19-11 Abril 9, 1926 Diferença entre as virtudes e a Divina Vontade.
(1) Estava pensando entre mim: “Meu doce Jesus diz tantas coisas grandes, admiráveis, altíssimas, maravilhosas da Vontade de Deus, e não obstante a mim me parece que as criaturas não têm dela o conceito que merece, nem têm a grande impressão das maravilhas que nela há, mais parece que a põem a par das virtudes, e talvez tenham em mais apreço a estas virtudes que à Santíssima Vontade de Deus”. E o meu sempre amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:.
(2) “Minha filha, queres saber porquê? Porque não têm o paladar refinado, e estão habituados aos alimentos ordinários deste submundo, como são as virtudes, e não aos alimentos celestiais e divinos como é o meu Querer. Este alimento celestial é provado somente por aquele que tem à terra, às coisas e às mesmas pessoas como um nada, ou bem, todas em ordem a Deus. As virtudes que se podem praticar sobre a terra raramente estão excluídas de fins humanos, de estima própria, de própria glória, amor por expor-se diante das pessoas e de agradar a estas, e todos estes fins são como tantos gostos ao paladar ordinário da alma, e muitas vezes se obra mais por estes gostos que pelo bem que contém a virtude. Eis por que fazem mais impressão as virtudes, porque a vontade humana ganha sempre alguma coisa; em troca minha Vontade, a primeira coisa que lança por terra é a vontade humana, e não tolera nenhum fim que seja humano, Ela é do Céu e quer colocar na alma o que é Divino e pertence ao Céu, assim que o próprio eu’ fica em jejum e se sente morrer; mas se sentindo morrer e perdendo a esperança de que algum outro alimento lhe fique, decide-se a tomar o alimento de minha Vontade, assim que o toma, estando já seu paladar refinado, então sente o gosto do alimento de minha Vontade, tanto, que não o trocaria mesmo à custa da própria vida. Minha Vontade não sabe conviver com as coisas baixas e pequenas que se podem fazer sobre a terra, como fazem as virtudes, senão que Ela quer ter tudo e a todos como escabelo a seus pés, e mudar todo o interior da alma e às mesmas virtudes em Vontade Divina, em uma palavra, quer seu Céu no fundo da alma, de outra maneira ficaria impedida e não poderia desenvolver sua Vida Divina. Por isso a grande diferença que há entre as virtudes e a minha Vontade, entre a santidade de uma e da outra, as virtudes podem ser das criaturas e podem formar o mais uma santidade humana, a minha Vontade é de Deus e pode formar uma santidade toda divina; que diferença! Mas como as criaturas estão habituadas a olhar no baixo, por isso lhe fazem mais impressão as pequenas lamparinas das virtudes, que o grande Sol da minha Vontade”..
### **1. A Dificuldade das Criaturas em Compreender a Grandeza da Vontade Divina**
O texto começa com uma reflexão sobre como as pessoas não dão o devido valor à Vontade de Deus, muitas vezes colocando-a no mesmo nível das virtudes humanas ou até mesmo preferindo estas últimas. Isso ocorre porque as virtudes são mais tangíveis e próximas da experiência humana, enquanto a Vontade Divina é algo transcendente, celestial e, portanto, mais difícil de ser compreendida e apreciada.
– **Virtudes Humanas**: As virtudes, como a caridade, a paciência, a humildade e a justiça, são qualidades que as pessoas podem praticar e reconhecer em si mesmas e nos outros. Elas são “alimentos ordinários” porque estão ligadas à vida terrena e às relações humanas.
– **Vontade Divina**: A Vontade de Deus, por outro lado, é um “alimento celestial”. Ela não está limitada aos interesses humanos ou às recompensas terrenas. Sua natureza é divina e exige uma entrega total, sem reservas, àquilo que Deus deseja.
A dificuldade em apreciar a Vontade Divina está no fato de que as pessoas estão acostumadas a buscar recompensas imediatas e reconhecimento humano, o que as virtudes podem proporcionar. A Vontade Divina, no entanto, não oferece esses “gostos ao paladar ordinário da alma”, pois seu propósito é elevar o ser humano a um nível espiritual mais elevado.
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### **2. A Natureza da Vontade Divina**
Jesus explica que a Vontade Divina é incompatível com os interesses humanos e os desejos egoístas. Ela exige que a vontade humana seja completamente submetida, o que pode ser um processo doloroso e desafiador.
– **Submissão da Vontade Humana**: A primeira coisa que a Vontade Divina faz é “lançar por terra” a vontade humana. Isso significa que o indivíduo deve renunciar aos seus próprios desejos, ambições e busca por reconhecimento. Essa renúncia pode ser sentida como uma “morte” do ego, pois o “eu” humano é colocado em jejum, ou seja, privado de suas satisfações terrenas.
– **Refinamento do Paladar Espiritual**: Somente quando a alma está disposta a abandonar tudo o que é terreno e humano é que ela pode experimentar o verdadeiro sabor da Vontade Divina. Esse processo de refinamento é essencial para que a alma possa apreciar e desejar aquilo que é celestial.
A Vontade Divina não se contenta com pequenas conquistas ou com uma vida espiritual medíocre. Ela quer transformar completamente o interior da alma, elevando-a a um estado de santidade divina.
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### **3. A Diferença entre as Virtudes e a Vontade Divina**
O texto faz uma distinção clara entre as virtudes humanas e a Vontade Divina, destacando que ambas têm naturezas e propósitos diferentes.
– **Virtudes Humanas**: As virtudes são práticas que as criaturas podem realizar e que contribuem para uma santidade humana. Elas são importantes e necessárias, mas estão sujeitas a motivações humanas, como o desejo de reconhecimento, a busca pela própria glória ou o interesse em agradar aos outros. Essas motivações podem limitar o alcance espiritual das virtudes.
– **Vontade Divina**: A Vontade de Deus, por outro lado, é completamente desinteressada e celestial. Ela não busca nada para si mesma, mas quer transformar a alma em um reflexo do Céu. A santidade que resulta da Vontade Divina é de natureza divina, pois é uma participação direta na vida de Deus.
A metáfora das “pequenas lamparinas das virtudes” e do “grande Sol da Vontade Divina” ilustra bem essa diferença. As virtudes são como lamparinas que iluminam parcialmente o caminho, mas a Vontade Divina é como o Sol, que ilumina tudo com sua luz intensa e transformadora.
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### **4. A Transformação da Alma pela Vontade Divina**
A Vontade Divina não apenas complementa as virtudes, mas as transforma e eleva a um nível superior. Ela quer “mudar todo o interior da alma e às mesmas virtudes em Vontade Divina”. Isso significa que as virtudes, quando praticadas sob a influência da Vontade de Deus, deixam de ser meramente humanas e se tornam expressões da vida divina.
– **Interiorização da Vontade Divina**: A Vontade de Deus não se contenta com ações externas ou práticas isoladas. Ela quer habitar no fundo da alma, transformando-a em um “Céu” onde a vida divina pode se desenvolver plenamente.
– **Santidade Divina**: Enquanto as virtudes podem levar a uma santidade humana, a Vontade Divina conduz a uma santidade que é participação na própria vida de Deus. Essa santidade é incomparavelmente superior, pois reflete a perfeição e a glória do Criador.
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### **5. A Resistência das Criaturas à Vontade Divina**
O texto também aborda a resistência natural que as criaturas têm em abraçar a Vontade Divina. Isso ocorre porque as pessoas estão acostumadas a olhar para o que é “baixo” e terreno, preferindo as pequenas satisfações das virtudes humanas à grandeza transformadora da Vontade de Deus.
– **Habituação ao Terreno**: As pessoas estão tão acostumadas a buscar recompensas imediatas e reconhecimento humano que têm dificuldade em se abrir para algo que exige uma entrega total e desinteressada.
– **Desafio da Transformação**: Aceitar a Vontade Divina significa passar por um processo de purificação e transformação que pode ser doloroso e desafiador. No entanto, aqueles que se dispõem a esse caminho descobrem que o “alimento” da Vontade Divina é incomparavelmente mais satisfatório e transformador.
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### **Conclusão**
O texto oferece uma profunda reflexão sobre a diferença entre as virtudes humanas e a Vontade Divina, destacando que ambas têm seu lugar, mas que a Vontade de Deus é infinitamente superior. Enquanto as virtudes podem levar a uma santidade humana, a Vontade Divina conduz a uma santidade que é participação na vida de Deus.
A chave para apreciar e abraçar a Vontade Divina está em renunciar aos interesses humanos e aos desejos egoístas, permitindo que a alma seja transformada e elevada a um estado de santidade divina. Esse processo exige coragem, fé e uma disposição para olhar além das satisfações terrenas, buscando aquilo que é eterno e celestial.
### **1. Virtudes Humanas vs. Vontade Divina: Exemplos Práticos**
#### **Virtudes Humanas**
As virtudes são ações ou comportamentos que refletem qualidades morais e espirituais. Elas são importantes, mas muitas vezes estão ligadas a motivações humanas, como o desejo de reconhecimento ou a busca por recompensas. Vejamos alguns exemplos:
– **Caridade**: Uma pessoa doa dinheiro para uma instituição de caridade. Isso é uma virtude, mas pode ser motivado pelo desejo de ser reconhecido como generoso ou para receber elogios dos outros.
– **Paciência**: Alguém suporta calmamente uma situação difícil no trabalho. Isso é uma virtude, mas pode ser feito para evitar conflitos ou para manter uma boa imagem diante dos colegas.
– **Humildade**: Uma pessoa se recusa a receber elogios publicamente. Isso é uma virtude, mas pode ser feito para ser visto como humilde pelos outros.
Nesses exemplos, as virtudes são boas em si mesmas, mas podem estar misturadas com motivações humanas, como o desejo de reconhecimento ou a busca por aprovação.
#### **Vontade Divina**
A Vontade Divina, por outro lado, vai além das motivações humanas. Ela exige uma entrega total aos desígnios de Deus, mesmo quando isso não traz benefícios imediatos ou reconhecimento. Vejamos exemplos:
– **Caridade guiada pela Vontade Divina**: Uma pessoa doa dinheiro para uma instituição de caridade, mas faz isso em segredo, sem esperar reconhecimento ou gratidão. Ela age movida pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus, que é amar ao próximo sem interesses pessoais.
– **Paciência guiada pela Vontade Divina**: Alguém suporta uma situação difícil no trabalho, não apenas para evitar conflitos, mas porque vê naquela situação uma oportunidade de crescer espiritualmente e de confiar na providência de Deus.
– **Humildade guiada pela Vontade Divina**: Uma pessoa se recusa a receber elogios, não para ser vista como humilde, mas porque reconhece que todas as suas qualidades vêm de Deus e que a glória pertence a Ele.
Nesses casos, as ações são motivadas pela Vontade Divina, que busca apenas a realização do bem e a glorificação de Deus, sem interesses pessoais.
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### **2. A Submissão da Vontade Humana: Exemplos Práticos**
A Vontade Divina exige que a vontade humana seja submetida, o que pode ser um processo difícil. Vejamos como isso pode acontecer na prática:
– **Exemplo 1: Mudança de Planos**
– **Vontade Humana**: Uma pessoa planeja uma carreira de sucesso, com objetivos claros e metas ambiciosas. Ela trabalha duro para alcançar esses objetivos.
– **Vontade Divina**: Deus pode colocar essa pessoa em uma situação onde ela precisa abandonar seus planos para cuidar de um familiar doente ou para servir em uma missão que não estava em seus planos.
– **Submissão**: A pessoa decide abrir mão de seus planos e confiar que a Vontade de Deus é melhor, mesmo que isso signifique renunciar a seus sonhos pessoais.
– **Exemplo 2: Perdas e Dificuldades**
– **Vontade Humana**: Alguém deseja uma vida confortável, sem problemas ou sofrimentos.
– **Vontade Divina**: Deus permite que essa pessoa passe por dificuldades, como a perda de um emprego ou uma doença, para que ela possa crescer na fé e na confiança nEle.
– **Submissão**: A pessoa aceita as dificuldades como parte do plano de Deus e busca aprender com elas, em vez de se revoltar ou desanimar.
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### **3. O Refinamento do Paladar Espiritual: Exemplos Práticos**
O texto fala sobre o “refinamento do paladar espiritual”, que é o processo de aprender a apreciar a Vontade Divina acima de tudo. Vejamos como isso pode acontecer:
– **Exemplo 1: Oração e Silêncio**
– **Paladar Ordinário**: Uma pessoa reza para pedir bênçãos materiais, como saúde, prosperidade ou sucesso.
– **Paladar Refinado**: Com o tempo, essa pessoa começa a buscar na oração não apenas bênçãos materiais, mas a própria presença de Deus. Ela aprende a apreciar o silêncio e a intimidade com Deus, mesmo quando não recebe respostas imediatas para seus pedidos.
– **Exemplo 2: Serviço aos Outros**
– **Paladar Ordinário**: Alguém ajuda os outros porque se sente bem consigo mesmo ou porque espera ser reconhecido.
– **Paladar Refinado**: Com o tempo, essa pessoa começa a ajudar os outros sem esperar nada em troca, movida apenas pelo amor a Deus e ao próximo. Ela descobre que a verdadeira alegria está em servir por amor, não por interesse.
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### **4. A Transformação das Virtudes pela Vontade Divina: Exemplos Práticos**
A Vontade Divina não apenas complementa as virtudes, mas as transforma e eleva a um nível superior. Vejamos como isso pode acontecer:
– **Exemplo 1: A Caridade Transformada**
– **Virtude Humana**: Uma pessoa doa roupas e alimentos para os pobres porque acredita que é a coisa certa a fazer.
– **Vontade Divina**: A mesma pessoa começa a ver os pobres como irmãos em Cristo e a doar não apenas bens materiais, mas também seu tempo, atenção e amor. Ela passa a agir movida pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus, que é amar ao próximo como a si mesma.
– **Exemplo 2: A Paciência Transformada**
– **Virtude Humana**: Alguém suporta uma situação difícil no trabalho porque sabe que é o certo a fazer.
– **Vontade Divina**: A mesma pessoa começa a ver a situação difícil como uma oportunidade de crescer na fé e de confiar na providência de Deus. Ela passa a agir movida pela certeza de que Deus está no controle de tudo.
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### **5. A Resistência à Vontade Divina: Exemplos Práticos**
Muitas vezes, as pessoas resistem à Vontade Divina porque estão acostumadas a buscar satisfações imediatas e reconhecimento humano. Vejamos exemplos:
– **Exemplo 1: O Medo do Desconhecido**
– **Resistência**: Alguém é chamado a deixar um emprego estável para seguir uma vocação missionária, mas tem medo de abandonar a segurança financeira.
– **Superação**: Com o tempo, essa pessoa aprende a confiar na providência de Deus e a abraçar a Vontade Divina, mesmo sem saber o que o futuro reserva.
– **Exemplo 2: O Desejo de Controle**
– **Resistência**: Alguém planeja cada detalhe de sua vida e se sente ansioso quando as coisas não saem como planejado.
– **Superação**: Essa pessoa começa a aprender a entregar seus planos a Deus e a confiar que a Vontade Divina é melhor do que qualquer plano humano.
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### **Conclusão**
Esses exemplos práticos ilustram como a diferença entre as virtudes humanas e a Vontade Divina se manifesta no dia a dia. Enquanto as virtudes são importantes e necessárias, a Vontade Divina vai além, exigindo uma entrega total e desinteressada aos desígnios de Deus. Essa entrega pode ser desafiadora, mas é o caminho para uma santidade verdadeiramente divina.
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### **1. A Santidade Fundada nas Virtudes**
O texto começa comparando a santidade fundada nas virtudes a uma “terra florida”. Essa metáfora é poderosa e nos ajuda a entender como as virtudes humanas, embora belas e necessárias, estão sempre ligadas a algo terreno e humano.
– **Terra Florida**: Imagine um jardim cheio de flores, plantas e árvores de diferentes cores, sabores e aromas. Essa beleza é comparada às virtudes humanas, como a caridade, a paciência, a humildade e a justiça. No entanto, assim como as plantas precisam da terra para crescer, as virtudes humanas estão sempre ligadas a motivações e satisfações humanas.
– **Exemplo Prático**: Uma pessoa que pratica a caridade pode fazê-lo por reconhecimento social ou para se sentir bem consigo mesma. Essas motivações são como a “terra” que sustenta a planta da virtude. Embora a ação seja boa, ela ainda está misturada com interesses humanos.
O texto também menciona que as virtudes precisam de “água” (a graça de Deus) e “sol” (a luz divina) para crescer e florescer. Isso significa que, mesmo as virtudes humanas, dependem da ação de Deus para se tornarem verdadeiramente santas.
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### **2. A Santidade Fundada na Vontade Divina**
Em contraste com a santidade fundada nas virtudes, a santidade fundada na Vontade Divina é comparada ao sol. O sol está acima da terra, não depende dela e é a fonte de toda a vida e luz.
– **Sol Divino**: A Vontade Divina é como o sol, que ilumina e alimenta tudo, mas não depende de nada para existir. Ela é autossuficiente e divina. Quem funda sua santidade na Vontade Divina não precisa de motivações humanas ou reconhecimento terreno. Sua santidade vem diretamente de Deus.
– **Exemplo Prático**: Imagine uma pessoa que decide seguir a Vontade de Deus, mesmo quando isso significa abrir mão de seus próprios planos e desejos. Ela não busca reconhecimento ou recompensas humanas, mas age movida apenas pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus. Essa pessoa está fundando sua santidade no “Sol Divino”, e não na “terra” das motivações humanas.
O texto também destaca que a Vontade Divina “eclipsa” o querer humano, ou seja, ela suplanta e transforma a vontade humana, eliminando qualquer traço de egoísmo ou interesse pessoal.
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### **3. A Transformação das Virtudes pela Vontade Divina**
A Vontade Divina não apenas complementa as virtudes, mas as transforma e eleva a um nível superior. Ela faz com que as virtudes humanas se tornem expressões da vida divina.
– **Virtudes Transformadas**: Quando as virtudes são praticadas sob a influência da Vontade Divina, elas deixam de ser meramente humanas e se tornam divinas. A caridade, por exemplo, não é mais apenas uma ação humana, mas uma expressão do amor de Deus.
– **Exemplo Prático**: Uma pessoa que pratica a caridade movida pela Vontade Divina não busca reconhecimento ou recompensas. Ela age por amor a Deus e ao próximo, e sua ação é uma participação na própria caridade divina.
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### **4. A Diferença entre as Duas Formas de Santidade**
O texto faz uma distinção clara entre a santidade fundada nas virtudes e a santidade fundada na Vontade Divina, usando a metáfora das “pequenas chamas” e do “Sol”.
– **Pequenas Chamas**: As pequenas chamas representam as boas ações e virtudes humanas, que são belas e importantes, mas limitadas. Elas são como reflexos da luz do sol, mas não são o sol em si.
– **Sol Divino**: A santidade fundada na Vontade Divina é como o sol, que é a fonte de toda a luz e vida. Ela é infinita e divina, e não depende de nada para existir.
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### **5. A Importância da Vontade Divina**
O texto também destaca que todas as boas ações, mesmo as que são feitas fora da Vontade Divina, são reflexos da luz de Deus. No entanto, apenas aqueles que vivem na Vontade Divina podem experimentar a plenitude da santidade.
– **Exemplo Prático**: Imagine duas pessoas que fazem caridade. A primeira faz caridade por motivações humanas, como o desejo de reconhecimento. A segunda faz caridade movida pela Vontade Divina, sem esperar nada em troca. Ambas estão fazendo o bem, mas a segunda está experimentando uma santidade mais profunda e divina.
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### **Conclusão**
O texto oferece uma profunda reflexão sobre a diferença entre a santidade fundada nas virtudes humanas e a santidade fundada na Vontade Divina. Enquanto as virtudes humanas são importantes e necessárias, elas estão sempre ligadas a motivações e satisfações humanas. A santidade fundada na Vontade Divina, por outro lado, é completamente desinteressada e divina, e não depende de nada para existir.
A chave para uma santidade verdadeiramente divina está em abraçar a Vontade de Deus, renunciando aos interesses humanos e permitindo que a alma seja transformada e elevada a um estado de santidade que reflete a perfeição e a glória do Criador.
27-18 Dezembro 3, 1929 Diferença entre a santidade fundada nas virtudes e a fundada na Vontade Divina.
(1) Minha pequena mente se perdia no Fiat Supremo e pensava em mim: “Qual será a diferença que há entre quem fundou sua santidade nas virtudes e entre quem a fundou somente no Querer Divino?” E o meu doce Jesus, movendo-se dentro de mim, suspirando disse-me:
(2) “Minha filha, se soubesses que diferença há! Escuta, e além disso você sabe, a terra florida é bela, a variedade das plantas, das flores, dos frutos, das árvores, a diversidade das cores, das doçuras, dos gostos, tudo é belo, mas, saberia encontrar uma planta, uma flor, ainda que seja das mais preciosas, que não esteja circundada de terra, a qual tem a cada raiz em seu regaço, colada a seu peito para alimentá-la? Pode-se dizer que ao homem é impossível ter uma planta se não a confia a sua mãe terra. Tal é a santidade fundada nas virtudes, a terra humana deve pôr do seu, quantas satisfações humanas nas obras mais santas, nas virtudes que praticam; a terra da estima, da glória humana corre sempre e ali forma o seu pequeno lugarzinho, de modo que se veem as virtudes como tantas belas flores perfumadas, de cor tão viva, que despertam admiração, mas ao seu redor, na parte de baixo, há sempre um pouco de terra humana, assim que a santidade fundada nas virtudes pode-se chamar terra florida, e segundo as virtudes que praticam, quem forma a flor, quem a planta, quem a árvore, e têm necessidade de água que as molhe e de sol que as fecunde e lhes comunique os diversos efeitos que a cada uma requer, qual é minha Graça, de outra maneira passariam perigo de morrer no momento de nascer. Em troca a santidade fundada em meu Querer Divino é sol, está no alto, a terra não tem nada que fazer com ela, nem tem necessidade de água para alimentar sua luz; seu alimento o toma diretamente de Deus, e no seu movimento de luz contínua produz e alimenta todas as virtudes em modo divino; as satisfações humanas, mesmo santas, a vanglória, a estima própria, perderam o caminho, não têm razão de existir, porque sentem ao vivo a Vontade Divina que tudo faz neles e reconhecem que este Sol Divino, baixando-se, habita neles e alimentando-os com a sua luz os faz sofrer a sua transformação para formar uma só luz com este Fiat Divino. Além disso, sua luz tem virtude de eclipsar docemente o querer humano, porque está vetado que mesmo um átomo de terra entre em meu Querer Divino, são naturezas contrárias, luz e terra, trevas e luz; pode-se dizer que se rechaçam mutuamente, nem a luz pode suportar um só átomo de terra e por isso a eclipsa, serve-lhe de sentinela, de defesa para que tudo se torne Vontade Divina na criatura, e assim como o sol Volume 27 35 tudo dá à terra, mas nada recebe, e é causa primária de suas belas floradas, assim quem funda sua vida, sua santidade em meu Querer, junto com Ele são os alimentadores da santidade fundada nas virtudes”.
(3) Depois disto estava fazendo meu giro no Fiat Divino para encontrar todos os atos das criaturas passadas, presentes e futuras, para pedir em nome de todos o reino da Divina Vontade, mas enquanto isso fazia, meu doce Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, tudo o que de bom foi feito desde o princípio do mundo fora da minha Divina Vontade, são pequenas luzes, como efeitos do meu Fiat Divino, porque apesar de não terem operado dentro dele, conforme as criaturas se dispunham a fazer o bem, seus raios se fixavam sobre eles, e a seus reflexos formava-se a pequena chama em suas almas, porque sendo meu Querer luz eterna e imensa, não sabe produzir mais que luz. Estas pequenas chamas, como efeitos d’Ele, estão em torno do Sol de minha Divina Vontade como honra e glória de seus efeitos e como frutos do bom trabalho das criaturas, porque, conforme elas querem fazer o bem, assim os seus raios se fixam sobre elas e dá os efeitos do bem que querem fazer, pode-se dizer mais do que sol, do que quando encontra a boa semente na terra, a sua luz aquece-a, acaricia-a e comunica-lhe os efeitos para formar a planta daquela semente. Não há bem sem o meu Querer;
assim como não há cor, doçura, maturidade, sem os efeitos da luz do sol, assim não pode haver bem sem Ele. Mas quem pode formar o sol com suas ações? Quem vive em minha Divina Vontade, Ela não fixa somente seus raios sobre esta criatura, mas também faz descer todo seu Sol e com sua virtude criadora e vivificadora forma outro Sol no ato da criatura. Vê então a grande diferença que há? Como entre plantas e sol, como entre sol e pequenas chamas”.
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### **1. A Santidade Fundada nas Virtudes**
O texto começa comparando a santidade fundada nas virtudes a uma “terra florida”. Essa metáfora é poderosa e nos ajuda a entender como as virtudes humanas, embora belas e necessárias, estão sempre ligadas a algo terreno e humano.
– **Terra Florida**: Imagine um jardim cheio de flores, plantas e árvores de diferentes cores, sabores e aromas. Essa beleza é comparada às virtudes humanas, como a caridade, a paciência, a humildade e a justiça. No entanto, assim como as plantas precisam da terra para crescer, as virtudes humanas estão sempre ligadas a motivações e satisfações humanas.
– **Exemplo Prático**: Uma pessoa que pratica a caridade pode fazê-lo por reconhecimento social ou para se sentir bem consigo mesma. Essas motivações são como a “terra” que sustenta a planta da virtude. Embora a ação seja boa, ela ainda está misturada com interesses humanos.
O texto também menciona que as virtudes precisam de “água” (a graça de Deus) e “sol” (a luz divina) para crescer e florescer. Isso significa que, mesmo as virtudes humanas, dependem da ação de Deus para se tornarem verdadeiramente santas.
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### **2. A Santidade Fundada na Vontade Divina**
Em contraste com a santidade fundada nas virtudes, a santidade fundada na Vontade Divina é comparada ao sol. O sol está acima da terra, não depende dela e é a fonte de toda a vida e luz.
– **Sol Divino**: A Vontade Divina é como o sol, que ilumina e alimenta tudo, mas não depende de nada para existir. Ela é autossuficiente e divina. Quem funda sua santidade na Vontade Divina não precisa de motivações humanas ou reconhecimento terreno. Sua santidade vem diretamente de Deus.
– **Exemplo Prático**: Imagine uma pessoa que decide seguir a Vontade de Deus, mesmo quando isso significa abrir mão de seus próprios planos e desejos. Ela não busca reconhecimento ou recompensas humanas, mas age movida apenas pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus. Essa pessoa está fundando sua santidade no “Sol Divino”, e não na “terra” das motivações humanas.
O texto também destaca que a Vontade Divina “eclipsa” o querer humano, ou seja, ela suplanta e transforma a vontade humana, eliminando qualquer traço de egoísmo ou interesse pessoal.
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### **3. A Transformação das Virtudes pela Vontade Divina**
A Vontade Divina não apenas complementa as virtudes, mas as transforma e eleva a um nível superior. Ela faz com que as virtudes humanas se tornem expressões da vida divina.
– **Virtudes Transformadas**: Quando as virtudes são praticadas sob a influência da Vontade Divina, elas deixam de ser meramente humanas e se tornam divinas. A caridade, por exemplo, não é mais apenas uma ação humana, mas uma expressão do amor de Deus.
– **Exemplo Prático**: Uma pessoa que pratica a caridade movida pela Vontade Divina não busca reconhecimento ou recompensas. Ela age por amor a Deus e ao próximo, e sua ação é uma participação na própria caridade divina.
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### **4. A Diferença entre as Duas Formas de Santidade**
O texto faz uma distinção clara entre a santidade fundada nas virtudes e a santidade fundada na Vontade Divina, usando a metáfora das “pequenas chamas” e do “Sol”.
– **Pequenas Chamas**: As pequenas chamas representam as boas ações e virtudes humanas, que são belas e importantes, mas limitadas. Elas são como reflexos da luz do sol, mas não são o sol em si.
– **Sol Divino**: A santidade fundada na Vontade Divina é como o sol, que é a fonte de toda a luz e vida. Ela é infinita e divina, e não depende de nada para existir.
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### **5. A Importância da Vontade Divina**
O texto também destaca que todas as boas ações, mesmo as que são feitas fora da Vontade Divina, são reflexos da luz de Deus. No entanto, apenas aqueles que vivem na Vontade Divina podem experimentar a plenitude da santidade.
– **Exemplo Prático**: Imagine duas pessoas que fazem caridade. A primeira faz caridade por motivações humanas, como o desejo de reconhecimento. A segunda faz caridade movida pela Vontade Divina, sem esperar nada em troca. Ambas estão fazendo o bem, mas a segunda está experimentando uma santidade mais profunda e divina.
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### **Conclusão**
O texto oferece uma profunda reflexão sobre a diferença entre a santidade fundada nas virtudes humanas e a santidade fundada na Vontade Divina. Enquanto as virtudes humanas são importantes e necessárias, elas estão sempre ligadas a motivações e satisfações humanas. A santidade fundada na Vontade Divina, por outro lado, é completamente desinteressada e divina, e não depende de nada para existir.
A chave para uma santidade verdadeiramente divina está em abraçar a Vontade de Deus, renunciando aos interesses humanos e permitindo que a alma seja transformada e elevada a um estado de santidade que reflete a perfeição e a glória do Criador.
Claro! Vamos explorar a diferença entre a **santidade fundada nas virtudes** e a **santidade fundada na Vontade Divina** com exemplos práticos e claros. Isso ajudará a ilustrar como essas duas formas de santidade se manifestam na vida cotidiana e qual é a distinção entre elas.
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### **1. Santidade Fundada nas Virtudes**
A santidade fundada nas virtudes é como uma “terra florida”. As virtudes são belas e importantes, mas estão sempre ligadas a algo terreno, como motivações humanas, reconhecimento ou satisfação pessoal. Vejamos exemplos:
#### **Exemplo 1: Caridade com Motivações Humanas**
– **Situação**: Maria decide doar uma quantia significativa de dinheiro para uma instituição de caridade.
– **Motivação**: Ela faz isso porque quer ser reconhecida como uma pessoa generosa e espera receber elogios dos outros.
– **Resultado**: A ação de Maria é boa (ela está ajudando os necessitados), mas está misturada com o desejo de reconhecimento humano. Isso é como uma flor bonita, mas que ainda está ligada à “terra” das motivações humanas.
#### **Exemplo 2: Paciência com Interesse Pessoal**
– **Situação**: João suporta calmamente um colega de trabalho difícil.
– **Motivação**: Ele faz isso para evitar conflitos e manter uma boa imagem no trabalho, mas interiormente está cheio de ressentimento.
– **Resultado**: A paciência de João é uma virtude, mas está misturada com o interesse de manter uma boa reputação. Ele não está agindo por amor ao próximo ou por desejo de cumprir a Vontade de Deus.
#### **Características da Santidade Fundada nas Virtudes**:
– **Ligada à Terra**: As virtudes estão sempre conectadas a motivações humanas, como o desejo de reconhecimento, a busca por recompensas ou a necessidade de aprovação.
– **Dependência da Graça**: Mesmo as virtudes humanas precisam da graça de Deus para crescer e florescer, mas ainda estão sujeitas a falhas humanas.
– **Limitada**: Essa santidade é bela, mas não alcança a plenitude da santidade divina, pois ainda está ligada ao “eu” humano.
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### **2. Santidade Fundada na Vontade Divina**
A santidade fundada na Vontade Divina é como o “sol”. Ela não depende de motivações humanas ou reconhecimento terreno. É uma santidade que vem diretamente de Deus e transforma completamente a pessoa. Vejamos exemplos:
#### **Exemplo 1: Caridade Movida pela Vontade Divina**
– **Situação**: Ana doa uma quantia significativa de dinheiro para uma instituição de caridade.
– **Motivação**: Ela faz isso em segredo, sem contar a ninguém, movida apenas pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus e amar ao próximo.
– **Resultado**: A ação de Ana é completamente desinteressada. Ela não busca reconhecimento ou recompensas humanas, mas age por amor a Deus e ao próximo. Isso é como o sol, que ilumina sem depender da terra.
#### **Exemplo 2: Paciência Guiada pela Vontade Divina**
– **Situação**: Pedro suporta calmamente um colega de trabalho difícil.
– **Motivação**: Ele faz isso porque vê naquela situação uma oportunidade de crescer na fé e de confiar na providência de Deus. Ele reza pelo colega e oferece suas dificuldades a Deus.
– **Resultado**: A paciência de Pedro não está ligada a interesses pessoais, mas à Vontade Divina. Ele age movido pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus, mesmo que isso signifique sofrer em silêncio.
#### **Características da Santidade Fundada na Vontade Divina**:
– **Desinteressada**: Não busca reconhecimento, recompensas ou satisfação pessoal. A motivação é puramente o amor a Deus e ao próximo.
– **Transformadora**: A Vontade Divina transforma a pessoa por dentro, eliminando o egoísmo e elevando-a a um estado de santidade divina.
– **Plena**: Essa santidade não é limitada pelas falhas humanas, pois vem diretamente de Deus. É como o sol, que ilumina tudo sem depender de nada.
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### **3. Comparação entre as Duas Formas de Santidade**
Vamos comparar as duas formas de santidade com um exemplo prático:
#### **Situação**: Dois amigos, Lucas e Tiago, decidem ajudar um mendigo na rua.
– **Lucas (Santidade Fundada nas Virtudes)**:
– **Ação**: Lucas dá dinheiro ao mendigo.
– **Motivação**: Ele faz isso porque quer ser visto como uma pessoa generosa e espera que os outros o elogiem.
– **Resultado**: A ação de Lucas é boa, mas está misturada com o desejo de reconhecimento humano. Ele está praticando uma virtude, mas ainda está ligado à “terra” das motivações humanas.
– **Tiago (Santidade Fundada na Vontade Divina)**:
– **Ação**: Tiago dá dinheiro ao mendigo.
– **Motivação**: Ele faz isso em segredo, sem contar a ninguém, movido apenas pelo desejo de cumprir a Vontade de Deus e amar ao próximo.
– **Resultado**: A ação de Tiago é completamente desinteressada. Ele não busca reconhecimento ou recompensas humanas, mas age por amor a Deus e ao próximo. Ele está fundando sua santidade no “Sol Divino”.
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### **4. A Transformação das Virtudes pela Vontade Divina**
A Vontade Divina não apenas complementa as virtudes, mas as transforma e eleva a um nível superior. Vejamos um exemplo:
#### **Exemplo: A Humildade Transformada**
– **Santidade Fundada nas Virtudes**: Uma pessoa se recusa a receber elogios publicamente, mas interiormente se sente orgulhosa por ser vista como humilde.
– **Santidade Fundada na Vontade Divina**: A mesma pessoa se recusa a receber elogios, não para ser vista como humilde, mas porque reconhece que todas as suas qualidades vêm de Deus e que a glória pertence a Ele. Ela age movida pela Vontade Divina, que transforma sua humildade em uma expressão do amor de Deus.
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### **Conclusão**
A diferença entre as duas formas de santidade está nas motivações e na fonte de onde elas vêm. A santidade fundada nas virtudes é bela e importante, mas está sempre ligada a motivações humanas e à “terra” das satisfações terrenas. Já a santidade fundada na Vontade Divina é completamente desinteressada e divina, vindo diretamente de Deus e transformando a pessoa por dentro.
A chave para uma santidade verdadeiramente divina está em abraçar a Vontade de Deus, renunciando aos interesses humanos e permitindo que a alma seja transformada e elevada a um estado de santidade que reflete a perfeição e a glória do Criador.
24-10 Abril 29, 1928 As virtudes são sementes, plantas, flores e frutos; a Divina Vontade é Vida. As maravilhas do “amo-te”. O amor nunca se cansa. Quem vive no Querer Divino não pode ir ao purgatório, todo o universo se rebelaria.
(1) Minha pobre mente está sempre em poder do Fiat Supremo, me parece que não sei pensar em outra coisa, nem quero me ocupar de nada mais, sinto uma corrente em mim, que hora me detém em um ponto e hora em outro do Querer Divino, mas sempre nele vou terminar, sem jamais tomar toda sua luz interminável, pois sou incapaz de fazê-lo. E meu amável Jesus, movendo-se em meu interior me disse, me dando uma surpresa:
(2) “Minha filha, quando a alma pratica uma virtude, o primeiro ato que faz forma o germe, e conforme faz o segundo, o terceiro e assim todos os demais, cultiva o germe, o rega, o faz que se transforme em planta e em seus frutos; se se pratica uma só vez, ou somente algumas vezes, a semente não é regada, nem cultivada, morre e a alma fica sem planta e sem fruto, porque jamais um ato só forma uma virtude, mas sim a formam os atos repetidos. Acontece como com a terra, que não basta lançar a semente em seu seio, mas sim convém cultivá-la, regá-la frequentemente se se quer a planta e os frutos daquela semente, de outra maneira a terra se faz dura sobre a semente e a sepulta sem dar-lhe vida. Agora, quem quiser a virtude da paciência, da obediência ou alguma outra, deve lançar a primeira semente, e depois com outros atos regá-la e cultivá-la, e assim formará tantas belas e diversas plantas em sua alma; em troca minha Vontade não é germe como as virtudes, mas sim vida, e à medida que a alma começa a resignar-se, a olhá-la em tudo e a viver nela, assim vem formada nela a pequena Vida Divina, e conforme vai adentrando na prática de viver em meu Querer, assim cresce e vai-se engrandecendo esta Vida Divina, até encher a alma de toda esta Vida, de modo que não fica dela mais que só o véu que a cobre e a esconde dentro de si. E assim como com as virtudes, assim com minha Vontade, se a criatura não dá o alimento contínuo de seus atos nela à pequena Vida Divina, esta não cresce e não a enche toda. Acontece como a uma criança recém-nascida, que se não se alimenta morre ao nascer; porque minha Vontade sendo Vida, tem mais necessidade que as virtudes, que são imagens das plantas, do contínuo alimento para crescer e formar-se Vida inteira, do que é capaz uma criatura. Eis a necessidade de que você viva sempre nela, para tomar seu alimento requintado de meu mesmo Querer para alimentar sua Vida Divina em você. Veja então que grande diferença há entre as virtudes e minha Vontade, as primeiras são plantas, flores e frutos que embelezam a terra e dão prazer às criaturas, em troca meu Fiat é céu, sol, ar, calor, batimento, coisas todas que formam vida e Vida Divina na criatura. Por isso ama esta Vida e dá-lhe alimento contínuo, a fim de que te encha toda e nada fique de ti”.
(3) Depois disto seguia meu giro no Querer Divino, e repetindo meu refrão do “te amo” estava dizendo: “Jesus, meu amor, quero deixar todo meu ser em seu Fiat para poder me encontrar em todas as coisas criadas para adorná-las com meu ‘te amo’. É mais, quero colocar meu coração no centro da terra, e, assim, à medida que palpitar, quero abraçar todos os seus habitantes, e seguir todas as suas batidas com o meu Senhor, dar-te-ei o amor de cada um deles, e conforme se repete o meu coração a partir do centro da terra, assim quero pôr meu te amo em todas as sementes que encerra em seu seio, e assim que despontam estas sementes e se formam as plantas, as ervas, as flores, assim quero pôr meu te amo para poder vê-las encerradas em meu te amo a Jesus”. Mas enquanto dizia isto, o meu pensamento interrompeu o meu refrão do te amo, dizendo-me: “Quantas loucuras dizes, o próprio Jesus estará cansado de ouvir a tua longa canção: “Amo-te, amo-te”. E Jesus movendo-se rapidamente em meu interior, e olhando toda a Criação para ver se em todas as coisas, pequenas e grandes, estava a vida de meu te amo, disse-me:
(4) “Minha filha, que maravilha, que encanto ver todas as coisas adornadas com o teu amo! Se todas as criaturas pudessem ver adornadas todas as plantas, os átomos da terra, as pedras, as gotas da água com teu te amo; se pudessem ver cheia a luz do sol, o ar que respiram, o céu que vêem, com teu te amo; se vissem que as estrelas cintilam teu te amo, que maravilha não suscitaria nelas, que doce encanto não atrairia seus olhos para olhar seu refrão e sua longa canção de seu Te amo? Diriam: ‘Será possível que não lhe tenha escapado nada? Nós mesmos nos sentimos adornados com seu te amo’. E iriam bisbilhotando e indagando tudo para ver se na realidade não te tinha escapado nada, para gozar o encanto do teu te amo. Agora, se este encanto maravilhoso é ignorado pelas criaturas terrestres, não é ignorado para o Céu e para os habitantes lá de cima, eles desfrutam o encanto e as maravilhas de ver a Criação inteira, cheia e adornada com o seu mestre, sentem harmonizar seu te amo com o teu, não se sentem separados da terra porque o amor os une junto e forma as mesmas notas e as mesmas harmonias, e além disso, você deve saber que Eu não me cansei de adornar com meus repetidos e incessantes te amo para ti todas as coisas, pequenas ou grandes, quando foram criadas; e assim como não me cansei ao pôr meus te amo, também não me canso ao ouvi-los repetir por ti, mas bem gozo porque meu te amo não fica isolado, mas tem a companhia do teu, que fazendo eco no meu, se fundem juntos e fazem vida comum. E além disso o amor nunca cansa, pelo contrário me é portador de alegria e felicidade”.
(5) Então, sem saber como, me veio um pensamento: “Se eu morresse e fosse ao purgatório, como faria? Se aqui estando aprisionada em meu corpo, porque é mais que uma estreita prisão, está cercada minha pobre alma, e a sente tanto quando Jesus me priva de sua adorável presença, que não sei o que faria e sofreria para reencontrá-lo, agora, o que será quando romper a prisão de meu corpo e minha alma sem ataduras e livre tome seu rápido voo e não encontre a meu Jesus, centro no qual devo refugiar-me para não sair jamais dele, e em vez de encontrar a minha vida, o centro de meu repouso, me econtrasse no purgatório? Qual será minha dor e meu tormento?” Enquanto me sentia oprimida por estes pensamentos, o meu amado Jesus estreitou-me totalmente a Si e acrescentou:
(6) “Minha filha, por que queres te oprimir, não sabes que quem vive em minha Vontade tem um vínculo de união com o céu, com o sol, com o mar, com o vento, com toda a Criação? Seus atos estão fundidos em todas as coisas criadas, porque minha Vontade, como coisas suas as pôs todas em comum, de maneira que toda a Criação sente a vida desta criatura, e se pudesse ir ao purgatório, todas se sentiriam ofendidas e o universo inteiro se rebelaria e não a deixariam ir sozinha ao purgatório, o céu, o sol, o vento, o mar, todos seguiriam tirando-se de seus postos e ofendidos diriam a seu Criador: ‘É vossa e nossa, a vida que anima a todos nós anima a ela, como é que vai ao purgatório?’ O céu a reclamaria com seu amor, o sol falaria com sua luz, o vento com suas vozes lamentáveis, o mar com suas ondas ruidosas, todos teriam uma palavra para defender aquela que fez vida comum com elas. E como quem vive em minha Vontade, absolutamente não pode ir ao purgatório, por isso o universo estará em seu posto e minha Vontade terá o triunfo de levar ao Céu a quem tem vivido nela nesta terra de exílio, por isso siga vivendo em meu Querer e não queira entristecer tua mente e oprimir-te por coisas que a ti não pertencem”.
Claro! Vou fazer uma explicação detalhada do texto, dividindo-o em partes e explorando os conceitos principais. O texto é rico em simbolismo espiritual e aborda temas como a prática das virtudes, a Vontade Divina, o amor a Deus e a união da alma com o Criador. Vamos analisar cada parte:
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### **1. As Virtudes como Sementes, Plantas, Flores e Frutos**
O texto começa comparando as virtudes a sementes, plantas, flores e frutos. Essa metáfora agrícola ilustra como as virtudes precisam ser cultivadas e nutridas para crescer e dar frutos.
– **Semente**: O primeiro ato de uma virtude (por exemplo, a paciência) é como uma semente plantada na alma.
– **Planta e Flores**: Com a repetição dos atos virtuosos, a semente cresce e se transforma em uma planta, que floresce e se desenvolve.
– **Frutos**: Os frutos são os resultados das virtudes praticadas, como a paz interior, a caridade genuína e a união com Deus.
#### **Explicação**:
As virtudes não são algo que surge instantaneamente. Elas precisam ser praticadas continuamente para se tornarem parte da vida da pessoa. Se alguém pratica a paciência apenas uma vez, a “semente” morre, e a virtude não se desenvolve. A repetição dos atos virtuosos é essencial para o crescimento espiritual.
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### **2. A Vontade Divina como Vida**
Enquanto as virtudes são comparadas a plantas que precisam ser cultivadas, a Vontade Divina é descrita como **Vida**. Isso significa que a Vontade Divina não é algo que precisa ser plantado ou cultivado, mas sim algo que já é pleno e completo em si mesmo.
– **Vida Divina**: A Vontade Divina é como uma vida que começa pequena na alma e cresce à medida que a pessoa se entrega a ela.
– **Alimento Contínuo**: Assim como uma criança precisa de alimento para crescer, a Vida Divina na alma precisa ser alimentada pela prática constante da Vontade de Deus.
#### **Explicação**:
A Vontade Divina é superior às virtudes humanas porque não depende do esforço humano para existir. Ela é uma força divina que transforma a alma de dentro para fora, elevando-a a um estado de santidade divina. A pessoa que vive na Vontade Divina não apenas pratica virtudes, mas se torna um reflexo do amor de Deus.
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### **3. O “Amo-te” como Expressão de Amor a Deus**
O texto fala sobre o “amo-te” como uma expressão de amor a Deus que adorna toda a criação. Esse amor não é cansativo, mas uma fonte de alegria e felicidade.
– **Amor Contínuo**: O amor a Deus é como uma canção que nunca termina. Ele se expressa em todas as ações, pensamentos e palavras da pessoa.
– **União com a Criação**: Quando alguém vive na Vontade Divina, seu amor a Deus se harmoniza com toda a criação, desde as estrelas até as gotas de água.
#### **Explicação**:
O amor a Deus é uma força poderosa que transforma a vida da pessoa e a une a toda a criação. Esse amor não é algo que cansa ou se esgota, mas uma fonte constante de alegria e felicidade. A pessoa que ama a Deus vê toda a criação como uma expressão do amor divino e se sente em harmonia com ela.
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### **4. Quem Vive na Vontade Divina não Pode Ir ao Purgatório**
O texto afirma que quem vive na Vontade Divina não pode ir ao purgatório, pois está unido a Deus e a toda a criação.
– **União com o Céu e a Terra**: A pessoa que vive na Vontade Divina está tão unida a Deus e à criação que o universo inteiro “se rebelaria” se ela fosse ao purgatório.
– **Triunfo da Vontade Divina**: A Vontade Divina triunfa ao levar a pessoa diretamente ao céu, sem passar pelo purgatório.
#### **Explicação**:
A Vontade Divina purifica a alma durante a vida, eliminando a necessidade do purgatório. Quem vive na Vontade Divina já está unido a Deus e à criação, e essa união é eterna. A pessoa que vive na Vontade Divina não precisa passar por um processo de purificação após a morte, pois sua alma já está purificada pelo amor e pela entrega a Deus.
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### **5. A União da Alma com o Criador**
O texto enfatiza a união da alma com o Criador como o objetivo final da vida espiritual. Essa união é alcançada através da prática das virtudes e da entrega à Vontade Divina.
– **União com Deus**: A alma que vive na Vontade Divina está tão unida a Deus que se torna um reflexo do amor divino.
– **Harmonia com a Criação**: A pessoa que vive na Vontade Divina sente uma profunda harmonia com toda a criação, vendo em tudo uma expressão do amor de Deus.
#### **Explicação**:
A união da alma com o Criador é o objetivo final da vida espiritual. Essa união é alcançada através da prática das virtudes e da entrega à Vontade Divina. A pessoa que vive na Vontade Divina se torna um reflexo do amor de Deus e sente uma profunda harmonia com toda a criação.
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### **Conclusão**
O texto nos ensina que:
1. As virtudes são importantes, mas precisam ser cultivadas continuamente para dar frutos.
2. A Vontade Divina é como uma vida que transforma a alma de dentro para fora, elevando-a a um estado de santidade divina.
3. O amor a Deus é uma fonte de alegria e felicidade que nunca se cansa.
4. Quem vive na Vontade Divina está tão unido a Deus e à criação que não precisa passar pelo purgatório.
Esses ensinamentos nos mostram que a verdadeira santidade não está apenas na prática das virtudes, mas na entrega total à Vontade Divina, que nos transforma e nos une a Deus de maneira plena e eterna.
Este texto é profundamente rico em simbolismo espiritual e teológico, abordando temas como a prática das virtudes, a Vontade Divina, o amor a Deus e a união da alma com o Criador. Vou explicar cada parte do conteúdo, aprofundando os conceitos e fornecendo exemplos práticos para facilitar a compreensão.
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### **1. As Virtudes como Sementes, Plantas, Flores e Frutos**
O texto começa comparando as virtudes a sementes, plantas, flores e frutos. Essa metáfora agrícola é usada para ilustrar como as virtudes precisam ser cultivadas e nutridas para crescer e dar frutos.
– **Semente**: O primeiro ato de uma virtude (por exemplo, a paciência) é como uma semente plantada na alma.
– **Planta e Flores**: Com a repetição dos atos virtuosos, a semente cresce e se transforma em uma planta, que floresce e se desenvolve.
– **Frutos**: Os frutos são os resultados das virtudes praticadas, como a paz interior, a caridade genuína e a união com Deus.
#### **Exemplo Prático**:
– **Situação**: João decide praticar a paciência.
– **Primeiro Ato (Semente)**: João suporta calmamente uma situação difícil no trabalho.
– **Cultivo (Planta e Flores)**: Ele continua a praticar a paciência em outras situações, como no trânsito ou em casa.
– **Frutos**: Com o tempo, João se torna uma pessoa mais serena e compreensiva, e sua paciência começa a influenciar positivamente os outros.
#### **Ponto Importante**:
Se João praticar a paciência apenas uma vez, a “semente” morrerá, e ele não colherá os frutos da virtude. As virtudes precisam ser cultivadas continuamente para se tornarem parte da vida da pessoa.
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### **2. A Vontade Divina como Vida**
Enquanto as virtudes são comparadas a plantas que precisam ser cultivadas, a Vontade Divina é descrita como **Vida**. Isso significa que a Vontade Divina não é algo que precisa ser plantado ou cultivado, mas sim algo que já é pleno e completo em si mesmo.
– **Vida Divina**: A Vontade Divina é como uma vida que começa pequena na alma e cresce à medida que a pessoa se entrega a ela.
– **Alimento Contínuo**: Assim como uma criança precisa de alimento para crescer, a Vida Divina na alma precisa ser alimentada pela prática constante da Vontade de Deus.
#### **Exemplo Prático**:
– **Situação**: Maria decide viver na Vontade Divina.
– **Primeiro Passo**: Ela começa a resignar-se às dificuldades da vida, vendo nelas a mão de Deus.
– **Crescimento**: Conforme Maria pratica a entrega à Vontade Divina, ela sente uma transformação interior. Sua paz e alegria aumentam, mesmo nas adversidades.
– **Plenitude**: Com o tempo, a Vida Divina enche completamente a alma de Maria, transformando-a em um reflexo do amor de Deus.
#### **Diferença entre Virtudes e Vontade Divina**:
– **Virtudes**: São como plantas que embelezam a alma, mas ainda estão ligadas ao esforço humano.
– **Vontade Divina**: É como o sol, o céu e o ar, que são essenciais para a vida e não dependem do esforço humano. Ela transforma a alma de dentro para fora, elevando-a a um estado de santidade divina.
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### **3. O “Amo-te” como Expressão de Amor a Deus**
O texto fala sobre o “amo-te” como uma expressão de amor a Deus que adorna toda a criação. Esse amor não é cansativo, mas uma fonte de alegria e felicidade.
– **Amor Contínuo**: O amor a Deus é como uma canção que nunca termina. Ele se expressa em todas as ações, pensamentos e palavras da pessoa.
– **União com a Criação**: Quando alguém vive na Vontade Divina, seu amor a Deus se harmoniza com toda a criação, desde as estrelas até as gotas de água.
#### **Exemplo Prático**:
– **Situação**: Ana repete constantemente “amo-te, Jesus” em seu coração.
– **Expressão de Amor**: Ela vê cada flor, cada pessoa e cada situação como uma oportunidade de expressar seu amor a Deus.
– **Harmonia com a Criação**: Ana sente que seu amor a Deus está presente em tudo ao seu redor, como se toda a criação estivesse cantando junto com ela.
#### **Ponto Importante**:
O amor a Deus nunca se cansa. Ele é uma fonte de alegria e felicidade, tanto para a pessoa que ama quanto para o próprio Deus.
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### **4. Quem Vive na Vontade Divina não Pode Ir ao Purgatório**
O texto afirma que quem vive na Vontade Divina não pode ir ao purgatório, pois está unido a Deus e a toda a criação.
– **União com o Céu e a Terra**: A pessoa que vive na Vontade Divina está tão unida a Deus e à criação que o universo inteiro “se rebelaria” se ela fosse ao purgatório.
– **Triunfo da Vontade Divina**: A Vontade Divina triunfa ao levar a pessoa diretamente ao céu, sem passar pelo purgatório.
#### **Exemplo Prático**:
– **Situação**: Pedro vive na Vontade Divina, entregando-se completamente a Deus em todas as situações.
– **União com Deus**: Ele sente que sua vida está completamente unida a Deus, como se fosse uma só coisa.
– **Morte e Céu**: Quando Pedro morre, ele não vai ao purgatório, pois sua alma já está purificada pela Vontade Divina. Ele é levado diretamente ao céu, onde se encontra com Deus.
#### **Ponto Importante**:
A Vontade Divina purifica a alma durante a vida, eliminando a necessidade do purgatório. Quem vive na Vontade Divina já está unido a Deus e à criação, e essa união é eterna.
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### **Conclusão**
O texto nos ensina que:
1. As virtudes são importantes, mas precisam ser cultivadas continuamente para dar frutos.
2. A Vontade Divina é como uma vida que transforma a alma de dentro para fora, elevando-a a um estado de santidade divina.
3. O amor a Deus é uma fonte de alegria e felicidade que nunca se cansa.
4. Quem vive na Vontade Divina está tão unido a Deus e à criação que não precisa passar pelo purgatório.
Esses ensinamentos nos mostram que a verdadeira santidade não está apenas na prática das virtudes, mas na entrega total à Vontade Divina, que nos transforma e nos une a Deus de maneira plena e eterna.
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