a
ofereceu. Eu, antes de dar em comunhão aos outros, comunguei a Mim mesmo, e quis fazer isto
para dar ao Pai a glória completa de todas as Comunhões das criaturas, para encerrar em Mim
todas as reparações de todos os sacrilégios, de todas as ofensas que haveria de receber no
Sacramento. A minha humanidade, encerrando a Vontade Divina, encerrava todas as reparações
de todos os tempos, e recebendo-me a Mim mesmo, recebia-me dignamente; e como todas as
obras das criaturas foram divinizadas pela minha humanidade, assim também quis selar com
minha comunhão as comunhões das criaturas; de outra maneira, como podia a criatura receber
um Deus? Foi a minha humanidade que abriu esta porta às criaturas e mereceu receber-me a
mim mesmo. Agora tu filha minha, recebe-a em minha Vontade, une-te a minha Humanidade e
assim encerrarás tudo e Eu encontrarei em ti as reparações de todos, a retribuição de tudo e
minha complacência, mas bem encontrarei outra vez a Mim mesmo em ti”.
+ + + +
11-112
Novembro 21,1915
O homem obriga Deus aos castigos.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, assim que vi a meu sempre amável Jesus lhe pedi
que por piedade mudasse os decretos da Divina Justiça, e lhe disse: “Meu Jesus, não mais, meu
pobre coração desfaz-se ao ouvir tantas tragédias; Jesus, basta, são tuas queridas imagens,
teus amados filhos que gemem, choram, se doam sob o peso de meios quase infernais”.
(2) E Ele: “Ah minha filha, porém tudo o que de terrível acontece agora, não é mais que o esboço
do projeto! Não vê que amplo giro estou traçando? O que será quando executar o projeto? Em
muitos lugares se dirá: “Aqui estava tal cidade, tais edifícios”. Haverá lugares totalmente
destruídos, o tempo urge, o homem chegou a obrigar-me a castigá-lo, quis quase desafiar-me,
incitar-me, e Eu tive paciência, mas todos os tempos chegam. Não me quiseram conhecer por
amor e misericórdia; me conhecerão então por via de justiça. Portanto, coragem, não se abata
tão cedo”.
+ + + +
11-113
Dezembro 10,1915
A alma deve fazer suas as orações, as obras, os sofrimentos de Jesus e todo o bem que
produziram.
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(1) Sentia-me aflita porque meu doce Jesus, minha vida, meu tudo, não se fazia ver. Eu me
lamentava, se me fosse possível queria ensurdecer com meus lamentos ao Céu e à terra para
movê-lo a compaixão de meu pobre estado. ¡ Que grande desventura, conhecê-lo, amá-lo e ficar
privada dele! Pode-se dar desventura maior? Mas enquanto me lamentava, o bendito Jesus
fazendo-se ver em meu interior, disse-me com um aspecto severo:
(2) “Minha filha, não me tentes. Já te disse tudo para te fazer ficar tranqüila, te disse que quando
me abstenho de vir é porque devo apertar nos castigos, pois isto exige minha justiça; e te
expliquei também as razões. Primeiro você não acreditou que era para punir pelo que Eu não
vinha como de costume, porque você não ouvia que no mundo aconteciam grandes castigos;
agora você ouve, e apesar disso dúvidas ainda, não é isto me tentar?”
(3) Eu tremia ao ver e ao ouvir Jesus tão severo, e para me tranquilizar mudou seu aspecto e
toda benignidade acrescentou:
(4) “Minha filha, coragem, eu não te deixo, mas estou dentro de ti, ainda que nem sempre me
vejas; e tu juntas-te sempre Comigo, se fizeres a tua oração, corre na minha e faz a tua, assim
como tudo o que fiz com as minhas orações, a glória que dei ao Pai, o bem que impetrei a todos,
também tu o farás; se obras, faze que o teu ato corra no meu, e este o faça teu, assim terás em
teu poder todo o bem que fez a minha humanidade, que santificou e divinizou tudo; se sofres, teu
sofrer corra no meu, e este o faça teu, e assim terás em teu poder todo o bem que fiz na
Redenção. Com isto tomarás os três pontos essenciais da minha Vida, e à medida que o fizeres,
sairão de ti mares imensos de graça que se derramarão para o bem de todos, e Eu verei a tua
vida não como tua, mas como minha”.
+ + + +
11-114
Janeiro 12,1916
Todas as nações se uniram para ofender a Deus, e conspiraram contra Ele.
(1) Estava a lamentar-me com Jesus bendito das suas habituais privações, e chorava
amargamente, e o meu adorável Jesus veio, mas num estado doloroso, e fazia-me ver como as
coisas iriam piorar sempre mais, e isto fazia-me chorar ainda mais, e Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, tu choras pelos tempos presentes, mas Eu choro pelos futuros. ¡ Oh, em que
labirinto se encontrarão as nações, tanto que uma formará o terror e a morte da outra, e não
saberão reagir por elas mesmas, farão coisas de loucos, de cegos, até atuar contra elas
mesmas. Este é o labirinto onde a pobre Itália se encontra, quantos golpes receberá! Lembra-te
Volume 11
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que há anos te disse que ela merecia o castigo, que a faria invadir por nações estrangeiras, e
esta é a trama que lhe estão a tecer. Como será humilhada e aniquilada. Demasiado ingrata me
foi. As minhas nações prediletas: a Itália e a França, são aquelas que mais me têm
desconhecido, se deram a mão para me ofender; justo castigo, se darão a mão em ficar
humilhadas, mas serão também elas as que mais farão a guerra à minha Igreja. ¡ Ah minha filha,
quase todas as nações se uniram para me ofender, conjuraram contra Mim. Que mal lhes fiz?
Assim, quase todas merecem o castigo”.
(3) Mas quem pode dizer a dor de Jesus, o estado de violência em que se encontrava e o meu
espanto, o meu medo? E dizia a meu Jesus: Como posso viver entre tantas tragédias? Ou fazes
de mim a vítima e perdoas aos povos, ou então leva-me contigo”.
+ + + +
11-115
Janeiro 28,1916
O amor reprimido é a maior amargura. Suspensão do estado de vítima.
(1) Sentia-me oprimida e pensava entre mim: “Tudo acabou, estado de vítima, sofrimentos,
Jesus, tudo”. Com o agregado de que o confessor não estava bem e por isso talvez me tocasse
estar sem a comunhão. Sentia todo o peso da suspensão de vítima por parte de Jesus, e por
parte da obediência não tinha nenhuma ordem, nem em favor nem contra, e isto aumentava
minha aflição lembrando que em março do ano passado não estando bem o confessor e
encontrando-me nas mesmas condições, Jesus me havia dito que se eu, ou quem me guiasse
me tivesse tido no estado de vítima, teria protegido a Corato, E é por isso que agora surgem
novos receios de que eu possa ser a causa de algum grave mal mesmo para Corato. Mas quem
pode dizer todas as minhas apreensões e amarguras? Eram tantas que me sentia petrificar.
Agora, o bendito Jesus tendo compaixão de mim, fez-se ver em meu interior e parecia que tinha
uma mão apoiada na testa, todo aflito, tanto que eu não me sentia com coragem de chamá-lo e
em voz baixa lhe disse: “Jesus, Jesus”. E Ele olhou para mim, mas, oh! Como era triste o seu
olhar, e disse-me:
(2) “Minha filha, quanto sofro! Se soubesses as tristezas de quem te ama, não farias outra coisa
senão chorar. Sofro também por ti, porque não vindo freqüentemente, meu Amor está reprimido
e não me desafogo, e ao ver que tampouco tu desabafas porque não me vês, e vendo-te sofrer
Eu sofro mais. ¡ Ah! minha filha, o amor reprimido é a maior amargura e o que mais tortura um
pobre coração. Mas, se tu sofreres, te estás tranqüila, eu não sofro tanto, mas se te afligires e te
Volume 11
98
esforças no teu sofrimento, eu enlouqueço e deliro, e sou obrigado a vir para desabafar e fazer-
te desabafar, porque as minhas tristezas e as tuas são irmãs; e além disso, teu estado de vítima
não terminou, minhas obras são eternas, e se bem as suspendo, não é sem causa justa, mas
não é que as faça terminar, e ademais Eu vejo as coisas na vontade e portanto tu és tal como
eras, porque tua vontade não mudou, E sem as penas não é você quem recebe dano, mas sim
as criaturas porque não recebem os efeitos de suas penas, isto é, a supressão dos castigos.
Acontece como com as criaturas que ocupam cargos públicos, postos de governo por um tempo
dado, e que depois de retirar-se têm seu pagamento por vida, apesar de que não ocupem já
esses postos. E eu deveria ser menos que as criaturas? Ah, não! Se aos governantes e aos
administradores dão pensões para a vida, Eu as dou “in eterno”; portanto, você não deve se
preocupar com as pausas que eu faço. E além disso, do que teme? esqueceu o quanto te amo?
Quem te guia será previdente, conhecendo todas as coisas como estão e como foram, e Eu terei
cuidado de Corato. E a ti te manterei apertada em meus braços em qualquer coisa que possa
acontecer”.
+ + + +
11-116
Janeiro 30,1916
A Divina Vontade cristaliza a alma que vive nela.
(1) Eu estava me afogando toda em meu sempre amável Jesus, e enquanto isso fazia, Jesus
vindo se fundia todo em mim, e me disse:
(2) “Minha filha, quando a alma vive de todo em minha Vontade, se pensa, seus pensamentos se
refletem em minha mente no Céu; se deseja, se fala, se ama, tudo se reflete em Mim e tudo o
que Eu faço se reflete nela. Acontece como quando o sol se reflete em um espelho, se vê neste
outro sol, tudo semelhante ao sol do céu, mas com a diferença que o sol no céu está fixo e está
sempre em seu lugar, em troca no espelho é passageiro. Minha Vontade cristaliza a alma, e todo
seu obrar se reflete em Mim e Eu, ferido, arrebatado por estes reflexos lhe envio toda minha luz,
de modo de formar nela outro sol, assim que parece um sol no céu e outro sol na terra. ¡ Que
encanto, que harmonia entre eles! Quantos bens não são derramados em favor de todos! Mas se
a alma não está fixa no meu Querer, pode acontecer como o sol que se forma no espelho, onde
é um sol passageiro e logo o espelho fica na escuridão, e o sol do céu fica só”.
+ + + +
11-117
Volume 11
99
Fevereiro 5,1916
As criaturas quererão destruir a Deus, e fazer-se um deus por sua própria conta.
(1) Continuo meus dias muito aflita, especialmente pelas ameaças quase contínuas por parte de
Jesus que os flagelos se farão maiores. Esta noite, fiquei aterrorizada, pois me encontrei fora de
mim mesma e encontrei a meu aflito Jesus; eu me sentia renascer a nova vida ao vê-lo, mas o
que? Assim que me dispus a consolá-lo várias pessoas me arrebataram e o reduziram a
pedaços. Que dor! Que horror! Eu me lancei por terra junto a um desses pedaços, e uma voz do
céu ressoou naquele lugar;
(2) “Firmeza, coragem aos poucos bons, não se separem em nada, não negligenciem nada,
serão expostos a grandes provações por Deus e pelos homens. Só a fidelidade não os deixará
titubear e serão salvos. A terra será coberta por flagelos jamais vistos, as criaturas quererão
desfazer o Criador e quererão ter um deus por sua própria conta, e satisfazer seus caprichos a
custo de qualquer carnificina, e com tudo isso, não conseguindo sua tentativa chegarão às mais
baixas bestialidades. Tudo será terror e pavor”.
(3) Depois disto encontrei-me em mim mesma, eu tremia, o pensamento de como tinham
reduzido o meu Jesus me dava morte, e a qualquer custo teria querido vê-lo, pelo menos por um
instante para saber o que tinha sido dele. E Jesus, sempre bom, veio e eu me tranquilizei. Seja
sempre bendito.
+ + + +
11-118
Março 2,1916
A alma que vive na Divina Vontade, conforme vai atuando o bem, faz sair de Deus esse
bem.
(1) Continuo meus dias amargos, Jesus abençoado vem muito pouco, e se eu me lamentar, ou
me responde com um soluço, ou então me diz:
(2) “Minha filha, você sabe que não venho freqüentemente porque os castigos se vão tornando
mais severos, então por que se lamenta?”
(3) Mas eu cheguei a um ponto em que não podia mais e rompi em pranto, e Jesus para
tranquilizar-me e fortalecer-me veio, e quase toda a noite passei com Jesus; agora me beijava,
me acariciava, me sustentava, agora se lançava em meus braços para tomar repouso, agora me
fazia ver o terror das pessoas, quem fugia de um ponto e quem de outro. Lembro-me que ele me
disse:
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100
(4) “Minha filha, o que Eu contenho no poder, a alma o contém na vontade, assim que todo o
bem que verdadeiramente quer fazer, Eu o vejo como se na realidade a alma o tivesse feito. Eu
tenho Querer e Poder, se quiser posso, em troca a alma muitas coisas não as pode, e o querer
suplanta ao poder, e assim vai se assemelhando a Mim, e Eu vou enriquecendo a alma com
todos aqueles méritos que contém sua boa vontade e que quer fazer sua vontade”.
(5) Depois acrescentou: “Minha filha, quando a alma se dá toda a Mim, Eu estabeleço nela minha
morada, muitas vezes me agrada fechar tudo e ficar às escuras, outras vezes me agrada dormir,
e à alma a ponho como sentinela a fim de que não deixe vir a ninguém a incomodar-me e
interromper meu sonho, E, se necessário, deve ela enfrentar o desconforto e responder por Mim.
Outras vezes me agrada abrir tudo e fazer entrar os ventos, as friezas das criaturas, os dardos
das culpas que me mandam, e tantas outras coisas, e a alma deve estar contente de tudo, deve
me deixar fazer o que quero, é mais, deve fazer suas minhas coisas, e se não sou livre de fazer
o que quero, seria um infeliz nesse coração se devesse estar atento em lhe fazer sentir quanto
gozo, e ocultar, apesar de meu sofrimento, assim que, onde estaria minha liberdade? ¡ Ah! Tudo
está em minha Vontade, e se a alma toma Esta, toma toda a substância de meu Ser e me
encerra a todo Eu nela, e conforme vai operando o bem, tendo nela a substância de minha Vida,
faz sair esse bem de Mim mesmo, e saindo de Mim, como raio de luz corre para bem de todas as
criaturas”.
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11-119
Abril 1,1916
Que desapego se requer da alma, para que seu batimento seja uno com o batimento de
Jesus.
(1) Esta manhã, meu doce Jesus se fazia ver em meu coração, e sua batida batia no meu. Eu o
olhei e Ele me disse:
(2) “Minha filha, quem verdadeiramente me ama e em tudo faz o meu Querer, o seu batimento e
o meu são um só, assim que Eu os chamo batidas minhas, e como tais os quero em torno e
ainda dentro do bater do meu coração, todos dedicados a consolar-me, a adoçar todos os meus
batimentos dolorosos, e o seu batimento cardíaco no meu formará doce harmonia que me
repetirá toda a minha Vida, me falará das almas obrigando-me a salvá-las. Mas, minha filha, para
fazer eco ao meu bater, que desapego é necessário, deve ser mais vida do Céu que de terra,
mais Divina que humana! Basta só uma sombra, uma pequena coisa para fazer que a alma não
sinta a força, as harmonias, a santidade do meu batimento, e portanto não faça eco ao meu, não
Volume 11
101
harmoniza junto Comigo, e Eu vejo-me obrigado a ficar só nas minhas dores ou nas minhas
alegrias, e estas dores tenho-as pelas almas que, quem sabe o quanto me prometiam, mas na
hora de as cumprir fiquei desiludido de suas promessas”.
+ + + +
11-120
Abril 15,1916
Sendo Jesus o Verbo, tudo n’Ele fala amorosamente às criaturas.
(1) Pelas contínuas privações do meu doce Jesus vivo morrendo. Esta manhã encontrei-me toda
em Jesus, como se nadasse na imensidão do meu Sumo Bem. Logo via em mim e via a Jesus
em mim, e sentia que todo o Ser de Jesus falava: Os pés, as mãos, o coração, a boca, em suma,
eram vozes, não só isto, senão a maravilha era que estas vozes se faziam imensas, se
multiplicavam por cada criatura, os pés de Jesus falavam aos pés e a cada passo de criatura, as
mãos às obras, os olhos aos olhares, os pensamentos a cada pensamento. ¡ Que harmonia
entre Criador e criatura! Que visão encantadora! Que amor! Mas, ai de mim, todas estas
harmonias eram despedaçadas pelas ingratidões e pelos pecados, o amor era correspondido
com as ofensas. E Jesus todo aflito me disse:
(2) “Minha filha, Eu sou o Verbo, ou seja, a Palavra, e é tanto o amor pela criatura, que me
multiplico em tantas vozes por quantos atos, pensamentos, afetos, desejos, etc., faz cada
criatura, para receber delas a correspondência de seus atos feitos por amor meu. Dou amor e
quero amor, mas recebo ofensas; dou vida, e se pudessem me dariam morte; mas apesar de
tudo Eu continuo meu ofício amoroso.
(3) Agora, saiba que quem vive unido Comigo e de meu Querer, também a alma, nadando na
minha imensidão, é toda voz junto Comigo, assim que caminha, seus pés falam ao
pecador; seus pensamentos são vozes às mentes, e assim de todo o resto; e somente nestas
almas Eu encontro como uma recompensa na obra da Criação, e ao ver que não podem nada
por si sós para corresponder ao meu Amor e manter as harmonias entre Eu e elas, entram em
meu Querer e se fazem donas, e agem ao divino, meu Amor então encontra seu desabafo, e as
amo mais que a todas as outras criaturas”.
+ + + +
11-121
Abril 21,1916
Vestes de espinhos que as criaturas puseram sobre a Humanidade de Jesus.
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102
(1) Continuam meus dias amargos, temo que Jesus algum dia não venha nem sequer por um
instante, e em minha dor vou repetindo: “Jesus, não me faça isso; que não quer falar, está
bem; não quer me fazer sofrer, resigno; não quer me fazer dom de teus carismas, “Fiat”; mas
que não deva vir, isto não, Você sabe que me custaria a vida e a mesma natureza sem Ti até a
noite, se dissolveria”. E enquanto dizia isto, o bendito Jesus, aumentando as minhas amarguras,
fez-se ver-me dizendo:
(2) “Tens de saber que se não venho um pouco para desabafar contigo, o mundo estaria prestes
a receber o último golpe de destruição e de todos os tipos de flagelos”.
(3) Que espanto! Então fiquei aterrorizada e petrificada pela dor. Portanto continuava a rezar e
dizia: “Meu Jesus, cada momento da tua privação te pede que nas almas seja criada uma nova
Vida de Ti, e esta graça me deves dá-la, só com este pacto aceito a tua privação. Não é uma
coisa de nada que me privo, mas de Ti, bem imenso, infinito, eterno, o preço é imenso, por isso
façamos o pacto”.
(4) E Jesus pôs o seu braço no meu pescoço como aceitando; e olhando para ele, mas ai de
mim, que visão tão dolorosa, estava circundado de espinhos, não só a cabeça mas toda a sua
Santíssima Humanidade, tanto que, abraçando-o, me picavam, mas a qualquer custo eu queria
entrar em Jesus, e Ele todo bondade rasgou essa vestidura de espinhos na parte do coração e
me pôs dentro, e eu via a Divindade de Jesus, e se bem que fosse uma só coisa com sua
Humanidade, ainda que a Humanidade ficasse dilacerada, a Divindade permanecia intangível. E
Jesus disse-me:
(5) “Minha filha, viste que roupa tão dolorosa me fizeram as criaturas, e como estes espinhos
estão encarnados na minha humanidade? Estes espinhos fecharam a porta à Divindade, ao ter
circundado toda minha Humanidade da qual, só saía minha Divindade em benefício das
criaturas. Agora é necessário que tire parte destes espinhos e os despeje sobre as criaturas, e
correndo por meio dos espinhos a luz de minha Divindade, possa pôr a salvo suas almas, por
isso é necessário que a terra seja inundada de castigos, de terremotos, carestias, guerras, etc.,
para que se rompa esta vestidura de espinhos que as criaturas me puseram, e assim a luz da
Divindade, penetrando em suas almas, as possa desenganar e faça surgir tempos melhores”.
+ + + +
11-122
Abril 23,1916
A cada pensamento sobre a Paixão, a alma toma luz da Humanidade de Jesus.
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103
(1) Continuando meu estado habitual, meu adorável Jesus se fazia ver todo circundado de luz
que lhe saía de dentro de sua Santíssima Humanidade, que o embelezava de modo tal de formar
uma vista encantadora e raptora, eu fiquei surpreendida e Jesus me disse:
(2) “Minha filha, cada pena que sofri, cada gota de sangue, cada chaga, oração, palavra, ação,
passo, etc., produziu uma luz em minha Humanidade capaz de embelezar-me em tal modo, de
ter arrebatados todos os bem-aventurados. Agora, a alma a cada pensamento de minha Paixão,
a cada condolência, a cada reparação, etc., que faz, não faz outra coisa que tomar luz de minha
Humanidade e embelezar-se a minha semelhança, assim que um pensamento de mais de minha
Paixão, será uma luz de mais que lhe levará um gozo eterno”.
+ + + +
11-123
Maio 3,1916
A alma na Divina Vontade ora como Jesus, satisfaz ao Pai e repara por todos tal como o
fez Ele.
(1) Enquanto estava rezando, meu amável Jesus se pôs junto, e ouvia que também Ele rezava e
eu me pus a ouvi-lo, então me disse:
(2) “Minha filha, reza, mas reza como Eu rezo, isto é, converte-te toda em minha Vontade, e nela
encontrarás a Deus e a todas as criaturas, e fazendo tuas todas as coisas das criaturas, as darás
a Deus como se fosse uma só criatura, porque o Querer Divino é o dono de todas, e porás aos
pés da Divindade os atos bons para lhe dar honra, e os maus para os reparar com a santidade,
poder e imensidão da Divina Vontade à qual nada escapa. Esta foi a Vida de minha Humanidade
na terra, por quanto Santa era minha Humanidade, tinha necessidade deste Divino Querer para
dar completa satisfação ao Pai, e redimir as gerações humanas, porque só neste Divino Querer
Eu encontrava todas as gerações passadas, presentes e futuras, e todos os seus atos,
pensamentos, palavras, etc., como em ação. E neste Santo Querer, sem que nada me
escapasse, Eu tomava todos os pensamentos em minha mente, e por cada um em particular Eu
me apresentava ante a Majestade Suprema e os reparava, e nesta mesma Vontade descia em
cada mente de criatura, dando-lhe o bem que tinha impetrado para o seu entendimento; nos
meus olhos tomava todos os olhos das criaturas; na minha voz as suas palavras; nos meus
movimentos os seus; nas minhas mãos as suas obras; no meu coração as afeições, os
desejos; nos meus pés os passos; e fazendo-os como meus, neste Divino Querer minha
Volume 11
104
Humanidade satisfazia ao Pai e Eu punha a salvo as pobres criaturas, e o Pai Divino ficava
satisfeito, não podia rejeitar-me sendo o Santo Querer Ele mesmo, se teria rejeitado Ele
mesmo? Certamente que não; muito mais do que nestes atos encontrava santidade perfeita,
beleza inatingível e raptora, amor sumo, atos imensos e eternos, potência invencível. Esta foi
toda a Vida da minha humanidade na terra, desde o primeiro instante da minha concepção até
ao último respiro, para prossegui-la depois no Céu e no Santíssimo Sacramento. Por que não
pode fazer o mesmo? Para quem me ama tudo é possível, unida Comigo em minha Vontade,
toma e leva diante da Majestade Divina em teus pensamentos, os pensamentos de todos; em
teus olhos, os olhares de todos; em tuas palavras, nos movimentos, nos afetos, nos desejos,
todos os de teus irmãos para os reparares, para impetrar para eles luz, graça, amor. No meu
Querer, encontrar-te-ás em Mim e em todos, farás a minha Vida, rezarás como Eu, e o Pai Divino
por isto ficará contente e todo o Céu te dirá: “Quem nos chama na terra? Quem é que quer
prender este Santo Querer em si, fechando todos nós juntos?” E quanto bem não pode obter a
terra fazendo descer o Céu à terra?”
+ + + +
11-124
Maio 25,1916
Trabalho de Jesus na alma. Como é necessária a correspondência para poder produzir
frutos abundantes.
(1) Continuando o meu habitual estado, estava toda aflita, especialmente porque nos dias
passados o bendito Jesus me fez ver como soldados estrangeiros invadiam a Itália e a grande
carnificina que causavam em nossos soldados, os rios de sangue, dos quais o próprio Jesus
tinha horror. Meu pobre coração me sentia despedaçado pela dor e dizia a Jesus: “Salve meus
irmãos, suas imagens, desde dentro desse lago de sangue e não permita que nenhuma alma
caia ao inferno”. E, vendo que a Divina Justiça mais acenderia a sua ira contra as pobres
criaturas, eu sentia a minha morte, e Jesus quase para me distrair destas cenas tão dilacerantes
me disse:
(2) “Minha filha, é tanto o amor com que amo as almas, enquanto a alma se decide a dar-se a
Mim, Eu a circundo de abundante graça, a acaricio, a comovo, a recolho, o dom de graças
sensíveis, de fervores, de inspirações, de necessidades do coração, e então a alma vendo-se tão
graciosa começa a me amar, faz como um fundo de orações em seu coração, de práticas
piedosas e se decide a exercitar-se nas virtudes, tudo isto forma um prado florido na alma, mas
Volume 11
105
meu Amor não fica contente só com as flores, mas quer frutos e por isso começa a fazer cair as
flores, isto é, o despojo do amor sensível, do fervor e de tudo o mais para fazer nascer os frutos.
Se a alma é fiel, continua suas práticas piedosas, suas virtudes, não toma gosto de nenhuma
outra coisa humana, se não pensa em si mas só em Mim, confia em Mim, com isto porá o sabor
aos frutos; com a fidelidade fará amadurecer os frutos, e com sua coragem, tolerância e
tranqüilidade os fará crescer e serão frutos abundantes, e Eu, o Celestial Agricultor colherei
estes frutos e farei deles meu alimento, e plantarei outro horto mais belo e mais florido no qual
nascerão frutos heróicos, que arrancarão de meu coração graças inauditas. Mas se for infiel,
desconfiada, se agita, toma gosto das coisas humanas, etc., os frutos serão acerbos, insípidos,
amargos, sujos e servirão para me amargurar e fazer-me retirar da alma”.
+ + + +
11-125
Junho 4,1916
Jesus derrama suas amarguras na alma, e sobre os povos.
(1) Esta manhã meu sempre amável Jesus veio, eu o apertei ao coração, e Ele me deu um
beijo; mas enquanto me beijava senti correr de sua boca para a minha um líquido
amarguíssimo. Eu fiquei maravilhada ao ver que, sem lhe pedir, o doce Jesus derramava suas
amarguras em mim, enquanto outras vezes lho havia pedido tanto e não mo tinha
concedido. Então, quando me enchi daquele líquido amarguíssimo, Jesus continuou
derramando-o e caía para fora, caía por terra e continuava derramando-o, fazendo em torno de
mim e a Ele um lago daquele líquido amarguíssimo. E como se com isto se houvesse aliviado um
pouco me disse:
(2) “Filha, viste quantas amarguras me dão as criaturas? São tantas, que não podendo contê-las
quis derramá-las em você, mas nem mesmo você pôde contê-las, e por isso caíram por terra e
se derramarão sobre os povos”.
(3) E enquanto dizia isto, apontava vários pontos e povos que deviam ser atingidos pelas
invasões de povos estrangeiros, uns fugiam, outros ficavam nus, em jejum, outros ficavam
dispersos, que morto, por toda parte havia horror e espanto. Jesus mesmo queria retirar o olhar
de tantas tragédias, e eu, espantada e aterrorizada, queria impedir que Jesus fizesse tudo isto,
mas parecia irremovível, e então me disse:
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106
(4) “Minha filha, são as mesmas amarguras deles que a Divina Justiça derrama sobre os
povos. Quis primeiro derramá-las em ti para evitá-las em alguns lugares para te contentar, mas
todo o resto derramei sobre eles, minha Justiça necessita sua satisfação”.
(5) E eu: “Meu amor e minha vida, eu não entendo de Justiça; se te peço misericórdia, apelo ao
teu amor, às tuas chagas, ao teu sangue; além disso, são sempre os teus filhos, as tuas queridas
imagens. Pobres irmãos meus, como farão? Em que apuros serão postos? Dizes-me para me
contentar que derramaste em mim tuas amarguras, mas são muito poucos os lugares que
proteges”.
(6) E Ele: “Mas é demais, e é porque te amo, de outra maneira não teria evitado nada. Além
disso, não viu você mesma que não podia conter mais?”
(7) E eu a chorar, acrescentei: “No entanto, dizes-me que me amas, mas onde está tudo isto que
me amas? O verdadeiro amor sabe contentar em tudo a pessoa amada, então por que não me
alargas mais para poder conter mais amarguras e evitá-las aos meus irmãos?”
(8) Jesus chorou junto comigo e desapareceu.
+ + + +
11-126
Junho 15,1916
No Divino Querer tudo é completo. As orações mais potentes sobre o coração de Jesus e
que mais o enternecem, é revestir-se de tudo aquilo que fez e sofreu Ele mesmo.
(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus veio, me transformou toda em
Ele e logo me disse:
(2) “Filha, lança-te em meu Querer para fazer-me reparações completas, meu Amor sente a
irresistível necessidade, ante tantas ofensas das criaturas, de que ao menos haja uma, que
interpondo-se entre Eu e elas me dê reparações completas, amor por todas, e tira de Mim
obrigado para todas, e isto podes fazer só no meu Querer, onde me encontrarás a mim e a todas
as criaturas. ¡ Oh! Com que ânsia estou esperando que entre em meu Querer para poder
encontrar em você as complacências e as reparações de todas, pois só em meu Querer
encontrará todas as coisas em ato, porque Eu sou motor, ator e espectador de tudo”.
(3) E enquanto dizia, fundi-me no seu Querer, mas quem pode dizer o que via? Encontrava-me
em contato com cada pensamento de criatura, cuja vida de cada pensamento vinha de Deus, e
eu em seu Querer me multiplicava em cada pensamento, e com a santidade de seu Querer
reparava tudo, tinha um obrigado por todos, um amor por todos, e assim me multiplicava nos
Volume 11
107
olhares, nas palavras e em todo o resto, mas quem pode dizer como acontecia tudo isto? A mim
me faltam as palavras, talvez as mesmas línguas angélicas seriam balbuciantes, por isso ponho
ponto.
(4) E assim passei a noite toda com Jesus em seu Querer. Depois senti a Rainha Mamãe junto a
mim e me disse:
(5) “Minha filha, reza”.
(6) E eu: “Mamãe minha, rezemos juntas, pois por mim só eu não sei rezar”.
(7) E Ela acrescentou: “As orações mais potentes sobre o coração de meu Filho e que mais o
enternecem, é quando a criatura se reveste com tudo o que Ele mesmo fez e sofreu, tendo dado
tudo isso como dom à criatura. Portanto, minha filha, cinge a tua cabeça com os espinhos de
Jesus, adorna os teus olhos com as suas lágrimas, impregna a tua língua com a sua amargura,
reveste a tua alma com o seu sangue, inclina-te com as suas chagas, atravessa as tuas mãos e
os teus pés com os seus pregos, e como outro Cristo apresenta-te ante sua Divina
Majestade. Este espetáculo o comoverá, de maneira que não saberá recusar nada à alma
revestida com suas próprias divisas, mas, oh, quão pouco sabem as criaturas servir-se dos dons
que meu Filho lhes deu! Estas eram as minhas orações na terra, e estas ainda o são no Céu”.
(8) Então juntas nos revestimos com as divisas de Jesus, e juntas nos apresentamos diante do
trono divino, o que comovia a todos, os anjos nos queriam ver e ficavam surpresos. Eu agradeci
à mãe e me encontrei em mim mesma.
+ + + +
11-127
Agosto 3,1916
Cada ato que a criatura faz é um paraíso a mais que adquire para o Céu.
(1) Continuando meu habitual estado, meu amável Jesus se faz ver por um instante, ou diz só
alguma palavra e foge, ou então se oculta em meu interior. Recordo que um dia me disse:
(2) “Minha filha, Eu sou o centro e toda a Criação recebe vida deste centro, assim que Eu sou
vida de cada pensamento, de cada palavra, de cada ação de todos, e as criaturas se servem
desta vida que lhes dou para tomar ocasião de me ofender, Eu dou vida, e se elas pudessem me
dariam morte”.
(3) Recordo também que rezando para que diminuísse os flagelos, me disse:
(4) “Filha, acreditas tu que seja Eu quem quer açoitá-los? Ah não! Mas é tanto o amor, que toda
minha Vida a confortei em refazer o que o homem estava obrigado a fazer diante da Majestade
Volume 11
108
Suprema, e como meus atos eram divinos, multipliquei-os em tantos para refazer por todos e por
cada um, em modo de encher Céu e terra e deixá-los em defesa do homem, para fazer que a
Justiça não pudesse golpeá-lo, mas o homem com o pecado rompe esta defesa, e rompe a
defesa os flagelos golpeiam o homem”.
(5) Mas quem pode dizer todas as pequenas coisas que me disse? Esta manhã estava a rezar e
lamentava-me com Jesus que não me ouvia favoravelmente, especialmente porque não
terminava de castigar, e dizia-lhe: “Para quê rezar se não me queres ouvir favoravelmente? Na
verdade, você diz que os males vão piorar”. Então ele me disse:
(6) “Minha filha, o bem é sempre bem, aliás, deves saber que cada oração, cada reparação, cada
ato de amor, qualquer coisa santa que a criatura faz é um paraíso de mais que adquire, assim
que o ato mais simples, santo, será um paraíso de mais; um ato de menos, um paraíso de
menos, porque cada bom ato vem de Deus, e portanto a alma, em cada bom ato, toma a Deus, e
como Deus contém alegrias infinitas, inumeráveis, eternas, imensas, de tal maneira que os
mesmos bem-aventurados por toda a eternidade não chegarão a prová-los todos, então não é de
admirar que cada ato bom, tomando a Deus, Deus fica como comprometido em substituí-los por
outros tantos contentes. Então, se a alma sofre também as distrações por meu amor, no Céu sua
inteligência terá mais luz e agradará tantos paraísos a mais por quantas vezes sacrificou sua
inteligência, e tanto mais compreenderá de Deus. Se sofre as friezas por meu amor, tantos
paraísos gostará e da variedade dos contentamentos que há em meu Amor; se sofre a
escuridão, tantos contentamentos de mais em minha luz inacessível, e assim de todo o resto,
isto é o que significa uma oração de mais ou de menos”.
+ + + +
11-128
Agosto 6,1916
Necessidade de Jesus que se multipliquem as almas que vivam do Divino Querer.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu doce Jesus por um instante veio e me disse:
(2) “Minha filha, meu Amor sente uma irresistível necessidade de que se multipliquem as almas
que vivem de meu Querer, porque estas almas são os lugares de meus reencontros. Meu Amor
quer fazer o bem a todos, mas as culpas impedem-me de derramar sobre elas meus benefícios,
por isso vou buscando estas almas, e como nestas almas não sou impedido de derramar minhas
graças, Eu as derramo, e por meio dessas almas tomam parte os povos e as pessoas que as
circundam. Por isso, quanto mais encontros de tal gênero tenha na terra, tanto mais desabafo
tem meu Amor e mais se derrama em benefícios em prol da humanidade”.
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+ + + +
11-129
Agosto 10,1916
Como na Vontade de Deus nossas penas se encontram junto com as penas de Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, me sentia amarga pela privação de meu amável Jesus, e
me lamentava com Ele de que cada privação que me fazia era uma morte que me dava, e morte
cruel, pois enquanto se sente a morte, não se pode morrer, e dizia: “Como tem coração de me
dar tantas mortes?” E Jesus vindo por uns instantes me disse:
(2) “Minha filha, não te abatas, minha humanidade estando na terra continha todas as vidas das
criaturas, e todas estas vidas saíam de Mim, mas quantas não voltavam a Mim porque morriam e
se enterravam no inferno? E eu sentia a morte de cada uma, de tal forma que se rasgava a
minha humanidade. Estas mortes foram a dor mais dolorosa e cruel de toda a minha vida, até ao
último suspiro. Minha filha, não queres tomar parte nas minhas mágoas? A morte que sente por
minha privação não é outra coisa que uma sombra das penas da morte que senti pela perda das
almas, por isso me dê sua pena para adoçar as tantas mortes cruéis que sofreu minha
Humanidade, esta pena faça correr em minha Vontade e aí encontrará a minha e, unindo-se
juntas, correrão para o bem de todos, especialmente por aquelas que estão prestes a cair no
abismo; se a tiveres só para ti, nuvens se formarão entre mim e tu, e a corrente do meu Querer
ficará quebrada entre ti e eu, as tuas dores não encontrarão as minhas e não poderás espalhar-
te para o bem de todos, e sentirás todo o peso da tua pena. Em troca, se tudo o que possas
sofrer, pensas como fazê-lo correr no meu Querer, para ti não haverá nuvens e as mesmas
penas te levarão luz e abrirão novas correntes de união, de amor e de graças”.
+ + + +
11-130
Agosto 12,1916
Glória das almas que viverão no Querer Divino na terra.
(1) Estava a meditar no Santíssimo Querer, e o meu doce Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, só por quem vive em meu Querer me sinto como correspondido pela Criação,
pela Redenção e pela Santificação, e me glorifica no modo como a criatura deve glorificar-me,
por isso estas almas serão joias de meu trono e tomarão nelas todos os contentes, a glória que
cada bem-aventurado terá para si só, estas almas estarão como rainhas em torno do meu trono,
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e todos os bem-aventurados estarão ao seu redor, e como os bem-aventurados serão tantos sóis
que resplandecerão na Jerusalém celeste, as almas que terão vivido em meu Querer
resplandecerão em meu mesmo Sol, estarão como fundidas com meu Sol, e os bem-
aventurados verão a estas almas dentro de Mim mesmo, pois é justo que tendo vivido na terra
unidas Comigo, com meu Querer, não tendo vivido vida própria, é muito justo que no Céu
tenham um posto diferente de todos os demais, e continuem no Céu a vida que levaram na terra,
todas transformadas em Mim e abismadas no oceano de meus contentamentos”.
+ + + +
11-131
Setembro 8,1916
Por quanto tempo a alma está na Divina Vontade, tanto de Vida Divina pode dizer que faz
sobre a terra. Os atos na Divina Vontade são os atos mais simples, mas como são simples
se comunicam a todos.
(1) Esta manhã depois da comunhão, senti que meu amável Jesus de modo especial me
absorvia toda em seu Querer, e eu nadava dentro dele, mas quem pode dizer o que eu
sentia? Eu não tenho palavras para me expressar, e Jesus me disse:
(2) “Minha filha, por quanto tempo a alma está na minha Vontade, tanto de Vida Divina pode
dizer que faz na terra. ¡ Oh, como me agrada quando vejo que a alma entra em minha Vontade
para fazer Vida Divina! Muito me agrada ver as almas que repetem em minha Vontade o que
fazia minha Humanidade nela. Eu fiz a comunhão, recebi a Mim mesmo na Vontade do Pai, e
com isto não só reparava tudo, senão que encontrando na Divina Vontade a imensidão, a
onividência de tudo e de todos, por isso Eu abraçava a todos, dava-me em comunhão a todos, e
vendo que muitos não teriam tomado parte no Sacramento, e ao Pai ofendido por não quererem
receber a vida, Eu dava ao Pai a satisfação, a glória, como se todos tivessem recebido a
comunhão, dando ao Pai por cada um a satisfação e a glória de uma Vida Divina. Também tu
recebes a comunhão na minha Vontade, repete o que eu fiz, e assim não só repararás tudo,
senão que me darás a Mim mesmo a todos como Eu queria dar-me a todos, e me darás a glória
como se todos tivessem recebido a comunhão. Meu coração se sente enternecido quando vê
que a criatura não podendo dar-me nada dela que seja digno de Mim, toma minhas coisas, as
faz suas, imita como as fiz, e para me agradar as dá, e eu em minha complacência vou lhe
repetindo: Minha filha, fizeste precisamente o que eu fazia”.
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(3) Depois acrescentou: “Os atos na minha Vontade são os atos mais simples, e porque são
simples comunicam-se a todos. A luz do sol, porque é simples, é luz de todo olho, mas o sol é
um; um ato só em minha Vontade, como luz simplíssima se difunde em cada coração, em cada
obra, em todos, mas o ato é um, meu mesmo Ser, porque é simplíssimo, é um ato só, mas um
ato que contém tudo, não tem pés mas é o passo de todos, não tem olhos mas é olho e luz de
todos, dá vida a tudo, mas sem esforço, sem cansaço, mas dá o ato de obrar a todos, então, a
alma em minha Vontade se simplifica e junto Comigo se multiplica em todos, faz bem a todos. ¡
Oh, se todos compreendessem o valor imenso dos atos, mesmo os mais pequenos atos feitos
em minha Vontade, nenhum ato deixaria escapar!”
+ + + +
11-132
Outubro 2,1916
Efeitos da comunhão na Divina Vontade.
(1) Esta manhã recebi a comunhão como Jesus me havia ensinado, isto é, unida com sua
Humanidade, Divindade e Vontade sua, e Jesus se fez ver e eu o beijei e o estreitei a meu
coração, e Ele me devolveu o beijo e o abraço, me disse:
(2) “Minha filha, como estou feliz que tenha vindo me receber unida com minha Humanidade,
minha Divindade e minha Vontade! Renovaste-me toda a alegria que senti ao receber-me em
comunhão a Mim mesmo, e enquanto tu me beijavas e me abraçavas, estando em ti todo Eu
mesmo, continhas todas as criaturas, e Eu sentia dar-me o beijo de todas, os abraços de todas,
porque esta era tua vontade, como foi a minha ao receber-me na comunhão, refazer o Pai por
todo o amor das criaturas e apesar de que muitos não o amariam, e o Pai se refazia em Mim do
amor de todas as criaturas, e Eu me refaço em ti do amor de todas as criaturas, e tendo
encontrado em minha Vontade quem me ama, me repara, etc., em nome de todas, porque em
minha Vontade não há coisa que a alma não possa dar-me, sinto-me amar as criaturas apesar
de que me ofendam, e vou inventando estratagemas de amor em torno dos corações mais duros
para convertê-los. Só por amor destas almas que fazem tudo no meu Querer, Eu me sinto como
acorrentado e arrebatado e concedo-lhes os prodígios das maiores conversões”.
+ + + +
11-133
Outubro 13,1916
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112
Os anjos estão em torno da alma que faz as horas da Paixão. Estas horas são os
pequenos goles doces que as almas dão a Jesus.
(1) Estava fazendo as horas da Paixão, e o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, no curso de minha Vida mortal, milhões e milhões de anjos cortejavam a minha
Humanidade e recolhiam tudo o que Eu fazia, os passos, as obras, as palavras e até os suspiros,
as penas, as gotas de sangue, em suma, tudo. Eram anjos destinados à minha guarda, a dar-me
honra, obedientes a todos os meus sinais, subiam e desciam do Céu para levar ao Pai tudo o
que Eu fazia. Agora estes anjos têm um ofício especial, e conforme a alma faz memória de
minha Vida, de minha Paixão, de meu sangue, de minhas chagas, de minhas orações, põem-se
em torno desta alma e recolhem suas palavras, suas orações e condolências que me fazem, as
lágrimas, os oferecimentos, os unem com os meus e os levam diante de minha Majestade para
renovar-me a glória de minha própria Vida, é tanta a complacência dos anjos, que reverentes
estão em torno de ouvir o que diz a alma e rezam junto com ela, por isso com que atenção e
respeito a alma deve fazer estas horas, pensando que os anjos estão pendentes de seus lábios,
para repetir junto a ela o que ela diz”.
(3) Depois acrescentou: “Ante tantas amarguras que as criaturas me dão, estas horas são os
pequenos goles doces que as almas me dão, mas ante tantos sorvetes amargos que recebo, são
muito poucos os doces, por isso, mais difusão, mais difusão”.
+ + + +
11-134
Outubro 20,1916
A graça, como a luz do sol é dada a todos.
(1) Estava fundindo me na Divina Vontade e veio-me o pensamento de confiar especialmente a
várias pessoas, e o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, a particularização vai já por si mesma, apesar de não se pôr nenhuma
intenção. Na ordem da graça acontece como na ordem natural: O sol dá luz a todos, porém nem
todos gozam os mesmos efeitos, mas isto não é por parte do sol, mas por parte das
criaturas; uma pessoa serve-se da luz do sol para trabalhar, para capacitar-se, para aprender,
para apreciar as coisas, esta se faz rica, se constitui e não vai mendigando o pão aos
demais; outra pessoa se está ociosa, não quer ocupar-se em nada, a luz do sol a inunda por
todos lados, mas para ela é inútil, não quer fazer nada, esta é pobre, enferma, porque o lazer
Volume 11
113
produz muitos males, físicos e morais, e se sente fome tem necessidade de mendigar o pão aos
outros. Agora, destas duas, a causa de seu diferente estado será talvez o sol? Ou que a uma dá
mais luz e a outra menos? Certamente que não, a única diferença é que uma se aproveita em
modo especial da luz e a outra não. Agora, assim na ordem da graça, que mais do que luz
inunda as almas, e agora se faz toda voz para chamá-las, voz para instruí-las, para corrigi-las,
agora se faz fogo e lhes queima as coisas daqui abaixo, e com suas chamas lhes põe em fuga
as criaturas, os prazeres, com suas queimaduras forma as dores, as cruzes para dar à alma a
forma da santidade que quer dela, agora se faz água e a purifica, a embeleza e a enche toda de
graça; mas quem são os que estão atentos para receber todos estes fluxos de graças, quem são
os que aceitam? ¡ Ah, muito poucos! E logo se atrevem a dizer que a uns dou a graça para fazer-
se santos e a outros não, quase como querendo me lançar a culpa, e se contentam em levar
uma vida ociosa, como se a luz da graça não estivesse para eles”.
(3) Depois acrescentou: “Minha filha, Eu amo tanto a criatura, que Eu mesmo me coloco como
sentinela de cada coração para vigiá-lo, para defendê-lo e trabalhar com minhas próprias mãos
sua própria santificação. Mas a quantas amarguras não me agarro? Uns me rejeitam, outros não
me atendem e me desprezam, outros se lamentam de minha vigilância, outros me fecham as
portas na cara fazendo inútil meu trabalho, e não só me ponho Eu a fazer de sentinela, senão
que também para isso escolho as almas que vivem em meu Querer, porque, encontrando-se em
todo Eu, as junto Comigo como segundo sentinela em cada coração, e estas segundas
sentinelas me consolam, correspondem-me por cada um e me fazem companhia na solidão a
que me obrigam muitos corações, e me obrigam a não deixá-los. Maior graça não poderia dar às
criaturas, que dar a estas almas que vivem do meu Querer, que são o portento dos portentos”.
+ + + +
11-135
Outubro 30,1916
Advertências punitivas, especialmente para a Itália.
(1) Estava me lamentando com meu sempre amável Jesus, que nestes dias passados apenas
por uns instantes vinha, é mais, enquanto eu advertia sua sombra Ele fugia. E o bendito Jesus
me disse:
(2) “Minha filha, como logo esqueces a causa pela qual nestes dias não venho tanto e fujo de ti,
não é mais que para que os castigos apertem. As coisas vão piorar cada vez mais, ah, o homem
chegou a tal perversidade que para o render não basta tocar-lhe na pele, mas parece que me
Volume 11
114
quer fazer chegar a pulverizá-lo! Por isso uma nação invadirá a outra e se ferirão, o sangue
correrá nos países como água, aliás, em certas nações se farão inimigos deles mesmos e se
destruirão, se matarão, farão coisas de loucos. ¡ Ah, quanto me dói o homem! eu choro”.
(3) Diante do dizer de Jesus rompi em pranto e lhe rogava para que perdoasse à pobre Itália,
mas Jesus me respondeu:
(4) “Itália, Itália, ah, se você soubesse quanto de mal está preparando! Quantas conjuras contra
a minha Igreja! Não lhe basta com o sangue que está derramando em batalha, senão que está
sedenta de mais sangue, e quer o sangue de meus filhos, o sangue dos sacerdotes, se quer
manchar de tais delitos em tal forma que se atrairá a vingança do Céu e das demais nações”.
(5) Eu fiquei aterrorizada e temendo muito, mas espero que o Senhor se aplaque.
+ + + +
11-136
Novembro 15,1916
A alma na terra se forma seu paraíso.
(1) Estava me lamentando com meu doce Jesus porque não me amava como antes, e Ele todo
bondade me disse:
(2) “Minha filha, não amar a quem me ama me é impossível, aliás, sinto-me tão atraído por ela,
que ao menor ato de amor que me faz, Eu lhe respondo com amor triplicado e ponho em seu
coração uma veia divina que lhe fornece ciência divina, santidade e virtude divina, e quanto mais
a alma me ama, tanto mais esta veia divina surge, e irrigando todas as potências da alma se
difunde para bem das demais criaturas. Esta veia coloquei-a em ti, e quando te faltar a minha
presença e não escutares a minha voz, esta veia suplantará a tudo e te será voz para ti e para as
demais criaturas”.
(3) Outro dia estava, segundo meu costume, me Fundindo toda na Vontade do bendito Jesus, e
Ele me disse:
(4) “Minha filha, quanto mais te fundes em Mim, tanto mais Eu me fundarei em ti, assim que a
alma seu paraíso se forma na terra como se encheu de pensamentos santos, de afetos, de
desejos, de palavras, de obras, de passos santos, assim vai formando seu paraíso. A um
pensamento santo de mais, a uma palavra, corresponderá um contentamento de mais e tantas
variedades de beleza, de contentes e de glória por quanto bem de mais terá feito. E qual não
será a surpresa da alma quando rompida a prisão do corpo se encontre no oceano de tantos
prazeres, felicidade, luz, beleza, quanto de bem fez, embora tenha sido um só pensamento?”
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115
+ + + +
11-137
Novembro 30,1916
Benefícios de reparar por outros.
(1) Estava muito aflita pela privação de meu adorável Jesus e chorava amargamente, e como
estava fazendo as horas da Paixão, um pensamento me atormentava dizendo-me: “Vê para que
te serviram as reparações pelos demais, para fazer fugir a Jesus”. E pensava outros desatinos, e
o bendito Jesus movido a compaixão de minhas lágrimas me estreitou a seu coração e me disse:
(2) “Minha filha, a máquina sou eu! Meu Amor mantém em movimento a máquina e em todos se
derrama; só que quem quer receber estas ondas, está vazia e me ama, estas ondas entram
dentro, os demais ficam tocados para dispô-los a receber tanto bem, mas as almas que fazem e
vivem em minha Vontade estão na mesma máquina, e como vivem de Mim, podem dispor para
bem dos demais as ondas que brotam, e agora são luz que ilumina, agora fogo que acende,
água que purifica. ¡ Como é bonito ver essas almas que vivem do meu Querer que saem de
dentro da minha máquina como outras tantas pequenas máquinas, espalhando-se para o bem de
todos, e logo voltam na minha máquina e desaparecem das criaturas, e vivem de Mim e só de
Mim!”
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11-138
Dezembro 5,1916
Bens que faz a alma que vive na Vontade de Deus.
(1) Estava fazendo a meditação e segundo meu costume estava Fundindo-me toda no Querer de
meu doce Jesus. Naquele momento, diante da minha mente, via uma máquina que continha
inumeráveis fontes que faziam brotar ondas de água, de luz, de fogo, que se elevando até o Céu
se derramavam sobre todas as criaturas; não havia criatura que não ficasse inundada por essas
ondas, a única diferença era que algumas entravam dentro e outras ficavam só por fora, e meu
sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, a máquina sou Eu! Meu Amor mantém em movimento a máquina e em todos se
derrama; só que quem quer receber estas ondas, está vazia e me ama, estas ondas entram
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dentro, os demais ficam tocados para dispô-los a receber tanto bem, mas as almas que fazem e
vivem em minha Vontade estão na mesma máquina, e como vivem de Mim, podem dispor para
bem dos demais as ondas que brotam, e agora são luz que ilumina, agora fogo que acende,
água que purifica. ¡ Como é bonito ver essas almas que vivem do meu Querer que saem de
dentro da minha máquina como outras tantas pequenas máquinas, espalhando-se para o bem de
todos, e logo voltam na minha máquina e desaparecem das criaturas, e vivem de Mim e só de
Mim!”
+ + + +
11-139
Dezembro 9,1916
Jesus quer encontrar-Se a Si mesmo na alma, e que faça o que Ele fez.
(1) Estava afligida pela privação de meu doce Jesus, e se vem, enquanto sinto que respiro um
pouco de vida, fico mais afligida ao vê-lo mais afligido que eu e que não quer saber de aplacar-
se, pois as criaturas o obrigam, arrancam-lhe outros flagelos; mas enquanto flagela chora pela
sorte do mundo e se oculta dentro de meu coração, quase para não ver o que sofre o homem,
parece que não se pode viver mais nestes tristes tempos, e ademais parece que se está sozinho
no princípio deles. Então meu doce Jesus, estando eu pensativa por minha dura e triste sorte de
dever estar quase continuamente privada dele, veio e pondo-me um braço ao ombro me disse:
(2) “Minha filha, não acrescente minhas penas com te afligir, são já demasiadas, Eu não espero
isto de ti, e mais, quero que faças minhas penas, minhas orações e todo Eu mesmo, de modo
que possa encontrar em ti outro Eu mesmo, nestes tempos quero grandes satisfações e só quem
faz seu a Mim mesmo pode dá-las. E o que em Mim encontrou o Pai, isto é, glória,
complacência, amor, satisfação, completas e perfeitas, para o bem de todos, Eu quero encontrá-
lo nestas almas, como tantos outros Jesus que o façam a par de Mim, e estas intenções as
deves repetir em cada hora da Paixão que faças, em cada ação, em tudo, e se não encontro
minhas satisfações, ah, para o mundo será o fim! Os flagelos vão chover em torrentes. Ah, minha
filha! Ah, minha filha!”
(3) E desapareceu.
+ + + +
11-140
Dezembro 14,1916
Jesus dormiu e operou para dar às almas o verdadeiro repouso em Deus.
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117
(1) Estava a oferecer o meu sonho a Jesus, dizendo: “Tomo o teu sono e faço-o meu, e,
dormindo com o teu sono, quero dar-te a alegria como se outro Jesus dormisse”. E sem me
deixar terminar o que eu queria dizer, Ele me disse:
(2) “Ah, sim minha filha, dorme com meu sono a fim de que olhando possa ver meu reflexo em
você, e me olhando possa encontrar em você a todo Eu mesmo, e já que dorme com meu sono,
e a fim de que olhando você em Mim, possamos ambos estar de acordo em tudo. Quero te dizer
porque minha Humanidade se submeteu à debilidade do sono: Minha filha, a criatura foi feita por
Mim, e como coisa minha a queria ter sobre meu seio, em meus braços, em contínuo repouso,
portanto a alma devia repousar em minha Vontade e Santidade, em meu Amor, em minha
Beleza, Poder, Sabedoria, etc., todos estes, atos que constituem o verdadeiro repouso, mas que
dor! A criatura foge do meu ventre, e esforçando-se por se soltar dos meus braços, nos quais a
tenho abraçada, vai em busca de vigília: Vigília são as paixões, o pecado, os apegos, os
prazeres; vigília os temores, as ansiedades, as agitações, etc., assim que por quanto a choro e a
chamo a repousar em Mim, não sou escutado, esta era uma ofensa grande, uma afronta ao meu
Amor, que a criatura nem sequer considera e não se preocupa em o mínimo em reparar. Eis
porque eu quis dormir, para dar a satisfação ao Pai do repouso que não tomam as almas n’Ele,
correspondendo-o por todos, e enquanto repousava impetrava para todos o verdadeiro repouso,
fazendo-me vigilante de cada coração para livrá-lo da vigília da culpa, e amo tanto este repouso
da criatura em mim, que não só quis dormir, mas quis caminhar para lhe dar repouso aos pés,
agir para lhe dar repouso às mãos, bater, amar, para lhe dar repouso ao coração, em suma, quis
fazer tudo para fazer que a alma fizesse tudo em Mim e tomasse repouso, e Eu fizesse tudo por
ela, desde que a tivesse seguro em Mim”.
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11-141
Dezembro 22,1916
Tudo o que a alma faz na Vontade de Deus, Jesus o faz junto com a alma.
(1) Tendo recebido a comunhão estava me unindo toda com Jesus e Fundindo-me toda em seu
Querer, e lhe dizia: “Eu não sei fazer nada nem dizer nada, por isso sinto a grande necessidade
de fazer o que Tu fazes e repetir as tuas mesmas palavras; em teu Querer encontro presentes e
como em ato os atos que Tu mesmo fizeste ao receber-te Sacramentado, e eu os faço meus e
Volume 11
118
os repito”. E assim tentava entreter-me em tudo o que tinha feito Jesus ao receber-se
Sacramentado, e enquanto isso fazia me disse:
(2) “Minha filha, quem faz a minha Vontade e tudo o que faz o faz no meu Querer, obriga-me a
fazer junto com ela o que ela faz. Então, se você receber a comunhão no meu Querer, Eu repito
os atos que fiz ao me comungar, e renovo o fruto completo da minha Vida Sacramental; se você
rezar no meu Querer, Eu rezo com ela e renovo o fruto das minhas orações; se você sofre, se
você trabalha, se você fala na minha Vontade, Eu sofro junto e renovo o fruto de minhas penas,
faço e falo junto e renovo o fruto de minhas obras e palavras, e assim de todo o resto”.
+ + + +
11-142
Dezembro 30,1916
Como Jesus nos fez livres na vontade e no amor. Efeitos disso.
(1) Continuando meu estado, eu pensava nas penas de meu amável Jesus, e oferecia meu
martírio interior unido às penas de Jesus, e Ele me disse:
(2) “Minha filha, os carrascos puderam lacerar meu corpo, insultar-me, pisotear-me, etc., mas
não puderam tocar nem minha Vontade, nem meu Amor, estes os quis livres a fim de que como
duas correntes pudessem correr, correr sem que ninguém pudesse impedi-las, derramando-me
para bem de todos, mesmo dos mesmos inimigos. ¡ Oh, como triunfava minha Vontade, meu
Amor em meio a meus inimigos! Eles me batiam com os flagelos e eu lhes batia no coração com
meu Amor, e com minha Vontade os acorrentava; eles me cravavam a cabeça com espinhos, e
meu Amor acendia a luz em suas mentes para me fazerem conhecer; eles me abriam as chagas,
e meu Amor curava as chagas das almas deles; eles me davam morte e meu Amor lhes restituía
a vida, tanto que enquanto expirava sobre a cruz, as chamas de meu Amor, tocando seus
corações os obrigou a prostrar-se ante Mim e a confessar-me por verdadeiro Deus; Nunca fui tão
glorioso e triunfante como fui nas dores no curso da minha Vida Mortal aqui em baixo. Agora,
minha filha, à minha semelhança, dotei à alma de liberdade na vontade e no amor, de maneira
que os outros podem apropriar-se do agir externo da criatura, mas do agir interior, da vontade e
do amor, nenhum, nenhum! E Eu mesmo a quis livre nisto, a fim de que, livremente, não forçada,
pudessem correr esta vontade e este amor para Mim, e mergulhando em Mim pudesse oferecer-
me os atos mais nobres e puros que a criatura pode dar-me, e sendo Eu livre e ela também,
podemos verter-nos mutuamente e correr, correr para o Céu para amar e glorificar ao Pai, e
morar juntos com a Trindade Sacrossanta, correr para a terra para fazer o bem a todos, correr
Volume 11
119
nos corações de todos para golpeá-los de Amor, e com a Vontade acorrentá-los e fazer dela uma
conquista, assim que dote maior não podia dar à criatura; mas onde a criatura pode fazer
desabafar desta livre vontade e deste amor? No sofrimento. No sofrer o amor cresce, se
engrandece a vontade e como rainha se rege a si mesma, ata meu coração, e suas penas como
coroa me rodeiam, me compadecem e me faço dominar, assim que não sei resistir às penas de
uma alma amante, e como rainha a tenho a meu lado, e é tanto o domínio desta criatura nas
penas, que a fazem adquirir modos nobres, dignos, insinuantes, heróicos, desinteressados,
semelhantes a meus modos, que as demais criaturas fazem concorrência para fazer-se dominar
por esta alma. E quanto mais a alma trabalha Comigo, está unida Comigo, funde-se em Mim,
tanto mais me sinto absorvido pela alma, assim que conforme pensa, sinto-me absorver meu
pensamento em sua mente; conforme olha, conforme fala, conforme respira, assim me sinto
absorvido pelo olhar, a voz, o respiro, a ação, o passo, o batimento, tudo me absorve, e
enquanto me absorve faz sempre aquisição de meus modos, de minha semelhança, e Eu vou
continuamente olhando-me nela e me encontro a Mim mesmo”.
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11-143
Janeiro 10,1917
Como a santidade é formada de coisas pequenas.
(1) Esta manhã meu amável Jesus me disse: “Minha filha, a santidade está formada de
pequenas coisas, assim quem despreza as pequenas coisas não pode ser santo, seria como
quem despreza as pequenas sementes dos grãos que unidas formam a massa do grão, e que se
não se tivesse cuidado de as unir faltaria o alimento necessário e quotidiano da vida
humana. Assim a quem não cuida de unir juntos tantos pequenos atos, faltará o alimento à
santidade, e como sem alimento não se pode viver, assim sem o alimento dos pequenos atos
faltaria a verdadeira forma da santidade e a massa suficiente para formar a santidade”.
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11-144
Fevereiro 2,1917
O mundo se desequilibrou porque perdeu o pensamento da Paixão.
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(1) Encontrando-me em meu estado habitual, encontrei-me fora de mim mesma, e encontrei a
meu sempre amável Jesus, todo jorrando sangue, com uma horrível coroa de espinhos, e com
dificuldade me olhava por entre os espinhos, e me disse:
(2) “Minha filha, o mundo se desequilibrou porque perdeu o pensamento de minha Paixão. Nas
trevas não encontrou a luz de minha Paixão que o ilumine, que fazendo-lhe conhecer meu Amor
e quantas penas me custam as almas, possa reagir e amar a quem verdadeiramente o amou, e a
luz de minha Paixão, guiando-o, o punha em guarda de todos os perigos; na debilidade não
encontrou a força de minha Paixão que o sustente; na impaciência não encontrou o espelho de
minha paciência que lhe infunda a calma, resignação, e ante minha paciência, envergonhando-
se tenha como dever dominar-se a si mesmo; nas penas não encontrou o consolo das penas de
um Deus, que sustentando as suas lhe infunda amor ao sofrer; no pecado não encontrou minha
santidade, que fazendo-lhe frente lhe infunda ódio à culpa. ¡Ah! em tudo prevaricou o homem
porque se separou em tudo de quem podia ajudá-lo, por isso o mundo perdeu o equilíbrio, fez
como uma criança que não quis conhecer mais a sua mãe, Como um discípulo que,
desconhecendo o mestre, não quis mais ouvir seus ensinamentos nem aprender suas lições, o
que será deste menino e deste discípulo? Serão a dor de si mesmos e o terror e a dor da
sociedade. Tal se fez o homem, terror e dor, mas dor sem piedade, ah, o homem piora, piora
sempre mais e Eu choro com lágrimas de sangue!”
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11-145
Fevereiro 24,1917
A alma ao receber a comunhão deve consumar-se em Jesus, e dar a glória completa da
Vida Sacramental de Jesus em nome de todos.
(1) Tendo recebido a comunhão, tinha estreitado a meu coração o meu doce Jesus e lhe dizia:
“Minha vida, quanto gostaria de fazer o que fizeste Tu mesmo quando te recebeste
Sacramentado, a fim de que Tu possas encontrar em mim teus mesmos contentamentos, tuas
mesmas orações, teus reparos”. E meu sempre amável Jesus me disse:
(2) “Minha filha, neste breve giro da hóstia Eu encerro tudo, e por isso quis receber a Mim
mesmo, para fazer atos completos que glorificassem ao Pai dignamente, porque as criaturas
recebiam um Deus, e dava às criaturas o fruto completo de minha Vida Sacramental, de outra
maneira teria sido incompleto para a glória do Pai e para o bem das criaturas, e por isso em cada
hóstia estão minhas orações, meus agradecimentos, e todo o resto que se necessitava para
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glorificar ao Pai, e o que a criatura devia fazer-me; Então, se a criatura falta, Eu em cada hóstia
continuo meu trabalho como se por cada alma me recebesse outra vez a Mim mesmo, então a
alma deve transformar-se em Mim e fazer uma só coisa Comigo, e fazer sua minha Vida, minhas
orações, meus gemidos de amor, minhas penas, As minhas batidas de fogo com que as faria
arder, mas não encontro quem se deixe em poder das minhas chamas. E eu na hóstia renasço,
vivo e morro, e me consumo, mas não encontro quem se consuma por Mim, e se a alma repete o
que faço Eu, sinto-me repetir como se outra vez me tivesse recebido a Mim mesmo, e encontro
glória completa, contentamentos divinos, desafogos de amor a par de Mim, e dou graça à alma
de consumar-se em minha mesma consumação”
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Nihil obstat Imprimatur
Arcebispo Giuseppe M.Leo Canonico Hanibale
Outubro de1926 M. Di Francia Eccl.
79
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade