A Divina Vontade: O Motor da Criação, Redenção e Santificação

A Divina Vontade: O Motor da Criação, Redenção e Santificação
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A Divina Vontade: O Motor da Criação, Redenção e Santificação

A Vida que Perdemos e a Dívida que Devíamos Pagar

Deus nos criou para viver em união contínua com Ele, compartilhando Sua vida divina.

  • Quando pecamos, essa vida divina que deveria ter florescido em nós ficou como uma dívida não paga.

  • A redenção não era apenas “perdoar”, mas restaurar essa vida divina em nós (Jo 10:10).

Por que só Cristo podia pagar?

  • A divindade não sofre → não podia “pagar” sozinha.

  • A humanidade sofre, mas é fraca → não podia vencer sozinha.

  • Jesus, unindo as duas naturezas, pagou como homem e deu valor infinito como Deus.

Como Jesus Pagou Nossa Dívida?

  1. Assumiu nossas misérias (fome, tentações, medo) sem pecado (Hb 4:15).

  2. Sua vontade humana, unida à divina, vencia sempre:

    • “Não se faça a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42).

  3. Cada ato de obediência d’Ele injeta vida divina no mundo, revertendo a queda de Adão.

Exemplo:

  • No deserto, quando Jesus rejeitou o pão (Mt 4:4), restaurou nossa capacidade de priorizar Deus sobre os instintos.

A Divina Vontade: O “Motor” de Tudo

Deus age sempre pela Sua vontade, que é:

  1. Criação: “Faça-se a luz” (Gn 1:3) → Vontade que gera existência.

  2. Redenção: “Eis que venho para fazer Tua vontade” (Hb 10:7) → Vontade que restaura.

  3. Santificação: “Seja santificado o Teu nome” (Mt 6:9) → Vontade que santifica.

Para nós:

  • Sem a vontade, nada fazemos (ex.: você só se levanta se quiser).

  • Deus é amor porque quer (Sua vontade O move a amar).

Como Viver Isso Hoje?

  1. Peça a Divina Vontade como dom:

    • “Jesus, substitui minha vontade pela Tua!”

  2. Imitue Cristo nas tentações:

    • Use Sua Palavra para vencer (Ef 6:17).

  3. Seja “pequeno” como Luísa:

    • Desapegue-se até da própria vontade — deixe Deus reinar em você.


“Onde você ainda resiste à vontade de Deus? Qual passo prático você dará para se render hoje?”

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Jesus e as Tentações: A Humanidade que Nos Redime

Jesus Foi Tentado? Sim, e de Modo Radical

Ao contrário de Adão, Jesus foi tentado em tudo (Hb 4:15), mas nunca pecou.

Tabela de Conteúdo

  • Na parte humana, Ele experimentou:
    • Desejos (como no diálogo com Judas: “Tenho 30 anos, Judas — claro que senti, mas venci”).
    • Fome, medo, cansaço (Mc 4:38; Jo 4:6).
  • Na parte divina, Sua união com o Pai não anulou Sua humanidade, mas deu-Lhe força para vencer.

Por que isso importa?

  • Se Jesus não tivesse sido verdadeiramente tentado, não poderia compreender-nos nem nos redimir.
  • Ele assumiu nossas fraquezas, mas não as deixou governá-Lo.

As Três Tentações no Deserto (Mt 4:1-11) São as Nossas

  1. Os sentidos (fome → pão):
    • “Transforma pedras em pão”Tentação do conforto imediato.
    • Jesus vence: “Não só de pão vive o homem” (prioriza Deus).
  2. Poder e riqueza (reinos do mundo):
    • “Adora-me, e te darei tudo”Tentação do atalho sem a cruz.
    • Jesus vence: “Só a Deus adorarás” (rejeita pactos com o mal).
  3. Orgulho espiritual (pular do Templo):
    • “Mostre que é Filho de Deus!”Tentação de manipular Deus.
    • Jesus vence: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (obedece sem espetáculo).

Para nós hoje:

  • Todo pecado se encaixa nessas três categorias: prazer, poder, orgulho.
  • Jesus nos ensina a vencer: Não com nossa força, mas com a Palavra de Deus (Ef 6:17).

A Redenção: Pagando Nossa Dívida de Vida Divina

A salvação não é apenas “perdão”, mas restauração do que Adão perdeu:

  • Adão devia obediência → falhou.
  • Jesus pagou a dívida:
    • Como homem: Obedeceu onde Adão falhou.
    • Como Deus: Deu valor infinito a Seu sacrifício.

Judas vs. Jesus:

  • Judas caiu nas tentações do dinheiro e do desespero (Mt 27:3-5).
  • Jesus venceu as mesmas tentações para nos mostrar o caminho.

Conclusão: Como Aplicar Isso Hoje?

  1. Quando tentado, lembre: Jesus já passou por isso — peça Seu auxílio.
  2. Use a Palavra como Jesus: Memorize versículos contra seus vícios (ex.: “Fuja da imoralidade!” 1Cor 6:18).
  3. Ofereça suas quedas: Mesmo quando fraquejar, una-se à Cruz (Cl 1:24).

Pergunta final:
“Qual sua tentação mais frequente? Como você pode imitar Jesus nela hoje?”

A Santidade Divina: Não por Esforço, mas por Rendição

Deus Não Pede o Impossível — Ele Oferece o Sobrenatural

Quando Jesus diz “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5:48), não é um convite à autoajuda espiritual, mas:

  • Um chamado à fusão de vontades:
  • Nossa vontade humana + Vontade Divina = Santidade real.
  • Não é nova lei (já estava no Levítico 19:2), mas nova possibilidade:
  • No Antigo Testamento, era um ideal distante.
  • Em Cristo, é uma graça acessível.

Erro comum:

  • Tentar ser santo por virtudes humanas (disciplina, boas obras) → Leva ao orgulho ou desespero.
  • A verdade: A santidade vem da Divina Vontade agindo em nós (Fl 2:13).

A Vontade Divina: O “Armazém” de Tudo o que Deus É

A Vontade de Deus não é apenas decisões, mas:

  • Fonte de Seus atributos:
  • Amor, justiça, misericórdia brotam d’Ela.
  • Motor de Suas obras:
  • Criação, redenção, santificação começam n’Ela.
  • Meio de nossa santificação:
  • Quando nossa vontade se une à d’Ele, Seus atributos fluem em nós.

Exemplo:

  • Uma caneta só escreve se a mão a guiar → Nossa vontade só é santa se unida à d’Ele.

Como Acontece esse “Intercâmbio”?

  • Jesus abre o caminho:
  • Sua humanidade mostra que é possível viver a Divina Vontade.
  • O Espírito Santo age em nós:
  • Transforma nossas ações humanas em divinas (ex.: paciência → caridade; sofrimento → redenção).
  • Nossa parte:
  • Renúncia (“Não eu, mas Cristo” – Gl 2:20).
  • Oração (“Seja feita Tua vontade”).

Para hoje:

  • Pare de tentar “ser bom”Peça que Deus aja em você.
  • Nas tentações, diga: “Jesus, usa minha vontade para Tua vitória!”

Santidade é Deixar Deus Ser Deus em Você

  • Não é sobre mérito, mas rendição.
  • Não é sobre esforço, mas consentimento.
  • Não é para poucos, mas para os que dizem “sim”.

“Onde você ainda insiste em controlar sua santidade? Que área você pode entregar à Divina Vontade hoje?”

“Obras Maiores”: O Convite Sobrenatural de Jesus

O Que São as “Obras Maiores”?

Quando Jesus diz:

“Quem crê em Mim fará obras maiores que estas” (Jo 14:12), Ele não está falando de milagres mais espetaculares, mas:

  • Qualidade, não tamanho:
  • Jesus curou doenças → Nós participamos da cura de almas (sacramentos, evangelização).
  • Jesus ressuscitou Lázaro → Nós levamos a ressurreição eterna aos pecadores.
  • Escala histórica:
  • Ele agiu em 1 corpo (o d’Ele) → Nós somos Seus membros, multiplicando Sua ação no mundo.

Por que parece impossível?

  • Porque pensamos em “obras” como gestos humanos, não como Deus agindo através de nós.

O Pai Age em Jesus (e em Nós!)

Jesus clarifica:

“Não faço Minhas obras, mas o Pai que está em Mim as faz” (Jo 14:10).

O que isso revela?

  • A carpintaria de Jesus não era “fazer mesas”, mas:
  • No humano: Moldar madeira.
  • No divino: Treinar-Se para moldar a Cruz (que salvaria o mundo).
  • Em nós:
  • No humano: Trabalhos cotidianos (cozinhar, estudar, cuidar dos filhos).
  • No divino: Santificar o mundo através desses atos.

Exemplo:

  • Uma mãe que troca fraldas com amor está participando da criação de Deus, pois:
  • Ela ageDeus sustenta a vida através dela.

“Ver o Pai” em Jesus (e em Nós)

Filipe pede: “Mostra-nos o Pai!” (Jo 14:8), e Jesus responde:

“Quem Me vê, vê o Pai”.

Para hoje:

  • Jesus é o “rosto” do PaiNós somos o “corpo” de Cristo (1Cor 12:27).
  • Quando agimos na Divina Vontade:
  • Não somos nós que fazemos → É o Pai agindo, como em Jesus.

Obras maiores acontecem quando:

  • Deixamos de calcular (“Isso é pequeno demais”) e confiamos (“Deus age neste ato”).

Como Viver Isso?

  • Pare de se subestimar:
  • Seu “sim” diário é o canal das “obras maiores”.
  • Una cada ato à vontade de Deus:
  • Una sua intenção com a de Deus: “Pai, age através das minhas mãos!”
  • Peça a fé de Filipe:
  • “Jesus, mostra-Te em mim aos que precisam ver o Pai!”

“Qual ‘obra pequena’ da sua vida (ex.: lavar louça, ouvir um amigo) você pode consagrar hoje para que Deus a torne ‘maior’?”

O Caminho Progressivo da Revelação: Do Não-Entender à Plenitude da Verdade

Por que Jesus Não Explicou Tudo Imediatamente quando viveu na terra, e veio revelar as Verdades da Divina Vontade após quase 2 mil anos para Luisa Piccarreta?

  • Pedagogia Divina:
  • “Tenho muito a vos dizer, mas agora não podeis compreender” (Jo 16:12)
  • Jesus agiu como um pai que alimenta seu filho conforme sua capacidade digestiva
  • Dupla Limitação dos Discípulos:
  • Intelectual: Não entendiam a natureza trinitária
  • Existencial: Ainda não tinham experimentado a Paixão e Pentecostes

O Papel do Espírito Santo na Revelação Progressiva

  • Método do Espírito:
  • “Vos guiará à verdade plena” (Jo 16:13) através de:
  • Tempo histórico (desenvolvimento dogmático)
  • Experiência pessoal (vida de oração)
  • Ensino da Igreja (Magistério)
  • O que o Espírito Revela:
  • Não novas doutrinas, mas “o que é de Cristo” (Jo 16:14)
  • Profundiza o que Jesus já disse, como um diamante cujas facetas se descobrem gradualmente

A Verdade que Transforma: “Conhecer para Ser”

  • Não é Verdade Abstrata:
  • Pilatos buscava uma definição filosófica
  • Jesus é “a Verdade” encarnada (Jo 14:6) que se vive
  • Finalidade do Conhecimento de Cristo:
  • “Para saber quem devo ser”:
  • Imagem (humanidade perfeita)
  • Semelhança (participação divina)
  • Como um espelho que não apenas reflete, mas transforma

A Dinâmica da Natureza Humana e Divina

  • Paradoxo Cristão:
  • Temos:
  • Natureza humana (real)
  • Graça divina (potencial a atualizar)
  • Cristo é:
  • Natureza humana + Natureza divina (hipostaticamente unidas)
  • Processo de Divinização:
  • “Participantes da natureza divina” (2Pd 1:4)
  • Não por essência, mas por graça:
  • Como o ferro no fogo: mantém sua natureza, mas adquire propriedades novas

Como Acontece Esta Transformação?

  • Três Estágios:
  • Purificação (Pai): Remoção dos obstáculos
  • Iluminação (Filho): Contemplação da Verdade
  • União (Espírito): Transformação na semelhança
  • Meios Concretos:
  • Sacramentos: Canais da graça divina
  • Oração: Diálogo transformante
  • Caridade: Exercício prático do amor

A Promessa Cumprida Hoje

  • Na Igreja:
  • Através do Magistério vivo
  • Na tradição dos santos (como Luísa)
  • Em Cada Alma:
  • Quando busca a verdade com humildade
  • “Quem pratica a verdade vem para a luz” (Jo 3:21)

Pergunta para Reflexão:
“Que aspecto de Jesus o Espírito Santo está me convidando a conhecer mais profundamente nesta etapa da minha vida?”

Oração:
“Espírito de Verdade, que revelas Cristo em plenitude, tira o véu dos meus olhos espirituais. Conduze-me da verdade que conheço com a mente à verdade que transforma o coração, até que eu seja outro Cristo no mundo. Amém.”

A Revelação Progressiva na Economia da Salvação

1. O Papel do Espírito Santo na Revelação Progressiva

Jesus prometeu que o Espírito Santo “vos guiará a toda a verdade” (Jo 16:13), não introduzindo novas doutrinas, mas aprofundando o que já foi revelado. Essa revelação acontece de três modos:

  • No tempo histórico (desenvolvimento dogmático): A Igreja, assistida pelo Espírito, compreende gradualmente as verdades da fé (ex.: definição da Trindade, da divindade de Cristo).
  • Na experiência pessoal (vida de oração): O Espírito ilumina os fiéis, como fez com Santa Luísa, revelando novos aspectos do amor e da vontade de Deus.
  • No ensino da Igreja (Magistério): A verdade não muda, mas sua compreensão se expande, como um diamante cujas facetas são descobertas aos poucos.

Jesus mesmo afirma que “não terminei de pregar” (Diálogos de Luísa, §3), pois Sua revelação continua através daqueles que, doces ao Espírito, escrevem e vivem Sua Palavra.

2. A Verdade Encarnada e Transformadora

Pilatos perguntou “O que é a verdade?” (Jo 18:38), buscando uma definição abstrata. Mas Jesus é a Verdade (Jo 14:6), uma Pessoa a ser conhecida e vivida. A revelação progressiva não é um acúmulo de conceitos, mas um processo de transformação:

  • “Conhecer para ser”: Quanto mais conhecemos Cristo, mais nos tornamos “participantes da natureza divina” (2Pd 1:4).
  • Como o ferro no fogo: Mantemos nossa humanidade, mas a graça nos diviniza, infundindo em nós as propriedades de Deus (santidade, amor, eternidade).

3. A Dinâmica da Revelação na Vida do Crente

Jesus se alegra quando Suas palavras são escritas e difundidas (Diálogos, §2), pois cada nova luz dada à Igreja é um passo na história da salvação. Esse processo segue três estágios:

  • Purificação (obra do Pai): Remoção do pecado e dos apegos.
  • Iluminação (obra do Filho): Contemplação da Verdade em oração e estudo.
  • União (obra do Espírito): Transformação em Cristo, até que “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

Os Sacramentos, a oração e a caridade são os meios concretos pelos quais essa revelação se realiza em nós.

4. A Alegria de Jesus na Transmissão da Verdade

No diálogo com Santa Luísa, Jesus expressa sua imensa alegria quando vê Suas palavras sendo escritas e propagadas (Diálogos, §2-3). Por quê?

  • Porque a revelação progressiva mantém viva Sua presença na Igreja.
  • Porque cada nova verdade comunicada é um ato de amor, que atrai as almas para Ele.
  • Porque os escritores santos são “a continuação do Seu Evangelho”, levando adiante o que Ele não explicitou completamente durante Sua vida terrena.

A Revelação Progressiva como Obra do Amor Divino

Deus não se revelou de uma vez, mas gradualmente, adaptando-Se à capacidade humana. Essa pedagogia divina continua hoje:

  • No Magistério da Igreja, que guarda e explica a fé.
  • Na vida dos santos, que recebem luzes para sua época.
  • Em cada alma, quando busca a verdade com humildade (“Quem pratica a verdade vem para a luz” – Jo 3:21).

Assim, a revelação progressiva não é um acréscimo à fé, mas um aprofundamento do único Mistério de Cristo, que se desdobra até o fim dos tempos.

A Revelação Progressiva e o Reino da Vontade Divina

1. O Aniquilamento do Querer Humano para a Plenitude do Querer Divino

Jesus explica a Santa Luísa que Sua Palavra é criadora e, ao revelar Seu Querer, ela transforma a vontade humana, dissolvendo-a na Dele, como a neve que se desfaz sob o sol ardente. Esse processo de aniquilamento não é destruição, mas transfiguração:

  • “Não seja feita a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42) → O ápice da união com Deus.
  • Quanto maior a obra divina, mais preparativos são necessários → Assim como a Redenção exigiu séculos de profecias, a plenitude da Vontade de Deus na alma exige uma longa pedagogia espiritual.

2. A Redenção e a Nova Obra: Viver no Querer Divino

Jesus compara duas etapas na história da salvação:

  • A Redenção (obra passada):
  • Objetivo: Salvar o homem do pecado, mesmo que de forma “mediana” (cair e levantar).
  • Meios: Os Apóstolos e os Sacramentos como “depositários dos frutos da Redenção”.
  • A Vida na Vontade Divina (obra presente):
  • Objetivo maior: Não apenas salvar, mas santificar de modo pleno, fazendo a alma viver já na terra como no Céu.
  • Preparação: Assim como Maria foi o “elo da Redenção”, agora uma alma (Luísa) é escolhida como “elo da santidade divina”, inaugurando uma nova etapa na vida da Igreja.

3. A Pedagogia Divina: Preparação para o Reino da Vontade de Deus

Jesus usa a imagem de um rei que toma posse de seu reino para explicar Seu método progressivo:

  • Prepara a morada real (a Igreja).
  • Envia “soldados” (os santos mártires e confessores) para conquistar corações.
  • Manda “ministros” (santos de milagres e doutores) para estabelecer a fé.
  • Finalmente, o Rei (Cristo) vem reinar diretamente nas almas.

Agora é o tempo do Rei. Jesus deseja estabelecer Seu Reino na vontade humana, não apenas como Salvador, mas como Soberano que transforma a alma em Sua morada real.

4. O Selo da Santidade Divina: Uma Nova Medida de Perfeição

Viver na Vontade de Deus não é apenas evitar o pecado, mas alcançar uma santidade que reflete a do próprio Criador:

  • Santidades menores (as virtudes heroicas dos santos) foram preparação.
  • Agora, a santidade plena é viver tão unido a Deus que a vontade humana se torna uma só com a Dele.

Como Maria foi a Imaculada, totalmente disponível à Vontade Divina, agora a alma é chamada a ser outra “Maria”, onde Cristo reina sem resistências.

A Revelação Progressiva Culmina no Domínio da Vontade de Deus

A história da salvação é uma obra contínua, onde cada etapa prepara a seguinte:

  • Antes da Redenção → Profecias e figuras.
  • Depois da Redenção → Graça sacramental e vida cristã.
  • Agora → O Reino da Vontade Divina na alma.

“Venha a nós o Vosso Reino” (Mt 6:10) não é apenas uma esperança escatológica, mas uma realidade que começa aqui, quando a alma se abre totalmente ao Querer de Deus.

Como essa Vontade Divina se manifesta concretamente na vida espiritual e na Igreja?

A revelação progressiva é um conceito central na fé cristã, que mostra como Deus vai desvendando Seus mistérios ao longo da história, adaptando-se à capacidade humana de compreensão. Jesus, como Verbo encarnado, é o ápice dessa revelação (cf. Hb 1:1-2), mas o Espírito Santo continua a guiar a Igreja numa compreensão cada vez mais profunda dessa verdade. Vamos explorar esse tema com base nos textos fornecidos e na doutrina cristã.

1. O Papel do Espírito Santo na Revelação Progressiva

Jesus prometeu que o Espírito Santo “vos guiará a toda a verdade” (Jo 16:13), não no sentido de novas doutrinas, mas aprofundando o que já foi revelado em Cristo. Isso acontece de três modos:

  • Tempo histórico: A Igreja, assistida pelo Espírito, desenvolve sua compreensão dos dogmas (ex.: a definição da Trindade nos primeiros concílios).
  • Experiência pessoal: Na vida de oração, os santos percebem novas facetas da verdade, como um diamante que revela seus brilhos gradualmente.
  • Magistério da Igreja: Cristo garantiu que “as portas do inferno não prevalecerão” (Mt 16:18), e o Espírito age através dos sucessores dos apóstolos para preservar a autêntica interpretação da fé.

“O Espírito não fala de si mesmo, mas toma do que é meu e vos revela” (Jo 16:14).
Aqui, vemos que a revelação progressiva não é uma inovação, mas uma iluminação interior do que já está contido em Cristo.

2. A Verdade Encarnada e Transformadora

Pilatos perguntou “O que é a verdade?” (Jo 18:38), buscando uma definição abstrata. Mas Jesus é “a Verdade” (Jo 14:6) em Pessoa, e conhecê-Lo não é apenas um ato intelectual, mas uma transformação existencial:

  • Imagem e semelhança: O homem foi criado para refletir Deus (Gn 1:26). A revelação progressiva nos leva a restaurar essa imagem (purificação) e alcançar a semelhança divina pela graça (2Pd 1:4).
  • Como o ferro no fogo: A graça não anula nossa natureza, mas a eleva, assim como o ferro, mantendo sua essência, adquire as propriedades do fogo quando aquecido.

3. A Dinâmica da Revelação Progressiva na História da Salvação

No texto de Jesus à Luísa Piccarreta, vemos um plano tríplice que ecoa a história da salvação:

  • Criação: Adão e Eva, criados para viverem na Vontade Divina, caem por uma mulher (Eva).
  • Redenção: Uma Virgem (Maria) traz o Salvador, restabelecendo a aliança.
  • Santificação: Após dois mil anos, Deus escolhe “outra virgem” (Luísa, simbolicamente) para revelar a plenitude da Vontade Divina, formando um “Reino” em suas almas.

“Assim como o conhecimento da Redenção deu vida aos seus frutos, o conhecimento da Minha Vontade dará vida aos seus frutos”.
Aqui, Jesus compara Sua vida oculta em Nazaré (tempo de preparação) com os 40 anos de revelações a Luísa, mostrando que a divulgação da verdade é essencial para sua eficácia (como a pregação dos Apóstolos após Pentecostes).

4. O Processo de Divinização

A revelação progressiva leva à deificação (2Pd 1:4), que ocorre em três estágios, conforme os Padres da Igreja:

  • Purificação (Pai): Remoção do pecado e das resistências humanas.
  • Iluminação (Filho): Contemplação da Verdade em Cristo.
  • União (Espírito Santo): Transformação na semelhança divina.

Os meios concretos para isso são:

  • Sacramentos (especialmente a Eucaristia).
  • Oração (diálogo que transforma a alma).
  • Caridade (o amor prático que nos configura a Cristo).

5. A Revelação Progressiva Hoje: O Papel da Igreja e dos Santos

Jesus insiste que a transmissão da verdade depende da Igreja:

  • Ministros ordenados: Assim como São José guardou o Menino Jesus, os sacerdotes são “depositários” dessa doutrina, para formar um “anel de conjunção” entre a Vontade Divina e o povo.
  • Escritura e Tradição: As revelações a Luísa (como outros escritos místicos) devem ser discernidas pelo Magistério, pois o Espírito age na obediência.

“Quem pratica a verdade vem para a luz” (Jo 3:21).
A humildade em buscar a verdade na Igreja é essencial para receber a revelação progressiva sem desvios.

A revelação progressiva é um convite à intimidade com Deus, que se desdobra na história e na alma. Cristo é a plenitude da Revelação, mas o Espírito Santo nos faz penetrar nela, como disse Santo Irineu:
“Deus tornou-Se homem para que o homem se torne Deus”.

A Revelação Progressiva e o Reino da Vontade Divina

Neste diálogo, Jesus revela a dinâmica da revelação progressiva em relação ao Reino da Sua Vontade, comparando-o com o processo da Redenção. Assim como Ele estabeleceu os fundamentos da salvação durante Sua vida terrena, mas confiou aos apóstolos a missão de propagá-la, agora Ele prepara um novo estágio da revelação divina: a plenitude da vida na Vontade de Deus.

Vamos examinar os pontos principais dessa mensagem:

1. O Paralelo entre a Redenção e o Reino da Vontade Divina

Jesus faz uma analogia clara entre Sua obra redentora e o estabelecimento do Reino da Sua Vontade:

  • Na Redenção:
  • Ele fundou a Igreja, deixou os Sacramentos, o Evangelho e sofreu a Paixão.
  • Mas não viu os frutos plenos na Terra – coube aos apóstolos anunciar e expandir a salvação.
  • No Reino da Vontade Divina:
  • Jesus prepara os fundamentos através de revelações progressivas (como as dadas a Luísa).
  • Unirá seus sofrimentos, orações e sacrifícios aos d’Ele para consolidar esse Reino.
  • Confiará a missão aos “novos apóstolos” (sacerdotes e ministros) para propagá-lo.

“Assim como confiei a Redenção aos apóstolos, confiarei o Meu Reino aos Meus ministros, como segundos apóstolos da Minha Vontade.”

Isso mostra que Deus age em etapas: primeiro prepara, depois confia à Igreja a missão de levar adiante Sua obra.

2. O Papel dos “Novos Apóstolos” da Vontade Divina

Jesus menciona dois instrumentos providenciais para essa missão:

  • Padre Annibale Di Francia
  • Foi preparado por Deus para ser o “primeiro apóstolo” do Reino da Vontade Divina.
  • Recebeu uma “luz especial”, pois entender a Vontade de Deus exige grande graça (não apenas conhecimento humano).
  • Como fundador de uma obra religiosa, ele tem acesso a bispos, sacerdotes e fiéis, facilitando a divulgação.
  • O Sacerdote que Visita Luísa Diariamente
  • Sua presença não é por acaso – é parte do plano divino para formar os “primeiros apóstolos” desse Reino.
  • Assim como São José guardou o mistério da Encarnação, esses sacerdotes serão custódios da Vontade Divina.

“Para entender Minha Vontade, são necessárias grandes graças, não pequenas luzes, mas um sol.”

Isso indica que a compreensão plena da Vontade de Deus não vem apenas do estudo, mas de uma iluminação sobrenatural.

3. A Revelação Progressiva e a Missão de Luísa

Jesus explica que Luísa não verá o triunfo completo na Terra, assim como Ele não viu todos os frutos da Redenção.

  • Seu papel:
  • Receber as revelações e sofrer em união com Cristo para consolidar os fundamentos.
  • Escrever e transmitir os ensinamentos, que serão discernidos e divulgados pela Igreja.
  • Sua recompensa:
  • Verá do Céu o florescimento do Reino da Vontade Divina, assim como Cristo contempla da glória os frutos da Redenção.

“Depois de tudo concluído, você irá ao Céu e verá de lá os frutos do Reino do Eterno Fiat.”

Isso reforça que a obra de Deus ultrapassa o tempo de vida de um só homem – é um processo histórico guiado pela Providência.

4. A Relação entre Revelação Progressiva e Magistério da Igreja

Jesus não age fora da Igreja: Ele prepara ministros para que, sob a autoridade eclesial, a doutrina seja ensinada com fidelidade.

  • A Revelação Pública (Bíblia e Tradição) já está completa em Cristo, mas o Espírito Santo aprofunda sua compreensão na Igreja.
  • As revelações privadas (como as de Luísa) não acrescentam novos dogmas, mas iluminam aspectos já contidos no depósito da fé.
  • Cabe ao Magistério discernir e, se for o caso, incorporar esses insights na vida da Igreja.

“Deixou-me livre em você para fazer o que quero, mas confiarei tudo aos Meus ministros.”

Isso mostra que a verdadeira revelação progressiva nunca contradiz a fé católica, mas se submete à Igreja.

O Triunfo da Vontade de Deus na História

Assim como a Redenção se realizou em etapas (Anunciação, Vida Oculta, Paixão, Pentecostes), o Reino da Vontade Divina também se manifestará progressivamente:

  • Preparação (revelações a Luísa, sofrimentos unidos a Cristo).
  • Fundamento (escritos, formação de apóstolos).
  • Expansão (anúncio pelos sacerdotes e fiéis sob a guia da Igreja).
  • Consumação (triunfo pleno visto do Céu).

Aguardemos, pois, com fé e obediência, o cumprimento dos desígnios de Deus, confiando que o Espírito Santo guiará a Igreja até a plenitude da Verdade!

A Revelação Progressiva e o “Evangelho do Reino da Divina Vontade”

O texto de Luísa esclarece o propósito divino dos seus escritos e como eles se inserem na economia da salvação, seguindo o mesmo padrão da revelação bíblica e eclesial. Vamos analisar em três dimensões:

1. Continuidade com as Sagradas Escrituras e a Tradição

Jesus explica:

“Todas as minhas obras se apertam a mão… Este é o sinal de que são obras minhas.”

  • Antigo Testamento:
  • Deus preparou um povo eleito (Israel) para a vinda do Messias.
  • Os sacerdotes e as Escrituras (a Bíblia hebraica) eram a base para a revelação futura.
  • Novo Testamento:
  • Jesus não aboliu o Antigo Testamento, mas cumpriu-o (Mt 5:17).
  • O Evangelho e as cartas apostólicas formaram o Novo Cânon, sustentado pelo Magistério da Igreja.
  • Divina Vontade:
  • Os escritos de Luísa são “o Evangelho do Reino da Vontade Divina” — não uma nova Bíblia, mas um aprofundamento da mesma Verdade.
  • Assim como o NT não contradiz o AT, a Divina Vontade não contradiz o Evangelho, mas o leva à plenitude.

Comparação:

Fase da Revelação Instrumentos Finalidade
Antiga Aliança Lei, Profetas, Sacerdócio Leviático Preparar para o Messias
Nova Aliança Evangelho, Sacramentos, Hierarquia da Igreja Realizar a Redenção
Últimos Tempos Escritos da Divina Vontade, “Novos Evangelistas” Estabelecer o Reino do Fiat

2. O Papel do Sacerdócio na Divulgação da Divina Vontade

Jesus destaca a importância dos sacerdotes na propagação desta mensagem:

“Assim como tive um sacerdócio antes da minha vinda… assim terei o sacerdócio do Reino da Minha Vontade.”

  • Sacerdotes do AT: Prepararam o povo para a primeira vinda de Cristo.
  • Sacerdotes da Igreja: Confirmam a Redenção através dos sacramentos.
  • Sacerdotes da Divina Vontade: Serão os “novos evangelistas”, encarregados de pregar o Fiat Voluntas Tua como uma realidade viva.

Missão dos “Novos Evangelistas”:

  • Estudar os escritos (como os apóstolos estudaram as profecias).
  • Publicá-los (assim como os evangelistas registraram a vida de Jesus).
  • Guiar as almas a viver na Divina Vontade, não apenas a conhecê-la.

“Quem se ocupar destes escritos… serão os novos evangelistas do Reino da Minha Suprema Vontade.”

3. A Questão dos Escritos: Um Plano Divino

Luísa se preocupa com a disputa sobre os manuscritos (entre seus superiores e os padres de Messina), mas Jesus a tranquiliza:

“Eu não estou descontente, mas sim gozo ao ver o interesse que tomam os sacerdotes por estes escritos.”

  • O conflito humano serve a um propósito maior:
  • Difusão: A discussão faz com que mais sacerdotes conheçam os escritos.
  • Seleção: Deus usa isso para escolher os primeiros ministros do Reino da Divina Vontade.
  • Comparação com os Apóstolos:
  • Assim como Jesus preparou Pedro e os apóstolos para fundar a Igreja, agora prepara “pescadores de almas” para o Reino do Fiat.

Lições para Hoje:

  • Deus permite disputas para expandir Sua obra (cf. At 15, onde o conflito levou ao Concílio de Jerusalém).
  • O importante não é “quem controla” os escritos, mas que eles sejam pregados.
  • Os sacerdotes são essenciais — assim como a Igreja não existe sem o clero, o Reino da Divina Vontade precisa de seus ministros.

O “Evangelho do Fiat” e a Restauração Final

Jesus promete que quem viver na Divina Vontade experimentará:

  • Vida Celestial na Terra (antecipação do Céu).
  • Felicidade terrena (paz além das circunstâncias).
  • Restauração da Criação (cumprimento de Rm 8:19-21).

“Estes escritos serão… a fonte inesgotável da qual todos tomarão a Vida Celestial.”

Resposta à Pergunta de Luísa (“Para que servirão estes escritos?”):

  • **São o “Evangelho do Reino” — a terceira etapa da Revelação (Lei → Graça → Divina Vontade).
  • Preparam a Igreja para a maior obra de Deus após a Redenção.
  • Serão pregados no mundo inteiro, como Jesus ordenou aos apóstolos (Mt 28:19).

Em Resumo:

  • Os escritos de Luísa = “Novo Testamento” da Divina Vontade (sem substituir a Bíblia).
  • Os sacerdotes são chamados a ser “novos evangelistas” desta mensagem.
  • Até os conflitos humanos servem para difundir a obra de Deus.
  • O objetivo final: Restaurar a ordem original da Criação, onde o homem viva plenamente em Deus.

O Contentamento de Jesus Quando se Escreve d’Ele: A Missão de Luísa como “Escritora do Céu”

(14 de Fevereiro de 1922 – Volume 6)

1. A Alegria de Jesus ao Ver Suas Palavras Escritas

Neste diálogo, Jesus revela a Luísa uma verdade extraordinária: Ele se alegra de modo indescritível quando ela escreve sobre Ele.

  • Razão da Sua Festa:
    “Minha filha, você sabe por que estou tão feliz? Toda minha alegria é quando te vejo escrever, verter nas palavras a minha glória, minha Vida, o conhecimento de Mim que se multiplica sempre mais…”

    • Cada palavra escrita é como um perfume que exala a fragrância de Deus.
    • As páginas de Luísa são instrumentos que levam “novos conhecimentos, amor transbordante e os segredos do [Seu] Querer” aos povos.
  • Recompensas Divinas:
    “Conforme você escreve coisas novas sobre Mim, assim Eu vou inventando novos favores para te recompensar.”

    • Quanto mais Luísa revela, mais Jesus revela — um ciclo de graças crescentes.

2. A Escrita como Continuação do Evangelho

Jesus faz uma declaração impactante sobre o papel dos escritores sagrados:

“Sempre amei demais e reservei maiores graças àqueles que escreveram sobre Mim, porque eles são a continuação da minha Vida evangélica, os porta-vozes da minha palavra.”

  • Os escritores santos são como “novos evangelistas”Jesus não parou de pregar, Ele continua a falar através deles em todas as gerações.
  • O que não foi dito no Evangelho foi reservado para ser revelado aos escolhidos que escrevem d’Ele (como Luísa).

3. O Sacrifício de Luísa e a Necessidade das “Intimidades”

Luísa confidencia seu desconforto:

“Escrever as verdades que Tu me dizes é sacrifício… mas o que se refere a mim, não sei o que faria para não colocá-lo no papel.”

E Jesus responde com firmeza:

“Tu ficas sempre à parte. É sempre de Mim que tu falas — do que te faço, do amor com que te amo… Isto incitará os demais a me amar.”

  • Por que incluir as experiências pessoais de Luísa?
    • Para credibilidade: Assim como os Evangelhos mencionam os milagres de Jesus para com indivíduos (ex.: a cura do cego, o diálogo com a Samaritana), as graças recebidas por Luísa testemunham a ação real de Deus.
    • Para inspirar confiança: Se Jesus só falasse “ao vento”, como os leitores creriam? As intimidades de Luísa provam que Ele age em almas concretas.

4. A Escrita como Ato de Amor e Governo Divino

Jesus compara Sua obra através de Luísa com Seu ministério terreno:

“Não se diz em minha vida que Eu fui tão magnânimo com minha Mãe? Que falei com os apóstolos, com as multidões?”

  • Assim como Jesus agiu publicamente para salvar, agora Ele age em Luísa para estabelecer o Reino da Divina Vontade.
  • Cada palavra escrita é um ato de governo — Jesus reina através desses escritos, conduzindo as almas à união com Sua Vontade.

Conclusão: A Missão de Luísa na Economia da Salvação

  1. Escrever é um ato de amor que alegra o Coração de Jesus — cada linha é um prolongamento de Sua Vida na Terra.
  2. Os escritos de Luísa completam o Evangelho, revelando o que Jesus não pôde dizer há 2.000 anos (especialmente sobre a Divina Vontade).
  3. As intimidades de Luísa não são “auto-promoção”, mas provas de que Deus age hoje — assim como agiu em Maria, nos apóstolos e nos santos.

“Em tudo o que escreve, é sempre a Mim a quem faz conhecer.”
— Jesus a Luísa

Portanto, cada página de Luísa é um tijolo no Reino da Divina Vontade — e Jesus celebra cada uma delas como uma vitória eterna.

“Aniquilamento na Vontade Divina: A Grande Obra Maior que a Redenção”

Em um dos diálogos mais profundos de sua jornada mística, Jesus revelou a Luísa o significado radical do “aniquilamento” do querer humano na Divina Vontade — um processo comparado ao derretimento da neve sob o sol ardente, onde a alma se dissolve no Fiat eterno de Deus.

1. A Palavra Criadora que Transforma a Vontade

Jesus explica:

“Minha palavra é criadora: ela cria meu Querer no teu, e o teu, ante a potência do meu, fica aniquilado e perdido.”

  • Dinâmica sobrenatural: Assim como na criação “Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz”, agora Sua palavra opera na alma, substituindo a vontade humana pela Sua.
  • Efeito místico: A pessoa não deixa de existir, mas sua vontade é absorvida pela onipotência divina, como um rio que deságua no oceano.

2. A “Grande Obra” Maior que a Redenção

Jesus faz uma revelação surpreendente:

“Fazer viver a alma em meu Querer é coisa maior que a Redenção.”

  • Redenção (salvação): Liberta o homem do pecado, mas ainda permite quedas e lutas (“agora cair, agora levantar-se”).
  • Viver na Divina Vontade: Eleva a santidade ao nível divino, fazendo a alma agir como um “selo do Criador” na terra.
  • Preparação histórica:
    • Antigo Testamento: Profecias e símbolos preparam a Vinda de Cristo.
    • Novo Testamento: Os Apóstolos e sacramentos consolidam os frutos da Redenção.
    • Últimos Tempos: Agora, Deus estabelece Seu Reino na alma — não apenas a salvação, mas a divinização da vontade.

3. Luísa: O “Elo de União” como Maria foi para a Redenção

Assim como Maria foi o instrumento da Encarnação, Jesus diz a Luísa:

“Te escolhi a ti como elo de união, do qual devia ter princípio a santidade de viver em meu Querer.”

  • Missão paralela:
    • Maria: Trouxe Cristo ao mundo (Redenção).
    • Luísa: Traz o Reino da Divina Vontade (Consumação).
  • Plano eterno: Isso não é um acidente, mas algo “estabelecido ab eterno (desde sempre).

4. A Chegada do Rei: O Reino da Divina Vontade

Jesus usa uma analogia real para explicar Seu plano:

“Como um rei que toma posse de um reino, não vai primeiro, mas prepara tudo: a habitação real (Igreja), os soldados (santos mártires), os ministros (santos taumaturgos)… e só então o Rei vem para reinar.”

  • Etapas da História da Salvação:
    1. Preparação da Morada: A Igreja.
    2. Conquista Espiritual: Santos e mártires.
    3. Ministros do Reino: Santos operadores de milagres.
    4. A Vinda do Rei: Jesus estabelece Seu Reino na alma através da Divina Vontade.
  • Pedido final a Luísa:
    “Me faça reinar e me dê plena liberdade.”

Conclusão: Do Aniquilamento à Glória

Este diálogo revela:

  1. A Divina Vontade não é uma devoção, mas uma NOVA ERA ESPIRITUAL — onde Deus reina diretamente nas almas, não apenas por graça, mas por união de vontades.
  2. Luísa é a “ponte” para essa obra, assim como Maria foi para a Redenção.
  3. O sofrimento do aniquilamento é a porta para uma santidade maior que a dos santos tradicionais, porque reflete a própria santidade de Deus.

“Quanto maior a peça que quero fazer, mais preparativos são necessários.”
— Jesus a Luísa

Agora, o último ato está em curso: o Reino da Divina Vontade. E Luísa, em seu “nada”, tornou-se o instrumento desse triunfo eterno.

A Dupla Natureza do Cristão: Entre o “Já” e o “Ainda Não”

O Paradoxo da Nossa Identidade

  • O “Já” da Filiação (1Jo 3:2):
  • “Somos filhos de Deus AGORA” → Pela graça do Batismo
  • Realidade atual mas velada: como uma semente contendo a árvore
  • O “Ainda Não” da Plenitude:
  • “O que SEREMOS não foi revelado” → Mistério escondido na Divina Vontade
  • Comparação: Um feto não consegue imaginar a vida extrauterina

A União Hipostática como Modelo

  • Em Cristo:
  • Natureza humana + Natureza divina → Unidas sem confusão
  • Operava simultaneamente:
  • Como homem (chorou sobre Lázaro)
  • Como Deus (ressuscitou-o)
  • Em Nós:
  • Não união hipostática, mas participação na natureza divina (2Pd 1:4)

O Modelo Perfeito de Jesus

  • Natureza Dupla de Cristo:

      • 100% Deus → Operava milagres, perdoava pecados

      • 100% Homem → Sentia fome, cansaço, dor

      • “N’Ele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Col 2:9)

  • Nossa Participação:

    • Não união hipostática, mas comunhão pela graça:

Do “Filho Adotivo” à Plenitude Escondida

  • O Equívoco do “Ponto Final”:
  • Ser filhos de Deus não é destino final, mas ponto de partida
  • Comparação: Uma noiva que pensa que o casamento é o fim, quando é o começo
  • O Mistério do “Ainda Não” (1Jo 3:2):
  • “O que seremos não foi revelado” →
  • Sugere uma transformação escatológica além da adoção:
  • Como a lagarta não compreende sua futura forma de borboleta

Três Estágios da Revelação Progressiva

  • Fase da Letra (AT):
  • Deus age SOBRE nós
  • Ex.: Leis, profecias
  • Fase da Encarnação (NT):
  • Deus age ENTRE nós
  • Ex.: Jesus histórico
  • Fase da Divinização (Tempo da Igreja):
  • Deus age EM nós
  • Ex.: Sacramentos, vida mística

A Prática da União

  • Na Eucaristia:
  • Humano: Pão feito por mãos humanas
  • Divino: Presença real de Cristo
  • No Perdão:
  • Humano: Decisão de perdoar
  • Divino: Graça que transforma o coração

Pergunta Transformadora:
“Que ação simples do meu dia (ex.: lavar louça, responder um e-mail) posso hoje realizar conscientemente como cooperação entre minha humanidade e a graça divina?”

Oração de Entrega:
“Jesus, Verbo Encarnado, ensina-me a dança sagrada da cooperação: que minhas mãos humanas sejam instrumentos de Tuas obras divinas. Revela-me o mistério do que ainda serei, quando Tua glória for plenamente manifesta em mim. Amém.”

[Nota teológica: Esta abordagem sintetiza a doutrina paulina da “koinonia” (comunhão na natureza divina) com a visão joanina da filiação escatológica.]

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