### **A Revolução Sexual em xeque: Um olhar crítico sobre os custos do “empoderamento” feminino liberal**
A revolução sexual dos anos 1960, vendida como o ápice da libertação feminina, é frequentemente celebrada como uma vitória incontestável. No entanto, um exame mais aprofundado, amparado por uma visão antropológica, ética e preocupada com o bem-estar real das mulheres, revela uma paisagem de contradições, danos psicológicos e uma perigosa distorção do que significa ser “livre”. Herdeira do individualismo liberal, a narrativa dominante do feminismo contemporâneo exalta a libertinagem como protesto, confundindo a quebra de tabus com avanço e ignorando as diferenças fundamentais entre homens e mulheres. Este artigo se propõe a questionar essa lógica invertida, inspirado pelas críticas contundentes de vozes como a da jornalista e ativista Louise Perry.
#### **A Engenharia por Trás da “Libertação”: Da Pílula ao Transumanismo**
O pontapé inicial da revolução sexual não foi filosófico, mas tecnológico: a pílula anticoncepcional. Anunciada como um instrumento de autonomia, ela foi, na verdade, o primeiro passo de um projeto muito maior: o transumanismo. Esse movimento, que busca romper com as limitações naturais da biologia humana, encontrou no corpo feminino um campo fértil para experimentação.
Ao eliminar temporariamente a função reprodutiva, a pílula diminuiu o medo da gravidez e, inadvertidamente, incentivou uma dinâmica sexual que atende prioritariamente aos desejos masculinos: sexo abundante e sem compromisso. A mulher, então, foi pressionada a se adaptar a um mercado de namoro que a trata como um recurso descartável, onde seu bem-estar é sacrificado em prol do prazer alheio.
**A Cultura Sexual Destrutiva: Do “Robô Sexual” ao Vazio Existencial**
A era digital potencializou os danos dessa revolução. A cultura sexual atual é, em muitos aspectos, destrutiva para meninas e mulheres jovens. Ela impõe uma estética de “robô sexual”, promove a promiscuidade como norma e bombardeia a sociedade com pornografia violenta que normaliza a humilhação e a agressão, desde que haja “consentimento”.
Essa cultura esvazia o significado intrínseco do sexo, tratando-o como mera atividade de lazer, uma interação social como qualquer outra. No entanto, esse esvaziamento tem um custo, e ele recai desproporcionalmente sobre as mulheres. A biologia evolutiva nos lembra que, enquanto o investimento reprodutivo do homem pode encerrar-se na ejaculação, o da mulher pode perdurar por anos na gestação, amamentação e criação. O corpo e a psique femininos foram moldados para a qualidade, não para a quantidade. Ignorar essa realidade é ignorar por que tantas mulheres, em relacionamentos casuais, sentem-se usadas, vazias e à espera de uma reciprocidade que nunca vem.
O movimento #MeToo foi a prova incontestável desse mal-estar. Ele não foi apenas uma denúncia de crimes evidentes, mas um grito coletivo contra uma cultura sexual que não funciona para as mulheres. Se o sexo é tão banal quanto afirmam, por que tantas se sentiram profundamente violadas por encontros que eram, em tese, “consentidos”?
#### **O Paradoxo Fatal: Empoderamento ou Submissão Reembalada?**
O feminismo liberal vive um paradoxo insustentável: ele clama pelo fim da violência sexual enquanto defende dogmaticamente a prostituição como “trabalho” e o BDSM como “empoderamento”. A mesma ideologia que pede para “ensinar os homens a não estuprar” defende a abolição das prisões e do policiamento, tornando-se, assim, ineficaz e perigosa.
A sugestão absurda de que sobreviventes de estupro busquem refúgio no universo BDSM com parceiros violentos é o ápice dessa dissonância cognitiva. A indústria pornográfica, conectada a tráfico humano e abuso infantil, é tratada como entretenimento. Práticas que envolvem dor, humilhação e submissão são vendidas como libertadoras, enquanto os riscos reais para a integridade física e psicológica das mulheres são ignorados.
A mulher moderna acredita ter escapado da submissão doméstica, mas muitas vezes trocou o avental pelo laço no cabelo de uma performance sexual exaustiva. Antes, escondia o avental antes do marido chegar; hoje, depila, modela e finge prazer para atender a padrões pornográficos. Finge que não se importa quando o ficante desaparece. **Saímos da submissão doméstica e entramos na submissão sexual. A diferença é que agora chamamos isso de liberdade.**
#### **A Tirania do Consentimento e a Perda da Sabedoria**
A ética progressista reduziu toda a moralidade a uma única palavra: consentimento. Para pensadores como a antropóloga Gayle Rubin, não existe sexo certo ou errado; basta o consentimento. Essa visão, um eco do “é proibido proibir” de maio de 1968, leva a consequências absurdas. Pesquisas sobre intuições morais, como as de Jonathan Haidt, mostram que, diante de dilemas éticos perturbadores (como sexo com animais ou entre irmãos), os progressistas hesitam e, no final, só conseguem recorrer ao critério do consentimento e da ausência de dano físico imediato, perdendo a noção de dignidade, tradição e limites naturais.
Essa lógica não existe no vácuo. Ela abre caminho para formas disfarçadas de normalização de patologias, como a pedofilia, que já foi defendida por luminares da intelectualidade progressista francesa sob o argumento da “liberação sexual”. Quando uma cultura perde a capacidade de dizer que algo é intrinsecamente errado, ela se torna incapaz de proteger seus membros mais vulneráveis.
Além disso, o feminismo contemporâneo sofre de um “esnobismo cronológico” profundo: a crença de que tudo que é antigo é obsoleto. A sabedoria dos mais velhos, especialmente das matriarcas – mulheres que transcenderam a fase da donzela e da mãe para se tornarem pilares de sabedoria e estabilidade em suas comunidades – é desprezada. A jornada cíclica da mulher (donzela → mãe → matriarca) é truncada, valorizando-se apenas a juventude eterna e a performance sexual.
#### **Por uma Revolução Responsável: Reconstruindo o Significado**
A verdadeira revolução que precisamos não é a que prioriza uma liberdade abstrata e destrutiva, mas a que promove o bem-estar real de homens e mulheres, reconhecendo nossas diferenças biológicas e psicológicas.
Ela começa com:
* **Responsabilidade:** Punição severa para estupradores, regulação da pornografia violenta e fim da glamourização de práticas de risco.
* **Resgate do significado:** Reconhecer que o sexo é intrinsecamente poderoso e significativo, e que separá-lo do amor, do vínculo e do compromisso é uma fonte de profundo mal-estar.
* **Valorização da maturidade:** Celebrar a jornada completa da mulher, honrando a sabedoria, a estabilidade e o poder altruísta da matriarca.
* **Fortalecimento das instituições:** Reconhecer que o casamento monogâmico estável é, historicamente, a instituição que mais protegeu mulheres e crianças e promoveu sociedades prósperas.
Como sociedade, precisamos ter a coragem de fazer as perguntas difíceis: O que realmente empodera uma mulher? O que realmente a faz feliz e segura? A resposta certamente não está em transar “como um homem”, ou seja, como um babaca insensível. Está em construir uma sexualidade que honre sua biologia, sua psicologia e sua dignidade inalienável. A verdadeira libertação não é fazer tudo o que se deseja, mas construir uma vida – e uma sociedade – onde não precisemos nos submeter ao que nos destrói.
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