ESTUDO 11 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE

Escolinha da Divina Vontade
ESTUDO 11 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE
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10-11
Janeiro 10, 1911
Quando os sacerdotes não se ocupam só de Deus, ficam áridos, porque não participam dos
influxos da Graça.
(1) Continuando meu habitual estado, por pouco tempo veio o bendito Jesus, eu estava lhe
rogando que tirasse os obstáculos que impediam estas reuniões e que nos manifestasse como lhe
agradaria que isto se fizesse, e me disse:
(2) “Minha filha, o ponto que mais me importa e me interessa, é o separar perfeitamente o
sacerdote de sua família. Que deem tudo o que têm à família, e para eles fiquem somente com o
pessoal, e como eles devem manter-se da Igreja, justo é que as coisas, de onde vêm, ali vão parar,
isto é, que tudo o que possam ter deve servir para se manterem eles e engrandecer as obras de
minha glória e para o bem do povo, de outra maneira eu não farei que os povos sejam dados com
eles; mas não somente isto, mas que se eles se separam fisicamente de sua família, mas não com
o coração, disto surgirá a avidez para ver quem pode ter mais lucros para poder dar mais a sua
família, e isto causará invejas entre eles se um posto de maior lucro for atribuído a um que a outro;
na prática verão quantos males virão, quantas desuniões, ciúmes, rancores e mais se não
corrigirem este ponto tão essencial. Eu prefiro ficar com poucos sacerdotes e não com muitos que
corrompem a obra tão querida por Mim. Ah minha filha, quantos Ananías sairão! E como saberão
defender, patrocinar, desculpar este tão bem querido ídolo do interesse. Ah! só de quem se
consagra a Mim tenho esta desventura, que em vez de prestar atenção a Mim, à minha honra, à
minha glória e à santificação que convém ao seu estado, Eu lhes sirvo só de disfarce, e sua
finalidade é de prestar atenção a suas famílias, aos sobrinhos. Ah! não assim em quem se doa ao
mundo, mas sim buscam economizar com suas famílias, e se não podem fazê-lo chegam a
desconhecer os próprios pais.
(3) Quando o sacerdote não se ocupa somente de minha glória e dos ofícios pertencentes a seu
ministério sacerdotal, não é outra coisa que um osso deslocado que dá dor a Mim, dor a si mesmo
e dor ao povo, e deixa frustrada sua vocação; e assim como quando um osso não está em seu
lugar dá sempre dor, e com não participar dos humores do corpo com o tempo se atrofia, e é
necessário separá-lo tanto pela inutilidade como pela dor que causa aos outros membros, assim os
sacerdotes quando não se ocupam só de Mim, sendo ossos separados de meu corpo ficam secos,
porque não participam nos influxos de minha graça, e Eu os retenho e os retenho, mas se vejo sua
dureza os atiro longe de Mim, e sabe onde? Nas profundezas do inferno”.
(4) Depois acrescentou: “Escreve, manda dizer àquele pai ao qual confio esta missão de
sacerdotes, que esteja firme neste ponto, que me torne inviolável, diga-lhe também que o quero na
cruz e sempre Comigo crucificado”.
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11-11
Março 13,1912
Efeitos do estado da vítima. Jesus continua falando sobre o estado de vítima e me disse:
(1) “Minha filha, o batismo do nascimento é de água, por isso tem virtude de purificar, mas não
de tirar as tendências, as paixões; em troca o batismo de vítima é batismo de fogo, por isso tem
virtude não só de purificar, mas de consumir qualquer paixão e tendência má; Aliás, eu mesmo a
batizo em parte: o meu pensamento batiza o pensamento da alma, o bater do seu coração com
meu batido, o meu desejo pelo seu desejo e assim por diante. Este batismo se desenvolve entre
Eu e a alma à medida que ela se dá a Mim e não volta a tomar o que me deu, eis porque minha
filha não adverte más tendências nem outras coisas, isto te acontece pelo estado de vítima, e te
digo para teu consolo, por isso diz ao padre G. que esteja bem atento, que esta é a missão das
missões e o apostolado dos apostolados, diz-lhe que sempre comigo o quero e todo atento a
Mim”.
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12-11
Junho 7, 1917
A alma fica separada de Jesus quando faz entrar nela alguma
coisa que não pertence a Ele
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, lamentava-me com meu doce Jesus de suas
privações e lhe dizia: “Que amarga separação, separada de Ti tudo termina e me sinto a
criatura mais infeliz que possa existir”. E Jesus, interrompendo o meu discurso, disse-me:
(2) “Minha filha, que separação encontras? A alma fica separada de Mim quando faz entrar
alguma coisa que não me pertence a Mim. Por isso, se eu entrar na alma e encontrar a sua
vontade, os seus desejos, os seus afetos, os pensamentos, o coração, todo meu, eu a absorvo
em mim, e vou fundindo com o fogo do meu amor a sua vontade com a minha, e delas faço
uma só; fundo seus desejos com os meus, os afetos, os pensamentos com os meus, e quando
de tudo formei um só líquido, como celestial orvalho o despejo sobre toda minha Humanidade,
que, dividindo-se em tantas gotas de orvalho por quantas ofensas recebe, me beijam, me
amam, me reparam, embalsamam minhas feridas irritadas. E como estou sempre em ato de
fazer o bem a todos, este orvalho desce a bem de todas as criaturas. Mas se encontro na alma
alguma coisa estranha, que não me pertence, então não posso fundir o seu no meu, porque
somente o amor é o que tem virtude de fundir-se e fazer-se um só; as coisas similares são as
que podem trocar-se, e que têm o mesmo valor, por isso, se na alma há ferro, espinhos, pedras,
como se podem fundir? E então são as separações, a infelicidade. Então, se nada entrou em
seu coração, como posso me separar?”
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13-11
Agosto 9, 1921
Efeitos dos atos feitos no Divino Querer
(1) Continuando meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma no meio de um vasto
mar e via uma máquina, que conforme se movia o motor, assim a água brotava por todas as
partes da máquina, que, elevando-se até ao céu estas ondas de água cobriam todos os santos
e anjos, e chegando até ao trono do Eterno, se derramavam com ímpeto a seus pés e depois
desciam de novo ao fundo do mesmo mar. Eu fiquei maravilhada ao ver isto e dizia entre mim:
“O que será esta máquina?” E uma luz que vinha do mesmo mar me disse:
(2) “O mar é minha Vontade, a máquina é a alma que vive em meu Querer, o motor é a vontade
humana que opera no Divino Querer. Cada vez que a alma faz suas intenções especiais em
meu Querer, o motor põe em movimento a máquina, e como minha Vontade é vida dos bemaventurados,
como também o é da máquina, não é maravilha que minha Vontade, que brota
desta máquina, entre no Céu e resplandeça de luz, de glória, derramando-se sobre todos, até
em meu trono e depois desça de novo no mar da minha vontade na terra para bem dos
viadores. Minha Vontade está por toda parte, e os atos feitos em minha Vontade correm por
toda parte, no Céu e na terra; correm ao passado, porque minha Vontade existia; ao presente,
porque nada perdeu de sua atividade; ao futuro, porque existirá eternamente. Como são belos
os atos em minha Vontade, e assim como minha Vontade contém sempre novos contentes,
assim estes atos são os novos contentes dos mesmos bem-aventurados, são os suplentes dos
atos dos santos que não foram feitos em meu Querer, são as novas graças de todas as
criaturas”.
(3) Depois fiquei toda aflita porque não tinha visto meu doce Jesus, e Ele, movendo-se em meu
interior, me apertou em seus braços dizendo:
(4) “Minha filha, por que tão afligida? Não sou eu mesmo o mar?”

14-11
Março 10, 1923
Quem faz a Divina Vontade é rainha de tudo.
(1) Estava fazendo as horas da Paixão, e segundo meu costume me dedicava ao Santo Querer
de Deus, oferecendo-as para o bem de todos, mas minha vontade como se quisesse apropriálas,
freqüentemente dizia: “Meu Jesus, de modo especial para ajuda, para alívio, para libertação
daquela alma”. E o meu doce Jesus repreendeu-me:
(2) “Minha filha, tudo o que se faz na minha Vontade é como sol que se difunde a todos, e
conforme se reza na minha Vontade, se oferece o meu sangue, as minhas penas, as minhas
chagas, tudo se converte em tantos raios de luz que se difundem a todos, descem com rapidez
na mais profunda prisão do purgatório e convertem suas penas e trevas em luz; então a coisa é
sempre igual para todos, e se houver diferença, jamais será por parte de quem doa, senão por
parte de quem recebe, segundo as disposições de cada uma. Acontece como com o sol, que dá
a luz a todos igualmente, toca e aquece um ponto de terreno como o outro, mas quem tira
proveito disto? Quem trabalha. Que terreno produz o fruto? Onde foi lançada a semente, o outro
com toda a luz do sol fica infecundo; portanto a especialidade em minha Vontade não existe,
por si mesma corre, se difunde e se quer dar a todos, quem quer tomar dela”.
(3) Fiquei aflita ao ouvir isto, e Jesus acrescentou:
(4) “Ah! Você gostaria de fazer como o sol se quisesse concentrar em um ponto mais
fortemente sua luz, seu calor, para poder aquecê-lo e iluminá-lo tanto, de converter aquele
ponto no mesmo sol, enquanto faz seu curso regular sobre todas as outras coisas”.
(5) E eu: “Sim, sim, é isso mesmo, é o peso da gratidão que sinto que me leva a isso”. Jesus
sorriu ao me ouvir, e continuou:
(6) “Se assim for, fá-lo então, mas tu deves saber que como a minha Vontade domina tudo,
encontra-se por todas as partes, sustenta a todos, é conhecida pelo Céu, pela terra e até pelos
demônios, não há nenhum que possa opor-se a Ela. Assim a alma que faz minha Vontade deve
dominar tudo, encontrar-se por todas partes, sustentar tudo, e quero que seja conhecida por
todos”.
(7) E eu: “Meu amor, eu não sou conhecida por nenhum”.
(8) E Ele: “Como é que ninguém te conhece? Te conhecem todos os santos e anjos, um por
um, e com ânsia esperam teu obrar em meu Querer, como nota divina e a mais harmoniosa que
corre sobre tudo o que fizeram em vida, para dar-lhes maior esplendor e contentamento; te
conhecem todas as almas purgantes, sentindo sobre elas o contínuo refrigério que leva o obrar
em meu Querer; te conhecem os demônios pela força de minha Vontade que sentem em ti; e se
a terra não te conhece ainda, te conhecerá dentro de pouco tempo. Para quem faz minha
Vontade, acontece e faço como fiz com minha Mãe Celestial, que a constituí Rainha de tudo e
ordenei a todos que a reconhecessem e a honrassem como a sua Rainha, e a Ela ordenei que
esmagasse com seu pé a cabeça do dragão infernal; Assim faço com quem vive em minha
Vontade, tudo está sob seu domínio, e não há bem que deles não venha”.
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14-12
Março 13, 1922
O grande bem que leva ouvir as verdades.
(1) Encontrando-me fora de mim mesma, encontrei-me no meio de um vale florido no qual
encontrei o meu confessor defunto, morto no dia 10 do corrente2, e segundo o seu costume de
quando vivia aqui abaixo disse-me:
(2) “Diz-me: que te disse Jesus?”
(3) E eu: “Falou-me em meu interior, com palavras não me disse nada, e você sabe que as
coisas que ouço em meu interior não as levo em conta”.
(4) E ele: “Quero ouvir também o que te disse em teu interior”.
(5) E eu, como obrigada, disse-me:
(6) “Minha filha, eu te carrego em meus braços; meus braços te servirão de barquinha para te
fazer navegar no mar interminável de minha vontade, tu, depois, conforme fizeres teus atos em
meu Querer formarás as velas, o mastro, a âncora, que servirão não só como adorno da
barquinha, mas para fazê-la andar com mais velocidade. É tanto o amor que tenho a quem vive
em meu Querer, que a levo em meus braços sem jamais deixá-la”.
(7) Mas, enquanto dizia isto, vi os braços de Jesus em forma de barquinho, e eu no meio
dela. O Confessor ao ouvir isto me disse:
(8) “Deves saber que quando Jesus te fala e te manifesta suas verdades, são raios de luz que
chovem sobre ti, depois tu, quando as manifestavas a mim, não tendo sua virtude, as
manifestavas a mim em gotas, e minha alma ficava toda cheia daquelas gotas de luz, e aquela
luz me incitava mais e me dava mais desejos de ouvir outras verdades para poder receber mais
luz, porque as verdades levam o perfume celestial, a sensação divina, e isto só ao ouvi-las, o
que será para o que as pratique? É por isso que amava e desejava tanto ouvir o que Jesus te
dizia, e queria dizê-lo aos demais, era a luz, o perfume que sentia e queria que outros
tomassem parte nisso. ¡Se soubesse o grande bem que recebeu minha alma ao escutar as
verdades que te dizia Jesus! Como ainda goteja luz e expande perfume celestial, que não só
me dá refrigério, senão que me serve de luz a mim, e a quem está perto de mim, e como tu
fazes teus atos no Querer Divino, eu tomo parte especial, porque eu sinto a semente que você
colocou em mim do seu Querer Santíssimo”.
(9) E eu: “Deixe-me ver sua alma, como é que a luz goteja.” E ele abrindo-se pela parte do
coração me fazia ver sua alma toda jorrando luz; essas gotas se uniam, se separavam, uma
corria sobre a outra, era muito bonito vê-lo.
(10) E ele: “Você viu? Como é bonito ouvir as verdades! Quem não escuta as verdades goteja
trevas que dão horror”.
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15-11
Março 23, 1923
Dores da Celestial Mãe, e como o Fiat Divino operou neles.
(1) Estava pensando nas dores de minha Mãe Celestial, e meu amável Jesus movendo-se em meu
interior me disse:
(2) “Minha filha, o primeiro Rei das dores fui Eu, e sendo Eu Homem e Deus, devia concentrar tudo
em Mim para ter o primado sobre tudo, mesmo sobre as mesmas dores. As dores de minha Mãe
não eram outra coisa que os reflexos das minhas dores, que refletindo nela participavam-lhe todas
as minhas dores, que traspassando-a, encheram-na de tal amargura e pena, de sentir morrer a
cada reflexo de minhas dores, mas o amor a sustentava e lhe dava de novo a vida. Por isso, não
só por honra, mas com direito de justiça foi a primeira Rainha do imenso mar de suas dores”.
(3) Enquanto dizia isto, parecia-me ver minha Mãe diante de Jesus, e tudo o que Jesus continha,
as dores e os traspassos desse coração santíssimo se refletiam no coração da dolorosa Rainha, e
por cada um dos reflexos se formavam tantas espadas no coração da traspassada Mãe, e estas
espadas eram seladas por um Fiat de luz, na qual Ela ficava rodeada em meio a tantos Fiat de luz
fulgidíssima que lhe davam tanta glória, que faltam as palavras para a narrar. Então Jesus
continuou a dizer-me:
(4) ” Não foram as dores que constituíram Rainha a minha Mãe e a fizeram resplandecer de tanta
glória, senão meu Fiat Onipotente, o qual entrelaçava cada ato e dor seus e se constituía vida de
cada dor, assim que meu Fiat era o ato primeiro que formava a espada, dando-lhe a intensidade da
dor que queria; meu Fiat podia colocar naquele coração trespassado quantas dores queria,
adicionar feridas a feridas, penas sobre penas, sem a sombra da mínima resistência, aliás,
sentia-se honrada de que meu Fiat se constituía vida mesmo de um só batimento, e meu Fiat deu-lhe a
glória completa e a constituiu verdadeira e legítima Rainha.
(5) Agora, quem serão as almas nas quais possa refletir os reflexos de minhas dores e de minha
própria Vida? Aquelas que terão por vida meu Fiat, este Fiat absorverá nele meus reflexos, e Eu
serei magnânimo em participar do que meu Querer obra em Mim, por isso em minha Vontade
espero às almas, para dar-lhes o verdadeiro domínio e a glória completa de cada ato e pena que
possam sofrer. Fora de minha Vontade, o obrar e o sofrer Eu não o reconheço, poderia dizer: Não
tenho que te dar, qual é a vontade que te animou no fazer e em sofrer isto? Faça com que seja
recompensado. Muitas vezes o fazer o bem, o sofrer, sem que minha Vontade entre em meio,
podem ser míseras escravidões que degeneram em paixões, enquanto só meu Querer dá o
verdadeiro domínio, as verdadeiras virtudes, a verdadeira glória de transformar o humano em
divino”.
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16-11
Agosto 1, 1923
Toda a Criação contém o te amo de Jesus. A alma na Divina
Vontade deve dar correspondência com seu te amo em tudo.
(1) Eu estava muito triste porque hoje o meu sol Jesus não se levantou sobre mim Pobre alma. OH
Deus, que pena, passar um dia sem sol, sempre noite! Então, enquanto eu sentia trespassada na
alma, tive o bem de olhar o céu estrelado e entre mim dizia:
(2) “Como é que o meu doce Jesus já não se lembra de nada? Eu não sei como a bondade do seu
coração pode tolerar o não fazer surgir o sol de sua amável presença, enquanto me dizia que não
poderia estar sem vir a sua pequena filha, porque os pequenos não podem estar longo tempo sem
o pai; são tantas as suas necessidades, que o pai é obrigado a estar com eles para vigiá-los,
guardá-los e alimentá-los. Ah! não lembra quando me transportando para fora de mim mesma e
levando-me pela abóbada dos céus, no meio das esferas celestes e passeando junto com Ele eu
imprimia meu te amo em cada estrela, em cada esfera. Ah! me parece ver em cada estrela meu te amo;
me parece que esses cintilantes de luz que se formam ao redor das estrelas ressoam entre eles
meu te amo Jesus, porém Ele não o escuta, não vem, não faz despontar seu sol, que eclipsando
todas as estrelas, com meu te amo forme um só com o Dele, e elevando-me de novo entre as esferas
celestiais imprime um novo Te amo Jesus. Oh, estrelas! Gritem alto, façam ressoar meu amo,
para que Jesus, ouvindo-o, venha a sua pequena filha, à pequena exilada. ” Oh! Jesus, vem,
dá-me a mão, faz-me entrar em seu Santo Querer a fim de que preencha toda a atmosfera, o céu azul,
a luz do sol, o ar, o mar, tudo, tudo com meu te amo, com meus beijos, a fim de que em qualquer
lugar onde Tu estejas, se você olhar, olhar meu eu te amo e meus beijos; se você ouvir, ouvir meu
eu te amo e o clique de meus beijos; se falas e respiras, respiras meu amo te e meus beijos angustiados;
se obras, em tuas mãos corram meus te amo; se caminhas, pisas meu te amo e o som de
meus beijos debaixo de teus passos; meu te amo seja a corrente que te atraia para mim e meus
beijos sejam ímã potente que, queira ou não queira te forcem a visitar aquela que não pode viver
sem Ti”. Mas quem pode dizer meus tantos desatinos? agora, enquanto isso pensava, meu adorável Jesus,
todo bondade veio e Mostrou-me o seu coração aberto e disse:
(3) “Minha filha, assenta a tua cabeça sobre o meu coração e castiga-te, pois estás muito cansada,
e depois giraremos juntos para te fazer ver meu te amo espalhado por tudo o criado”.
(4) Então eu me abracei a Ele, e apoiava minha cabeça sobre seu coração para me repousar, pois
sentia extrema necessidade. Depois, encontrando-me fora de mim mesma, mas sempre estreitada
a seu coração adicionou:
(5) “Minha filha, quero que tu, que és a filha primogênita da minha Suprema Vontade, conheças
como toda a Criação, sobre as asas de meu Querer Eterno leva meu te amo às criaturas, e as criaturas,
sobre as mesmas asas de minha Vontade, fazendo-a elas, deveriam dar-me a correspondência de seu eu te amo.
Olhe para o céu azul, não há nenhum ponto em que não esteja selado
um te amo meu para a criatura: Cada estrela e sua cintilação que forma coroa estão pontilhadas
dos meus eu te amo; o raio de sol, enquanto se estende para a terra para levar a luz, cada gota de
luz leva meu te amo, e assim que a luz invade a terra e o homem a olha, lhe caminha em cima, mi
te amo lhe chega nos olhos, na boca, nas mãos e se estende sob os pés. O murmúrio do mar
murmura te amo, te amo, te amo, e cada gota de água são teclas, que harmonizando entre elas
formam as mais belas harmonias do meu infinito te amo; as plantas, as folhas, as flores, os frutos,
têm impresso meu te amo, assim que a Criação toda leva ao homem meus repetidos te amo. E o
próprio homem, quantos dos meus te amo não tem impressos em todo seu ser? Seus pensamentos estão
selados por mim te amo; o batimento de seu coração que lhe ressoa no peito com aquele
misterioso som, tac, tac, tac, tac, é um te amo meu jamais interrompido que lhe diz te amo, te amo;
suas palavras são seguidas por meu te amo; suas palavras são seguidas por meu te amo; seus
movimentos, seus passos e tudo o resto, contêm um te amo meu, no entanto, no meio de tantas
ondas do meu amor não sabe elevar-se para dar-me sua correspondência a meu amor. Que ingratidão,
e como meu amor fica dolorido! Por isso minha filha te escolhi como filha de meu Querer, a
fim de que como filha fiel defenda os direitos de seu Pai. Meu amor quer absolutamente a correspondência
do amor da criatura, portanto na minha Vontade encontrarás todos os meus Eu te amo,
e tu, seguindo-os, você imprimirá seu eu te amo no meu, por você e por tudo.
Como eu estarei contente ao ver o amor da criatura fundido com o meu, por isso te dou o meu Querer em teu poder,
a fim de que todo o amor que dei na Criação me corresponda uma criatura, defendendo assim os direitos do meu amor”.
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17-11
Setembro 6, 1924
Imagem do estado da Igreja. Necessidade de a purificar.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual encontrei-me fora de mim mesma, e com grande
surpresa minha encontrei no meio de um caminho uma mulher atirada por terra, toda cheia de
feridas e os membros todos desconjuntados, não havia osso em seu lugar. A mulher, embora tão
maltratada que parecia o verdadeiro retrato da dor, era bela, nobre, majestosa, mas ao mesmo
tempo dava piedade vê-la abandonada por todos, exposta a quem quisesse fazer-lhe mal. Então,
movida a compaixão olhava ao redor para ver se havia alguém que me ajudasse a levantá-la e
colocá-la em lugar seguro, e oh! maravilha, junto a mim estava um jovem que me parecia que fosse
Jesus, e juntos a levantamos da terra, mas a cada movimento sofria penas dilacerantes devido ao
deslocamento dos ossos. Assim, pouco a pouco a transportamos dentro de um palácio, pondo-a
sobre uma cama, e junto com Jesus, que parecia que amava tanto a essa mulher que queria darlhe
sua própria Vida para salvá-la e dar-lhe a saúde, tomávamos em nossas mãos os membros
deslocados para colocá-los em seu lugar; ao toque de Jesus os ossos tomavam seu lugar e aquela
mulher se transformava em uma bela e graciosa menina. Eu fiquei espantada com isso, e Jesus me
disse:.
(2) “Minha filha, esta mulher é a imagem da minha Igreja. Ela é sempre nobre, cheia de majestade
e santa, porque sua origem está no Filho do Pai Celestial; mas a que estado tão doloroso a
reduziram os membros a Ela incorporados, não contentes com não viver santamente, a par dela, a
levaram no meio da rua, expondo-a ao frio, às zombarias, aos golpes, e seus próprios filhos, como
membros deslocados, vivendo no meio da rua se deram a todo tipo de vícios; o amor ao interesse,
predominante neles os cega e cometem as mais feias infâmias e vivem junto a Ela para feri-la e
gritar-lhe continuamente: Seja crucificada, seja crucificada’. Em que estado tão doloroso se
encontra a minha Igreja, os ministros que deveriam defendê-la são os seus mais cruéis algozes;
mas para renascer é necessária a destruição destes membros e incorporar-lhe membros inocentes,
desinteressados, que vivendo a par com Ela, retorne bela e graciosa menina, tal qual Eu a
constituí, sem malícia, mais simples menina, para crescer forte e saudável. Esta é a necessidade
de que os inimigos iniciem a batalha, para que se purifiquem os membros infectados. Tu reza e
sofre a fim de que tudo redunde para minha glória”.
(3) Dito isto encontrei-me em mim mesma.
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18-11
Novembro 5, 1925
Os gemidos do Espírito Santo nos Sacramentos. Correspondência de amor da alma.
(1) Estava segundo meu costume Fundindo-me no Santo Querer Divino e buscava, por quanto me
era possível, corresponder com meu pequeno amor ao meu Jesus por tudo o que fez na Redenção,
e meu amável e doce amor Jesus, movendo-se em meu interior me disse:.
(2) “Minha filha, com o teu voo na minha Vontade, põe-te em todos os Sacramentos instituídos por
Mim, desce no fundo deles para me dares a tua pequena correspondência de amor. Oh! Quantas
lágrimas secretas minhas encontrarás neles, quantos suspiros amargos, quantos gemidos
sufocados do Espírito Santo, o seu gemido é contínuo pelas tantas desilusões do nosso amor. Os
Sacramentos foram instituídos para continuar a minha Vida sobre a terra no meio dos meus filhos,
mas, ai de Mim, quantas dores! Por isso sinto a necessidade de teu pequeno amor, será pequeno,
mas minha Vontade o fará grande; meu amor não tolera para quem deve viver em minha Vontade,
que não se associe a minhas dores e que não me dê sua pequena correspondência de amor por
tudo o que fiz e sofro, por isso minha filha vê como geme meu amor nos Sacramentos:.
(3) Se vejo batizar o recém-nascido choro de dor, porque, enquanto com o Batismo restituo a
inocência, reencontro de novo o meu filho, restituo-lhe os direitos perdidos sobre a Criação,
sorriolhe de amor e complacência, ponho em fuga o inimigo, para que não tenha mais direito sobre ele,
confio-o aos anjos, todo o Céu lhe faz festa, mas rapidamente o sorriso me muda em dor, a festa
em luto, vejo que aquele batizado será um inimigo meu, um novo Adão, e talvez também uma alma
perdida. ¡ Oh! Como geme o meu amor em cada Batismo, especialmente se se acrescenta que o
ministro que batiza não o faz com respeito, dignidade e decoro que convém a um Sacramento que
contém a nova regeneração. Ai! Muitas vezes se está mais atento a uma bagatela, a uma cena
qualquer que a administrar um Sacramento, assim que meu amor se sente ferido pelo Batizante e
pelo batizado e geme com gemidos inenarráveis. Não desejarias tu dar-me por cada batismo uma
correspondência de amor, um gemido amoroso para fazer companhia aos meus enlutados?.
(4) Passa ao Sacramento da Confirmação, ai, quantos suspiros amargos! Enquanto com a
confirmação lhe devolvo o ânimo, lhe restituo as forças perdidas tornando-o invencível ante todos
os inimigos, ante suas paixões, vem admitido nas fileiras das milícias de seu Criador a fim de que
milite para adquirir a pátria celestial, o Espírito Santo lhe volta a dar seu beijo amoroso, Ele lhe dá
mil carícias e se oferece como companheiro de sua vida, mas muitas vezes se sente restituindo o
beijo do traidor, desprezando suas carícias e fugindo de sua companhia. Quantos gemidos,
quantos suspiros para que volte, quantas vozes secretas ao coração a quem foge d’Ele, até se
cansar por seu falar; mas que, em vão. Por isso, não queres pôr a tua correspondência de amor, o
beijo amoroso, a tua companhia ao Espírito Santo que geme por tanto desconhecimento que lhe
fazem?.
(5) Mas não te detenhas, voa ainda e escutarás os gemidos angustiosos do Espírito Santo no
Sacramento da penitência. ¡ Quanta ingratidão, quantos abusos e profanações por parte de quem o
administra e por parte de quem o recebe! Neste Sacramento meu sangue se põe em ação sobre o
pecador arrependido para descer a sua alma para lavá-lo, para embelezar-lo, curá-lo e fortalecê-lo,
para restituir-lhe a graça perdida, para lhe pôr nas mãos as chaves do Céu que o pecado lhe tinha
arrancado, para selar sobre a sua testa o beijo pacífico do perdão; mas ai! quantos gemidos
dilacerantes ao ver as almas aproximarem-se deste sacramento da penitência sem dor, por hábito,
quase por um desabafo do coração humano; outros, horrível é dizer, em vez de ir encontrar a vida
da alma, da graça, vão encontrar a morte, a desafogar suas paixões, assim que o Sacramento se
reduz a uma burla, a uma boa conversa, e meu sangue em vez de descer nelas como lavado,
desce como fogo que as esteriliza principalmente. Portanto, em cada confissão o nosso amor chora
inconsolavelmente, e soluçando repete: Ingratidão humana, como és grande, por toda parte
procuras ofender-me, e enquanto te ofereço a vida tu mudas em morte a mesma vida que te
ofereço”. Veja então como nossos gemidos esperam sua correspondência de amor no sacramento
da penitência.
(6) Teu amor não se detenha, percorra todos os tabernáculos, cada hóstia sacramental, e em cada
hóstia ouvirás gemer ao Espírito Santo com dor inenarrável. O Sacramento da Eucaristia não é
apenas a sua vida que as almas recebem, mas é a minha própria Vida que lhes é dada, assim que
o fruto deste Sacramento é formar a minha Vida nelas, e cada comunhão serve para fazer crescer
a minha Vida, para desenvolvê-la de modo a poder dizer: Vede Eu sou outro Cristo’. Mas, ai de
mim! que poucos o aproveitam, é mais, quantas vezes descendo nos corações e me fazem
encontrar as armas para me ferir, e me repetem a tragédia de minha Paixão, e assim que se
consomem as espécies Sacramentais, em vez de me incitar a ficar com elas sou obrigado a sair
banhado em lágrimas, chorando minha sorte sacramental, e não encontro quem acalme meu
pranto e meus gemidos dolorosos. Se você pudesse romper os véus da hóstia que me cobrem, me
encontraria banhado em pranto conhecendo a sorte que me espera ao descer nos corações. Por
isso tua correspondência de amor por cada hóstia seja contínua, para me acalmar o pranto e tornar
menos dolorosos os gemidos do Espírito Santo..
(7) Não se detenha, de outra maneira não te encontraremos sempre junto em nossos gemidos e
em nossas lágrimas secretas, sentiremos o vazio de sua correspondência de amor. Desça no
Sacramento da ordem, aqui sim, encontrará nossas mais íntimas dores escondidas, as lágrimas
mais amargas, os gemidos mais dilacerantes. A ordem constitui o homem a uma altura suprema,
de um caráter divino, o faz o repetidor da minha Vida, o administrador dos Sacramentos, o
revelador dos meus segredos, do meu Evangelho, da ciência mais sagrada, o pacificador entre o
Céu e a terra, o portador de Jesus às almas; mas, ai de Mim! Quantas vezes vemos no ordenado
que será um novo Judas, um usurpador do caráter que lhe foi impresso. Oh! como geme o Espírito
Santo ao ver no ordenado arrancar-se as coisas mais sagradas, o caráter maior que existe entre o
Céu e a terra; quantas profanações, cada ato deste ordenado feito não segundo o caráter
impresso, será um grito de dor, um choro amargo, um gemido dilacerante. A ordem é o Sacramento
que encerra todos os outros Sacramentos juntos, por isso se o ordenado sabe conservar em si,
íntegro o caráter recebido, colocará quase a salvo todos os outros Sacramentos, será ele o
defensor e o salvador do mesmo Jesus. Por isso, não vendo isto no ordenado, nossas dores se
concentram mais, nossos gemidos se tornam mais contínuos e doloridos, por isso corra tua
correspondência de amor em cada ato sacerdotal para fazer companhia ao amor gemente do
Espírito Santo.
(8) Preste atenção ao seu coração e ouça nossos profundos gemidos no Sacramento do
Matrimônio. Quantas desordens nele! O matrimônio foi elevado por Mim a Sacramento para pôr
nele um vínculo sagrado, o símbolo da Trindade Sacrossanta, o amor divino que Ela encerra, assim
que o amor que devia reinar no pai, na mãe e nos filhos, a concórdia, a paz, devia simbolizar a
Família Celestial. Assim devia ter sobre a terra tantas outras famílias semelhantes à Família do
Criador, destinadas a povoar a terra como outros tantos anjos terrestres, para conduzi-los a povoar
as regiões Celestes. Mas, oh, meu Deus! quantos gemidos ao ver formar no matrimônio famílias de
pecado, que simbolizam o inferno com a discórdia, com o desamor, com o ódio, que povoam a
terra como tantos anjos rebeldes que servirão para povoar o inferno. O Espírito Santo geme com
gemidos dilacerantes em cada matrimônio ao ver formar na terra tantas cavernas infernais. Por isso
ponha sua correspondência de amor em cada matrimônio, em cada criatura que vem à luz, assim
teu gemido amoroso retornará menos dolorosos nossos gemidos contínuos..
(9) Nossos gemidos ainda não terminaram, por isso sua correspondência de amor chegue ao leito
do moribundo quando lhe é administrado o Sacramento da extrema unção. Mas, oh, meu Deus!
quantos gemidos, quantas lágrimas secretas nossas, este Sacramento contém a virtude de pôr a
salvo a qualquer custo o pecador agonizante, é a confirmação da santidade aos bons e aos santos,
é o último vínculo que põe, com sua unção, entre a criatura e Deus, é o selo do Céu que imprime
na alma redimida, é a infusão dos méritos do Redentor para a enriquecer, purificar e embelezar, é a
última pincelada que o Espírito Santo dá para a dispor a partir da terra para a fazer comparecer
diante do seu Criador. Em suma, com a extrema unção é o último alívio do nosso amor e a última
veste da alma, é o ordenamento de todas as boas obras, por isso opera de modo surpreendente
nos vivos à graça; com a extrema unção a alma é coberta como por um orvalho celestial que o
apaga como de um só sopro as paixões, o apego à terra e a tudo o que não pertence ao Céu. Mas,
ai de Mim, quantos gemidos, quantas lágrimas amargas, quantas indisposições, quantos
descuidos, quantas almas perdidas, que poucas santidades encontra para confirmar, que escassas
obras boas para reordenar e confirmar. ¡¡ Oh! se nossos gemidos, nosso pranto no leito do
agonizante no ato de administrar o Sacramento da extrema unção pudessem ser ouvidos por
todos, todos chorariam de dor; não queres nos dar tua correspondência de amor por cada vez que
é administrado este Sacramento, O que é o último alívio do nosso amor pela criatura? “Nossa
Vontade te espera em todas as partes para ter sua correspondência de amor e a companhia a
nossos gemidos e suspiros”..
+ + + +

19-11
Abril 9, 1926
Diferença entre as virtudes e a Divina Vontade.
(1) Estava pensando entre mim: “Meu doce Jesus diz tantas coisas grandes, admiráveis,
altíssimas, maravilhosas da Vontade de Deus, e não obstante a mim me parece que as criaturas
não têm dela o conceito que merece, nem têm a grande impressão das maravilhas que nela há,
mais parece que a põem a par das virtudes, e talvez tenham em mais apreço a estas virtudes que à
Santíssima Vontade de Deus”. E o meu sempre amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disseme:.
(2) “Minha filha, queres saber porquê? Porque não têm o paladar refinado, e estão habituados aos
alimentos ordinários deste submundo, como são as virtudes, e não aos alimentos celestiais e
divinos como é o meu Querer. Este alimento celestial é provado somente por aquele que tem à
terra, às coisas e às mesmas pessoas como um nada, ou bem, todas em ordem a Deus. As
virtudes que se podem praticar sobre a terra raramente estão excluídas de fins humanos, de estima
própria, de própria glória, amor por expor-se diante das pessoas e de agradar a estas, e todos
estes fins são como tantos gostos ao paladar ordinário da alma, e muitas vezes se obra mais por
estes gostos que pelo bem que contém a virtude. Eis por que fazem mais impressão as virtudes,
porque a vontade humana ganha sempre alguma coisa; em troca minha Vontade, a primeira coisa
que lança por terra é a vontade humana, e não tolera nenhum fim que seja humano, Ela é do Céu e
quer colocar na alma o que é Divino e pertence ao Céu, assim que o próprio eu’ fica em jejum e se
sente morrer; mas se sentindo morrer e perdendo a esperança de que algum outro alimento lhe
fique, decide-se a tomar o alimento de minha Vontade, assim que o toma, estando já seu paladar
refinado, então sente o gosto do alimento de minha Vontade, tanto, que não o trocaria mesmo à
custa da própria vida. Minha Vontade não sabe conviver com as coisas baixas e pequenas que se
podem fazer sobre a terra, como fazem as virtudes, senão que Ela quer ter tudo e a todos como
escabelo a seus pés, e mudar todo o interior da alma e às mesmas virtudes em Vontade Divina, em
uma palavra, quer seu Céu no fundo da alma, de outra maneira ficaria impedida e não poderia
desenvolver sua Vida Divina. Por isso a grande diferença que há entre as virtudes e a minha
Vontade, entre a santidade de uma e da outra, as virtudes podem ser das criaturas e podem formar
o mais uma santidade humana, a minha Vontade é de Deus e pode formar uma santidade toda
divina; que diferença! Mas como as criaturas estão habituadas a olhar no baixo, por isso lhe fazem
mais impressão as pequenas lamparinas das virtudes, que o grande Sol da minha Vontade”..
(3) Depois me encontrei fora de mim mesma, no momento em que surgia o sol, todas as coisas
mudavam aspecto, as plantas ficavam brilhantes, as flores recebiam a vida de seu perfume e da
diferente cor que a cada uma delas levava a luz do sol, todas as coisas recebiam gole a gole a
vida da luz do sol para desenvolver-se e formar-se, no entanto uma era a luz, um o calor, não se
via nada mais, mas de onde saíam tantos diversos efeitos, tantos matizes variados que dava à
natureza? E o meu doce Jesus disse-me:
(4) “Minha filha, o sol contém o germe da fecundidade, o germe da substância de todas as cores,
mas como a luz é maior que os bens que contém, por isso os tem eclipsados todos em si. Não se
pode dar uma coisa se não se possui, assim o sol não poderia dar nem a fecundidade, nem a
doçura aos frutos, nem o colorido às flores, nem operar tantas maravilhas sobre a terra, de
transformá-la de um abismo de trevas em um abismo de luz, se não contivesse em si todos os
efeitos que produz. Símbolo de minha Vontade é o sol, conforme surge sobre a alma assim a
vivifica, a adorna de graças, lhe dá as tintas mais belas das cores divinas, a transforma em Deus,
faz tudo de um golpe, basta fazê-la surgir para fazê-la realizar coisas maravilhosas. Ela, com dar
nada perde, como nada perde o sol com fazer tanto bem à terra, mas bem fica glorificada no obrar
da criatura. Nosso Ser está sempre no perfeito equilíbrio, nem cresce nem pode decrescer, mas
sabe como acontece? Imagine um mar cheio até a borda, um vento investe a superfície e forma as
ondas, as quais rompem fora do mar, agora, este mar apesar de que transborda nada perdeu,
porque, à medida que as águas estão transbordando lá fora, elas crescem rapidamente e se vêem
ao mesmo nível de antes. Assim acontece entre a alma e Deus, ela pode chamar-se o pequeno
vento que forma as ondas no mar divino, de modo que pode tomar quanta água queira, mas nosso
mar permanecerá sempre em seu nível, porque nossa natureza não está sujeita a sofrer mutações;
por isso, quanto mais tomares mais me agradarás e ficarei glorificado em ti”.
(5) Depois disto pensava na diferença que há entre quem se faz dominar pela Vontade de Deus, e
entre quem se faz dominar pela vontade humana. Enquanto estava nisto, via diante da minha
mente uma pessoa curvada, a testa tocava os joelhos, estava coberta de um véu negro, envolta
numa densa neblina que a impedia de ver a luz. Pobrezinha! Parecia bêbada, e cambaleante agora
caía à direita e agora à esquerda, verdadeiramente dava piedade. Enquanto eu via isso, meu doce
Jesus se moveu dentro de mim dizendo:.
(6) “Minha filha, esta é a imagem de quem se faz dominar pela própria vontade, o querer humano
curva tanto a alma, que está obrigada a olhar sempre a terra, assim que olhando a terra, a esta
conhece e a ama; este conhecimento e este amor formam tantas exalações que formam aquela
névoa densa e negra que a envolve toda e lhe tira a vista do Céu e a bela luz das verdades
eternas, por isso a dotada razão humana fica embriagada pelas coisas da terra, portanto não tem o
passo firme e desvia à direita e esquerda, e mais se envolve nas trevas densas que a circundam,
por isso não há desventura maior, que uma alma que se faz dominar por sua vontade. Ao contrário,
tudo ao contrário para quem se faz dominar por minha Vontade, Ela faz crescer a alma direita, de
modo que não pode curvar-se para a terra, mas olha sempre para o Céu, este olhar sempre para o
Céu forma tantas exalações de luz que a envolvem toda, e esta nuvem de luz é tão densa, que
eclipsando todas as coisas da terra as faz desaparecer todas, e em correspondência lhe faz
reaparecer tudo o que é Céu, assim que se pode dizer que conhece o Céu e ama tudo o que ao
Céu pertence; minha Vontade torna firme o passo, portanto não há perigo de que possa cambalearse
minimamente, e a bela dotada razão está sadia e tão iluminada pela luz que a envolve, que
passa de uma verdade à outra, esta luz lhe descobre arcanos divinos, coisas inefáveis, alegrias
celestiais; por isso a máxima fortuna de uma alma é o fazer-se dominar por minha Vontade, esta
criatura tem a supremacia sobre tudo, ocupa o primeiro lugar de honra em toda a Criação, não se
afasta jamais do ponto de onde Deus a tirou, Deus a encontra sempre sobre seus joelhos
paternais, onde ela lhe canta novamente sua glória, seu amor e sua eterna Vontade. Então,
estando sobre os joelhos do Pai Celestial, o primeiro amor é para ela, os mares de graças que
continuamente transbordam do seio divino são seus, os primeiros beijos, as carícias mais
amorosas são propriamente para ela, só a ela nos é dado confiar nossos segredos, porque sendo a
mais próxima a Nós e a que mais está conosco, lhe damos parte em todas nossas coisas, e Nós
formamos sua vida, sua alegria e felicidade, e ela forma nossa alegria e nossa felicidade, porque
sendo sua vontade una com a nossa, e possuindo nosso Querer nossa mesma felicidade, não é
maravilha que possuindo a alma nossa Vontade possa nos dar alegria e felicidade, e portanto nos
fazemos felizes mutuamente”.
(7) Depois minha pobre mente continuava pensando na diferença que há entre quem se faz
dominar pela Vontade Suprema e por quem se faz dominar pela vontade humana, e meu sumo e
único Bem acrescentou:.
(8) “Minha filha, minha Vontade contém a potência criadora, portanto cria na alma a força, a graça,
a luz e a mesma beleza com a qual quer que suas coisas sejam feitas pela alma; por isso a alma
sente em si uma força divina como se fora dela, uma graça suficiente para o bem que deve fazer,
ou para uma pena que lhe toca sofrer; uma luz de modo conatural lhe faz ver o bem que faz, e
animada pela beleza da obra divina que ela cumpre, alegra-se e festeja, porque as obras que
cumpre a minha Vontade na alma têm a marca da alegria e de uma festa perene. Esta festa foi
iniciada por meu Fiat na Criação, mas foi interrompida pela ruptura da vontade humana com a de
Deus, mas conforme a alma faz obrar e dominar ao Supremo Querer nela, assim se reinicia a festa,
e entre a criatura e Nós reiniciamos os entretenimentos, os jogos, as delícias. Em Nós não existe a
infelicidade nem a dor, como poderíamos dá-lo às criaturas? E se elas sentem a infelicidade é
porque deixam a Vontade Divina e se fecham no pequeno campo da vontade humana. Por isso, à
medida que regressam ao Supremo Querer encontram as alegrias, a felicidade, a potência, a força,
a luz, a beleza do seu Criador, que fazendo-as como coisas próprias, sentem nelas uma substância
divina conatural, que chega a dar-lhe alegria e felicidade na mesma dor, por isso entre a alma e
Nós é sempre festa, nos divertimos e nos deleitamos juntos. Ao contrário na vontade humana não
há uma potência criadora, que ao querer exercitar as virtudes possa criar a paciência, a humildade,
a obediência, etc., eis por que se sente o cansaço, a fadiga para poder praticar as virtudes, porque
falta a força divina que as sustenta, a potência criadora que as alimenta e lhes dá a vida; portanto
vê-se a inconstância e passam com facilidade das virtudes aos vícios, da oração à dissipação, da
Igreja às diversões, da paciência à impaciência, e toda esta mistura de bens e de males produz a
infelicidade na criatura. Ao contrário, quem faz reinar em si a minha Vontade, sente a firmeza no
bem, sente que todas as coisas lhe trazem a felicidade, a alegria, muito mais que todas as coisas
criadas por Nós têm a marca, o germe da alegria e da felicidade d’Aquele que as criou, e foram
criadas por Nós a fim de que todas levassem a felicidade ao homem, cada uma das coisas criadas
tem o mandato de Nós, de levar cada uma a felicidade, a alegria que possuem à criatura, de fato,
que alegria e felicidade não leva a luz do sol? Que prazer não traz à vista o céu azul, um prado
florido, um mar que murmura? Que gosto não leva ao paladar um fruto doce e saboroso, uma água
fresquíssima, e tantas e tantas outras coisas? Todas as coisas em sua linguagem muda dizem ao
homem: Nos trazemos a felicidade, a alegria de nosso Criador’. Mas queres saber em quem todas
as coisas criadas encontram o eco da sua alegria e felicidade? Em quem encontra reinante e
dominante a minha Vontade, porque a Vontade que reina íntegra nelas, e que possui o mesmo
Deus e que reina na alma, formam uma mesma, e transbordam a Uma na outra mares de alegria,
de felicidade e de contentamentos, assim que é uma verdadeira festa. Por isso minha filha, cada
vez que te fundes em minha Vontade e gira por todas as coisas criadas para selar nelas teu amor
para Mim, tua glória, tua adoração sobre cada uma das coisas que criei para te fazer feliz sente-me
renovar a alegria, a felicidade, a glória, como no ato quando pusemos fora toda a Criação; você
não pode entender a festa que nos faz ao ver sua pequenez, que querendo abraçar tudo em nossa
Vontade nos corresponde em amor, em glória por todas as coisas criadas; é tanta nossa alegria,
que pomos tudo de lado para gozarmos a alegria, a festa que nos dás. Por isso o viver no Supremo
Querer é a coisa maior para Nós e para a alma, é o desabafo do Criador sobre a criatura, que
vertendo sobre ela lhe dá sua forma e lhe participa todas as qualidades divinas, de modo que nos
sentimos repetir por ela nossas obras, nossa alegria, nossa felicidade”..
+ + + +

20-11
Outubro 15, 1926
No Céu se terá tanta felicidade por quanta Vontade Divina conteve a alma na terra.
(1) Continuando meu habitual giro na Vontade Suprema dizia em mim: “Meu Jesus, tua Vontade
abraça e encerra tudo, e eu em nome da primeira criatura saída de tuas mãos criadoras, até a
última que será criada, tento reparar todas as oposições das vontades humanas feitas à tua, e de
tomar em mim todos os atos de tua adorável Vontade que as criaturas rejeitaram, para retribuí-los
todos em amor, em adoração, de modo que não haja ato teu ao que não corresponda um ato meu,
para que encontrando em cada ato teu meu pequeno ato como bilocado no teu, Você fique
satisfeito e venha reinar como em triunfo sobre a terra. Não é sobre os atos humanos que o teu
Fiat Eterno quer encontrar o apoio para dominar? Por isso te ofereço em cada ato teu, o meu como
terreno para te fazer estender o teu Reino”. Agora, enquanto pensava e dizia isto, o meu sempre
amável Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:
(2) “Pequena filha de meu Querer, é justo, é necessário, é de direito de ambas as partes, tanto sua
como de minha Vontade, que quem é filha sua siga a multiplicidade dos atos de meu Querer, e Ele
os receba nos seus. Um pai seria infeliz se não sentisse ao seu lado seu filho para ser seguido em
seus atos por ele, nem o filho se sentiria amado pelo pai se o pai fazendo a um lado não se fizesse
seguir por seu filho. Por isso, filha de minha Vontade e recém-nascida n‟Ela significa precisamente
isto: „Seguir como filha fiel todos os seus atos.‟ Porque tu deves saber que a minha Vontade saiu
em campo de ação na Criação nos atos humanos da criatura, mas para agir quer o ato da criatura
no seu para desenvolver seu agir e poder dizer: „Meu Reino está no meio de meus filhos e
propriamente no íntimo de seus atos.‟ Porque a criatura, porque toma da Minha Vontade, Eu
estendo o Meu Reino nela, e ela estende o Seu reino na Minha Vontade, mas segundo me faz
dominar em Seus atos assim expande seus confins no Meu Reino, e Eu dou e ela toma mais
alegria, mais felicidade, mais bens e mais glória, porque está estabelecido que na Pátria Celestial,
tanto de glória, bem-aventuranças, de felicidade, receberão por quanto de minha Vontade
contiveram em suas almas na terra; sua glória será medida pela mesma Vontade minha que
possuirão suas almas, não poderão receber mais porque sua capacidade vem formada por aquela
mesma Vontade Divina que fizeram e possuíram enquanto viviam sobre a terra, e ainda que minha
liberalidade quisesse dar-lhes mais, lhes faltaria o lugar onde contê-las e transbordariam fora.
Agora minha filha, de tudo o que a minha Vontade estabeleceu dar às criaturas, de todos os seus
atos, até agora pouco tomaram, pouco conheceram, porque o seu Reino não foi conhecido, muito
menos possuído, portanto no Céu não pode dar toda a sua glória completa, nem todas as alegrias
e felicidade que possui, porque se encontra no meio de filhos incapazes e de pequena estatura. E
por isso espera com tanto amor e anseia o tempo de seu Reino, para ter seu total domínio e dar de
seu Fiat tudo o que havia estabelecido dar às criaturas, e assim formar-se os filhos capazes para
lhes poder dar todos os seus bens, e só estes filhos na Pátria Celestial completarão a glória a
todos os bem-aventurados, aos filhos do Reino do meu Querer, porque terão encerrado o que Ela
queria, ao dar-lhe livre campo de ação e de domínio, por isso terão a glória essencial, porque terão
a capacidade e o espaço onde contê-la, os demais, por meio destes terão a glória acidental e todos
gozarão juntos a glória completa e a plena felicidade de minha Vontade. Assim, o Reino do Fiat
Supremo será o pleno triunfo do Céu e da terra”.
(3) Agora pensava em mim: “Nosso Senhor no Pai Nosso nos ensina a dizer, a pedir, „faça-se sua
Vontade’, então por que diz que quer que se viva n‟Ela?” E Jesus sempre benigno, movendo-se
dentro de mim me disse:
(4) “Minha filha, „faça-se a tua Vontade’ que Eu ensinei a pedir no Pai Nosso, significava que todos
deviam rogar que ao menos fizessem a Vontade de Deus, e isto é de todos os cristãos e de todos
os tempos, não se pode dizer cristão se não se dispõe a fazer a Vontade de seu Pai Celestial. Mas
você não pensou na frase que vem logo depois: „Como no Céu assim na terra’. Como no Céu
assim na terra significa viver no Querer Divino, significa rogar que venha o Reino de minha
Vontade à terra para viver n‟Ele. No Céu não só fazem minha Vontade mas sim vivem n‟Ela, a
possuem como coisa e Reino próprio, e se a fizessem e não a possuíssem não seria plena sua
felicidade, porque a verdadeira felicidade começa no fundo da alma. Fazer a Vontade de Deus não
significa possuí-la, mas sim submeter-se à suas ordens, em troca viver n‟Ela é posse. Por isso no
Pai Nosso está a petição: Nas palavras „Faça-se Sua Vontade’, que todos façam a Vontade
Suprema; e no „como no Céu assim na terra’, que o homem retorne naquela Vontade de onde saiu,
para readquirir sua felicidade, os bens perdidos e a posse de seu Reino divino”.
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